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31/07/2019

NOÇÕES DE SEGURANÇA

• O conceito de segurança é conhecido e utilizado há muito


tempo e com relação às estruturas, em tempos passados,
este conceito era empregado quase que só
empiricamente.

• Utilizando este conceito o homem pretendia um certo


grau de confiança ou talvez uma determinada certeza de
que a estrutura não iria ruir.

• Hoje este conceito está baseado principalmente nas


experiências e nos ensaios de laboratório.

• É fácil compreender que a segurança absoluta não é


possível de ser obtida e claro, quanto maior a segurança
que pretendemos em uma determinada estrutura mais e
melhor material devemos nela empregar.

• Portanto o conceito de segurança está ligado diretamente


aos conceitos de “economia” e “durabilidade” da
estrutura ou parte dela.

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31/07/2019

Introdução da segurança no projeto de estruturas de concreto armado:


• Em 1931 a Associação Brasileira de Concreto – ABC, publicou o seu regulamento que reuniu as recomendações de
cálculo da época. O critério de dimensionamento apresentado é denominada Método das Tensões Admissíveis, o qual
não permitia uma avaliação real da estrutura.

• Nesse regulamento as resistências dos materiais e as ações eram consideradas a partir de valores médios
englobando em um único coeficiente de segurança, denominado interno ou global, todas as incertezas. Não era
permitido o aproveitamento de um controle eventual que se efetuasse sobre uma dessas variáveis.

• O projeto em Tensões Admissíveis, em que a tensão do material é limitada por alguma fração de sua tensão de falha
denominada tensão admissível e o projetista demonstra que, sob o carregamento esperado ou especificado, a
tensão alcançada não excede tal valor admissível. A tensão atuante é comparada com uma admissível de acordo
com a capacidade do material, o que pode ser indicado por:

• Em 1937 Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP introduziu em uma norma, pela primeira vez no mundo,
o cálculo no Regime de Ruptura.

• O critério foi mantido até as normas de 1950 e continuava considerando um único coeficiente de segurança externo
que engloba todas as incertezas e ainda impedia o desenvolvimento e o interesse de melhorias na qualidade de
materiais, na execução e na utilização.

• Do ponto de vista da resistência do concreto, não houve evolução significativa, mantendo-se a definição da resistência
básica confundida com a própria resistência média de dosagem do concreto, sem levar em conta a variabilidade do
processo de produção do concreto.

Até 1960, a resistência média do concreto


foi tomada como referência.
Uma modificação ocorreu somente nesse
ano com a publicação da NB-1/1960.

O conceito de estatística e da teoria das


probabilidades parcialmente introduzido
nesta norma representou uma enorme
atualização para a época.

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31/07/2019

• A norma NB-1/1960 separou a variabilidade das resistências mecânicas dos materiais das demais variabilidades inerentes
ao projeto das estruturas de concreto armado.

• O construtor foi incentivado a melhorar o processo de produção e assim diminuir o custo do metro cúbico de concreto
produzido, abaixando-se a resistência média de dosagem, através de uma melhoria no processo de produção e controle.
Se for obtida uma redução no coeficiente de variação no processo de produção, poderão imediatamente ser usufruídos
os benefícios decorrentes da produção proporcional de consumo de cimento e traço do concreto.

• A ruptura do concreto passou a ser considerada como um valor aleatório, adotando-se a definição que pretendia ser o
da resistência característica do concreto - fck - hoje em dia considerada, a partir da qual é avaliada a segurança das
estruturas.

• Foram introduzidos coeficientes de segurança separados em cada tipo de ação e em cada tipo de material usado, sendo
esta aproximação adotada pelo método de introdução da segurança que surgiria , o Cálculo dos Estados Limites.

• Em 1978, A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT –, publica a NB1 - Projeto e Execução de Obras
de Concreto Armado, resultado de seis anos de reuniões da comissão de estudos, instalada em 1972. O texto é
posteriormente registrado no INMETRO sob a denominação NBR 6118.

• Considera as resistências e as ações como variáveis aleatórias.

O Método dos Estados Limites, apesar de ser mais trabalhoso que o Método das Tensões Admissíveis, pois cada
carregamento tem um valor próprio para seu coeficiente de segurança, é um método mais racional.
É baseado em estudo probabilísticos que tornam as estruturas mais econômicas.

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• O conceito de segurança é conhecido e utilizado há muito


tempo e com relação às estruturas, em tempos passados,
este conceito era empregado quase que só
empiricamente.

• Utilizando este conceito o homem pretendia um certo


grau de confiança ou talvez uma determinada certeza de
que a estrutura não iria ruir.

• Hoje este conceito está baseado principalmente nas


experiências e nos ensaios de laboratório.

