Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 09
Jurisdição:
Princípios da jurisdição:
Resumo elaborado pela equipe de monitores. Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a
reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento.
A concessão de “Habeas Corpus” de ofício violaria o princípio da inércia? Para Ada
Pellegrini, a necessidade de proteção da liberdade individual justificaria o exercício
espontâneo da jurisdição.
Resumo elaborado pela equipe de monitores. Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a
reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento.
Princípio do Juiz Natural: Este princípio teve origem no Direito Anglo-Saxão,
trazendo consigo três subprincípios que lhe são consectários: 1) Garante o processo e
julgamento perante o juiz competente. 2) Proíbe a criação de tribunais de exceção, isto é,
tribunais criados para a solução de um caso específico. 3) Proíbe a criação de justiça
especializada. No Brasil, esse princípio foi adotado de forma mitigada, haja vista que a regra
no nosso ordenamento é a adoção de justiças e varas especializadas.
Ada Pellegrini considera o princípio do Juiz Natural pressuposto processual de
existência. Os pressupostos de existência são: Partes, Pedido e Órgão Jurisdicional. Na
violação de um pressuposto processual de existência, ocorre a inexistência da relação jurídica
processual. Há também os pressupostos de validade, como a competência processual.
Exemplos de pressupostos processuais:
Resumo elaborado pela equipe de monitores. Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a
reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento.
existência desse princípio em provas do Ministério Público, afinal, é uma regra garantia do
cidadão e não um preciosismo institucional.
Competência:
“Ratione Materiae”
Material
“Ratione Personae”
Competência:
“Ratione Loci”
Funcional
Absoluta
Competência
Relativa
Resumo elaborado pela equipe de monitores. Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a
reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento.
A competência pode ser dividida em Material e Funcional, sendo a competência
material dividida ainda em competência “ratione materiae”, “ratione personae” e “ratione
loci”. A competência também pode ser dividida em competência absoluta e relativa.
A competência “ratione personae” é definida pela natureza da infração. Exemplo: A
competência do Júri popular, da justiça Militar, da Justiça Federal. A maior parte das regras
de competência “ratione personae” estão na constituição federal.
A competência “ratione personae” é qualificada pela pessoa do acusado. É o chamado
“foro privilegiado”. Exemplo: Juízes e Governadores.
A competência “ratione loci” é aquela que adota os critérios territoriais.
A competência funcional é aquela que estabelece atuação de dois ou mais juízes no
mesmo processo. Exemplo: A competência do Júri, a competência da execução penal e a
competência recursal.
A competência absoluta é aquela cuja a regra foi fixada considerando o interesse
público, e não o interesse da parte. A sua violação pode ser alegada a qualquer momento do
processo, pois não ocorre a prorrogação da competência.
A competência relativa é aquela fixada considerando o interesse da parte. Ela deve ser
alegada no momento oportuno, sob pena de prorrogação da competência.
Nesse sentido, sustenta Ada Pellegrini e a jurisprudência do STF que a única
competência relativa no processo penal é a territorial “ratione loci”. Para Polastri, além da
competência territorial, a competência em razão da matéria definida por norma
infraconstitucional também seria de competência relativa. Exemplo: Competência dos
juizados especiais de violência doméstica, definidos na Lei Maria da Penha.
Para Rangel, Auri, entre outros, o princípio do Juiz Natural garante processo e
julgamento perante juiz competente, não fazendo qualquer distinção entre competência
absoluta e competência relativa. Logo, não caberia ao legislador ou ao intérprete fazê-lo.
Desta forma, a violação de qualquer regra de competência é causa de nulidade absoluta, por
afronta ao princípio do Juiz Natural.
Antes da reforma do Código de Processo Penal – CPP de 2008, era muito comum que,
no final da instrução criminal, o juiz verificasse que era territorialmente incompetente e, após
aplicar o art. 109, remeter os autos ao juízo competente. Diferentemente do processo civil, no
processo penal o juiz pode reconhecer de ofício, a qualquer momento, sua incompetência,
Resumo elaborado pela equipe de monitores. Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a
reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento.
absoluta ou relativa. O juiz competente aplicava o art. 567 do CPP, ou seja, aproveitava os
atos instrutórios, renovava os atos decisórios e, em seguida, julgava.
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que o torne
incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte, prosseguindo-se na
forma do artigo anterior.
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo,
quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
Com a reforma, apenas dos art. 109 e art. 567 do CPP continuarem e vigor, eles devem
ser interpretados nos termos do princípio da Identidade Física do Juiz, conforme sustenta
Pacelli. Segundo o autor, a reforma trouxe o limite temporal da abertura da AIJ para que o
juiz reconhecer sua incompetência relativa. Contudo, há precedentes no STJ determinando a
aplicação da sua súmula 33 típica do processo civil, ao processo penal, de forma que o juiz
não poderá, em momento algum, reconhecer sua incompetência relativa.
Lei 2889/56
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial
ou religioso, como tal:
a) matar membros do grupo;
Resumo elaborado pela equipe de monitores. Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a
reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento.
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a
destruição física total ou parcial;
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo;
Pergunta-se: A, com a intenção de eliminar um grupo, mata vinte pessoas, que crime
ou crimes ele cometeu e qual o órgão competente par ao julgamento? Nesse sentido há três
orientações doutrinarias: 1) Nucci: Cada morte corresponderia a um genocídio em concurso,
então A responderia por 20 genocídios em concurso e a competência seria da Justiça Federal.
2) As mortes foram meio necessário para a prática do genocídio, logo o agente responde por
um genocídio e os homicídios seriam absorvidos. Essa corrente fere o princípio da
proporcionalidade, em que a pena para o atentado a vida de uma coletividade passaria a ser
menor que um homicídio de duas pessoas. 3) Informativo 434 do STF: Entendeu-se que o
homicídio é crime contra a vida e o genocídio é crime contra a humanidade, ou seja, além
dos bens jurídicos tutelados serem diversos, um crime não é meio necessário para a prática
do outro. Desse modo o agente responderá por um genocídio em concurso formal com vinte
homicídios. Apesar do genocídio não ser crime doloso contra a vida, a competência
constitucional do Júri exercerá juízo de atração de forma que todos os crimes sejam julgados
pelo Júri da Justiça Federal.
Resumo elaborado pela equipe de monitores. Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a
reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento.