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957/2012-0
SUMÁRIO: AUDITORIA DE
CONFORMIDADE. INFRAÇÃO AO REGIME
DE DEDICAÇÃO EXCLUSIVA.
ACUMULAÇÃO ILÍCITA DE CARGOS
PÚBLICOS. JORNADAS DE TRABALHO
SUPERIORES A 60 HORAS. OUTRAS
IRREGULARIDADES. ENDEREÇAMENTO
DE DETERMINAÇÕES E RECOMENDAÇÃO.
REMESSA DE CÓPIA DE DELIBERAÇÃO.
RELATÓRIO
“1 - INTRODUÇÃO
Designadas pela Portaria de Fiscalização n.º 1574, de 8 de junho de 2012 e pela Portaria de
Fiscalização n.º 2043, de 14 de agosto de 2012 (Registro Fiscalis n.º 610/2012), realizamos com
fundamento no art. 239 do Regimento Interno do TCU, auditoria de conformidade, no período de
11/6/2012 a 29/06/2012 e de 20/8/2012 a 1/10/2012 no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Espírito Santo - IFES - MEC, com o objetivo de verificar a incidência de
acumulação ilícita de cargos públicos, o respeito ao regime de dedicação exclusiva e à
compatibilidade de jornada de trabalho por servidores lotados no referido instituto, conforme
autorizado, em 10/5/2012, por meio do Despacho do Ministro José Jorge nos autos do TC -
011.635/2012-6.
Nesse sentido, a presente auditoria foi dimensionada a partir de um cruzamento de dados
oriundos da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS/2010), do Sistema Integrado de
Administração de Recursos Humanos (SIAPE) e de outras bases de dados, realizado pela
Secretaria de Fiscalização de Pessoal - SEFIP, que resultou na identificação de 490 (quatrocentos
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verificação no presente trabalho reside nos casos de infração ao regime de dedicação exclusiva -
DE.
A legislação aplicável à matéria em relevo encontra-se, basicamente, na Constituição federal
- CF/88 que proibiu, como regra, a acumulação de cargos públicos admitindo somente as seguintes
exceções:
- art. 37, XVI (requisito: compatibilidade de horários): - dois cargos de professor; - um cargo
de professor com outro técnico ou científico; - dois cargos ou empregos privativos de profissionais
de saúde, com profissões regulamentadas.
- art. 37, § 10 (parte final): - proventos de aposentadoria com remuneração de cargo eletivo;
- proventos de aposentadoria com remuneração de cargo em comissão.
- art. 95, parágrafo único, I (requisito: compatibilidade de horários): membro do Poder
Judiciário com cargo de magistério.
- art. 128, § 5º, II, d (requisito: compatibilidade de horários): - membro do Ministério
Público com cargo de magistério.
- art. 11 da EC 20/98.
Para os casos de infração ao regime de dedicação exclusiva, a legislação está inserida no
inciso I dos arts. 14 e 15 do Anexo ao Decreto nº. 94.664/87, que proíbe que o professor em regime
de dedicação exclusiva exerça outra atividade remunerada, pública ou privada.
A presente auditoria teve por objetivo verificar a regularidade da acumulação de cargos por
servidores públicos federais lotados no Instituto Federal de Educação do Espírito Santo - IFES,
bem como o respeito ao regime de dedicação exclusiva e à compatibilidade de jornadas de
trabalho.
A partir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo
aplicados de acordo com a legislação pertinente, formulou-se uma única questão adiante indicada:
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2 - ACHADOS DE AUDITORIA
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Ambiental, no Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos - RJ, conforme autorizado pela
Portaria n.º 1885, de 4/12/2008. Considerando-se que o afastamento concedido para a realização
de pós-graduação onerava o IFES, entendemos irregular o acúmulo ocorrido entre a DE e o
vínculo privado existente no período de 4/9/2009 a 1/2/2011, equivalente a 1 ano e cinco meses,
razão pela qual será proposto o ressarcimento dos valores equivalentes à vantagem da dedicação
exclusiva.
Além dos servidores retro mencionados, examinando o Processo de Sindicância n.º
23147.000055/2011-11, instaurada pelo IFES para apuração de indícios de descumprimento do
Regime de Dedicação Exclusiva, de acumulação ilegal de cargos públicos e/ou descumprimento de
jornada de trabalho por parte de servidores daquela entidade identificados pela Controladoria
Geral da União - CGU, mediante Ofício n.º 14.434/CGU-Regional/ES/CGU-PR, de 10/5/2010,
constatamos a existência de acumulação da vantagem de dedicação exclusiva com outros vínculos
empregatícios por parte dos seguintes servidores, cuja situação foi considerada até então regular
pela Comissão de Sindicância:
- ROSINEI RONCONI VIEIRAS (CPF n.º 001.225.267-08): Foi nomeado em caráter efetivo,
para o cargo de Professor de Ensino de 1.º e 2.º Graus, regime de 40 h semanais, com Dedicação
Exclusiva, em 3/1/2007 (DOU de 5/1/2007). Exonerou-se da Prefeitura Municipal de Colatina,
assim como da Secretaria Estadual de Educação - SEDU, em 1/2/2007. Verificou-se, pois, um
acúmulo no período de 3/1/2007 a 1/2/2007 (um mês), relativo à DE e os demais vínculos, o que
ensejará proposta de ressarcimento.
- RODRIGO RAGGI ABDALLAH (CPF n.º 862.260.456-04): Foi nomeado em caráter
efetivo, para o cargo de Professor de Ensino de 1.º e 2.º Graus, regime de 40 h semanais, com
Dedicação Exclusiva, em 3/1/2007 (DOU de 5/1/2007). Exonerou-se da Sociedade Educacional do
Espírito Santo em 23/2/2007. Dessa forma, verificou-se um acúmulo no período de 3/1/2007 a
23/2/2008 (mais de um mês), relativo à DE e o vínculo privado, o que ensejará proposta de
ressarcimento.
- BRUNO RAMOS GONZAGA (CPF n.º 078.991.827-78): Tornou-se DE a partir de
28/4/2010 (Portaria n.º 068/2010). Exonerou-se da Prefeitura Municipal de Vila Velha somente em
1/6/2010. Logo, apurou-se um período de exercício concomitante entre a DE e outro cargo público,
relativo a pouco mais de 1 (um) mês (28/4/2010 a 1/6/2010), ensejando, consequentemente, a
formulação de proposta de ressarcimento.
- CÍNTIA TAVARES DO CARMO (CPF n.º 625.961.957-04): Tornou-se DE a partir de
2/2/2007 (Portaria n.º 088/2007). Exonerou-se da Faculdade Novo Milênio em 2/3/2007. Constata-
se, portanto, o acúmulo de 1(um) mês entre o exercício do regime de DE e o outro vínculo privado,
até o efetivo desligamento deste último, fazendo-se necessário o ressarcimento da vantagem
recebida indevidamente naquele período.
Do exposto, vislumbra-se que em todos os casos narrados contendo irregularidades
provenientes da infração ao regime de dedicação exclusiva já se processou o desligamento do
vínculo externo ao Instituto Federal do Espírito Santo, faltando, todavia, providências a serem
tomadas pelo IFES quanto ao ressarcimento da gratificação de dedicação exclusiva percebida
indevidamente pelo servidor durante o período em que se deu o acúmulo irregular das atribuições
inerentes ao cargo que ocupava no Instituto com as de outra(s) atividade(s) remunerada(s).
Finalmente, insta acrescentar que este Tribunal em inúmeros pronunciamentos vem se
posicionando no sentido de determinar aos órgãos/entidades que instaurem procedimentos
administrativos com vistas a cobrança/reposição dos valores relativos ao adicional de dedicação
exclusiva, recebidos indevidamente por seus servidores nos períodos em que os mesmos
desempenharam o exercício do magistério sob o regime de dedicação exclusiva concomitantemente
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História do Ensino Fundamental na Prefeitura Municipal de Vitória (25 horas semanais), desde
17/2/2006. Ocorre que o cargo ocupado pelo referido servidor no IFES (Assistente em
Administração) não possui natureza técnica ou científica, por isso não permite a acumulação com o
cargo de professor no Município de Vitória, independentemente da compatibilidade de horários
entre esses dois vínculos. Ora, o cargo de Assistente em Administração não é considerado técnico
porque para o seu exercício não se exige conhecimentos específicos, como, por exemplo, o de
técnico em informática ou de contabilidade, bastando, simplesmente, a formação completa no nível
médio, como alerta o trecho do Voto do Acórdão 408/2004-TCU-1ª Câmara: "(...) a conceituação
de cargo técnico ou científico, para fins da acumulação permitida pelo texto constitucional,
abrange os cargos de nível superior e os cargos de nível médio cujo provimento exige a habilitação
específica para o exercício de determinada atividade profissional, a exemplo do técnico em
enfermagem, do técnico em contabilidade, entre outros". No caso em foco, extrai-se da Lei nº
11.091, de 12 de janeiro de 2005, que dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreira dos Cargos
Técnico-Administrativos em Educação, no âmbito das Instituições Federais de Ensino vinculadas
ao Ministério da Educação, e dá outras providências, que para o preenchimento do cargo de
Assistente em Administração exige-se como escolaridade o nível médio profissionalizante ou médio
completo, mais experiência de 12 meses. Com efeito, verifica-se que este cargo não é técnico ou
científico, pois não se exige nível superior com habilitação específica nem nível médio com
exigência de curso técnico específico. Assim, não há como os servidores acumularem o cargo de
Assistente em Administração, no IFES, com o de professor, na Prefeitura Municipal de Vitória, eis
que em desacordo com o disposto no artigo 37, inciso XVI, "b", da Constituição de 1988.
- HERALDO SILVA FILHO (CPF n.º 526.475.287-72): o servidor é Assistente em
Administração no IFES (40 horas semanais, desde 29/9/1992) e professor de música da Faculdade
de Música do Espírito Santo (FAMES), pertencente ao Governo do Estado do Espírito Santo, desde
1/2/2011, onde segundo declaração daquela entidade cumpre 20 horas semanais (a partir de
1/10/2011). Ocorre que, como já discorrido anteriormente, o cargo de Assistente em Administração
não é considerado técnico, não permitindo, portanto, a acumulação como o cargo de professor no
Estado do Espírito Santo, independentemente da carga horária cumprida. Tal acumulação
encontra-se, pois, também em desconformidade com o disposto no art. 37, inciso XVI, "b", da
Constituição de 1988.
Ante tais constatações, entendemos que deverá ser determinado ao IFES que tome as
providências pertinentes com vistas à apuração das acumulações de cargos públicos acima
identificadas, nos termos do art. 133 da Lei n.º 8.112/90, em razão dessas acumulações não se
enquadrarem nas exceções contidas no inciso XVI, do art. 37, da Constituição Federal.
O segundo grupo, por conseguinte, diz respeito aos servidores com cargos públicos
acumuláveis, ou seja, dentro das exceções elencadas no inciso XVI, do art. 37, da Constituição
Federal, mas com jornadas incompatíveis, em desconformidade, portanto, com o "caput" do
referido art. 37.
No tocante à verificação de jornadas incompatíveis, faz-se necessário consignar nesse exame
que o Tribunal editou recente decisão (Acórdão 1.338/2011 - TCU - Plenário), na qual restou
sinalizada mudança no entendimento anterior referente à compatibilidade das jornadas. Com
efeito, a jurisprudência do TCU considerava como limite máximo, em casos de acumulação de
cargos ou empregos públicos, a jornada de trabalho de 60 horas semanais. Contudo, o referido
decisum inaugurou novo posicionamento no sentido de que a questão da incompatibilidade de
horários deve, sempre, ser estudada caso a caso, não subsistindo mais o limite objetivo de 60 horas
semanais. Portanto, para ser considerada legal a situação, deve o servidor comprovar a
compatibilidade de horários, sem prejuízo às atividades exercidas em cada um dos cargos
licitamente acumulados. Aliás, nesse mesmo sentido, o Poder Judiciário também vem entendendo,
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nos casos concretos que lhe são submetidos, ilegal a fixação do limite máximo de 60 horas
semanais, haja vista que a Constituição não estabeleceu essa limitação.
Deste modo, considerando-se a já mencionada relação dos 65 servidores do IFES, obtida
através de cruzamento de dados, detectamos 10 (dez) casos de acumulação irregular decorrente de
cargos acumuláveis, com jornadas incompatíveis, detalhados a seguir:
- CARLOS ALBERTO PONTES GOMES (CPF n.º 557.718.747-87): Cargo 1 (Professor do
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico), 40 horas (7:10h às 11:10h e de 18:30h às 22:30h), no
IFES, desde 17/12/1992. Cargo 2 (Procurador Municipal no Município da Serra, desde 1/8/1983),
segundo a RAIS/2011, perfaz 36 horas semanais. Carga horária total: 76 horas. Apresentou
declaração do referido Município de que se encontra dispensado da assinatura de ponto, em razão
de seu cargo exigir rotineiramente o cumprimento de atividades externas como comparecimento a
audiências, acompanhamento de processos judiciais e respectivos pedidos de carga, atuação nos
fóruns, Justiça do Trabalho, Tribunais de Justiça e de Contas, nos termos do §1.º do art. 42 da Lei
Municipal n.º 3.781, de 29/9/2011, e da Portaria n.º 507/98. Relativamente a este caso, o IFES, em
resposta ao Ofício de Requisição n.º 01/610/2012 - TCU/SECEX-ES, de 15/6/2012, desta equipe de
auditoria, informou que irá proceder à apuração detalhada do caso, tendo em vista que o
procurador não informou a sua carga horária, bem como a sua jornada de trabalho naquela
municipalidade. Concordamos, portanto, com o procedimento a ser adotado pelo IFES.
- DAVID SIBIAN RIOS (CPF n.º 055.479.887-58): Cargo 1 (Auxiliar de Enfermagem, desde
12/9/2007), 40 horas no IFES, porém cumpre 30 horas semanais (7h às 13 h) em virtude da
Resolução do Conselho Superior n.º 26/2010, de 2/8/2010, que aprova a regulamentação da
jornada diária de 6 horas para os servidores técnico-administrativos. Cargo 2 (Auxiliar de
Enfermagem), 30 horas semanais (12h às 18h), na Prefeitura Municipal da Serra, desde 19/5/2008.
Carga horária total: 70 horas. Vislumbra-se, portanto, um conflito de horários, que merece ser
melhor apurado pelo IFES, uma vez que segundo Declaração do Coordenador da Cae - Ifes -
Campus Vitória, Sr. José Luiz Silva, "o servidor tem seu ponto registrado diariamente de segunda a
sexta de 7:00 às 13:00 horas, entretanto, devido a uma necessidade interna de atendimento do
posto médico a jornada semanal cumprida por este servidor e acordada com sua chefia, é de
cumprimento de sua carga horária semanal de 30 horas da seguinte maneira, segunda à sexta de
6h e 40 minutos às 11h e aos sábados de 7h às 14 horas e 30 minutos".
- EMMANOEL GUASTI FERREIRA (CPF n.º 726.479.387-49): Cargo 1 (Professor do
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico), desde 23/11/2007, 40 horas semanais (13:30h às 17:30h e
de 18:30h às 22:30h), no IFES. Cargo 2 (Engenheiro), no Município de Vila Velha, desde
17/11/1992, 36 horas semanais (RAIS/2011). Carga horária total: 76 horas. O servidor apresentou
declaração da Prefeitura Municipal de Vila Velha informando que o mesmo possui horário de
trabalho flexível, dentro da jornada de trabalho (6 horas diárias - de segunda-feira a sexta-feira) -
Lei 2.737/92, em virtude da especificidade da atividade profissional que desempenha - vistoria
técnica relativa à montagem e funcionamento de equipamentos de elevação (o agendamento, de
cada vistoria, é efetuado pelo próprio servidor com as empresas de montagem e manutenção dos
equipamentos). Tendo em vista que o servidor não informou a sua jornada de trabalho naquela
Municipalidade, entendemos que o caso deve ser devidamente apurado pelo IFES.
- JOAQUIM DOS SANTOS JUNIOR (CPF n.º 051.344.107-71): Cargo 1 (Técnico em
Enfermagem), 40 horas (segunda à sexta, de 8 às 12 horas e de 14 às 18 horas), no IFES. Cargo 2
(Técnico em Enfermagem), 30 horas semanais, no Município de Vitória. Carga horária total: 70
horas. Desligou-se do segundo cargo, na Prefeitura Municipal de Vitória - PMV, em 2/8/2012.
Considerando-se que quando do início do seu efetivo exercício no IFES (9/1/2009) já se encontrava
em exercício na Prefeitura Municipal de Vitória (admissão em 3/1/2008), será necessário que o
IFES verifique se nesse período de tempo pretérito (9/1/2009 a 2/8/2012), em que se processou o
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acúmulo dos referidos cargos, houve compatibilidade de horários entre as jornadas de trabalho dos
dois cargos, para fins de comprovação da efetiva prestação de serviços do referido servidor junto
ao IFES. Nesse sentido, entendemos que deve haver uma melhor apuração do caso por parte do
IFES.
- KELLEY BONICENHA (CPF n.º 087.286.477-42): Cargo 1 (Professora Substituta), 20
horas semanais, no IFES, desde 1/3/2010 até 28/2/2012, não fazendo mais parte do quadro de
servidores do Ifes. Cargo 2 (Professora de Educação Física), 25 horas, no Município de Linhares,
desde 15/1/2008. Cargo 3 (Vínculo privado, celetista, no SESI - professora), 184:50 horas/mês
(36,90 horas semanais), desde 2/8/2010, conforme documentação apresentada pelo próprio SESI.
Carga horária total dos três vínculos: 81,90 horas semanais. Na RAIS/2010 constou que a referida
ex-servidora era Diretora de Escola na Prefeitura Municipal de Linhares, mas conforme
contracheque referente a Junho/2012 proveniente de documentação encaminhada por aquela
Prefeitura, e declaração da própria servidora, o cargo ocupado pela mesma é o de professora,
nunca tendo exercido o cargo de Diretora. Vale ressaltar, segundo declaração do Coordenador da
Coordenadoria de Gestão de Pessoas do Campus Linhares, Geonavi Alipio N. Silva, que a ex-
servidora em destaque quando entrou em exercício no Ifes, possuía acúmulo lícito de cargos e
compatibilidade de horários, visto que o seu cargo temporário no Ifes (20 horas) com o cargo na
Prefeitura de Linhares (25 horas) somavam 45 horas semanais, tendo a referida ex-servidora
apresentado na sua respectiva declaração de acumulação de cargos os horários praticados em
ambos os cargos. O problema ocorreu ao longo da execução do contrato temporário com o Ifes,
quando, a partir de 2/8/2010, a ex-servidora contraiu um novo vínculo com o SESI, o qual é
considerado de natureza privada. Tendo em vista o fato de a ex-servidora não ter apresentado a sua
jornada de trabalho no SESI, entendemos que deva ser averiguada a compatibilidade de horários
entre os três vínculos então vigentes no período de 2/8/2010 a 28/2/2012, cuja carga horária total
parece ter somado 81,90 horas semanais. Assim, embora a ex-servidora em epígrafe já tenha se
desligado do Ifes, essa apuração será necessária para se confirmar se diante das cargas horárias e
jornadas de trabalho então praticadas, aquela interessada efetivamente desempenhou suas
atividades no Ifes, na forma pela qual foi contratada.
- RAFAEL ROSSI CASSARO (CPF n.º 052.069.467-88): Atualmente possui Cargo 1
(Médico), 40 horas semanais (antes de 1/7/2012 cumpria apenas 20 horas semanais), no IFES e
Cargo 2 (Médico Plantonista), 12 horas semanais, contrato temporário na Prefeitura Municipal de
São Roque do Canaã, desde 1/4/2012, com término previsto em 31/12/2012. Carga horária total:
52 horas semanais. Ocorre que no passado, mais especificamente no período de 2008 a 2011, o
então servidor exerceu o vínculo privado, celetista, médico, na ORDESC - Organização para o
Desenvolvimento Social e Cidadania, de 1/2/2008 a 30/6/2011, com 35 horas semanais, segundo a
RAIS/2010, concomitantemente com o cargo de médico no IFES (então com 20 horas semanais) e o
cargo de médico também na Prefeitura de São Roque do Canaã, com 24 horas semanais (1/3/2004
a 13/7/2011 - RAIS/2011), acumulando, dessa forma, uma carga horária total de 79 horas
semanais. Tal acúmulo já havia sido objeto do Processo de Sindicância n.º 23147.000055/2011-11,
motivo pelo qual o referido servidor promoveu a redução na sua carga horária de trabalho.
Entretanto, verificamos que apesar da carga horária total atual estar abaixo de 60 horas semanais,
a jornada de trabalho correspondente à mesma não foi demonstrada, para fins de apuração da
compatibilidade de horários. Quanto ao passado, entendemos, relativamente ao período de
1/2/2008 a 13/7/2011, que o IFES deva proceder à apuração da compatibilidade de horários, à
época, dos três vínculos então vigentes, de modo a confirmar se o servidor em análise realmente
cumpriu sua jornada de trabalho na Instituição.
- ROBERTO CARLOS FARIAS DE OLIVEIRA (CPF n.º 891.054.007-91): Cargo 1
(Professor), 40 horas, no IFES, desde 29/9/2010. Cargo 2 (Professor), 20 horas, na Prefeitura de
Campos/RJ, no período de 15/5/2003 a 19/4/2011. Cargo 3 (Professor), 20 horas, no Governo do
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Estado do Rio de Janeiro, no período de 26/6/2006 até 1/9/2010. Houve acúmulo, portanto, entre o
cargo de professor do IFES (40 horas) e o cargo de professor da Prefeitura Municipal de
Campos/RJ (20 horas), totalizando 60 horas semanais, no período de 29/9/2010 a 19/4/2011 (em
torno de 7 meses). Resta saber se, no período assinalado, a jornada de trabalho entre esses dois
cargos era compatível, de modo a se confirmar se o servidor em relevo efetivamente cumpriu a sua
carga horária no IFES, o que exigirá uma apuração mais detalhada por parte desse Instituto.
- SELMA SIMONE DE SOUZA ALVES (CPF n.º 031.984.337-89): Cargo 1 (Auxiliar de
Enfermagem), 40 horas, no IFES, desde 1/3/2005. Contudo, de acordo com a Resolução n.º
26/2010 do Conselho Superior do IFES, a referida servidora vem exercendo uma carga horária de
30 horas semanais de segunda à sexta, no horário de 07:00 às 13:00 horas. Cargo 2 (Auxiliar de
Enfermagem), na Prefeitura Municipal da Serra, desde 14/9/2004, com carga horária de 30 horas
semanais de segunda à sexta, no horário de 12:00 às 18:00 horas, conforme declaração da própria
Prefeitura da Serra/ES. Carga horária total: 70 horas semanais. Ainda que no IFES a servidora
cumpra uma jornada de apenas 30 horas semanais, em razão de regulamentação interna, verificou-
se, no âmbito das 60 horas semanais, a comprovação da incompatibilidade de horários entre os
dois cargos, no montante de 1 hora. Restou comprovada, portanto, a acumulação ilegal de cargos
por jornadas incompatíveis.
- SHEILA ATAÍDE DOMINGUES DE SOUZA (CPF n.º 009.806.707-99): Cargo 1
(Psicóloga), 40 horas semanais, no IFES, desde 2/1/1995. Cargo 2 (Psicóloga), 40 horas semanais,
na Prefeitura Municipal de Alegre, desde 2/2/2004. Demitiu-se deste último vínculo em 8/5/2012
(Decreto Municipal n.º 8.430/2012). Embora essa acumulação não mais persista, constatou-se no
período de 2/2/2004 a 8/5/2012 (cerca de oito anos) a acumulação dos dois cargos com carga
horária total de 80 horas semanais. Resolvida a questão no presente, resta saber se, no período
passado assinalado, a jornada de trabalho entre esses dois cargos era compatível, de modo a se
confirmar se a servidora em relevo efetivamente cumpriu a sua carga horária no IFES, o que
exigirá uma apuração mais detalhada por parte do Instituto.
- WELINTON SILVA (CPF n.º 836.361.706-78): o servidor é Pedagogo no IFES (40 horas
semanais - segunda a sexta, com carga horária diária de 8 horas, distribuídas das 14:00 horas às
18:00 horas e de 19:00 horas às 21:00 horas), desde 13/7/2010 e era, também, Pedagogo na
Prefeitura Municipal da Serra (25 horas semanais), desde 14/7/2006 até 3/2/2011, no turno
matutino. Informou que quando do início de seu efetivo exercício IFES (13/7/2010), ainda
trabalhava na Prefeitura da Serra no turno matutino, perfazendo uma carga horária de 25 horas
semanais. Acrescentou que no dia 7/7/2010, antes da sua posse no IFES, ocorrida em 9/7/2010, já
havia entrado com pedido de redução de carga horária junto à Prefeitura da Serra de 25 h para 20
h semanais e ficou aguardando o seu desfecho. Declarou que após a negativa de tal solicitação,
pediu exoneração da Prefeitura da Serra. Observa-se que neste caso os cargos eram
inacumuláveis (dois cargos de natureza científica), já tendo sido feita a opção por um dos cargos.
Ocorre que no período que vai de 13/7/2010 a 3/2/2011 (aproximadamente 7 meses), ocorreu a
acumulação ilícita de 65 horas semanais. O servidor não apresentou a sua jornada de trabalho na
Prefeitura Municipal da Serra, relativamente a esse período, de modo a se saber se havia
compatibilidade de horário. Ademais, a jornada de trabalho apresentada pelo campus Aracruz do
IFES perfaz apenas 7 horas diárias (35 horas semanais) e não 40 horas semanais, conforme
declarado. Entendemos que o IFES deverá proceder a uma apuração mais detalhada para se saber
se naquele período passado houve efetivamente a prestação de serviços ao referido Instituto.
