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1 Passo; Para pensarmos em um Natal mais acessível para as crianças autistas, precisamos

começar não colocando todas dentro de um mesmo rótulo. Respeite e entenda a criança
com autismo.

2 Passo; É importante aceitar que, com a mudança na rotina, é normal que as crianças
aumentem seus comportamentos repetitivos Permita que a criança tenha os comportamentos
repetitivos. Ela está tomando conta de si, e é uma forma de a ajudar a equilibrar seu sistema
nervoso. Se tiver oportunidade e disponibilidade, para além de deixar a criança ter o
comportamento repetitivo, tente se juntar a ela. É uma excelente oportunidade para criar uma
relação com seu filho e saber mais sobre ele..

3 Passo; Eventos como Natal são excelentes oportunidades para se estreitar os laços em
família, fazendo com que crianças autistas criem vínculos com outros parentes com quem
não estão habituadas a conviver. Aproveite para trabalhar a socialização.

4 Passo; Sabemos que as nossas crianças não adoram surpresas e que para elas o controle
e previsibilidade são fundamentais. Quando você estiver planejando as férias, fale com o
pequeno sobre a programação. Até para as crianças não verbais este passo é fundamental.
Explique com antecedência o que vai acontecer, quando e onde vai acontecer e o que vai ser
divertido para ela. Isso irá minimizar crises, comportamentos desafiantes ou resistência a
participar / fazer certas coisas.

5 Passo; Sabemos que é época de férias e que com isso, muitas vezes vêm os doces e
outros alimentos em excesso. Existe uma ligação muito forte entre alimentação e o
comportamento das crianças autistas. Apesar de ser uma época especial, cair no erro de
ceder a algumas tentações pode interferir no comportamento e tranquilidade dos pequenos.

6 Passo; As pessoas da família e os amigos que irão participar da festa de natal ou das
reuniões em torno da data, devem ser preparados para receber sem estranheza as
acomodações que talvez precisem ser feitas. Quando não avisados podem comentar sobre o
stim, ou estereotipia que aquela criança talvez venha a usar para se regular frente ao
excesso de estímulos, por exemplo.o que é visto muitas vezes como ‘birra’ tem, na verdade,
outra explicação: “É preciso conscientizar a família de que mau comportamento é
comunicação de algum desconforto vinda de alguém que ainda não desenvolveu
mecanismos para se expressar melhor”. “Em qualquer ocasião, vale falar abertamente e se
possível com antecedência sobre o autismo, porque irá não apenas aumentar a
conscientização tão necessária, mas irá também poupar a família dos dissabores que vêm
da desinformação e que podem estragar qualquer festa.

7 Passo; Não tenha medo de ser sincero com os familiares e ajude-os na escolha de um bom
brinquedo (de preferência que não pisque nem apite). Você pode sugerir presentes que
ajudem a criança, como almofadas sensoriais, areia seca, trampolim ou bolas de pilates,
bolas de água, etc. Às vezes elas ficam satisfeitas com coisas bem mais simples e que, ao
mesmo tempo, potencializam a interação social.

8 Passo; Uma das características que muitas crianças com TEA apresentam é a dificuldade
com pensamentos ou fatos simbólicos e dificuldade em fazer leitura social, como interpretar
sentimentos e se colocar no lugar do outro.  Explique as brincadeiras de amigo secreto e
a figura do Papai Noel

9 Passo; Se o  autismo do seu filho(a) for de grau leve, pergunte a ele se está confortável
em participar da  atividade A ou B e respeite sua escolha. Faça o convite, mas não insista a
ponto de gerar ansiedade. Nos casos moderados e graves, dê opções de escolha mais 
objetivas, descrevendo uma e outra alternativa, mas mantenha  os pontos essenciais da
rotina (horários de alimentação, de dormir etc) para não desencadear uma crise antes
mesmo do início da confraternização; e deixe a criança com ro upas confortáveis. Em todos os
casos, valorize e pontue os comportamentos adequados. E lembre-se de que o autismo não tira
férias.

10 Passo; É muito frequente passarmos o Natal na casa de familiares, num ambiente e contexto
diferentes do que a criança está habituada a estar. Nesse sentido é importante também nos
prepararmos com antecedência. Pergunte à sua família se podem disponibilizar um quarto
sossegado e separado para o seu filho poder ir quando precisar. A época das festas pode ser um
bombardeamento sensorial para a criança, e ter esse espaço disponível poderá ajudá-la a não
ficar tão sobrecarregada. Podemos designar, com antecedência, uma sala calma ou espaço onde
seja possível ir para se descomprimir e acalmar. De vez em quando, pode ser útil levarmos a
criança para este espaço e passar algum tempo lá com ela.

Vale lembrar que estas dicas podem e devem ser adaptadas de acordo com a singularidade de
cada criança. E o mais importante: valorize o que importa. É uma excelente oportunidade para
celebrar a singularidade da criança e fazer um Natal único, do jeito de vocês.

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