• É fácil compreender que a segurança absoluta não é


possível de ser obtida e claro, quanto maior a segurança
que pretendemos em uma determinada estrutura mais e
melhor material devemos nela empregar.

• Portanto o conceito de segurança está ligado diretamente


aos conceitos de “economia” e “durabilidade” da
estrutura ou parte dela.

Introdução da segurança no projeto de estruturas de concreto armado:


• Em 1931 a Associação Brasileira de Concreto – ABC, publicou o seu regulamento que reuniu as recomendações de
cálculo da época. O critério de dimensionamento apresentado é denominada Método das Tensões Admissíveis, o qual
não permitia uma avaliação real da estrutura.

• Nesse regulamento as resistências dos materiais e as ações eram consideradas a partir de valores médios
englobando em um único coeficiente de segurança, denominado interno ou global, todas as incertezas. Não era
permitido o aproveitamento de um controle eventual que se efetuasse sobre uma dessas variáveis.

• O projeto em Tensões Admissíveis, em que a tensão do material é limitada por alguma fração de sua tensão de falha
denominada tensão admissível e o projetista demonstra que, sob o carregamento esperado ou especificado, a
tensão alcançada não excede tal valor admissível. A tensão atuante é comparada com uma admissível de acordo
com a capacidade do material, o que pode ser indicado por:

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31/07/2019

• Em 1937 Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP introduziu em uma norma, pela primeira vez no mundo,
o cálculo no Regime de Ruptura.

• O critério foi mantido até as normas de 1950 e continuava considerando um único coeficiente de segurança externo
que engloba todas as incertezas e ainda impedia o desenvolvimento e o interesse de melhorias na qualidade de
materiais, na execução e na utilização.

• Do ponto de vista da resistência do concreto, não houve evolução significativa, mantendo-se a definição da resistência
básica confundida com a própria resistência média de dosagem do concreto, sem levar em conta a variabilidade do
processo de produção do concreto.

Até 1960, a resistência média do concreto


foi tomada como referência.
Uma modificação ocorreu somente nesse
ano com a publicação da NB-1/1960.

O conceito de estatística e da teoria das


probabilidades parcialmente introduzido
nesta norma representou uma enorme
atualização para a época.

• A norma NB-1/1960 separou a variabilidade das resistências mecânicas dos materiais das demais variabilidades inerentes
ao projeto das estruturas de concreto armado.

• O construtor foi incentivado a melhorar o processo de produção e assim diminuir o custo do metro cúbico de concreto
produzido, abaixando-se a resistência média de dosagem, através de uma melhoria no processo de produção e controle.
Se for obtida uma redução no coeficiente de variação no processo de produção, poderão imediatamente ser usufruídos
os benefícios decorrentes da produção proporcional de consumo de cimento e traço do concreto.

• A ruptura do concreto passou a ser considerada como um valor aleatório, adotando-se a definição que pretendia ser o
da resistência característica do concreto - fck - hoje em dia considerada, a partir da qual é avaliada a segurança das
estruturas.

• Foram introduzidos coeficientes de segurança separados em cada tipo de ação e em cada tipo de material usado, sendo
esta aproximação adotada pelo método de introdução da segurança que surgiria , o Cálculo dos Estados Limites.

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• Em 1978, A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT –, publica a NB1 - Projeto e Execução de Obras
de Concreto Armado, resultado de seis anos de reuniões da comissão de estudos, instalada em 1972. O texto é
posteriormente registrado no INMETRO sob a denominação NBR 6118.

• Considera as resistências e as ações como variáveis aleatórias.

O Método dos Estados Limites, apesar de ser mais trabalhoso que o Método das Tensões Admissíveis, pois cada
carregamento tem um valor próprio para seu coeficiente de segurança, é um método mais racional.
É baseado em estudo probabilísticos que tornam as estruturas mais econômicas.

ESTADOS LIMITES

Conceitos Gerais

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Estados Limites
Estados Limites são situações em que uma estrutura deixa de atender requisitos necessários para o seu uso de forma plena
e adequada.
Uma estrutura ou parte dela atinge um estado limite quando, de modo efetivo ou convencional, se torna inutilizável ou
quando deixa de satisfazer às condições previstas para sua utilização.
Na NBR 6118:2014, esse assunto é abordado em diversas seções, mas principalmente na seção 3 – Definições e na seção 10 –
Segurança e Estados Limites.

Depreende-se naturalmente dos requisitos esperados para uma edificação, que a mesma deva reunir condições adequadas de
modo a atender todas as necessidades para as quais foi projetada quanto a:

• segurança,
• funcionalidade
• durabilidade

Logo, quando uma estrutura deixa de atender a qualquer um desses três itens, diz-se que ela atingiu um Estado Limite.
Dessa forma, uma estrutura pode atingir um estado limite de ordem estrutural ou de ordem funcional.

