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PREVIDENCIÁRIO
Financiamento da Seguridade Social
Livro Eletrônico
Direito Previdenciário
Financiamento da Seguridade Social
Bernardo Machado
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Financiamento da Seguridade Social....................................................................................................................4
Empresa e Empregador Doméstico........................................................................................................................4
Conceito..................................................................................................................................................................................4
Equiparadas a Empresa.. ...............................................................................................................................................5
Matrícula da Empresa....................................................................................................................................................6
Financiamento da Seguridade Social....................................................................................................................7
Receitas da União.............................................................................................................................................................9
Receitas de Outras Fontes.........................................................................................................................................11
Receitas das Contribuições Sociais.....................................................................................................................14
Resumo................................................................................................................................................................................42
Questões de Concurso................................................................................................................................................46
Gabarito............................................................................................................................................................................... 59
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................60
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Financiamento da Seguridade Social
Bernardo Machado
Apresentação
Querido(a) aluno(a)!
Na aula de hoje, estuda-se o financiamento da seguridade social, em especial, as contri-
buições previdenciárias.
Portanto, para iniciar o estudo sobre o financiamento do sistema securitário, faz-se ne-
cessário um estudo sobre o conceito de empresa e empregador doméstico.
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Obs.: Imagine uma associação (ex.: Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE)
que, conforme determina o Código Civil, é a união de pessoas que se organizam para
fins não econômicos. A associação pode contratar uma pessoa com pessoalidade,
não-eventualidade, subordinação e onerosidade. Assim, a associação estará contra-
tando um segurado empregado, sendo considerada empresa.
Uma vez considerada empresa, deverá cumprir as obrigações tributárias como uma
empresa, sejam essas obrigações tributárias principais (pagar tributos) ou acessórias
(obrigações de fazer ou deixar de fazer alguma coisa no interesse da arrecadação ou
fiscalização dos tributos – ex.: elaborar folha de pagamento).
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Equiparadas a Empresa
Conforme o disposto no art. 12, parágrafo único do RPS, equipara-se a empresa:
EXEMPLO
Imagine um médico que possui um consultório particular e necessita contratar uma secretária.
O médico equipara-se a empresa para fins previdenciários. Dessa forma, deverá ter um número
que o identifique como empresa (matrícula da empresa), além da necessidade de pagar as
contribuições previdenciárias em relação a esse segurado e cumprir as obrigações acessórias
como empresa, como, por exemplo, elaborar folha de pagamento.
A segunda situação menciona a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer
natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras
estrangeiras.
A preocupação do legislador em relação à missão diplomática e repartição consular se
deve ao fato de que tais entidades se consideram imunes a tudo, entendendo que não têm
a obrigatoriedade de verter as contribuições previdenciárias em relação aos segurados a
seus serviços.
Entretanto, para que não haja dúvida, a legislação previdenciária elenca literalmente a
missão diplomática e repartição consular como equiparadas a empresa e, caso venham a
contratar um segurado vinculado ao RGPS, deverão verter as contribuições previdenciárias em
relação a esse segurado, além da necessidade do cumprimento das obrigações acessórias
como empresa.
A terceira situação menciona o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra (OGMO).
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Matrícula da Empresa
A matrícula da empresa será efetuada nos termos e condições estabelecidos pela Secre-
taria da Receita Federal do Brasil.
No caso de obra de construção civil, a matrícula deverá ser efetuada mediante comunica-
ção obrigatória do responsável por sua execução, no prazo de 30 dias, contado do início de
suas atividades, quando obterá número cadastral básico, de caráter permanente.
A data do início da atividade corresponderá à data do arquivamento do ato constitutivo
na Junta Comercial ou Cartório de Registro Civil ou a data do início da obra.
Caso a empresa não efetue a inscrição, no prazo previsto anteriormente, estará sujei-
ta a aplicação de multa (auto de infração por descumprimento de obrigação acessória), nos
termos do art. 283 do RPS, além da inscrição de ofício por parte da RFB.
O Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), por intermédio das Juntas
Comerciais, e os Cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas prestarão, obrigatoriamente,
ao Ministério da Fazenda, ao INSS e à Secretaria da Receita Federal do Brasil todas as infor-
mações referentes aos a8tos constitutivos e alterações posteriores relativos a empresas e
entidades neles registradas.
A matrícula atribuída pela Secretaria da Receita Federal do Brasil ao produtor rural pessoa
física ou segurado especial é o documento de inscrição do contribuinte, em substituição à
inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ, a ser apresentado em suas rela-
ções: (i) com o Poder Público, inclusive para licenciamento sanitário de produtos de origem
animal ou vegetal submetidos a processos de beneficiamento ou industrialização artesanal;
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(ii) com as instituições financeiras, para fins de contratação de operações de crédito; e (iii)
com os adquirentes de sua produção ou fornecedores de sementes, insumos, ferramentas e
demais implementos agrícolas.
Tal regra não se aplica ao licenciamento sanitário de produtos sujeitos à incidência de
Imposto sobre Produtos Industrializados ou ao contribuinte cuja inscrição no CNPJ seja
obrigatória.
Para fins de recolhimento das contribuições previdenciárias, a matrícula será atribuída ao
grupo familiar no ato de sua inscrição.
Considera-se empresa, para fins previdenciários, a firma individual (empresário individual – art.
966 do Código Civil) ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural,
com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração pública direta,
indireta e fundacional. Ademais, equipara-se a empresa, entre outras situações, a cooperativa,
a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática
e a repartição consular de carreiras estrangeiras.
Certo.
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Lógico que não, pois esse assunto é meramente técnico. Assim, a Lei n. 8.212/1991 cria a
contribuição social, pois é um assunto de reserva legal, delegando ao Decreto a competência
para elencar todas as atividades econômicas e os respectivos graus de risco (Anexo V do RPS).
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Receitas da União
As receitas da União é a forma indireta de financiamento da seguridade social. A forma
indireta é composta com parcelas dos orçamentos fiscais dos entes políticos, obrigatoriamente,
não cabendo a estes decidir se irão ou não destinar recursos para o sistema de proteção social.
Por que a União deve destinar parcela do seu orçamento fiscal para financiar a seguridade
social?
É simples! A União, por exemplo, contrata servidores que exercem, exclusivamente, car-
go em comissão, ou contrata servidores tendo em vista o excepcional interesse público, ou
contrata exercentes de mandato eletivo. Dessa forma, a União está contratando pessoas
que não estão vinculadas a regime próprio de previdência social, mas sim ao regime geral de
previdência social, na qualidade de segurados empregados.
Como visto no tema empresa e empregador doméstico, a União enquadra-se no conceito
de empresa.
Portanto, estamos diante de uma empresa contratando segurados obrigatórios do RGPS,
devendo verter contribuições sobre esses segurados.
