Você está na página 1de 64

DIREITO

PREVIDENCIÁRIO
Salário de Contribuição

Livro Eletrônico
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Salário de Contribuição.................................................................................................................................................4
Introdução.............................................................................................................................................................................4
Conceito..................................................................................................................................................................................5
Proporcionalidade............................................................................................................................................................8
Limites Mínimo e Máximo do Salário de Contribuição................................................................................9
Características das Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição............................................11
Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição. .......................................................................................13
Parcelas Não Integrantes do Salário de Contribuição. .............................................................................18
Observações Finais.. .....................................................................................................................................................36
Resumo................................................................................................................................................................................39
Questões de Concurso.................................................................................................................................................41
Gabarito...............................................................................................................................................................................47
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................48

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 2 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Apresentação
Querido(a) aluno(a)! Na aula de hoje, estuda-se o tema salário de contribuição. Assunto
já inicialmente abordado quando foi estudado o tema financiamento da seguridade social,
na presente aula estuda-se com detalhes quais são as parcelas integrantes e não integrantes
do salário de contribuição. O salário de contribuição é um tema de suma importância para
qualquer prova de Direito Previdenciário, devendo ser dada uma atenção especial em relação a
esse tema, sendo frequentemente abordado pelas bancas examinadoras de concurso público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO

Introdução
Para iniciar o estudo em relação às contribuições previdenciárias, é necessário diferen-
ciarmos dois conceitos em relação a dois aspectos: salário de contribuição e remuneração
como fato gerador da contribuição previdenciária e salário de contribuição e remuneração
como base de cálculo da contribuição previdenciária.
Quando se menciona fato gerador (fato que o legislador vincula o nascimento da obriga-
ção tributária de pagar um tributo determinado), os dois conceitos se confundem. Ou seja, o
fato gerador da obrigação previdenciária são as parcelas de natureza remuneratória que são
pagas (pela empresa)/recebidas (pelos segurados). Quando se define salário de contribuição,
tal definição nada mais é do que a remuneração que os segurados recebem das empresas.
Quando se menciona base de cálculo (numerário sobre o qual incide a alíquota da contri-
buição previdenciária), os dois conceitos são completamente distintos.
O salário de contribuição é a base de cálculo da contribuição dos segurados e do em-
pregador doméstico. Tal base de cálculo possui limite máximo que, atualmente, é de R$
7.507,49. Nenhum segurado ou empregador doméstico poderá verter contribuições além do
limite mencionado.
Já a remuneração é a base de cálculo de contribuição das empresas. Tal base de cálculo
não possui limite.

EXEMPLO
Imagine, portanto, uma empresa que contrata um segurado empregado e pague para ele uma
remuneração no valor de R$ 10.000,00.
A contribuição da empresa irá incidir sobre os R$ 10.000,00, tendo em vista que a base de cál-
culo da empresa é a remuneração paga, a qual não tem limite.
Entretanto, o segurado empregado será descontado em 11,68% sobre R$ 7.507,49, tendo em
vista que a base de cálculo do segurado é o seu salário de contribuição, a qual tem limite.

Assim, a empresa terá o ônus de R$ 12.000,00, ou seja, R$ 10.000,00, que foi o valor pac-
tuado, além de R$ 2.000,00 de contribuição patronal em relação à remuneração paga.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Já o segurado irá receber da empresa o valor de R$ 10.000,00, descontando o valor de


11,68% sobre R$ 7.507,49.

Conceito
O art. 28 da Lei n. 8.212/1991 e o art. 214 do RPS tratam do tema salário de contribuição.
Para cada segurado, existe um conceito de salário de contribuição, o qual passaremos
a estudar.

Empregado e Trabalhador Avulso


Para o segurado empregado e para o trabalhador avulso, entende-se por salário de
contribuição:
a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho,
qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades
e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados,
quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.

Assim, estuda-se um caso prático para que você visualize esse conceito.

EXEMPLO
Imagine João, professor, que ministra aulas de matemática em 3 escolas diferentes (escola A, B
e C), sendo segurado empregado do RGPS, auferindo uma remuneração mensal de R$ 1.500,00
em cada uma delas. Pergunta: qual será o salário de contribuição de João no mês? Resposta:
R$ 4.500,00, tendo em vista que o seu salário de contribuição é a remuneração auferida em uma
ou mais empresas. Portanto, é o somatório das remunerações auferidas.
Dessa forma, cada escola, tendo o conhecimento dos múltiplos vínculos, deverá descontar a
alíquota de 10,36% (alíquota efetiva, conforme tabela progressiva, sobre o valor de R$ 4.500,00)
e não de 7,70% (alíquota efetiva, conforme tabela progressiva, sobre o valor de R$ 1.500,00).

O grande problema são os empregadores terem o conhecimento dos múltiplos vínculos,


uma vez que a obrigação de avisar a existência dessa situação é do empregado.
Assim, João deve avisar, mensalmente, a escola A, a existência dos demais vínculos, ou
seja, vínculo em relação às escolas B e C. Da mesma forma, João deve avisar, mensalmente,
a escola B, a existência dos demais vínculos, ou seja, vínculo em relação às escolas A e C.
Por fim, João deve avisar, mensalmente, a escola C, a existência dos demais vínculos, ou seja,
vínculo em relação às escolas A e B.
Caso isso ocorra, as escolas, sabendo da existência dos múltiplos vínculos e dos respectivos
salários de contribuição, irão efetuar os descontos pela alíquota correta, somando as remu-
nerações e tomando como base a tabela de salário de contribuição estudada na aula anterior.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Caso os empregadores não saibam da existência dos múltiplos vínculos, cada um fará o
desconto com base no salário de contribuição pago pelo próprio, não sendo efetuado o
somatório com as demais remunerações auferidas.
Visualiza-se esquematicamente a explicação dada.

Empregado Doméstico
Para o segurado empregado doméstico, entende-se por salário de contribuição: “a
remuneração registrada na Carteira Profissional e/ou na Carteira de Trabalho e Previdên-
cia Social, observados os limites mínimo e máximo”.
Assim, caso a remuneração registrada na CTPS do segurado empregado doméstico
seja de R$ 1.500,00, o seu salário de contribuição será de R$ 1.500,00.
Cabe ressaltar que se considera também salário de contribuição do empregado do-
méstico a remuneração comprovada mediante recibos de pagamento.

Contribuinte Individual
Para o segurado contribuinte individual, entende-se por salário de contribuição: “a
remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por
conta própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo”.
Assim, estuda-se um caso prático para que você visualize esse conceito.

EXEMPLO
Imagine Pedro, pintor, que presta serviço para 4 empresas durante um mês, auferindo uma
remuneração de R$ 2.000,00 em cada uma delas. Pergunta: qual será o salário de contri-
buição de João no mês? Resposta: R$ 7.507,49, tendo em vista que o seu salário de con-
tribuição é a remuneração auferida em uma ou mais empresas. Portanto, é o somatório
das remunerações auferidas, devendo ser observado o limite máximo que, atualmente, é
de R$ 7.507,49.
Diferentemente do segurado empregado, que necessita avisar mensalmente a todos
os empregadores os múltiplos vínculos para que seja apurado o seu correto salário de
contribuição e a alíquota a ser aplicada, para o contribuinte individual, a obrigação de

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

avisar passa a existir, a partir do momento que a sua remuneração auferida no mês ultrapas-
sar o limite máximo do salário de contribuição.
Assim, Pedro, quando prestar o serviço para a empresa D, irá avisar que já recebeu a re-
muneração de R$ 6.000,00 durante o mês, não devendo ser descontado em 11% sobre os R$
2.000,00. Caso ele não avise, será descontado acima do limite máximo, cabendo a ele solicitar
a restituição dos valores pagos indevidamente.
Visualiza-se esquematicamente a explicação dada.

Por fim, cabe mencionar que, se o contribuinte individual prestar serviço por conta própria,
o seu salário de contribuição será o valor recebido pelo exercício dessa atividade por conta
própria. Portanto, caso o contribuinte individual receba o valor de R$ 1.500,00, o seu salário
de contribuição será de R$ 1.500,00.

EXEMPLO
Imagine uma diarista prestando serviço por conta própria e recebendo o valor em um determi-
nado mês de R$ 1.500,00. O salário de contribuição dessa diarista para esse mês será de R$
1.500,00.

Segurado Facultativo
Para o segurado facultativo, entende-se por salário de contribuição: “o valor por ele de-
clarado, observados os limites mínimo e máximo”.
Assim, se em um determinado mês o segurado facultativo quiser verter a sua contribui-
ção sobre 1 salário mínimo, não há problema, tendo em vista que o salário mínimo é o limite
mínimo do salário de contribuição para o segurado facultativo.
Entretanto, se o segurado facultativo quiser verter a sua contribuição no mês seguinte
sobre o limite máximo do salário de contribuição (atualmente, R$ 7.507,49), também não há
problema, tendo em vista que o citado valor é o limite máximo do salário de contribuição de
qualquer segurado.
Perceba, portanto, que o segurado facultativo pode contribuir em relação a quanto ele
quiser, desde que ele observe os limites mínimo (1 salário mínimo) e máximo (R$ 7.507,49).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Empregado /
Remuneração auferida em uma ou
Trabalhador
mais empresas
Avulso

Empregado
Remuneração registrada na CTPS
Doméstico

Conceito de
Remuneração auferida em uma ou
Salário de
mais empresas
Contribuição
Contribuinte
Individual
Valor recebido pelo exercício da
atividade por conta própria

Segurado
Valor por ele declarado
Facultativo

001. (CESPE/STJ/2018/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Acerca do custeio da


seguridade social, julgue o próximo item.
O salário de contribuição de segurado empregado deverá corresponder à integralidade de uma
remuneração auferida durante o mês de trabalho.

O salário de contribuição para o segurado empregado é a remuneração auferida em uma ou mais


empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer
título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive
as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do
empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção
ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Tal base de cálculo possui limite máximo,
o qual, atualmente, está no valor de R$ 7.507,49. Portanto, ainda que o segurado empregado
venha a receber da empresa uma remuneração de R$ 10.000,00, a alíquota de contribuição irá
incidir apenas em relação ao limite máximo, ou seja, em relação ao valor de R$ 7.507,49.
Errado.

Proporcionalidade
O tema proporcionalidade está previsto no art. 28, § 1º da Lei n. 8.212/1991 (art. 214, §
1º do RPS), que assim dispõe:

§ 1º Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no curso do


mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho efetivo, na forma
estabelecida em regulamento.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Portanto, quando o segurado empregado, inclusive o doméstico, é contratado no dia 26


de um determinado mês, o seu salário de contribuição será proporcional ao número de dias
efetivamente trabalhados, ou seja, será proporcional a 5 dias trabalhados.
Da mesma forma, se um segurado empregado, inclusive o doméstico, é demitido no dia 2
de um determinado mês, o seu salário de contribuição será proporcional ao número de dias
efetivamente trabalhados, ou seja, será proporcional a 2 dias trabalhados.
A mesma sistemática de raciocínio se aplica em relação às faltas injustificadas. Ou seja,
o empregador irá efetuar o desconto dos dias faltosos, sendo o salário de contribuição pro-
porcional ao número de dias efetivamente trabalhados.

Limites Mínimo e Máximo do Salário de Contribuição


O limite mínimo do salário de contribuição deverá ser estudado com base em uma divisão.
Estuda-se o limite mínimo para os segurados empregado, trabalhador avulso e empregado
doméstico. Posteriormente, estuda-se o limite mínimo do salário de contribuição para os
segurados contribuinte individual e facultativo.
Para os segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, o limite mínimo
do salário de contribuição corresponde ao piso salarial legal ou normativo da categoria ou,
inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme
o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.

Perceba que o limite mínimo do salário de contribuição dos segurados empregado, empregado
doméstico e trabalhador avulso não é o salário mínimo, mas sim o piso salarial da categoria.
Apenas se inexistir o piso é que o limite mínimo será o salário mínimo.

O piso salarial pode ser o normativo, ou seja, previsto em acordo ou convenção de trabalho,
ou legal, ou seja, previsto na lei.

EXEMPLO
Portanto, imagine uma empresa que faz um acordo coletivo de trabalho com o sindicato dos
empregados, determinando que uma determinada categoria dos seus empregados tenha um
piso salarial de R$ 1.500,00. Nessa situação, o limite mínimo do salário de contribuição para
esses empregados será de R$ 1.500,00, não sendo observado o salário mínimo, uma vez que
existe o piso salarial.
Da mesma forma, vários Estados da Federação possuem leis estaduais estipulando pisos
para diversas categorias profissionais, como é o caso da Lei do Estado do Rio de Janeiro n.
8.315/2019, publicada em Diário Oficial no dia 20/03/2019, cujos efeitos são retroativos, ou
seja, efeitos a partir do dia 01/01/2019.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

EXEMPLO
A título de exemplo, a citada lei estadual determina que os empregados domésticos do Estado
do Rio de Janeiro, a partir de 01/01/2019, possuem um piso salarial de R$ 1.238,11. Tal piso
deverá ser observado, sendo um piso salarial estipulado pela lei.

Já o limite mínimo do salário de contribuição para os segurados contribuinte individual


e facultativo corresponde ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal.
O limite máximo do salário de contribuição é o mesmo para todos os segurados, sendo
estipulado por meio de uma Portaria Interministerial do Ministério da Previdência Social e
Ministério da Fazenda publicada sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios previ-
denciários. Tal alteração ocorre sempre que o salário mínimo é alterado.
Atualmente, o limite máximo do salário de contribuição é de R$ 7.507,49.

Piso salarial

Limite
Mínimo
Empregado / Inexistindo piso
Trabalhador salarial – salário
Avulso / mínimo
Empregado
Doméstico
Limite
R$ 7.507,49
Limites do Máximo
Salário de
Contribuição
Limite
Salário mínimo
Contribuinte Mínimo
Individual /
Segurado
Facultativo Limite
R$ 7.507,49
Máximo

002. (CESPE/INSS/2016/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL) A contribuição do segurado em-


pregado e a do trabalhador doméstico recaem sobre o valor dos seus salários de contribuição,
até um teto máximo fixado por lei.

A base de cálculo sobre a qual incide a alíquota de contribuição do segurado empregado e do


empregado doméstico é o salário de contribuição, a qual possui limites mínimo e máximo. Para
esses segurados, assim como para o trabalhador avulso, o limite mínimo do salário de con-
tribuição corresponde ao piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este, ao
salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo
de trabalho efetivo durante o mês. Já o limite máximo do salário de contribuição é o mesmo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

para todos os segurados, sendo estipulado por meio de uma Portaria publicada sempre que
ocorrer alteração do valor dos benefícios previdenciários. Tal alteração ocorre sempre que o
salário mínimo é alterado.
Certo.