Diante do exposto, verificamos que apesar de já terem sido abertos por parte dos respectivos
"campi" do IFES processos administrativos objetivando a apuração dos indícios de acumulações
de cargos apontados por esta auditoria, em atendimento ao Ofício de Requisição n.º 01-610/2012-
TCU/SECEX-ES, a maioria dos casos elencados anteriormente, relacionados a acumulação de
cargos com jornadas de trabalho supostamente incompatíveis, ainda não foram definitivamente
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EVIDÊNCIAS - Parte 4 - Peça 55 - Referente ao servidor Joaquim dos Santos Junior, folhas
36/47.
EVIDÊNCIAS - Parte 4 - Peça 55 - Referente à servidora Kelley Bonicenha, folhas 21/35.
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Referente ao servidor Rafael Rossi Cassaro, folhas
60/66.
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Complemento referente ao servidor Rafael Rossi
Cassaro, folhas 54/55.
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Referente ao servidor Roberto Carlos Farias de Oliveira,
folhas 24/28.
EVIDÊNCIAS - Parte 1 - Peça 52 - Referente à servidora Selma Simone de Souza Alves,
folhas 1/17.
EVIDÊNCIAS - Parte 3 - Peça 54 - Referente à servidora Sheila Ataíde Domingues de Souza,
folhas 1/8.
EVIDÊNCIAS - Parte 8 - Peça 59 - Referente ao servidor Welinton Silva, folhas 33/34.
Evidências - Documento referente a Adão Queiroz e Tatiana Oliveira Costa. - Peça 66 -
Complemento referente ao servidor Adão Queiroz, folhas 1/2.
SINDICÂNCIAS REALIZADAS PELO IFES. - Peça 65, referente aos servidores Adão
Queiroz e Rafael Rossi Cassaro, folhas 1/58.
ATENDE OFÍCIO Nº 557/2012-TCU-SECEX-ES - Peça 43, referente à servidora Kelley
Bonicenha (SESI), folhas 1/9.
ATENDE OFÍCIO Nº 550/2012-TCU-SECEX-ES - Peça 42, referente à servidora Kelley
Bonicenha (Prefeitura Municipal de Linhares), folhas 1/10.
Em atendimento ao ofício nº 547/2012 - TCU - SECEX - ES?
?
PARTE 02 CD-R - Peça 38, referente ao servidor Joaquim dos Santos Júnior, folhas 1/24.
Referente ao Oficio 546/2012 - TCU/SECEX-ES - Peça 30, referente aos servidores David
Sibian Rios e Welinton Silva, folhas 1/16.
2.2.7 - Esclarecimentos dos responsáveis:
Em atendimento ao Ofício de Requisição n.º 01-610/2012-TCU/SECEX-ES, de 15/6/2012,
emitido pela equipe de auditoria, ainda na fase de planejamento, que levou ao conhecimento do
IFES os indícios de acumulação obtidos do cruzamento de sistemas eletrônicos, ao mesmo tempo
em que solicitou à entidade, nos termos do art. 133 da Lei n.º 8.112/90, providências objetivando a
convocação dos servidores listados (ou respectivos pensionistas, no caso dos instituidores de
pensão), a fim de apurar os indícios de acumulação ilícita de remuneração/proventos/pensões, cujo
resultado foi encaminhado de forma consolidada à equipe na fase inicial da execução desta
auditoria, o Instituto em referência encaminhou os seguintes esclarecimentos acerca de como
procedeu nessa apuração:
"2. Na tabela utilizamos as carga horárias informadas pelos servidores notificados e não as
cargas horárias apuradas e contidas inicialmente na planilha encaminhada pelo Tribunal de
Contas da União.
18
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0
20
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0
2.3 - Servidores ativos com emprego privado cuja jornada é incompatível com o serviço
público, em desconformidade com o art. 117, XVIII, da Lei 8.112/90.
Relação com nome do servidor, CPF, cargos exercidos, jornadas de trabalho no IFES e nos
demais vínculos, respectivamente, e total da jornada acumulada:
- ALEXANDRE K. ZOCOLOTI (CPF n.º 013.558.247-45): Cargo 1 (Professor do Ensino
Básico, Técnico e Tecnológico no IFES, desde 23/12/2008), 40 horas (13 às 17 e 18 às 22 horas).
Cargo 2 (Professor no Centro de Ensino Cachoeirense Darwin Linhares, desde 1/7/2010 até
22/8/2011). Informou que perfaz 4 horas na escola privada, porém, segundo a RAIS/2011, perfaz 44
21
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0
horas semanais. No entanto, não existe declaração da escola nesse sentido, em que pese o servidor
haver informado que tão logo estivesse de posse da mesma, seria apresentada ao IFES.Ainda
segundo a RAIS/2011, o servidor possui um vínculo com a Sociedade Capixaba de Educação Ltda,
desde 1/2/2011, com 5 horas semanais, além de um outro vínculo com o Centro Educacional
Charles Darwin, também, desde 1/2/2011, com 28 horas semanais. Logo, observa-se que no
período de 1/7/2010 até 22/8/2011 houve o acúmulo de 4 vínculos, com carga horária total de 117
horas semanais. Relativamente a este caso, o IFES, em resposta ao Ofício de Requisição n.º 01-
610/2012 - TCU/SECEX-ES, de 15/6/2012, desta equipe de auditoria, informou que a situação está
irregular, pois falta documentação comprobatória da quantidade de horas trabalhadas no
instituição privada. Determinar ao IFES que verifique a compatibilidade de horários desde
01/07/2010 até a presente data.
- BRENO BRICIO AMARAL (CPF n.º 104.576.687-92): Cargo 1 (Assistente em
Administração no IFES desde 13/1/2009), 40 horas com redução para 30 horas em virtude da
Resolução do Conselho Superior 26/2012 (7 às 13horas). Cargo 2 (como trabalhador avulso, desde
1/12/2009, no Órgão Gestão Mão de Obra Trab. Avulso, como estivador - possibilidade de trabalho
nos horários de 19 à 01 h; 01 às 7 h; 7 às 13 h; e 13 às 19 horas), sendo declarado pela OGMO
que o referido servidor é trabalhador portuário avulso integrante da atividade Multifuncional,
razão pela qual não teria carga horária estipulada. Apresentou demonstrativo do OGMO de 22/6 a
22/7/2012, sendo constatado que os trabalhos foram efetuados em turnos distintos do IFES.
Segundo o IFES o caso será apurado mais detalhadamente, pois o servidor não teria comprovado o
total de horas trabalhadas no vínculo particular. Determinar ao IFES que verifique a
compatibilidade de horários desde 13/1/2009.
- DORIAN MIRANDA RANGEL (CPF n.º 674.298.667-00): Cargo 1 (Professor no IFES
desde 1/9/92), 40 horas (13 às 17 e de 18 às 22 horas). Cargo 2 (Professor no UP, ocupante do
cargo Diretor Acadêmico - na RAIS cadastrado como Auxiliar de Escritório, em geral) desde
1/4/2009, com 44 horas semanais. A partir de 1/7/2012 reduziu sua carga para 20 horas semanais,
de 8 às 12 horas. Em nosso entendimento, o IFES deverá verificar a compatibilidade de horário no
período de 1/4/2009 a 1/7/2012, ocasião em que havia o acúmulo de uma carga horária total de 84
horas semanais, em que pese aquela instituição ter considerado o caso regular.
- ELSON DA SILVA ABREU (CPF n.º 451.247.287-87): Cargo 1 (Professor no IFES - 40
horas), desde 24/1/2003. Cargo 2 (Engenheiro de Segurança do Trabalho na Mineração Guidoni),
10 horas, desde 17/8/2009. Cargo 3 (Engenheiro Mecânico na Frisa Frigorífico Rio Doce S/A), 44
horas, desde 10/1/2001. Porém, segundo declaração da própria FRISA, a sua carga horária seria
de apenas 10 horas semanais. Não apresentou a sua jornada semanal no IFES, muito menos nas
empresas privadas. Em nosso entendimento, o IFES deverá verificar os seu respectivos horários de
trabalho nessas três instituições nos últimos 5 (cinco) anos, a fim de confirmar a compatibilidade
entre eles, em que pese a acumulação ter sido considerada legal, conforme conclusão constante do
Processo de Sindicância n.º 23.1470055/2011-11.
- ELVIRA PADUA LOVATTE (CPF n.º 002.913.067.05): Cargo 1 (Professor no IFES desde
9/2/2009), 40 horas (7 às 13 e de 14 às 16 horas). Cargo 2 (Associação Educacional de Vitória -
AEV), desde 1/3/2011, como professor - 8 horas semanais - noturno - 1.º sem/2012. Cargo 3
(Fundação de Assistência e Educação - FAESA, desde 1/3/1998 - 12 horas semanais - 1.º
sem/2012). Não houve detalhamento do horário de trabalho na FAESA e na AEV. O IFES questiona
o 1.º semestre de 2011, em que é totalizada a carga horária de 22 hs semanais na declaração
apresentada, a qual foi reduzida para 16 hs no 2º semestre daquele ano e para 12 hs no 1º
semestre/2012. O IFES considerou ilegal em razão de no 1º semestre/2011 haver ultrapassado 60
hs semanais. Em nosso entendimento, o IFES deverá solicitar os horários de trabalho exercidos na
FAESA e na AEV, desde 9/2/2009 (data de ingresso da servidora no IFES) até a presente data, com
vistas à confirmação da compatibilidade de horários.
22
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0
horário). Em 2011, 1º semestre, sua carga horária semanal era de 12 horas e, no 2º semestre, de 11
hs. Em 2010, 21 hs no 1º/semestre e de 24 hs no 2º semestre. Cargo 3 (Na CTA - Serviços em Meio
Ambiente Ltda. desde 1/9/2008, cumpre 4 horas semanais - terça-feira, de 8 às 12 horas). Não
obstante a carga horária atualmente ser inferior à 60 horas, entendemos, assim como o IFES, que
não foram especificadas as suas grades de horário na instituição de ensino privada (AEV),
necessitando, dessa forma, de melhor apuração por parte daquela Instituição. Determinar ao IFES
que verifique a compatibilidade de horários entre os 3 vínculos coexistentes, desde 9/11/2010 (data
do seu ingresso no Instituto).
- MARCOS ANTONIO SATLER (CPF n.º 876.211.777-72): Cargo 1 (Engenheiro Agrônomo
no IFES desde 1/3/2005), 40 horas. Cargo 2 (Professor da Faculdade de Ciências e Letras de
Alegre desde 01/02/1993). Nessa faculdade, de acordo com declaração da mesma, a sua carga
horária foi reduzida para 17,6 horas semanais a partir de março/2012. Considerando que o
servidor não apresentou os seus horários de trabalho em cada um dos vínculos identificados,
manifestamo-nos no sentido de que o IFES proceda à avaliação da compatibilidade de horários do
trabalho por ele exercido nas duas instituições, nos últimos 5 anos.
- NILZETE FABRI RODRIGUES DE ASSIS (CPF n.º 005.421.447-51): Cargo 1 (Auxiliar em
Administração no IFES desde 1/9/1992 - 40 hs, passando para 30 hs segundo a Portaria nº
706/2007). Cargo 2 (Possuía vínculo como Coordenadora do Departamento Infantil com a 1ª
Igreja Batista, 44 horas semanais, no período de 2/5/2006 a 30/3/2011). Segundo declaração da
referida igreja não tinha obrigação de cumprir horário nem dia fixo para comparecimento, sendo
que o seu trabalho se realizava na coordenação de reuniões esporádicas em horário noturno
durante a semana e periodicamente aos finais de semana. Foi concedida licença sem vencimento -
Portaria 828/2007, no período de 12/11/2007 a 3/1/2011. O IFES considerou a acumulação ilegal,
em razão desta ultrapassar 60 horas semanais - já que a servidora permaneceu dois meses
cumprindo 88 horas semanais, e por manter vínculo privado no período de 2/5/2006 a 30/3/2011.
Em nosso entendimento, deverá ser verificado o efetivo cumprimento do seu horário de trabalho no
IFES no período de 2/5/2006 a 12/11/2007, bem como no de 4/1/2011 a 30/3/2011, períodos esses
em que ela não se encontrava licenciada e mantinha o vínculo com a instituição supra
mencionada.
- PAULO ROBERTO PREZOTTI FILHO (CPF n.º 005.421.447-51): Cargo 1 (Professor no
IFES desde 5/10/2010) - 40 horas (de 13:10 às 17:10 e 18:10 às 22:10). Cargo 2 (Leciona no UP -
União de Professores desde 2/2/2009, 12 horas semanais, segunda, terça, quinta e sexta, de 7 às
10:30 horas). Cargo 3 (Consta vínculo com a Unipre Educacional, segundo cópia da Carteira de
Trabalho apresentada). Possuía vínculo no Fernando da Silva Cobe (Contec), nas unidades de
Vitória (1/3/2005 a 16/12/2011) e Vila Velha (1/3/2005 a 1/2/2012). Possuía vínculo na Sociedade
Educacional Jardim Camburi, no período de 1/3/2002 a 23/2/2012. Houve sentença judicial
determinando a baixa na Carteira de Trabalho, relativamente à entidade Nossa Senhora do Carmo,
proferida em 9/12/2012, pelo Juiz titular da 7ª Vara do Trabalho de Vitória. O IFES considerou
ilegal os acúmulos privados. Em consulta efetuada à RAIS 2011, pode-se constatar que o servidor
possui, além do IFES, somente mais um vínculo, na União de Professores - UP, já que houve o
desligamento nas entidades privadas Contec e na Sociedade Educacional Jardim Camburi. Em
nossa opinião, o IFES deverá verificar se realmente houve o cumprimento da sentença judicial que
determinou a baixa na CTPS com relação à Sociedade Educacional Nossa Senhora do Carmo Ltda,
bem como requerer a comprovação do seu desligamento da UNIPRE. Ademais, entendemos que o
IFES deverá verificar a compatibilidade de horários entre os vínculos exercidos pelo servidor em
referência desde a data do seu ingresso na instituição (5/10/2010), de modo a confirmar o efetivo
cumprimento da sua carga horária na mesma.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0
Diante do exposto, verificamos que apesar de já terem sido abertos por parte dos respectivos
"campi" do IFES processos administrativos objetivando a apuração dos indícios de
incompatibilidade de horários entre os cargos ocupados por seus servidores e os empregos
privados a eles relacionados, em atendimento ao Ofício de Requisição n.º
01-610/2012-TCU/SECEX-ES, na maioria dos casos elencados anteriormente ainda não houve
uma conclusão sobre a regularidade de tais acúmulos, por falta de elementos destinados a
comprovar os horários de trabalho efetivamente cumpridos em cada um dos vínculos ocupados.
Nesse sentido, entendemos que deva ser determinado ao IFES que prossiga de forma mais
detalhada com as apurações já iniciadas dos casos anteriormente relacionados, quanto à
compatibilidade de horários e a eventual ocorrência de prejuízos às atividades exercidas em cada
um dos vínculos acumulados pelos servidores, aplicando-se, se cabível, o previsto no artigo 143 da
Lei 8.112/90, bem como procedendo à devida reposição ao erário, nos termos do art. 46 da referida
lei e alterações posteriores, na hipótese de constatada a não contraprestação de serviços.
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Conforme peça elaborada por Danusa Simon Robers - Diretora de Gestão de Pessoas do
IFES, folhas 1/2.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0
- WELINTON SILVA (CPF n.º 836.361.706-78): quando de sua posse no IFES, em 9/7/2010,
como Pedagogo (40 horas), o servidor já possuía o cargo de Pedagogo (25 horas), na Prefeitura
Municipal da Serra/ES, uma vez que nele já se encontrava em exercício desde 14/7/2006, entretanto
omitiu tal fato de sua Declaração de Acumulação de Cargos, naquela oportunidade. Observando-
se que, no caso do servidor em tela, os cargos eram inacumuláveis (dois cargos de natureza
científica).
No âmbito do Acórdão TCU n.º 1626/2012 do Plenário, proferido na Sessão de 27/6/2012, o
Relator José Jorge ao constatar uma relação extensa de servidores da Fundação Universidade
Federal do Amapá - Unifap e no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá -
Ifeap, que teriam firmado declaração falsa ou omissa de cargos públicos, teceu as seguintes
considerações em seu Voto:
"7. Como última consideração, em relação às declarações firmadas por servidores
asseverando a não acumulação ilícita de cargos públicos em desacordo com a realidade
fática, penso que na apuração de cada caso a Administração deverá verificar se, de fato,
há indícios da presença de algum tipo penal, a exemplo do crime de falsidade ideológica,
casos esses que deverão ser encaminhados ao Ministério Público Federal para a adoção
das medidas que entender cabíveis".
Tal entendimento, por conseguinte, gerou as seguintes determinações à Fundação
Universidade Federal do Amapá e ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Amapá, respectivamente:
"9.1. determinar à Fundação Universidade Federal do Amapá que:
(...)
9.1.3. instaure, nos termos do art. 143 da Lei nº 8.112/1990, o devido processo
administrativo para concessão de contraditório e ampla defesa aos servidores apontados
na peça 36, relativamente aos indícios de declarações falsas/omissas;
9.2. determinar ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá que:
(...)
9.2.2. instaure, nos termos do art. 143 da Lei nº 8.112/1990, o devido processo
administrativo para concessão de contraditório e ampla defesa aos servidores apontados
nas peças 26 e 28, relativamente aos indícios de declarações falsas/omissas, levando ao
conhecimento do Ministério Público Federal os casos em que há indícios da presença de
algum tipo penal, a exemplo do crime de falsidade ideológica;"
Considerando-se, contudo, no contexto em análise, a existência de dois casos isolados, assim
como o fato de que os referidos servidores já, comprovadamente, se desligaram daqueles cargos
municipais, o primeiro em 14/6/2012, e o segundo em 1/2/2011, entendemos, excepcionalmente, que
não se faz mais necessária uma determinação ao IFES para que apure a infração disciplinar por
eles cometidas, nos termos do artigo 143 da Lei 8.112/90.
Por outro lado, entendemos que deva ser recomendado ao IFES que discipline a entrega
periódica da declaração de acumulação de cargos e no caso de omissão e declaração falsa
instaure o competente processo disciplinar, nos termos do art. 143 da Lei n.º 8.112/90, levando ao
conhecimento do Ministério Público Federal os casos em que houver indícios da presença de
algum tipo penal, a exemplo do crime de falsidade ideológica.
2.4.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Processo (Autos) Mem. 020/2012-CDP/2012 - Acumulação de cargos (campus Vila Velha),
referente a WELINTON SILVA.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0
com o de DE. Constatamos em consulta realizada no SIAPE que a servidora Viviane Monteiro
Azambuja procedeu ao ressarcimento da importância devida (R$ 3.956,65), mediante descontos
efetuados em sua folha de pagamento nos meses de outubro/ 2011 a fevereiro/2012, e que, quanto
ao servidor Fidelis Zanetti de Castro, foi feita, no mês de fevereiro/2012, uma compensação de
valores que ele tinha a receber decorrentes de processo anterior relativo a progressão funcional.
Nos 3 casos restantes, relativos aos servidores Rafael Rossi Cassaro, José Alves Junior e
Adão Queiroz, verificamos que a providência sugerida pela Comissão foi no sentido de se
comunicar aos servidores acerca da necessidade de redução das respectivas cargas horárias de
trabalho, de forma a adequá-las ao limite de 60 horas semanais, considerando o Parecer GQ nº
145, da Advocacia-Geral da União, de 30/03/1998. No tocante à verificação de jornadas
incompatíveis, impende registrar o recente entendimento do Tribunal esposado quando proferiu o
Acórdão 1.338/2011 - Plenário, no qual restou sinalizada mudança de entendimento anterior
referente à compatibilidade das jornadas, assunto esse já abordado no Achado de nº 3. Com
relação aos servidores Rafael e Adão, detectamos que ambos procederam à redução de sua
jornadas, conforme já relatado no Achado n.º 2. Já no que tange ao servidor José Alves,
entendemos que deva ser expedido alerta ao IFES para que se adeque ao novo entendimento do
Tribunal sobre a matéria, consubstanciado no decisum supracitado.
Cabe registrar que em 29/03/2012 a Coordenadoria de Desenvolvimento de Pessoas do
Campus Serra deu início ao processo administrativo nº 23158.000273/2012-16 visando apurar
possíveis irregularidades no descumprimento ao regime de Dedicação Exclusiva, de acumulação
ilegal de cargos públicos, bem como da jornada de trabalho por parte de alguns servidores, sendo
constatado na auditoria que todos os servidores relacionados no mencionado processo já haviam
sido investigados pelo procedimento disciplinar instaurado anteriormente, de nº
23.147.000055/2011-11, acima aduzido.
2.5.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Processo (Autos) TC 018.999/2009-6 - Processo de Prestação de Contas do IFES relativo ao
exercício de 2008.
Processo (Autos) TC 023.561/2008-0 - Processo de Prestação de Contas do IFES relativo ao
exercício de 2007.
Processo (Autos) TC 026.684/2011-0 - Processo de Prestação de Contas do IFES relativo ao
exercício de 2010.
Processo (Autos) TC 027.853/2010-1 - Processo de Prestação de Contas do IFES relativo ao
exercício de 2009.
Processo (Autos) 23147.000055/2011-11/2011 - Processo de Sindicância instaurado pelo
IFES, destinado a apurar indícios de exercício irregular da dedicação exclusiva, de acumulação
ilegal de cargos e de descumprimento da jornada regular de trabalho, em cumprimento à
solicitação de Auditoria n.º 201001209/01 e Ofício 14.434/CGU Regional/ES/CGU-PR, de
10/5/2010.
Processo (Autos) 23158.000273/2012-16/2012 - Processo de Sindicância instaurado pelo
Campus Serra, destinado a apurar indícios de descumprimento do regime de dedicação exclusiva,
de acumulação ilegal de cargos públicos e de descumprimento da jornada de trabalho de alguns
servidores do IFES, em cumprimento à solicitação da CGU/ES contida no Relatório Anual de
Contas nº 201108770, relativo ao exercício de 2010.
2.5.3 - Causas da ocorrência do achado:
1) insuficiência dos controles adotados na gestão de recursos humanos que acarretaram o
descumprimento das determinações do Tribunal de Contas da União - A mudança ocorrida, do
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.957/2012-0
Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo - CEFETES para o Instituto Federal do
Espírito Santo - IFES, e dos novos campi em funcionamento, com inclusão das Escolas
Agrotécnicas na condição de campus do Instituto, acarretou a descentralização da estrutura
organizacional, prejudicando, em um período significativo de tempo, o controle por parte da
Reitoria.
2.5.4 - Efeitos/Conseqüências do achado:
Prejuízos gerados por pagamentos indevidos (efeito potencial) - A intempestividade dos
gestores do IFES na implementação de ressarcimentos ao erário, a exemplo daqueles decorrentes
do descumprimento do regime de dedicação exclusiva por professores submetidos a esse regime de
trabalho, pode ocasionar prejuízos aos cofres públicos em razão de decisões judiciais favoráveis à
aplicação da prescrição quinquenal no cálculo dos valores a serem ressarcidos. A respeito disso,
frisamos que no Relatório da CGU/ES relativo ao exercício de 2010, é citada como exemplo a ação
judicial n° 2007.50.01.011439-9 (1KF-2a Região), por meio da qual professores do IFES,
identificados no Processo Administrativo Disciplinar constituído pela Portaria CEFET/ES n° 123,
de 24/03/2003 (processo n° 23046.000645/2003-72), solicitaram a aplicação da prescrição
quinquenal prevista no artigo 54 da Lei 9.784/1999 no cálculo dos valores a serem por eles
ressarcidos em razão do descumprimento do regime de Dedicação Exclusiva.
2.5.5 - Critérios:
Acórdão 414/2004, item 9.2.4, Tribunal de Contas da União, Plenário
Acórdão 2678/2007, item 9.3, Tribunal de Contas da União, Plenário
Acórdão 2287/2004, Tribunal de Contas da União, 2ª Câmara
Acórdão 2493/2008, Tribunal de Contas da União, Plenário
Acórdão 3044/2010, item 1.6.1.1, Tribunal de Contas da União, Plenário
2.5.6 - Evidências:
Evidências - Acórdãos do TCU cujos descumprimentos foram mencionados nas contas de
2009 e 2010. - Peça 68 - Contém elementos que evidenciam o descumprimento dos Acórdãos
2287/2004 e 3044/2010 - Plenário, contidos no processo de contas do IFES atinente ao exercício de
2010 (TC 026.684/2011-0), folhas 1/20.
Evidências - Acórdãos do TCU cujos descumprimentos foram mencionados nas contas de
2009 e 2010. - Peça 67 - Contém elementos que evidenciam o descumprimento dos Acórdãos
414/2004 e 2678/2007 - Plenário, contidos nos processos de contas do IFES atinentes aos
exercícios de 2009 e 2010 (TC 027.853/2010-1 e TC 026.684/2011-0, respectivamente), folhas 1/7.
Evidências - Acórdão do TCU cujo descumprimento foi mencionado nas contas de 2009 e
2010. - Peça 69 - Contém elementos que evidenciam o descumprimento do Acórdão 2493/2008 -
Plenário, contidos no processo de contas do IFES atinentes aos exercícios de 2009 e 2010 (TC
027.853/2010-1 e TC 026.684/2011-0, respectivamente), folhas 1/10.
3 - CONCLUSÃO
As seguintes constatações foram identificadas neste trabalho:
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4 - PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
Ante todo o exposto, somos pelo encaminhamento dos autos ao Gabinete do Exmo. Sr.
Ministro-Relator José Jorge, com as seguintes propostas:
4.1. Determinar ao IFES, com fundamento no inciso I do art. 43 da Lei n.º 8.443/92, c/c o
inciso II do art. 250 do Regimento Interno do TCU, que:
4.1.1. adote providências, no prazo de 30 (trinta) dias, com vistas ao levantamento do
montante indevidamente recebido a título de dedicação exclusiva pelos docentes a seguir
relacionados, nos períodos abaixo indicados, assegurando-se aos mesmos o direito do
contraditório e da ampla defesa, objetivando a imediata reposição aos cofres públicos, nos termos
do art. 46 da Lei n.º 8.112/90 e alterações posteriores (subitem 2.1):
- ALFEU SCARPAT JUNIOR (CPF n.º 493.513.117-91): período de 10/12/2010 a 2/2/2011;
- CLÁUDIO MENEGATTI MASSARO (CPF n.º 072.510.827-48): período de 1/8/2011 a
5/8/2011;
- EDUARDO MAX AMARO AMARAL (CPF n.º 007.773.037-28): período de 22/2/2011 a
3/3/2011;
- HELDER JANUÁRIO DA SILVA GOMES (CPF n.º 008.118.477-80): período de 3/12/2010
a 19/1/2011;
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4.1.4. adote providências, no prazo de 90 (noventa) dias com vistas a prosseguir, de forma
mais detalhada, com a verificação da compatibilidade de horários e se não há prejuízo às
atividades exercidas em cada um dos vínculos acumulados pelos servidores relacionados abaixo,
uma vez que os mesmos possuem jornada total semanal superior a 60 (sessenta) horas semanais,
aplicando, se for o caso, o previsto no art. 143 da Lei nº 8.112/1990, e promovendo a reposição ao
erário dos valores pagos indevidamente, na forma do art. 46 da referida lei e suas alterações
posteriores, na hipótese de comprovada a não contraprestação de serviços (subitem 2.3):
- ALEXANDRE K. ZOCOLOTI (CPF n.º 013.558.247-45): verificar a compatibilidade de
horários entre os vínculos então coexistentes desde 01/07/2010 até a presente data;
- BRENO BRÍCIO AMARAL (CPF n.º 104.576.687-92): verificar a compatibilidade de
horários desde 13/1/2009;
- DORIAN MIRANDA RANGEL (CPF n.º 674.298.667-00): verificar a compatibilidade de
horário no período de 1/4/2009 a 1/7/2012;
- ELSON DA SILVA ABREU (CPF n.º 451.247.287-87): verificar os respectivos horários de
trabalho nos 3 (três) vínculos coexistentes nos últimos 5 (cinco) anos;
- ELVIRA PADUA LOVATTE (CPF n.º 002.913.067.05): solicitar os horários de trabalho
exercidos na FAESA e na AEV, desde 9/2/2009;
- ENES FOLLADOR NOGUEIRA (CPF n.º 022.825.177-09): discriminar os horários de
trabalho junto à Escola São Domingos, Colégio Marista Nossa Senhora da Penha, SEB-COC e
Colégio Sagrado Coração de Maria, e não somente a carga horária, a fim de que se possa
confirmar se há compatibilidade de horários com o IFES;
- LEONARDO POLESE ALVES (CPF n.º 890.871.867-20): solicitar o detalhamento da
declaração fornecida pelo Centro Educacional Charles Darwin, mormente no tocante à carga
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horária destinada à coordenação dos ensino médio e fundamental, para fins de verificação de
compatibilidade de horário;
- LUCIANO ZAMPROGNO FONTANA (CPF n.º 078.533.747-47): verificar a
compatibilidade de horários desde 26/11/2008, mediante a discriminação dos horários de trabalho
prestado junto ao IFES e ao Instituto de Ensino Superior da Região Serrana;
- MARCELO MOREIRA DA SILVA (CPF n.º 031.487.987-08): averiguar a compatibilidade
de horários entre os vínculos então coexistentes desde 23/9/2010;
- MARCELO SIMONELI (CPF n.º 881.305.257-04): verificar a compatibildade de horários
entre os 3 vínculos coexistentes, desde 9/11/2010;
- MARCOS ANTONIO SATLER (CPF n.º 876.211.777-72): avaliar a compatibilidade de
horários entre os dois vínculos por ele exercidos, nos últimos 5 anos;
- NILZETE FABRI RODRIGUES DE ASSIS (CPF n.º 005.421.447-51): verificar o efetivo
cumprimento do seu horário de trabalho no IFES no período de 2/5/2006 a 12/11/2007, bem como
no de 4/1/2011 a 30/3/2011; e
- PAULO ROBERTO PREZOTTI FILHO (CPF n.º 005.421.447-51): verificar a
compatibilidade de horários entre os vínculos acumulados pelo servidor desde a data de seu
ingresso no IFES (5/10/2010).
4.1.5. fundamente devidamente a decisão, no tocante aos servidores relacionados nos
subitens 4.1.3 e 4.1.4 supra, na hipótese de se concluir pela licitude da acumulação, com a
anexação, no respectivo processo, da competente documentação comprobatória e com a indicação
expressa do responsável pela medida adotada.
4.1.6. encaminhe, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, relatório consolidado à Secretaria de
Controle Externo no Estado do Espírito Santo, comunicando as medidas adotadas e os resultados
obtidos para cada determinação acima expedida;
4.2. Recomendar ao IFES que discipline a entrega periódica da declaração de acumulação
de cargos, alertando, nessa oportunidade, aos servidores, que no caso de omissão e declaração
falsa instaurará o competente processo disciplinar, nos termos do art. 143 da Lei n.º 8.112/90, e
levará ao conhecimento do Ministério Público Federal os casos em que houver indícios da
presença de algum tipo penal, a exemplo do crime de falsidade ideológica.(subitem 2.4)
4.3. Determinar à Controladoria-Geral da União no Espírito Santo que faça constar, das
próximas contas a serem apresentadas pelo IFES, as providências adotadas com vistas ao efetivo
cumprimento das determinações do Tribunal ainda pendentes de atendimento, conforme registrado
nas contas de 2009 (TC 027.853/2010-1) e 2010 (TC 026.684/2011-0).(subitem 2.5)
4.4. Dar ciência ao IFES acerca do novo entendimento do Tribunal sobre o limite de 60 horas
semanais, consubstanciado no Acórdão 1.338/2011 - Plenário, de modo a não considerar ilegal os
casos em que forem constatadas jornadas superiores a esse limite, desde que comprovada a
compatibilidade de horários, sem prejuízo às atividades exercidas em cada um dos cargos
licitamente acumulados, sendo que a questão da incompatibilidade de horários deve sempre ser
estudada caso a caso.
4.5. Determinar a anexação do Acórdão que vier a ser proferido, bem como dos pareceres
que o fundamentarem, às contas do IFES relativas ao exercício de 2012, em razão do subitem 9.9.4
do Acórdão TCU n.º 2315/2012 - Plenário, prolatado na Sessão de 29/8/2012.”
É o Relatório.
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VOTO
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4. Mais recentemente a matéria foi regulamentada pela Lei n.º 12.772, 2012, que dispôs sobre
o Plano de Cargos e Carreira do Magistério Federal, vedando expressamente o exercício de qualquer
outra atividade ao docente submetido ao regime de dedicação exclusiva:
“Art. 20. O Professor das IFE, ocupante de cargo efetivo do Plano de Carreiras e Cargos de
Magistério Federal, será submetido a um dos seguintes regimes de trabalho:
I - 40 (quarenta) horas semanais de trabalho, em tempo integral, com dedicação exclusiva às
atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão institucional; ou
II - tempo parcial de 20 (vinte) horas semanais de trabalho.
§ 1o Excepcionalmente, a IFE poderá, mediante aprovação de órgão colegiado superior
competente, admitir a adoção do regime de 40 (quarenta) horas semanais de trabalho, em tempo
integral, observando 2 (dois) turnos diários completos, sem dedicação exclusiva, para áreas com
características específicas.
§ 2o O regime de 40 (quarenta) horas com dedicação exclusiva implica o impedimento do
exercício de outra atividade remunerada, pública ou privada, com as exceções previstas nesta Lei.”
5. Embora nos casos especificados pela equipe de auditoria as situações irregulares já tenham
sido saneadas, com o desligamento dos servidores dos seus vínculos externos, entendo que se mostra
apropriada a proposta da unidade técnica de se determinar ao IFES que adote providências no sentido
de promover a restituição ao erário dos valores percebidos indevidamente a título de gratificação de
exclusividade, na linha de outras deliberações deste Tribunal sobre o tema.
6. Quanto à acumulação ilícita de cargos públicos, conforme descrito no achado 2.2 do
relatório de auditoria, cabe, primeiramente, reproduzir o inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal,
que trata dessa questão, verbis:
"Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas; (...)".
7. Vê-se, pois, que o cargo de professor só pode ser acumulado com outro de professor ou
com outro técnico ou científico, sendo esse último definido na jurisprudência como "aquele que exige
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atividades que sejam incompatíveis com o cargo ou função ocupada e com respectivo horário de
trabalho, circunstâncias que restaram afastadas para as situações identificadas pela equipe de auditoria.
17. Com efeito, apesar das apurações iniciadas pela IFES, não houve uma conclusão sobre a
regularidade das acumulações constatadas, devendo, portanto, ser determinado à entidade que prossiga
de forma mais detalhada com suas análises, de modo a verificar a compatibilidade de horários e a
eventual ocorrência de prejuízos às atividades exercidas em cada um dos vínculos acumulados pelos
servidores.
18. No tocante à utilização de declaração falsa/omissão de informação por servidores, a equipe
constatou que, em apenas dois casos, foram omitidos pelos declarantes os demais cargos ocupados no
momento da posse, os quais, contudo, já se desligaram dos seus respectivos vínculos externos, não
mais se justificando a apuração da infração disciplinar por eles cometidas, nos termos do art. 143 da
Lei n.º 8.112, de 1990.
19. Nada obstante, entende a equipe de auditoria que deve ser recomendado ao IFES a entrega
periódica da declaração de cargos, alertando-se, nessa oportunidade, aos servidores, que no caso de
omissão e declaração falta instaurará o competente processo disciplinar, e outras providências
aplicáveis à espécie.
20. Embora compreenda a preocupação da unidade técnica, entendo que tal medida é de
eficácia duvidosa, vez que não surtirá qualquer efeito em relação àqueles servidores que agem de
comprovada má-fé, os quais, diga-se de passagem, referem-se a poucos e isolados casos, conforme
constatou a equipe de auditoria. Ademais, considero questionável o aproveitamento de informação
dessa natureza pela Administração com o objetivo de evitar a reincidência das ocorrências apuradas.
21. Assim, entendo que seja de mais valia, à semelhança do que foi feito em outras auditorias
da espécie, a expedição de recomendação à entidade no sentido de que estabeleça rotinas periódicas de
verificação com vistas a evitar situações semelhantes de ilegal de cargos, empregos ou funções
públicas.
22. Quanto às pendências no saneamento de irregularidades semelhantes anteriormente
apuradas, objeto de determinações deste Tribunal, a equipe concluiu que o IFES vem adotando
medidas com o intuito de corrigir os casos de acumulação ilegal de cargos ou infração ao regime de
dedicação exclusiva, restando casos pontuais e mais antigos pendentes de resolução, conforme anotado
pela Controladoria-Geral da União - CGU nas respectivas contas anuais da entidade dos últimos três
exercícios.
23. Desse modo, mostra-se oportuna a determinação alvitrada pela unidade técnica no sentido
de determinar à CGU que faça constar, das próximas contas a serem apresentadas pelo IFES, as
providências adotadas com vistas ao efetivo cumprimento das determinações do TCU ainda pendentes
de atendimento, conforme registro nas contas de 2009 e 2010.
24. Por fim, deixo de acolher a proposta da unidade técnica quanto a dar ciência à entidade do
entendimento firmado por este Tribunal no Acórdão 1.338/2011 – Plenário, posto que isso já foi
efetivado por intermédio do Acórdão 2315/2012 – Plenário (subitem 9.9), da minha relatoria.
Assim, acompanhamento na essência a proposta da unidade técnica, com os devidos
ajustes de forma, VOTO por que seja adotada a deliberação que ora submeto à apreciação deste
Plenário.
TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 19 de junho de
2013.
JOSÉ JORGE
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Relator
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1. Processo nº TC 013.957/2012-0.
2. Grupo I – Classe V – Assunto: Relatório de Auditoria.
3. Interessado: Tribunal de Contas da União – TCU.
3.1. Responsável: Dênio Rebello Arantes (146.365.651-34).
4. Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES).
5. Relator: Ministro José Jorge.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - ES (Secex/ES).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de auditoria destinada a avaliar a regularidade
da acumulação de cargos, bem como o respeito à compatibilidade de horários e ao regime de dedicação
exclusiva, no âmbito do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES).
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão do
Plenário, diante das razões expostas pelo Relator, em:
9.1. determinar, com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei n.º 8.443, de 1992, c/c o art.
250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Espírito Santo (IFES) que, no prazo de 90 (noventa) dias:
9.1.1. adote providências com vistas ao levantamento do montante indevidamente recebido
a título de dedicação exclusiva pelos docentes indicados no subitem 2.1 do relatório de auditoria da
Secex/ES, assegurando-se aos mesmos o direito do contraditório e da ampla defesa, objetivando a
imediata reposição aos cofres públicos, nos termos do art. 46 da Lei n.º 8.112/90 e alterações
posteriores:
9.1.2. adote providências no sentido de instaurar, nos termos do art. 133 da Lei 8.112, de
1990, o devido processo legal visando à regularização das acumulações ilícitas de cargos especificadas
no item 2.2.9 (parte inicial) do relatório de auditoria da Secex/ES;
9.1.3. adote providências com vistas a prosseguir, de forma mais detalhada, com as
apurações já iniciadas pela instituição, quanto à compatibilidade de horários dos cargos acumulados
pelos servidores especificados no subitem 2.2.9 (parte final) do relatório de auditoria da Secex/ES,
observando-se, na oportunidade, se cabível, a aplicação do art. 133 da Lei n.º 8.112/90, e verificando,
ainda, nos períodos de acumulações considerados irregulares, se houve, no âmbito da instituição, o
cumprimento integral da jornada de trabalho por parte dos mesmos, de modo a proceder ao devido
ressarcimento, nos termos do art. 46 da referida lei e alterações posteriores, na hipótese de comprovada
a não contraprestação de serviços;
9.1.4. adote providências com vistas a prosseguir, de forma mais detalhada, com a
verificação da compatibilidade de horários e se não há prejuízo às atividades exercidas em cada um
dos vínculos acumulados pelos servidores relacionados no subitem 2.3 do relatório de auditoria da
Secex/ES, uma vez que os mesmos possuem jornada total semanal superior a 60 (sessenta) horas
semanais, aplicando, se for o caso, o previsto no art. 143 da Lei nº 8.112/1990, e promovendo a
reposição ao erário dos valores pagos indevidamente, na forma do art. 46 da referida lei e suas
alterações posteriores, na hipótese de comprovada a não contraprestação de serviços;
9.1.5. na hipótese de se concluir pela licitude das acumulações especificadas nos subitens
9.1.3 e 9.1.4. acima, fundamente devidamente a decisão, anexando aos respectivos processos a
documentação comprobatória e indicando expressamente o responsável pela medida adotada;
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9.1.6. encaminhe, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, relatório consolidado à Secretaria
de Controle Externo no Estado do Espírito Santo, comunicando as medidas adotadas e os resultados
obtidos para cada determinação acima expedida;
9.2. recomendar ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo
(IFES), nos termos do disposto no art. 250, inciso III, do Regimento Interno do TCU, que estabeleça
rotina periódica de verificação com vistas a evitar situações semelhantes de acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas;
9.3. determinar à Controladoria-Geral da União no Espírito Santo que faça constar, das
próximas contas a serem apresentadas pelo IFES, as providências adotadas com vistas ao efetivo
cumprimento das determinações do Tribunal ainda pendentes de atendimento, conforme registrado nas
contas de 2009 (TC 027.853/2010-1) e 2010 (TC 026.684/2011-0).;
9.4. determinar à Secex/ES que promova a juntada de cópia da presente deliberação às
contas do IFES relativas ao exercício de 2012, para o exame em conjunto e em confronto das
ocorrências apuradas nos presentes autos.
9.5. remeter cópia da presente deliberação, bem como do Relatório e do Voto que o
fundamentam, bem assim do relatório do auditoria elaborado pela Secex/ES, ao Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Espírito Santo, com vistas a subsidiar as medidas a serem
implementadas por essa entidade.
Fui presente:
(Assinado Eletronicamente)
LUCAS ROCHA FURTADO
Procurador-Geral, em exercício
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