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PREVIDENCIÁRIO
Salário de Contribuição
Livro Eletrônico
Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Salário de Contribuição.................................................................................................................................................4
Introdução.............................................................................................................................................................................4
Conceito..................................................................................................................................................................................5
Proporcionalidade............................................................................................................................................................8
Limites Mínimo e Máximo do Salário de Contribuição................................................................................9
Características das Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição............................................11
Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição. .......................................................................................13
Parcelas Não Integrantes do Salário de Contribuição. .............................................................................18
Observações Finais.. .....................................................................................................................................................36
Resumo................................................................................................................................................................................39
Questões de Concurso.................................................................................................................................................41
Gabarito...............................................................................................................................................................................47
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................48
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado
Apresentação
Querido(a) aluno(a)! Na aula de hoje, estuda-se o tema salário de contribuição. Assunto
já inicialmente abordado quando foi estudado o tema financiamento da seguridade social,
na presente aula estuda-se com detalhes quais são as parcelas integrantes e não integrantes
do salário de contribuição. O salário de contribuição é um tema de suma importância para
qualquer prova de Direito Previdenciário, devendo ser dada uma atenção especial em relação a
esse tema, sendo frequentemente abordado pelas bancas examinadoras de concurso público.
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO
Introdução
Para iniciar o estudo em relação às contribuições previdenciárias, é necessário diferen-
ciarmos dois conceitos em relação a dois aspectos: salário de contribuição e remuneração
como fato gerador da contribuição previdenciária e salário de contribuição e remuneração
como base de cálculo da contribuição previdenciária.
Quando se menciona fato gerador (fato que o legislador vincula o nascimento da obriga-
ção tributária de pagar um tributo determinado), os dois conceitos se confundem. Ou seja, o
fato gerador da obrigação previdenciária são as parcelas de natureza remuneratória que são
pagas (pela empresa)/recebidas (pelos segurados). Quando se define salário de contribuição,
tal definição nada mais é do que a remuneração que os segurados recebem das empresas.
Quando se menciona base de cálculo (numerário sobre o qual incide a alíquota da contri-
buição previdenciária), os dois conceitos são completamente distintos.
O salário de contribuição é a base de cálculo da contribuição dos segurados e do em-
pregador doméstico. Tal base de cálculo possui limite máximo que, atualmente, é de R$
7.507,49. Nenhum segurado ou empregador doméstico poderá verter contribuições além do
limite mencionado.
Já a remuneração é a base de cálculo de contribuição das empresas. Tal base de cálculo
não possui limite.
EXEMPLO
Imagine, portanto, uma empresa que contrata um segurado empregado e pague para ele uma
remuneração no valor de R$ 10.000,00.
A contribuição da empresa irá incidir sobre os R$ 10.000,00, tendo em vista que a base de cál-
culo da empresa é a remuneração paga, a qual não tem limite.
Entretanto, o segurado empregado será descontado em 11,68% sobre R$ 7.507,49, tendo em
vista que a base de cálculo do segurado é o seu salário de contribuição, a qual tem limite.
Assim, a empresa terá o ônus de R$ 12.000,00, ou seja, R$ 10.000,00, que foi o valor pac-
tuado, além de R$ 2.000,00 de contribuição patronal em relação à remuneração paga.
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
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Conceito
O art. 28 da Lei n. 8.212/1991 e o art. 214 do RPS tratam do tema salário de contribuição.
Para cada segurado, existe um conceito de salário de contribuição, o qual passaremos
a estudar.
Assim, estuda-se um caso prático para que você visualize esse conceito.
EXEMPLO
Imagine João, professor, que ministra aulas de matemática em 3 escolas diferentes (escola A, B
e C), sendo segurado empregado do RGPS, auferindo uma remuneração mensal de R$ 1.500,00
em cada uma delas. Pergunta: qual será o salário de contribuição de João no mês? Resposta:
R$ 4.500,00, tendo em vista que o seu salário de contribuição é a remuneração auferida em uma
ou mais empresas. Portanto, é o somatório das remunerações auferidas.
Dessa forma, cada escola, tendo o conhecimento dos múltiplos vínculos, deverá descontar a
alíquota de 10,36% (alíquota efetiva, conforme tabela progressiva, sobre o valor de R$ 4.500,00)
e não de 7,70% (alíquota efetiva, conforme tabela progressiva, sobre o valor de R$ 1.500,00).
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
Bernardo Machado
Caso os empregadores não saibam da existência dos múltiplos vínculos, cada um fará o
desconto com base no salário de contribuição pago pelo próprio, não sendo efetuado o
somatório com as demais remunerações auferidas.
Visualiza-se esquematicamente a explicação dada.
Empregado Doméstico
Para o segurado empregado doméstico, entende-se por salário de contribuição: “a
remuneração registrada na Carteira Profissional e/ou na Carteira de Trabalho e Previdên-
cia Social, observados os limites mínimo e máximo”.
Assim, caso a remuneração registrada na CTPS do segurado empregado doméstico
seja de R$ 1.500,00, o seu salário de contribuição será de R$ 1.500,00.
Cabe ressaltar que se considera também salário de contribuição do empregado do-
méstico a remuneração comprovada mediante recibos de pagamento.
Contribuinte Individual
Para o segurado contribuinte individual, entende-se por salário de contribuição: “a
remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por
conta própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo”.
Assim, estuda-se um caso prático para que você visualize esse conceito.
EXEMPLO
Imagine Pedro, pintor, que presta serviço para 4 empresas durante um mês, auferindo uma
remuneração de R$ 2.000,00 em cada uma delas. Pergunta: qual será o salário de contri-
buição de João no mês? Resposta: R$ 7.507,49, tendo em vista que o seu salário de con-
tribuição é a remuneração auferida em uma ou mais empresas. Portanto, é o somatório
das remunerações auferidas, devendo ser observado o limite máximo que, atualmente, é
de R$ 7.507,49.
Diferentemente do segurado empregado, que necessita avisar mensalmente a todos
os empregadores os múltiplos vínculos para que seja apurado o seu correto salário de
contribuição e a alíquota a ser aplicada, para o contribuinte individual, a obrigação de
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
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avisar passa a existir, a partir do momento que a sua remuneração auferida no mês ultrapas-
sar o limite máximo do salário de contribuição.
Assim, Pedro, quando prestar o serviço para a empresa D, irá avisar que já recebeu a re-
muneração de R$ 6.000,00 durante o mês, não devendo ser descontado em 11% sobre os R$
2.000,00. Caso ele não avise, será descontado acima do limite máximo, cabendo a ele solicitar
a restituição dos valores pagos indevidamente.
Visualiza-se esquematicamente a explicação dada.
Por fim, cabe mencionar que, se o contribuinte individual prestar serviço por conta própria,
o seu salário de contribuição será o valor recebido pelo exercício dessa atividade por conta
própria. Portanto, caso o contribuinte individual receba o valor de R$ 1.500,00, o seu salário
de contribuição será de R$ 1.500,00.