Características das Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição


Parcelas integrantes do salário de contribuição são as parcelas de natureza remuneratória.
O legislador não tem como elencar todas essas parcelas. Portanto, qualquer parcela que
possua as características mencionadas no presente tópico é considerada parcela integrante
do salário de contribuição, ou seja, é considerada parcela de natureza remuneratória, devendo
incidir a contribuição previdenciária sobre esse valor.
As parcelas integrantes do salário de contribuição possuem as seguintes características:

Características das
Parcelas Integrantes
do SC

Integração ao Pagamento pelo


Irrelevância do
Habitualidade patrimônio do e não para o
título
trabalhador trabalho

A habitualidade se refere à previsibilidade do seu recebimento e não o lapso temporal


entre um pagamento e outro. Portanto, caso haja a previsibilidade do seu recebimento, a
parcela é de natureza habitual.

EXEMPLO
Imagine, portanto, um empregado de uma empresa que recebe uma gratificação trienal (gra-
tificação por tempo de serviço). Ou seja, a cada 3 anos de trabalho na empresa, o segurado
terá direito a essa gratificação. Uma vez que existe a previsibilidade do recebimento, a parcela
recebida tem a natureza de ser habitual.

A integração ao patrimônio se refere à integração do valor ao patrimônio jurídico do tra-


balhador, que pode não ser feito de forma direta, mas sim indireta, como, por exemplo, um
benefício que é pago diretamente pela empresa, cujo valor gasto não é recebido diretamente
pelo segurado.

EXEMPLO
Imagine uma empresa que contrata uma funcionária e combina com ela o pagamento de sua
academia no valor de R$ 200,00. Tal empregada recebe da empresa o salário de R$ 1.500,00.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Perceba que, se a empresa não pagasse a sua academia, essa segurada teria que pegar R$
200,00 do seu salário e pagar a academia. Assim, essa segurada, indiretamente, recebe R$
200,00, sendo esse valor incorporado ao seu patrimônio jurídico.

O pagamento pelo e não para o trabalho se refere a seguinte análise: o pagamento é feito
para a satisfação do segurado ou é necessário para a execução do trabalho? Caso a resposta
seja para a satisfação, o pagamento está sendo feito pelo trabalho. Entretanto, caso o pa-
gamento seja necessário a execução do trabalho, o pagamento é feito para o trabalho, não
tendo, portanto, a natureza remuneratória.

EXEMPLO
Imagine uma empresa que necessita dispor para os seus empregados o protetor auricular (equi-
pamento de proteção individual – EPI), para atenuar a exposição do segurado a agente nocivo
ruído. Tal equipamento é para o trabalho, portanto não tem a natureza remuneratória.

Quando for analisar se o pagamento é pelo e não para o trabalho, não busque uma res-
posta única. Dependendo da utilidade, o pagamento pode ser considerado pelo em certos
momentos e para em outros.
Imagine um caso prático!

EXEMPLO
Imagine uma empresa que coloca à disposição do seu empregado um carro, tendo em vista que
ele trabalha como representante comercial da empresa, demonstrando e vendendo seus produ-
tos. Assim, esse empregado sai de sua casa, pega o ônibus, chega à empresa e busca o carro
para utilizá-lo. No final do expediente, o empregado retorna com o carro à empresa, preenche
um relatório e busca o seu ônibus para retornar à sua casa.
Perceba que o carro utilizado é para o trabalho (necessário para a execução do trabalho) e não
pelo trabalho (para a satisfação do empregado).
Diferentemente ocorre no caso em que a empresa coloca o carro à disposição do empregado,
podendo, o mesmo, inclusive, utilizá-lo após o seu expediente e nos finais de semana. Assim,
durante o expediente de trabalho, o carro é para o trabalho (necessário para a execução do tra-
balho), não tendo, portanto, a natureza remuneratória. Já no período após o expediente, o carro
é pelo trabalho (para a sua satisfação), tendo, portanto, a natureza remuneratória.

Por fim, a última característica das parcelas integrantes é a irrelevância do título.


As parcelas de natureza indenizatórias e ressarcitórias, como será visto mais adiante, são
parcelas não integrantes do salário de contribuição.
Entretanto, a empresa pode colocar a nomenclatura que quiser para a parcela, pois a
mesma deve ser analisada na sua essência. A pergunta a ser feita deve ser: a parcela paga é

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

tem a natureza remuneratória, ou é apenas uma indenização ou um ressarcimento que está


sendo feito?

EXEMPLO
Imagine uma empresa pagando uma parcela “indenização para beleza”, que nada mais é do que
a academia paga para a sua empregada. Seria realmente uma indenização, ou seja, a empresa
estaria indenizando um dano causado, ou essa parcela nada mais é do que uma parcela remu-
neratória com a nomenclatura de indenização? Lógico que não é uma indenização! A empresa
pode colocar a nomenclatura que for, pois, se verificar a habitualidade, integração ao patrimônio
e o pagamento pelo e não para o trabalho, trata-se de uma parcela integrante do salário de con-
tribuição, ou seja, parcela de natureza remuneratória, independente da nomenclatura utilizada
pela empresa.

Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição


Uma vez analisadas as características das parcelas integrantes do salário de contribuição,
analisa-se as que foram elencadas pelo legislador.
A primeira parcela integrante do salário de contribuição elencada pelo legislador é o
salário-maternidade.
O salário-maternidade é um benefício previdenciário concedido pela previdência social nas
seguintes situações: parto, aborto espontâneo, guarda judicial para fins de adoção e a adoção.
Assim, apesar de ser um benefício previdenciário, o salário-maternidade é considerado
parcela integrante do salário de contribuição, havendo a incidência de contribuição previden-
ciária sobre esse valor.
Apesar de muitos questionamentos acerca da incidência de contribuição previdenciária
sobre o salário-maternidade, o STJ pacificou o entendimento acerca da citada incidência.

JURISPRUDÊNCIA
Conforme entendimento do STJ, o salário-maternidade é verba de evidente natureza
salarial. Além disso, não há indício de incompatibilidade entre a incidência da contri-
buição previdenciária sobre o salário maternidade e a CF, a qual, em seu art. 5º, I, asse-
gura a igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações. Ademais, o art. 7º,
XX, da CF assegura a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei, e, no que se refere ao salário-maternidade, por opção
do legislador infraconstitucional, a transferência do ônus referente ao pagamento dos
salários, durante o período de afastamento, constitui incentivo suficiente para assegurar
a proteção ao mercado de trabalho da mulher. Por fim, não é dado ao Poder Judiciário,
a título de interpretação, atuar como legislador positivo, a fim de estabelecer política
protetiva mais ampla e, desse modo, desincumbir o empregador do ônus referente à
contribuição previdenciária incidente sobre o salário-maternidade, quando não foi esta
a política legislativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Entretanto, recentemente, o STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei


Orgânica da Seguridade Social (Lei n. 8.212/1991) que instituíam a cobrança da contribuição
previdenciária patronal sobre o salário-maternidade. A decisão, por maioria de votos, foi to-
mada no Recurso Extraordinário (RE) 576967, com repercussão geral reconhecida (Tema 72).

JURISPRUDÊNCIA
Ementa: Direito constitucional. Direito tributário. Recurso Extraordinário com repercus-
são geral. Contribuição previdenciária do empregador. Incidência sobre o salário-ma-
ternidade. Inconstitucionalidade formal e material. 1. Recurso extraordinário interposto
em face de acórdão do TRF da 4ª Região, que entendeu pela constitucionalidade da
incidência da contribuição previdenciária “patronal” sobre o salário-maternidade. 2. O
salário-maternidade é prestação previdenciária paga pela Previdência Social à segurada
durante os cento e vinte dias em que permanece afastada do trabalho em decorrência
da licença-maternidade. Configura, portanto, verdadeiro benefício previdenciário. 3. Por
não se tratar de contraprestação pelo trabalho ou de retribuição em razão do contrato de
trabalho, o salário-maternidade não se amolda ao conceito de folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título à pessoa física que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Como consequência, não pode compor
a base de cálculo da contribuição previdenciária a cargo do empregador, não encontrando
fundamento no art. 195, I, a, da Constituição. Qualquer incidência não prevista no referido
dispositivo constitucional configura fonte de custeio alternativa, devendo estar prevista
em lei complementar (art. 195, § 4º). Inconstitucionalidade formal do art. 28, § 2º, e da
parte final da alínea a, do § 9º, da Lei n. 8.212/91. 4. Esta Corte já definiu que as dispo-
sições constitucionais são legitimadoras de um tratamento diferenciado às mulheres
desde que a norma instituidora amplie direitos fundamentais e atenda ao princípio da
proporcionalidade na compensação das diferenças. No entanto, no presente caso, as
normas impugnadas, ao imporem tributação que incide somente quando a trabalhadora
é mulher e mãe cria obstáculo geral à contratação de mulheres, por questões exclusi-
vamente biológicas, uma vez que torna a maternidade um ônus. Tal discriminação não
encontra amparo na Constituição, que, ao contrário, estabelece isonomia entre homens
e mulheres, bem como a proteção à maternidade, à família e à inclusão da mulher no
mercado de trabalho. Inconstitucionalidade material dos referidos dispositivos. 5. Diante
do exposto, dou provimento ao recurso extraordinário para declarar, incidentalmente, a
inconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária sobre o salário-materni-
dade, prevista no art. art. 28, § 2º, e da parte final da alínea a, do § 9º, da Lei n. 8.212/91,
e proponho a fixação da seguinte tese: “É inconstitucional a incidência de contribuição
previdenciária a cargo do empregador sobre o salário- maternidade”.
(RE 576967, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 05/08/2020,
PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-254 DIVULG 20-10-2020
PUBLIC 21-10-2020)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Dessa forma, em resumo, foi fixada a seguinte tese em sede de repercussão geral (tema 72):

JURISPRUDÊNCIA
É inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária a cargo do empregador
sobre o salário maternidade.

Com base na recente decisão exarada pelo STF, foi publicado o Parecer SEI n. 18361/2020/
ME (parecer elaborado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) que entendeu que a
ratio decidendi (razão de decidir) do tema n. 72 não se aplica à contribuição previdenciária
devida pela empregada, na medida em que essa exação não foi objeto de julgamento do RE n.
576.967/RJ e possui contornos constitucionais e legais distintos do caso julgado, devendo-se
defender a validade dessa exação em juízo.
Dessa forma, para fins de provas preparatórias para concurso público, deve-se levar o
seguinte entendimento acerca do salário-maternidade:

Parcela Integrante do
Conforme determina a SC, sofrendo a
Salário-maternidade legislação incidência da
previdenciária contribuição
previdenciária

Não sofre a
Contribuição a incidência da
cargo da empresa contribuição
previdenciária
Com base na
Salário-
recente decisão
maternidade
do STF
Sofre a incidência
Contribuição do
da contribuição
segurado
previdenciária

A segunda parcela integrante do salário de contribuição elencada pelo legislador são as


férias, inclusive o respectivo adicional de férias (1/3 constitucional).
Importante frisar que são parcelas integrantes os valores das férias gozadas e não as
indenizadas. As férias indenizadas e o respectivo adicional de férias (os quais também se
tornam indenizados) são considerados parcelas não integrantes do salário de contribuição.
Outro ponto a ser abordado é que o adicional de férias (1/3 constitucional) sobre as férias
gozadas é parcela integrante do salário de contribuição. Tal adicional de férias não pode ser
confundido com o abono de férias.
O abono de férias é o período das férias que pode ser convertido em pecúnia (1/3 das
férias que pode ser convertido em dinheiro).
Essa parcela é considerada uma indenização. Portanto, é uma parcela não integrante do
salário de contribuição.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Cabe apenas ressaltar que o STJ tem o entendimento no sentido de que o adicional de
férias é parcela não integrante do salário de contribuição, mesmo quando decorrente de férias
gozadas, tendo em vista o seu caráter indenizatório.
Assim sendo, o citado tribunal superior entende que o terço constitucional de férias tem
por finalidade ampliar a capacidade financeira do trabalhador durante seu período de férias,
possuindo, portanto, natureza “compensatória/indenizatória”. Portanto, tendo em vista que
a importância paga a título de terço constitucional de férias não se destina a retribuir servi-
ços prestados nem configura tempo à disposição do empregador, é imperioso concluir que
a importância paga a título de terço constitucional de férias possui natureza indenizatória/
compensatória, e não constitui ganho habitual do empregado, razão pela qual sobre ela não
é possível a incidência de contribuição previdenciária.
Entretanto, recentemente, o STF fixou a tese de que é legítima a incidência de contribuição
social sobre o valor satisfeito a título de 1/3 constitucional de férias ocorrendo um verdadeiro
“overrulling” (superação de precendente).

JURISPRUDÊNCIA
FÉRIAS – ACRÉSCIMO – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – INCIDÊNCIA. É legítima a incidência
de contribuição social, a cargo do empregador, sobre os valores pagos ao empregado a
título de terço constitucional de férias gozadas.
(RE 1072485, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 31/08/2020, PRO-
CESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-241 DIVULG 01-10-2020
PUBLIC 02-10-2020)

Dessa forma, em resumo, foi fixada a seguinte tese em sede de repercussão geral (tema 985):

JURISPRUDÊNCIA
É legítima a incidência de contribuição social sobre o valor satisfeito a título de terço
constitucional de férias.

A terceira parcela integrante do salário de contribuição elencada pelo legislador é a gra-


tificação natalina – décimo terceiro salário –, exceto para o cálculo do salário de benefício.

O décimo terceiro salário é parcela integrante do salário de contribuição para todos os fins?

Não, tendo em vista que o valor não entra no cálculo do benefício previdenciário!
Alguns benefícios previdenciários são calculados com base no salário de benefício. O
salário de benefício consiste na média aritmética simples dos salários de contribuição cor-
respondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde
o início da contribuição, se posterior àquela competência.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Perceba que, quando se calcula o benefício previdenciário, que usa como base de cálculo
o salário de benefício, o 13º salário não entra no cálculo da média.
Cumpre mencionar os entendimentos jurisprudenciais que apenas ratificam a incidência
da contribuição previdenciária sobre o 13º salário, salvo para o cálculo do salário de benefício.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 688 do STF – “É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o
13º salário.”
Súmula 83 da TNU – “A partir da entrada em vigor da Lei n. 8.870/94, o décimo terceiro
salário não integra o salário de contribuição para fins de cálculo do salário de benefício.

Salário-maternidade

Parcelas
Integrantes Férias, inclusive o adicional de férias
do SC

13º salário, salvo para o cálculo do salario de benefício

003. (CESPE/TCE-SC/2016) De modo geral, a base de cálculo da contribuição previdenciária


do empregado é o salário de contribuição. Conforme o STJ, no caso de a empregada estar rece-
bendo o benefício do salário-maternidade, a base de cálculo passa a ser o salário-maternidade.

Perfeita a afirmativa! O salário-maternidade é o único benefício previdenciário que sofre a


incidência da contribuição previdenciária, sendo, portanto, considerado parcela integrante do
salário de contribuição, conforme prevê a Lei n. 8.212/91. A base de cálculo é o próprio valor
do salário-maternidade. Cumpre informar que, recentemente, o STF declarou a inconstitucio-
nalidade de dispositivos da Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei 8.212/1991) que instituíam
a cobrança da contribuição previdenciária patronal sobre o salário-maternidade. A decisão, por
maioria de votos, foi tomada no Recurso Extraordinário (RE) 576967, com repercussão geral
reconhecida (Tema 72). A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “É inconstitucional a
incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário-maternidade”.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Parcelas Não Integrantes do Salário de Contribuição


As parcelas não integrantes estão elencadas no art. 28, § 9º da Lei n. 8.212/1991 e no
art. 214, § 9º do RPS.
Em relação a esse tema, estuda-se com base no RPS. Explica-se o porquê!
O tema salário de contribuição é objeto de inúmeros questionamentos, sendo um tema
recorrentemente julgado por nossos Tribunais Superiores, sendo objeto de diversos recursos
extraordinários e especiais repetitivos.
Dessa forma, o art. 19 da Lei n. 10.522/2002 determina que a Procuradoria-Geral da Fa-
zenda Nacional (PGFN) fica dispensada de contestar, de oferecer contrarrazões e de interpor
recursos, e fica autorizada a desistir de recursos já interpostos, desde que inexista outro fun-
damento relevante, na hipótese em que a ação ou a decisão judicial ou administrativa versar
sobre tema decidido pelo STF, em matéria constitucional, ou pelo STJ, pelo TST, pelo TSE ou
pela TNU, no âmbito de suas competências, quando for definido em sede de repercussão
geral ou recurso repetitivo.
Dessa forma, tendo em vista que o RPS, especificamente nos incisos do art. 214, § 9º,
já espelha vários desses entendimentos jurisprudenciais no seu texto, como, por exemplo,
a possibilidade de pagamento do vale-transporte, em pecúnia, sem que tal valor sofra a in-
cidência da contribuição previdenciária, adota-se a redação do RPS no estudo das parcelas
não integrantes do salário de contribuição.
As parcelas não integrantes do salário de contribuição, de forma resumida, podem ser
divididas em:

Benefícios previdenciários, salvo o salário-maternidade

Parcelas indenizatórias

Parcelas Não
Parcelas ressarcitórias, quando devidamente
Integrantes do
comprovadas
SC

Conquistas sociais, quando pagas em conformidade


com a lei

Outras conquistas, quando extensivas a todos

Feita essa sucinta análise, passa-se a estudar as hipóteses de parcelas não integrantes
do salário de contribuição elencadas no art. 214, § 9º do RPS.

§ 9º Não integram o salário de contribuição, exclusivamente:


I – os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, ressalvado o disposto no § 2º

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Os benefícios previdenciários não integram o salário de contribuição, salvo o


salário-maternidade.
Portanto, sobre os valores de aposentadorias, pensões por morte, auxílios por incapaci-
dade temporária (antigo auxílio-doença), entre outros, não há a incidência de contribuição
previdenciária.
II – a ajuda de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta, nos termos da Lei n. 5.929,
de 30 de outubro de 1973;

Apenas literalidade.
III – a parcela in natura recebida de acordo com programa de alimentação aprovado pelo Ministério
do Trabalho e Emprego, nos termos da Lei n. 6.321, de 14 de abril de 1976;

Interpretando literalmente o citado dispositivo, em relação à alimentação fornecida pela


empresa a seus empregados, duas informações são verificadas. A primeira é a necessária
adesão a ser feita pela empresa no programa de alimentação do trabalhador (PAT). Além da
necessária adesão ao PAT, a empresa é obrigada a seguir os termos da Lei n. 6.321/1976.

Entretanto, apesar de a lei e o RPS determinarem a necessidade de que a empresa faça a devida
adesão ao PAT, a jurisprudência entende que o pagamento in natura da alimentação não tem
natureza salarial, de modo que não sofre a incidência da contribuição previdenciária, sendo o
empregador inscrito ou não no PAT.

A alimentação pode ser concedida pela própria empresa que mantém serviço próprio, bem
como a empresa pode firmar convênio com entidades que forneçam (cozinha transportada,
cozinha administrada ou fornecedora de cestas de alimentos e similares) ou prestem serviços
de alimentação (refeição convênio e alimentação convênio), podendo, ainda, ser concedida a
título gratuito ou a preço subsidiado.
O que é claro, seja no art. 457, § 2º da CLT e no art. 214, § 9º, V, alínea “m”, o qual deve
ser interpretado em conjunto com presente dispositivo, é que a alimentação não pode ser
concedida em dinheiro.
Caso a empresa conceda o valor da alimentação em dinheiro ou deposite o valor da ali-
mentação na conta corrente do trabalhador, esse valor será considerado parcela integrante
do salário de contribuição.
Tal entendimento está presente no enunciado de súmula n. 67 do Tribunal Nacional de
Uniformização dos Juizados Especiais Federais, que assim dispõe:

JURISPRUDÊNCIA
O auxílio-alimentação recebido em pecúnia por segurado filiado ao Regime Geral da
Previdência Social integra o salário de contribuição e sujeita-se à incidência de contri-
buição previdenciária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Auxílio-Alimentação Parcela não integrante do SC

Pagamento em
Parcela integrante do SC
pecúnia

IV – as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional,


inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Con-
solidação das Leis do Trabalho;

Como visto anteriormente, as férias gozadas e o respectivo adicional constitucional são


parcelas integrantes do salário de contribuição.
Entretanto, as férias indenizadas, as quais são pagas na rescisão do contrato de trabalho,
e o respectivo adicional de férias (os quais também se tornam indenizados) são considerados
parcelas não integrantes do salário de contribuição.
Ademais, as férias devem ser concedidas nos 12 meses subsequentes (período conces-
sivo) à data em que o empregado tiver adquirido o direito (período aquisitivo).
Assim, quando as férias não são pagas nos 12 meses subsequentes à data em que o em-
pregado tiver adquirido o direito, elas devem ser pagas em dobro. Essa dobra da remuneração
de férias, por ter natureza indenizatória, é considerada parcela não integrante do salário de
contribuição.

Gozadas Parcela integrante do SC

Férias e
respectivo Indenizadas Parcela não integrante do SC
adicional

Pagas em dobro Parcela não integrante do SC

V – as importâncias recebidas a título de:


a) indenização compensatória de quarenta por cento do montante depositado no Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço, como proteção à relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, conforme disposto no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
b) indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante
pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado
c) indenização por despedida sem justa causa do empregado nos contratos por prazo determinado,
conforme estabelecido no art. 479 da Consolidação das Leis do Trabalho;
d) indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração normal do contrato, conforme
disposto no art. 14 da Lei n. 5.889, de 8 de junho de 1973;
e) incentivo à demissão;
f) Revogado;
g) indenização por dispensa sem justa causa no período de trinta dias que antecede a correção
salarial a que se refere o art. 9º da Lei n. 7.238, de 29 de outubro de 1984;
h) indenizações previstas nos arts. 496 e 497 da Consolidação das Leis do Trabalho;
i) abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da Consolidação das Leis do Trabalho;
j) ganhos eventuais expressamente desvinculados do salário por força de lei;
k) licença-prêmio indenizada;
l) outras indenizações, desde que expressamente previstas em lei;
m) importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado
o seu pagamento em dinheiro, e diárias para viagem; e
n) prêmios e abonos;

Passa-se a estudar algumas parcelas indenizatórias mencionadas no art. 214, § 9º, V do RPS.
A alínea “e” menciona o incentivo à demissão. O incentivo à demissão é o conhecido pro-
grama de demissão voluntária, mais conhecido como o PDV.
O incentivo à demissão é considerado uma indenização. Portanto, não é parcela integrante
do salário de contribuição.
A alínea “i” menciona o abono de férias. O abono de férias é o período das férias que pode
ser convertido em pecúnia (1/3 das férias que pode ser convertido em dinheiro).
Essa parcela é considerada uma indenização. Portanto, é uma parcela não integrante do
salário de contribuição.
A alínea “m” menciona importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo,
auxílio-alimentação, vedado o seu pagamento em dinheiro, e diárias para viagem.
Portanto, a ajuda de custo, ainda que habitual, por não ter natureza remuneratória, con-
forme determina o art. 457, § 2º da CLT, é parcela não integrante do salário de contribuição,
assim como é o caso do auxílio-alimentação, vedado o seu pagamento em dinheiro (assunto
já estudado).
Em relação às diárias para viagens, a legislação previdenciária sofreu uma relevante
alteração no seu texto, modificando, substancialmente, o tratamento dado à citada rubrica.
Tal alteração ocorreu por meio da Lei n. 13.467/2017 (alteração do art. 28, § 9º, “h” da Lei n.
8.212/1991).
Antes da citada alteração, as diárias para viagens, desde que não excedessem a 50% da
remuneração mensal do empregado, seriam consideradas parcelas ressarcitórias. Portanto,
seriam consideradas parcelas não integrantes do salário de contribuição.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Resume-se, por meio de um esquema ilustrativo, o tratamento que era dado as diárias
para viagens, antes da recente alteração na legislação previdenciária.

Excedentes a 50% da
Parcela integrante do SC
remuneração mensal

Diárias para
viagens

Não excedentes a 50% da Parcela não integrante do


remuneração mensal SC

Com a nova redação dada pela Lei n. 13.467/2017 ao art. 28, § 9º, “h” da Lei n. 8.212/1991,
não existe mais a necessidade de análise do percentual das diárias em relação à remuneração
mensal do segurado, uma vez que as diárias, independentemente do percentual das mesmas
em relação à remuneração do segurado, são consideradas parcelas não integrantes do salário
de contribuição.
A alteração legislativa é louvável, pois, uma vez que efetivamente ocorra a viagem do se-
gurado, o valor realmente não deve sofrer a incidência da contribuição previdenciária, já que
visa apenas ressarcir valores gastos pelo segurado. Portanto, tais valores não visam integrar
o patrimônio do trabalhador, uma das características básicas das parcelas integrantes do
salário de contribuição.
Por fim, cabe explicar a forma que as empresas adotam quando seus empregados viajam
à sua disposição, no intuito de ressarcir os gastos com o deslocamento, estada, alimentação...
Quando o segurado empregado viaja à disposição do empregador, duas sistemáticas
podem ser utilizadas.
Ou a empresa utiliza a sistemática de diárias, ou a empresa utilizada a sistemática de
despesas de viagens.

Em relação às diárias para viagens, independentemente do percentual das mesmas em relação


à remuneração do segurado, estas são consideradas parcelas não integrantes do salário de
contribuição.

Quando a sistemática utilizada pela empresa for a de despesas de viagens, deve ser
verificado se as despesas foram ou não comprovadas. Se as despesas forem comprovadas,
trata-se de uma parcela ressarcitória. Portanto, não integram o salário de contribuição. Já
se as despesas não forem comprovadas, trata-se de uma parcela remuneratória. Portanto,
integram o salário de contribuição.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

EXEMPLO
Imagine um empregado que viaja a serviço da empresa, gastando o valor de R$ 2.000,00, devi-
damente comprovado com notas fiscais. No retorno à empresa, ele demonstrou essas notas
fiscais e a empresa ressarciu esses valores.
Perceba que o valor não integrou o patrimônio do trabalhador, pois o empregado gastou os R$
2.000,00 e foi ressarcido no valor de R$ 2.000,00.
Portanto, tal valor não sofrerá a incidência da contribuição previdenciária, sendo parcela não
integrante do salário de contribuição.

Atualmente, as empresas têm utilizado a sistemática de despesas de viagens por meio da


utilização de cartão corporativo, as quais são devidamente comprovadas por meio da fatura
do cartão.
Veja as citadas diferenças por meio de um esquema ilustrativo.

Independentemente do
Diárias para Parcela não integrante do
percentual em relação à
viagens SC
remuneração do segurado

Parcela não integrante do


Quando comprovadas
SC

Despesas de
viagens

Quando não comprovadas Parcela integrante do SC

A alínea “j” menciona os ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados do


salário por força de lei.
Ganhos eventuais são valores concedidos por liberalidade pelo empregador, onde não há
a previsibilidade do recebimento. Uma vez que não existe a habitualidade na sua concessão,
os ganhos são considerados parcelas não integrantes do salário de contribuição.
Já o abono é uma parcela, normalmente, concedida, tendo em vista as perdas inflacio-
nárias. Conforme entendimento jurisprudencial, tem a natureza salarial. Portanto, é parcela
integrante do salário de contribuição.
Assim, os abonos apenas serão considerados parcelas não integrantes quando forem
expressamente desvinculados do salário por força de lei.
Em que pese o citado entendimento, atualmente, por meio da Lei n. 13.467/2017, a qual
inseriu o art. 28, § 9º, “z” na Lei n. 8.212/1991, qualquer tipo de abono é considerado parcela
não integrante do salário de contribuição.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Tal entendimento está previsto exatamente no art. 9º, V, “n” do RPS, que determina que
são parcelas não integrantes do salário de contribuição os prêmios e abonos.
Em relação a essa alínea, importante mencionar novamente o disposto no art. 457, § 2º
da CLT, in verbis:
§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação,
vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a re-
muneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de
incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.

A MP n. 808/2017 retirou a expressão “abonos” do citado dispositivo.


Vamos entender a lógica de ter sido “tentada” a retirada da expressão “abonos” do art.
457, § 2º da CLT, por meio da MP n. 808/2017.
Pela visão trabalhista, abono é uma antecipação salarial, em regra, em função da perda
provocada pela alta inflação. Portanto, de forma inegável, possui natureza salarial, sendo, por
consequência, parcela integrante do salário de contribuição. Não há lógica o citado dispositi-
vo retirar a natureza salarial dos abonos. Caso isso ocorra, inegavelmente, os empregadores
passarão a remunerar seus empregados por meio de um salário base ínfimo (salário mínimo),
pagando todos os demais valores a título de abono.

Dessa forma, questiona-se: qual é o conceito de abono, nos termos da CLT?

Não existe!
Portanto, conforme já mencionado, a MP n. 808/2017 “tentou” retirar a expressão “abonos”
do art. 457, § 2º da CLT. Entretanto, a MP perdeu a sua eficácia por decurso de prazo.
Assim sendo, conforme previsto na CLT, o abono não integra a remuneração do emprega-
do, não se incorpora ao contrato de trabalho e não constitui base de incidência de qualquer
encargo trabalhista e previdenciário.
Em relação aos prêmios, não há controvérsias, pois, conforme determina o art. 457, § 4º
da CLT, consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de
bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de
desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.
Tais valores não são considerados parcelas integrantes do salário de contribuição.
Portanto, conforme determina o art. 214, § 9º, “n” do RPS (art. 28, § 9º, “z” da Lei n.
8.212/1991), em consonância com a redação do art. 457, § 2º da CLT, prêmios e abonos são
considerados parcelas não integrantes do salário de contribuição.
VI – a parcela recebida a título de vale-transporte, ainda que paga em dinheiro, na forma da legis-
lação própria;

O vale-transporte é uma conquista social do trabalhador, devendo, portanto, ser paga em


conformidade com a Lei n. 7.418/1985.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Constitui benefício que o empregador antecipa ao trabalhador para utilização efetiva em


despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa. Trata-se de uma obrigação do
empregador, salvo se este proporcionar, por meios próprios ou contratados, o transporte do
empregado.
A Lei n. 7.418/1985 dispõe que o empregador participa dos gastos de deslocamento do
trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% de seu salário básico,
ou seja, o valor máximo de VT a ser descontado do empregado é de 6% do salário, ficando a
diferença a cargo do empregador.