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Seria lógico a União pagar para ela mesma, mensalmente, por meio de GPS (guia de pre-
vidência social), as contribuições sobre esses segurados?
a) V V V
b) F F F
c) F V V
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d) V V F
e) F F V
Questão perfeita para que você estude a contribuição para União, pois elenca as 3 informações
constantes na lei. Assim, as 3 afirmativas são verdadeiras, tendo em vista que a contribuição
da União é constituída de recursos adicionais do Orçamento Fiscal, fixados obrigatoriamente
na lei orçamentária anual. Além disso, a União é responsável pela cobertura de insuficiências
financeiras da Seguridade Social, quando decorrentes do pagamento de benefícios de prestação
continuada da Previdência Social.
Letra a.
Passa-se a fazer uma análise isolada de algumas das outras fontes que visam financiar
a seguridade social.
A primeira outra fonte são as multas, a atualização monetária e os juros moratórios, as quais
nascem quando as empresas ou os segurados recolhem as contribuições sociais em atraso.
Esse tema será abordado no nosso curso nas próximas aulas. Entretanto, certos detalhes
já devem ser estudados.
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Para fins de prova, as bancas preparatórias costumam cobrar que a remuneração recebida pela
prestação de serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros (Sistema
S + salário-educação) são outras fontes destinadas ao financiamento da seguridade social,
seguindo a literalidade da lei.
Entretanto, tais valores, atualmente, não são mais outras fontes destinadas ao financiamento
da seguridade social.
A Lei n. 11.457/2007 retirou a destinação desses valores da seguridade social e repassou para o
Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (FUNDAF).
Assim, remuneração recebida pela prestação de serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança
prestados a terceiros não é mais outra fonte destinada para a seguridade social. Atualmente,
essa remuneração é destinada para o FUNDAF.
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Além dessas duas outras fontes estudadas (uma que atualmente não é mais da seguri-
dade social), as bancas examinadoras de concurso público têm cobrado as que mencionam
percentuais. Assim, é importante estudar tais outras fontes.
A primeira outra fonte que menciona percentual é 50% da receita obtida na forma do
parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal, repassados pelo Instituto Nacional do
Seguro Social aos órgãos responsáveis pelas ações de proteção à saúde e a ser aplicada no
tratamento e recuperação de viciados em entorpecentes e drogas afins.
O art. 243, parágrafo único da CF/1988 determina que todo e qualquer bem de valor eco-
nômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da
exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação
específica, na forma da lei.
Dessa forma, 50% desses bens apreendidos são destinados para a seguridade social. É
importante ressaltar que a destinação é específica para a saúde, não podendo esses valores
ser destinados para a assistência social ou para a previdência social, tendo em vista a neces-
sidade de sua utilização no tratamento de pessoas viciadas em entorpecentes e drogas afins.
Outra fonte que menciona percentual se refere a 40% do resultado dos leilões dos bens
apreendidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Esse valor é destinado a seguridade social como um todo, não tendo destinação específica
para um dos ramos.
Por fim, as companhias seguradoras que mantém seguro obrigatório de danos pessoais
causados por veículos automotores de vias terrestres (DPVAT), de que trata a Lei n. 6.194, de
19 de dezembro de 1974, deverão repassar à seguridade social 45% do valor total do prêmio
recolhido, destinados ao Sistema Único de Saúde, para custeio da assistência médico-hos-
pitalar dos segurados vitimados em acidentes de trânsito.
Apesar da Lei n. 8.212/1991 (art. 27, parágrafo único) falar em 50% do valor total do prêmio
recolhido, 10% da arrecadação da seguridade social é destinada ao coordenador do sistema
nacional de trânsito, para aplicação exclusiva em programas destinados à prevenção de aciden-
tes, ou seja, 5% do total (art. 78, parágrafo único, do Código de Trânsito Brasileiro).
Dessa forma, percebe-se que, na prática, o valor repassado à seguridade social do total do
prêmio recolhido com o DPVAT perfaz o percentual de 45% e não 50%, conforme determina a
Lei n. 8.212/1991.
Tenha apenas cuidado com bancas preparatórias de concurso público que adotam a literali-
dade da lei!
Atente para o fato de que esse valor arrecadado é destinado especificamente para a saúde,
no intuito de tratar as pessoas vitimadas em acidentes de trânsito.
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Constituem outras receitas para financiar a seguridade social, 40% do resultado dos bens
apreendidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e não 60%, como menciona a banca
examinadora.
Letra e.
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Introdução
Para iniciar o estudo em relação às contribuições previdenciárias, é necessário diferen-
ciarmos dois conceitos em relação a dois aspectos: salário de contribuição e remuneração
como fato gerador da contribuição previdenciária e salário de contribuição e remuneração
como base de cálculo da contribuição previdenciária.
Quando se menciona fato gerador (fato que o legislador vincula o nascimento da obriga-
ção tributária de pagar um tributo determinado), os dois conceitos se confundem. Ou seja, o
fato gerador da obrigação previdenciária são as parcelas de natureza remuneratória que são
pagas (pela empresa)/recebidas (pelos segurados). Quando se define salário de contribuição,
tal definição nada mais é do que a remuneração que os segurados recebem das empresas.
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Quando se menciona base de cálculo (numerário sobre o qual incide a alíquota da contri-
buição previdenciária), os dois conceitos são completamente distintos.
O salário de contribuição é a base de cálculo da contribuição dos segurados e do em-
pregador doméstico. Tal base de cálculo possui limite máximo que, atualmente, é de R$
7.507,49. Nenhum segurado ou empregador doméstico poderá verter contribuições além do
limite mencionado.
Já a remuneração é a base de cálculo de contribuição das empresas. Tal base de cálculo
não possui limite.
EXEMPLO
Imagine, portanto, uma empresa que contrata um segurado empregado e pague para ele uma
remuneração no valor de R$ 10.000,00.
A contribuição da empresa irá incidir sobre os R$ 10.000,00, tendo em vista que a base de cál-
culo da empresa é a remuneração paga, a qual não tem limite.
Entretanto, o segurado empregado será descontado em 11,68% sobre R$ 7.507,49, tendo em
vista que a base de cálculo do segurado é o seu salário de contribuição, a qual tem limite.
Assim, a empresa terá o ônus de R$ 12.000,00, ou seja, R$ 10.000,00, que foi o valor pac-
tuado, além de R$ 2.000,00 de contribuição patronal em relação à remuneração paga.
Já o segurado irá receber da empresa o valor de R$ 10.000,00, descontando o valor de
11,68% sobre R$ 7.507,49.
Segurados
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EXEMPLO
Assim, um segurado que recebe o valor do salário mínimo, contribui com 7,5% sobre o salário
mínimo (para o ano de 2023, a partir do mês de maio - R$ 1.320,00).
Entretanto, um segurado que recebe o valor de R$ 2.000,00, contribui com a alíquota de 7,5%
sobre R$ 1.320,00, além da alíquota de 9% sobre a parcela que ultrapassa o valor de R$ 1.320,00
até o valor de R$ 2.000,00. Assim, a contribuição desse segurado seria: [(R$ 1.320,00 x 7,5%)
+ ((R$ 2.000,00 – R$ 1.320,01) x 9%)] = R$ 160,20. Dessa forma, o segurado irá contribuir com
uma alíquota efetiva de 8,01%, em relação ao valor de R$ 2.000,00, que é a sua remuneração.