EXEMPLO
Imagine uma diarista prestando serviço por conta própria e recebendo o valor em um determi-
nado mês de R$ 1.500,00. O salário de contribuição dessa diarista para esse mês será de R$
1.500,00.
Segurado Facultativo
Para o segurado facultativo, entende-se por salário de contribuição: “o valor por ele de-
clarado, observados os limites mínimo e máximo”.
Assim, se em um determinado mês o segurado facultativo quiser verter a sua contribui-
ção sobre 1 salário mínimo, não há problema, tendo em vista que o salário mínimo é o limite
mínimo do salário de contribuição para o segurado facultativo.
Entretanto, se o segurado facultativo quiser verter a sua contribuição no mês seguinte
sobre o limite máximo do salário de contribuição (atualmente, R$ 7.507,49), também não há
problema, tendo em vista que o citado valor é o limite máximo do salário de contribuição de
qualquer segurado.
Perceba, portanto, que o segurado facultativo pode contribuir em relação a quanto ele
quiser, desde que ele observe os limites mínimo (1 salário mínimo) e máximo (R$ 7.507,49).
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Salário de Contribuição
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Empregado /
Remuneração auferida em uma ou
Trabalhador
mais empresas
Avulso
Empregado
Remuneração registrada na CTPS
Doméstico
Conceito de
Remuneração auferida em uma ou
Salário de
mais empresas
Contribuição
Contribuinte
Individual
Valor recebido pelo exercício da
atividade por conta própria
Segurado
Valor por ele declarado
Facultativo
Proporcionalidade
O tema proporcionalidade está previsto no art. 28, § 1º da Lei n. 8.212/1991 (art. 214, §
1º do RPS), que assim dispõe:
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
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Perceba que o limite mínimo do salário de contribuição dos segurados empregado, empregado
doméstico e trabalhador avulso não é o salário mínimo, mas sim o piso salarial da categoria.
Apenas se inexistir o piso é que o limite mínimo será o salário mínimo.
O piso salarial pode ser o normativo, ou seja, previsto em acordo ou convenção de trabalho,
ou legal, ou seja, previsto na lei.
EXEMPLO
Portanto, imagine uma empresa que faz um acordo coletivo de trabalho com o sindicato dos
empregados, determinando que uma determinada categoria dos seus empregados tenha um
piso salarial de R$ 1.500,00. Nessa situação, o limite mínimo do salário de contribuição para
esses empregados será de R$ 1.500,00, não sendo observado o salário mínimo, uma vez que
existe o piso salarial.
Da mesma forma, vários Estados da Federação possuem leis estaduais estipulando pisos
para diversas categorias profissionais, como é o caso da Lei do Estado do Rio de Janeiro n.
8.315/2019, publicada em Diário Oficial no dia 20/03/2019, cujos efeitos são retroativos, ou
seja, efeitos a partir do dia 01/01/2019.
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
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EXEMPLO
A título de exemplo, a citada lei estadual determina que os empregados domésticos do Estado
do Rio de Janeiro, a partir de 01/01/2019, possuem um piso salarial de R$ 1.238,11. Tal piso
deverá ser observado, sendo um piso salarial estipulado pela lei.
Piso salarial
Limite
Mínimo
Empregado / Inexistindo piso
Trabalhador salarial – salário
Avulso / mínimo
Empregado
Doméstico
Limite
R$ 7.507,49
Limites do Máximo
Salário de
Contribuição
Limite
Salário mínimo
Contribuinte Mínimo
Individual /
Segurado
Facultativo Limite
R$ 7.507,49
Máximo
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
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para todos os segurados, sendo estipulado por meio de uma Portaria publicada sempre que
ocorrer alteração do valor dos benefícios previdenciários. Tal alteração ocorre sempre que o
salário mínimo é alterado.
Certo.
Características das
Parcelas Integrantes
do SC
EXEMPLO
Imagine, portanto, um empregado de uma empresa que recebe uma gratificação trienal (gra-
tificação por tempo de serviço). Ou seja, a cada 3 anos de trabalho na empresa, o segurado
terá direito a essa gratificação. Uma vez que existe a previsibilidade do recebimento, a parcela
recebida tem a natureza de ser habitual.
EXEMPLO
Imagine uma empresa que contrata uma funcionária e combina com ela o pagamento de sua
academia no valor de R$ 200,00. Tal empregada recebe da empresa o salário de R$ 1.500,00.
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
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Perceba que, se a empresa não pagasse a sua academia, essa segurada teria que pegar R$
200,00 do seu salário e pagar a academia. Assim, essa segurada, indiretamente, recebe R$
200,00, sendo esse valor incorporado ao seu patrimônio jurídico.
O pagamento pelo e não para o trabalho se refere a seguinte análise: o pagamento é feito
para a satisfação do segurado ou é necessário para a execução do trabalho? Caso a resposta
seja para a satisfação, o pagamento está sendo feito pelo trabalho. Entretanto, caso o pa-
gamento seja necessário a execução do trabalho, o pagamento é feito para o trabalho, não
tendo, portanto, a natureza remuneratória.
EXEMPLO
Imagine uma empresa que necessita dispor para os seus empregados o protetor auricular (equi-
pamento de proteção individual – EPI), para atenuar a exposição do segurado a agente nocivo
ruído. Tal equipamento é para o trabalho, portanto não tem a natureza remuneratória.
Quando for analisar se o pagamento é pelo e não para o trabalho, não busque uma res-
posta única. Dependendo da utilidade, o pagamento pode ser considerado pelo em certos
momentos e para em outros.
Imagine um caso prático!
EXEMPLO
Imagine uma empresa que coloca à disposição do seu empregado um carro, tendo em vista que
ele trabalha como representante comercial da empresa, demonstrando e vendendo seus produ-
tos. Assim, esse empregado sai de sua casa, pega o ônibus, chega à empresa e busca o carro
para utilizá-lo. No final do expediente, o empregado retorna com o carro à empresa, preenche
um relatório e busca o seu ônibus para retornar à sua casa.
Perceba que o carro utilizado é para o trabalho (necessário para a execução do trabalho) e não
pelo trabalho (para a satisfação do empregado).
Diferentemente ocorre no caso em que a empresa coloca o carro à disposição do empregado,
podendo, o mesmo, inclusive, utilizá-lo após o seu expediente e nos finais de semana. Assim,
durante o expediente de trabalho, o carro é para o trabalho (necessário para a execução do tra-
balho), não tendo, portanto, a natureza remuneratória. Já no período após o expediente, o carro
é pelo trabalho (para a sua satisfação), tendo, portanto, a natureza remuneratória.