EXEMPLO
Imagine o empregado de determinada empresa que recebe de salário base o valor de R$ 1.500,00,
necessitando de R$ 300,00 a título de vale-transporte para custear o seu descolamento resi-
dência-trabalho e vice-versa.
Assim, a participação do empregado no custeio do vale-transporte será de R$ 90,00 (6% x RS
1.500,00), cabendo a empresa custear a parcela excedente, ou seja, o valor de R$ 210,00.

Dessa forma, caso o vale-transporte seja concedido em conformidade com a lei, será
considerado parcela não integrante do salário de contribuição.
O Decreto n. 95.247/1987 (revogado pelo Decreto n. 10.854/2021), o qual regulamentava
a Lei n. 7.418/1985, vedava a concessão do vale-transporte em pecúnia (dinheiro). Portanto,
caso o valor do vale-transporte fosse concedido em dinheiro, seria considerado parcela inte-
grante do salário de contribuição.

Entretanto, os mais recentes entendimentos jurisprudenciais vêm no sentido de que, mesmo


que a concessão seja em pecúnia, a parcela não será considerada salário de contribuição, tendo
em vista o seu caráter indenizatório.

Com base nesses entendimentos jurisprudenciais, foi publicado no Diário Oficial da União o
Ato Declaratório da PGFN n. 04/2016, o qual declara que, reiterando a autorização de dispensa
de impugnação judicial decorrente da Súmula AGU n. 60/2011, fica autorizada a dispensa de
apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos,
desde que inexista outro fundamento relevante nas ações fundadas no entendimento de que
não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale-transporte pago em pecúnia,
considerando o caráter indenizatório da verba.
Nos termos do art. 19-A da Lei n. 10.522/2002, os Auditores-Fiscais da Secretaria Especial
da Receita Federal do Brasil não constituirão os créditos tributários relativos aos temas de-
cididos pelo STF, em matéria constitucional, ou pelo STJ, pelo TST, pelo TSE ou pela TNU, no
âmbito de suas competências, quando for definido em sede de repercussão geral ou recurso

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

repetitivo, desde que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) tenha se manifestado


sobre a matéria.
Portanto, a partir do citado ato declaratório da PGFN, o vale-transporte, ainda que pago
em pecúnia, é considerado parcela não integrante do salário de contribuição.
Tal entendimento atualmente já está devidamente positivado, com base no dispositivo
ora estudado.

Vale-transporte Seguir os termos da lei

Pagamento em pecúnia Parcela não integrante do SC

VII – a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança


de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da Consolidação das Leis do Trabalho;;

A ajuda de custo, em parcela única, recebida em decorrência de mudança do local de


trabalho não é considerada parcela integrante do salário de contribuição.
Atente para o fato da necessidade da sua concessão em parcela única. Caso a ajuda de
custo seja paga em mais de uma parcela, será considerada parcela integrante do salário de
contribuição.

Entretanto, apesar de a lei e o RPS determinarem a necessidade de que a ajuda de custo rece-
bida em decorrência de mudança do local de trabalho seja paga em parcela única para não ser
considerada parcela integrante do salário de contribuição, atualmente, a ajuda de custo, ainda
que paga de forma habitual, será considerada parcela não integrante do salário de contribuição.
Portanto, o citado dispositivo apenas é aplicado até 10/11/2017. Tal informação é ratificada
pelo art. 34, § 2º, I da IN RFB n. 2.110/2022.

IX – a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando


paga nos termos do disposto na Lei n. 11.788, de 2008;

A lei que regulamenta o estágio é a lei n. 11.788/2008, que, entre outras exigências, de-
termina a necessidade de celebração termo de compromisso com a instituição de ensino e
o educando, ou a necessidade de se contratar em favor do estagiário seguro contra aciden-
tes pessoais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

EXEMPLO
Imagine uma empresa contratando um estagiário sem celebrar o termo de compromisso ou
sem contratar um seguro de acidentes pessoais a favor do estagiário.
Nessa situação, estará contratando em desconformidade com a lei, fazendo com que esse
estagiário seja enquadrado como segurado obrigatório do RGPS na qualidade de segurado
empregado.
Nessa situação, a bolsa de complementação educacional de estagiário é considerada parcela
integrante do salário de contribuição.

Entretanto, o estagiário pode ser contratado em conformidade com a lei.


Nessa situação, o estagiário, caso queira, poderá contribuir para o RGPS como segurado
facultativo, não sendo o valor recebido a título de bolsa de complementação educacional de
estagiário considerado parcela integrante do salário de contribuição.

Segurado facultativo

Conformidade com a
lei
Bolsa – não é considerada
remuneração

Estagiário

Segurado empregado

Desconformidade
com a lei

Bolsa – é considerada remuneração

X – a participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada


de acordo com lei específica;

A participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa é uma conquista social


que, assim como a alimentação e o vale-transporte, deve ser paga ou creditada de acordo
com a lei específica. A lei que regulamenta essa conquista social é a Lei n. 10.101/2000.

Para a concessão da participação nos lucros ou resultados, a empresa, necessariamente,


deverá ter lucro?

Não, tendo em vista que a concessão poderá ser feita com base nos resultados da em-
presa. Resultados são metas a serem atingidas.
Dessa forma, a Lei n. 10.101/2000 estipula as regras para a concessão da participação
nos lucros ou resultados.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 27 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

A primeira regra estipulada na Lei n. 10.101/2000 é a de que a participação nos lucros ou


resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados.
Tal acordo poderá ser feito por uma comissão paritária escolhida pelas partes, integrada,
também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria, ou por meio
de convenção ou acordo coletivo.
Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas
quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive
mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, perio-
dicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser
considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições:
• Índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa;
• Programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente.
Por fim, a Lei n. 10.101/2000 determina que é vedado o pagamento de qualquer antecipa-
ção ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa
em mais de 2 vezes no mesmo ano civil e em periodicidade inferior a 1 trimestre civil.
Recentemente, a Lei n. 10.101/2000 foi alterada pela Lei n. 14.020/2020. Tal alteração
se refere ao pagamento da participação nos lucros ou resultados com inobservância da
mencionada regra da periodicidade, invalidando exclusivamente os pagamentos feitos em
desacordo com a norma.
Assim sendo, alterando o entendimento pretérito, que determinava que o pagamento em
desconformidade com a Lei n. 10.101/2000 determinava a incidência da contribuição previ-
denciária sobre a totalidade paga da PLR, atualmente, a inobservância à regra da periodicidade
invalida exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo com a norma, assim entendidos:
• Os pagamentos excedentes ao segundo, feitos a um mesmo empregado, no mesmo ano
civil; e
• Os pagamentos efetuados a um mesmo empregado, em periodicidade inferior a 1 trimestre
civil do pagamento anterior.

Negociação entre empresa e


empregados

Regras claras e objetivas


Participação nos para sua concessão
Lucros ou Seguir os termos da
Resultados da lei
empresa

Pagamento em, no máximo,


2 parcelas anuais e em
periodicidade não inferior a
1 trimestre civil

XI – o abono do Programa de Integração Social/Programa de Assistência ao Servidor Público;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 28 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Apenas literalidade.

XII – os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa


ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro
de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas
de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego;

Nesse inciso, cabe apenas ressaltar o exemplo que está sendo dado em relação a valores
pagos para o trabalho (necessários para a execução do trabalho) e não pelo trabalho (para
a satisfação do segurado).

EXEMPLO
Imagine trabalhadores que trabalhem em plataformas de petróleo. Tal atividade exige transporte,
alimentação e habitação fornecidos pela empresa. Esses valores, tendo em vista serem para o
trabalho, não são considerados parcelas integrantes do salário de contribuição.

XIII – a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença


desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;

O auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) é um benefício previdenciá-


rio concedido quando o segurado é acometido de uma incapacidade temporária para o seu
trabalho em período superior a 15 dias consecutivos.
O auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) é calculado com base no
salário de benefício, que consiste na média aritmética simples dos salários de contribuição
correspondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde
o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Entretanto, o valor do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) não é
o resultado dessa média, mas sim o resultado da aplicação do coeficiente de 91% sobre o
valor decorrente dessa média.

EXEMPLO
Imagine, portanto, um segurado que durante toda a sua vida recebeu um valor equivalente a
R$ 2.000,00.
Calculando o seu salário de benefício, encontraremos o valor de R$ 2.000,00. Entretanto, o valor
do benefício será 91% x R$ 2.000,00, ou seja, R$ 1.820,00.
Perceba que o segurado, exercendo a sua atividade, recebe da empresa o valor de R$ 2.000,00.
Entretanto, se passar a receber o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença),
receberá o valor de R$ 1.820,00. Ou seja, o segurado acaba tendo uma perda.
Para que isso não ocorra, a empresa pode conceder a seus empregados a complementação
do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), que consiste na diferença da

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 29 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

remuneração auferida na empresa e o valor do auxílio por incapacidade temporária (antigo


auxílio-doença), que, no caso prático, seria de R$ 180,00.

Se a complementação do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) for


extensiva a todos, não será considerada parcela integrante do salário de contribuição.
Em contrapartida, se a complementação não for extensiva a todos, o valor será conside-
rado parcela integrante do salário de contribuição.

XIV – as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira de que trata


o art. 36 da Lei n. 4.870, de 1º de dezembro de 1965;

Apenas literalidade.

XV – o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de
previdência complementar privada, aberta ou fechada, desde que disponível à totalidade de seus
empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da Consolidação das Leis
do Trabalho;

A empresa, caso queira, pode contratar plano de benefícios de caráter previdenciário


administrado por uma entidade de previdência complementar, seja ela aberta ou fechada.
Assim, na condição de patrocinador, a empresa irá verter valores que serão depositados
na conta individual do participante do plano de previdência complementar (empregado da
empresa), além do valor que, normalmente, também é custeado pelo próprio participante.
O valor das contribuições efetivamente pago pela empresa relativo a programa de previ-
dência complementar não é parcela integrante do salário de contribuição, desde que esse
benefício seja extensivo a todos.
Caso o benefício não seja extensivo a todos, será considerado parcela integrante do
salário de contribuição.

XVI – o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não,
inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses,
órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes
modalidades de planos e coberturas;

Mais uma recente alteração na legislação previdenciária, a qual foi implementada por meio
da Lei n. 13.467/2017, dando nova redação ao art. 28, § 9º, “q” da Lei n. 8.212/1991, estudada
no presente dispositivo do RPS.
Antes da citada alteração, o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou
odontológico, próprio da empresa ou com ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas
com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras
similares era considerado parcela não integrante do salário de contribuição, desde que esse
benefício fosse extensivo a todos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 30 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Portanto, tal concessão não poderia ser fornecida em razão de cargo ou função.

EXEMPLO
Imagine, portanto, uma empresa que concedia um plano que dava acesso apenas a enfermaria
para o pessoal que trabalhava diretamente na linha de produção. Além desse plano, concedia
plano que dava direito a quarto privativo para o pessoal da supervisão. Concedia, ainda, plano
que dava acesso a uma rede diferenciada (melhores hospitais) para o pessoal que exercia a
função de gerência. Por fim, concedia plano que dava acesso a atendimento em rede interna-
cional para os diretores.
Dessa forma, a empresa não estava tendo um tratamento equânime (igualitário) entre seus
empregados, fornecendo o plano de saúde em razão de cargo ou função.
Portanto, o benefício concedido era considerado parcela integrante do salário de contribuição.

Atualmente, isso não ocorre mais. Com a recente alteração na redação do art. 28, § 9º, “q”
da Lei n. 8.212/1991 (art. 214, § 9º, XVI do RPS), não há mais a necessidade que a cobertura
abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa.
Ademais, conforme preceitua o art. 458, § 5º da CLT, o valor relativo à assistência prestada
por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com
medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospi-
talares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos
e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de
contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9º do art. 28 da Lei n. 8.212/1991.

XVII – o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao em-


pregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;

Nesse inciso, cabe apenas ressaltar o exemplo que está sendo dado em relação a valores
pagos para o trabalho (necessários para a execução do trabalho) e não pelo trabalho (para
a satisfação do segurado).
Tem-se, como exemplo, os EPIs (protetores auriculares para atenuar a exposição ao agen-
te nocivo ruído, ou capacetes e botas na construção civil), além de uniformes necessários a
execução do serviço.
Esses valores, tendo em vista serem para o trabalho, não são considerados parcelas in-
tegrantes do salário de contribuição.

XVIII – o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado, quando devidamente


comprovadas;

Despesa pelo uso de veículo próprio é parcela ressarcitória, desde que as despesas sejam
devidamente comprovadas. Nessa situação, as despesas serão consideradas parcelas não
integrantes do salário de contribuição.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 31 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Já, caso as despesas não sejam comprovadas serão consideradas parcelas integrantes
do salário de contribuição.

Parcela não integrante do


Quando comprovadas
SC
Despesas pelo
uso de veículo
próprio

Quando não comprovadas Parcela integrante do SC

XIX – o valor relativo a plano educacional ou bolsa de estudo que vise à educação básica de em-
pregados e de seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa,
à educação profissional e tecnológica de empregados, nos termos do disposto na Lei n. 9.394, de
20 de dezembro de 1996, observados os seguintes requisitos:
a) o valor não ser utilizado em substituição de parcela salarial; e
b) o valor mensal do plano educacional ou da bolsa de estudo, considerado individualmente, não
ultrapassar cinco por cento do valor da remuneração do segurado a que se destina ou o valor
correspondente a cento e cinquenta por cento do valor do limite mínimo mensal do salário de
contribuição, o que for maior;

O art. 28, § 9º, “t” da Lei n. 8.212/1991 (art. 214, § 9º, XIX do RPS) teve a sua redação
alterada pela Lei n. 12.513/2011.
Com base na nova redação, o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que
vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às ativi-
dades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados,
nos termos da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e:
• não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e
• o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, não
ultrapasse 5% da remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente
a 150% do valor do limite mínimo mensal do salário de contribuição, o que for maior.

EXEMPLO
Imagine um empregado que receba da empresa o valor de R$ 10.000,00, sendo escolhido para
participar de um curso de pós-graduação, totalmente custeado pela empresa, cuja mensalidade
é no valor de R$ 1.500,00.
Para saber se o valor gasto pela empresa não sofrerá a incidência da contribuição previdenciária,
inicialmente, há que se analisar se o valor não está sendo utilizado em substituição de parcela
salarial (valor do curso muito substancial, quando se compara com o valor da remuneração do
segurado). No caso em comento, não há tal substituição.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 32 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Além disso, há que se analisar o respeito ao limite do valor mensal a ser gasto pela empresa.
O primeiro limite é o valor de 5% da remuneração do segurado, que, no caso em comento, será
de R$ 500,00 (5% x R$ 10.000,00). Tal valor foi ultrapassado. O segundo limite será de 150%
do valor mínimo mensal do salário de contribuição. Imaginando que não haja piso salarial da
categoria, o limite mínimo será o valor do salário mínimo. Como, atualmente, o valor é de R$
1.320,00, 150% desse valor equivale ao valor de R$ 1.980,00. Tal valor não foi ultrapassado.
Dessa forma, o valor gasto pela empresa para custear o curso de pós-graduação, como não foi
utilizado em substituição de parcela salarial e respeita o limite imposto pela legislação previ-
denciária, será considerado parcela não integrante do salário de contribuição, não sofrendo a
incidência da contribuição previdenciária.

Vinculada às atividades
normais da empresa

Não seja utilizado em


substituição de parcela
Não é parcela
salarial
Plano educacional integrante do SC,
desde que

Valor mensal, não ultrapasse


5% da remuneração do
segurado ou 150% do valor do
limite mínimo mensal do SC, o
que for maior

XXI – os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;

Apenas literalidade.

XXII – o valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das parcelas
constantes do instrumento de rescisão do contrato de trabalho, conforme previsto no § 8º do art.
477 da Consolidação das Leis do Trabalho.

As parcelas constantes do instrumento de rescisão do contrato de trabalho devem ser


pagas até o 1º dia útil imediato ao término do contrato; ou até o 10º dia, contado da data
da notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou
dispensa de seu cumprimento.
Quando as parcelas não são pagas nesses prazos, incide uma multa a favor do empregado.
Tal multa é considerada uma indenização. Portanto, é parcela não integrante do salário
de contribuição.

XXIII – o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite
máximo de seis anos de idade da criança, quando devidamente comprovadas as despesas;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 33 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

O reembolso creche deve observar certas regras: limite de idade máximo de 6 anos da
criança e despesas devidamente comprovadas.

Limite de idade: 6 anos da criança


Reembolso
creche
Despesas devidamente comprovadas

Uma vez observadas tais regras, o reembolso creche não é parcela integrante do salário
de contribuição.
Tal entendimento é consolidado na jurisprudência, nos termos do enunciado da súmula
310 do STJ, in verbis:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 310 do STJ – “O auxílio-creche não integra o salário de contribuição.”

XXIV – o reembolso babá, limitado ao menor salário de contribuição mensal e condicionado à com-
provação do registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social da empregada, do pagamento
da remuneração e do recolhimento da contribuição previdenciária, pago em conformidade com a
legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança; e

Perceba que o reembolso babá possui limite de valor (menor salário de contribuição
mensal), comprovação de registro na CTPS da empregada doméstico, pagamento da remu-
neração e do recolhimento da contribuição previdenciária e o limite máximo de 6 anos de
idade da criança.

Limite de valor: menor SC mensal

Comprovação do Registro da doméstica na CTPS

Reembolso babá

Comprovação do recolhimento da contribuição previdenciária

Limite de idade: 6 anos da criança

Uma vez observadas tais regras, o reembolso babá não é parcela integrante do salário
de contribuição.
XXV – o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro
de vida em grupo, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e disponível
à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da
Consolidação das Leis do Trabalho.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 34 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

O prêmio de seguro de vida é o pagamento feito de forma mensal, semestral ou anualmente


para manter uma apólice ativa.
Tal prêmio pago pela empresa pelo seguro de vida em grupo é considerado parcela não
integrante do salário de contribuição, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva
de trabalho e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes.
y) o valor correspondente ao vale-cultura.

O vale-cultura é um benefício criado pela Lei n. 12.761/2012, destinado a fornecer aos


trabalhadores meios para o exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura.
Assim, será disponibilizado aos usuários das empresas beneficiárias, que são as pessoas
jurídicas optantes pelo Programa de Cultura do Trabalhador e autorizadas a distribuir o vale-
-cultura a seus trabalhadores com vínculo empregatício.
Até o exercício de 2017, ano-calendário de 2016, o valor despendido a título de aquisição
do vale-cultura pôde ser deduzido do imposto sobre a renda devido pela pessoa jurídica be-
neficiária tributada com base no lucro real.
Ademais, conforme preceitua o art. 214, § 9º, XXVI do RPS, o valor correspondente ao
vale-cultura é parcela não integrante do salário de contribuição.
Além de todas as parcelas não integrantes do salário de contribuição estudadas com base
no RPS, há ainda a parcela não integrante do salário de contribuição, a qual está prevista no
art. 28, § 9º, “aa” da Lei n. 8.212/1991, que assim determina:
aa) os valores recebidos a título de bolsa-atleta, em conformidade com a Lei n. 10.891, de 9 de
julho de 2004.

Conforme determina a Lei n. 10.891/2004, a Bolsa-Atleta é um valor concedido priorita-


riamente aos atletas de alto rendimento das modalidades olímpicas e paralímpicas filiadas,
respectivamente, ao Comitê Olímpico Brasileiro – COB ou ao Comitê Paralímpico Brasileiro
– CPB e, subsidiariamente, aos atletas das modalidades que não fazem parte do programa
olímpico ou paralímpico.
Tais valores, conforme preceitua o art. 28, § 9º, “aa” da Lei n. 8.212/1991, são considera-
dos parcelas não integrantes do salário de contribuição.

004. (CESPE/DPU/2016/ANALISTA-TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Segundo a legislação


vigente, deve haver incidência de contribuição previdenciária sobre importância recebida a
título de incentivo a demissão voluntária e abono de férias.

Tanto o incentivo à demissão quanto o abono de férias (período das férias que pode ser conver-
tido em pecúnia) são parcelas indenizatórias. Portanto, não sofrem a incidência da contribuição
previdenciária.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 35 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Observações Finais
Por fim, duas observações são necessárias.
A primeira se refere aos valores recebidos pelo ministro de confissão religiosa, membros
de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister
religioso ou para sua subsistência.

Tais valores são considerados remuneração?

Não, desde que fornecidos em condições que independam da natureza e da quantidade


do trabalho executado.
ntretanto, caso os valores recebidos dependam da natureza e da quantidade do trabalho
executado, serão considerados remuneração.

Independam da natureza e
Parcela não integrante
da quantidade do trabalho
do SC
executado
Valores Recebidos
pelo Ministro de
Confissão Religiosa
Dependam da natureza e da
Parcela integrante do
quantidade do trabalho
SC
executado

Por meio Lei n. 13.137/2015, foi dada uma interpretação acerca do explicado acima, tendo
o legislador determinado, no art. 21, § 14 da Lei n. 8.212/1991, que os critérios informadores
dos valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional aos
ministros de confissão religiosa, membros de vida consagrada, de congregação ou de ordem
religiosa não são taxativos e sim exemplificativos e que os valores despendidos, ainda que
pagos de forma e montante diferenciados, em pecúnia ou a título de ajuda de custo de mo-
radia, transporte, formação educacional, vinculados exclusivamente à atividade religiosa
não configuram remuneração direta ou indireta.
A segunda se refere a uma aposentadoria precedida de auxílio-acidente. Para entender
tal caso, há que se fazer uma breve explicação em relação ao auxílio-acidente.
O auxílio-acidente é uma indenização concedida pela previdência social aos segurados
empregados, empregados domésticos, trabalhadores avulsos e segurados especiais em razão
de um acidente de qualquer natureza, o qual resulta em uma sequela definitiva que implique
na redução da capacidade laborativa do segurado.
O início da concessão do auxílio-acidente é o dia seguinte à cessação do auxílio por incapa-
cidade temporária (antigo auxílio-doença). Portanto, antes do recebimento do auxílio-acidente,
o segurado ficará em gozo do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença),

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 36 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

para fins de acompanhamento da consolidação das sequelas e a consequente redução da


capacidade laborativa.
Acompanhado por perícias, em uma delas, o segurado é liberado para retornar à atividade.
Entretanto, tendo em vista a sequela definitiva cumulada com a redução da capacidade labo-
rativa, o segurado será indenizado pelo INSS, recebendo, por consequência, o auxílio-acidente.
Perceba que o segurado retornou à atividade, ou seja, voltou a auferir remuneração, e ainda
recebe ao mesmo tempo o auxílio-acidente do INSS.
Assim, conclui-se que o auxílio-acidente não visa substituir a remuneração do segurado,
mesmo porque ele volta a trabalhar. O intuito é apenas complementar a remuneração do segu-
rado, tendo em vista a sequela definitiva cumulada com a redução da capacidade laborativa.
Portanto, o auxílio-acidente pode ser inferior a 1 salário mínimo.
Visualiza-se o explicado por meio de um esquema ilustrativo.

A pergunta que tenho é a seguinte: e quando o segurado se aposentar? Poderá ele cumular
o auxílio-acidente com o valor da aposentadoria, professor?

Não, uma vez que o auxílio-acidente entra no cálculo da aposentadoria “como se fosse”
salário de contribuição.

O auxílio-acidente
Aposentadoria precedida entra no cálculo
de auxílio-acidente "como se fosse"
salário de contribuição

Perceba que o auxílio-acidente não é salário de contribuição, pois só existe um benefício


previdenciário que é parcela integrante do salário de contribuição que é o salário-maternida-
de. Todos os demais são considerados parcelas não integrantes do salário de contribuição.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 37 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Apenas para se calcular a aposentadoria precedida de auxílio-acidente é que o benefício


entra no cálculo “como se fosse” salário de contribuição.
Portanto, o auxílio-acidente nunca poderá ser cumulado com aposentadoria, salvo direito
adquirido, pois ele já entrou no cálculo da aposentadoria.
Chegamos ao fim da parte teórica da nossa Aula 04. Faça com atenção os exercícios
propostos, pois são uma ferramenta valiosa para a fixação do conteúdo. Bons estudos e até
a nossa próxima aula.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 38 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

RESUMO
• Entende-se por salário de contribuição:
− i) Para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais
empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados
a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja
a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos
termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho
ou sentença normativa;
− ii) Para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira Profissional
e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observados os limites mínimo e
máximo;
− iii) Para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas
ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observados os
limites mínimo e máximo;
− iv) Para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observados os limites mí-
nimo e máximo.
• Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no cur-
so do mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho
efetivo, na forma estabelecida em regulamento.
• Para os segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, o limite
mínimo do salário de contribuição corresponde ao piso salarial legal ou normativo da
categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou
horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.
• Já o limite mínimo do salário de contribuição para os segurados contribuinte individual
e facultativo corresponde ao salário mínimo.
• O limite máximo do salário de contribuição é o mesmo para todos os segurados, sendo estipulado
por meio de uma Portaria Interministerial do Ministério da Previdência Social e do Ministério da
Fazenda. Atualmente, o limite máximo do salário de contribuição é de R$ 7.507,49.
• Constituem parcelas integrantes do salário de contribuição elencadas na legislação previ-
denciária: i) Salário-maternidade; ii) Férias e o respectivo adicional constitucional; iii) Grati-
ficação natalina – décimo terceiro salário –, exceto para o cálculo do salário de benefício.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 39 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Salário-maternidade

Parcelas
Integrantes Férias, inclusive o adicional de férias
do SC

13º salário, salvo para o cálculo do salario de benefício

• As parcelas não integrantes estão elencadas no art. 28, § 9º da Lei n. 8.212/1991 e no


art. 214, § 9º do RPS.
• Constituem parcelas não integrantes do salário de contribuição elencadas na legislação
previdenciária:
• i) Benefícios previdenciários, exceto o salário-maternidade;
• ii) Parcelas indenizatórias;
• iii) Parcelas ressarcitórias, quando devidamente comprovadas;
• iv) Conquistas sociais, quando pagas em conformidade com a lei;
• v) Outras conquistas, quando extensivas a todos.
• As parcelas não integrantes do salário de contribuição, de forma resumida, podem ser
divididas em:

Benefícios previdenciários, salvo o salário-maternidade

Parcelas indenizatórias

Parcelas Não
Parcelas ressarcitórias, quando devidamente
Integrantes do
comprovadas
SC

Conquistas sociais, quando pagas em conformidade


com a lei

Outras conquistas, quando extensivas a todos

• O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário de contribuição, para fins de cálculo


do salário de benefício de qualquer aposentadoria.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 40 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Salário de contribuição
é o valor que serve de base de incidência das alíquotas das contribuições previdenciárias dos
segurados, à exceção do segurado especial.

002. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/2018/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) Roberto é em-


pregado da empresa XYZ ME há trinta anos e pretende requerer ao INSS, em 1º/10/2018, a
concessão de aposentadoria por tempo de contribuição.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
O salário de contribuição de Roberto corresponde ao valor de sua remuneração, respeitados os
limites mínimo e máximo desse salário.

003. (CESPE/STJ/2018/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Acerca do custeio da


seguridade social, julgue o próximo item.
O salário de contribuição de segurado empregado deverá corresponder à integralidade de uma
remuneração auferida durante o mês de trabalho.

004. (CESPE/INSS/2016/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL) A contribuição do segurado em-


pregado e a do trabalhador doméstico recaem sobre o valor dos seus salários de contribuição,
até um teto máximo fixado por lei.

005. (CESPE/TC-DF/2014/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) No que se refere ao Regime


Geral de Previdência Social (RGPS), julgue os itens seguintes.
Para o empregado doméstico, considera-se salário de contribuição a remuneração registrada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as disposições normativas pertinentes.

006. (CESPE/INSS/2016/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Zilda mantem vínculo empregatício


com a empresa Y e com a empresa Z, das quais recebe remuneração mensal equivalente a
dois e três salários mínimos, respectivamente. Nessa situação, a contribuição previdenciária
de Zilda deverá incidir sobre os valores recebidos de ambos os empregos.

007. (CESPE/DETRAN-ES/2010/ADVOGADO) O salário de contribuição é um instituto de di-


reito previdenciário inaplicável ao segurado facultativo que não exerce atividade remunerada.

008. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Em regra, o limite mí-


nimo do salário de contribuição corresponde, para os segurados facultativos, ao piso salarial
legal ou normativo da categoria.

009. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) O limite máximo do


salário de contribuição será atualizado sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios
previdenciários.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 41 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

010. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – GEX GUARULHOS)


Os valores do salário de contribuição e dos benefícios de prestação continuada da previdência
social são reajustados na mesma época e nos mesmos índices.
011. (CESPE/CEBRASPE/PGE-CE/2021/PROCURADOR DO ESTADO) O salário de contribui-
ção no regime geral de previdência social
a) corresponde sempre ao valor final do benefício, calculado conforme suas respectivas regras
legais de apuração.
b) é indiferente para a apuração e para o cálculo do salário de benefício.
c) tem sempre um limite máximo, sendo este entendido como o teto do valor suscetível à apli-
cação da alíquota previdenciária.
d) representa exatamente o mesmo valor da contribuição social vertida para o sistema
previdenciário.
012. (CESPE/INSS/2016/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Gustavo inscreveu-se na previdência
social na condição de segurado facultativo. Nessa situação, o salário de contribuição de Gus-
tavo deverá variar entre um salário mínimo e o teto máximo fixado em portaria interministerial.
013. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/2013/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) Carlos advogava
para diversas empresas na justiça do trabalho, sem manter vínculo de emprego, auferindo
valores fixos mensais de cada uma delas. Nessa situação, o salário-de- contribuição de
Carlos corresponde à soma de todas as remunerações percebidas, independentemente de
qualquer limite.
014. (CESPE/IPAJM/2006/ADVOGADO) Antônio trabalha como frentista em posto de gaso-
lina recebendo remuneração equivalente ao piso salarial de sua categoria profissional, que
corresponde ao salário-mínimo, acrescido de salário in natura (moradia), totalizando o valor
de R$ 475,00. Nessa situação, o valor do salário de contribuição de Antônio corresponde ao
salário-mínimo e não ao piso salarial da categoria profissional.
015. (CESPE/CEBRASPE/PGE-RJ/2022/ANALISTA PROCESSUAL) Os valores devidos pelo
empregador a título de pagamento de férias e horas extras aos seus empregados são consi-
derados salários de contribuição.
016. (CESPE/CEBRASPE/DPE-PI/2022/DEFENSOR PÚBLICO) Integra o salário de contribui-
ção no regime geral de previdência social
a) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da em-
presa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos,
aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares.
b) a importância recebida a título de incentivo à demissão.
c) a parcela recebida a título de vale-transporte, ainda que paga em dinheiro, na forma da legis-
lação própria.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 42 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

d) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença,


desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa.
e) a gratificação natalina (décimo terceiro salário).
017. (CESPE/CEBRASPE/MPCM-PA/2022/SUBPROCURADOR DE CONTAS) Reginaldo foi
contratado como empregado da empresa Ferreira & Filhos Ltda., onde exerceu a função de
diretor de Recursos Humanos por quatro anos. No último dia, 20/12/2021, a empresa res-
cindiu o contrato de trabalho de Reginaldo, quando então lhe pagou as seguintes parcelas
rescisórias: saldo de salário (20 dias); gratificação natalina (13º salário); férias proporcionais
indenizadas e respectivo adicional constitucional; indenização de 40% do FGTS; e multa em
decorrência da mora no pagamento das parcelas rescisórias.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta acerca da incidência ou não
de recolhimento da contribuição previdenciária a título de salário de contribuição do empregado
sobre as parcelas pagas a Reginaldo.
a) Haverá contribuição até o limite máximo do salário de contribuição apenas sobre o saldo de
salário (20 dias) e gratificação natalina (13º salário), pois são as únicas consideradas salário
de contribuição.
b) Haverá contribuição até o limite máximo do salário de contribuição apenas sobre a gratificação
natalina (13º salário), as férias proporcionais indenizadas e respectivo adicional constitucional,
e a indenização de 40% do FGTS, pois são as únicas consideradas salário de contribuição.
c) Não haverá contribuição sobre nenhuma das parcelas rescisórias, pois elas não são consi-
deradas salário de contribuição.
d) Haverá contribuição até o limite máximo do salário de contribuição apenas sobre a gratificação
natalina (13º salário), as férias proporcionais indenizadas e respectivo adicional constitucional,
e a multa em decorrência da mora no pagamento das parcelas rescisórias, pois são as únicas
consideradas salário de contribuição.
e) Haverá contribuição até o limite máximo do salário de contribuição sobre todas as parcelas
pagas a título de verbas rescisórias, pois são consideradas salário de contribuição.

018. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – GEX GUARULHOS)


A licença-prêmio indenizada integra o salário de contribuição, nos termos da legislação.

019. (CESPE/CEBRASPE/TC-DF/2021/PROCURADOR) O valor recebido pelo segurado em-


pregado a título de incentivo à demissão voluntária não fica sujeito à contribuição obrigatória
para o custeio do RGPS.

020. (CESPE/CEBRASPE/TC-DF/2021/CONSELHEIRO-SUBSTITUTO) Conforme entendi-


mento do Supremo Tribunal Federal, não é legítima a incidência de contribuição social, a
cargo do empregador, sobre os valores pagos ao empregado a título de terço constitucional
de férias gozadas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 43 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

021. (CESPE/CEBRASPE/EBSERH/2018/ANALISTA ADMINISTRATIVO – CONTABILIDADE)


Não integram a base de cálculo para fins de incidência de contribuições previdenciárias do
empregado as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional
constitucional, incluído o valor correspondente à dobra da remuneração de férias.
022. (CESPE/DPU/2016/ANALISTA-TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Segundo a legislação
vigente, deve haver incidência de contribuição previdenciária sobre importância recebida a
título de incentivo a demissão voluntária e abono de férias.
023. (CESPE/INSS/2016/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Bruna, empregada da empresa
Vargas & Vargas Cia. Ltda., entrou em gozo de licença-maternidade. Nessa situação, ha-
verá incidência da contribuição previdenciária sobre o valor recebido por Bruna a título de
salário-maternidade.
024. (CESPE/INSS/2016/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) O contrato de trabalho de Carlos,
empregado da empresa L & M Ltda., foi rescindido antes que ele pudesse usufruir de férias ven-
cidas. Nessa situação, haverá a incidência de contribuição previdenciária sobre a importância
paga a título de indenização das férias vencidas e sobre o respectivo adicional constitucional.
025. (CESPE/TC-DF/2014/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Não é considerado salário
de contribuição o salário-maternidade.
026. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/2013/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) De acordo com
as normas constitucionais e legais acerca do financiamento da seguridade social, julgue o
item seguinte.
Integram o salário de contribuição que equivale à remuneração auferida pelo empregado, as
parcelas referentes ao salário e às férias, ainda que indenizadas.
027. (CESPE/AGU/2013/PROCURADOR FEDERAL) As gorjetas não integram o salário de
contribuição do segurado empregado filiado ao RGPS, assim como também não o integra a
parcela recebida a título de vale-transporte.
028. (CESPE/PREVIC/2011/ANALISTA ADMINISTRATIVO – ÁREA ADMINISTRATIVA) Os
ganhos habituais do empregado, inclusive o valor pago, em dinheiro, a título de vale-trans-
porte, incorporam-se ao seu salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente
repercussão em benefícios.
029. (CESPE/CEF/2010/ADVOGADO) Considerando que o limite máximo do salário de con-
tribuição, a partir de 1º/1/2010, é de R$ 3.416,54, assinale a opção correta de acordo com a
legislação previdenciária de regência.
a) Se um trabalhador segurado tiver recebido, no mês de dezembro de 2009, o valor de R$
1.220,00 a título de décimo terceiro salário (gratificação natalina), então esse valor integrará o
salário de contribuição desse segurado, em seu valor bruto, sem compensação de eventuais
adiantamentos pagos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 44 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

b) Considere que Roberto seja titular de firma individual que atua na área de desenvolvimento
de websites corporativos e que, nessa condição, preste serviços a diversas pessoas jurídicas,
recebendo, por cada trabalho, o valor de R$ 1.500,00. Considere, ainda, que, no mês de janeiro
de 2010, Roberto tenha prestado serviços a 4 empresas e que tenha recebido à vista por tais
serviços. Nessa situação hipotética, será considerado salário de contribuição a totalidade dos
rendimentos auferidos por Roberto durante o mês de janeiro.
c) Se uma empregada doméstica que recebe R$ 600,00 de remuneração mensal faltar ao seu
trabalho, injustificadamente, por quatro dias durante determinado mês, apesar de o empregador
poder descontar os valores referentes às faltas injustificadas de sua remuneração, o valor do
salário de contribuição dessa empregada permanecerá inalterado.
d) A indenização compensatória, correspondente a 40% do montante depositado em sua con-
ta vinculada do FGTS, recebida por trabalhador demitido sem justa causa integra o salário de
contribuição desse trabalhador, observado o limite máximo legalmente previsto.
e) A parcela paga, anualmente, aos empregados de pessoa jurídica a título de participação nos
lucros e resultados da empresa integra o salário de contribuição dos empregados, se for paga
ou creditada em consonância com lei específica.
030. (CESPE/AGU/2009/ADVOGADO DA UNIÃO) Os planos de benefícios das entidades
fechadas podem, como regra geral, ser oferecidos a alguns ou a todos os empregados dos
patrocinadores e, em qualquer hipótese, o valor da contribuição efetivamente pago pelo pa-
trocinador, destinado ao programa de previdência complementar, não integrará o salário de
contribuição do empregado, para efeito de incidência de contribuição para a seguridade social.
031. (CESPE/INSS/2008/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL) Pedro trabalha em empresa que,
anualmente, paga a seus empregados participação nos lucros, de acordo com lei específica.
Em fevereiro de 2008, Pedro recebeu, por participação nos lucros de sua empresa referentes
ao ano que passou, o equivalente a 10% de sua remuneração no mês de dezembro de 2007,
incluindo 13º salário e férias. Nessa situação, o montante recebido a título de participação nos
lucros integrará a base de cálculo do salário de contribuição de Pedro, deduzidos os valores
referentes a 13º salário e férias.
032. (CESPE/INSS/2008/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Maria, segurada empregada da
previdência social, encontra-se afastada de suas atividades profissionais devido ao nascimen-
to de seu filho, mas recebe salário-maternidade. Nessa situação, apesar de ser um benefício
previdenciário, o salário-maternidade que Maria recebe é considerado salário de contribuição
para efeito de incidência.
033. (CESPE/INSS/2008/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Luís é vendedor em uma grande
empresa que comercializa eletrodomésticos. A título de incentivo, essa empresa oferece aos
empregados do setor de vendas um plano de previdência privada. Nessa situação, incide con-
tribuição previdenciária sobre os valores pagos, pela empresa, a título de contribuição para a
previdência privada, a Luís.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 45 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

034. (CESPE/INSS/2008/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Claudionor recebe da empresa


onde trabalha alguns valores a título de décimo terceiro salário. Nessa situação, os valores
recebidos por Claudionor não são considerados para efeito do cálculo do salário de benefício,
integrando-se apenas o cálculo do salário de contribuição.
035. (CESPE/INSS/2008/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) A empresa em que Maurício tra-
balha paga a ele, a cada mês, um valor referente à participação nos lucros, que é apurado
mensalmente. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre o valor recebido
mensalmente por Maurício a título de participação nos lucros.
036. (CESPE/IPAJM/2006/ADVOGADO) Pedro trabalhava para a pessoa jurídica Ômega,
desde janeiro de 2004, e nunca gozou férias. Em 10 de março de 2006, Pedro teve seu con-
trato individual de trabalho rescindido, tendo recebido, no ato da homologação da rescisão, o
valor correspondente à gratificação de férias e demais verbas trabalhistas. Nessa situação,
com base na ordenação normativa vigente, o valor das férias indenizadas e seu respectivo
adicional pagos a Pedro não integram o valor do salário de contribuição.
037. (CESPE/AGU/2004/ADVOGADO DA UNIÃO) Não integram o salário de contribuição os
benefícios pagos, na forma da lei, pelo RGPS, salvo o salário-maternidade.
Uma empresa celebrou acordo coletivo de trabalho em que foram estipuladas, entre outras, as
seguintes cláusulas: pagamento de participação nos lucros referente ao exercício de 2002, em
4 parcelas trimestrais, no valor correspondente a R$ 300,00 cada uma, por empregado; paga-
mento mensal de vale-refeição no valor de R$ 120,00 para cada empregado e complementação
do valor do auxílio-doença para os empregados expostos, efetivamente, a riscos ambientais no
ambiente do trabalho.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir, relacionados ao salário de
contribuição.
038. (CESPE/INSS/2003/AUDITOR-FISCAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL) O pagamento a título
de complementação do auxílio-doença não constitui fato gerador da obrigação previdenciária,
haja vista sua evidente natureza assistencial.
039. (CESPE/INSS/2003/AUDITOR-FISCAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL) A participação nos
lucros é garantia constitucional do trabalhador e, da forma como foi concedida, atende à le-
gislação específica, determinando a não-incidência da contribuição previdenciária sobre ela.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 46 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

GABARITO

1. C 14. E 27. E
2. C 15. C 28. E
3. E 16. e 29. a
4. C 17. a 30. E
5. C 18. E 31. E
6. C 19. C 32. C
7. E 20. E 33. C
8. E 21. C 34. C
9. C 22. E 35. C
10. C 23. C 36. C
11. d 24. E 37. C
12. C 25. E 38. E
13. E 26. E 39. E

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 47 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Salário de contribuição
é o valor que serve de base de incidência das alíquotas das contribuições previdenciárias dos
segurados, à exceção do segurado especial.

Salário de contribuição é a base de cálculo em relação à qual incidem as alíquotas de contribui-


ções previdenciárias dos segurados do RGPS, salvo o segurado especial, o qual contribui sobre
a receita bruta da comercialização da sua produção rural.
Certo.

002. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/2018/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) Roberto é em-


pregado da empresa XYZ ME há trinta anos e pretende requerer ao INSS, em 1º/10/2018, a
concessão de aposentadoria por tempo de contribuição.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
O salário de contribuição de Roberto corresponde ao valor de sua remuneração, respeitados os
limites mínimo e máximo desse salário.

O salário de contribuição para o segurado empregado é a remuneração auferida em uma ou


mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados
a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua for-
ma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo
à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ain-
da, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Tal base de cálculo
possui limites mínimo e máximo. Para o segurado empregado, o limite mínimo do salário de
contribuição corresponde ao piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este,
ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tem-
po de trabalho efetivo durante o mês. Já o limite máximo é estabelecido em Portaria, sendo,
atualmente, no valor de R$ 7.507,49.
Certo.

003. (CESPE/STJ/2018/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Acerca do custeio da


seguridade social, julgue o próximo item.
O salário de contribuição de segurado empregado deverá corresponder à integralidade de uma
remuneração auferida durante o mês de trabalho.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 48 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

O salário de contribuição para o segurado empregado é a remuneração auferida em uma ou mais


empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer
título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive
as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do
empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção
ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Tal base de cálculo possui limite máximo,
o qual, atualmente, está no valor de R$ 7.507,49. Portanto, ainda que o segurado empregado
venha a receber da empresa uma remuneração de R$ 10.000,00, a alíquota de contribuição irá
incidir apenas em relação ao limite máximo, ou seja, em relação ao valor de R$ 7.507,49.
Errado.

004. (CESPE/INSS/2016/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL) A contribuição do segurado em-


pregado e a do trabalhador doméstico recaem sobre o valor dos seus salários de contribuição,
até um teto máximo fixado por lei.

Perfeita a afirmativa! A alíquota de contribuição do segurado empregado, assim como do empre-


gado doméstico, incide sobre o valor dos seus salários de contribuição, devendo ser respeitado
o limite máximo, o qual, atualmente, está no valor de R$ 7.507,49.
Certo.

