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31/07/2019

AÇÕES

CLASSIFICAÇÃO E EXEMPLOS

Ações
• No projeto estrutural de um edifício, devem ser
consideradas todas as ações que irão produzir efeitos
significativos na estrutura.

• Essas ações não necessariamente são cargas externas


aplicadas diretamente ao edifício. Podem ser, por exemplo,
características do material (concreto armado) ou da
construção da estrutura, que geram esforços adicionais que
devem ser considerados no projeto estrutural.

• Este assunto é abordado na seção 11 – Ações da NBR


6118:2014. Para mais detalhes é aconselhável consultar a
norma NBR 8681:2003 Ações e segurança das estruturas –
Procedimento.

• Ações e solicitações de cálculo são os respectivos valores


característicos modificados pelos coeficientes de
ponderação. A partir dessas grandezas é que tem início os
processos de cálculo e verificações propriamente ditos.

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Basicamente as ações são


classificadas em dois 1- Ações permanentes:
grupos principais:
As ações permanentes são aquelas que acompanham a utilização a utilização do
1. Ações Permanentes edifício desde o início ao fim, ou seja que “entram e ficam para sempre”.

2. Ações Variáveis. Exemplos:

• Peso próprio da estrutura


• Peso de elementos construtivos fixos (alvenarias, revestimentos, etc.)
• Empuxos permanentes
• Retração do concreto
• Fluência do concreto
• Deslocamento de apoio
• Imperfeições geométricas
• Protensão
Segundo a NBR 6118:2014 o três primeiros – peso próprio da estrutura,, peso dos elementos construtivos
fixos, das instalações permanentes e dos empuxos permanentes constituem as “Ações permanentes diretas”.
Os demais itens são considerados “Ações permanentes indiretas”.

Alguns exemplos de ações permanentes:

Empuxos Permanentes Retração do concreto


Trata-se de uma diminuição de volume de um
Ação provocada pelo solo sobre a parte da estrutura elemento ocasionada pela saída de água do
que está enterrada. Como em subsolos de edifícios. concreto (independe do carregamento) que
resulta em deformações e esforços adicionais
na estrutura.

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Fluência do concreto
Consiste no aumento das deformações no
concreto que ocorrem ao longo do tempo de
vida da estrutura em virtude da aplicação de
cargas permanentes.

Deslocamento de apoio
Os deslocamentos de apoio só devem ser
considerados quando gerarem esforços
significativos em relação ao conjunto das
outras ações, isto é quando a estrutura for
hiperestática e muito rígida.
O deslocamento de cada apoio deve ser
avaliado em função das características físicas do
material de fundação correspondente.

Imperfeições geométricas
Todo o edifício executado está sujeito ao aparecimento de desvios geométricos, isto é, distorções da forma e no
posicionamento dos elementos estruturais originados durante a implantação.
Estas “falhas” de construção são inevitáveis e aleatórias.Toda a estrutura é geometricamente imperfeita.
A NBR6118:2014 no item 11.3.3.4 - Imperfeições geométricas, divide as imperfeições geométricas em dois grupos:
Imperfeições Geométricas Globais e Imperfeições Geométricas Locais.

As Imperfeições geométricas globais se


referem ao edifício como um todo. É
como se a estrutura inteira ficasse
inclinada (em desaprumo) para um dos
lados, resultando no aparecimento de
esforços adicionais devido á presença
simultânea de cargas verticais.

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As Imperfeições geométricas locais se referem a um ponto específico da estrutura. Por exemplo, um desvio
geométrico em um lance de pilar que gera esforços adicionais devido à presença simultânea da carga vertical.

2- Ações variáveis:
As ações variáveis são aquelas que atuam somente durante um período da vida do edifício, ou seja, elas “entram e depois
saem”.
Exemplos:
• Cargas acidentais de uso
• Vento
• Ações dinâmicas
• Água
• Variações de temperatura

As ações variáveis são classificadas em:


• ações variáveis diretas
• ações variáveis indiretas

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Ações variáveis diretas


As ações variáveis diretas são constituídas pelas cargas acidentais previstas para o uso da construção, pela ação
do vento e da água, devendo-se respeitar as prescrições feitas pelas normas técnicas específicas.
As cargas acidentais correspondem normalmente a:
• Cargas verticais de uso da construção
• Cargas móveis, considerando o impacto vertical.
• Impacto lateral
• Força longitudinal de frenação ou aceleração
• Força centrífuga,

Ações variáveis indiretas


São a variação de temperatura e ações dinâmicas.

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Ações e solicitações de cálculo


Ações e solicitações de cálculo são os respectivos valores característicos modificados pelos coeficientes de
ponderação.
A partir dessas grandezas é que têm início os processos de cálculo e verificações propriamente ditos.
Os valores de cálculo das ações (ou das solicitações) são, de modo geral, os valores das ações (ou solicitações)
características multiplicadas pelos coeficientes de ponderação γf
Valores Característicos de materiais ou das ações (solicitações) são os valores que apresentam uma
probabilidade pré-fixada de não serem ultrapassados no sentido desfavorável.

As majorações devem ser aplicadas sobre as ações características (Fk), dessa forma, a obtenção de uma
solicitação de cálculo se dá pela aplicação de um coeficiente de ponderação γf sobre as ações que
produzem essa solicitação, tendo esse coeficiente a seguinte origem:

γf = γf1 . γf2 . γf3


γf1 – considera a variabilidade das ações.
γf2 – considera a simultaneidade das ações (γf2 = ψ0 ou ψ1 ou ψ2).
γf3 – considera os desvios gerados nas construções e as aproximações feitas em projeto do
ponto de vista das solicitações.

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O primeiro fator γf1 procura prever a variabilidade do valor da ação, ou seja, considera que o valor da carga
efetivamente aplicada à estrutura real não é 100% exato podendo ser maior ou menor do que o valor
característico definido no projeto.

O segundo fator γf2 procura prever a simultaneidade das ações, isto é,


a probabilidade de ações distintas ocorrerem simultaneamente.
Por exemplo: na prática, a chance do vento com o seu valor
característico atuar conjuntamente com a carga acidental de uso em
todos os andares de um edifício ao mesmo tempo é pouco provável e
precisa ser prevista no projeto, de tal forma que a estrutura seja
calculada de forma mais condizente com a realidade.

O terceiro fator γf3 procura levar em conta as aproximações feitas em projeto. Todo o projeto estrutural,
por mais refinado é apenas uma simulação de um edifício real com aproximações.

Os valores dos coeficientes de ponderação(γf) das ações, para o estado limite último, são separados
convenientemente na Tabela 11.1 e 11.2 do item 11.7.1 – Coeficiente de ponderação das ações no estado
limite último da NBR 6118:2014 no item 11.7.1

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• Na segunda tabela o
coeficiente γf2 subdivide-se
em ψ0, ψ1 e ψ2.

• Estes valores são menores


do que 1,0 (por isso são
comumente chamados de
redutores), pois procuram
ponderar a atuação
simultânea das ações
variáveis em um mesmo
carregamento.

COMBINAÇÕES DE AÇÕES

CLASSIFICAÇÃO

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Combinações das ações


O objetivo da análise estrutural é determinar os efeitos das ações na estrutura, de modo a verificar os estados
limites últimos e de utilização.
Essa análise permite estabelecer as distribuições de esforços internos, de tensões, de deformações e os
deslocamentos, em parte ou em toda a estrutura.
Para isso, as solicitações de cálculo devem ser determinadas a partir de combinações das ações consideradas, de
acordo com a análise estrutural.

• Na vida real, um edifício dificilmente estará sujeito


à aplicação de apenas uma ação isolada por vez.
Estará sim, submetido à atuação de várias ações
ao mesmo tempo.
• Por exemplo: o vento nunca atuará num edifício
sem que o seu peso próprio esteja atuando
simultaneamente.
• Uma edificação precisa ser projetada para atender
a diversas combinações de ações ponderadas, de
modo que os efeitos mais desfavoráveis possíveis
à estrutura sejam levados em conta.

Classificação das Combinações


• Basicamente, as combinações podem ser classificadas em dois grupos principais: combinações últimas e
combinações de serviço.
• As combinações últimas se referem à verificação dos estados limites últimos (resistência da estrutura).
 Normais;
 Especiais ou de construção;
 Excepcionais

Combinações últimas
• As combinações últimas usuais em um edifício em concreto armado, chamadas de combinações últimas
normais, são definidas pela seguinte fórmula.
Onde:
Fgk – ações permanentes diretas.
Fεg – ações permanentes indiretas
(retração).
Fεk – ações variáveis indiretas
(temperatura).
Fqk – a principal ação variável direta.

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• A fórmula é dividida cm duas partes:


uma referente às ações permanentes
(com índice "g") e outra referente às
ações variáveis (com índice "q").

• Cada parte (permanente e


variável), por sua vez, é dividida em
direta e indireta, sendo a carga
variável direta subdividida em
principal e demais.

• As ações permanentes não são afetadas


pelo coeficiente γf2 ou redutor ψ0 pois
as mesmas (por serem permanentes)
estarão atuando sempre de forma
simultânea e não podem ser reduzidas
devido à baixa probabilidade de atuação
conjunta. Elas devem sempre ser
consideradas na sua totalidade (γf2 =l,0).
• O mesmo acontece com a ação variável
principal (Fq1k) que sempre deve ser
tomada pelo valor total.

As demais cargas variáveis, estas sim, são


influenciadas pelo coeficiente γf2 (ou
redutores ψ0) de forma a ponderar a
probabilidade de ocorrência simultânea
dessas ações.

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Combinações últimas especiais ou de construção


Entende-se por ação variável especial uma ação transitória e de duração muito pequena em relação à vida da estrutura.
O vento é um exemplo de ação especial.

Combinações últimas excepcionais


Em cada combinação devem figurar as ações permanentes e a ação variável excepcional, quando existir, com seus valores
representativos e as demais ações variáveis com probabilidade não desprezível de ocorrência simultânea, com seus valores
reduzidos de combinação. Neste caso se enquadram, entre outras, sismo e incêndio.

Combinações últimas usuais. Tabela11.3 da NBR 6118:2014

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• As combinações de serviço, se referem à verificação dos estados limites de serviço (funcionamento da estrutura).

• As combinações de serviço são necessárias para as verificações da estrutura nos estados limites de utilização, e são
classificadas de acordo com a ordem de grandeza da permanência na estrutura em:

Combinações frequentes:
• São aquelas que se repetem muitas vezes durante o período de vida da estrutura (ou atuam por mais de 5% da vida da
construção).
• São normalmente utilizadas para a verificação dos estados limites de compressão excessiva, abertura de fissuras e vibrações
excessivas. Também são usadas para verificações de estados limites de deformações excessivas decorrentes de vento ou
temperatura que podem comprometer as vedações.

Combinações quase-permanentes:
• Podem atuar durante grande parte do período de vida da estrutura (pelo menos metade da vida da construção). Nas
combinações quase-permanentes de serviço, todas as ações variáveis são consideradas com seus valores quase-
permanentes.
• Normalmente são utilizadas para a verificação do Estado Limite de Deformações Excessivas.

Combinações raras:
• Podem atuar no máximo algumas vezes durante o período de vida da estrutura.
• São normalmente utilizadas para a verificação dos estados limites de formação de fissuras e de descompressão.

Combinações frequentes: vibrações excessivas

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Combinações frequentes: abertura de fissuras

Combinações quase-permanentes: deformações excessivas

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Combinações raras:

• Estado limite de descompressão corresponde


a uma situação típica do concreto protendido, em
que uma seção transversal, pré-comprimida pela
ação da força de protensão, vai sendo
descomprimida pela ação de outros
carregamentos, até atingir o estado limite de
descompressão.

• “Estado no qual se garante a compressão na seção


transversal, na região onde existem armaduras
ativas. Esta região deve se estender a uma distância
maior que ap da face mais próxima da cordoalha
ou da bainha de protensão.”

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