Assim, se concebe dois tipos de estados limites, a saber:


• Estados limites últimos (de ruína);
• Estados limites de serviço (ou utilização).

Estados Limites Últimos – ELU

Dentre os dois tipos de estados limites apresentados


na seção 10 (Seguranças e estados limites) da ABNT
NBR 6118:2014, o ELU é o primeiro deles.

O ELU está relacionado ao estado no qual a estrutura


já não pode ser utilizada por razão de esgotamento da
capacidade resistente e risco à segurança.

Nesse caso, quando a estrutura está submetida ao


estado limite ultimo, são necessários reparos ou até
mesmo a substituição da construção para que a
segurança seja assegurada.

Um ELU é alcançado quando o edifício tem o seu uso


interrompido por um colapso parcial ou total.

São José do Rio Preto, SP , 1997

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Os estados limites últimos a serem verificados para garantir a segurança de uma estrutura de concreto
armado são citados no item 10.3 da NBR 6118:2014.

De forma simplificada, são os seguintes:

•Estado-limite último da perda de equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido;

•Estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, devido às solicitações normais e tangenciais,
admitindo a redistribuição de esforços internos, desde que seja respeitada a capacidade de adaptação plástica;

•Estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura no seu todo ou em partes, considerando
os efeitos de segunda ordem;

•Estado-limite último provocado por solicitações dinâmicas;

•Estado-limite último de colapso progressivo;

•Estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura no seu todo ou em partes, considerando
exposição ao fogo;

•Estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, considerando ações sísmicas;

•Outros estados-limites últimos devido a casos especiais não especificados.

Estado-limite último da perda de equilíbrio da


estrutura, admitida como corpo rígido

Estado-limite último de esgotamento da capacidade


resistente da estrutura no seu todo ou em partes,
considerando exposição ao fogo

Xangai, China, 2009

Ed. Wilson Paes de Almeida, São Paulo, 2018

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Estado-limite último de colapso progressivo

Estado-limite último provocado por solicitações dinâmicas

Belo Horizonte, 2016

Ronan Point, Londres, 1968

•Estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente


da estrutura, devido às solicitações normais e tangenciais,
admitindo a redistribuição de esforços internos, desde que seja
respeitada a capacidade de adaptação plástica;

Estado-limite último de esgotamento da capacidade •Estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente


resistente da estrutura, considerando ações sísmicas da estrutura no seu todo ou em partes, considerando os efeitos
de segunda ordem;

Taiwan, 2018

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Os estados limites de serviço (ELS):

São aqueles que correspondem à impossibilidade do uso normal da estrutura, estando relacionados à
durabilidade das estruturas, aparência, conforto do usuário e a boa utilização funcional da mesma, seja em
relação aos usuários, seja às maquinas e aos equipamentos utilizados. Podem se originar de uma das seguintes
causas:

• Estado limite de formação de fissuras;

• Estado limite de abertura de fissuras;

• Estado limite de deformações excessivas;

• Estado limite de vibrações excessivas;

• Casos especiais.

Pisa, Itália

Estado Limite de Formação de Fissuras

É o estado em que há uma grande probabilidade de


iniciar-se a formação de fissuras de flexão. Este estado
ocorre quando a tensão de tração máxima na seção
transversa for igual à resistência à tração do concreto
na flexão.

Estado Limite de Abertura de Fissuras

Também definido como Estado limite de fissuração


inaceitável, corresponde ao estado em que as fissuras
se apresentam com aberturas iguais aos limites
máximos especificados por normas e que podem ser
prejudicial ao uso ou à durabilidade da peça de
concreto

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Estado Limite de Deformação Excessiva

É o estado em que as deformações ultrapassam


os limites máximos definidos por normas e
aceitáveis para a utilização normal da estrutura.

Estado limite de vibrações excessivas

É o estado em que as vibrações atingem os


limites estabelecidos para a utilização normal da
construção.
A resposta da estrutura em serviço perante a
atuação de ações externas pode causar
desconforto aos usuários. Essas ações podem
ser: o movimento de pessoas, o funcionamento
de uma máquina e uma rajada de vento.

Importância dos Estados Limites

• Em geral o projetista se preocupa principalmente em


garantir a segurança quanto ao Estado Limite Último. O
primeiro cuidado é garantir que a estrutura nunca entre em
colapso.
• No entanto é fundamental e obrigatório também verificar o
comportamento da estrutura em relação a todos os
Estados Limites de Serviço.
• Lembre-se: quando o Estado Limite de Serviço (ELS) é
alcançado, o uso da edificação é inviabilizado, da mesma
forma quando um Estado Limite Último (ELU) é atingido.
KIMURA (2007)

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