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
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EXEMPLO
Imagine uma empresa pagando uma parcela “indenização para beleza”, que nada mais é do que
a academia paga para a sua empregada. Seria realmente uma indenização, ou seja, a empresa
estaria indenizando um dano causado, ou essa parcela nada mais é do que uma parcela remu-
neratória com a nomenclatura de indenização? Lógico que não é uma indenização! A empresa
pode colocar a nomenclatura que for, pois, se verificar a habitualidade, integração ao patrimônio
e o pagamento pelo e não para o trabalho, trata-se de uma parcela integrante do salário de con-
tribuição, ou seja, parcela de natureza remuneratória, independente da nomenclatura utilizada
pela empresa.
JURISPRUDÊNCIA
Conforme entendimento do STJ, o salário-maternidade é verba de evidente natureza
salarial. Além disso, não há indício de incompatibilidade entre a incidência da contri-
buição previdenciária sobre o salário maternidade e a CF, a qual, em seu art. 5º, I, asse-
gura a igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações. Ademais, o art. 7º,
XX, da CF assegura a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei, e, no que se refere ao salário-maternidade, por opção
do legislador infraconstitucional, a transferência do ônus referente ao pagamento dos
salários, durante o período de afastamento, constitui incentivo suficiente para assegurar
a proteção ao mercado de trabalho da mulher. Por fim, não é dado ao Poder Judiciário,
a título de interpretação, atuar como legislador positivo, a fim de estabelecer política
protetiva mais ampla e, desse modo, desincumbir o empregador do ônus referente à
contribuição previdenciária incidente sobre o salário-maternidade, quando não foi esta
a política legislativa.
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
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JURISPRUDÊNCIA
Ementa: Direito constitucional. Direito tributário. Recurso Extraordinário com repercus-
são geral. Contribuição previdenciária do empregador. Incidência sobre o salário-ma-
ternidade. Inconstitucionalidade formal e material. 1. Recurso extraordinário interposto
em face de acórdão do TRF da 4ª Região, que entendeu pela constitucionalidade da
incidência da contribuição previdenciária “patronal” sobre o salário-maternidade. 2. O
salário-maternidade é prestação previdenciária paga pela Previdência Social à segurada
durante os cento e vinte dias em que permanece afastada do trabalho em decorrência
da licença-maternidade. Configura, portanto, verdadeiro benefício previdenciário. 3. Por
não se tratar de contraprestação pelo trabalho ou de retribuição em razão do contrato de
trabalho, o salário-maternidade não se amolda ao conceito de folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título à pessoa física que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Como consequência, não pode compor
a base de cálculo da contribuição previdenciária a cargo do empregador, não encontrando
fundamento no art. 195, I, a, da Constituição. Qualquer incidência não prevista no referido
dispositivo constitucional configura fonte de custeio alternativa, devendo estar prevista
em lei complementar (art. 195, § 4º). Inconstitucionalidade formal do art. 28, § 2º, e da
parte final da alínea a, do § 9º, da Lei n. 8.212/91. 4. Esta Corte já definiu que as dispo-
sições constitucionais são legitimadoras de um tratamento diferenciado às mulheres
desde que a norma instituidora amplie direitos fundamentais e atenda ao princípio da
proporcionalidade na compensação das diferenças. No entanto, no presente caso, as
normas impugnadas, ao imporem tributação que incide somente quando a trabalhadora
é mulher e mãe cria obstáculo geral à contratação de mulheres, por questões exclusi-
vamente biológicas, uma vez que torna a maternidade um ônus. Tal discriminação não
encontra amparo na Constituição, que, ao contrário, estabelece isonomia entre homens
e mulheres, bem como a proteção à maternidade, à família e à inclusão da mulher no
mercado de trabalho. Inconstitucionalidade material dos referidos dispositivos. 5. Diante
do exposto, dou provimento ao recurso extraordinário para declarar, incidentalmente, a
inconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária sobre o salário-materni-
dade, prevista no art. art. 28, § 2º, e da parte final da alínea a, do § 9º, da Lei n. 8.212/91,
e proponho a fixação da seguinte tese: “É inconstitucional a incidência de contribuição
previdenciária a cargo do empregador sobre o salário- maternidade”.
(RE 576967, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 05/08/2020,
PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-254 DIVULG 20-10-2020
PUBLIC 21-10-2020)
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
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Dessa forma, em resumo, foi fixada a seguinte tese em sede de repercussão geral (tema 72):
JURISPRUDÊNCIA
É inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária a cargo do empregador
sobre o salário maternidade.
Com base na recente decisão exarada pelo STF, foi publicado o Parecer SEI n. 18361/2020/
ME (parecer elaborado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) que entendeu que a
ratio decidendi (razão de decidir) do tema n. 72 não se aplica à contribuição previdenciária
devida pela empregada, na medida em que essa exação não foi objeto de julgamento do RE n.
576.967/RJ e possui contornos constitucionais e legais distintos do caso julgado, devendo-se
defender a validade dessa exação em juízo.
Dessa forma, para fins de provas preparatórias para concurso público, deve-se levar o
seguinte entendimento acerca do salário-maternidade:
Parcela Integrante do
Conforme determina a SC, sofrendo a
Salário-maternidade legislação incidência da
previdenciária contribuição
previdenciária
Não sofre a
Contribuição a incidência da
cargo da empresa contribuição
previdenciária
Com base na
Salário-
recente decisão
maternidade
do STF
Sofre a incidência
Contribuição do
da contribuição
segurado
previdenciária
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
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Cabe apenas ressaltar que o STJ tem o entendimento no sentido de que o adicional de
férias é parcela não integrante do salário de contribuição, mesmo quando decorrente de férias
gozadas, tendo em vista o seu caráter indenizatório.
Assim sendo, o citado tribunal superior entende que o terço constitucional de férias tem
por finalidade ampliar a capacidade financeira do trabalhador durante seu período de férias,
possuindo, portanto, natureza “compensatória/indenizatória”. Portanto, tendo em vista que
a importância paga a título de terço constitucional de férias não se destina a retribuir servi-
ços prestados nem configura tempo à disposição do empregador, é imperioso concluir que
a importância paga a título de terço constitucional de férias possui natureza indenizatória/
compensatória, e não constitui ganho habitual do empregado, razão pela qual sobre ela não
é possível a incidência de contribuição previdenciária.
Entretanto, recentemente, o STF fixou a tese de que é legítima a incidência de contribuição
social sobre o valor satisfeito a título de 1/3 constitucional de férias ocorrendo um verdadeiro
“overrulling” (superação de precendente).
JURISPRUDÊNCIA
FÉRIAS – ACRÉSCIMO – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – INCIDÊNCIA. É legítima a incidência
de contribuição social, a cargo do empregador, sobre os valores pagos ao empregado a
título de terço constitucional de férias gozadas.
(RE 1072485, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 31/08/2020, PRO-
CESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-241 DIVULG 01-10-2020
PUBLIC 02-10-2020)
Dessa forma, em resumo, foi fixada a seguinte tese em sede de repercussão geral (tema 985):
JURISPRUDÊNCIA
É legítima a incidência de contribuição social sobre o valor satisfeito a título de terço
constitucional de férias.