005. (CESPE/TC-DF/2014/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) No que se refere ao Regime


Geral de Previdência Social (RGPS), julgue os itens seguintes.
Para o empregado doméstico, considera-se salário de contribuição a remuneração registrada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as disposições normativas pertinentes.

Perfeita a afirmativa! O salário de contribuição para o empregado doméstico é a remuneração


registrada na Carteira Profissional e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observados
os limites mínimo e máximo.
Certo.

006. (CESPE/INSS/2016/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Zilda mantem vínculo empregatício


com a empresa Y e com a empresa Z, das quais recebe remuneração mensal equivalente a
dois e três salários mínimos, respectivamente. Nessa situação, a contribuição previdenciária
de Zilda deverá incidir sobre os valores recebidos de ambos os empregos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 49 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Entende-se por salário de contribuição do segurado empregado a remuneração auferida em uma


ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou credita-
dos a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua
forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à
disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda,
de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Assim sendo, Zilda irá
contribuir sobre os valores recebidos em ambos os empregos.
Certo.

007. (CESPE/DETRAN-ES/2010/ADVOGADO) O salário de contribuição é um instituto de di-


reito previdenciário inaplicável ao segurado facultativo que não exerce atividade remunerada.

O conceito de salário de contribuição para o segurado facultativo é o valor por ele declarado,
observados os limites mínimos e máximos.
Errado.

008. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Em regra, o limite mí-


nimo do salário de contribuição corresponde, para os segurados facultativos, ao piso salarial
legal ou normativo da categoria.

O limite mínimo do salário de contribuição corresponde, para os segurados contribuinte indivi-


dual e facultativo, ao salário-mínimo, tomado no seu valor mensal.
Errado.

009. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) O limite máximo do


salário de contribuição será atualizado sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios
previdenciários.

O valor do limite máximo do salário de contribuição será publicado mediante portaria (atual-
mente, portaria interministerial, publicada pelo Ministério da Previdência Social e Ministério da
Fazenda), sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios previdenciários.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 50 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

010. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – GEX GUARULHOS)


Os valores do salário de contribuição e dos benefícios de prestação continuada da previdência
social são reajustados na mesma época e nos mesmos índices.

Conforme determina o art. 20, § 1º da Lei n. 8.212/1991, os valores do salário de contribuição


serão reajustados, a partir da data de entrada em vigor desta Lei, na mesma época e com os
mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previ-
dência Social.
Certo.

011. (CESPE/CEBRASPE/PGE-CE/2021/PROCURADOR DO ESTADO) O salário de contribui-


ção no regime geral de previdência social
a) corresponde sempre ao valor final do benefício, calculado conforme suas respectivas regras
legais de apuração.
b) é indiferente para a apuração e para o cálculo do salário de benefício.
c) tem sempre um limite máximo, sendo este entendido como o teto do valor suscetível à apli-
cação da alíquota previdenciária.
d) representa exatamente o mesmo valor da contribuição social vertida para o sistema
previdenciário.

O salário de contribuição é a base de cálculo da contribuição dos segurados e do empregador


doméstico. Tal base de cálculo possui limite máximo que, atualmente, é de R$ 7.507,49. Nenhum
segurado ou empregador doméstico poderá verter contribuições além do limite mencionado.
Letra c.

012. (CESPE/INSS/2016/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Gustavo inscreveu-se na previdência


social na condição de segurado facultativo. Nessa situação, o salário de contribuição de Gus-
tavo deverá variar entre um salário mínimo e o teto máximo fixado em portaria interministerial.

O limite mínimo do salário de contribuição para o segurado facultativo é o valor do salário míni-
mo, enquanto que o limite máximo do salário de contribuição para o segurado facultativo, assim
como para os demais segurados, é fixado em Portaria, sendo, atualmente, o valor de R$ 7.507,49.
Certo.

013. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/2013/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) Carlos advogava


para diversas empresas na justiça do trabalho, sem manter vínculo de emprego, auferindo
valores fixos mensais de cada uma delas. Nessa situação, o salário-de- contribuição de

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 51 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Carlos corresponde à soma de todas as remunerações percebidas, independentemente de


qualquer limite.

O salário de contribuição para o contribuinte individual é a remuneração auferida em uma ou


mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observados
os limites mínimo e máximo. Portanto, há que ser observado o limite máximo do salário de
contribuição, o qual, atualmente, está no valor de R$ 7.507,49.
Errado.

014. (CESPE/IPAJM/2006/ADVOGADO) Antônio trabalha como frentista em posto de gaso-


lina recebendo remuneração equivalente ao piso salarial de sua categoria profissional, que
corresponde ao salário-mínimo, acrescido de salário in natura (moradia), totalizando o valor
de R$ 475,00. Nessa situação, o valor do salário de contribuição de Antônio corresponde ao
salário-mínimo e não ao piso salarial da categoria profissional.

Para os segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, o limite mínimo


do salário de contribuição corresponde ao piso salarial legal ou normativo da categoria ou,
inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme
o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. Portanto, existindo o piso salarial da
categoria profissional, este deverá ser devidamente respeitado!
Errado.

015. (CESPE/CEBRASPE/PGE-RJ/2022/ANALISTA PROCESSUAL) Os valores devidos pelo


empregador a título de pagamento de férias e horas extras aos seus empregados são consi-
derados salários de contribuição.

Férias gozadas e horas extraordinárias são parcelas integrantes do salário de contribuição,


sofrendo, por consequência, a incidência da contribuição previdenciária.
Certo.

016. (CESPE/CEBRASPE/DPE-PI/2022/DEFENSOR PÚBLICO) Integra o salário de contribui-


ção no regime geral de previdência social
a) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da em-
presa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos,
aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares.
b) a importância recebida a título de incentivo à demissão.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 52 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

c) a parcela recebida a título de vale-transporte, ainda que paga em dinheiro, na forma da legis-
lação própria.
d) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença,
desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa.
e) a gratificação natalina (décimo terceiro salário).

A gratificação natalina (13º salário) é parcela integrante do salário de contribuição, salvo para o
cálculo do salário de benefício. Todas as demais afirmativas elencam parcelas não integrantes
do salário de contribuição.
Letra e.

017. (CESPE/CEBRASPE/MPCM-PA/2022/SUBPROCURADOR DE CONTAS) Reginaldo foi


contratado como empregado da empresa Ferreira & Filhos Ltda., onde exerceu a função de
diretor de Recursos Humanos por quatro anos. No último dia, 20/12/2021, a empresa res-
cindiu o contrato de trabalho de Reginaldo, quando então lhe pagou as seguintes parcelas
rescisórias: saldo de salário (20 dias); gratificação natalina (13º salário); férias proporcionais
indenizadas e respectivo adicional constitucional; indenização de 40% do FGTS; e multa em
decorrência da mora no pagamento das parcelas rescisórias.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta acerca da incidência ou não
de recolhimento da contribuição previdenciária a título de salário de contribuição do empregado
sobre as parcelas pagas a Reginaldo.
a) Haverá contribuição até o limite máximo do salário de contribuição apenas sobre o saldo de
salário (20 dias) e gratificação natalina (13º salário), pois são as únicas consideradas salário
de contribuição.
b) Haverá contribuição até o limite máximo do salário de contribuição apenas sobre a gratificação
natalina (13º salário), as férias proporcionais indenizadas e respectivo adicional constitucional,
e a indenização de 40% do FGTS, pois são as únicas consideradas salário de contribuição.
c) Não haverá contribuição sobre nenhuma das parcelas rescisórias, pois elas não são consi-
deradas salário de contribuição.
d) Haverá contribuição até o limite máximo do salário de contribuição apenas sobre a gratificação
natalina (13º salário), as férias proporcionais indenizadas e respectivo adicional constitucional,
e a multa em decorrência da mora no pagamento das parcelas rescisórias, pois são as únicas
consideradas salário de contribuição.
e) Haverá contribuição até o limite máximo do salário de contribuição sobre todas as parcelas
pagas a título de verbas rescisórias, pois são consideradas salário de contribuição.

O salário de contribuição é a base de cálculo da contribuição dos segurados do RGPS. Tal base
de cálculo possui limite máximo que, atualmente, é de R$ 7.507,49. Apenas saldo de salários e

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 53 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

gratificação natalina (13º salário) são parcelas integrantes do salário de contribuição, sofrendo,
por consequência, a incidência da contribuição previdenciária, devendo ser respeitado o limite
máximo citado. Por fim, cabe mencionar que as demais parcelas mencionadas na questão não
sofrem a incidência da contribuição previdenciária, por terem a natureza indenizatória (férias
proporcionais indenizadas e respectivo adicional constitucional; indenização de 40% do FGTS;
e multa em decorrência da mora no pagamento das parcelas rescisórias).
Letra a.

018. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – GEX GUARULHOS)


A licença-prêmio indenizada integra o salário de contribuição, nos termos da legislação.

A licença-prêmio indenizada, por ter natureza indenizatória, é parcela não integrante do salário
de contribuição, não sofrendo, por consequência, a incidência da contribuição previdenciária.
Errado.

019. (CESPE/CEBRASPE/TC-DF/2021/PROCURADOR) O valor recebido pelo segurado em-


pregado a título de incentivo à demissão voluntária não fica sujeito à contribuição obrigatória
para o custeio do RGPS.

O incentivo à demissão é parcela de natureza indenizatória. Portanto, não sofre a incidência da


contribuição previdenciária.
Certo.

020. (CESPE/CEBRASPE/TC-DF/2021/CONSELHEIRO-SUBSTITUTO) Conforme entendi-


mento do Supremo Tribunal Federal, não é legítima a incidência de contribuição social, a
cargo do empregador, sobre os valores pagos ao empregado a título de terço constitucional
de férias gozadas.

Conforme entendimento do STF, é legítima a incidência de contribuição social, a cargo do empre-


gador, sobre os valores pagos ao empregado a título de terço constitucional de férias gozadas.
Errado.

021. (CESPE/CEBRASPE/EBSERH/2018/ANALISTA ADMINISTRATIVO – CONTABILIDADE)


Não integram a base de cálculo para fins de incidência de contribuições previdenciárias do
empregado as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional
constitucional, incluído o valor correspondente à dobra da remuneração de férias.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 54 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

As férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, incluído o valor correspondente à


dobra da remuneração de férias, por terem a natureza indenizatória, são parcelas não integran-
tes do salário de contribuição, não sofrendo, por consequência, a incidência da contribuição
previdenciária.
Certo.

022. (CESPE/DPU/2016/ANALISTA-TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Segundo a legislação


vigente, deve haver incidência de contribuição previdenciária sobre importância recebida a
título de incentivo a demissão voluntária e abono de férias.

Tanto o incentivo à demissão, quanto o abono de férias (período das férias que pode ser conver-
tido em pecúnia), são parcelas indenizatórias. Portanto, não sofrem a incidência da contribuição
previdenciária.
Errado.

023. (CESPE/INSS/2016/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Bruna, empregada da empresa


Vargas & Vargas Cia. Ltda., entrou em gozo de licença-maternidade. Nessa situação, ha-
verá incidência da contribuição previdenciária sobre o valor recebido por Bruna a título de
salário-maternidade.

O salário-maternidade é o único benefício previdenciário que sofre a incidência da contribui-


ção previdenciária, sendo, portanto, considerado parcela integrante do salário de contribuição.
Cumpre informar que, recentemente, o STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da
Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei 8.212/1991) que instituíam a cobrança da contribuição
previdenciária patronal sobre o salário-maternidade. A decisão, por maioria de votos, foi toma-
da no Recurso Extraordinário (RE) 576967, com repercussão geral reconhecida (Tema 72). A
tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “É inconstitucional a incidência de contribuição
previdenciária a cargo do empregador sobre o salário-maternidade”.
Certo.

024. (CESPE/INSS/2016/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) O contrato de trabalho de Carlos,


empregado da empresa L & M Ltda., foi rescindido antes que ele pudesse usufruir de férias ven-
cidas. Nessa situação, haverá a incidência de contribuição previdenciária sobre a importância
paga a título de indenização das férias vencidas e sobre o respectivo adicional constitucional.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 55 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

As férias indenizadas e o respectivo adicional constitucional, por terem a natureza indenizatória,


são consideradas parcelas não integrantes do salário de contribuição. Portanto, não sofrem a
incidência de contribuição previdenciária.
Errado.

025. (CESPE/TC-DF/2014/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Não é considerado salário


de contribuição o salário-maternidade.

Os benefícios previdenciários são parcelas não integrantes do salário de contribuição, salvo o


salário-maternidade. Portanto, o salário-maternidade é o único benefício previdenciário que sofre
a incidência de contribuição previdenciária, sendo considerado parcela integrante do salário de
contribuição. Cumpre informar que, recentemente, o STF declarou a inconstitucionalidade de
dispositivos da Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei 8.212/1991) que instituíam a cobrança
da contribuição previdenciária patronal sobre o salário-maternidade. A decisão, por maioria de
votos, foi tomada no Recurso Extraordinário (RE) 576967, com repercussão geral reconhecida
(Tema 72). A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “É inconstitucional a incidência de
contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário-maternidade”.
Errado.

026. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/2013/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) De acordo com


as normas constitucionais e legais acerca do financiamento da seguridade social, julgue o
item seguinte.
Integram o salário de contribuição que equivale à remuneração auferida pelo empregado, as
parcelas referentes ao salário e às férias, ainda que indenizadas.

As férias indenizadas e o respectivo adicional constitucional, por terem a natureza indenizatória,


são consideradas parcelas não integrantes do salário de contribuição. Portanto, não sofrem a
incidência de contribuição previdenciária.
Errado.

027. (CESPE/AGU/2013/PROCURADOR FEDERAL) As gorjetas não integram o salário de


contribuição do segurado empregado filiado ao RGPS, assim como também não o integra a
parcela recebida a título de vale-transporte.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 56 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

O salário de contribuição para o segurado empregado e para o trabalhador avulso é a remunera-


ção auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos,
devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer
que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados,
quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Portanto,
as gorjetas possuem natureza remuneratória, sendo, por consequência, consideradas parcelas
integrantes do salário de contribuição. Entretanto, o vale-transporte é uma conquista social do
trabalhador, devendo ser paga em conformidade com a lei. Dessa forma, caso o vale-transporte
seja concedido em conformidade com a lei, será considerado parcela não integrante do salário
de contribuição, não sofrendo, por consequência, a incidência de contribuição previdenciária.
Tal entendimento já está devidamente positivado, estando previsto no art. 214, § 9º, VI do RPS.
Errado.

028. (CESPE/PREVIC/2011/ANALISTA ADMINISTRATIVO – ÁREA ADMINISTRATIVA) Os


ganhos habituais do empregado, inclusive o valor pago, em dinheiro, a título de vale-trans-
porte, incorporam-se ao seu salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente
repercussão em benefícios.