Imagine, agora, um segurado que recebe o valor de R$ 3.000,00. Este irá contribuir com a alíquo-
ta de 7,5% sobre R$ 1.320,00, além da alíquota de 9% sobre a parcela que ultrapassa o valor de
R$ 1.320,00 até o valor de R$ 2.571,29, além da alíquota de 12% sobre a parcela que ultrapassa
o valor de R$ 2.571,29 até o valor de R$ 3.000,00. Assim, a contribuição desse segurado seria:
[(R$ 1.320,00 x 7,5%) + ((R$ 2.571,29 – R$ 1.320,01) x 9%) + ((R$ 3.000,00 – R$ 2.571,30) x
12%)] = R$ 263,06. Dessa forma, o segurado irá contribuir com uma alíquota efetiva de 8,77%,
em relação ao valor de R$ 3.000,00, que é a sua remuneração.
Por fim, imagine um segurado que recebe o limite máximo do salário de contribuição, ou seja,
para o ano de 2023, o valor de R$ 7.507,49. Este irá contribuir com a alíquota de 7,5% sobre
R$ 1.320,00, além da alíquota de 9% sobre a parcela que ultrapassa o valor de R$ 1.320,00 até
o valor de R$ 2.571,29, além da alíquota de 12% sobre a parcela que ultrapassa o valor de R$
2.571,29 até o valor de R$ 3.856,94, além da alíquota de 14% sobre a parcela que ultrapassa o
valor de R$ 3.856,94 até o valor de R$ 7.507,49. Assim, a contribuição desse segurado seria: [(R$
1.320,00 x 7,5%) + ((R$ 2.571,29 – R$ 1.320,01) x 9%) + ((R$ 3.856,94 – R$ 2.571,30) x 12%) +
((R$ 7.507,49 – R$ 3.856,95) x 14%)] = R$ 751,99. Dessa forma, o segurado irá contribuir com
uma alíquota efetiva de 11,68%, em relação ao valor de R$ 7.507,49, que é a sua remuneração.
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Por que tais segurados contribuem com uma alíquota maior do que os demais segurados
estudados anteriormente?
Na hipótese de o contribuinte individual prestar serviço a uma ou mais empresas, poderá deduzir,
da sua contribuição mensal, quarenta e cinco por cento da contribuição da empresa, efetivamente
recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração que esta lhe tenha pago ou creditado, limi-
tada a dedução a nove por cento do respectivo salário de contribuição.
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Fácil entender, não? Rsrsrsrsrs… Brincadeira! Essa regra, para ser entendida, deve ser
estudada por meio de um caso prático!
EXEMPLO
Imagine uma empresa remunerando um contribuinte individual no valor de R$ 1.500,00. Em
relação a tal remuneração, a empresa irá contribuir com 20%. Sobre esse valor, o segurado
poderá deduzir 45%, limitado a 9% do seu salário de contribuição. Assim, a contribuição do
contribuinte individual será de 20%, retirando a parcela que ele poderá deduzir. Ilustra-se o caso
mencionado abaixo:
• Remuneração do trabalhador: R$ 1.500,00
• Contribuição patronal: 20% x R$ 1.500,00 = R$ 300,00
• Possível dedução: 45% x R$ 300,00 = R$ 135,00
• Limite: 9% x R$ 1.500,00 = R$ 135,00
• Contribuição do segurado: (20% x R$ 1.500,00) - R$ 135,00 = R$ 165,00
EXEMPLO
Caso a remuneração seja superior ao teto do salário de contribuição, utiliza-se o limite e não a
dedução. Ilustra-se o caso abaixo:
Remuneração do trabalhador: R$ 10.000,00
- Contribuição patronal: 20% x R$ 10.000,00 = R$ 2.000,00
• Possível dedução: 45% x R$ 2.000,00 = R$ 900,00
• Limite: 9% x R$ 7.507,49 = R$ 675,67
• Contr. do segurado: (20% x R$ 7.507,49) - R$ 675,67 = R$ 825,59
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EXEMPLO
Imagine um médico contratando um eletricista para realizar reparos nas instalações elétricas
do seu consultório, sendo combinado um valor de R$ 2.000,00 em relação ao serviço prestado.
O médico irá contribuir com 20% em relação aos R$ 2.000,00, mas não efetuará o desconto do
segurado. A contribuição do eletricista será recolhida pelo próprio. Assim, o eletricista receberá
o valor de R$ 2.000,00, devendo contribuir com 11% sobre os R$ 2.000,00, caso haja declaração
do contratante, ou 20% sobre os R$ 2.000,00, caso não haja declaração do contratante.
Uma vez estudada a regra geral, estuda-se uma exceção a essa regra.
A contribuição do segurado contribuinte individual que presta serviço por conta própria
e do segurado facultativo, como visto, é de 20% sobre o salário de contribuição. Tal base
de cálculo possui limite mínimo e máximo. Portanto, no mínimo que esses segurados irão
contribuir será com a alíquota de 20% sobre um salário mínimo, que, atualmente, está em R$
1.320,00. Assim, a contribuição será de R$ 264,00.
Para uma dona de casa que não possui renda ou para um estudante, esse valor não é
elevado?
Sem dúvida!
Assim, a Lei Complementar n. 123/2006, com o intuito de uma inclusão social, possibilitou
que esses segurados contribuam com 11% sobre um salário mínimo, abdicando ao direito
se aposentarem por tempo de contribuição.
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§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para
atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informa-
lidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no
âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda.
§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo.
Portanto, a lógica das citadas contribuições é a busca por uma inclusão social, ou seja,
permitir que trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de
informalidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho
doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda,
tenham acesso ao sistema previdenciário.
Considera-se de baixa renda, a família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais
do Governo Federal – CadÚnico cuja renda mensal seja de até 2 salários mínimos.
Sem problemas! Bastaria que eles contribuíssem com a diferença para a alíquota de 20%,
devidamente atualizada, ou seja, bastaria que eles contribuíssem com 9% ou 15%, a depender
da situação, devidamente atualizados com juros de mora.
E a multa de mora?
Não existe, tendo em vista que os segurados não estariam em mora (atraso), mas apenas
estariam contribuindo conforme a legislação permitia.
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Com a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), não subsiste, regra geral,
aposentadoria por tempo de contribuição (salvo o direito adquirido, regras transitórias e a
aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência). A recente reforma da
previdência social passou a prever, entre outras aposentadorias, a aposentadoria programada,
a qual, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado que atingir 62 anos de
idade, se mulher, 65 anos de idade, se homem, com 15 anos de tempo de contribuição, se
mulher, e 20 anos de tempo de contribuição, se homem.
Para fins de obtenção de uma aposentadoria programada, conforme preceitua o art. 51,
§ 1º do RPS, o período pelo qual os segurados contribuinte individual e facultativo tiverem
contribuído na forma prevista no art. 199-A (11% ou 5% sobre o limite mínimo mensal do sa-
lário de contribuição, a depender da situação) será considerado como tempo de contribuição.
Entretanto, caso o segurado pretenda contar o tempo de contribuição correspondente para
fins de obtenção de aposentadoria por tempo de contribuição (direito adquirido, regras transitó-
rias e a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência) ou de contagem
recíproca do tempo de contribuição, deverá complementar a contribuição mensal (9% ou 15%
sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário de contribuição em vigor na
competência a ser complementada, acrescido dos juros moratórios, a depender da situação).
Tal complementação será exigida a qualquer tempo, sob pena do indeferimento ou do
cancelamento da certidão emitida para fins de contagem recíproca ou da aposentadoria por
tempo de contribuição (direito adquirido, regras transitórias e a aposentadoria por tempo de
contribuição da pessoa com deficiência).
Segurado Especial
Em virtude de mandamento constitucional (art. 195, § 8º da CF/1988), o produtor, o parceiro,
o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges,
que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes,
contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado
da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
Portanto, a contribuição do segurado especial é de 1,2% sobre a receita bruta, proveniente
da comercialização da sua produção rural, além de 0,1% para financiamento de benefícios
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho (GILRAT), totalizando 1,3%.
A alíquota da GILRAT visa financiar benefícios decorrentes de acidentes de trabalho.
Assim, já sabemos que os segurados especiais têm o direito ao recebimento de benefícios
acidentários, como aposentadoria por invalidez acidentária, auxílio-doença acidentário, auxí-
lio-acidente acidentário e pensão por morte acidentária.
Além das citadas alíquotas, o segurado especial ainda contribui com a alíquota de 0,2%,
a qual é destinada ao SENAR. Assim, na prática, é descontado 1,5% do segurado especial.
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Entretanto, tendo em vista que o SENAR não é contribuição que visa financiar o sistema se-
curitário, irei explicar a contribuição do segurado especial, desconsiderando tal valor.
Visualiza-se, na prática, o segurado especial contribuindo para a previdência social.
EXEMPLO
Imagine um grupo familiar (produtor, esposa e 2 filhos a partir dos 16 anos de idade) comercia-
lizando o excedente de sua produção rural no valor de R$ 10.000,00. O adquirente irá adquirir
a produção e pagará ao grupo familiar o valor de R$ 10.000,00, deduzindo a contribuição previ-
denciária do grupo familiar, tendo em vista que o adquirente, conforme determina a legislação
previdenciária, fica responsável em repassar esse valor à previdência social (sub-rogado). Assim,
o adquirente repassará o valor de R$ 130,00 para a previdência social e a diferença, retirando
ainda o valor devido para o SENAR, para o grupo.
Caso o segurado especial não comercialize a sua produção, quando ele contribuirá para
a previdência social?
Nunca!
Vai sim! A legislação previdenciária permite que o segurado especial, caso queira receber
benefícios previdenciários de valores superiores a 1 salário mínimo, contribua facultativa-
mente “como se fosse” contribuinte individual.
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Contribuindo desta forma, o segurado especial não se torna contribuinte individual, nem
faz com que deixe de contribuir, caso venha comercializar a sua produção rural. É apenas
uma possibilidade que o legislador criou para que o segurado especial faça jus a benefícios
previdenciários de valores superiores a 1 salário mínimo.
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Contribuintes Individuais
Em relação aos contribuintes individuais, 20% sobre o total das remunerações pagas ou
creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, a esses segurados que lhe prestem serviços.
Portanto, caso uma empresa contrate um segurado contribuinte individual e o remunere
com o valor de R$ 100.000,00, contribuirá com 20% sobre os R$ 100.000,00.
Vamos visualizar o exemplo elucidado para a empresa quando remunera segurado em-
pregado, trabalhador avulso, ou contribuinte individual.
EXEMPLO
Imagine, portanto, que no curso de uma ação fiscal, o Auditor Fiscal não comprove a remunera-
ção recebida pelo sócio de uma sociedade limitada, tendo em vista a recusa da apresentação
de documento. Entretanto, o Auditor Fiscal verifica que o sócio contribui mensalmente sobre o
valor de R$ 2.000,00. Nessa situação, a contribuição da empresa de 20% incidirá sobre o valor
de R$ 2.000,00.
Caso esse sócio não contribua na qualidade de contribuinte individual, mas remunera na sua
empresa segurados empregados, sendo a maior remuneração paga a esses segurados o valor
de R$ 10.000,00, a contribuição da empresa de 20% incidirá sobre o valor de R$ 10.000,00.
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Caso nenhuma das situações anteriores ocorra, a contribuição da empresa de 20% incidirá
sobre o valor do salário mínimo.
Perceba, portanto, que as situações são excludentes. Ou seja, o Auditor Fiscal não pode
escolher a mais vantajosa para a Fazenda Pública, mas sim verificar a que ocorre primeiro.
A segunda situação ocorre no caso do freteiro.
Qual é o valor da remuneração auferida pelo serviço prestado de frete, uma vez que o valor
cobrado engloba outros valores, além da remuneração do trabalho, como, por exemplo,
depreciação do veículo, gasolina, pedágio…?
EXEMPLO
Imagine uma empresa contratando o serviço de um freteiro, sendo cobrado o valor de R$
10.000,00. O valor da remuneração do trabalho prestado pelo freteiro será de 20% em relação
aos R$ 10.000,00. Assim, a remuneração do trabalho do freteiro será de R$ 2.000,00. A contri-
buição da empresa e o desconto do segurado serão feitos em relação ao valor de R$ 2.000,00.
• Valor de Frete: R$ 10.000,00
• Remuneração do trabalho: 20% x R$ 10.000,00 = R$ 2.000,00
• Contribuição patronal: 20% x R$ 2.000,00 = R$ 400,00
• Contribuição do segurado: 11% x R$ 2.000,00 = R$ 220,00
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EXEMPLO
Imagine, portanto, que no curso de uma ação fiscal, o Auditor Fiscal não verifica na contabilida-
de a remuneração decorrente do trabalho e a proveniente do capital social. Nessa situação, a
contribuição da empresa de 20% incidirá sobre a remuneração do capital (distribuição de lucros,
juros sobre o capital próprio…). Assim, caso a sociedade distribua para cada sócio o valor de R$
20.000,00, a contribuição da empresa de 20% incidirá sobre o valor de R$ 20.000,00.
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Qual é o desconto que a cooperativa de trabalho efetuará em relação aos seus coopera-
dos? 11% ou 20%?
Depende do tomador!
EXEMPLO
Imagine uma empresa que contrata cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho,
sendo combinado o valor de R$ 100.000,00 pelos serviços prestados. Assim, a cooperativa
de trabalho emite uma nota fiscal no valor de R$ 100.000,00, devendo a empresa tomadora de
serviços pagar, além do valor acordado, 15% sobre os R$ 100.000,00 para a previdência social.