O décimo terceiro salário é parcela integrante do salário de contribuição para todos os fins?
Não, tendo em vista que o valor não entra no cálculo do benefício previdenciário!
Alguns benefícios previdenciários são calculados com base no salário de benefício. O
salário de benefício consiste na média aritmética simples dos salários de contribuição cor-
respondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde
o início da contribuição, se posterior àquela competência.
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
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Perceba que, quando se calcula o benefício previdenciário, que usa como base de cálculo
o salário de benefício, o 13º salário não entra no cálculo da média.
Cumpre mencionar os entendimentos jurisprudenciais que apenas ratificam a incidência
da contribuição previdenciária sobre o 13º salário, salvo para o cálculo do salário de benefício.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 688 do STF – “É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o
13º salário.”
Súmula 83 da TNU – “A partir da entrada em vigor da Lei n. 8.870/94, o décimo terceiro
salário não integra o salário de contribuição para fins de cálculo do salário de benefício.
Salário-maternidade
Parcelas
Integrantes Férias, inclusive o adicional de férias
do SC
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Direito Previdenciário
Salário de Contribuição
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Parcelas indenizatórias
Parcelas Não
Parcelas ressarcitórias, quando devidamente
Integrantes do
comprovadas
SC
Feita essa sucinta análise, passa-se a estudar as hipóteses de parcelas não integrantes
do salário de contribuição elencadas no art. 214, § 9º do RPS.
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Apenas literalidade.
III – a parcela in natura recebida de acordo com programa de alimentação aprovado pelo Ministério
do Trabalho e Emprego, nos termos da Lei n. 6.321, de 14 de abril de 1976;
Entretanto, apesar de a lei e o RPS determinarem a necessidade de que a empresa faça a devida
adesão ao PAT, a jurisprudência entende que o pagamento in natura da alimentação não tem
natureza salarial, de modo que não sofre a incidência da contribuição previdenciária, sendo o
empregador inscrito ou não no PAT.
A alimentação pode ser concedida pela própria empresa que mantém serviço próprio, bem
como a empresa pode firmar convênio com entidades que forneçam (cozinha transportada,
cozinha administrada ou fornecedora de cestas de alimentos e similares) ou prestem serviços
de alimentação (refeição convênio e alimentação convênio), podendo, ainda, ser concedida a
título gratuito ou a preço subsidiado.
O que é claro, seja no art. 457, § 2º da CLT e no art. 214, § 9º, V, alínea “m”, o qual deve
ser interpretado em conjunto com presente dispositivo, é que a alimentação não pode ser
concedida em dinheiro.
Caso a empresa conceda o valor da alimentação em dinheiro ou deposite o valor da ali-
mentação na conta corrente do trabalhador, esse valor será considerado parcela integrante
do salário de contribuição.
Tal entendimento está presente no enunciado de súmula n. 67 do Tribunal Nacional de
Uniformização dos Juizados Especiais Federais, que assim dispõe:
JURISPRUDÊNCIA
O auxílio-alimentação recebido em pecúnia por segurado filiado ao Regime Geral da
Previdência Social integra o salário de contribuição e sujeita-se à incidência de contri-
buição previdenciária.
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Pagamento em
Parcela integrante do SC
pecúnia
Férias e
respectivo Indenizadas Parcela não integrante do SC
adicional
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c) indenização por despedida sem justa causa do empregado nos contratos por prazo determinado,
conforme estabelecido no art. 479 da Consolidação das Leis do Trabalho;
d) indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração normal do contrato, conforme
disposto no art. 14 da Lei n. 5.889, de 8 de junho de 1973;
e) incentivo à demissão;
f) Revogado;
g) indenização por dispensa sem justa causa no período de trinta dias que antecede a correção
salarial a que se refere o art. 9º da Lei n. 7.238, de 29 de outubro de 1984;
h) indenizações previstas nos arts. 496 e 497 da Consolidação das Leis do Trabalho;
i) abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da Consolidação das Leis do Trabalho;
j) ganhos eventuais expressamente desvinculados do salário por força de lei;
k) licença-prêmio indenizada;
l) outras indenizações, desde que expressamente previstas em lei;
m) importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado
o seu pagamento em dinheiro, e diárias para viagem; e
n) prêmios e abonos;
Passa-se a estudar algumas parcelas indenizatórias mencionadas no art. 214, § 9º, V do RPS.
A alínea “e” menciona o incentivo à demissão. O incentivo à demissão é o conhecido pro-
grama de demissão voluntária, mais conhecido como o PDV.
O incentivo à demissão é considerado uma indenização. Portanto, não é parcela integrante
do salário de contribuição.
A alínea “i” menciona o abono de férias. O abono de férias é o período das férias que pode
ser convertido em pecúnia (1/3 das férias que pode ser convertido em dinheiro).
Essa parcela é considerada uma indenização. Portanto, é uma parcela não integrante do
salário de contribuição.
A alínea “m” menciona importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo,
auxílio-alimentação, vedado o seu pagamento em dinheiro, e diárias para viagem.
Portanto, a ajuda de custo, ainda que habitual, por não ter natureza remuneratória, con-
forme determina o art. 457, § 2º da CLT, é parcela não integrante do salário de contribuição,
assim como é o caso do auxílio-alimentação, vedado o seu pagamento em dinheiro (assunto
já estudado).
Em relação às diárias para viagens, a legislação previdenciária sofreu uma relevante
alteração no seu texto, modificando, substancialmente, o tratamento dado à citada rubrica.
Tal alteração ocorreu por meio da Lei n. 13.467/2017 (alteração do art. 28, § 9º, “h” da Lei n.
8.212/1991).
Antes da citada alteração, as diárias para viagens, desde que não excedessem a 50% da
remuneração mensal do empregado, seriam consideradas parcelas ressarcitórias. Portanto,
seriam consideradas parcelas não integrantes do salário de contribuição.
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Resume-se, por meio de um esquema ilustrativo, o tratamento que era dado as diárias
para viagens, antes da recente alteração na legislação previdenciária.
Excedentes a 50% da
Parcela integrante do SC
remuneração mensal
Diárias para
viagens
Com a nova redação dada pela Lei n. 13.467/2017 ao art. 28, § 9º, “h” da Lei n. 8.212/1991,
não existe mais a necessidade de análise do percentual das diárias em relação à remuneração
mensal do segurado, uma vez que as diárias, independentemente do percentual das mesmas
em relação à remuneração do segurado, são consideradas parcelas não integrantes do salário
de contribuição.
A alteração legislativa é louvável, pois, uma vez que efetivamente ocorra a viagem do se-
gurado, o valor realmente não deve sofrer a incidência da contribuição previdenciária, já que
visa apenas ressarcir valores gastos pelo segurado. Portanto, tais valores não visam integrar
o patrimônio do trabalhador, uma das características básicas das parcelas integrantes do
salário de contribuição.
Por fim, cabe explicar a forma que as empresas adotam quando seus empregados viajam
à sua disposição, no intuito de ressarcir os gastos com o deslocamento, estada, alimentação...
Quando o segurado empregado viaja à disposição do empregador, duas sistemáticas
podem ser utilizadas.
Ou a empresa utiliza a sistemática de diárias, ou a empresa utilizada a sistemática de
despesas de viagens.
Quando a sistemática utilizada pela empresa for a de despesas de viagens, deve ser
verificado se as despesas foram ou não comprovadas. Se as despesas forem comprovadas,
trata-se de uma parcela ressarcitória. Portanto, não integram o salário de contribuição. Já
se as despesas não forem comprovadas, trata-se de uma parcela remuneratória. Portanto,
integram o salário de contribuição.
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EXEMPLO
Imagine um empregado que viaja a serviço da empresa, gastando o valor de R$ 2.000,00, devi-
damente comprovado com notas fiscais. No retorno à empresa, ele demonstrou essas notas
fiscais e a empresa ressarciu esses valores.
Perceba que o valor não integrou o patrimônio do trabalhador, pois o empregado gastou os R$
2.000,00 e foi ressarcido no valor de R$ 2.000,00.
Portanto, tal valor não sofrerá a incidência da contribuição previdenciária, sendo parcela não
integrante do salário de contribuição.
Independentemente do
Diárias para Parcela não integrante do
percentual em relação à
viagens SC
remuneração do segurado
Despesas de
viagens
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Tal entendimento está previsto exatamente no art. 9º, V, “n” do RPS, que determina que
são parcelas não integrantes do salário de contribuição os prêmios e abonos.
Em relação a essa alínea, importante mencionar novamente o disposto no art. 457, § 2º
da CLT, in verbis:
§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação,
vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a re-
muneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de
incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
Não existe!
Portanto, conforme já mencionado, a MP n. 808/2017 “tentou” retirar a expressão “abonos”
do art. 457, § 2º da CLT. Entretanto, a MP perdeu a sua eficácia por decurso de prazo.
Assim sendo, conforme previsto na CLT, o abono não integra a remuneração do emprega-
do, não se incorpora ao contrato de trabalho e não constitui base de incidência de qualquer
encargo trabalhista e previdenciário.
Em relação aos prêmios, não há controvérsias, pois, conforme determina o art. 457, § 4º
da CLT, consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de
bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de
desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.
Tais valores não são considerados parcelas integrantes do salário de contribuição.
Portanto, conforme determina o art. 214, § 9º, “n” do RPS (art. 28, § 9º, “z” da Lei n.
8.212/1991), em consonância com a redação do art. 457, § 2º da CLT, prêmios e abonos são
considerados parcelas não integrantes do salário de contribuição.
VI – a parcela recebida a título de vale-transporte, ainda que paga em dinheiro, na forma da legis-
lação própria;
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EXEMPLO
Imagine o empregado de determinada empresa que recebe de salário base o valor de R$ 1.500,00,
necessitando de R$ 300,00 a título de vale-transporte para custear o seu descolamento resi-
dência-trabalho e vice-versa.
Assim, a participação do empregado no custeio do vale-transporte será de R$ 90,00 (6% x RS
1.500,00), cabendo a empresa custear a parcela excedente, ou seja, o valor de R$ 210,00.
Dessa forma, caso o vale-transporte seja concedido em conformidade com a lei, será
considerado parcela não integrante do salário de contribuição.
O Decreto n. 95.247/1987 (revogado pelo Decreto n. 10.854/2021), o qual regulamentava
a Lei n. 7.418/1985, vedava a concessão do vale-transporte em pecúnia (dinheiro). Portanto,
caso o valor do vale-transporte fosse concedido em dinheiro, seria considerado parcela inte-
grante do salário de contribuição.
Com base nesses entendimentos jurisprudenciais, foi publicado no Diário Oficial da União o
Ato Declaratório da PGFN n. 04/2016, o qual declara que, reiterando a autorização de dispensa
de impugnação judicial decorrente da Súmula AGU n. 60/2011, fica autorizada a dispensa de
apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos,
desde que inexista outro fundamento relevante nas ações fundadas no entendimento de que
não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale-transporte pago em pecúnia,
considerando o caráter indenizatório da verba.
Nos termos do art. 19-A da Lei n. 10.522/2002, os Auditores-Fiscais da Secretaria Especial
da Receita Federal do Brasil não constituirão os créditos tributários relativos aos temas de-
cididos pelo STF, em matéria constitucional, ou pelo STJ, pelo TST, pelo TSE ou pela TNU, no
âmbito de suas competências, quando for definido em sede de repercussão geral ou recurso
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Entretanto, apesar de a lei e o RPS determinarem a necessidade de que a ajuda de custo rece-
bida em decorrência de mudança do local de trabalho seja paga em parcela única para não ser
considerada parcela integrante do salário de contribuição, atualmente, a ajuda de custo, ainda
que paga de forma habitual, será considerada parcela não integrante do salário de contribuição.
Portanto, o citado dispositivo apenas é aplicado até 10/11/2017. Tal informação é ratificada
pelo art. 34, § 2º, I da IN RFB n. 2.110/2022.
A lei que regulamenta o estágio é a lei n. 11.788/2008, que, entre outras exigências, de-
termina a necessidade de celebração termo de compromisso com a instituição de ensino e
o educando, ou a necessidade de se contratar em favor do estagiário seguro contra aciden-
tes pessoais.
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EXEMPLO
Imagine uma empresa contratando um estagiário sem celebrar o termo de compromisso ou
sem contratar um seguro de acidentes pessoais a favor do estagiário.
Nessa situação, estará contratando em desconformidade com a lei, fazendo com que esse
estagiário seja enquadrado como segurado obrigatório do RGPS na qualidade de segurado
empregado.
Nessa situação, a bolsa de complementação educacional de estagiário é considerada parcela
integrante do salário de contribuição.
Segurado facultativo
Conformidade com a
lei
Bolsa – não é considerada
remuneração
Estagiário
Segurado empregado
Desconformidade
com a lei
Não, tendo em vista que a concessão poderá ser feita com base nos resultados da em-
presa. Resultados são metas a serem atingidas.
Dessa forma, a Lei n. 10.101/2000 estipula as regras para a concessão da participação
nos lucros ou resultados.
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Salário de Contribuição
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Apenas literalidade.
Nesse inciso, cabe apenas ressaltar o exemplo que está sendo dado em relação a valores
pagos para o trabalho (necessários para a execução do trabalho) e não pelo trabalho (para
a satisfação do segurado).
EXEMPLO
Imagine trabalhadores que trabalhem em plataformas de petróleo. Tal atividade exige transporte,
alimentação e habitação fornecidos pela empresa. Esses valores, tendo em vista serem para o
trabalho, não são considerados parcelas integrantes do salário de contribuição.
EXEMPLO
Imagine, portanto, um segurado que durante toda a sua vida recebeu um valor equivalente a
R$ 2.000,00.