Conforme determina o art. 201, § 11 da CF/88, os ganhos habituais do empregado, a qualquer


título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente
repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. Em relação ao vale-transporte, este
é uma conquista social do trabalhador, devendo ser pago em conformidade com a lei. Caso
o vale-transporte seja concedido em conformidade com a lei, será considerado parcela não
integrante do salário de contribuição, não sofrendo, por consequência, a incidência de con-
tribuição previdenciária. A lei que regulamenta a concessão do vale-transporte não permite o
pagamento em pecúnia. Portanto, em tese, por ser pago em pecúnia, contrariando o disposto
na lei, e, ainda, por ser um ganho habitual, este deveria ser considerado parcela integrante do
salário de contribuição. Entretanto, conforme os mais recentes entendimentos jurisprudenciais,
o vale-transporte quando pago em pecúnia é considerado parcela não integrante do salário
de contribuição, tendo em vista o seu caráter indenizatório, não sofrendo, por consequência,
a incidência de contribuição previdenciária. Tal entendimento já está devidamente positivado,
estando previsto no art. 214, § 9º, VI do RPS.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 57 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

029. (CESPE/CEF/2010/ADVOGADO) Considerando que o limite máximo do salário de con-


tribuição, a partir de 1º/1/2010, é de R$ 3.416,54, assinale a opção correta de acordo com a
legislação previdenciária de regência.
a) Se um trabalhador segurado tiver recebido, no mês de dezembro de 2009, o valor de R$
1.220,00 a título de décimo terceiro salário (gratificação natalina), então esse valor integrará o
salário de contribuição desse segurado, em seu valor bruto, sem compensação de eventuais
adiantamentos pagos.
b) Considere que Roberto seja titular de firma individual que atua na área de desenvolvimento
de websites corporativos e que, nessa condição, preste serviços a diversas pessoas jurídicas,
recebendo, por cada trabalho, o valor de R$ 1.500,00. Considere, ainda, que, no mês de janeiro
de 2010, Roberto tenha prestado serviços a 4 empresas e que tenha recebido à vista por tais
serviços. Nessa situação hipotética, será considerado salário de contribuição a totalidade dos
rendimentos auferidos por Roberto durante o mês de janeiro.
c) Se uma empregada doméstica que recebe R$ 600,00 de remuneração mensal faltar ao seu
trabalho, injustificadamente, por quatro dias durante determinado mês, apesar de o empregador
poder descontar os valores referentes às faltas injustificadas de sua remuneração, o valor do
salário de contribuição dessa empregada permanecerá inalterado.
d) A indenização compensatória, correspondente a 40% do montante depositado em sua con-
ta vinculada do FGTS, recebida por trabalhador demitido sem justa causa integra o salário de
contribuição desse trabalhador, observado o limite máximo legalmente previsto.
e) A parcela paga, anualmente, aos empregados de pessoa jurídica a título de participação nos
lucros e resultados da empresa integra o salário de contribuição dos empregados, se for paga
ou creditada em consonância com lei específica.

A gratificação natalina – 13º salário – integra o salário de contribuição, exceto para o cálculo
do salário de benefício, sendo devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da última
parcela ou na rescisão do contrato de trabalho. A contribuição sobre o 13º salário incide sobre
o valor bruto da gratificação, sem compensação dos adiantamentos pagos, mediante aplicação,
em separado, da tabela de salário de contribuição estabelecida em Portaria.
b) Errada. O salário de contribuição para o contribuinte individual é a remuneração auferida em
uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês,
observados os limites mínimo e máximo. Portanto, há que ser observado o limite máximo do
salário de contribuição. Perceba que a questão é do ano de 2010, onde o limite máximo do sa-
lário de contribuição era no valor de R$ 3.416,54. Como Roberto prestou serviços a 4 empresas,
recebendo em cada empresa o valor de R$ 1.500,00, este não poderá contribuir em relação a
totalidade da remuneração (R$ 6.000,00), mas apenas em relação ao limite máximo citado.
c) Errada. Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no
curso do mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho efetivo,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 58 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

na forma estabelecida em regulamento. Portanto, o salário de contribuição será alterado na


proporção dos dias faltantes (dias que serão devidamente descontados), uma vez que o salário
de contribuição é proporcional ao número de dias de trabalho efetivo.
d) Errada. A indenização compensatória, correspondente a 40% do montante depositado em sua
conta vinculada do FGTS, recebida por trabalhador demitido sem justa causa, por ter natureza
indenizatória, é parcela não integrante do salário de contribuição desse trabalhador. Portanto,
não sofre a incidência de contribuição previdenciária.
e) Errada. A participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa é uma conquista
social que, assim como a alimentação e o vale-transporte, deve ser paga ou creditada de acordo
com a lei específica. A lei que regulamenta essa conquista social é a Lei n. 10.101/2000. Dessa
forma, uma vez paga ou creditada em consonância com a citada lei, esta é considerada uma
parcela não integrante do salário de contribuição, não sofrendo, por consequência, a incidência
de contribuição previdenciária.
Letra a.

030. (CESPE/AGU/2009/ADVOGADO DA UNIÃO) Os planos de benefícios das entidades


fechadas podem, como regra geral, ser oferecidos a alguns ou a todos os empregados dos
patrocinadores e, em qualquer hipótese, o valor da contribuição efetivamente pago pelo pa-
trocinador, destinado ao programa de previdência complementar, não integrará o salário de
contribuição do empregado, para efeito de incidência de contribuição para a seguridade social.

O plano de previdência privada é outra conquista do trabalhador, a qual, para que seja consi-
derada parcela não integrante do salário de contribuição, deve ser extensiva a todos. Portanto,
caso o plano seja oferecido apenas a alguns empregados do patrocinados, o valor pago por
este destinado ao programa de previdência complementar é considerado parcela integrante do
salário de contribuição, havendo, por consequência, a incidência de contribuição previdenciária.
Errado.

031. (CESPE/INSS/2008/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL) Pedro trabalha em empresa que,


anualmente, paga a seus empregados participação nos lucros, de acordo com lei específica.
Em fevereiro de 2008, Pedro recebeu, por participação nos lucros de sua empresa referentes
ao ano que passou, o equivalente a 10% de sua remuneração no mês de dezembro de 2007,
incluindo 13º salário e férias. Nessa situação, o montante recebido a título de participação nos
lucros integrará a base de cálculo do salário de contribuição de Pedro, deduzidos os valores
referentes a 13º salário e férias.

A participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa é uma conquista social que,
assim como a alimentação e o vale-transporte, deve ser paga ou creditada de acordo com a lei

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 59 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

específica. A lei que regulamenta essa conquista social é a Lei n. 10.101/2000. Dessa forma,
uma vez que a empresa pagou a participação nos lucros em conformidade com a lei, esta é
considerada uma parcela não integrante do salário de contribuição, não sofrendo, por conse-
quência, a incidência de contribuição previdenciária.
Errado.

032. (CESPE/INSS/2008/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Maria, segurada empregada da


previdência social, encontra-se afastada de suas atividades profissionais devido ao nascimen-
to de seu filho, mas recebe salário-maternidade. Nessa situação, apesar de ser um benefício
previdenciário, o salário-maternidade que Maria recebe é considerado salário de contribuição
para efeito de incidência.

Apesar de ser um benefício previdenciário, o salário-maternidade é parcela integrante do salário


de contribuição, havendo, portanto, a incidência de contribuição previdenciária. Cumpre informar
que, recentemente, o STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei Orgânica da
Seguridade Social (Lei 8.212/1991) que instituíam a cobrança da contribuição previdenciária
patronal sobre o salário-maternidade. A decisão, por maioria de votos, foi tomada no Recurso
Extraordinário (RE) 576967, com repercussão geral reconhecida (Tema 72). A tese de repercus-
são geral fixada foi a seguinte: “É inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a
cargo do empregador sobre o salário-maternidade”.
Certo.

033. (CESPE/INSS/2008/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Luís é vendedor em uma grande


empresa que comercializa eletrodomésticos. A título de incentivo, essa empresa oferece aos
empregados do setor de vendas um plano de previdência privada. Nessa situação, incide con-
tribuição previdenciária sobre os valores pagos, pela empresa, a título de contribuição para a
previdência privada, a Luís.

O plano de previdência privada é outra conquista do trabalhador, a qual, para que seja conside-
rada parcela não integrante do salário de contribuição, deve ser extensiva a todos. Entretanto,
no caso em comento, a empresa oferece apenas aos empregados do setor de vendas. Dessa
forma, o valor é considerado parcela integrante do salário de contribuição, havendo, portanto,
a incidência de contribuição previdenciária.
Certo.

034. (CESPE/INSS/2008/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Claudionor recebe da empresa


onde trabalha alguns valores a título de décimo terceiro salário. Nessa situação, os valores

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 60 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

recebidos por Claudionor não são considerados para efeito do cálculo do salário de benefício,
integrando-se apenas o cálculo do salário de contribuição.

Perfeita a afirmativa, pois o 13º salário é parcela integrante do salário de contribuição, salvo
para o cálculo do salário de benefício.
Certo.

035. (CESPE/INSS/2008/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) A empresa em que Maurício tra-


balha paga a ele, a cada mês, um valor referente à participação nos lucros, que é apurado
mensalmente. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre o valor recebido
mensalmente por Maurício a título de participação nos lucros.

Há incidência de contribuição previdenciária sobre o valor recebido a título de participação nos


lucros, tendo em vista que que é vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição
de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em mais de 2 vezes no
mesmo ano civil e em periodicidade inferior a 1 trimestre civil. Como o valor é pago mensalmente,
a participação nos lucros é considerada parcela integrante do salário de contribuição. Cumpre
informar que, recentemente, a Lei n. 10.101/2000 foi alterada pela Lei n. 14.020/2020. Tal al-
teração se refere ao pagamento da participação nos lucros ou resultados com inobservância
da mencionada regra da periodicidade, invalidando exclusivamente os pagamentos feitos em
desacordo com a norma. Assim sendo, alterando o entendimento pretérito, que determinava
que o pagamento em desconformidade com a Lei n. 10.101/2000 determinava a incidência da
contribuição previdenciária sobre a totalidade paga da PLR, atualmente, a inobservância à regra
da periodicidade invalida exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo com a norma,
assim entendidos: (i) Os pagamentos excedentes ao segundo, feitos a um mesmo empregado,
no mesmo ano civil; e (ii) Os pagamentos efetuados a um mesmo empregado, em periodicidade
inferior a 1 trimestre civil do pagamento anterior.
Certo.

036. (CESPE/IPAJM/2006/ADVOGADO) Pedro trabalhava para a pessoa jurídica Ômega,


desde janeiro de 2004, e nunca gozou férias. Em 10 de março de 2006, Pedro teve seu con-
trato individual de trabalho rescindido, tendo recebido, no ato da homologação da rescisão, o
valor correspondente à gratificação de férias e demais verbas trabalhistas. Nessa situação,
com base na ordenação normativa vigente, o valor das férias indenizadas e seu respectivo
adicional pagos a Pedro não integram o valor do salário de contribuição.

As férias indenizadas e o respectivo adicional constitucional, por terem a natureza indenizatória,


são consideradas parcelas não integrantes do salário de contribuição. Portanto, não sofrem a
incidência de contribuição previdenciária.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 61 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

037. (CESPE/AGU/2004/ADVOGADO DA UNIÃO) Não integram o salário de contribuição os


benefícios pagos, na forma da lei, pelo RGPS, salvo o salário-maternidade.

Os benefícios previdenciários são parcelas não integrantes do salário de contribuição, salvo o


salário-maternidade. Portanto, o salário-maternidade é o único benefício previdenciário que sofre
a incidência de contribuição previdenciária, sendo considerado parcela integrante do salário de
contribuição. Cumpre informar que, recentemente, o STF declarou a inconstitucionalidade de
dispositivos da Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei 8.212/1991) que instituíam a cobrança
da contribuição previdenciária patronal sobre o salário-maternidade. A decisão, por maioria de
votos, foi tomada no Recurso Extraordinário (RE) 576967, com repercussão geral reconhecida
(Tema 72). A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “É inconstitucional a incidência de
contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário-maternidade”.
Certo.

Uma empresa celebrou acordo coletivo de trabalho em que foram estipuladas, entre outras, as
seguintes cláusulas: pagamento de participação nos lucros referente ao exercício de 2002, em
4 parcelas trimestrais, no valor correspondente a R$ 300,00 cada uma, por empregado; paga-
mento mensal de vale-refeição no valor de R$ 120,00 para cada empregado e complementação
do valor do auxílio-doença para os empregados expostos, efetivamente, a riscos ambientais no
ambiente do trabalho.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir, relacionados ao salário de
contribuição.
038. (CESPE/INSS/2003/AUDITOR-FISCAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL) O pagamento a título
de complementação do auxílio-doença não constitui fato gerador da obrigação previdenciária,
haja vista sua evidente natureza assistencial.

A complementação do auxílio-doença é outra conquista do trabalhador, a qual, para que seja


considerada parcela não integrante do salário de contribuição, deve ser extensiva a todos.
Entretanto, no caso em comento, a empresa oferece apenas aos empregados expostos, efeti-
vamente, a agentes nocivos. Dessa forma, o valor é considerado parcela integrante do salário
de contribuição, havendo, portanto, a incidência de contribuição previdenciária.
Errado.

039. (CESPE/INSS/2003/AUDITOR-FISCAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL) A participação nos


lucros é garantia constitucional do trabalhador e, da forma como foi concedida, atende à le-
gislação específica, determinando a não-incidência da contribuição previdenciária sobre ela.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 62 de 64
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Há incidência de contribuição previdenciária sobre o valor recebido a título de participação nos


lucros, tendo em vista que que é vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição
de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em mais de 2 vezes no
mesmo ano civil e em periodicidade inferior a 1 trimestre civil. Portanto, uma vez que o valor da
participação nos lucros foi pago em 4 parcelas trimestrais, ou seja, em desconformidade com
a lei, esta é considerada parcela integrante do salário de contribuição. Cumpre informar que,
recentemente, a Lei n. 10.101/2000 foi alterada pela Lei n. 14.020/2020. Tal alteração se refere
ao pagamento da participação nos lucros ou resultados com inobservância da mencionada
regra da periodicidade, invalidando exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo com
a norma. Assim sendo, alterando o entendimento pretérito, que determinava que o pagamento
em desconformidade com a Lei n. 10.101/2000 determinava a incidência da contribuição previ-
denciária sobre a totalidade paga da PLR, atualmente, a inobservância à regra da periodicidade
invalida exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo com a norma, assim entendidos:
(i) Os pagamentos excedentes ao segundo, feitos a um mesmo empregado, no mesmo ano
civil; e (ii) Os pagamentos efetuados a um mesmo empregado, em periodicidade inferior a 1
trimestre civil do pagamento anterior.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 63 de 64
Bernardo Machado
Auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil. Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj), bacharel em Direito pela Universidade Cândido Mendes (Ucam) e pós-
graduado em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Professor de Direito Previdenciário em
cursos preparatórios para concurso público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZA RIBEIRO SOARES PEREIRA - 77909810563, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar