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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.

957/2012-0

GRUPO I – CLASSE V – Plenário


TC 013.957/2012-0
Natureza: Relatório de Auditoria
Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Espírito Santo (IFES).
Responsável: Dênio Rebello Arantes (146.365.651-34)
Interessado: Tribunal de Contas da União.
Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: AUDITORIA DE
CONFORMIDADE. INFRAÇÃO AO REGIME
DE DEDICAÇÃO EXCLUSIVA.
ACUMULAÇÃO ILÍCITA DE CARGOS
PÚBLICOS. JORNADAS DE TRABALHO
SUPERIORES A 60 HORAS. OUTRAS
IRREGULARIDADES. ENDEREÇAMENTO
DE DETERMINAÇÕES E RECOMENDAÇÃO.
REMESSA DE CÓPIA DE DELIBERAÇÃO.

RELATÓRIO

Trata-se de auditoria de conformidade, realizada no período de 11/6/2012 a 1/10/2012, que


objetivou verificar a regularidade da acumulação de cargos, bem como o respeito à compatibilidade de
horários e ao regimento de dedicação exclusiva, no âmbito do Instituto Federal de Educação do
Espírito Santo – IFES.
2. Reproduzo, a seguir, o relatório produzido pela equipe de auditoria da Secex/ES, em que
constam os principais achados, conclusões e encaminhamentos sugeridos, que foram ratificados pelos
dirigentes da unidade técnica:

“1 - INTRODUÇÃO

1.1 - Deliberação que originou o trabalho

Designadas pela Portaria de Fiscalização n.º 1574, de 8 de junho de 2012 e pela Portaria de
Fiscalização n.º 2043, de 14 de agosto de 2012 (Registro Fiscalis n.º 610/2012), realizamos com
fundamento no art. 239 do Regimento Interno do TCU, auditoria de conformidade, no período de
11/6/2012 a 29/06/2012 e de 20/8/2012 a 1/10/2012 no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Espírito Santo - IFES - MEC, com o objetivo de verificar a incidência de
acumulação ilícita de cargos públicos, o respeito ao regime de dedicação exclusiva e à
compatibilidade de jornada de trabalho por servidores lotados no referido instituto, conforme
autorizado, em 10/5/2012, por meio do Despacho do Ministro José Jorge nos autos do TC -
011.635/2012-6.
Nesse sentido, a presente auditoria foi dimensionada a partir de um cruzamento de dados
oriundos da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS/2010), do Sistema Integrado de
Administração de Recursos Humanos (SIAPE) e de outras bases de dados, realizado pela
Secretaria de Fiscalização de Pessoal - SEFIP, que resultou na identificação de 490 (quatrocentos
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e noventa) indícios de acumulação ilegal de cargos, infração ao regime de dedicação exclusiva ou


acumulação de jornadas de trabalho incompatíveis no Estado do Espírito Santo.
Tratando-se do segundo trabalho de auditoria com base nessa temática, uma vez que o
primeiro foi realizado na UFES - Universidade Federal do Espírito Santo, em 2011, esta Secretaria
elegeu o IFES, com 65 (sessenta e cinco) indícios, ou seja, 13,26% de todos os casos registrados no
Estado, em razão de sua materialidade, pois de acordo com a base de informações encaminhada
pela SEFIP, os valores envolvidos com a possível acumulação ilegal de cargos por servidores do
IFES, assim como desrespeito ao regime de dedicação exclusiva e acumulação de jornadas de
trabalho incompatíveis somariam aproximadamente R$ 3,3 milhões em termos anuais.

1.2 - Visão geral do objeto

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo - IFES é uma


instituição de educação superior, básica e profissional, pluricurricular, multicampi e
descentralizada, especializada na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes
modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com
suas práticas pedagógicas, mediante a integração do Centro Federal de Educação Tecnológica do
Espírito Santo e das Escolas Agrotécnicas Federais de Alegre, de Colatina e de Santa Teresa, por
meio da Lei n° 11.892, de 29 de dezembro de 2008, com natureza jurídica de autarquia, vinculada
ao Ministério da Educação. Mais do que um espaço de capacitação profissional, o Instituto
Federal do Espírito Santo é um ambiente de aprendizagem e de desenvolvimento integral,
assumindo como principal desafio a promoção de uma educação plena por meio da diversificação
das atividades extracurriculares.”
Os objetivos estratégicos definidos têm se mostrado alinhados com a Missão e a Visão de
Futuro do IFES, destacando-se, dentre as atividades realizadas pela Unidade: a) promoção e
qualificação e a requalificação de pessoal com vistas à melhoria continuada dos processos de
trabalho, dos índices de satisfação pelos serviços prestados à sociedade e do crescimento
profissional (dentro do Programa Gestão da Política de Educação); b) incentivo e promoção da
formação inicial e continuada de professores e profissionais da educação, e desenvolvimento de
capacitações, estudos, projetos, avaliações, implementação de políticas e programas demandados
pela Educação Básica, por meio de apoio técnico e financeiro às redes públicas de Educação
Básica (dentro do programa finalístico Qualidade na Escola); c) provimento dos órgãos da União
dos meios administrativos para a implementação e gestão de seus programas finalísticos (dentro do
Programa de Apoio Administrativo, relacionado à atividade meio do IFES).
Quanto ao objeto da auditoria, vale registrar que a Secretaria de Fiscalização de Pessoal -
SEFIP, por meio de cruzamento de dados oriundos da Relação Anual de Informações Sociais
(RAIS) e do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (SIAPE), detectou indícios
de acumulação ilegal de cargos públicos, infração ao regime de dedicação exclusiva ou
acumulação de jornadas de trabalho incompatíveis no Estado do Espírito Santo, sendo que o IFES
foi relacionado como um dos órgãos detentores desses indícios.
Em razão desse fato, foi elaborada uma planilha contendo 65 (sessenta e cinco) indícios que
deveriam ser apurados, extraídos daquele cruzamento de dados, os quais se traduzem,
basicamente, em servidores daquele Instituto que acumulam de forma irregular cargos públicos, em
função da natureza inacumulável desses cargos, das jornadas incompatíveis (quando os cargos são
licitamente cumuláveis) ou até mesmo, em virtude do preenchimento simultâneo dessas duas
categorias de indícios (cargos inacumuláveis e jornadas incompatíveis). Além da questão da
acumulação de cargos, propriamente dita, o outro indício de irregularidade a ser objeto de
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verificação no presente trabalho reside nos casos de infração ao regime de dedicação exclusiva -
DE.
A legislação aplicável à matéria em relevo encontra-se, basicamente, na Constituição federal
- CF/88 que proibiu, como regra, a acumulação de cargos públicos admitindo somente as seguintes
exceções:
- art. 37, XVI (requisito: compatibilidade de horários): - dois cargos de professor; - um cargo
de professor com outro técnico ou científico; - dois cargos ou empregos privativos de profissionais
de saúde, com profissões regulamentadas.
- art. 37, § 10 (parte final): - proventos de aposentadoria com remuneração de cargo eletivo;
- proventos de aposentadoria com remuneração de cargo em comissão.
- art. 95, parágrafo único, I (requisito: compatibilidade de horários): membro do Poder
Judiciário com cargo de magistério.
- art. 128, § 5º, II, d (requisito: compatibilidade de horários): - membro do Ministério
Público com cargo de magistério.
- art. 11 da EC 20/98.
Para os casos de infração ao regime de dedicação exclusiva, a legislação está inserida no
inciso I dos arts. 14 e 15 do Anexo ao Decreto nº. 94.664/87, que proíbe que o professor em regime
de dedicação exclusiva exerça outra atividade remunerada, pública ou privada.

1.3 - Objetivo e questões de auditoria

A presente auditoria teve por objetivo verificar a regularidade da acumulação de cargos por
servidores públicos federais lotados no Instituto Federal de Educação do Espírito Santo - IFES,
bem como o respeito ao regime de dedicação exclusiva e à compatibilidade de jornadas de
trabalho.
A partir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo
aplicados de acordo com a legislação pertinente, formulou-se uma única questão adiante indicada:

1) Há, no IFES/ES, agentes públicos ativos, inativos, ou pensionistas, acumulando cargos


indevidamente remunerações/proventos/pensões, em desconformidade com o art. 37, XVI, da
Constituição Federal de 1988, com o art. 117, XVIII, e art. 118 da Lei 8.112/1990 ou com o art. 14,
I, do Anexo ao Decreto 94.664/1987?

1.4 - Metodologia utilizada

Os trabalhos foram realizados em conformidade com as Normas de Auditoria do Tribunal de


Contas da União e com observância aos Padrões de Auditoria de Conformidade estabelecidos pelo
TCU. Nenhuma restrição foi imposta aos exames.
Os papéis de trabalho utilizados no planejamento e execução da presente auditoria
originaram-se das planilhas obtidas a partir do cruzamento de dados dos Sistemas RAIS/2010 e
SIAPE/Janeiro/2012, as quais são partes integrantes deste trabalho, encontrando-se registradas

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eletronicamente nos campos "Administração da Fiscalização" - "Papéis de Trabalho", do Sistema


Fiscalis.
Vale mencionar, ainda, que nesta auditoria foram utilizadas as seguintes técnicas:
- análise documental;
- pesquisa em sistemas informatizados (RAIS/2010; RAIS/2011; SIAPE/2011; SIAPE/2012);
- confronto de informações e documentos;
- comparação com a legislação;
- comparação com a jurisprudência do TCU e a doutrina.
- circularizações efetuadas, por meio de diligências, junto aos demais órgãos e/ou entidades
privadas em que os servidores do IFES supostamente possuíam outros vínculos, para fins de
confirmação dos mesmos e obtenção de outras informações relevantes.
- entrevistas com servidores da Diretoria de Gestão de Pessoas do IFES; e
- indagações escritas ao Reitor.

1.5 - Volume de recursos fiscalizados

O volume de recursos fiscalizados alcançou o montante de R$ 3.579.633,08. Para obter o


volume de recursos fiscalizados, efetuamos a multiplicação da remuneração dos servidores ativos
do IFES (objeto da presente fiscalização) pelo fator 13,33 (remuneração no exercício de 2010 +
gratificação natalina + adicional de férias). No que concerne aos servidores aposentados (somente
um caso), efetuamos a multiplicação pelo fator 13, haja vista a não percepção do adicional de
férias.

1.6 - Benefícios estimados da fiscalização

Dentre os benefícios estimados desta fiscalização pode-se mencionar a descoberta de


acumulações irregulares de cargos, assim como de desrespeito ao regime de dedicação exclusiva e
à incompatibilidade de horários entre os cargos de alguns servidores e os vínculos
públicos/privados por eles assumidos em outras instituições, que ainda não eram do conhecimento
do IFES, nem tinham sido objeto de sindicâncias de iniciativa própria ou determinadas pela
Controladoria Geral da União - CGU/PR. Em razão de tais irregularidades, como resultado deste
trabalho, serão formuladas propostas destinadas à regularização das mesmas, por parte dos
servidores nelas envolvidos, e à reposição de valores indevidamente percebidos ao erário, seja pelo
não cumprimento das exigências legais ou a pela ausência comprovada da correspondente
contraprestação de serviços.
Cumpre acrescentar que outro benefício direto, em potencial, e a longo prazo, reside no
aperfeiçoamento dos controles até então adotados pelo IFES, objetivando a prevenção e
identificação de possíveis irregularidades relativas a acumulações de cargos públicos e à infração
ao regime de dedicação exclusiva por parte de seus servidores.
Além destes, o total dos benefícios quantificáveis desta auditoria é de R$ 3.581.533,19, sendo
que tal valor refere-se a uma economia anual de recursos, traduzida pelo somatório das estimativas
dos pagamentos mensais indevidos de todos os servidores afetados pela auditoria (no caso de
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ocupação de cargos inacumuláveis, a estimativa mensal de pagamentos indevidos é a menor


remuneração recebida pelo servidor; no caso de jornadas incompatíveis, a estimativa mensal é o
valor da hora de trabalho menor remunerada multiplicada pelo número de horas de trabalho da
jornada total que ultrapassam 60 horas semanais; e no caso de infração ao regime de dedicação
exclusiva, é o valor que o professor recebe a mais por estar nesse regime - 55% da remuneração),
multiplicado por 13,33 (doze meses + gratificação natalina + adicional de férias) e depois por 4,
tendo em vista que o TCU normatizou que quando se tratar de remuneração (pagamento
continuado), o benefício financeiro deve considerar o período de 4 anos, segundo constou das
Orientações básicas para a apuração de indícios de ilegalidade , TMS Acumulação de Cargos
Públicos, edição 2012 (revisada), elaborada pela SEFIP.

1.7 - Processos conexos

Não existem processos conexos.

2 - ACHADOS DE AUDITORIA

2.1 - Servidores ativos e inativos acumulando cargos indevidamente, em desconformidade


com o artigo 14, I, do Anexo ao Decreto n.º 94.664/87. Exemplo: Professor em regime de dedicação
exclusiva dando aula também em escola particular.
2.1.1 - Situação encontrada:

A infração ao regime de dedicação exclusiva constitui uma violação à proibição contida no


art. 14, inciso I, e art. 15, inciso I, ambos do Decreto n.º 94.664/87, que dispõe o seguinte:
Art. 14 - O Professor da carreira do Magistério Superior será submetido a um dos seguintes
regimes de trabalho: I - dedicação exclusiva, com obrigação de prestar 40 (quarenta) horas
semanais de trabalho em 2 (dois) turnos diários, completos e impedimento do exercício de outra
atividade remunerada, pública ou privada; II - tempo parcial de 20 (vinte) horas semanais de
trabalho. §1.º - No regime de dedicação exclusiva admitir-se-á: a) participação em órgão de
deliberação coletiva relacionada com as funções de Magistério; b) participação em comissões
julgadoras ou verificadoras, relacionadas com o ensino ou a pesquisa; c) percepção de direitos
autorais ou correlatos; d) colaboração esporádica, remunerada ou não, em assuntos de sua
especialidade e devidamente autorizada pela instituição, de acordo com as normas aprovadas pelo
conselho superior competente.
Art. 15 - O professor de carreira de Magistério de 1.º e 2.º Graus será submetido a um dos
seguintes regimes de trabalho: I - dedicação exclusiva, com obrigação de prestar 40 (quarenta)
horas semanais de trabalho em 2 (dois) turnos diários, completos e impedimento do exercício de
outra atividade remunerada, pública ou privada; II - tempo integral de 40 (quarenta) horas
semanais de trabalho, em 2 (dois) turnos diários completos; III - tempo parcial de 20 (vinte) horas
semanais de trabalho. §1.º - Aos docentes de 1.º e 2.º Graus das instituições de ensino superior não
se aplica o disposto no item II. §2.º No regime de dedicação exclusiva o professor da carreira de
Magistério de 1.º e 2.º Graus poderá exercer as atividades de que tratam as alíneas do §1.º do art.
14.

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Examinados os 65 indícios de indícios de acumulação de cargos obtidos a partir do


cruzamento entre a base de dados da RAIS/2010 e do SIAPE/Janeiro/2012, obtivemos os seguintes
casos pendentes de regularização, uma vez que  apesar de já ter sido comprovado o desligamento
dos demais vínculos, observou-se um período de acumulação que irá requerer providências do
IFES junto aos servidores para fins de ressarcimento:
- ALFEU SCARPAT JUNIOR (CPF n.º 493.513.117-91):  Ingressou no IFES como professor
do ensino básico tecnológico, 40 horas, em 30/8/2010. Passou para o regime de DE a partir de
10/12/2010 (Portaria n.º 231/2010).  Desligou-se do SENAI em 2/2/2011, conforme constou de sua
carteira de trabalho. Verificou-se, portanto, um acúmulo no período de 10/12/2010 a 2/2/2011,
conforme documentação apresentada pelo próprio servidor, o que ensejará a formulação de
proposta de ressarcimento.
- CLÁUDIO MENEGATTI MASSARO (CPF n.º 072.510.827-48): Ingressou no IFES como
professor do ensino básico tecnológico, 40 horas, em 1/7/2008. Passou para o regime de DE a
partir de 1/8/2011 (Portaria n.º 141/2011). Trabalhou na Empresa Brasileira de Ensino Pesquisa e
Extensão S/A (EMBRAE) no período de 1/2/2006 a 5/8/2011 (15 horas semanais). Detectado, pois,
o acúmulo no período de 1/8/2011 a 5/8/2011 (5 dias), entre a DE e o vínculo privado, o que
ensejará a formulação de proposta de ressarcimento.  
- EDUARDO MAX AMARO AMARAL (CPF n.º 007.773.037-28): Ingressou no IFES como
professor do ensino básico tecnológico, 40 horas, em 27/8/2010. Passou para o regime de DE a
partir de 22/2/2011 (Portaria n.º 065/2011). Desligou-se da União de Educação e Cultura Gildásio
Amado em 3/3/2011. Constata-se, pois, um acúmulo no período de 22/2/2011 a 3/3/2011 (10 dias),
entre a DE e o vínculo privado, ensejando, dessa forma, a formulação de proposta de
ressarcimento.  
- HELDER JANUÁRIO DA SILVA GOMES (CPF n.º 008.118.477-80): Ingressou no IFES
como professor do ensino básico tecnológico, 40 horas, em 23/9/2010. Passou para o regime de DE
a partir de 3/12/2010 (Portaria n.º 195/2010). Foi professor do Curso Darwin Ltda. - Cariacica, no
período de 1/4/2009 a 19/1/2011 e no Centro de Ensino Darwin Grande Vitória Ltda. - Serra, no
período de 2/5/2009 a 19/1/2011. Verificou-se, pois, um acúmulo no período de 3/12/2010 a
19/1/2011, entre a DE e os vínculos privados, motivo pelo qual será formulada proposta de
ressarcimento em relação ao período identificado.
- LEONARDO RODRIGUES DE ARAÚJO (CPF n.º 055.225.657-99): Professor do IFES em
regime de dedicação exclusiva desde 19/9/2008 (Portaria n.º 1354/2008). Foi empregado da A.G.F
Engenharia Ltda., no período de 15/7/2010 a 31/12/2010. Observa-se, portanto, que o período em
que trabalhou na referida empresa privada resultou em acúmulo com o seu regime de trabalho de
dedicação exclusiva no IFES (15/7/2010 a 31/12/2010), o que ensejará a formulação de proposta
de ressarcimento em relação aquele período de 6 meses e meio.
- LUIS ANTONIO DA SILVA (CPF n.º 560.040.447-68): Professor do IFES em regime de
dedicação exclusiva desde 3/12/2010 (Portaria n.º 484/2010). Foi empregado da Sociedade de
Ensino Superior Estácio de Sá, no período de 1/8/2005 a 2/2/2011. Observa-se, portanto, um
acúmulo no período de 3/12/2010 a 2/2/2011, equivalente a dois meses, o que ensejará a
formulação de proposta de ressarcimento.
- TATIANA OLIVEIRA COSTA (CPF n.º 035.796.917-08): Ingressou no IFES como
professora do ensino básico tecnológico em 11/8/2005. Passou para o regime de DE a partir de
4/12/2006  (Portaria n.º 1127/2006). Trabalhou na empresa L.A. Falcão Bauer - Centro
Tecnológico de Controle de Qualidade Ltda., no período de 4/9/2009 a 1/2/2011. Vale acrescentar
que a referida servidora, no período de 26/12/2008 a 25/12/2010 (2 anos) encontrava-se afastada,
com ônus, para fins de realização de programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia

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Ambiental, no Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos - RJ, conforme autorizado pela
Portaria n.º 1885, de 4/12/2008. Considerando-se que o afastamento concedido para a realização
de pós-graduação onerava o IFES, entendemos irregular o acúmulo ocorrido entre a DE e o
vínculo privado existente no período de 4/9/2009 a 1/2/2011, equivalente a 1 ano e cinco meses,
razão pela qual será proposto o ressarcimento dos valores equivalentes à vantagem da dedicação
exclusiva.   
Além dos servidores retro mencionados, examinando o Processo de Sindicância n.º
23147.000055/2011-11, instaurada pelo IFES para apuração de indícios de descumprimento do
Regime de Dedicação Exclusiva, de acumulação ilegal de cargos públicos e/ou descumprimento de
jornada de trabalho por parte de servidores  daquela entidade identificados pela Controladoria
Geral da União - CGU, mediante Ofício n.º 14.434/CGU-Regional/ES/CGU-PR, de 10/5/2010,
constatamos a existência de acumulação da vantagem de dedicação exclusiva com outros vínculos
empregatícios por parte dos seguintes servidores, cuja situação foi considerada até então regular
pela Comissão de Sindicância:
 - ROSINEI RONCONI VIEIRAS (CPF n.º 001.225.267-08): Foi nomeado em caráter efetivo,
para o cargo de Professor de Ensino de 1.º e 2.º Graus, regime de 40 h semanais, com Dedicação
Exclusiva, em 3/1/2007 (DOU de 5/1/2007). Exonerou-se da Prefeitura Municipal de Colatina,
assim como da Secretaria Estadual de Educação - SEDU, em 1/2/2007. Verificou-se, pois, um
acúmulo no período de 3/1/2007 a 1/2/2007 (um mês), relativo à DE e os demais vínculos, o que
ensejará proposta de ressarcimento.
- RODRIGO RAGGI ABDALLAH (CPF n.º 862.260.456-04): Foi nomeado em caráter
efetivo, para o cargo de Professor de Ensino de 1.º e 2.º Graus, regime de 40 h semanais, com
Dedicação Exclusiva, em 3/1/2007 (DOU de 5/1/2007). Exonerou-se da Sociedade Educacional do
Espírito Santo em 23/2/2007. Dessa forma, verificou-se um acúmulo no período de 3/1/2007 a
23/2/2008 (mais de um mês), relativo à DE e o vínculo privado, o que ensejará proposta de
ressarcimento.   
- BRUNO RAMOS GONZAGA (CPF n.º 078.991.827-78): Tornou-se DE a partir de
28/4/2010 (Portaria n.º 068/2010). Exonerou-se da Prefeitura Municipal de Vila Velha somente em
1/6/2010. Logo, apurou-se um período de exercício concomitante entre a DE e outro cargo público,
relativo a pouco mais de 1 (um) mês (28/4/2010 a 1/6/2010), ensejando, consequentemente, a
formulação de proposta de ressarcimento.
- CÍNTIA TAVARES DO CARMO (CPF n.º 625.961.957-04): Tornou-se DE a partir de
2/2/2007 (Portaria n.º 088/2007). Exonerou-se da Faculdade Novo Milênio em 2/3/2007. Constata-
se, portanto, o acúmulo de 1(um) mês entre o exercício do regime de DE e o outro vínculo privado,
até o efetivo desligamento deste último, fazendo-se necessário o ressarcimento da vantagem
recebida indevidamente naquele período.    
 Do exposto, vislumbra-se que em todos os casos narrados contendo irregularidades
provenientes da infração ao regime de dedicação exclusiva já se processou o desligamento do
vínculo externo ao Instituto Federal do Espírito Santo, faltando, todavia, providências a serem
tomadas pelo IFES quanto ao ressarcimento da gratificação de dedicação exclusiva percebida
indevidamente pelo servidor durante o período em que se deu o acúmulo irregular das atribuições
inerentes ao cargo que ocupava no Instituto com as de outra(s) atividade(s) remunerada(s).
Finalmente, insta acrescentar que este Tribunal em inúmeros pronunciamentos vem se
posicionando no sentido de determinar aos órgãos/entidades que instaurem procedimentos
administrativos com vistas a cobrança/reposição dos valores relativos ao adicional de dedicação
exclusiva, recebidos indevidamente por seus servidores nos períodos em que os mesmos
desempenharam o exercício do magistério sob o regime de dedicação exclusiva concomitantemente

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ao de atividades remuneradas públicas ou privadas, em desacordo com o art. 14, inciso I, do


Decreto 94.664/87 (Por exemplo: Acórdãos 2361/2006 e 730/2010 - 2.ª Câmara; Acórdãos 72/2011
e 2620/2011 - Plenário; Acórdãos 1683/2012 e 1927/2012 - Plenário).  
 
2.1.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Base de Dados RAIS - 2010.
Base de Dados RAIS - 2011.
Base de Dados SIAPE - 2012.
Resposta de auditoria do Campus Cachoeiro de Itapemirim em relação à servidora TATIANA
OLIVEIRA COSTA. - Memorando n.º 083-2012-CDP/2012
Processo (Autos) 23147.000055/2011-11/2011 - Processo de Sindicância instaurado pelo
IFES, destinado a apurar indícios de exercício irregular da dedicação exclusiva, de acumulação
ilegal de cargos e de descumprimento da jornada regular de trabalho, em cumprimento à
solicitação de Auditoria n.º 201001209/01 e Ofício 14.434/CGU Regional/ES/CGU-PR, de
10/5/2010.
Processo (Autos) 23148.002267/2012-12/2012 - Acúmulo de cargos de vários servidores do
campus Vitória.
Processo (Autos) 23149.000790/2012-96/2012 - Acúmulo de cargos referente ao servidor
Alfeu Scarpat Júnior.
Processo (Autos) 23150.000565/2012-11/2012 - Acúmulo de cargos de vários servidores do
campus Aracruz.
Processo (Autos) 23152.000662/2012-93/2012 - Acumulação de cargos do servidor Cláudio
Menegatti Massaro.
Processo (Autos) 23158.000621/2012-47/2012 - Acúmulo de cargos do servidor EDUARDO
MAX AMARO AMARAL.
2.1.3 - Causas da ocorrência do achado:
Deficiências de controles. - A Declaração de não acumulação de cargos somente era exigida
dos servidores no momento da posse dos mesmos, não havendo nenhuma solicitação dessa natureza
em períodos programados de recadastramento ou quando da alteração do regime de trabalho de 20
ou 40 horas semanais para o de dedicação exclusiva.?
Tal situação, contudo, alterou-se a partir de 9/5/2011, com a edição da Resolução do
Conselho Superior nº 10/2011 que criou e estabeleceu critérios para alteração do regime de
trabalho e manutenção do regime de trabalho de dedicação exclusiva dos docentes do IFES,
disciplinando em seu art. 2.º o seguinte:?
Art. 2.º O processo de solicitação de alteração dos regimes de trabalho de que trata o artigo
anterior deverá ser instruído com:?
I - Plano Individual de Trabalho - (Anexo I) devidamente comprovado e assinado pelo chefe
imediato;?
II - Justificativas do servidor;?
III - Parecer da Coordenadoria de Lotação;?
IV - Declaração do servidor de vínculo único e exclusivo com a Instituição (Anexo II); ?

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V - Declaração de que permanecerá no mínimo 5 (cinco) anos na Instituição e no regime de


trabalho solicitado;?
VI - Certidão Negativa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED;?
VII - Certidão Negativa do Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS;?
VIII - Certidão específica sobre participação em empresas, onde consta se o interessado fez
ou faz parte do quadro societário de uma ou mais empresas registradas na Junta Comercial do
Espírito Santo - JUCEES, sobre qualquer condição.
2.1.4 - Efeitos/Conseqüências do achado:
Prejuízos gerados por pagamentos indevidos (efeito real) - Ao infringir o regime de
dedicação exclusiva, seja mediante a aquisição de outro vínculo externo ao IFES, ou mesmo
quando sem ter se desvinculado definitivamente do vínculo externo, ocorre a alteração do seu
regime de trabalho para o de dedicação exclusiva, o servidor recebe indevidamente a gratificação
de dedicação exclusiva sem fazer jus a mesma.
2.1.5 - Critérios:
Decreto 94664/1987, art. 14, inciso I
2.1.6 - Evidências:
EVIDÊNCIAS - Parte 2 - Peça 53 - Referente ao servidor Alfeu Scarpat, folhas 18/32.
EVIDÊNCIAS - Parte 2 - Peça 53 - Referente ao servidor Cláudio Menegatti Massaro, folhas
2/17.
EVIDÊNCIAS - Parte 1 - Peça 52 - Referente ao servidor Eduardo Max Amaro Amaral,
folhas 49/66.
EVIDÊNCIAS - Parte 2 - Peça 53 - Referente ao servidor Eduardo Max Amaro Amaral, folha
1.
EVIDÊNCIAS - Parte 2 - Peça 53 - Referente ao servidor Helder Januário da Silva Gomes,
folhas 46/57.
EVIDÊNCIAS - Parte 1 - Peça 52 - Referente ao servidor Leonardo Rodrigues de Araújo,
folhas 26/31.
EVIDÊNCIAS - Parte 1 - Peça 52 - Referente ao Servidor Luis Antonio da Silva, folhas
18/25.
EVIDÊNCIAS - Parte 2 - Peça 53 - Referente à servidora Tatiana Oliveira Costa, folhas
58/64.
EVIDÊNCIAS - Peça 60 - Referente ao servidor Rosinei Roconi Vieiras, folhas 1/6.
EVIDÊNCIAS - Peça 60 - Referente ao servidor Rodrigo Raggi Abdallah, folhas 7/10.
EVIDÊNCIAS - Peça 60 - Referente ao servidor Bruno Ramos Gonzaga, folhas 15/28.
EVIDÊNCIAS - Peça 60 - Referente à servidora Cíntia Tavares do Carmo, folhas 30/36.
Evidências - Documento referente a Adão Queiroz e Tatiana Oliveira Costa. - Peça 66 -
Complemento referente à servidora Tatiana Oliveira Costa, folhas 3/4.
SINDICÂNCIAS REALIZADAS PELO IFES. - Referente aos servidores Rosinei Roconi
Vieiras, Rodrigo Raggi Abdallah, Bruno Ramos Gonzaga, e Cintia Tavares do Carmo, folhas 1/58.
2.1.7 - Esclarecimentos dos responsáveis:

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Questionado por meio do Ofício nº 02-610/2012-TCU/SECEX-ES, de 15/6/2012 (peça 3),


emitido pela equipe de auditoria, em relação aos mecanismos utilizados pelo Instituto para
identificar, corrigir e prevenir a ocorrência de acumulação ilegal de cargos públicos e infração ao
regime de dedicação exclusiva, o Magnífico Reitor esclareceu que o IFES editou a Resolução do
Conselho Superior nº 10/2011, de 09/5/2011, que criou e estabeleceu critérios para a alteração do
regime de trabalho e manutenção do regime de trabalho de Dedicação Exclusiva dos seus docentes,
destacando-se, dentre eles, a apresentação por parte do servidor de "Declaração de que possui
vínculo único e exclusivo com a Instituição".
Conforme peça elaborada por Danusa Simon Robers - Diretora de Gestão de Pessoas do
IFES, folhas 3/14.
2.1.8 - Conclusão da equipe:

Observou-se com relação a todos os servidores relacionados que os mesmos já se desligaram


de suas outras atividades externas, razão pela qual será proposta apenas a promoção da restituição
dos valores da gratificação de dedicação exclusiva recebida indevidamente nos períodos
evidenciados, nos termos do que vem sendo determinado por este Tribunal em inúmeros casos
semelhantes (Acórdãos 2361/2006 e 730/2010 - 2.ª Câmara; Acórdãos 72/2011 e 2620/2011 -
Plenário e Acórdãos 1683/2012 e 1927/2012 - Plenário).
2.1.9 - Proposta de encaminhamento:
Determinar ao IFES que, no prazo de 30 (trinta) dias, adote as providências necessárias, com
vistas ao levantamento do montante indevidamente recebido a título de dedicação exclusiva pelos
docentes a seguir relacionados, nos períodos abaixo indicados, assegurando-se aos mesmos o
direito do contraditório e da ampla defesa, objetivando a imediata reposição aos cofres públicos,
nos termos do art. 46 da Lei n.º 8.112/90 e alterações posteriores:
- ALFEU SCARPAT JUNIOR (CPF n.º 493.513.117-91): período de 10/12/2010 a 2/2/2011;
- CLÁUDIO MENEGATTI MASSARO (CPF n.º 072.510.827-48): período de 1/8/2011 a
5/8/2011;
- EDUARDO MAX AMARO AMARAL (CPF n.º 007.773.037-28): período de 22/2/2011 a
3/3/2011;
- HELDER JANUÁRIO DA SILVA GOMES (CPF n.º 008.118.477-80): período de 3/12/2010
a 19/1/2011;
- LEONARDO RODRIGUES DE ARAÚJO (CPF n.º 055.225.657-99): período de 15/7/2010 a
31/12/2010;
- LUIS ANTONIO DA SILVA (CPF n.º 560.040.447-68): período de 3/12/2010 a 2/2/2011;
- TATIANA OLIVEIRA COSTA (CPF n.º 035.796.917-08): período de 4/9/2009 a 1/2/2011;
- ROSINEI RONCONI VIEIRAS (CPF n.º 001.225.267-08): período de 3/1/2007 a 1/2/2007;
- RODRIGO RAGGI ABDALLAH (CPF n.º 862.260.456-04): período de 3/1/2007 a
23/2/2008;
- BRUNO RAMOS GONZAGA (CPF n.º 078.991.827-78): período de 28/4/2010 a 1/6/2010; e
- CÍNTIA TAVARES DO CARMO (CPF n.º 625.961.957-04): período de 2/2/2007 a 2/3/2007.

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2.2 - Servidores ativos e inativos acumulando cargos indevidamente, em desconformidade


com o inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal de 1988. Exemplos: dois cargos de professor,
mas com jornadas incompatíveis; um cargo de professor com outro de nível médio sem
especialidade; um cargo de técnico em enfermagem com outro de auxiliar administrativo.

2.2.1 - Situação encontrada:


De acordo com a nossa Carta Magna, a regra geral consiste na vedação de acumulação de
cargos públicos por um único servidor. Contudo, como é sabido, tal regra comporta lista reduzida e
exaustiva de exceções (Art. 37, inciso XVI), cujo efetivo exercício requer, por se tratar de exceção,
um exame criterioso da Administração Pública.
Dessa forma, no âmbito do presente achado, em que se encontram servidores em
desconformidade com o Art. 37, inciso XVI, da Constituição Federal de 1988 ("XVI - é vedada a
acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários,
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um
cargo de professor com outro, técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas, deparamo-nos com a existência de dois
grupos. O primeiro diz respeito a servidores que detém a acumulação de cargos inacumuláveis, e o
segundo grupo relativo a servidores detentores de cargos acumuláveis, mas com jornadas
incompatíveis.
No tocante ao primeiro grupo (servidores detentores de cargos inacumuláveis), observa-se
que, apesar da compatibilidade de horários, os cargos são inacumuláveis, uma vez que não se
enquadram nas hipóteses previstas nas alíneas a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo
de professor com outro, técnico ou científico; e c) a de dois cargos ou empregos privativos de
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; do inciso XVI, art. 37, da Constituição
Federal. Assim, considerando-se a relação dos 65 (sessenta e cinco) servidores do IFES (ativos,
aposentados e instituidores de pensão) com indícios de acumulação ilegal de cargos públicos,
obtida a partir de planilha resultante do cruzamento entre a base de dados da RAIS/2010 e o
SIAPE/Janeiro/2012, detectamos 3 (três) casos de acumulação irregular decorrente de cargos
inacumuláveis, abaixo relacionados: 
- ADÃO QUEIROZ (CPF n.º 489.081.267-91): o servidor é Auxiliar de Agropecuária no
IFES/Campus de Alegre (40 horas semanais), desde 2/12/1991 e Técnico em Radiologia na
Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos, desde 1/10/2000, onde, segundo Declaração
da Chefe do Núcleo de Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Saúde de Jerônimo
Monteiro, Sra. Ariane Gonzaga Antunes, a carga horária por ele cumprida é de 20 horas semanais,
de 2.ª a 6.ª feira, de 07:00 às 11:00 horas. Observa-se com relação ao servidor em referência que o
seu nome já havia sido incluído em processo de sindicância (Autos n.º 23147.000055/2011-11), em
razão de o mesmo perfazer, à época, um total de 70 horas semanais (40 horas semanais no Ifes e 30
horas semanais no Hospital Unidade Integrada de Jerônimo Monteiro), sendo que ao final daquela
sindicância foi determinado ao servidor em tela que reduzisse a sua jornada de trabalho ao limite
de 60 horas semanais, para atendimento ao Parecer GQ n.º 145, da Advocacia-Geral da União -
AGU, de 30/3/1998, o que parece ter sido feito com relação à sua carga horária no Governo do
Estado do Espírito Santo, que passou de 30 para 20 horas semanais. Percebemos, contudo, que os
cargos por ele ocupados são inacumuláveis, por se tratar de um cargo de nível fundamental
(Auxiliar de Agropecuária) com um cargo técnico (Técnico em Radiologia), não se encaixando,
portanto, nas excepcionalidades previstas no art. 37, inciso XVI, da Constituição Federal. 
- CARLOS ALBERTO FIRMINO DOS SANTOS (CPF n.º 789.464.097-20): o servidor é
Assistente em Administração no IFES (40 horas semanais), desde 13/8/2004 e Professor de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

História do Ensino Fundamental na Prefeitura Municipal de Vitória (25 horas semanais), desde
17/2/2006. Ocorre que o cargo ocupado pelo referido servidor no IFES (Assistente em
Administração) não possui natureza técnica ou científica, por isso não permite a acumulação com o
cargo de professor no Município de Vitória, independentemente da compatibilidade de horários
entre esses dois vínculos. Ora, o cargo de Assistente em Administração não é considerado técnico
porque para o seu exercício não se exige conhecimentos específicos, como, por exemplo, o de
técnico em informática ou de contabilidade, bastando, simplesmente, a formação completa no nível
médio, como alerta o trecho do Voto do Acórdão 408/2004-TCU-1ª Câmara: "(...) a conceituação
de cargo técnico ou científico, para fins da acumulação permitida pelo texto constitucional,
abrange os cargos de nível superior e os cargos de nível médio cujo provimento exige a habilitação
específica para o exercício de determinada atividade profissional, a exemplo do técnico em
enfermagem, do técnico em contabilidade, entre outros". No caso em foco, extrai-se da Lei nº
11.091, de 12 de janeiro de 2005, que dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreira dos Cargos
Técnico-Administrativos em Educação, no âmbito das Instituições Federais de Ensino vinculadas
ao Ministério da Educação, e dá outras providências, que para o preenchimento do cargo de
Assistente em Administração exige-se como escolaridade o nível médio profissionalizante ou médio
completo, mais experiência de 12 meses. Com efeito, verifica-se que este cargo não é técnico ou
científico, pois não se exige nível superior com habilitação específica nem nível médio com
exigência de curso técnico específico. Assim, não há como os servidores acumularem o cargo de
Assistente em Administração, no IFES, com o de professor, na Prefeitura Municipal de Vitória, eis
que em desacordo com o disposto no artigo 37, inciso XVI, "b", da Constituição de 1988.
- HERALDO SILVA FILHO (CPF n.º 526.475.287-72): o servidor é Assistente em
Administração no IFES (40 horas semanais, desde 29/9/1992) e professor de música da Faculdade
de Música do Espírito Santo (FAMES), pertencente ao Governo do Estado do Espírito Santo, desde
1/2/2011, onde segundo declaração daquela entidade cumpre 20 horas semanais (a partir de
1/10/2011). Ocorre que, como já discorrido anteriormente, o cargo de Assistente em Administração
não é considerado técnico, não permitindo, portanto, a acumulação como o cargo de professor no
Estado do Espírito Santo, independentemente da carga horária cumprida. Tal acumulação
encontra-se, pois, também em desconformidade com o disposto no art. 37, inciso XVI, "b", da
Constituição de 1988.   
Ante tais constatações, entendemos que deverá ser determinado ao IFES que tome as
providências pertinentes com vistas à apuração das acumulações de cargos públicos acima
identificadas, nos termos do art. 133 da Lei n.º 8.112/90, em razão dessas acumulações não se
enquadrarem nas exceções contidas no inciso XVI, do art. 37, da Constituição Federal.  
O segundo grupo, por conseguinte, diz respeito aos servidores com cargos públicos
acumuláveis, ou seja, dentro das exceções elencadas no inciso XVI, do art. 37, da Constituição
Federal, mas com jornadas incompatíveis, em desconformidade, portanto, com o "caput" do
referido art. 37.  
No tocante à verificação de jornadas incompatíveis, faz-se necessário consignar nesse exame
que o Tribunal editou recente decisão (Acórdão 1.338/2011 - TCU - Plenário), na qual restou
sinalizada mudança no entendimento anterior referente à compatibilidade das jornadas. Com
efeito, a jurisprudência do TCU considerava como limite máximo, em casos de acumulação de
cargos ou empregos públicos, a jornada de trabalho de 60 horas semanais. Contudo, o referido
decisum inaugurou novo posicionamento no sentido de que a questão da incompatibilidade de
horários deve, sempre, ser estudada caso a caso, não subsistindo mais o limite objetivo de 60 horas
semanais. Portanto, para ser considerada legal a situação, deve o servidor comprovar a
compatibilidade de horários, sem prejuízo às atividades exercidas em cada um dos cargos
licitamente acumulados. Aliás, nesse mesmo sentido, o Poder Judiciário também vem entendendo,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

nos casos concretos que lhe são submetidos, ilegal a fixação do limite máximo de 60 horas
semanais, haja vista que a Constituição não estabeleceu essa limitação.  
Deste modo, considerando-se a já mencionada relação dos 65 servidores do IFES, obtida
através de cruzamento de dados, detectamos 10 (dez) casos de acumulação irregular decorrente de
cargos acumuláveis, com jornadas incompatíveis, detalhados a seguir:
- CARLOS ALBERTO PONTES GOMES (CPF n.º 557.718.747-87): Cargo 1 (Professor do
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico), 40 horas (7:10h às 11:10h e de 18:30h às 22:30h), no
IFES, desde 17/12/1992. Cargo 2 (Procurador Municipal no Município da Serra, desde 1/8/1983),
segundo a RAIS/2011, perfaz 36 horas semanais. Carga horária total: 76 horas. Apresentou
declaração do referido Município de que se encontra dispensado da assinatura de ponto, em razão
de seu cargo exigir rotineiramente o cumprimento de atividades externas como comparecimento a
audiências, acompanhamento de processos judiciais e respectivos pedidos de carga, atuação nos
fóruns, Justiça do Trabalho, Tribunais de Justiça e de Contas, nos termos do §1.º do art. 42 da Lei
Municipal n.º 3.781, de 29/9/2011, e da Portaria n.º 507/98. Relativamente a este caso, o IFES, em
resposta ao Ofício de Requisição n.º 01/610/2012 - TCU/SECEX-ES, de 15/6/2012, desta equipe de
auditoria, informou que irá proceder à apuração detalhada do caso, tendo em vista que o
procurador não informou a sua carga horária, bem como a sua jornada de trabalho naquela
municipalidade. Concordamos, portanto, com o procedimento a ser adotado pelo IFES.         
- DAVID SIBIAN RIOS (CPF n.º 055.479.887-58): Cargo 1 (Auxiliar de Enfermagem, desde
12/9/2007), 40 horas no IFES, porém cumpre 30 horas semanais (7h às 13 h) em virtude da
Resolução do Conselho Superior n.º 26/2010, de 2/8/2010, que aprova a regulamentação da
jornada diária de 6 horas para os servidores técnico-administrativos. Cargo 2 (Auxiliar de
Enfermagem), 30 horas semanais (12h às 18h), na Prefeitura Municipal da Serra, desde 19/5/2008.
Carga horária total: 70 horas. Vislumbra-se, portanto, um conflito de horários, que merece ser
melhor apurado pelo IFES, uma vez que segundo Declaração do Coordenador da Cae - Ifes -
Campus Vitória, Sr. José Luiz Silva, "o servidor tem seu ponto registrado diariamente de segunda a
sexta de 7:00 às 13:00 horas, entretanto, devido a uma necessidade interna de atendimento do
posto médico a jornada semanal cumprida por este servidor e acordada com sua chefia, é de
cumprimento de sua carga horária semanal de 30 horas da seguinte maneira, segunda à sexta de
6h e 40 minutos às 11h e aos sábados de 7h às 14 horas e 30 minutos".
- EMMANOEL GUASTI FERREIRA (CPF n.º 726.479.387-49): Cargo 1 (Professor do
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico), desde 23/11/2007, 40 horas semanais (13:30h às 17:30h e
de 18:30h às 22:30h), no IFES. Cargo 2 (Engenheiro), no Município de Vila Velha, desde
17/11/1992, 36 horas semanais (RAIS/2011). Carga horária total: 76 horas. O servidor apresentou
declaração da Prefeitura Municipal de Vila Velha informando que o mesmo possui horário de
trabalho flexível, dentro da jornada de trabalho (6 horas diárias - de segunda-feira a sexta-feira) -
Lei 2.737/92, em virtude da especificidade da atividade profissional que desempenha - vistoria
técnica relativa à montagem e funcionamento de equipamentos de elevação (o agendamento, de
cada vistoria, é efetuado pelo próprio servidor com as empresas de montagem e manutenção dos
equipamentos). Tendo em vista que o servidor não informou a sua jornada de trabalho naquela
Municipalidade, entendemos que o caso deve ser devidamente apurado pelo IFES.
- JOAQUIM DOS SANTOS JUNIOR (CPF n.º  051.344.107-71): Cargo 1 (Técnico em
Enfermagem), 40 horas (segunda à sexta, de 8 às 12 horas e de 14 às 18 horas), no IFES. Cargo 2
(Técnico em  Enfermagem), 30 horas semanais, no Município de Vitória. Carga horária total: 70
horas.  Desligou-se do segundo cargo, na Prefeitura Municipal de Vitória - PMV, em 2/8/2012.
Considerando-se que quando do início do seu efetivo exercício no IFES (9/1/2009) já se encontrava
em exercício na Prefeitura Municipal de Vitória (admissão em 3/1/2008), será necessário que o
IFES verifique se nesse período de tempo pretérito (9/1/2009 a 2/8/2012), em que se processou o
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

acúmulo dos referidos cargos, houve compatibilidade de horários entre as jornadas de trabalho dos
dois cargos, para fins de comprovação da efetiva prestação de serviços do referido servidor junto
ao IFES. Nesse sentido, entendemos que deve haver uma melhor apuração do caso por parte do
IFES.        
- KELLEY BONICENHA (CPF n.º 087.286.477-42): Cargo 1 (Professora Substituta), 20
horas semanais, no IFES, desde 1/3/2010 até 28/2/2012, não fazendo mais parte do quadro de
servidores do Ifes. Cargo 2 (Professora de Educação Física), 25 horas, no Município de Linhares,
desde 15/1/2008. Cargo 3 (Vínculo privado, celetista, no SESI - professora), 184:50 horas/mês
(36,90 horas semanais), desde 2/8/2010, conforme documentação apresentada pelo próprio SESI.
Carga horária total dos três vínculos: 81,90 horas semanais. Na RAIS/2010 constou que a referida
ex-servidora era Diretora de Escola na Prefeitura Municipal de Linhares, mas conforme
contracheque referente a Junho/2012 proveniente de documentação encaminhada por aquela
Prefeitura, e declaração da própria servidora, o cargo ocupado pela mesma é o de professora,
nunca tendo exercido o cargo de Diretora. Vale ressaltar, segundo declaração  do Coordenador da
Coordenadoria de Gestão de Pessoas do Campus Linhares, Geonavi Alipio N. Silva, que a ex-
servidora em destaque quando entrou em exercício no Ifes, possuía acúmulo lícito de cargos e
compatibilidade de horários, visto que o seu cargo temporário no Ifes (20 horas) com o cargo na
Prefeitura de Linhares (25 horas) somavam 45 horas semanais, tendo a referida ex-servidora
apresentado na sua respectiva declaração de acumulação de cargos os horários praticados em
ambos os cargos. O problema ocorreu ao longo da execução do contrato temporário com o Ifes,
quando, a partir de 2/8/2010, a ex-servidora contraiu um novo vínculo com o SESI, o qual é
considerado de natureza privada. Tendo em vista o fato de a ex-servidora não ter apresentado a sua
jornada de trabalho no SESI, entendemos que deva ser averiguada a compatibilidade de horários
entre os três vínculos então vigentes no período de 2/8/2010 a 28/2/2012, cuja carga horária total
parece ter somado 81,90 horas semanais. Assim, embora a ex-servidora em epígrafe já tenha se
desligado do Ifes, essa apuração será necessária para se confirmar se diante das cargas horárias e
jornadas de trabalho então praticadas, aquela interessada efetivamente desempenhou suas
atividades no Ifes, na forma pela qual foi contratada.   
- RAFAEL ROSSI CASSARO (CPF n.º  052.069.467-88): Atualmente possui Cargo 1
(Médico), 40 horas semanais (antes de 1/7/2012 cumpria apenas 20 horas semanais), no IFES e 
Cargo 2 (Médico Plantonista), 12 horas semanais, contrato temporário na Prefeitura Municipal de
São Roque do Canaã, desde 1/4/2012, com término previsto em 31/12/2012. Carga horária total:
52 horas semanais. Ocorre que no passado, mais especificamente no período de 2008 a 2011, o
então servidor exerceu o vínculo privado, celetista, médico, na ORDESC - Organização para o
Desenvolvimento Social e Cidadania, de 1/2/2008 a 30/6/2011, com 35 horas semanais, segundo a
RAIS/2010, concomitantemente com o cargo de médico no IFES (então com 20 horas semanais) e o
cargo de médico também na Prefeitura de São Roque do Canaã, com 24 horas semanais (1/3/2004
a 13/7/2011 - RAIS/2011), acumulando, dessa forma, uma carga horária total de 79 horas
semanais. Tal acúmulo já havia sido objeto do Processo de Sindicância n.º 23147.000055/2011-11,
motivo pelo qual o referido servidor promoveu a redução na sua carga horária de trabalho.
Entretanto, verificamos que apesar da carga horária total atual estar abaixo de 60 horas semanais,
a jornada de trabalho correspondente à mesma não foi demonstrada, para fins de apuração da
compatibilidade de horários. Quanto ao passado, entendemos, relativamente ao período de
1/2/2008 a 13/7/2011, que o IFES deva proceder à apuração da compatibilidade de horários, à
época, dos três vínculos então vigentes, de modo a confirmar se o servidor em análise realmente
cumpriu sua jornada de trabalho na Instituição.     
- ROBERTO CARLOS FARIAS DE OLIVEIRA (CPF n.º 891.054.007-91): Cargo 1
(Professor), 40 horas, no IFES, desde 29/9/2010. Cargo 2 (Professor), 20 horas, na Prefeitura de
Campos/RJ, no período de 15/5/2003 a 19/4/2011. Cargo 3 (Professor), 20 horas, no Governo do
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Estado do Rio de Janeiro, no período de 26/6/2006 até 1/9/2010. Houve acúmulo, portanto, entre o
cargo de professor do IFES (40 horas) e o cargo de professor da Prefeitura Municipal de
Campos/RJ (20 horas), totalizando 60 horas semanais, no período de 29/9/2010 a 19/4/2011 (em
torno de 7 meses). Resta saber se, no período assinalado, a jornada de trabalho entre esses dois
cargos era compatível, de modo a se confirmar se o servidor em relevo efetivamente cumpriu a sua
carga horária no IFES, o que exigirá uma apuração mais detalhada por parte desse Instituto.
- SELMA SIMONE DE SOUZA ALVES (CPF n.º 031.984.337-89): Cargo 1 (Auxiliar de
Enfermagem), 40 horas, no IFES, desde 1/3/2005. Contudo, de acordo com a Resolução n.º
26/2010 do Conselho Superior do IFES, a referida servidora vem exercendo uma carga horária de
30 horas semanais de segunda à sexta, no horário de 07:00 às 13:00 horas. Cargo 2 (Auxiliar de
Enfermagem), na Prefeitura Municipal da Serra, desde 14/9/2004, com carga horária de 30 horas
semanais de segunda à sexta, no horário de 12:00 às 18:00 horas, conforme declaração da própria
Prefeitura da Serra/ES. Carga horária total: 70 horas semanais. Ainda que no IFES a servidora
cumpra uma jornada de apenas 30 horas semanais, em razão de regulamentação interna, verificou-
se, no âmbito das 60 horas semanais, a comprovação da incompatibilidade de horários entre os
dois cargos, no montante de 1 hora. Restou comprovada, portanto, a acumulação ilegal de cargos
por jornadas incompatíveis. 
 - SHEILA ATAÍDE DOMINGUES DE SOUZA (CPF n.º 009.806.707-99): Cargo 1
(Psicóloga), 40 horas semanais, no IFES, desde 2/1/1995. Cargo 2 (Psicóloga), 40 horas semanais,
na Prefeitura Municipal de Alegre, desde 2/2/2004. Demitiu-se deste último vínculo em 8/5/2012
(Decreto Municipal n.º 8.430/2012). Embora essa acumulação não mais persista, constatou-se no
período de 2/2/2004 a 8/5/2012 (cerca de oito anos) a acumulação dos dois cargos com carga
horária total  de 80 horas semanais. Resolvida a questão no presente, resta saber se, no período
passado assinalado, a jornada de trabalho entre esses dois cargos era compatível, de modo a se
confirmar se a servidora em relevo efetivamente cumpriu a sua carga horária no IFES, o que
exigirá uma apuração mais detalhada por parte do Instituto.
- WELINTON SILVA (CPF n.º 836.361.706-78): o servidor é Pedagogo no IFES (40 horas
semanais - segunda a sexta, com carga horária diária de 8 horas, distribuídas das 14:00 horas às
18:00 horas e de 19:00 horas às 21:00 horas), desde 13/7/2010 e era, também, Pedagogo na
Prefeitura Municipal da Serra (25 horas semanais), desde 14/7/2006 até 3/2/2011, no turno
matutino. Informou que quando  do início de seu efetivo exercício IFES (13/7/2010), ainda
trabalhava na Prefeitura da Serra no turno matutino, perfazendo uma carga horária de 25 horas
semanais. Acrescentou que no dia 7/7/2010, antes da sua posse no IFES, ocorrida em 9/7/2010, já
havia entrado com pedido de redução de carga horária junto à Prefeitura da Serra de 25 h para 20
h semanais e ficou aguardando o seu desfecho. Declarou que após a negativa de tal solicitação,
pediu exoneração da Prefeitura da Serra.  Observa-se que neste caso os cargos eram
inacumuláveis (dois cargos de natureza científica), já tendo sido feita a opção por um dos cargos.
Ocorre que no período que vai de 13/7/2010 a 3/2/2011 (aproximadamente 7 meses), ocorreu a
acumulação ilícita de 65 horas semanais. O servidor não apresentou a sua jornada de trabalho na
Prefeitura Municipal da Serra, relativamente a esse período, de modo a se saber se havia
compatibilidade de horário. Ademais, a jornada de trabalho apresentada pelo campus Aracruz do
IFES perfaz apenas 7 horas diárias (35 horas semanais) e não 40 horas semanais, conforme
declarado. Entendemos que o IFES deverá proceder a uma apuração mais detalhada para se saber
se naquele período passado houve efetivamente a prestação de serviços ao referido Instituto.       
Diante do exposto, verificamos que apesar de já terem sido abertos por parte dos respectivos
"campi" do IFES processos administrativos objetivando a apuração dos indícios de acumulações
de cargos apontados por esta auditoria, em atendimento ao Ofício de Requisição n.º 01-610/2012-
TCU/SECEX-ES, a maioria dos casos elencados anteriormente, relacionados a acumulação de
cargos com jornadas de trabalho supostamente incompatíveis, ainda não foram definitivamente
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

concluídos, por falta de elementos destinados a comprovar os horários de trabalho efetivamente


cumpridos em cada um dos cargos ocupados. Outra questão a ser considerada diz respeito aos
casos de acumulações ilegais que já foram resolvidas no presente mediante a opção por um dos
cargos, mas que no passado ocorreram por um determinado período de tempo. Entendemos que
nesses casos o IFES também deva prosseguir com as apurações necessárias de modo a descobrir se
as jornadas de trabalho acumuladas eram compatíveis, para fins de comprovação do cumprimento
integral na jornada de trabalho no âmbito do Instituto, procedendo-se aos ressarcimentos devidos,
nos casos em que a ausência de prestação de serviços restar cabalmente demonstrada.    
Nesse sentido, entendemos que deva ser determinado ao IFES que prossiga de forma mais
detalhada com as apurações já iniciadas dos casos anteriormente relacionados, quanto à
compatibilidade de horários, observando-se a aplicação do art. 133 da Lei n.º 8.112/90, se cabível,
e verificando, ainda, nos períodos de acumulações considerados irregulares, se houve, no âmbito
da instituição, o cumprimento integral da jornada de trabalho por parte dos mesmos, de modo a
proceder ao devido ressarcimento, nos termos do art. 46 da referida lei e alterações posteriores, na
hipótese de constatada a não contraprestação de serviços. 
 
2.2.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Base de Dados RAIS - 2010.
Base de Dados RAIS - 2011.
Base de Dados SIAPE - 2012.
Acumulação de cargos (campus Vila Velha), ref. a WLINTO SILVA. - Memorando n.º 020-
CDP/2012
Encaminhamento de resposta da auditoria TCU, por parte do campus Vila Velha, referente ao
servidor CARLOS ALBERTO FIRMINO DOS SANTOS. - Memorando n.º 033-CGP/2012
Acumulação de cargos referente ao servidor RAFAEL ROSSI CASSARO. - Ofício n.º 262
CG/RH/DAP/2012
Resposta do campus Santa Teresa em relação à acumulação do servidor RAFAEL ROSSI
CASSARO. - Ofício n.º 262 CG/RH/DAP/2012
Ofício do Ifes que atende ao Ofício de Requisição da Equipe de Auditoria n.º 01-610/2012-
TCU/SECEX-ES, de 15/6/2012. - Of/MEC/SETEC/IFES/DGP n.º 039 /2012
Ofício do Ifes que atende ao Ofício de Requisição da Equipe de Auditoria n.º 02-610/2012-
TCU/SECEX-ES, de 15/6/2012. - Of/MEC/SETEC/IFES/DGP n.º 040/2012
Processo (Autos) 23138.000363/2012-91/2012 - Acumulação referente ao servidor JOAQUIM
DOS SANTOS JUNIOR.
Processo (Autos) 23145.000490/2012-28/2012 - Acúmulo de cargos referente à KELLEY
BONICENHA.
Processo (Autos) 23148.002267/2012-12/2012 - Acumulação de cargos referente a
HERALDO SILVA FILHO, CARLOS ALBERTO PONTES GOMES, DAVID SIBIAN RIOS,
EMMANOEL GUASTI FERREIRA.
Processo (Autos) 23149.000790/2012-96/2012 - Acumulação de cargos referente a ADÃO
QUEIROZ.
Processo (Autos) 23149.000793/2012-21/2012 - Acumulação de cargos referente à SHEILA
ATAIDE DOMINGUES DE SOUZA.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

Processo (Autos) 23158.000273/2012-16/2012 - Processo de Sindicância instaurado pelo


Campus Serra, destinado a apurar indícios de descumprimento do regime de dedicação exclusiva,
de acumulação ilegal de cargos públicos e de descumprimento da jornada de trabalho de alguns
servidores do IFES, em cumprimento à solicitação da CGU/ES contida no Relatório Anual de
Contas nº 201108770, relativo ao exercício de 2010.
Processo (Autos) 23158.000620/2012-19/2012 - Acumulação de cargos referente à SELMA
SIMONE DE SOUZA ALVES.
2.2.3 - Causas da ocorrência do achado:
Desconhecimento dos conceitos contidos na norma jurídica. - No caso de cargos
inacumuláveis, desconhecimento por parte dos servidores do conceito de cargo técnico e científico
para fins da acumulação permitida, contida na exceção do artigo 37, inciso XVI, da Constituição
Federal.
Deficiência de controles. - A declaração de não acumulação de cargos somente é exigida dos
servidores no momento da posse dos mesmos, não havendo nenhuma solicitação dessa natureza nos
anos seguintes, de modo periódico, o que poderia inibir o estabelecimento de vínculos com outras
instituições. Recentemente, no caso de alteração de regime de trabalho de 20 ou 40 horas semanais
para o de dedicação exclusiva é que essa situação se modificou, com a edição da Resolução do
Conselho Superior n.º 10/2011, de 9/5/2011, prevendo-se, nessas hipóteses, a apresentação por
parte do servidor de Declaração de vínculo único e exclusivo com a instituição. ?
No entanto, com relação a servidores que permanecem no mesmo regime de trabalho por um
longo período de tempo, ainda não existe nenhuma regulamentação interna nesse sentido.
2.2.4 - Efeitos/Conseqüências do achado:
Infração a norma jurídica. (efeito real) - No caso de cargos inacumuláveis, infringência pura
e simples a dispositivo constitucional, visto que, se não houver incompatibilidade de horários entre
os cargos acumulados, não haverá prejuízos para a Administração, em razão do descumprimento
de jornada em um ou outro cargo.
Prejuízos em virtude da ausência de fiscalização (efeito potencial) - No caso de cargos com
jornadas incompatíveis, temos o não cumprimento da jornada de trabalho, com o consequente
prejuízo às atividades de ensino.
2.2.5 - Critérios:
Acórdão 1338/2011, Tribunal de Contas da União, Plenário
Constituição Federal, art. 37, inciso XVI
2.2.6 - Evidências:
EVIDÊNCIAS - Parte 2 - Peça 53 - Referente ao servidor Adão Queiroz, folhas 33/45.
EVIDÊNCIAS - Parte 1 - Peça 52 - Referente ao servidor Heraldo Silva Filho, folhas 32/37.
EVIDÊNCIAS - Parte 1 - Peça 52 - Referente ao servidor Carlos Alberto Firmino dos
Santos, folhas 46/48.
EVIDÊNCIAS - Parte 5 - Peça 56 - Referente ao servidor Carlos Alberto Pontes Gomes,
folhas 24/28.
EVIDÊNCIAS - Parte 1 - Peça 52 - Referente ao servidor David Sibian Rios, folhas 38/45.
EVIDÊNCIAS - Parte 5 - Peça 56 - Referente ao servidor Emmanoel Guasti Ferreira, folhas
1/8.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

EVIDÊNCIAS - Parte 4 - Peça 55 - Referente ao servidor Joaquim dos Santos Junior, folhas
36/47.
EVIDÊNCIAS - Parte 4 - Peça 55 - Referente à servidora Kelley Bonicenha, folhas 21/35.
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Referente ao servidor Rafael Rossi Cassaro, folhas
60/66.
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Complemento referente ao servidor Rafael Rossi
Cassaro, folhas 54/55.
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Referente ao servidor Roberto Carlos Farias de Oliveira,
folhas 24/28.
EVIDÊNCIAS - Parte 1 - Peça 52 - Referente à servidora Selma Simone de Souza Alves,
folhas 1/17.
EVIDÊNCIAS - Parte 3 - Peça 54 - Referente à servidora Sheila Ataíde Domingues de Souza,
folhas 1/8.
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Referente ao servidor Welinton Silva, folhas 33/34.
Evidências - Documento referente a Adão Queiroz e Tatiana Oliveira Costa. - Peça 66 -
Complemento referente ao servidor Adão Queiroz, folhas 1/2.
SINDICÂNCIAS REALIZADAS PELO IFES. - Peça 65, referente aos servidores Adão
Queiroz e Rafael Rossi Cassaro, folhas 1/58.
ATENDE OFÍCIO Nº 557/2012-TCU-SECEX-ES - Peça 43, referente à servidora Kelley
Bonicenha (SESI), folhas 1/9.
ATENDE OFÍCIO Nº 550/2012-TCU-SECEX-ES - Peça 42, referente à servidora Kelley
Bonicenha (Prefeitura Municipal de Linhares), folhas 1/10.
Em atendimento ao ofício nº 547/2012 - TCU - SECEX - ES?
?
PARTE 02 CD-R - Peça 38, referente ao servidor Joaquim dos Santos Júnior, folhas 1/24.
Referente ao Oficio 546/2012 - TCU/SECEX-ES - Peça 30, referente aos servidores David
Sibian Rios e Welinton Silva, folhas 1/16.
2.2.7 - Esclarecimentos dos responsáveis:
Em atendimento ao Ofício de Requisição n.º 01-610/2012-TCU/SECEX-ES, de 15/6/2012,
emitido pela equipe de auditoria, ainda na fase de planejamento, que levou ao conhecimento do
IFES os indícios de acumulação obtidos do cruzamento de sistemas eletrônicos, ao mesmo tempo
em que solicitou à entidade, nos termos do art. 133 da Lei n.º 8.112/90, providências objetivando a
convocação dos servidores listados (ou respectivos pensionistas, no caso dos instituidores de
pensão), a fim de apurar os indícios de acumulação ilícita de remuneração/proventos/pensões, cujo
resultado foi encaminhado de forma consolidada à equipe na fase inicial da execução desta
auditoria, o Instituto em referência encaminhou os seguintes esclarecimentos acerca de como
procedeu nessa apuração:

"2. Na tabela utilizamos as carga horárias informadas pelos servidores notificados e não as
cargas horárias apuradas e contidas inicialmente na planilha encaminhada pelo Tribunal de
Contas da União.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

3. Informamos que o Instituto Federal do Espírito Santo tem a Resolução do Conselho


Superior n.º 26/2010, de 02 de Agosto de 2010, que aprova a regulamentação da jornada diária de
6 horas para os servidores técnico-administrativos, a qual segue em arquivo no CD anexo. No
entanto, esta Diretoria de Gestão de Pessoas entende que jornada de trabalho autorizada
excepcionalmente, é diferente do regime de trabalho do cargo para o qual prestou concurso
público, qual seja, 40 horas semanais.
4. Informamos também que é facultado ao servidor a solicitação de alteração do regime de
trabalho, o qual é concedido no interesse da Administração, sendo que nestes casos há alteração
da remuneração."
Conforme peça elaborada por Danusa Simon Robers - Diretora de Gestão de Pessoas do
Instituto Federal do Espírito Santo, folhas 1/2.
2.2.8 - Conclusão da equipe:

Ao final das análises procedidas, da relação de 65 servidores do IFES com indícios de


acumulação ilegal de cargos públicos, obtida a partir de planilha resultante do cruzamento entre a
base de dados da RAIS/2010 e o SIAPE/2012, detectamos 3 (três) casos de acumulação de cargos
inacumuláveis, 9 (nove) casos de cargos acumuláveis, mas com jornadas incompatíveis, e apenas 1
(um) caso de cargo inacumulável, com jornadas incompatíveis, sendo que este último já foi
saneado com a opção feita por um dos cargos.
Deste modo, para os três primeiros casos, entendemos que deverá ser determinado ao IFES
que tome as providências pertinentes com vistas à apuração das acumulações de cargos públicos
acima identificadas, nos termos do art. 133 da Lei n.º 8.112/90, em razão dessas acumulações não
se enquadrarem nas exceções contidas no inciso XVI, do art. 37, da Constituição Federal.
Já para os 10 (dez) últimos, entendemos que deva ser determinado ao IFES que prossiga de
forma mais detalhada com as apurações já iniciadas, quanto à compatibilidade de horários,
observando-se, se cabível, a aplicação do art. 133 da Lei n.º 8.112/90, e verificando, ainda, nos
períodos de acumulações considerados irregulares, se houve, no âmbito da instituição, o
cumprimento integral da jornada de trabalho por parte dos mesmos, de modo a proceder ao devido
ressarcimento, nos termos do art. 46 da referida lei e alterações posteriores, na hipótese de
constatada a não contraprestação de serviços.
2.2.9 - Proposta de encaminhamento:
Determinar ao IFES para que, no prazo de 60 (sessenta) dias, contados da ciência da
deliberação a ser exarada, adote providências necessárias, nos termos do art. 133 da Lei n.º
8.112/90, com vistas à regularização da acumulação de cargos, exercidos em desconformidade com
o art. 37, inciso XVI, da Constituição Federal de 1988, pelos servidores a seguir relacionados,
informando a este Tribunal, até o fim do prazo estabelecido, o resultado das medidas adotadas:
- ADÃO QUEIROZ (CPF n.º 489.081.267-91): Cargo 1 (Auxiliar de Agropecuária), 40 horas,
no IFES/Campus de Alegre. Cargo 2 (Técnico em Radiologia), 20 horas, na Secretaria de Estado
de Gestão e Recursos Humanos do Espírito Santo.
- CARLOS ALBERTO FIRMINO DOS SANTOS (CPF n.º 789.464.097-20): Cargo 1
(Assistente em Administração), 40 horas, no IFES. Cargo 2 (Professor de História do Ensino
Fundamental), 25 horas, na Prefeitura Municipal de Vitória/ES.
- HERALDO SILVA FILHO (CPF n.º 526.475.287-72): Cargo 1 (Assistente em
Administração), 40 horas, no IFES. Cargo 2 (Professor de Música), 20 horas, da Faculdade de
Música do Espírito Santo (FAMES), pertencente ao Governo do Estado do Espírito Santo.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

Fundamentar devidamente a decisão, na hipótese de se concluir pela licitude da acumulação,


com a anexação, no respectivo processo, da competente documentação comprobatória e com a
indicação expressa do responsável pela medida adotada.
Determinar ao IFES para que, no prazo de 90 (noventa) dias, contados da ciência da
deliberação a ser exarada, adote providências com vistas a prosseguir, de forma mais detalhada,
com as apurações já iniciadas, quanto à compatibilidade de horários dos cargos acumulados pelos
servidores abaixo relacionados, observando-se, na oportunidade, a aplicação, se cabível, do art.
133 da Lei n.º 8.112/90, e verificando, ainda, nos períodos de acumulações considerados
irregulares, se houve, no âmbito da instituição, o cumprimento integral da jornada de trabalho por
parte dos mesmos, de modo a proceder ao devido ressarcimento, nos termos do art. 46 da referida
lei e alterações posteriores, na hipótese de comprovada a não contraprestação de serviços:
- CARLOS ALBERTO PONTES GOMES (CPF n.º 557.718.747-87): Cargo 1 (Professor do
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico), 40 horas, no IFES. Cargo 2 (Procurador Municipal), 36
horas, no Município da Serra. Carga horária total: 76 horas.
- DAVID SIBIAN RIOS (CPF n.º 055.479.887-58): Cargo 1 (Auxiliar de Enfermagem), 40
horas, no IFES. Cargo 2 (Auxiliar de Enfermagem), 30 horas semanais, na Prefeitura Municipal da
Serra/ES. Carga horária total: 70 horas.
- EMMANOEL GUASTI FERREIRA (CPF n.º 726.479.387-49): Cargo 1 (Professor do
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico), 40 horas semanais, no IFES. Cargo 2 (Engenheiro), 36
horas, no Município de Vila Velha/ES. Carga horária total: 76 horas.
- JOAQUIM DOS SANTOS JUNIOR (CPF n.º 051.344.107-71): Cargo 1 (Técnico em
Enfermagem), 40 horas, no IFES. Cargo 2 (Técnico em Enfermagem), 30 horas semanais, no
Município de Vitória. Carga horária total: 70 horas.
- KELLEY BONICENHA (CPF n.º 087.286.477-42): Cargo 1 (Professora Substituta), 20
horas semanais, no IFES. Cargo 2 (Professora de Educação Física), 25 horas semanais, no
Município de Linhares/ES. Vínculo 3 (Professora, vínculo privado, celetista), 184:50 horas/mês
(36,90 horas semanais), no SESI. Carga horária total dos três vínculos: 81,90 horas.
- RAFAEL ROSSI CASSARO (CPF n.º 052.069.467-88): Cargo 1 (Médico), 40 horas, no
IFES. Cargo 2 (Médico Plantonista), 12 horas semanais, Prefeitura Municipal de São Roque do
Canaã/ES. Vínculo 3 (médico, vínculo privado, celetista), 35 horas semanais, na ORDESC -
Organização para o Desenvolvimento Social e Cidadania. Carga horária total: 87 horas.
- ROBERTO CARLOS FARIAS DE OLIVEIRA (CPF n.º 891.054.007-91): Cargo 1
(Professor), 40 horas, no IFES. Cargo 2 (Professor), 20 horas, na Prefeitura de Campos/RJ.Cargo
3 (Professor), 20 horas, no Governo do Estado do Rio de Janeiro. Carga horária total: 80 horas.
- SELMA SIMONE DE SOUZA ALVES (CPF n.º 031.984.337-89): Cargo 1 (Auxiliar de
Enfermagem), 40 horas, no IFES. Cargo 2 (Auxiliar de Enfermagem), 30 horas, na Prefeitura
Municipal da Serra/ES. Carga horária total: 70 horas.
- SHEILA ATAÍDE DOMINGUES DE SOUZA (CPF n.º 009.806.707-99): Cargo 1
(Psicóloga), 40 horas semanais, no IFES. Cargo 2 (Psicóloga), 40 horas semanais, na Prefeitura
Municipal de Alegre. Carga horária total: 80 horas.
- WELINTON SILVA (CPF n.º 836.361.706-78): Cargo 1 (Pedagogo), 40 horas, no IFES.
Cargo 2 (Pedagogo), 25 horas, na Prefeitura Municipal da Serra/ES. Carga horária total: 65
horas.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

2.3 - Servidores ativos com emprego privado cuja jornada é incompatível com o serviço
público, em desconformidade com o art. 117, XVIII, da Lei 8.112/90.

2.3.1 - Situação encontrada:


O grupo selecionado neste tópico diz respeito aos servidores com cargos acumuláveis, sendo
um público e o outro(s) privado(s), mas com jornadas incompatíveis, em desconformidade,
portanto, com o art. 117, XVIII, da Lei n.º 8.112/90.
Tratando-se no presente achado não da acumulação de cargos públicos, mas da acumulação
de um cargo público (que não seja no regime de dedicação exclusiva), com uma atividade privada,
verifica-se que, a princípio, não há empecilhos para o exercício dessa atividade privada, desde que
esta não prejudique o cumprimento da jornada de trabalho do servidor no âmbito da
Administração Pública. Deste modo, o servidor deverá comprovar a compatibilidade de horários
entre o seu cargo público e a(s) atividade(s) privada(s) por ele desempenhada(s).  
No tocante à verificação de jornadas incompatíveis, faz-se necessário consignar nesse exame
que o Tribunal editou recente decisão (Acórdão 1.338/2011 - TCU - Plenário), na qual restou
sinalizada mudança no entendimento anterior referente à compatibilidade das jornadas. Com
efeito, a jurisprudência do TCU considerava como limite máximo, em casos de acumulação de
cargos ou empregos públicos, a jornada de trabalho de 60 horas semanais. Entretanto, o referido
decisum inaugurou novo posicionamento no sentido de que a questão da incompatibilidade de
horários deve, sempre, ser estudada caso a caso, não subsistindo mais o limite de 60 horas
semanais. Portanto, para ser considerada legal a situação, deve o servidor comprovar a
compatibilidade de horários, sem prejuízo às atividades exercidas em cada um dos cargos
licitamente acumulados. Aliás, nesse mesmo sentido, o Poder Judiciário também vem entendendo
ser ilegal a fixação do limite máximo de 60 horas semanais, sob o fundamento da ausência,
explícita, de um limite de jornada, limitando-se a Constituição Federal a estabelecer, como único
requisito para a acumulação de cargos, a compatibilidade de horários/jornadas.
No caso vertente, cumpre destacar que foram constatados, conforme discriminado abaixo,
casos de servidores do IFES que detêm outros vínculos de natureza privada, com jornadas
incompatíveis, sendo que em atendimento ao Ofício de Requisição n.º 01-610/2012-TCU/SECEX-
ES, já foram desencadeadas medidas por parte daquela entidade com vistas à confirmação da
incompatibilidade dessas jornadas. Verificamos, contudo, que o IFES baseou-se no limite de 60
horas semanais como sendo a carga horária máxima admitida, considerando como acumulação
ilegal toda e qualquer situação que tenha ultrapassado este quantitativo. A propósito, entendemos
que por ocasião da proposta de encaminhamento deva ser informado ao IFES acerca do recente
posicionamento do Tribunal sobre a matéria, consubstanciado no Acórdão 1.338/2011, prolatado
pelo Plenário em 25/5/2011, no sentido de que seja verificada, para os servidores que possuem
jornada total semanal superior a 60 (sessenta) horas semanais, a compatibilidade de horários e a
ocorrência de prejuízo às atividades exercidas em cada um dos cargos acumulados pelos
servidores.

Relação com nome do servidor, CPF, cargos exercidos, jornadas de trabalho no IFES e nos
demais vínculos, respectivamente, e total da jornada acumulada:
- ALEXANDRE K. ZOCOLOTI (CPF n.º 013.558.247-45): Cargo 1 (Professor do Ensino
Básico, Técnico e Tecnológico no IFES, desde 23/12/2008), 40 horas (13 às 17 e 18 às 22 horas).
Cargo 2 (Professor no Centro de Ensino Cachoeirense Darwin Linhares, desde 1/7/2010 até
22/8/2011). Informou que perfaz 4 horas na escola privada, porém, segundo a RAIS/2011, perfaz 44

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

horas semanais. No entanto, não existe declaração da escola nesse sentido, em que pese o servidor
haver informado que tão logo estivesse de posse da mesma, seria apresentada ao IFES.Ainda
segundo a RAIS/2011, o servidor possui um vínculo com a Sociedade Capixaba de Educação Ltda,
desde 1/2/2011, com 5 horas semanais, além de um outro vínculo com o Centro Educacional
Charles Darwin, também, desde 1/2/2011, com 28 horas semanais. Logo, observa-se que no
período de 1/7/2010 até 22/8/2011 houve o acúmulo de 4 vínculos, com carga horária total de 117
horas semanais. Relativamente a este caso, o IFES, em resposta ao Ofício de Requisição n.º 01-
610/2012 - TCU/SECEX-ES, de 15/6/2012, desta equipe de auditoria, informou que a situação está
irregular, pois falta documentação comprobatória da quantidade de horas trabalhadas no
instituição privada. Determinar ao IFES que verifique a compatibilidade de horários desde
01/07/2010 até a presente data.  
- BRENO BRICIO AMARAL (CPF n.º 104.576.687-92): Cargo 1 (Assistente em
Administração no IFES desde 13/1/2009), 40 horas com redução para 30 horas em virtude da
Resolução do Conselho Superior 26/2012 (7 às 13horas). Cargo 2 (como trabalhador avulso, desde
1/12/2009, no Órgão Gestão Mão de Obra Trab. Avulso, como estivador - possibilidade de trabalho
nos horários de 19 à 01 h; 01 às 7 h; 7 às 13 h; e 13 às 19 horas), sendo declarado pela OGMO
que o referido servidor é trabalhador portuário avulso integrante da atividade Multifuncional,
razão pela qual não teria carga horária estipulada. Apresentou demonstrativo do OGMO de 22/6 a
22/7/2012, sendo constatado que os trabalhos foram efetuados em turnos distintos do IFES.
Segundo o IFES o caso será apurado mais detalhadamente, pois o servidor não teria comprovado o
total de horas trabalhadas no vínculo particular. Determinar ao IFES que verifique a
compatibilidade de horários desde 13/1/2009.
- DORIAN MIRANDA RANGEL (CPF n.º 674.298.667-00): Cargo 1 (Professor no IFES
desde 1/9/92), 40 horas (13  às 17 e de 18 às 22 horas). Cargo 2 (Professor no UP, ocupante do
cargo Diretor Acadêmico - na RAIS cadastrado como Auxiliar de Escritório, em geral) desde
1/4/2009, com 44 horas semanais. A partir de 1/7/2012 reduziu sua carga para 20 horas semanais,
de 8 às 12 horas. Em nosso entendimento, o IFES deverá verificar a compatibilidade de horário no
período de 1/4/2009 a 1/7/2012, ocasião em que havia o acúmulo de uma carga horária total de 84
horas semanais, em que pese aquela instituição ter considerado o caso regular.
- ELSON DA SILVA ABREU (CPF n.º 451.247.287-87): Cargo 1 (Professor no IFES - 40
horas), desde 24/1/2003. Cargo 2 (Engenheiro de Segurança do Trabalho na Mineração Guidoni),
10 horas, desde 17/8/2009. Cargo 3 (Engenheiro Mecânico na Frisa Frigorífico Rio Doce S/A), 44
horas, desde 10/1/2001. Porém, segundo declaração da própria FRISA, a sua carga horária seria
de apenas 10 horas semanais. Não apresentou a sua jornada semanal no IFES, muito menos nas
empresas privadas. Em nosso entendimento, o IFES deverá verificar os seu respectivos horários de
trabalho nessas três instituições nos últimos 5 (cinco) anos, a fim de confirmar a compatibilidade
entre eles, em que pese a acumulação ter sido considerada legal, conforme conclusão constante do
Processo de Sindicância n.º 23.1470055/2011-11.
- ELVIRA PADUA LOVATTE (CPF n.º 002.913.067.05): Cargo 1 (Professor no IFES desde
9/2/2009), 40 horas (7 às 13 e de 14 às 16 horas). Cargo 2 (Associação Educacional de Vitória -
AEV), desde 1/3/2011, como professor - 8 horas semanais - noturno - 1.º sem/2012. Cargo 3
(Fundação de Assistência e Educação - FAESA, desde 1/3/1998 - 12 horas semanais - 1.º
sem/2012). Não houve detalhamento do horário de trabalho na FAESA e na AEV. O IFES questiona
o 1.º semestre de 2011, em que é totalizada a carga horária de 22 hs semanais na declaração
apresentada, a qual foi reduzida para 16 hs no 2º semestre daquele ano e para 12 hs no 1º
semestre/2012. O IFES considerou ilegal em razão de no 1º semestre/2011 haver ultrapassado 60
hs semanais. Em nosso entendimento, o IFES deverá solicitar os horários de trabalho exercidos na
FAESA e na AEV, desde 9/2/2009 (data de ingresso da servidora no IFES) até a presente data, com
vistas à confirmação da compatibilidade de horários.
22
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

- ENES FOLLADOR NOGUEIRA (CPF n.º 022.825.177-09): Cargo 1 (Professor no IFES


desde 25/8/2008), 40 horas (14 às 18 e de 18:30 às 22:30 horas). Cargo 2 (Professor na Escola São
Domingos, desde 1/3/2002 - 3 horas e 20 minutos semanais - turno matutino). Cargo 3 (Professor
no Colégio Marista, desde 1/2/1996, com 7 horas e 30 minutos semanais - matutino). Cargo 4
(Professor no SEB-COC Vitória e Vila Velha, desde 2/2/2009 - 7 horas e 30 minutos semanais -
matutino). Cargo 5 (Professor no Colégio Sagrado Coração de Maria, desde 2/8/2010 - 4 horas
semanais -matutino). O IFES considerou a incompatibilidade de horários nos turnos matutinos. Em
nosso entendimento, o professor deverá demonstrar seus horários de trabalho junto à Escola São
Domingos, Colégio Marista Nossa Senhora da Penha, SEB-COC e Colégio Sagrado Coração de
Maria, e não somente as suas respectivas cargas horárias, a fim de que se possa confirmar se há
compatibilidade de horários com o IFES.
- LEONARDO POLESE ALVES (CPF n.º 890.871.867-20): Cargo 1 (Professor no IFES
desde 1/3/1993), 40 horas (segunda a quinta-feira - de 13 às 17 e de 18 às 22 horas; e sexta-feira,
de 8 às 12 e de 13 às 17 horas). Cargo 2 (Professor Centro Educacional Charles Darwin Ltda
desde 1/6/1993 - 24 horas semanais, sendo 5 horas semanais todas as quartas de 7 às 11:50; 12,50
horas semanais de segunda a quinta-feira, de 7 às 12 horas; 2 horas semanais de coordenação de
área do ensino fundamental - sem especificação do horário; e 4,50 horas semanais de coordenação
de ensino médio - sem especificação de horário). Atualmente, o IFES considerou o caso irregular,
pois teriam sido ultrapassadas as 60 horas semanais. Em nosso entendimento, carece de maior
detalhamento a declaração fornecida pelo Centro Educacional Charles Darwin, mormente no
tocante à carga horária destinada à atividade de coordenação dos ensino médio e fundamental,
para fins de verificação de compatibilidade de horário, o que deverá ser solicitado pelo IFES. Sua
situação foi considerada regular no âmbito do PAD 23.1470000/2011-11, em razão de ter
demonstrado, à época, uma carga horária de 20 horas semanais no Centro Educacional Charles
Darwin.
- LUCIANO ZAMPROGNO FONTANA (CPF n.º 078.533.747-47): Cargo 1 (Contador no
IFES desde 26/11/2008 - 40 horas). Cargo 2 (Professor no Instituto de Ensino Superior da Região
Serrana desde 1/8/2007, nos seguintes horários (segunda e quinta-feira, de 18:10 às 20:30 horas,
totalizando 6 horas semanais no 2º semestre/2012, e 14 horas semanais no 1º semestre/2012). O
IFES considerou que faltam elementos para análise, razão pela qual ainda procederá a uma
apuração mais detalhada. Da mesma forma, entendemos que deverá ser verificada a
compatibilidade de horários, desde 26/11/2008 (data do ingresso no IFES), mediante a
discriminação dos horários de trabalho prestados junto ao IFES e à referida entidade privada.
- MARCELO MOREIRA DA SILVA (CPF n.º 031.487.987-08): Cargo 1 (Professor no IFES
desde 23/09/2010 - 40 horas). Cargo 2 (Professor no UP - União de Professores, com 4 vínculos,
desde 1/3/2012, com carga horária total de 11 horas semanais, conforme declaração daquela
entidade). No Colégio Darwin São Mateus não possui mais vínculo empregatício, mas ali laborou
no período de 2/8/2010 a 16/7/2011. Não foi apresentada documentação complementar,
relativamente aos seus horários de trabalho. Manifestamos consonância com o entendimento
apresentado pelo IFES quanto a necessidade de se averiguar a compatibilidade de horários entre
as jornadas de trabalho referentes ao IFES e ao Colégio UP. De acordo com a RAIS/2011, o
servidor possuía 4 vínculos com o Colégio UP desde 1/2/2010, com carga horária total de 62 horas
semanais. Entendemos que o IFES deverá apurar a compatibilidade de horários entre os vínculos
então coexistentes desde 23/9/2010, data do ingresso do referido servidor na Instituição.
- MARCELO SIMONELI (CPF n.º 881.305.257-04): Cargo 1 (Professor no IFES desde
9/11/2010 - 40 horas - nos seguintes horários: segunda - de 12:30 às 17:30 e de 18:30 às 21:30 hs;
terça - de 13:30 às 17:30 e 18:30 às 22:30 hs; quarta - de 12:30 às 17:30 e 19:30 às 22:30 hs;
quinta - de 12:30 às 16:30 e 17:30 às 21:30 hs; sexta - de 12:30 às 17:30 e 18:30 às 21:30 hs).
Cargo 2 (Professor na AEV desde 1/8/2001, onde cumpre 6 horas semanais sem detalhamento de
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

horário). Em 2011, 1º semestre, sua carga horária semanal era de 12 horas e, no 2º semestre, de 11
hs. Em 2010, 21 hs no 1º/semestre e de 24 hs no 2º semestre. Cargo 3  (Na CTA - Serviços em Meio
Ambiente Ltda. desde 1/9/2008, cumpre 4 horas semanais - terça-feira, de 8 às 12 horas). Não
obstante a carga horária atualmente ser inferior à 60 horas, entendemos, assim como o IFES, que
não foram especificadas as suas grades de horário na instituição de ensino privada (AEV),
necessitando, dessa forma, de melhor apuração por parte daquela Instituição. Determinar ao IFES
que verifique a compatibilidade de horários entre os 3 vínculos coexistentes, desde 9/11/2010 (data
do seu ingresso no Instituto).
- MARCOS ANTONIO SATLER (CPF n.º 876.211.777-72): Cargo 1 (Engenheiro Agrônomo
no IFES desde 1/3/2005), 40 horas. Cargo 2 (Professor da Faculdade de Ciências e Letras de
Alegre desde 01/02/1993). Nessa faculdade, de acordo com declaração da mesma, a sua carga
horária foi reduzida para 17,6 horas semanais a partir de março/2012. Considerando que o
servidor não apresentou os seus horários de trabalho em cada um dos vínculos identificados,
manifestamo-nos no sentido de que o IFES proceda à avaliação da compatibilidade de horários do
trabalho por ele exercido nas duas instituições, nos últimos 5 anos.
- NILZETE FABRI RODRIGUES DE ASSIS (CPF n.º 005.421.447-51): Cargo 1 (Auxiliar em
Administração no IFES desde 1/9/1992 - 40 hs, passando para 30 hs segundo a Portaria nº
706/2007). Cargo 2 (Possuía vínculo como Coordenadora do Departamento Infantil com a 1ª
Igreja Batista, 44 horas semanais, no período de 2/5/2006 a 30/3/2011). Segundo declaração da
referida igreja não tinha obrigação de cumprir horário nem dia fixo para comparecimento, sendo
que o seu trabalho se realizava na coordenação de reuniões esporádicas em horário noturno
durante a semana e periodicamente aos finais de semana. Foi concedida licença sem vencimento -
Portaria 828/2007, no período de 12/11/2007 a 3/1/2011. O IFES considerou a acumulação ilegal,
em razão desta ultrapassar 60 horas semanais - já que a servidora  permaneceu dois meses
cumprindo 88 horas semanais, e por manter vínculo privado no período de 2/5/2006 a 30/3/2011.
Em nosso entendimento, deverá ser verificado o efetivo cumprimento do seu horário de trabalho no
IFES no período de 2/5/2006 a 12/11/2007, bem como no de 4/1/2011 a 30/3/2011, períodos esses
em que ela não se encontrava licenciada e mantinha o vínculo com a instituição supra
mencionada. 
- PAULO ROBERTO PREZOTTI FILHO (CPF n.º 005.421.447-51): Cargo 1 (Professor no
IFES desde 5/10/2010) - 40 horas (de 13:10 às 17:10 e 18:10 às 22:10). Cargo 2 (Leciona no UP -
União de Professores desde 2/2/2009, 12 horas semanais, segunda, terça, quinta e sexta, de 7 às
10:30 horas). Cargo 3 (Consta vínculo com a Unipre Educacional, segundo cópia da Carteira de
Trabalho apresentada). Possuía vínculo no Fernando da Silva Cobe (Contec), nas unidades de
Vitória (1/3/2005 a 16/12/2011) e Vila Velha (1/3/2005 a 1/2/2012). Possuía vínculo na Sociedade
Educacional Jardim Camburi, no período de 1/3/2002 a 23/2/2012. Houve sentença judicial
determinando a baixa na Carteira de Trabalho, relativamente à entidade Nossa Senhora do Carmo,
proferida em 9/12/2012, pelo Juiz titular da 7ª Vara do Trabalho de Vitória. O IFES considerou
ilegal os acúmulos privados. Em consulta efetuada à RAIS 2011, pode-se constatar que o servidor
possui, além do IFES, somente mais um vínculo, na União de Professores - UP, já que houve o
desligamento nas entidades privadas Contec e na Sociedade Educacional Jardim Camburi. Em
nossa opinião, o IFES deverá verificar se realmente houve o cumprimento da sentença judicial que
determinou a baixa na CTPS com relação à Sociedade Educacional Nossa Senhora do Carmo Ltda,
bem como requerer a comprovação do seu desligamento da UNIPRE. Ademais, entendemos que o
IFES deverá verificar a compatibilidade de horários entre os vínculos exercidos pelo servidor em
referência desde a data do seu ingresso na instituição (5/10/2010), de modo a confirmar o efetivo
cumprimento da sua carga horária na mesma. 

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

Diante do exposto, verificamos que apesar de já terem sido abertos por parte dos respectivos
"campi" do IFES processos administrativos objetivando a apuração dos indícios de
incompatibilidade de horários entre os cargos ocupados por seus servidores e os empregos
privados a eles relacionados, em atendimento ao Ofício de Requisição n.º
01-610/2012-TCU/SECEX-ES, na maioria dos casos elencados anteriormente ainda não houve
uma conclusão sobre a regularidade de tais acúmulos, por falta de elementos destinados a
comprovar os horários de trabalho efetivamente cumpridos em cada um dos vínculos ocupados.

Nesse sentido, entendemos que deva ser determinado ao IFES que prossiga de forma mais
detalhada com as apurações já iniciadas dos casos anteriormente relacionados, quanto à
compatibilidade de horários e a eventual ocorrência de prejuízos às atividades exercidas em cada
um dos vínculos acumulados pelos servidores, aplicando-se, se cabível, o previsto no artigo 143 da
Lei 8.112/90, bem como procedendo à devida reposição ao erário, nos termos do art. 46 da referida
lei e alterações posteriores, na hipótese de constatada a não contraprestação de serviços.

2.3.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:


Base de Dados RAIS - 2010.
Base de Dados RAIS - 2011.
Base de Dados Ficha financeira e cadastro do Siape do mês de janeiro de 2012.
Base de Dados SIAPE - 2012.
referente ao servidor MARCELO MOREIRA DA SILVA. - Documento s/n.º
fichas funcionais; contracheques; declarações; inquéritos e processos administrativos; atos
de admissão, de concessão de aposentadoria, e de concessão de pensão; normas e procedimentos
internos de controle.
Processo (Autos) OFÍCIO N.º 061- 2012-GAM-CDP/2012 - Resposta do campus Colatina em
relação à acumulação dos servidores ELSON DA SILVA ABREU e MARCELO MOREIRA DA
SILVA.
Processo (Autos) OFÍCIO N.º 262 CG/RH/DAP/2012/2012 - Resposta do campus Santa
Teresa em relação à acumulação do servidor LUCIANO ZAMPROGNO FONTANA.
Processo (Autos) 23147.000055/2011-11/2011 - Processo de Sindicância instaurado pelo
IFES, destinado a apurar indícios de exercício irregular da dedicação exclusiva, de acumulação
ilegal de cargos e de descumprimento da jornada regular de trabalho, em cumprimento à
solicitação de Auditoria n.º 201001209/01 e Ofício 14.434/CGU Regional/ES/CGU-PR, de
10/5/2010.
Processo (Autos) 23148.002267/2012-12/2012 - Acúmulo de cargos do servidor BRENO
BRICIO AMARAL, DORIAN MIRANDA RANGEL, ENES FOLLADOR NOGUEIRA, LEONARDO
POLESE ALVES, MARCELO SIMONELLI e NILZETE FABRI RODRIGUES DE ASSIS.
Processo (Autos) 23149.000792/2012-85/2012 - Acumulação de cargos referente a MARCOS
ANTONIO SATLER.
Processo (Autos) 23152.000665/2012-27/2012 - Acúmulo de cargos do servidora ELVIRA
PADUA LOVATTE.
Processo (Autos) 23155.000495/2012-51/2012 - Acúmulo ilícito de cargos referente ao
servidor ALEXANDRE KRUGER ZOCOLOTI.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

Processo (Autos) 23158.000273/2012-16/2012 - Processo de Sindicância instaurado pelo


Campus Serra, destinado a apurar indícios de descumprimento do regime de dedicação exclusiva,
de acumulação ilegal de cargos públicos e de descumprimento da jornada de trabalho de alguns
servidores do IFES, em cumprimento à solicitação da CGU/ES contida no Relatório Anual de
Contas nº 201108770, relativo ao exercício de 2010.
Processo (Autos) 23183.000361/2012-19/2012 - Acumulação de cargos referente a PAULO
ROBERTO PREZOTTI FILHO.
2.3.3 - Causas da ocorrência do achado:
A declaração de não acumulação de cargos somente é exigida dos servidores no momento da
posse dos mesmos, não havendo nenhuma solicitação dessa natureza nos anos seguintes, de modo
periódico, o que poderia inibir o estabelecimento de vínculos com outras instituições. -
Recentemente, no caso de alteração de regime de trabalho de 20 ou 40 horas semanais para o de
dedicação exclusiva é que essa situação se modificou, com a edição da Resolução do Conselho
Superior n.º 10/2011, de 9/5/2011, prevendo-se, nessas hipóteses, a apresentação por parte do
servidor de Declaração de vínculo único e exclusivo com a instituição. No entanto, com relação a
servidores que permanecem no mesmo regime de trabalho por um longo período de tempo, ainda
não existe nenhuma regulamentação interna nesse sentido.
2.3.4 - Efeitos/Conseqüências do achado:
Não cumprimento da jornada de trabalho. (efeito potencial)
2.3.5 - Critérios:
Acórdão 1168/2012, item 9.1.1, Tribunal de Contas da União, Plenário
Acórdão 2315/2012, item 9.1.2, Tribunal de Contas da União, Plenário
Lei 8112/1990, art. 17, inciso XVIII
2.3.6 - Evidências:
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Referente ao servidor Alexandre K. Zocoloti, folhas
14/23.
EVIDÊNCIAS - Parte 6 - Peça 57 - Complemento 1 referente ao servidor Breno Bricio
Amaral, folhas 1/57.
EVIDÊNCIAS - Parte 7 - Peça 58 - Complemento 2 referente ao servidor Breno Bricio
Amaral, folhas 1/59.
EVIDÊNCIAS - Parte 5 - Peça 56 - Referente ao servidor Breno Bricio Amaral, folhas 29/67.
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Complemento 3 referente ao servidor Breno Bricio
Amaral, folhas 1/13.
EVIDÊNCIAS - Parte 5 - Peça 56 - Referente ao servidor Dorian Miranda Rangel, folhas
19/23.
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Referente ao servidor Elson da Silva Abreu, folhas 35/37.
EVIDÊNCIAS - Parte 5 - Peça 56 - Referente à servidora Elvira de Padua Lovatte, folhas
9/18.
EVIDÊNCIAS - Parte 4 - Peça 55 - Referente ao servidor Enes Follador Nogueira, folhas
62/69.
EVIDÊNCIAS - Parte 4 - Peça 55 - Referente ao servidor Leonardo Polese Alves, folhas
16/20.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Referente ao servidor Luciano Zamprogno Fontana,


folhas 54/59.
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Referente ao servidor Marcelo Moreira da Silva, folhas
38/52.
EVIDÊNCIAS - Parte 4 - Peça 55 - Referente ao servidor Marcelo Simonelli, folhas 7/15.
EVIDÊNCIAS - Parte 3 - Peça 54 - Referente ao servidor Marcos Antonio Satler, folhas
56/66.
EVIDÊNCIAS - Parte 4 - Peça 55 - Complemento referente ao servidor Marcos Antonio
Satler, folhas 1/6.
EVIDÊNCIAS - Parte 3 - Peça 54 - Referente ao servidor Nilzete Fabri Rodrigues de Assis,
folhas 46/55.
EVIDÊNCIAS - Parte 3 - Peça 54 - Referente ao servidor Paulo Roberto Prezotti Filho,
folhas 9/45.
SINDICÂNCIAS REALIZADAS PELO IFES. - Referente aos servidores Elson da Silva Abreu
e Leonardo Polese Alves, folhas 1/58.
ATENDE OFÍCIO Nº 558/2012-TCU-SECEX-ES - Referente ao servidor Dorian Miranda
Rangel, folhas 1/7.
Evidências - Rais-2011 - Referente à Elson da Silva Abreu, folhas 1/6.
Evidências - Rais-2011 - Peça 70 - Referente a Alexandre K. Zocoloti, folhas 1/7.
EVIDÊNCIAS - Peça 71 - Referente ao servidor Marcelo Simoneli, folhas 1/8.
2.3.7 - Esclarecimentos dos responsáveis:
Em atendimento ao Ofício de Requisição n.º 01-610/2012-TCU/SECEX-ES, de 15/6/2012,
emitido pela equipe de auditoria, ainda na fase de planejamento, que levou ao conhecimento do
IFES os indícios de acumulação obtidos do cruzamento de sistemas eletrônicos, ao mesmo tempo
em que solicitou à entidade, nos termos do art. 133 da Lei n.º 8.112/90, providências objetivando a
convocação dos servidores listados (ou respectivos pensionistas, no caso dos instituidores de
pensão), a fim de apurar os indícios de acumulação ilícita de remuneração/proventos/pensões, cujo
resultado foi encaminhado de forma consolidada à equipe na fase inicial da execução desta
auditoria, o Instituto em referência encaminhou os seguintes esclarecimentos acerca de como
procedeu nessa apuração:
"2. Na tabela utilizamos as cargas horárias informadas pelos servidores notificados e não
as cargas horárias apuradas e contidas inicialmente na planilha encaminhada pelo
Tribunal de Contas da União.
3. Informamos que o Instituto Federal do Espírito Santo tem a Resolução do Conselho
Superior nº 26/2010, de 2/8/2010, que aprova a regulamentação da jornada diária de 6
horas para os servidores técnico-administrativos, a qual segue em arquivo no CD anexo.
No entanto, esta Diretoria de Gestão de Pessoas entende que jornada de trabalho
autorizada excepcionalmente, é diferente do regime de trabalho do cargo para o qual
prestou concurso público, qual seja, 40 horas semanais.
4. Informamos também que é facultado ao servidor a solicitação de alteração do regime de
trabalho, o qual é concedido no interesse da Administração, sendo que nestes casos há
alteração da remuneração."

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

Conforme peça elaborada por Danusa Simon Robers - Diretora de Gestão de Pessoas do
IFES, folhas 1/2.

2.3.8 - Conclusão da equipe:


Ao final das análises procedidas, da relação dos 65 servidores do IFES com indícios de
acumulação ilegal de cargos públicos, obtida a partir da já mencionada planilha resultante do
cruzamento de base de dados, detectamos 13 (treze) casos de servidores que possuem empregos
privados com jornadas incompatíveis aos seus respectivos cargos no Instituto em referência.
Por considerarmos oportuno e a exemplo das determinações emanadas nos Acórdãos TCU
nºs 1.168/2012 e 2.315/2012, ambos prolatados pelo Plenário, entendemos, com as devidas
adaptações, que deva ser expedida determinação ao IFES no sentido de, ao ser constatada
acumulação que aponte para o exercício de jornada total semanal superior a 60 (sessenta) horas,
verificar a compatibilidade de horários e a eventual ocorrência de prejuízo às atividades exercidas
em cada um dos vínculos acumulados pelos servidores, aplicando, ainda, se cabível, não o previsto
no art. 133 da Lei nº 8.112/1990 (específico para a acumulação de cargos, empregos públicos e
funções públicas), mas sim o cominado no art. 143 da referida lei, visto tratar-se da acumulação de
um cargo público com empregos privados, sem prejuízo de se proceder à reposição do erário, nos
casos em que ficar comprovada a não contraprestação de serviços junto à Administração Pública.
Ainda com base nos julgados supracitados, o IFES, nos casos em que se concluir pela
licitude da acumulação, deverá fundamentar devidamente a decisão exarada, com a anexação, no
respectivo processo, da competente documentação comprobatória e com a indicação expressa do
responsável pela medida adotada.
2.3.9 - Proposta de encaminhamento:
Fundamentar devidamente a decisão, na hipótese de se concluir pela licitude da acumulação,
com a anexação, no respectivo processo, da competente documentação comprobatória e com a
indicação expressa do responsável pela medida adotada;
Determinar ao IFES que, no prazo de 90 (noventa) dias, adote as providências necessárias
com vistas a prosseguir, de forma mais detalhada, com a verificação da compatibilidade de
horários e se não há prejuízo às atividades exercidas em cada um dos vínculos acumulados pelos
servidores relacionados abaixo, uma vez que os mesmos possuem jornada total semanal superior a
60 (sessenta) horas semanais, aplicando, se for o caso, o previsto no art. 143 da Lei nº 8.112/1990,
e promovendo a reposição ao erário dos valores pagos indevidamente, na forma do art. 46 da
referida lei e suas alterações posteriores, na hipótese de ser comprovada a não contraprestação de
serviços.
- ALEXANDRE K. ZOCOLOTI (CPF n.º 013.558.247-45): verificar a compatibilidade de
horários entre os vínculos então coexistentes desde 01/07/2010 até a presente data;
- BRENO BRÍCIO AMARAL (CPF n.º 104.576.687-92): verificar a compatibilidade de
horários desde 13/1/2009;
- DORIAN MIRANDA RANGEL (CPF n.º 674.298.667-00): verificar a compatibilidade de
horário no período de 1/4/2009 a 1/7/2012;
- ELSON DA SILVA ABREU (CPF n.º 451.247.287-87): verificar os respectivos horários de
trabalho nos 3 (três) vínculos coexistentes nos últimos 5 (cinco) anos;
- ELVIRA PADUA LOVATTE (CPF n.º 002.913.067.05): solicitar os horários de trabalho
exercidos na FAESA e na AEV, desde 9/2/2009;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

- ENES FOLLADOR NOGUEIRA (CPF n.º 022.825.177-09): discriminar os horários de


trabalho junto à Escola São Domingos, Colégio Marista Nossa Senhora da Penha, SEB-COC e
Colégio Sagrado Coração de Maria, e não somente a carga horária, a fim de que se possa
confirmar se há compatibilidade de horários com o IFES;
- LEONARDO POLESE ALVES (CPF n.º 890.871.867-20): solicitar o detalhamento da
declaração fornecida pelo Centro Educacional Charles Darwin, mormente no tocante à carga
horária destinada à coordenação dos ensino médio e fundamental, para fins de verificação de
compatibilidade de horário;
- LUCIANO ZAMPROGNO FONTANA (CPF n.º 078.533.747-47): verificar a
compatibilidade de horários desde 26/11/2008, mediante a discriminação dos horários de trabalho
prestado junto ao IFES e ao Instituto de Ensino Superior da Região Serrana;
- MARCELO MOREIRA DA SILVA (CPF n.º 031.487.987-08): averiguar a compatibilidade
de horários entre os vínculos então coexistentes desde 23/9/2010;
- MARCELO SIMONELI (CPF n.º 881.305.257-04): verificar a compatibilidade de horários
entre os 3 vínculos coexistentes, desde 9/11/2010;
- MARCOS ANTONIO SATLER (CPF n.º 876.211.777-72): avaliar a compatibilidade de
horários entre os dois vínculos por ele exercidos, nos últimos 5 anos;
- NILZETE FABRI RODRIGUES DE ASSIS (CPF n.º 005.421.447-51): verificar o efetivo
cumprimento do seu horário de trabalho no IFES no período de 2/5/2006 a 12/11/2007, bem como
no de 4/1/2011 a 30/3/2011; e
- PAULO ROBERTO PREZOTTI FILHO (CPF n.º 005.421.447-51): verificar a
compatibilidade de horários entre os vínculos acumulados pelo servidor desde a data de seu
ingresso no IFES (5/10/2010).

2.4 - Utilização de declaração falsa/omissa no momento da posse, do recadastramento, ou da


mudança para o regime de dedicação exclusiva.

2.4.1 - Situação encontrada:


Tendo em vista que o IFES só vem exigindo a Declaração de Acumulação de Cargos quando
da posse dos servidores, situação esta alterada recentemente, a partir da edição da Resolução do
Conselho Superior n.º 10/2011, de 9/5/2011, que passou a exigir a apresentação dessa declaração
nas hipóteses de alteração do regime de trabalho de seus docentes entre os de tempo parcial (20
horas), de tempo integral (40 horas) e de regime de Dedicação Exclusiva (DE), analisamos,
principalmente, as declarações daqueles servidores com indícios de acumulação que, antes do
início de suas atividades no IFES (efetivo exercício), já possuíam um outro cargo público,
encontrando apenas dois servidores que em suas Declarações de Acumulação de Cargos constantes
das suas respectivas documentações de posse, silenciaram sobre a existência do outro cargo
público por eles ocupados, conforme descrito a seguir:
- JOAQUIM DOS SANTOS JUNIOR (CPF nº 051.344.107-71): quando de sua posse e efetivo
exercício no IFES, em 9/1/2009, como Técnico em Enfermagem (40 horas), o servidor  já possuía o
cargo de Técnico em  Enfermagem (30 horas), no Município de Vitória/ES, uma vez que nele já se
encontrava em exercício desde 3/1/2008, entretanto omitiu tal fato de sua Declaração de
Acumulação de Cargos, naquela oportunidade. 

29
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

- WELINTON SILVA (CPF n.º 836.361.706-78): quando de sua posse no IFES, em 9/7/2010,
como Pedagogo (40 horas), o servidor já possuía o cargo de Pedagogo (25 horas), na Prefeitura
Municipal da Serra/ES, uma vez que nele já se encontrava em exercício desde 14/7/2006, entretanto
omitiu tal fato de sua Declaração de Acumulação de Cargos, naquela oportunidade. Observando-
se que, no caso do servidor em tela, os cargos eram inacumuláveis (dois cargos de natureza
científica).  
No âmbito do Acórdão TCU n.º 1626/2012 do Plenário, proferido na Sessão de 27/6/2012, o
Relator José Jorge ao constatar uma relação extensa de servidores da Fundação Universidade
Federal do Amapá - Unifap e no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá -
Ifeap, que teriam firmado declaração falsa ou omissa de cargos públicos, teceu as seguintes
considerações em seu Voto:
"7. Como última consideração, em relação às declarações firmadas por servidores
asseverando a não acumulação ilícita de cargos públicos em desacordo com a realidade
fática, penso que na apuração de cada caso a Administração deverá verificar se, de fato,
há indícios da presença de algum tipo penal, a exemplo do crime de falsidade ideológica,
casos esses que deverão ser encaminhados ao Ministério Público Federal para a adoção
das medidas que entender cabíveis".
Tal entendimento, por conseguinte, gerou as seguintes determinações à Fundação
Universidade Federal do Amapá e  ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Amapá, respectivamente: 
"9.1. determinar à Fundação Universidade Federal do Amapá que:
(...)
9.1.3. instaure, nos termos do art. 143 da Lei nº 8.112/1990, o devido processo
administrativo para concessão de contraditório e ampla defesa aos servidores apontados
na peça 36, relativamente aos indícios de declarações falsas/omissas;
9.2. determinar ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá que:
(...)
9.2.2. instaure, nos termos do art. 143 da Lei nº 8.112/1990, o devido processo
administrativo para concessão de contraditório e ampla defesa aos servidores apontados
nas peças 26 e 28, relativamente aos indícios de declarações falsas/omissas, levando ao
conhecimento do Ministério Público Federal os casos em que há indícios da presença de
algum tipo penal, a exemplo do crime de falsidade ideológica;"
Considerando-se, contudo, no contexto em análise, a existência de dois casos isolados, assim
como o fato de que os referidos servidores já, comprovadamente, se desligaram daqueles cargos
municipais, o primeiro em 14/6/2012, e o segundo em 1/2/2011, entendemos, excepcionalmente, que
não se faz mais necessária uma determinação ao IFES para que apure a infração disciplinar por
eles cometidas, nos termos do artigo 143 da Lei 8.112/90.       
Por outro lado, entendemos que deva ser recomendado ao IFES que discipline a entrega
periódica da declaração de acumulação de cargos e no caso de omissão e declaração falsa
instaure o competente processo disciplinar, nos termos do art. 143 da Lei n.º 8.112/90, levando ao
conhecimento do Ministério Público Federal os casos em que houver indícios da presença de
algum tipo penal, a exemplo do crime de falsidade ideológica. 
2.4.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Processo (Autos) Mem. 020/2012-CDP/2012 - Acumulação de cargos (campus Vila Velha),
referente a WELINTON SILVA.
30
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

Processo (Autos) 23138.000363/2012-91/2012 - Acumulação referente ao servidor JOAQUIM


DOS SANTOS JUNIOR.
2.4.3 - Causas da ocorrência do achado:
Má-fé do servidor. - O servidor deliberadamente procura ocultar outros vínculos mantidos
com órgão públicos ou entidades privadas.
Orientação inadequada do servidor no momento da posse. - Quando da sua posse o servidor
pode não estar recebendo orientações suficientes sobre o preenchimento da Declaração de
Acumulação de Cargos, principalmente, sobre as consequências administrativas e penais que
poderão advir de uma declaração omissa ou falsa, além de esclarecimentos a respeito da proibição
constitucional de acumulação de cargos públicos e suas exceções.
2.4.4 - Efeitos/Conseqüências do achado:
Desconhecimento por parte do IFES dos cargos acumulados pelo servidor em outros órgão
públicos federais, estaduais e/ou municipais. (efeito real)
2.4.5 - Critérios:
Acórdão 1626/2012, item 9.2.2, Tribunal de Contas da União, Plenário
Lei 8112/1990, art. 143
2.4.6 - Evidências:
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Referente ao servidor Welinton Silva, folhas 33/34.
EVIDÊNCIAS - Parte 4 - Peça 55 - Referente ao servidor Joaquim dos Santos Júnior, folha
40.

2.4.7 - Conclusão da equipe:


Dos 65 indícios de acumulação de cargos planilhados o presente achado foi encontrado em
apenas dois casos. Considerando-se que a Declaração de Acumulação de Cargos vinha sendo
exigida somente quando da posse do servidor, motivo pelo qual muitos servidores após o início de
suas atividades no IFES passaram a acumular outros cargos públicos sem informar tal fato à
Administração, é necessário que haja uma atualização constante do conteúdo das referidas
declarações, cuja periodicidade deve ficar a critério do IFES.
No caso específico dos servidores que omitiram os demais cargos por eles ocupados no
momento da posse, entendemos que como os mesmos já se desligaram dos seus respectivos vínculos
externos, não se faz mais necessária a apuração da infração disciplinar por eles cometidas, nos
termos do art. 143 da Lei 8.112/90.
Entendemos, contudo, que deva ser recomendado ao IFES que discipline a entrega periódica
da declaração de acumulação de cargos, alertando, nessa oportunidade, aos servidores, que no
caso de omissão e declaração falsa instaurará o competente processo disciplinar, nos termos do
art. 143 da Lei n.º 8.112/90, e levará ao conhecimento do Ministério Público Federal os casos em
que houver indícios da presença de algum tipo penal, a exemplo do crime de falsidade ideológica.
2.4.8 - Proposta de encaminhamento:
Recomendar ao IFES que discipline a entrega periódica da declaração de acumulação de
cargos, alertando, nessa oportunidade, aos servidores, que no caso de omissão e declaração falsa
instaurará o competente processo disciplinar, nos termos do art. 143 da Lei n.º 8.112/90, e levará
ao conhecimento do Ministério Público Federal os casos em que houver indícios da presença de
algum tipo penal, a exemplo do crime de falsidade ideológica.
31
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

2.5 - Ausência de providências objetivando a correção de eventuais casos de acumulação


ilegal de cargos ou infração ao regime de dedicação exclusiva, bem como o ressarcimento ao
erário dos valores pagos indevidamente a título do adicional de dedicação exclusiva (em razão do
descumprimento desse regime), ou em função do descumprimento de jornada de trabalho,
decorrente da acumulação de cargos públicos com jornadas incompatíveis.

2.5.1 - Situação encontrada:


Nas contas do IFES atinentes aos exercícios de 2008 (TC 018.999/2009-6), 2009 (TC
027.853/2010-1) e 2010 (TC 026.684/2011-0), foi constatado, pela Controladoria-Geral da União,
que o IFES descumpriu as determinações consubstanciadas nos Acórdãos 414/2004; 2.678/2007;
2.493/2008; e 3.044/2010, todos do Plenário, dentre outros que não se referem à matéria em
questão.
Impende ressaltar que os mencionados julgados foram proferidos, em sua maioria, em contas
de exercícios anteriores e também decorrentes de processo de denúncia consubstanciada no TC
015.728/2002-2.
O item 9.2.4 do Acórdão n° 414/2004 - Plenário trata de valores pagos indevidamente,
relativos aos acréscimos remuneratórios percebidos a título de exercício de cargo em regime de
dedicação exclusiva, em razão do descumprimento desse regime nos períodos identificados. Os
interessados em questão integraram relação de 53 professores com indícios de descumprimento do
regime de dedicação exclusiva, encaminhada pela CGU/Regional-ES aos gestores do então Centro
Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo - CEFET/ES, por meio do Ofício n° 020/2004 -
CGU-ES/SFC/CGU/PR, de 07/01/2004. Após o exame procedido pela CGU, quando do exame das
contas da entidade relativas ao exercício de 2010, verificou-se que apenas 2 servidores
permaneciam em situações irregulares, os de matrícula SIAPE n° 0270534 e n° 1084712. Naquela
ocasião, os gestores informaram que estavam adotando as providências necessárias ao
cumprimento integral do item 9.2.4 do referido julgado.
Relativamente ao Acórdão 2.678/2007 - Plenário, o Tribunal havia determinado à
Controladoria Geral da União no Estado do Espírito Santo que informasse nas próximas contas do
Instituto Tecnológico de Educação - IFES a respeito do cumprimento por aquela unidade do
subitem 9.3 do mencionado julgado, prolatado em 05 de dezembro de 2007, quanto às providências
adotadas para a instauração de Tomada de Contas Especial visando a reposição ao erário de
valores recebidos indevidamente a título de dedicação exclusiva, por professores identificados por
meio da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar constituída pela Portaria nº 123, de
24/3/2003 (processo nº 23068.000645/2003-72), quando as medidas administrativas se mostrassem
infrutíferas (subitem 2.1.1.1, fls. 144/145 do relatório de auditoria referente ao exercício de 2007).
Por ocasião da auditoria de avaliação da gestão do exercício de 2009, o Controle Interno registrou
que a determinação não havia sido plenamente atendida, uma vez que restava ainda pendente o
ressarcimento referente aos servidores  matriculados no SIAPE sob os nºs 0270298, 0270612,
0270333, 1219103, 0270610 e 0270114.
O descumprimento do item 9.3 do Acórdão n° 2.678/2007, bem como o de nº 3.044/2010 (item
1.6.1.1) - já que se referem ao mesmo fato (prolatado este último pelo Tribunal ao apreciar as
contas do IFES/ES atinentes ao exercício de 2008) foram objeto de audiência do Sr.  Denio Rebello
Arantes, Reitor Pro Tempore do IFES, nas contas atinentes ao exercício de 2009, formulada por
meio do Ofício SECEX/ES nº 36/2012, de 10/01/2012 - peça 8, p. 30-31, encontrando-se atualmente
em fase de análise das razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis.

32
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

Quanto ao descumprimento à determinação constante do Acórdão nº 2.493/2008 - Plenário,


apontou a CGU/ES a ausência de aferição da veracidade das "Declarações de Acumulação de
Cargos" firmadas pelos servidores, por meio de consultas ao CAGED, ao CNIS e à Junta
Comercial do Estado do Espírito Santo. Por meio do citado julgado, o TCU determinou aos
gestores do IFES que realizassem, anualmente, consultas ao Cadastro Geral de Empregados -
CAGED, da Superintendência Regional do Trabalho e do Emprego no Estado do Espírito Santo -
SRTE/ES, ao Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS, da Gerência Executiva do INSS
em Vitória, e à Junta Comercial do Estado do Espírito Santo para aferir a veracidade das
"Declarações de Acumulação de Cargos" firmadas pelos servidores. Trata-se de técnica de
"circularização" a ser aplicada pelos gestores do IFES para atestar a veracidade dessas
declarações. Embora requeridos por meio do item 16 da Solicitação de Auditoria n° 201108770-
04/2011, de 18/03/2011, os gestores do IFES não apresentaram os resultados das consultas
realizadas em 2010, para aferir a veracidade das "Declarações de Acumulação de Cargos"
firmadas pelos servidores selecionados por amostragem não probabilística, cujas matrículas
SIAPE são as seguintes: 1460823, 699346, 1559740, 1033414, 1370378, 2487601, 2298886,
270019, 1508644, 270005, 2296399, 270069, 270079, 1549071, 1361576, 270010, 1545168,
391599, 1547169, 2277930, 1580870, 2343303, 1547816, 2208194, 1436508, 1340173, 1374600,
294626, 2577278, 1369784, 1189677, 1369603, 1369893, 1445454, 270376, 1564648, 270346,
1279447, 1279447. O Controle Interno recomendou, na oportunidade em que apontou o fato, que
os gestores do IFES solicitassem formalmente aos órgãos gestores dos sistemas CAGED e CNIS,
bem como à Junta Comercial do Espírito Santo, acesso à base de dados dos sistemas/ informações
necessários ao cumprimento da determinação do Tribunal. 
Há de se ressaltar que o descumprimento do Acórdão n° 2.493/2008 também foi objeto de
audiência nas contas do IFES/ES relativas aos exercícios de 2008 e 2009 (nestas últimas,
formulada por meio do Ofício SECEX/ES nº 36/2012, de 10/01/2012), encontrando-se atualmente
em fase de análise das razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis.
Nas contas do IFES/ES atinentes ao exercício de 2010 (TC 026.684/2011-0) foi inserida
proposta de audiência do gestor, Sr. Denio Rebello Arantes, para que apresente, dentre outras,
razões de justificativa acerca da delonga injustificada em apurar de indícios de irregularidades
funcionais cometidas por servidores do IFES, a exemplo de exercício irregular da Dedicação
Exclusiva, de acumulação ilegal de cargos públicos e de descumprimento da jornada regular de
trabalho, comunicados ao Instituto pela Controladoria Regional da União no Estado do Espírito
Santo por meio do Ofício n° 14.434/CGU-Regional/ES/CGU-PR, de 10/05/2010, contrariando o
artigo 143 da Lei 8.112/1990, que expressamente estabelece que a "autoridade que tiver ciência de
irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante
sindicância ou processo administrativo disciplinar"(item 9.1.4.2 do Relatório de Auditoria da
CGU/ES).
Não obstante o relatado anteriormente, traduzido na ausência de providências para corrigir
eventuais casos de acumulação ilegal de cargos ou infração ao regime de dedicação exclusiva,
verificamos que o IFES, por meio da Portaria nº 124, de 20/01/2011, alterada pela Portaria nº 162,
de 31/01/2011, designou os servidores Cláudio Valério de Paulo Brotto, Dário Rubio Junior e
Camila Belizario Ribeiro, para comporem a Comissão de Sindicância com o intuito de apurar
indícios de exercício irregular da Dedicação Exclusiva, de acumulação ilegal de cargos e de
descumprimento da jornada regular de trabalho (Processo 23147.000055/2011-11). Tal ato foi
motivado pela Solicitação de Auditoria nº 201001209/01 e Ofício 14.434/CGU Regional/ES/CGU-
PR, de 10/05/2010. Encerrada a apuração, a Comissão de Sindicância concluiu pela regularidade
da situação de 78 servidores, dos 83 investigados, sendo que em 2 deles, foi determinada a
reposição ao erário dos valores pagos a título de dedicação exclusiva, já que restou demonstrado
que mantiveram vínculo trabalhista com outras instituições de ensino em período concomitante
33
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

com o de DE. Constatamos em consulta realizada no SIAPE que a servidora Viviane Monteiro
Azambuja procedeu ao ressarcimento da importância devida (R$ 3.956,65), mediante descontos
efetuados em sua folha de pagamento nos meses de outubro/ 2011 a fevereiro/2012, e que, quanto
ao servidor Fidelis Zanetti de Castro, foi feita, no mês de fevereiro/2012, uma compensação de
valores que ele tinha a receber decorrentes de processo anterior relativo a progressão funcional.
Nos 3 casos restantes, relativos aos servidores Rafael Rossi Cassaro, José Alves Junior e
Adão Queiroz, verificamos que a providência sugerida pela Comissão foi no sentido de se
comunicar aos servidores acerca da necessidade de redução das respectivas cargas horárias de
trabalho, de forma a adequá-las ao limite de 60 horas semanais, considerando o Parecer GQ nº
145, da Advocacia-Geral da União, de 30/03/1998. No tocante à verificação de jornadas
incompatíveis, impende registrar o recente entendimento do Tribunal esposado quando proferiu o
Acórdão 1.338/2011 - Plenário, no qual restou sinalizada mudança de entendimento anterior
referente à compatibilidade das jornadas, assunto esse já abordado no Achado de nº 3. Com
relação aos servidores Rafael e Adão, detectamos que ambos procederam à redução de sua
jornadas, conforme já relatado no Achado n.º 2. Já no que tange ao servidor José Alves,
entendemos que deva ser expedido alerta ao IFES para que se adeque ao novo entendimento do
Tribunal sobre a matéria, consubstanciado no decisum supracitado.
Cabe registrar que em 29/03/2012 a Coordenadoria de Desenvolvimento de Pessoas do
Campus Serra deu início  ao processo administrativo nº 23158.000273/2012-16 visando apurar
possíveis irregularidades no descumprimento ao regime de Dedicação Exclusiva, de acumulação
ilegal de cargos públicos, bem como da jornada de trabalho por parte de alguns servidores, sendo
constatado na auditoria que todos os servidores relacionados no mencionado processo já haviam
sido investigados pelo procedimento disciplinar instaurado anteriormente, de nº
23.147.000055/2011-11, acima aduzido.
2.5.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Processo (Autos) TC 018.999/2009-6 - Processo de Prestação de Contas do IFES relativo ao
exercício de 2008.
Processo (Autos) TC 023.561/2008-0 - Processo de Prestação de Contas do IFES relativo ao
exercício de 2007.
Processo (Autos) TC 026.684/2011-0 - Processo de Prestação de Contas do IFES relativo ao
exercício de 2010.
Processo (Autos) TC 027.853/2010-1 - Processo de Prestação de Contas do IFES relativo ao
exercício de 2009.
Processo (Autos) 23147.000055/2011-11/2011 - Processo de Sindicância instaurado pelo
IFES, destinado a apurar indícios de exercício irregular da dedicação exclusiva, de acumulação
ilegal de cargos e de descumprimento da jornada regular de trabalho, em cumprimento à
solicitação de Auditoria n.º 201001209/01 e Ofício 14.434/CGU Regional/ES/CGU-PR, de
10/5/2010.
Processo (Autos) 23158.000273/2012-16/2012 - Processo de Sindicância instaurado pelo
Campus Serra, destinado a apurar indícios de descumprimento do regime de dedicação exclusiva,
de acumulação ilegal de cargos públicos e de descumprimento da jornada de trabalho de alguns
servidores do IFES, em cumprimento à solicitação da CGU/ES contida no Relatório Anual de
Contas nº 201108770, relativo ao exercício de 2010.
2.5.3 - Causas da ocorrência do achado:
1) insuficiência dos controles adotados na gestão de recursos humanos que acarretaram o
descumprimento das determinações do Tribunal de Contas da União - A mudança ocorrida, do
34
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo - CEFETES para o Instituto Federal do
Espírito Santo - IFES, e dos novos campi em funcionamento, com inclusão das Escolas
Agrotécnicas na condição de campus do Instituto, acarretou a descentralização da estrutura
organizacional, prejudicando, em um período significativo de tempo, o controle por parte da
Reitoria.
2.5.4 - Efeitos/Conseqüências do achado:
Prejuízos gerados por pagamentos indevidos (efeito potencial) - A intempestividade dos
gestores do IFES na implementação de ressarcimentos ao erário, a exemplo daqueles decorrentes
do descumprimento do regime de dedicação exclusiva por professores submetidos a esse regime de
trabalho, pode ocasionar prejuízos aos cofres públicos em razão de decisões judiciais favoráveis à
aplicação da prescrição quinquenal no cálculo dos valores a serem ressarcidos. A respeito disso,
frisamos que no Relatório da CGU/ES relativo ao exercício de 2010, é citada como exemplo a ação
judicial n° 2007.50.01.011439-9 (1KF-2a Região), por meio da qual professores do IFES,
identificados no Processo Administrativo Disciplinar constituído pela Portaria CEFET/ES n° 123,
de 24/03/2003 (processo n° 23046.000645/2003-72), solicitaram a aplicação da prescrição
quinquenal prevista no artigo 54 da Lei 9.784/1999 no cálculo dos valores a serem por eles
ressarcidos em razão do descumprimento do regime de Dedicação Exclusiva.
2.5.5 - Critérios:
Acórdão 414/2004, item 9.2.4, Tribunal de Contas da União, Plenário
Acórdão 2678/2007, item 9.3, Tribunal de Contas da União, Plenário
Acórdão 2287/2004, Tribunal de Contas da União, 2ª Câmara
Acórdão 2493/2008, Tribunal de Contas da União, Plenário
Acórdão 3044/2010, item 1.6.1.1, Tribunal de Contas da União, Plenário
2.5.6 - Evidências:
Evidências - Acórdãos do TCU cujos descumprimentos foram mencionados nas contas de
2009 e 2010. - Peça 68 - Contém elementos que evidenciam o descumprimento dos Acórdãos
2287/2004 e 3044/2010 - Plenário, contidos no processo de contas do IFES atinente ao exercício de
2010 (TC 026.684/2011-0), folhas 1/20.
Evidências - Acórdãos do TCU cujos descumprimentos foram mencionados nas contas de
2009 e 2010. - Peça 67 - Contém elementos que evidenciam o descumprimento dos Acórdãos
414/2004 e 2678/2007 - Plenário, contidos nos processos de contas do IFES atinentes aos
exercícios de 2009 e 2010 (TC 027.853/2010-1 e TC 026.684/2011-0, respectivamente), folhas 1/7.
Evidências - Acórdão do TCU cujo descumprimento foi mencionado nas contas de 2009 e
2010. - Peça 69 - Contém elementos que evidenciam o descumprimento do Acórdão 2493/2008 -
Plenário, contidos no processo de contas do IFES atinentes aos exercícios de 2009 e 2010 (TC
027.853/2010-1 e TC 026.684/2011-0, respectivamente), folhas 1/10.

2.5.7 - Conclusão da equipe:


Verificamos ao final dos trabalhos que o IFES vem adotando medidas com o intuito de
corrigir os casos de acumulação ilegal de cargos ou infração ao regime de DE, a exemplo das
Comissões de Sindicância instauradas com esse fim. Contudo, os casos mais antigos, relacionados
a descumprimentos de decisões do Tribunal, apontados pela CGU/ES nas contas do IFES relativas
aos últimos 3 anos, ainda carecem, ao nosso ver, de acompanhamento por parte daquele órgão de
controle.
35
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

Especificamente à conclusão apresentada pela Comissão de Sindicância instaurada


(Processo 23147.000055/2011-11), no sentido de se comunicar aos servidores acerca da
necessidade de redução das respectivas cargas horárias de trabalho, de forma a adequá-las ao
limite de 60 horas semanais, considerando o Parecer GQ nº 145, da Advocacia-Geral da União, de
30/03/1998, entendemos que deva ser dada ciência ao IFES acerca do novo entendimento do
Tribunal sobre a matéria, consubstanciado no Acórdão 1.338/2011 - TCU - Plenário, no sentido de
que a questão da incompatibilidade de horários deve, sempre, ser estudada caso a caso, não
subsistindo mais o limite de 60 horas semanais. Portanto, para ser considerada legal a situação
deve o servidor comprovar a compatibilidade de horários, sem prejuízo às atividades exercidas em
cada um dos cargos licitamente acumulados. Aliás, nesse mesmo sentido, o Poder Judiciário
também vem entendendo ser ilegal a fixação do limite máximo de 60 horas semanais, sob o
fundamento da ausência, explícita, de um limite de jornada, limitando-se a Constituição Federal a
estabelecer, como único requisito para a acumulação de cargos, a compatibilidade de
horários/jornadas.
2.5.8 - Proposta de encaminhamento:
Determinar à Controladoria-Geral da União no Espírito Santo que faça constar, das
próximas contas a serem apresentadas pelo IFES, as providências adotadas com vistas ao efetivo
cumprimento das determinações do Tribunal ainda pendentes de atendimento, conforme registrado
nas contas de 2009 (TC 027.853/2010-1) e 2010 (TC 026.684/2011-0),
Dar ciência ao IFES acerca do novo entendimento do Tribunal sobre o limite de 60 horas
semanais, consubstanciado no Acórdão 1.338/2011 - Plenário, de modo a não considerar ilegal os
casos em que forem constatadas jornadas superiores a esse limite, desde que comprovada a
compatibilidade de horários, sem prejuízo às atividades exercidas em cada um dos cargos
licitamente acumulados, sendo que a questão da incompatibilidade de horários deve, sempre, ser
estudada caso a caso, a exemplo do ocorrido com o servidor José Alves.

3 - CONCLUSÃO
As seguintes constatações foram identificadas neste trabalho:

Questão 1 Servidores ativos e inativos acumulando cargos indevidamente, em desconformidade com


o artigo 14, I, do Anexo ao Decreto n.º 94.664/87. Exemplo: Professor em regime de
dedicação exclusiva dando aula também em escola particular. (item 2.1)
Servidores ativos e inativos acumulando cargos indevidamente, em desconformidade com
o inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal de 1988. Exemplos: dois cargos de
professor, mas com jornadas incompatíveis; um cargo de professor com outro de nível
médio sem especialidade; um cargo de técnico em enfermagem com outro de auxiliar
administrativo. (item 2.2)
Servidores ativos com emprego privado cuja jornada é incompatível com o serviço
público, em desconformidade com o art. 117, XVIII, da Lei 8.112/90. (item 2.3)
Utilização de declaração falsa/omissa no momento da posse, do recadastramento, ou da
mudança para o regime de dedicação exclusiva. (item 2.4)
Ausência de providências objetivando a correção de eventuais casos de acumulação
ilegal de cargos ou infração ao regime de dedicação exclusiva, bem como o
ressarcimento ao erário dos valores pagos indevidamente a título do adicional de
dedicação exclusiva (em razão do descumprimento desse regime), ou em função do
36
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

descumprimento de jornada de trabalho, decorrente da acumulação de cargos públicos


com jornadas incompatíveis. (item 2.5)

Não houve a detecção do seguinte achado de auditoria previsto na matriz de planejamento:


"Pensionistas recebendo pensões derivadas de cargos acumulados ilicitamente pelo instituidor das
pensões". Tal achado não foi confirmado em razão de não existirem pensionistas na relação dos 65
(sessenta e cinco) servidores do IFES com indícios de acumulação ilegal de cargos.
Considerando-se que os achados desta auditoria serão objeto de determinação ao IFES, com
vistas ao prosseguimento das apurações já iniciadas e adoção das medidas legais cabíveis junto
aos servidores detentores dos indícios irregulares de acumulação ou de infração ao regime de
dedicação exclusiva, não vislumbramos neste Relatório de Auditoria nenhuma irregularidade que
possibilite a punição dos gestores, em decorrência de proposições de audiência e/ou citação dos
mesmos, o que geraria, consequentemente reflexos nas contas da entidade. Entretanto, os referidos
reflexos se farão sentir em contas futuras na medida em que o acompanhamento e/ou
monitoramento por parte desta Secretaria do cumprimento das determinações a serem alvitradas
no presente feito não surtirem o efeito desejado, oportunidade em que o gestor poderá ser ouvido
em audiência prévia pelo não atendimento, em prazo fixado, à decisão deste Tribunal (art. 58,
inciso IV, da Lei n.º 8.443/92 c/c o art. 268, inciso VII, do Regimento Interno/TCU).
Tendo em vista o teor do Acórdão TCU 2315/2012 - Plenário, prolatado na Sessão de
29/8/2012:
"9.9 determinar aos IFAC, IFAL, IFAM, IFDF, IFES, IFGO, IFGoiano, IFMT, IFMG,
IFNorte de Minas, IFSudeste de Minas, IFSul de Minas, IFTriângulo Mineiro, IFPA, IFPB,
IFPE, IFSertão Pernambucano, IFPI, IFRJ, IFFluminense, IFRN, IFRio Grandense,
IFFarroupilha, IFRS, IFCatarinense, IFSC), IFSP, Cefet/MG, Cefet/Celso Suckow da
Fonseca/RJ, Núcleo Avançado São João da Barra/RJ e Núcleo Avançado Valença/RJ que:
9.9.1 apurem, em relação a seus servidores ativos e inativos, inclusive de seus Campi, (a)
eventual acumulação indevida de cargo público; (b) percepção indevida de acréscimo
remuneratório por servidores submetidos ao regime de dedicação exclusiva; e (c)
descumprimento da carga horária, tanto por aqueles submetidos ao regime de dedicação
exclusiva quanto por aqueles submetidos a 40 horas semanais, sem dedicação exclusiva;
9.9.2 verifiquem, para os servidores que possuem jornada total semanal superior a 60
(sessenta) horas semanais, a compatibilidade de horários e a ocorrência de prejuízo às
atividades exercidas em cada um dos cargos acumulados pelos servidores, aplicando,
ainda, se cabível, o previsto no art. 133 da Lei nº 8.112/1990;
9.9.2.1 fundamentem devidamente a decisão, na hipótese de se concluir pela licitude da
acumulação, com a anexação, no respectivo processo, da competente documentação
comprobatória e com a indicação expressa do responsável pela medida adotada;
9.9.3 promovam, caso confirmem a ocorrência das irregularidades, as medidas
preconizadas na Lei nº 8.112/90;
9.9.4 informem, na prestação de contas ordinárias de 2012 ou no relatório de gestão, as
medidas adotadas e os resultados obtidos para cada determinação expedida nesse
subitem;"
Entendemos que o Acórdão que vier a ser prolatado, bem como os pareceres que o
fundamentarem, deverão ser anexados às contas do Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia do Espírito Santo - IFES, relativas ao exercício de 2012.

37
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

Dentre os benefícios estimados desta fiscalização pode-se mencionar a descoberta de


acumulações irregulares de cargos, assim como de desrespeito ao regime de dedicação exclusiva e
à incompatibilidade de horários entre os cargos de alguns servidores e os vínculos
públicos/privados por eles assumidos em outras instituições, que ainda não eram do conhecimento
do IFES, nem tinham sido objeto de sindicâncias de iniciativa própria ou determinadas pela
Controladoria Geral da União - CGU/PR. Em razão de tais irregularidades, como resultado deste
trabalho, serão formuladas propostas destinadas à regularização das mesmas, por parte dos
servidores nelas envolvidos, e à reposição de valores indevidamente percebidos ao erário, seja pelo
não cumprimento das exigências legais ou a pela ausência comprovada da correspondente
contraprestação de serviços.
Cumpre acrescentar que outro benefício direto, em potencial, e a longo prazo, reside no
aperfeiçoamento dos controles até então adotados pelo IFES, objetivando a prevenção e
identificação de possíveis irregularidades relativas a acumulações de cargos públicos e à infração
ao regime de dedicação exclusiva por parte de seus servidores.
Além destes, o total dos benefícios quantificáveis desta auditoria é de R$ 3.581.533,19, sendo
que tal valor refere-se a uma economia anual de recursos, traduzida pelo somatório das estimativas
dos pagamentos mensais indevidos de todos os servidores afetados pela auditoria (no caso de
ocupação de cargos inacumuláveis, a estimativa mensal de pagamentos indevidos é a menor
remuneração recebida pelo servidor; no caso de jornadas incompatíveis, a estimativa mensal é o
valor da hora de trabalho menor remunerada multiplicada pelo número de horas de trabalho da
jornada total que ultrapassam 60 horas semanais; e no caso de infração ao regime de dedicação
exclusiva, é o valor que o professor recebe a mais por estar nesse regime - 55% da remuneração),
multiplicado por 13,33 (doze meses + gratificação natalina + adicional de férias) e depois por 4,
tendo em vista que o TCU normatizou que quando se tratar de remuneração (pagamento
continuado), o benefício financeiro deve considerar o período de 4 anos, segundo constou das
Orientações básicas para a apuração de indícios de ilegalidade , TMS Acumulação de Cargos
Públicos, edição 2012 (revisada), elaborada pela SEFIP.

4 - PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
Ante todo o exposto, somos pelo encaminhamento dos autos ao Gabinete do Exmo. Sr.
Ministro-Relator José Jorge, com as seguintes propostas:
4.1. Determinar ao IFES, com fundamento no inciso I do art. 43 da Lei n.º 8.443/92, c/c o
inciso II do art. 250 do Regimento Interno do TCU, que:
4.1.1. adote providências, no prazo de 30 (trinta) dias, com vistas ao levantamento do
montante indevidamente recebido a título de dedicação exclusiva pelos docentes a seguir
relacionados, nos períodos abaixo indicados, assegurando-se aos mesmos o direito do
contraditório e da ampla defesa, objetivando a imediata reposição aos cofres públicos, nos termos
do art. 46 da Lei n.º 8.112/90 e alterações posteriores (subitem 2.1):
- ALFEU SCARPAT JUNIOR (CPF n.º 493.513.117-91): período de 10/12/2010 a 2/2/2011;
- CLÁUDIO MENEGATTI MASSARO (CPF n.º 072.510.827-48): período de 1/8/2011 a
5/8/2011;
- EDUARDO MAX AMARO AMARAL (CPF n.º 007.773.037-28): período de 22/2/2011 a
3/3/2011;
- HELDER JANUÁRIO DA SILVA GOMES (CPF n.º 008.118.477-80): período de 3/12/2010
a 19/1/2011;

38
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

- LEONARDO RODRIGUES DE ARAÚJO (CPF n.º 055.225.657-99): período de 15/7/2010 a


31/12/2010;
- LUIS ANTONIO DA SILVA (CPF n.º 560.040.447-68): período de 3/12/2010 a 2/2/2011;
- TATIANA OLIVEIRA COSTA (CPF n.º 035.796.917-08): período de 4/9/2009 a 1/2/2011;
- ROSINEI RONCONI VIEIRAS (CPF n.º 001.225.267-08): período de 3/1/2007 a 1/2/2007;
- RODRIGO RAGGI ABDALLAH (CPF n.º 862.260.456-04): período de 3/1/2007 a
23/2/2008;
- BRUNO RAMOS GONZAGA (CPF n.º 078.991.827-78): período de 28/4/2010 a 1/6/2010; e
- CÍNTIA TAVARES DO CARMO (CPF n.º 625.961.957-04): período de 2/2/2007 a 2/3/2007.
4.1.2. adote providências, no prazo de 60 (sessenta) dias, nos termos do art. 133 da Lei n.º
8.112/90, com vistas à regularização da acumulação de cargos, exercidos em desconformidade com
o art. 37, inciso XVI, da Constituição Federal de 1988, pelos servidores a seguir relacionados,
informando a este Tribunal, até o fim do prazo estabelecido, o resultado das medidas adotadas
(subitem 2.2):
- ADÃO QUEIROZ (CPF n.º 489.081.267-91): Cargo 1 (Auxiliar de Agropecuária), 40 horas,
no IFES/Campus de Alegre. Cargo 2 (Técnico em Radiologia), 20 horas, na Secretaria de Estado
de Gestão e Recursos Humanos do Espírito Santo;
- CARLOS ALBERTO FIRMINO DOS SANTOS (CPF n.º 789.464.097-20): Cargo 1
(Assistente em Administração), 40 horas, no IFES. Cargo 2 (Professor de História do Ensino
Fundamental), 25 horas, na Prefeitura Municipal de Vitória/ES; e
- HERALDO SILVA FILHO (CPF n.º 526.475.287-72): Cargo 1 (Assistente em
Administração), 40 horas, no IFES. Cargo 2 (Professor de Música), 20 horas, da Faculdade de
Música do Espírito Santo (FAMES), pertencente ao Governo do Estado do Espírito Santo.
4.1.3. adote providências, no prazo de 90 (noventa) dias, com vistas a prosseguir, de forma
mais detalhada, com as apurações já iniciadas, quanto à compatibilidade de horários dos cargos
acumulados pelos servidores abaixo relacionados, observando-se, na oportunidade, se cabível, a
aplicação do art. 133 da Lei n.º 8.112/90, e verificando, ainda, nos períodos de acumulações
considerados irregulares, se houve, no âmbito da instituição, o cumprimento integral da jornada de
trabalho por parte dos mesmos, de modo a proceder ao devido ressarcimento, nos termos do art. 46
da referida lei e alterações posteriores, na hipótese de comprovada a não contraprestação de
serviços(subitem 2.2):
- CARLOS ALBERTO PONTES GOMES (CPF n.º 557.718.747-87): Cargo 1 (Professor do
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico), 40 horas, no IFES. Cargo 2 (Procurador Municipal), 36
horas, no Município da Serra. Carga horária total: 76 horas.
- DAVID SIBIAN RIOS (CPF n.º 055.479.887-58): Cargo 1 (Auxiliar de Enfermagem), 40
horas, no IFES. Cargo 2 (Auxiliar de Enfermagem), 30 horas semanais, na Prefeitura Municipal da
Serra/ES. Carga horária total: 70 horas.
- EMMANOEL GUASTI FERREIRA (CPF n.º 726.479.387-49): Cargo 1 (Professor do
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico), 40 horas semanais, no IFES. Cargo 2 (Engenheiro), 36
horas, no Município de Vila Velha/ES. Carga horária total: 76 horas.
- JOAQUIM DOS SANTOS JUNIOR (CPF n.º 051.344.107-71): Cargo 1 (Técnico em
Enfermagem), 40 horas, no IFES. Cargo 2 (Técnico em Enfermagem), 30 horas semanais, no
Município de Vitória. Carga horária total: 70 horas.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

- KELLEY BONICENHA (CPF n.º 087.286.477-42): Cargo 1 (Professora Substituta), 20


horas semanais, no IFES; Cargo 2 (Professora de Educação Física), 25 horas semanais, no
Município de Linhares/ES. Vínculo 3 (Professora, vínculo privado, celetista), 184:50 horas/mês
(36,90 horas semanais), no SESI. Carga horária total dos três vínculos: 81,90 horas.
- RAFAEL ROSSI CASSARO (CPF n.º 052.069.467-88): Cargo 1 (Médico), 40 horas, no
IFES. Cargo 2 (Médico Plantonista), 12 horas semanais, Prefeitura Municipal de São Roque do
Canaã/ES. Vínculo 3 (médico, vínculo privado, celetista), 35 horas semanais, na ORDESC -
Organização para o Desenvolvimento Social e Cidadania. Carga horária total: 87 horas.
- ROBERTO CARLOS FARIAS DE OLIVEIRA (CPF n.º 891.054.007-91): Cargo 1
(Professor), 40 horas, no IFES. Cargo 2 (Professor), 20 horas, na Prefeitura de Campos/RJ.Cargo
3 (Professor), 20 horas, no Governo do Estado do Rio de Janeiro. Carga horária total: 80 horas.
- SELMA SIMONE DE SOUZA ALVES (CPF n.º 031.984.337-89): Cargo 1 (Auxiliar de
Enfermagem), 40 horas, no IFES. Cargo 2 (Auxiliar de Enfermagem), 30 horas, na Prefeitura
Municipal da Serra/ES. Carga horária total: 70 horas.
- SHEILA ATAÍDE DOMINGUES DE SOUZA (CPF n.º 009.806.707-99): Cargo 1
(Psicóloga), 40 horas semanais, no IFES. Cargo 2 (Psicóloga), 40 horas semanais, na Prefeitura
Municipal de Alegre. Carga horária total: 80 horas.
- WELINTON SILVA (CPF n.º 836.361.706-78): Cargo 1 (Pedagogo), 40 horas, no IFES.
Cargo 2 (Pedagogo), 25 horas, na Prefeitura Municipal da Serra/ES. Carga horária total: 65
horas.

4.1.4. adote providências, no prazo de 90 (noventa) dias com vistas a prosseguir, de forma
mais detalhada, com a verificação da compatibilidade de horários e se não há prejuízo às
atividades exercidas em cada um dos vínculos acumulados pelos servidores relacionados abaixo,
uma vez que os mesmos possuem jornada total semanal superior a 60 (sessenta) horas semanais,
aplicando, se for o caso, o previsto no art. 143 da Lei nº 8.112/1990, e promovendo a reposição ao
erário dos valores pagos indevidamente, na forma do art. 46 da referida lei e suas alterações
posteriores, na hipótese de comprovada a não contraprestação de serviços (subitem 2.3):
- ALEXANDRE K. ZOCOLOTI (CPF n.º 013.558.247-45): verificar a compatibilidade de
horários entre os vínculos então coexistentes desde 01/07/2010 até a presente data;
- BRENO BRÍCIO AMARAL (CPF n.º 104.576.687-92): verificar a compatibilidade de
horários desde 13/1/2009;
- DORIAN MIRANDA RANGEL (CPF n.º 674.298.667-00): verificar a compatibilidade de
horário no período de 1/4/2009 a 1/7/2012;
- ELSON DA SILVA ABREU (CPF n.º 451.247.287-87): verificar os respectivos horários de
trabalho nos 3 (três) vínculos coexistentes nos últimos 5 (cinco) anos;
- ELVIRA PADUA LOVATTE (CPF n.º 002.913.067.05): solicitar os horários de trabalho
exercidos na FAESA e na AEV, desde 9/2/2009;
- ENES FOLLADOR NOGUEIRA (CPF n.º 022.825.177-09): discriminar os horários de
trabalho junto à Escola São Domingos, Colégio Marista Nossa Senhora da Penha, SEB-COC e
Colégio Sagrado Coração de Maria, e não somente a carga horária, a fim de que se possa
confirmar se há compatibilidade de horários com o IFES;
- LEONARDO POLESE ALVES (CPF n.º 890.871.867-20): solicitar o detalhamento da
declaração fornecida pelo Centro Educacional Charles Darwin, mormente no tocante à carga

40
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

horária destinada à coordenação dos ensino médio e fundamental, para fins de verificação de
compatibilidade de horário;
- LUCIANO ZAMPROGNO FONTANA (CPF n.º 078.533.747-47): verificar a
compatibilidade de horários desde 26/11/2008, mediante a discriminação dos horários de trabalho
prestado junto ao IFES e ao Instituto de Ensino Superior da Região Serrana;
- MARCELO MOREIRA DA SILVA (CPF n.º 031.487.987-08): averiguar a compatibilidade
de horários entre os vínculos então coexistentes desde 23/9/2010;
- MARCELO SIMONELI (CPF n.º 881.305.257-04): verificar a compatibildade de horários
entre os 3 vínculos coexistentes, desde 9/11/2010;
- MARCOS ANTONIO SATLER (CPF n.º 876.211.777-72): avaliar a compatibilidade de
horários entre os dois vínculos por ele exercidos, nos últimos 5 anos;
- NILZETE FABRI RODRIGUES DE ASSIS (CPF n.º 005.421.447-51): verificar o efetivo
cumprimento do seu horário de trabalho no IFES no período de 2/5/2006 a 12/11/2007, bem como
no de 4/1/2011 a 30/3/2011; e
- PAULO ROBERTO PREZOTTI FILHO (CPF n.º 005.421.447-51): verificar a
compatibilidade de horários entre os vínculos acumulados pelo servidor desde a data de seu
ingresso no IFES (5/10/2010).
4.1.5. fundamente devidamente a decisão, no tocante aos servidores relacionados nos
subitens 4.1.3 e 4.1.4 supra, na hipótese de se concluir pela licitude da acumulação, com a
anexação, no respectivo processo, da competente documentação comprobatória e com a indicação
expressa do responsável pela medida adotada.
4.1.6. encaminhe, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, relatório consolidado à Secretaria de
Controle Externo no Estado do Espírito Santo, comunicando as medidas adotadas e os resultados
obtidos para cada determinação acima expedida;
4.2. Recomendar ao IFES que discipline a entrega periódica da declaração de acumulação
de cargos, alertando, nessa oportunidade, aos servidores, que no caso de omissão e declaração
falsa instaurará o competente processo disciplinar, nos termos do art. 143 da Lei n.º 8.112/90, e
levará ao conhecimento do Ministério Público Federal os casos em que houver indícios da
presença de algum tipo penal, a exemplo do crime de falsidade ideológica.(subitem 2.4)
4.3. Determinar à Controladoria-Geral da União no Espírito Santo que faça constar, das
próximas contas a serem apresentadas pelo IFES, as providências adotadas com vistas ao efetivo
cumprimento das determinações do Tribunal ainda pendentes de atendimento, conforme registrado
nas contas de 2009 (TC 027.853/2010-1) e 2010 (TC 026.684/2011-0).(subitem 2.5)
4.4. Dar ciência ao IFES acerca do novo entendimento do Tribunal sobre o limite de 60 horas
semanais, consubstanciado no Acórdão 1.338/2011 - Plenário, de modo a não considerar ilegal os
casos em que forem constatadas jornadas superiores a esse limite, desde que comprovada a
compatibilidade de horários, sem prejuízo às atividades exercidas em cada um dos cargos
licitamente acumulados, sendo que a questão da incompatibilidade de horários deve sempre ser
estudada caso a caso.
4.5. Determinar a anexação do Acórdão que vier a ser proferido, bem como dos pareceres
que o fundamentarem, às contas do IFES relativas ao exercício de 2012, em razão do subitem 9.9.4
do Acórdão TCU n.º 2315/2012 - Plenário, prolatado na Sessão de 29/8/2012.”

É o Relatório.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

VOTO

A presente auditoria objetivou avaliar a regularidade da acumulação de cargos, bem como


o respeito à compatibilidade de horários e ao regime de dedicação exclusiva, no âmbito do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES).
2. Em síntese, foram identificadas as seguintes irregularidades:
- infração ao regime de dedicação exclusiva;
- acumulações ilícitas de cargos públicos;
- jornadas superiores a 60 horas semanais;
- utilização de declaração falsa/omissão de informação por parte de servidores;
- pendências no saneamento de irregularidades semelhantes anteriormente apuradas.
3. No que diz respeito à existência de acumulação de cargos por professores sob o regime de
dedicação exclusiva, indicada no item 2.1 do relatório de fiscalização, observo que tal situação infringe
o disposto no art. 14, inciso I, e art.15, inciso I, do Decreto nº 94.664/1987, verbis:
“ Art. 14. O Professor da carreira do Magistério Superior será submetido a um dos seguintes
regimes de trabalho:
  I - dedicação exclusiva, com obrigação de prestar quarenta horas semanais de trabalho em
dois turnos diários completos e impedimento do exercício de outra atividade remunerada, pública
ou privada;
  II - tempo parcial de vinte horas semanais de trabalho.
  1º No regime de dedicação exclusiva admitir-se-á:
  a) participação em órgãos de deliberação coletiva relacionada com as funções de
Magistério;
  b) participação em comissões julgadoras ou verificadoras, relacionadas com o ensino ou a
pesquisa;
  c) percepção de direitos autorais ou correlatos;
  d) colaboração esporádica, remunerada ou não, em assuntos de sua especialidade e
devidamente autorizada pela instituição, de acordo com as normas aprovadas pelo conselho
superior competente.
  2º Excepcionalmente, a IFE, mediante aprovação de seu colegiado superior competente,
poderá adotar o regime de quarenta horas semanais de trabalho para áreas com características
específicas.
  Art. 15. O professor da carreira do Magistério de 1º e 2º Graus será submetido a um dos
seguintes regimes de trabalho:
I - dedicação exclusiva, com obrigação de prestar quarenta horas semanais de trabalho em
dois turnos diários completos e impedimento de exercício de outra atividade remunerada, pública
ou privada;
II - tempo integral de quarenta horas semanais de trabalho, em dois turnos diários
completos;

42
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

III - tempo parcial de vinte horas semanais de trabalho.


1º Aos docentes de 1º e 2º Graus das instituições de ensino superior não se aplica o disposto
no item II.
2º No regime de dedicação exclusiva o professor da carreira de Magistério de 1º e 2º Graus
poderá exercer as atividades de que tratam as alíneas do § 1º do art. 14.”

4. Mais recentemente a matéria foi regulamentada pela Lei n.º 12.772, 2012, que dispôs sobre
o Plano de Cargos e Carreira do Magistério Federal, vedando expressamente o exercício de qualquer
outra atividade ao docente submetido ao regime de dedicação exclusiva:
“Art. 20.  O Professor das IFE, ocupante de cargo efetivo do Plano de Carreiras e Cargos de
Magistério Federal, será submetido a um dos seguintes regimes de trabalho:
I - 40 (quarenta) horas semanais de trabalho, em tempo integral, com dedicação exclusiva às
atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão institucional; ou
II - tempo parcial de 20 (vinte) horas semanais de trabalho.
§ 1o  Excepcionalmente, a IFE poderá, mediante aprovação de órgão colegiado superior
competente, admitir a adoção do regime de 40 (quarenta) horas semanais de trabalho, em tempo
integral, observando 2 (dois) turnos diários completos, sem dedicação exclusiva, para áreas com
características específicas.
§ 2o  O regime de 40 (quarenta) horas com dedicação exclusiva implica o impedimento do
exercício de outra atividade remunerada, pública ou privada, com as exceções previstas nesta Lei.”

5. Embora nos casos especificados pela equipe de auditoria as situações irregulares já tenham
sido saneadas, com o desligamento dos servidores dos seus vínculos externos, entendo que se mostra
apropriada a proposta da unidade técnica de se determinar ao IFES que adote providências no sentido
de promover a restituição ao erário dos valores percebidos indevidamente a título de gratificação de
exclusividade, na linha de outras deliberações deste Tribunal sobre o tema.
6. Quanto à acumulação ilícita de cargos públicos, conforme descrito no achado 2.2 do
relatório de auditoria, cabe, primeiramente, reproduzir o inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal,
que trata dessa questão, verbis:
"Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas; (...)".

7. Vê-se, pois, que o cargo de professor só pode ser acumulado com outro de professor ou
com outro técnico ou científico, sendo esse último definido na jurisprudência como "aquele que exige
43
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0

formação específica, não podendo possuir atribuições de natureza eminentemente burocráticas ou


repetitivas" (AI 192.918-AgR, STF; RMS 14456/AM e MS 7.216/DF, STJ).
8. Entretanto, a equipe de auditoria identificou a acumulação de cargos de professor da esfera
estadual e municipal com cargos no IFES que não são de natureza técnica, a exemplo do cargo de
assistente em administração, cuja atividade não exige qualquer habilidade específica. Foi também
identificada a acumulação de um cargo técnico na esfera estadual com cargo de natureza não técnica
no âmbito do IFES, em desacordo com a disposição constitucional.
9. Nesses termos, afigura-se pertinente o encaminhamento de determinação saneadora à
entidade auditada, consistente, basicamente, na adoção de providências com vistas à regularização das
dos casos de acumulações ilícitas identificados.
10. Relativamente aos casos de acumulações lícitas de cargo público, mas cujas jornadas de
trabalho superam o limite de 60 (sessenta) horas semanais, conforme destacou a equipe de auditoria,
com a prolação do Acórdão 1.338/2011 – Plenário houve uma mudança no entendimento do Tribunal
sobre a matéria, de modo que a incompatibilidade deve, sempre, ser estudada caso a caso, não
subsistindo mais esse limite objetivo de 60 horas semanais.
11. Conquanto meu posicionamento pessoal seja de que a limitação da jornada de 60 (sessenta)
horas para os casos de acumulação de cargos é a que mais atende ao interesse público, curvo-me ao
entendimento do Colegiado, a fim de considerar que a simples extrapolação desse limite não pode ser
considerada irregular, desde que a autoridade, responsável pela análise da viabilidade da acumulação,
fundamente devidamente a sua decisão, anexando ao respectivo processo administrativo a
documentação comprobatória.
12. A equipe de auditoria conclui que, apesar de terem sido instaurados pelo IFES os
respectivos processos administrativos para apurar as situações identificadas no seu relatório, a maioria
deles ainda não foi devidamente concluída, por falta de elementos destinados a comprovar os horários
de trabalho efetivamente cumpridos em cada um dos cargos ocupados.
13. Destaca também que, mesmo naqueles casos em que as acumulações ilegais já foram
resolvidas, mediante a opção por um dos cargos, fazem-se necessárias apurações adicionais com vistas
a investigar se as jornadas de trabalho acumuladas eram realmente compatíveis, com o fim de certificar
se houve a efetiva contraprestação dos serviços ao IFES durante o período de acumulação indevida de
cargo público.
14. Desta forma, propõe a unidade técnica que seja determinado à entidade que prossiga de
forma mais detalhada com as apurações já iniciadas, quanto à compatibilidade de horários,
observando-se, se cabível, a aplicação do art. 133 da Lei n.º 8.112, de 1990, e verificando, ainda, nos
períodos de acumulação considerados irregulares, se houve, no âmbito da instituição, o efetivo
cumprimento da jornada de trabalho por parte dos mesmos, a fim de se proceder ao devido
ressarcimento na hipótese de constatada a não contraprestação dos serviços.
15. Entendo que se justifica a preocupação da Secex/ES, considerando que alguns casos dos
relatados, a exemplo daquele em que servidora acumulava dois cargos de psicóloga, com carga horária
de 80 (oitenta) horas semanais, é bem pouco provável que os servidores tenham efetivamente laborado
a jornada prevista para os respectivos cargos. Desta forma, acolho a proposta formulada pela unidade
instrutiva.
16. O mesmo encaminhamento deve ser dado às acumulações de cargo público com emprego
privado, conforme descrito no achado 2.3 do relatório de auditoria. Neste particular, lembro que o art.
117, inciso XVIII, da Lei n.º 8.112, de 1990, veda ao servidor público o exercício de quaisquer

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atividades que sejam incompatíveis com o cargo ou função ocupada e com respectivo horário de
trabalho, circunstâncias que restaram afastadas para as situações identificadas pela equipe de auditoria.
17. Com efeito, apesar das apurações iniciadas pela IFES, não houve uma conclusão sobre a
regularidade das acumulações constatadas, devendo, portanto, ser determinado à entidade que prossiga
de forma mais detalhada com suas análises, de modo a verificar a compatibilidade de horários e a
eventual ocorrência de prejuízos às atividades exercidas em cada um dos vínculos acumulados pelos
servidores.
18. No tocante à utilização de declaração falsa/omissão de informação por servidores, a equipe
constatou que, em apenas dois casos, foram omitidos pelos declarantes os demais cargos ocupados no
momento da posse, os quais, contudo, já se desligaram dos seus respectivos vínculos externos, não
mais se justificando a apuração da infração disciplinar por eles cometidas, nos termos do art. 143 da
Lei n.º 8.112, de 1990.
19. Nada obstante, entende a equipe de auditoria que deve ser recomendado ao IFES a entrega
periódica da declaração de cargos, alertando-se, nessa oportunidade, aos servidores, que no caso de
omissão e declaração falta instaurará o competente processo disciplinar, e outras providências
aplicáveis à espécie.
20. Embora compreenda a preocupação da unidade técnica, entendo que tal medida é de
eficácia duvidosa, vez que não surtirá qualquer efeito em relação àqueles servidores que agem de
comprovada má-fé, os quais, diga-se de passagem, referem-se a poucos e isolados casos, conforme
constatou a equipe de auditoria. Ademais, considero questionável o aproveitamento de informação
dessa natureza pela Administração com o objetivo de evitar a reincidência das ocorrências apuradas.
21. Assim, entendo que seja de mais valia, à semelhança do que foi feito em outras auditorias
da espécie, a expedição de recomendação à entidade no sentido de que estabeleça rotinas periódicas de
verificação com vistas a evitar situações semelhantes de ilegal de cargos, empregos ou funções
públicas.
22. Quanto às pendências no saneamento de irregularidades semelhantes anteriormente
apuradas, objeto de determinações deste Tribunal, a equipe concluiu que o IFES vem adotando
medidas com o intuito de corrigir os casos de acumulação ilegal de cargos ou infração ao regime de
dedicação exclusiva, restando casos pontuais e mais antigos pendentes de resolução, conforme anotado
pela Controladoria-Geral da União - CGU nas respectivas contas anuais da entidade dos últimos três
exercícios.
23. Desse modo, mostra-se oportuna a determinação alvitrada pela unidade técnica no sentido
de determinar à CGU que faça constar, das próximas contas a serem apresentadas pelo IFES, as
providências adotadas com vistas ao efetivo cumprimento das determinações do TCU ainda pendentes
de atendimento, conforme registro nas contas de 2009 e 2010.
24. Por fim, deixo de acolher a proposta da unidade técnica quanto a dar ciência à entidade do
entendimento firmado por este Tribunal no Acórdão 1.338/2011 – Plenário, posto que isso já foi
efetivado por intermédio do Acórdão 2315/2012 – Plenário (subitem 9.9), da minha relatoria.
Assim, acompanhamento na essência a proposta da unidade técnica, com os devidos
ajustes de forma, VOTO por que seja adotada a deliberação que ora submeto à apreciação deste
Plenário.
TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 19 de junho de
2013.
JOSÉ JORGE
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Relator

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ACÓRDÃO Nº 1544/2013 – TCU – Plenário

1. Processo nº TC 013.957/2012-0.
2. Grupo I – Classe V – Assunto: Relatório de Auditoria.
3. Interessado: Tribunal de Contas da União – TCU.
3.1. Responsável: Dênio Rebello Arantes (146.365.651-34).
4. Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES).
5. Relator: Ministro José Jorge.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - ES (Secex/ES).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de auditoria destinada a avaliar a regularidade
da acumulação de cargos, bem como o respeito à compatibilidade de horários e ao regime de dedicação
exclusiva, no âmbito do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES).
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão do
Plenário, diante das razões expostas pelo Relator, em:
9.1. determinar, com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei n.º 8.443, de 1992, c/c o art.
250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Espírito Santo (IFES) que, no prazo de 90 (noventa) dias:
9.1.1. adote providências com vistas ao levantamento do montante indevidamente recebido
a título de dedicação exclusiva pelos docentes indicados no subitem 2.1 do relatório de auditoria da
Secex/ES, assegurando-se aos mesmos o direito do contraditório e da ampla defesa, objetivando a
imediata reposição aos cofres públicos, nos termos do art. 46 da Lei n.º 8.112/90 e alterações
posteriores:
9.1.2. adote providências no sentido de instaurar, nos termos do art. 133 da Lei 8.112, de
1990, o devido processo legal visando à regularização das acumulações ilícitas de cargos especificadas
no item 2.2.9 (parte inicial) do relatório de auditoria da Secex/ES;
9.1.3. adote providências com vistas a prosseguir, de forma mais detalhada, com as
apurações já iniciadas pela instituição, quanto à compatibilidade de horários dos cargos acumulados
pelos servidores especificados no subitem 2.2.9 (parte final) do relatório de auditoria da Secex/ES,
observando-se, na oportunidade, se cabível, a aplicação do art. 133 da Lei n.º 8.112/90, e verificando,
ainda, nos períodos de acumulações considerados irregulares, se houve, no âmbito da instituição, o
cumprimento integral da jornada de trabalho por parte dos mesmos, de modo a proceder ao devido
ressarcimento, nos termos do art. 46 da referida lei e alterações posteriores, na hipótese de comprovada
a não contraprestação de serviços;
9.1.4. adote providências com vistas a prosseguir, de forma mais detalhada, com a
verificação da compatibilidade de horários e se não há prejuízo às atividades exercidas em cada um
dos vínculos acumulados pelos servidores relacionados no subitem 2.3 do relatório de auditoria da
Secex/ES, uma vez que os mesmos possuem jornada total semanal superior a 60 (sessenta) horas
semanais, aplicando, se for o caso, o previsto no art. 143 da Lei nº 8.112/1990, e promovendo a
reposição ao erário dos valores pagos indevidamente, na forma do art. 46 da referida lei e suas
alterações posteriores, na hipótese de comprovada a não contraprestação de serviços;
9.1.5. na hipótese de se concluir pela licitude das acumulações especificadas nos subitens
9.1.3 e 9.1.4. acima, fundamente devidamente a decisão, anexando aos respectivos processos a
documentação comprobatória e indicando expressamente o responsável pela medida adotada;

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9.1.6. encaminhe, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, relatório consolidado à Secretaria
de Controle Externo no Estado do Espírito Santo, comunicando as medidas adotadas e os resultados
obtidos para cada determinação acima expedida;
9.2. recomendar ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo
(IFES), nos termos do disposto no art. 250, inciso III, do Regimento Interno do TCU, que estabeleça
rotina periódica de verificação com vistas a evitar situações semelhantes de acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas;
9.3. determinar à Controladoria-Geral da União no Espírito Santo que faça constar, das
próximas contas a serem apresentadas pelo IFES, as providências adotadas com vistas ao efetivo
cumprimento das determinações do Tribunal ainda pendentes de atendimento, conforme registrado nas
contas de 2009 (TC 027.853/2010-1) e 2010 (TC 026.684/2011-0).;
9.4. determinar à Secex/ES que promova a juntada de cópia da presente deliberação às
contas do IFES relativas ao exercício de 2012, para o exame em conjunto e em confronto das
ocorrências apuradas nos presentes autos.
9.5. remeter cópia da presente deliberação, bem como do Relatório e do Voto que o
fundamentam, bem assim do relatório do auditoria elaborado pela Secex/ES, ao Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Espírito Santo, com vistas a subsidiar as medidas a serem
implementadas por essa entidade.

10. Ata n° 22/2013 – Plenário.


11. Data da Sessão: 19/6/2013 – Extraordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1544-22/13-P.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Valmir Campelo, Walton Alencar
Rodrigues, Benjamin Zymler, Raimundo Carreiro, José Jorge (Relator), José Múcio Monteiro e Ana
Arraes.
13.2. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) (Assinado Eletronicamente)


AROLDO CEDRAZ JOSÉ JORGE
Vice-Presidente, no exercício da Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)
LUCAS ROCHA FURTADO
Procurador-Geral, em exercício

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