Calculando o seu salário de benefício, encontraremos o valor de R$ 2.000,00. Entretanto, o valor
do benefício será 91% x R$ 2.000,00, ou seja, R$ 1.820,00.
Perceba que o segurado, exercendo a sua atividade, recebe da empresa o valor de R$ 2.000,00.
Entretanto, se passar a receber o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença),
receberá o valor de R$ 1.820,00. Ou seja, o segurado acaba tendo uma perda.
Para que isso não ocorra, a empresa pode conceder a seus empregados a complementação
do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), que consiste na diferença da
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Apenas literalidade.
XV – o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de
previdência complementar privada, aberta ou fechada, desde que disponível à totalidade de seus
empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da Consolidação das Leis
do Trabalho;
XVI – o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não,
inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses,
órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes
modalidades de planos e coberturas;
Mais uma recente alteração na legislação previdenciária, a qual foi implementada por meio
da Lei n. 13.467/2017, dando nova redação ao art. 28, § 9º, “q” da Lei n. 8.212/1991, estudada
no presente dispositivo do RPS.
Antes da citada alteração, o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou
odontológico, próprio da empresa ou com ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas
com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras
similares era considerado parcela não integrante do salário de contribuição, desde que esse
benefício fosse extensivo a todos.
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Portanto, tal concessão não poderia ser fornecida em razão de cargo ou função.
EXEMPLO
Imagine, portanto, uma empresa que concedia um plano que dava acesso apenas a enfermaria
para o pessoal que trabalhava diretamente na linha de produção. Além desse plano, concedia
plano que dava direito a quarto privativo para o pessoal da supervisão. Concedia, ainda, plano
que dava acesso a uma rede diferenciada (melhores hospitais) para o pessoal que exercia a
função de gerência. Por fim, concedia plano que dava acesso a atendimento em rede interna-
cional para os diretores.
Dessa forma, a empresa não estava tendo um tratamento equânime (igualitário) entre seus
empregados, fornecendo o plano de saúde em razão de cargo ou função.
Portanto, o benefício concedido era considerado parcela integrante do salário de contribuição.
Atualmente, isso não ocorre mais. Com a recente alteração na redação do art. 28, § 9º, “q”
da Lei n. 8.212/1991 (art. 214, § 9º, XVI do RPS), não há mais a necessidade que a cobertura
abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa.
Ademais, conforme preceitua o art. 458, § 5º da CLT, o valor relativo à assistência prestada
por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com
medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospi-
talares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos
e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de
contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9º do art. 28 da Lei n. 8.212/1991.
Nesse inciso, cabe apenas ressaltar o exemplo que está sendo dado em relação a valores
pagos para o trabalho (necessários para a execução do trabalho) e não pelo trabalho (para
a satisfação do segurado).
Tem-se, como exemplo, os EPIs (protetores auriculares para atenuar a exposição ao agen-
te nocivo ruído, ou capacetes e botas na construção civil), além de uniformes necessários a
execução do serviço.
Esses valores, tendo em vista serem para o trabalho, não são considerados parcelas in-
tegrantes do salário de contribuição.
Despesa pelo uso de veículo próprio é parcela ressarcitória, desde que as despesas sejam
devidamente comprovadas. Nessa situação, as despesas serão consideradas parcelas não
integrantes do salário de contribuição.
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Já, caso as despesas não sejam comprovadas serão consideradas parcelas integrantes
do salário de contribuição.
XIX – o valor relativo a plano educacional ou bolsa de estudo que vise à educação básica de em-
pregados e de seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa,
à educação profissional e tecnológica de empregados, nos termos do disposto na Lei n. 9.394, de
20 de dezembro de 1996, observados os seguintes requisitos:
a) o valor não ser utilizado em substituição de parcela salarial; e
b) o valor mensal do plano educacional ou da bolsa de estudo, considerado individualmente, não
ultrapassar cinco por cento do valor da remuneração do segurado a que se destina ou o valor
correspondente a cento e cinquenta por cento do valor do limite mínimo mensal do salário de
contribuição, o que for maior;
O art. 28, § 9º, “t” da Lei n. 8.212/1991 (art. 214, § 9º, XIX do RPS) teve a sua redação
alterada pela Lei n. 12.513/2011.
Com base na nova redação, o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que
vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às ativi-
dades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados,
nos termos da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e:
• não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e
• o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, não
ultrapasse 5% da remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente
a 150% do valor do limite mínimo mensal do salário de contribuição, o que for maior.
EXEMPLO
Imagine um empregado que receba da empresa o valor de R$ 10.000,00, sendo escolhido para
participar de um curso de pós-graduação, totalmente custeado pela empresa, cuja mensalidade
é no valor de R$ 1.500,00.
Para saber se o valor gasto pela empresa não sofrerá a incidência da contribuição previdenciária,
inicialmente, há que se analisar se o valor não está sendo utilizado em substituição de parcela
salarial (valor do curso muito substancial, quando se compara com o valor da remuneração do
segurado). No caso em comento, não há tal substituição.
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Além disso, há que se analisar o respeito ao limite do valor mensal a ser gasto pela empresa.
O primeiro limite é o valor de 5% da remuneração do segurado, que, no caso em comento, será
de R$ 500,00 (5% x R$ 10.000,00). Tal valor foi ultrapassado. O segundo limite será de 150%
do valor mínimo mensal do salário de contribuição. Imaginando que não haja piso salarial da
categoria, o limite mínimo será o valor do salário mínimo. Como, atualmente, o valor é de R$
1.320,00, 150% desse valor equivale ao valor de R$ 1.980,00. Tal valor não foi ultrapassado.
Dessa forma, o valor gasto pela empresa para custear o curso de pós-graduação, como não foi
utilizado em substituição de parcela salarial e respeita o limite imposto pela legislação previ-
denciária, será considerado parcela não integrante do salário de contribuição, não sofrendo a
incidência da contribuição previdenciária.
Vinculada às atividades
normais da empresa
Apenas literalidade.
XXII – o valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das parcelas
constantes do instrumento de rescisão do contrato de trabalho, conforme previsto no § 8º do art.
477 da Consolidação das Leis do Trabalho.
XXIII – o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite
máximo de seis anos de idade da criança, quando devidamente comprovadas as despesas;
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O reembolso creche deve observar certas regras: limite de idade máximo de 6 anos da
criança e despesas devidamente comprovadas.
Uma vez observadas tais regras, o reembolso creche não é parcela integrante do salário
de contribuição.
Tal entendimento é consolidado na jurisprudência, nos termos do enunciado da súmula
310 do STJ, in verbis:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 310 do STJ – “O auxílio-creche não integra o salário de contribuição.”
XXIV – o reembolso babá, limitado ao menor salário de contribuição mensal e condicionado à com-
provação do registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social da empregada, do pagamento
da remuneração e do recolhimento da contribuição previdenciária, pago em conformidade com a
legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança; e
Perceba que o reembolso babá possui limite de valor (menor salário de contribuição
mensal), comprovação de registro na CTPS da empregada doméstico, pagamento da remu-
neração e do recolhimento da contribuição previdenciária e o limite máximo de 6 anos de
idade da criança.
