O documento discute como a psicoterapia é vista na era moderna, principalmente como uma forma de obter soluções rápidas e funcionais. Os autores argumentam que, de acordo com a fenomenologia, a técnica molda a forma como vemos o mundo e a nós mesmos, levando a uma busca por controle das emoções. Na Daseinsanalyse, o terapeuta acompanha o paciente em sua história de vida sem julgamentos, ajudando-o a entender como seus problemas se desenvolveram e ampliar seu horizonte de possibilidades.
O documento discute como a psicoterapia é vista na era moderna, principalmente como uma forma de obter soluções rápidas e funcionais. Os autores argumentam que, de acordo com a fenomenologia, a técnica molda a forma como vemos o mundo e a nós mesmos, levando a uma busca por controle das emoções. Na Daseinsanalyse, o terapeuta acompanha o paciente em sua história de vida sem julgamentos, ajudando-o a entender como seus problemas se desenvolveram e ampliar seu horizonte de possibilidades.
O documento discute como a psicoterapia é vista na era moderna, principalmente como uma forma de obter soluções rápidas e funcionais. Os autores argumentam que, de acordo com a fenomenologia, a técnica molda a forma como vemos o mundo e a nós mesmos, levando a uma busca por controle das emoções. Na Daseinsanalyse, o terapeuta acompanha o paciente em sua história de vida sem julgamentos, ajudando-o a entender como seus problemas se desenvolveram e ampliar seu horizonte de possibilidades.
Escritos sobre Terapia e Educação na Era da Técnica.” Rio de Janeiro, Via ERA DA TÉCNICA Verita, 2011. (Cáp XII Terapia e Era da Técnica, pg. 123)
Os autores procuram expor no capítulo em questão, o modo como a psicoterapia é vista na
modernidade, principalmente por quem a procura, a partir de uma finalizade de funcionalidade. Buscando apostar em uma via que traga soluções rápidas. Pensando em outros referênciais teóricos isso pode até apresentar algum sentido, mas se tratatando da Daseinsanalyse é importante desconstruir tais ideias. (p.123) Para pensar a respeito da psicoterapia de vertente fenomenológica, o autor trouxe o conceito da “técnica” para pensarmos a “questão da técnica” a partir das contribuições de Heidegger. Sendo assim a técnica é apresenta uma presença fundamental na nossa época, considerando que hoje não se tem abertura para o “mistério” e tudo pode ser mensurado, controlado, produzido e substituído. Sempre algo substituí algo que promete mais efetividade. (p. 124) O modo de olhar para o mundo e para os entes é também submetido a esse tipo de experiência, assim a própria natureza aparece como um recurso a ser “utilizado” e as coisas aparecem para serem exploradas. Junto com esse modo de olhar, os autores trazem também o modo que a informação reproduz as questões pregadas pela técnica. Acabam exibindo no mercado meios que prometem o “bem-estar” e “qualidade de vida”. Assim o homem nessa época é sugado pela ilusão da busca de sua própria vontade e consideração da mesma. Os autores retomam o sentido da “técnica” na Grécia e trazem a compreensão de que além da finalidade de produção, trazia a luz o encoberto, assim produzir era tornar algo presente. O problema é que na nossa época tudo passa a ser produzível, resultando na busca de controle e resultados pelo poder da vontade. “A história do mundo caminhou nessa direção sem volta, e tudo isso que compõem esse estado de coisas a que chamamos técnica já se estruturou de tal modo que agora funciona de uma maneira autônoma: a própria técnica gera mais técnica. Sua grandiosidade se espalha e se motra por todos os lados, e ela se impõe como aquilo que dá a cara do mundo contemporâneo.”
A psicoterapia então também carrega seus preconceitos a partir dessa perspectiva,
apresentando-se muitas vezes com a finalidade de controle de emoções, cultivo de sensações positivas e evitação de emoções desagradáveis. A determinação da época da técnica na psicoterapia é justamente essa tentativa de eliminação ou não contato com o que surge como desagradável e incômodo. A busca por avaliações, diagnósticos, domínio e controle são presentes por quem busca o atendimento psiquiátrico ou psicoterapêutico, bem como, pelos próprios profissionais. Com tudo a Daseinsanalyse e o modo como o terapeuta (a) se encontra disposto para receber quem busca a psicoterapia, parte da compreensão de que todos pertencem a época da técnica e de forma distinta das quais os entes se dão, o Dasein apresenta um destino existencial que o possibilita se aproximar do chamado ao seu poder-ser que ele é. O modo do terapeuta estar com o outro na Daseinsanalyse é acompanha-lo em sua história, em seus modos de ser consigo próprio, sem seus modos de ser com os outros, em seus projetos futuros, e o motivo da busca do atendimento. O paciente, segundo os autores, podem a chance de ter conhecimento de seu modo de se relacionar com o mundo, alargar sua ótica de compreensão e assumir o seu cuidado. Considerando que o tempo de tratamento não é previsível. O terapeuta busca dominar, no sentido do latim “dominus-domus” o que incomoda o paciente acompanhando o mesmo. O domínio ocorre no sentido de familiarizar o paciente com o modo como esse problema se apresenta em seu existir. Assim obedecer pode ser compreendido como “dar ouvidos”, “familiarizar-se”, “dominar”, “obedecer”, “dar atenção” ao problema. Assim é possível se atentar ao modo como se lida com o problema, o dia-dia, os sentimentos, as compreensões, o cuidado, os projetos e as relações, com a finalidade de entender o caráter jogado do Dasein.. de construção. No entanto a Daseinsanalyse é a possibilidade do paciente participar de sua história, familiazarizando-se com o que lhe construiu, obedecendo, no sentindo de “dar ouvidos” ao que pede para ser ouvido podendo ampliar o horizonte. O mundo é esse horizonte de possibilidades, e também está a mercê da técnica, mas muito do que se apresenta no horizonte se mantém escondido e despercebido. E é o caráter encoberto do que não vê que oferece a possibilidade para que seja manifestado.