Ou seja, o ônus do tomador de serviços é de R$ 115.000,00 (R$ 100.000,00 a ser pago para a
cooperativa e R$ 15.000,00 de contribuição previdenciária).
A cooperativa de trabalho possui gastos. Imagine gastos na faixa de 25% (R$ 25.000,00 – 25%
x R$ 100.000,00). Retirado esses gastos, a cooperativa de trabalho irá remunerar seus coope-
rados. Pergunta: a cooperativa de trabalho contribuirá com 20% sobre a remuneração paga aos
seus cooperados (contribuintes individuais)? Não, tendo em vista que o tomador de serviços já
pagou a conta! Entretanto, cabe a cooperativa de trabalho efetuar o desconto dos seus coope-
rados que, no caso, será de 11%, tendo em vista a contribuição do tomador de serviços.
Caso o tomador de serviço fosse uma EBAS ou pessoa física, a cooperativa de trabalho des-
contaria 20% sobre o salário de contribuição dos seus cooperados.
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A citada contribuição social foi declarada inconstitucional pelo STF, conforme julgado abaixo:
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Dessa forma, foi fixada a tese em sede de repercussão geral no seguinte sentido (tema 166):
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Portaria MF n 203, de 14 de maio de 2012, e tendo em vista o disposto no art. 21 da Lei no 8.212,
o
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A citada alteração está em consonância com o enunciado de súmula n. 351 do STJ, que
assim dispõe:
JURISPRUDÊNCIA
A alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo
grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo
grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro.
EXEMPLO
Imagine uma empresa que tem como objeto social a fabricação de caminhões, cuja alíquota
da GILRAT é de 3%, e representação comercial, cuja alíquota da GILRAT é de 2%. A empresa
possui 100 empregados fabricando caminhões (estabelecimento matriz) e 95 empregados na
representação comercial (filiais da empresa). Assim, nesse mês, a atividade preponderante
para o estabelecimento matriz é a fabricação de caminhões, devendo a empresa contribuir com
3% em relação a remuneração paga aos 100 empregados da matriz, enquanto que a ativida-
de preponderante para as filias da empresa é a representação comercial, devendo a empresa
contribuir com 2% em relação a remuneração paga aos 95 empregados das filiais da empresa.
Perceba que o enquadramento da GILRAT, com a recente alteração no RPS, passa a ser
por cada estabelecimento da empresa e não mais em relação a empresa como um todo.
A Lei n. 10.666/2003 diz, ainda, que a alíquota de contribuição de 1%, 2% ou 3%, desti-
nada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em
razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho (GILRAT), poderá ser reduzida, em até 50%, ou aumentada, em até 100%, conforme
dispuser o regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva ati-
vidade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices
de frequência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social.
Essa majoração ou redução da alíquota da GILRAT é conhecida como o fator acidentário
de prevenção (FAP).
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A filosofia do FAP é majorar as empresas que oneram a previdência social com a conces-
são de benefícios de natureza acidentária.
Assim, quanto mais a empresa investe em saúde e segurança do seu trabalhador, menos
benefícios acidentários serão concedidos aos beneficiários dessa empresa, não sendo justo
que a mesma continue a contribuir da mesma forma que empresas que não investem em
saúde e segurança do seu trabalhador. Portanto, essa empresa terá a alíquota da GILRAT
reduzida, com base no seu FAP, em até 50%.
Entretanto, quanto menos a empresa investe em saúde e segurança do seu trabalhador,
mais benefícios acidentários serão concedidos aos beneficiários dessa empresa, não sendo
justo que a mesma continue a contribuir da mesma forma que empresas que investem em
saúde e segurança do seu trabalhador. Portanto, essa empresa terá a alíquota da GILRAT
majorada, com base no seu FAP, em até 100%.
Quem pagará esse tempo em que o segurado deixou de contribuir, em razão de ter se apo-
sentado com uma idade mitigada? O próprio segurado ou quem o expõe?
EXEMPLO
Imagine uma empresa que possui 100 empregados a seu serviço e cuja alíquota da GILRAT seja
de 3%. Essa empresa possui 95 empregados trabalhando em setores onde não há exposição a
agentes nocivos. Entretanto, 5 empregados trabalham no setor estamparia, expostos ao agente
nocivo ruído acima do limite de tolerância máximo permitido pela legislação, permitindo que eles
se aposentem por meio de uma aposentadoria especial após 25 anos, desde que preenchido o
requisito etário mínimo de 60 anos.
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Perceba que o adicional incide apenas em relação a quem está efetivamente exposto a
agente nocivo, enquanto que a alíquota da GILRAT incide em relação a todos os segurados
empregados e trabalhadores avulsos da empresa.
A verificação dos setores onde existe exposição à agente nocivo é baseada em um laudo,
conhecido como laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico
do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
Do laudo técnico deverá constar informação sobre a existência de tecnologia de proteção
coletiva, de medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho, ou de tecnologia
de proteção individual, que elimine, minimize ou controle a exposição a agentes nocivos aos
limites de tolerância, respeitado o estabelecido na legislação trabalhista.
Tais informações são consolidadas no perfil profissiográfico previdenciário (PPP), que é
o documento histórico-laboral do trabalhador, comprovando a efetiva exposição do segurado
a agentes nocivos.
Qual é o documento que o segurado leva para a previdência social e apresenta ao perito
médico do INSS, para fins de comprovar a efetiva exposição a agente nocivo?
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Produtor Rural
Além do segurado especial, têm-se duas outras espécies de produtores rurais: o produtor
rural pessoa física (PRPF) e o produtor rural pessoa jurídica (PRPJ). Todos são segurados
obrigatórios do RGPS, mas estes dois últimos são contribuintes individuais, sujeitando-se às
regras de recolhimento desta categoria de segurado. Além disso, são o PRPF e o PRPJ também
empresas para fins previdenciários, sujeitando-se a recolhimentos diferenciados.
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Simples Nacional
O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de
tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na LC n. 123/2006.
Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios).
É administrado por um Comitê Gestor composto por 8 integrantes: 4 da Secretaria da
Receita Federal do Brasil (RFB), 2 dos Estados e do Distrito Federal e 2 dos Municípios.
Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições:
• Enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte;
• Cumprir os requisitos previstos na legislação; e
• Formalizar a opção pelo Simples Nacional.
Dessa forma, uma empresa optante pelo Simples Nacional contribui sobre a receita bruta
auferida mensalmente, abrangendo os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/PASEP, COFINS, IPI,
ICMS, ISS e as contribuições da empresa sobre a folha de salários e remunerações pagas ou
creditadas a pessoas físicas que lhe prestem serviços.
Dessa forma, no caso do Simples Nacional, essa forma de contribuição, além de substi-
tuir a contribuição sobre a remuneração dos empregados e trabalhadores avulsos, substitui
a contribuição sobre a remuneração paga ao contribuinte individual, a GILRAT e o eventual
adicional para financiamento da aposentadoria especial. Entretanto, a empresa optante pelo
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Perceba que nem tudo está substituído. Caso a associação desportiva que mantenha
equipe de futebol profissional contrate um segurado contribuinte individual, contribuirá com
20% sobre a remuneração paga.
Além disso, a associação desportiva que mantenha equipe de futebol profissional está
obrigada a recolher as contribuições descontadas dos segurados, as decorrentes de sub-ro-
gação e a retenção dos 11% por serviços prestados por pessoas jurídicas mediante cessão
de mão de obra ou empreitada.
Empregador Doméstico
A LC n. 150/2015, especificamente no seu capítulo II, cria o Simples Doméstico, que é
um regime unificado de pagamento de tributos, de contribuições e dos demais encargos do
empregador doméstico.
A inscrição do empregador e a entrada única de dados cadastrais e de informações traba-
lhistas, previdenciárias e fiscais no âmbito do Simples Doméstico dar-se-ão mediante registro
em sistema eletrônico a ser disponibilizado em portal na internet, conforme regulamento.
O Simples Doméstico assegurará o recolhimento mensal, mediante documento único de
arrecadação, dos seguintes valores:
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Chegamos ao fim da parte teórica da nossa Aula 03. Faça com atenção os exercícios
propostos, pois são uma ferramenta valiosa para a fixação do conteúdo.
Bons estudos e até a nossa próxima aula.
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RESUMO
• Considera-se empresa, para fins previdenciários, a firma individual (leia-se – empresário
individual – art. 966 do Código Civil) ou a sociedade que assume o risco de atividade
econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entida-
des da administração pública direta, indireta e fundacional.
• Equiparam-se a empresa:
− i) o contribuinte individual, em relação a segurado que lhe presta serviço;
− ii) a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclu-
sive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras;
− iii) o operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra de que trata a Lei n. 12.815,
de 2013; e
− iv) o proprietário ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação
a segurado que lhe presta serviço.
• A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
− i) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, inci-
dentes sobre:
◦ a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qual-
quer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
◦ b) a receita ou o faturamento;
◦ c) o lucro;
− ii) do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas
alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo RGPS;
− iii) sobre a receita de concursos de prognósticos;
− iv) do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
• A contribuição da União é constituída de recursos adicionais do Orçamento Fiscal, fixados
obrigatoriamente na lei orçamentária anual.
• A União é responsável pela cobertura de eventuais insuficiências financeiras da Seguri-
dade Social, quando decorrentes do pagamento de benefícios de prestação continuada
da Previdência Social, na forma da Lei Orçamentária Anual.
• Constituem outras receitas da Seguridade Social:
− i) as multas, a atualização monetária e os juros moratórios;
− ii) a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança pres-
tados a terceiros;
− iii) as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou
arrendamento de bens;
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Do ponto de vista
previdenciário, considera-se empresa a firma individual ou sociedade que assume o risco de
atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos, excluídos os órgãos e entidades da
administração pública direta, indireta ou fundacional.
002. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Em razão do princípio
da pessoalidade, considera-se empregador doméstico exclusivamente a pessoa física ou a
família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.
003. (CESPE/CEBRASPE/MPE-CE/2020/ANALISTA MINISTERIAL/SERVIÇO SOCIAL) Uma
instituição do terceiro setor realizou, em determinada comunidade carente de um município
de médio porte, serviços essenciais gratuitos na área de cidadania, saúde e educação.
A seguir são apresentadas informações de alguns contribuintes da previdência social que par-
ticiparam da ação em busca de orientações previdenciárias.
• Josefa, cinquenta e um anos de idade, presta serviço em caráter não eventual, em pro-
priedade rural e recebe por mês R$ 1.200. Reside com o esposo Henrique, de cinquenta e
quatro anos de idade e trabalhador informal na construção civil, com seu genitor José, de
oitenta anos de idade, e com os dois filhos do casal, Miguel, de dezenove anos de idade
e estudante, e Manoel, de vinte e três anos de idade, que está desempregado.
• Cleber, quarenta e oito anos de idade, casado, tem três filhos e é empregado de uma
sociedade anônima, na qual ocupa o cargo de diretor.
• Maura, quarenta e cinco anos de idade, solteira, desenvolve atividade remunerada como
síndica do prédio onde reside.
• Amélia, trinta e nove anos de idade, casada, sem filhos, presta serviço de natureza con-
tínua, em atividades sem fins lucrativos, à família de Cleber.
• Samuel, cinquenta e cinco anos de idade, solteiro, sem filhos, ministro de congregação
religiosa.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue, com base nas Leis n.
8.212/1991 e n. 8.213/1991.
A família de Cleber pode ser considerada como empregador doméstico de Amélia.
004. (CESPE/CEBRASPE/TRF 2ª REGIÃO/2013/JUIZ FEDERAL) A Lei n. 8.212/1991, que
institui o plano de custeio da seguridade social, distingue as pessoas que são consideradas
empresas daquelas que se equiparam a empresas. Entre as que se equiparam a empresa
encontram-se as
a) fundações públicas.
b) cooperativas.
c) firmas individuais.
d) sociedades que assumam o risco de atividade econômica rural com fins lucrativos.
e) autarquias.
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GABARITO
1. E 36. E
2. C 37. E
3. C 38. a
4. b 39. C
5. E 40. c
6. a 41. a
7. b 42. C
8. C 43. E
9. C 44. b
10. d 45. E
11. a 46. C
12. e 47. C
13. e 48. a
14. a 49. e
15. d 50. b
16. d 51. e
17. c 52. E
18. d 53. C
19. b 54. C
20. C
21. d
22. C
23. C
24. C
25. e
26. d
27. d
28. C
29. e
30. E
31. E
32. E
33. C
34. C
35. E
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/CEBRASPE/INSS/2022/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) Do ponto de vista
previdenciário, considera-se empresa a firma individual ou sociedade que assume o risco de
atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos, excluídos os órgãos e entidades da
administração pública direta, indireta ou fundacional.
Considera-se empresa, para fins previdenciários, a firma individual (empresário individual – art.
966 do Código Civil) ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou
rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração pública
direta, indireta e fundacional.
Errado.
Considera-se empregador doméstico a pessoa ou família que admite a seu serviço, mediante
remuneração, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.
Certo.
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• Amélia, trinta e nove anos de idade, casada, sem filhos, presta serviço de natureza con-
tínua, em atividades sem fins lucrativos, à família de Cleber.
• Samuel, cinquenta e cinco anos de idade, solteiro, sem filhos, ministro de congregação
religiosa.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue, com base nas Leis n.
8.212/1991 e n. 8.213/1991.
A família de Cleber pode ser considerada como empregador doméstico de Amélia.
Amélia é uma segurada obrigatória do RGPS, na qualidade de empregada doméstica, uma vez
que presta serviço de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal a pessoa ou família, no
âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos. Assim sendo, a família de Cleber é
considerada empregador doméstico, pois admite a seu serviço, mediante remuneração, sem
finalidade lucrativa, Amélia, empregada doméstica.
Certo.
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Considera-se empresa, para fins previdenciários, a firma individual (empresário individual – art.
966 do Código Civil) ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou
rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração pública
direta, indireta e fundacional. Portanto, possuir ou não finalidades lucrativas, é simplesmente
irrelevante para fins de enquadramento de uma empresa. A banca examinadora determinou a
necessidade de possuir fins lucrativos para conceituar empresa. As demais letras se referem
a definição de empregador doméstico (letra “b”) e situações de equiparadas a empresa (letras
“c”, “d” e “e”).
Letra a.
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c) as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade so-
cial constarão do orçamento da Seguridade Social, não integrando os orçamentos fiscais dos
respectivos entes federativos.
d) contribuem também para a previdência social os aposentados e pensionistas por meio de
contribuições sociais incidentes sobre aposentadorias e pensões concedidas pelo Regime
Geral de Previdência Social.
A diversidade da base de financiamento é princípio que rege à seguridade social, o qual busca
garantir a arrecadação de contribuições, de modo que a base de financiamento da seguridade
social seja a mais variada possível. Um dos exemplos de contribuição social que visa financiar
a seguridade social é a contribuição do importador de bens ou serviços do exterior, a qual está
prevista no art. 195, IV da CF/1988.
a) Errada. A seguridade social como um todo não tem o caráter contributivo, ou seja, no caso
da saúde, qualquer pessoa tem acesso a rede pública de saúde e, no caso da assistência social,
esta será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição a ser vertida
para a seguridade social. No caso da previdência social, este ramo do sistema securitário é
contributivo, fazendo com que o beneficiário venha a verter contribuições prévias para ter acesso
aos benefícios previdenciários.
c) Errada. Conforme determina o art. 195, § 1º da CF/1988, as receitas dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos,
não integrando o orçamento da União.
d) Errada. Não incide contribuição social sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo RGPS,
conforme determina o art. 195, II da CF/1988.
Letra b.
Conforme determina o art. 195, III, da CF/1988, constituem receitas da seguridade social a
contribuição sobre a receita de concurso de prognósticos.
Certo.
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Conforme determina o art. 195, I, da CF/1988, constituem receitas da seguridade social as con-
tribuições sociais do empregador incidentes sobre: (i) a folha de salários e demais rendimentos
do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo
sem vínculo empregatício; (ii) a receita ou o faturamento; (iii) o lucro.
Certo.
Conforme preceitua o art. 195, IV da CF/1988, constitui contribuição social, que visa financiar a
seguridade social, a contribuição do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei
a ele equiparar. As demais afirmativas são perfeitas, não sendo necessário nenhum comentário.
Letra d.
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d) receitas federais, estaduais e municipais; receitas das contribuições sociais das empresas,
incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço; das contribuições
de intervenção no domínio econômico incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos;
além de receitas de outras fontes.
e) receitas da União; receitas das contribuições sociais das empresas, incidentes sobre a re-
muneração paga aos segurados a seu serviço; das contribuições de intervenção no domínio
econômico incidentes sobre a receita de jogos educacionais; além de receitas de outras fontes.
Conforme determina o art. 195, caput da CF/1988, a seguridade social será financiada por
toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribui-
ções sociais.
Letra e.
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Conforme determina o art. 195 da CF/1988, a seguridade social será financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contri-
buições sociais: i) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,
incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados,
a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a
receita ou o faturamento; c) o lucro; ii) do trabalhador e dos demais segurados da previdência
social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo RGPS; iii)
sobre a receita de concursos de prognósticos; e iv) do importador de bens ou serviços do ex-
terior, ou de quem a lei a ele equiparar.
Letra e.
A sociedade financia a seguridade social, de forma direta e indireta. A banca examinadora elenca
a contribuição incidente sobre a folha de salários como forma indireta. Entretanto, tal contribui-
ção social é uma forma direta de financiamento da seguridade social. Lembrando que a forma
indireta se refere às dotações orçamentárias destinadas ao financiamento do sistema securitário.
b) Certa. Perfeita a afirmativa, não sendo necessário nenhum comentário.
c) Certa. A lei orçamentária anual é dividida em orçamento fiscal, orçamento de investimento e
orçamento da seguridade social. Assim, a seguridade social possui orçamento próprio, elabora-
do de forma integrado pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência
social, nos termos do art. 195, § 2º da CF/1988, não se confundindo com o orçamento fiscal.
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d) Certa. É possível o custeio da seguridade social por meio de imposições tributárias não
vinculadas previamente a tal finalidade. A título de exemplo, para pagamento de encargos pre-
videnciários da União, outras imposições tributárias, além das contribuições sociais, poderão
ser utilizadas, as quais não foram vinculadas previamente para tal finalidade.
e) Certa. No exercício de sua competência residual, a União, no intuito de manter ou expandir
o sistema securitário, pode instituir novas contribuições sociais, além daquelas previstas na
CF/1988, nos termos do art. 195, § 4º da CF/1988. A instituição de novas fontes deverá observar,
entre outros critérios, a exigência de lei complementar, a não-cumulatividade e a necessidade
de que o fato gerador ou a base de cálculo da nova contribuição sejam distintos em relação às
contribuições sociais previstas na Constituição.
Letra a.
Conforme determina o art. 195, caput da CF/1988, a seguridade social será financiada por toda
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribui-
ções sociais.
Letra d.
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Conforme determina o art. 195, I, “a” da CF/1988, a seguridade social será financiada por toda
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições
sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes
sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer
título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Portanto, o
gabarito correto é a afirmativa “c”.
Letra c.
Uma das fontes para financiar a Seguridade Social é a contribuição social da empresa incidente
sobre a sua folha de salários, prevista no art. 195, I, “a” da CF/1988. As demais fontes elencadas
não são fontes para financiar a Seguridade Social.
Letra d.
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Conforme determina o art. 11 da Lei n. 8.212/1991, constituem contribuições sociais: (i) as das
empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço;
(ii) as dos empregadores domésticos; (iii) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário
de contribuição; (iv) as das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro; (v) as incidentes
sobre a receita de concursos de prognósticos. Ademais, conforme determina o art. 195, IV da
CF/1988, constitui contribuição social para o financiamento da seguridade social a contribuição
do importador de bens ou serviços do exterior.
Letra b.
A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos ter-
mos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das contribuições sociais, as quais estão elencadas no art. 195 da
CF/1988, entre elas, as contribuições sociais do empregador, da empresa ou da entidade a ela
equiparada, que incidem sobre o lucro (art. 195, I, “c” da CF/1988).
Certo.
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Conforme determina o art. 195, I, “a” da CF/1988, a seguridade social será financiada por toda
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições
sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes
sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer
título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício.
Certo.
Conforme determina o art. 195, I, “b” da CF/1988, constituem receitas da seguridade social a
contribuição do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, inci-
dente sobre a receita ou o faturamento.
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Conforme determina o art. 195, III da CF/1988, constitui receita da seguridade social a contri-
buição social sobre a receita de concursos de prognóstico.
Certo.
Constituem outras receitas da Seguridade Social, 40% do resultado dos leilões dos bens apreen-
didos pelo Departamento da Receita Federal. As demais fontes mencionadas, constituem outras
receitas da Seguridade Social, nos termos do art. 27 da Lei n. 8.212/1991.
Letra d.
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Constituem outras fontes para o financiamento da seguridade social, 40% do resultado dos
leilões dos bens apreendidos pela RFB. Dessa forma, uma vez que o resultado do leilão foi de
R$ 800.000,00, 40% deste valor é uma outra fonte que visa financiar a seguridade social, ou
seja, o valor de R$ 320.000,00.
Letra d.
Conforme determina o art. 193, I do RPS, constituem contribuições sociais, entre outras, as das
empresas, incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais
pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício.
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Perfeita afirmativa! Literalidade do art. 30, § 4º da Lei n. 8.212/1991. Tal regra, como visto na
parte teórica, foi criada para acabar com a grande diferença da alíquota de contribuição do
contribuinte individual em relação aos demais segurados, tendo em vista a existência da con-
tribuição da empresa em relação a remuneração paga ou creditada ao contribuinte individual.
a) Errada. Na época da prova, a contribuição do empregado, trabalhador avulso e do empregado
doméstico era calculada mediante a aplicação da alíquota 8%, 9% ou 11% sobre o seu salário
de contribuição mensal, de forma não cumulativa. Assim, existe uma tabela de salário de con-
tribuição publicada periodicamente por meio de uma Portaria que define as faixas sobre as
quais incidem as alíquotas de contribuição dos segurados empregados, trabalhadores avulsos
e empregados domésticos. Com a reforma da previdência social brasileira, a contribuição do
empregado, trabalhador avulso e do empregado doméstico passa a ser calculada mediante
a aplicação de alíquotas progressivas (7,5%, 9%, 12% e 14%), conforme tabela, incidindo cada
alíquota sobre a faixa de valores compreendidas nos respectivos limites.
b) Errada. A contribuição do segurado contribuinte individual e do segurado facultativo é de 20%
sobre o respectivo salário de contribuição.
c) Errada. A contribuição do segurado especial é de 1,2% sobre a receita bruta, proveniente
da comercialização da sua produção rural, além de 0,1% para financiamento de benefícios
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho (GILRAT), totalizando 1,3%.
d) Errada. A contribuição do segurado empregado e do trabalhador avulso incide sobre o seu sa-
lário de contribuição. Tal base de cálculo possui limite máximo que, atualmente, é de R$ 7.507,49.
Letra e.
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Rita foi contratada para trabalhar na residência de Zuleica, em atividade sem fins lucrativos,
mediante o recebimento de um salário mínimo por mês.
Nessa situação hipotética, a contribuição destinada à seguridade social a cargo de
031. (CESPE/DPE/PE/2015) Zuleica será de 20% sobre o total das remunerações pagas,
devidas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, à segurada.
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O contribuinte individual, quando exerce atividade para uma entidade beneficente de assistência
social, é descontado em 20% sobre o seu salário de contribuição, tendo em vista a inexistência
de contribuição patronal, uma vez que a EBAS é isenta das contribuições sociais patronais. Já
que a dedução legal se deriva da contribuição da empresa, que, no caso da EBAS, não existe, o
contribuinte individual deve ser descontado em 20% sobre o seu salário de contribuição.
Errado.
A partir da Lei n. 10.666/2003, quando a empresa contrata um contribuinte individual, esta fica
obrigada a efetuar o desconto da contribuição do segurado em relação ao seu salário de con-
tribuição juntamente com as demais contribuições a seu cargo.
Certo.
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O segurado facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico
no âmbito de sua residência, desde que pertencente a família de baixa renda, contribui com 5%
sobre um salário mínimo (limite mínimo mensal do salário de contribuição).
Errado.
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A contribuição para a previdência social com a alíquota de 5% sobre o limite mínimo mensal
do salário de contribuição aplica-se apenas ao microempreendedor individual (MEI) e para o
segurado facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico
no âmbito de sua residência, desde que pertencente à família de baixa renda, não sendo apli-
cada ao trabalhador avulso, cuja contribuição é calculada por meio da aplicação da alíquota
correspondente (7,5%, 9%, 12% e 14%), de forma progressiva, sobre o seu salário de contribuição
mensal, de acordo com a tabela publicada em Portaria. Dessa forma, no caso em comento, a
contribuição com a alíquota de 5% sobre o limite mínimo mensal do salário de contribuição
se aplicaria a Fátima (segurada facultativa sem renda própria que se dedique exclusivamente
ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente à família de baixa
renda), mas não ao Ronaldo, que é um trabalhador avulso.
Errado.
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Em relação ao segurado empregado, a empresa contribui com 20% sobre o total das remune-
rações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, a esse segurado que lhe
preste serviço.
Certo.
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Em relação aos segurados empregados e trabalhadores avulsos, a empresa contribui com 20%
sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês,
a esses segurados que lhe prestem serviços. Além disso, a empresa, para o financiamento dos
benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos
riscos ambientais do trabalho (GILRAT), sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no
decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos, contribui com a alíquota de
1% para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja con-
siderado leve; 2% para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado
médio; 3% para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.
Letra a.
Conforme entendimento do STF, as Leis n. 7.787/1989, art. 3º, II, e n. 8.212/1991, art. 22, II,
definem, satisfatoriamente, todos os elementos capazes de fazer nascer a obrigação tributária
válida. O fato de a lei deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de “atividade
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preponderante” e “grau de risco leve, médio e grave”, não implica ofensa ao princípio da legali-
dade genérica, C.F., art. 5º, II, e da legalidade tributária, C.F., art. 150, I. Dessa forma, conforme
entendimento do STF, é legítima a cobrança da alíquota da GILRAT (antigo SAT).
Errado.
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Erro sutil! O erro ocorre quando a banca examinadora menciona a alíquota para financiar os
benefícios decorrentes do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho em relação ao contribuinte individual. Não existe a incidência da alíquota
da GILRAT sobre a remuneração paga ao contribuinte individual. Retirando esse erro (retirando
o contribuinte individual da afirmativa), o restante é perfeito!
Errado.
Perfeita a afirmativa, não sendo necessário nenhum comentário. Excelente questão para estudar
o assunto “GILRAT”, resumindo o que é necessário estudar sobre o citado assunto.
Certo.
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c) varia conforme o grau de exposição dos empregados e avulsos a condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física, podendo ser alterado em razão do desempenho da
empresa em relação à sua respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção – FAP.
d) incide sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante
o mês, aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais que lhe
prestem serviços.
e) incide sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante
o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços.
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Auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil. Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj), bacharel em Direito pela Universidade Cândido Mendes (Ucam) e pós-
graduado em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Professor de Direito Previdenciário em
cursos preparatórios para concurso público.
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