Reembolso babá
Uma vez observadas tais regras, o reembolso babá não é parcela integrante do salário
de contribuição.
XXV – o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro
de vida em grupo, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e disponível
à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da
Consolidação das Leis do Trabalho.
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Tanto o incentivo à demissão quanto o abono de férias (período das férias que pode ser conver-
tido em pecúnia) são parcelas indenizatórias. Portanto, não sofrem a incidência da contribuição
previdenciária.
Errado.
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Observações Finais
Por fim, duas observações são necessárias.
A primeira se refere aos valores recebidos pelo ministro de confissão religiosa, membros
de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister
religioso ou para sua subsistência.
Independam da natureza e
Parcela não integrante
da quantidade do trabalho
do SC
executado
Valores Recebidos
pelo Ministro de
Confissão Religiosa
Dependam da natureza e da
Parcela integrante do
quantidade do trabalho
SC
executado
Por meio Lei n. 13.137/2015, foi dada uma interpretação acerca do explicado acima, tendo
o legislador determinado, no art. 21, § 14 da Lei n. 8.212/1991, que os critérios informadores
dos valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional aos
ministros de confissão religiosa, membros de vida consagrada, de congregação ou de ordem
religiosa não são taxativos e sim exemplificativos e que os valores despendidos, ainda que
pagos de forma e montante diferenciados, em pecúnia ou a título de ajuda de custo de mo-
radia, transporte, formação educacional, vinculados exclusivamente à atividade religiosa
não configuram remuneração direta ou indireta.
A segunda se refere a uma aposentadoria precedida de auxílio-acidente. Para entender
tal caso, há que se fazer uma breve explicação em relação ao auxílio-acidente.
O auxílio-acidente é uma indenização concedida pela previdência social aos segurados
empregados, empregados domésticos, trabalhadores avulsos e segurados especiais em razão
de um acidente de qualquer natureza, o qual resulta em uma sequela definitiva que implique
na redução da capacidade laborativa do segurado.
O início da concessão do auxílio-acidente é o dia seguinte à cessação do auxílio por incapa-
cidade temporária (antigo auxílio-doença). Portanto, antes do recebimento do auxílio-acidente,
o segurado ficará em gozo do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença),
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A pergunta que tenho é a seguinte: e quando o segurado se aposentar? Poderá ele cumular
o auxílio-acidente com o valor da aposentadoria, professor?
Não, uma vez que o auxílio-acidente entra no cálculo da aposentadoria “como se fosse”
salário de contribuição.
O auxílio-acidente
Aposentadoria precedida entra no cálculo
de auxílio-acidente "como se fosse"
salário de contribuição
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RESUMO
• Entende-se por salário de contribuição:
− i) Para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais
empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados
a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja
a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos
termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho
ou sentença normativa;
− ii) Para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira Profissional
e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observados os limites mínimo e
máximo;
− iii) Para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas
ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observados os
limites mínimo e máximo;
− iv) Para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observados os limites mí-
nimo e máximo.
• Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no cur-
so do mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho
efetivo, na forma estabelecida em regulamento.
• Para os segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, o limite
mínimo do salário de contribuição corresponde ao piso salarial legal ou normativo da
categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou
horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.
• Já o limite mínimo do salário de contribuição para os segurados contribuinte individual
e facultativo corresponde ao salário mínimo.
• O limite máximo do salário de contribuição é o mesmo para todos os segurados, sendo estipulado
por meio de uma Portaria Interministerial do Ministério da Previdência Social e do Ministério da
Fazenda. Atualmente, o limite máximo do salário de contribuição é de R$ 7.507,49.
• Constituem parcelas integrantes do salário de contribuição elencadas na legislação previ-
denciária: i) Salário-maternidade; ii) Férias e o respectivo adicional constitucional; iii) Grati-
ficação natalina – décimo terceiro salário –, exceto para o cálculo do salário de benefício.
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Salário de Contribuição
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Salário-maternidade
Parcelas
Integrantes Férias, inclusive o adicional de férias
do SC
Parcelas indenizatórias
Parcelas Não
Parcelas ressarcitórias, quando devidamente
Integrantes do
comprovadas
SC
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Salário de contribuição
é o valor que serve de base de incidência das alíquotas das contribuições previdenciárias dos
segurados, à exceção do segurado especial.
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b) Considere que Roberto seja titular de firma individual que atua na área de desenvolvimento
de websites corporativos e que, nessa condição, preste serviços a diversas pessoas jurídicas,
recebendo, por cada trabalho, o valor de R$ 1.500,00. Considere, ainda, que, no mês de janeiro
de 2010, Roberto tenha prestado serviços a 4 empresas e que tenha recebido à vista por tais
serviços. Nessa situação hipotética, será considerado salário de contribuição a totalidade dos
rendimentos auferidos por Roberto durante o mês de janeiro.
c) Se uma empregada doméstica que recebe R$ 600,00 de remuneração mensal faltar ao seu
trabalho, injustificadamente, por quatro dias durante determinado mês, apesar de o empregador
poder descontar os valores referentes às faltas injustificadas de sua remuneração, o valor do
salário de contribuição dessa empregada permanecerá inalterado.
d) A indenização compensatória, correspondente a 40% do montante depositado em sua con-
ta vinculada do FGTS, recebida por trabalhador demitido sem justa causa integra o salário de
contribuição desse trabalhador, observado o limite máximo legalmente previsto.
e) A parcela paga, anualmente, aos empregados de pessoa jurídica a título de participação nos
lucros e resultados da empresa integra o salário de contribuição dos empregados, se for paga
ou creditada em consonância com lei específica.
030. (CESPE/AGU/2009/ADVOGADO DA UNIÃO) Os planos de benefícios das entidades
fechadas podem, como regra geral, ser oferecidos a alguns ou a todos os empregados dos
patrocinadores e, em qualquer hipótese, o valor da contribuição efetivamente pago pelo pa-
trocinador, destinado ao programa de previdência complementar, não integrará o salário de
contribuição do empregado, para efeito de incidência de contribuição para a seguridade social.
031. (CESPE/INSS/2008/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL) Pedro trabalha em empresa que,
anualmente, paga a seus empregados participação nos lucros, de acordo com lei específica.
Em fevereiro de 2008, Pedro recebeu, por participação nos lucros de sua empresa referentes
ao ano que passou, o equivalente a 10% de sua remuneração no mês de dezembro de 2007,
incluindo 13º salário e férias. Nessa situação, o montante recebido a título de participação nos
lucros integrará a base de cálculo do salário de contribuição de Pedro, deduzidos os valores
referentes a 13º salário e férias.
032. (CESPE/INSS/2008/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Maria, segurada empregada da
previdência social, encontra-se afastada de suas atividades profissionais devido ao nascimen-
to de seu filho, mas recebe salário-maternidade. Nessa situação, apesar de ser um benefício
previdenciário, o salário-maternidade que Maria recebe é considerado salário de contribuição
para efeito de incidência.
033. (CESPE/INSS/2008/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Luís é vendedor em uma grande
empresa que comercializa eletrodomésticos. A título de incentivo, essa empresa oferece aos
empregados do setor de vendas um plano de previdência privada. Nessa situação, incide con-
tribuição previdenciária sobre os valores pagos, pela empresa, a título de contribuição para a
previdência privada, a Luís.
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GABARITO
1. C 14. E 27. E
2. C 15. C 28. E
3. E 16. e 29. a
4. C 17. a 30. E
5. C 18. E 31. E
6. C 19. C 32. C
7. E 20. E 33. C
8. E 21. C 34. C
9. C 22. E 35. C
10. C 23. C 36. C
11. d 24. E 37. C
12. C 25. E 38. E
13. E 26. E 39. E
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Salário de contribuição
é o valor que serve de base de incidência das alíquotas das contribuições previdenciárias dos
segurados, à exceção do segurado especial.
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O conceito de salário de contribuição para o segurado facultativo é o valor por ele declarado,
observados os limites mínimos e máximos.
Errado.
O valor do limite máximo do salário de contribuição será publicado mediante portaria (atual-
mente, portaria interministerial, publicada pelo Ministério da Previdência Social e Ministério da
Fazenda), sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios previdenciários.
Certo.
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O limite mínimo do salário de contribuição para o segurado facultativo é o valor do salário míni-
mo, enquanto que o limite máximo do salário de contribuição para o segurado facultativo, assim
como para os demais segurados, é fixado em Portaria, sendo, atualmente, o valor de R$ 7.507,49.
Certo.
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c) a parcela recebida a título de vale-transporte, ainda que paga em dinheiro, na forma da legis-
lação própria.
d) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença,
desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa.
e) a gratificação natalina (décimo terceiro salário).
A gratificação natalina (13º salário) é parcela integrante do salário de contribuição, salvo para o
cálculo do salário de benefício. Todas as demais afirmativas elencam parcelas não integrantes
do salário de contribuição.
Letra e.
O salário de contribuição é a base de cálculo da contribuição dos segurados do RGPS. Tal base
de cálculo possui limite máximo que, atualmente, é de R$ 7.507,49. Apenas saldo de salários e
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gratificação natalina (13º salário) são parcelas integrantes do salário de contribuição, sofrendo,
por consequência, a incidência da contribuição previdenciária, devendo ser respeitado o limite
máximo citado. Por fim, cabe mencionar que as demais parcelas mencionadas na questão não
sofrem a incidência da contribuição previdenciária, por terem a natureza indenizatória (férias
proporcionais indenizadas e respectivo adicional constitucional; indenização de 40% do FGTS;
e multa em decorrência da mora no pagamento das parcelas rescisórias).
Letra a.
A licença-prêmio indenizada, por ter natureza indenizatória, é parcela não integrante do salário
de contribuição, não sofrendo, por consequência, a incidência da contribuição previdenciária.
Errado.
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Tanto o incentivo à demissão, quanto o abono de férias (período das férias que pode ser conver-
tido em pecúnia), são parcelas indenizatórias. Portanto, não sofrem a incidência da contribuição
previdenciária.
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A gratificação natalina – 13º salário – integra o salário de contribuição, exceto para o cálculo
do salário de benefício, sendo devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da última
parcela ou na rescisão do contrato de trabalho. A contribuição sobre o 13º salário incide sobre
o valor bruto da gratificação, sem compensação dos adiantamentos pagos, mediante aplicação,
em separado, da tabela de salário de contribuição estabelecida em Portaria.
b) Errada. O salário de contribuição para o contribuinte individual é a remuneração auferida em
uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês,
observados os limites mínimo e máximo. Portanto, há que ser observado o limite máximo do
salário de contribuição. Perceba que a questão é do ano de 2010, onde o limite máximo do sa-
lário de contribuição era no valor de R$ 3.416,54. Como Roberto prestou serviços a 4 empresas,
recebendo em cada empresa o valor de R$ 1.500,00, este não poderá contribuir em relação a
totalidade da remuneração (R$ 6.000,00), mas apenas em relação ao limite máximo citado.
c) Errada. Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no
curso do mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho efetivo,
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O plano de previdência privada é outra conquista do trabalhador, a qual, para que seja consi-
derada parcela não integrante do salário de contribuição, deve ser extensiva a todos. Portanto,
caso o plano seja oferecido apenas a alguns empregados do patrocinados, o valor pago por
este destinado ao programa de previdência complementar é considerado parcela integrante do
salário de contribuição, havendo, por consequência, a incidência de contribuição previdenciária.
Errado.
A participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa é uma conquista social que,
assim como a alimentação e o vale-transporte, deve ser paga ou creditada de acordo com a lei
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específica. A lei que regulamenta essa conquista social é a Lei n. 10.101/2000. Dessa forma,
uma vez que a empresa pagou a participação nos lucros em conformidade com a lei, esta é
considerada uma parcela não integrante do salário de contribuição, não sofrendo, por conse-
quência, a incidência de contribuição previdenciária.
Errado.
O plano de previdência privada é outra conquista do trabalhador, a qual, para que seja conside-
rada parcela não integrante do salário de contribuição, deve ser extensiva a todos. Entretanto,
no caso em comento, a empresa oferece apenas aos empregados do setor de vendas. Dessa
forma, o valor é considerado parcela integrante do salário de contribuição, havendo, portanto,
a incidência de contribuição previdenciária.
Certo.
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recebidos por Claudionor não são considerados para efeito do cálculo do salário de benefício,
integrando-se apenas o cálculo do salário de contribuição.
Perfeita a afirmativa, pois o 13º salário é parcela integrante do salário de contribuição, salvo
para o cálculo do salário de benefício.
Certo.
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Uma empresa celebrou acordo coletivo de trabalho em que foram estipuladas, entre outras, as
seguintes cláusulas: pagamento de participação nos lucros referente ao exercício de 2002, em
4 parcelas trimestrais, no valor correspondente a R$ 300,00 cada uma, por empregado; paga-
mento mensal de vale-refeição no valor de R$ 120,00 para cada empregado e complementação
do valor do auxílio-doença para os empregados expostos, efetivamente, a riscos ambientais no
ambiente do trabalho.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir, relacionados ao salário de
contribuição.
038. (CESPE/INSS/2003/AUDITOR-FISCAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL) O pagamento a título
de complementação do auxílio-doença não constitui fato gerador da obrigação previdenciária,
haja vista sua evidente natureza assistencial.
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Auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil. Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj), bacharel em Direito pela Universidade Cândido Mendes (Ucam) e pós-
graduado em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Professor de Direito Previdenciário em
cursos preparatórios para concurso público.
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