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A PRÁTICA DO PÁSSARO JUNINO COMO ELEMENTO ESTIMULADOR DO

INTERESSE NAS AULAS DE ARTE.

Everaldo Pureza Leitão1


Natalina de Jesus Gomes de Lima2

“O pássaro que voa no imaginário coletivo é o mesmo que voa na imaginação do poeta”
(Vicente Salles - 1999)

RESUMO

O referido artigo corresponde ao Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-


graduação em Arte em Educação pela Faculdade do Noroeste de Minas – FINOM. O
trabalho propõe a inclusão da prática do Pássaro Junino como recurso de
estimulação do interesse às aulas de Arte, assim como, contribuir para o
desenvolvimento cognitivo dos alunos das Escolas do município de São Sebastião
da Boa Vista. Serão estudados e analisados os aspectos históricos que contribuíram
com o processo de criação, estilização, conceituação e transformação deste
folguedo popular só existente no Estado do Pará, além de entender como esta
prática folclórica chegou ao município. Alem disso, como parte da proposta
fundamental deste trabalho, estaremos apontando qual a importância de se ter no
ambiente escolar, atividades voltadas à cultura popular local, apontando as
principais contribuições dessa prática folclórica no aprendizado e desenvolvimento
do educando.

Palavras-chave: pássaro junino, desenvolvimento, estimulação, interação,


desinibição e aprendizagem.

INTRODUÇÃO

Entendemos que a Escola, por ser uma instituição educacional que tem por
finalidade ministrar educação e acima de tudo desenvolver um ensino de qualidade
e transformador, socializando e contextualizando temas pertinentes à realidade
vivida por seus alunos, precisa criar um ambiente favorável a essas finalidades. Este
estudo discorre sobre a inclusão do folguedo do “Pássaro Junino” como recurso de

1 Estudante do Curso de Pós-graduação da Faculdade do Noroeste de Minas/FINOM.


2 Estudante do Curso de Pós-graduação da Faculdade do Noroeste de Minas/FINOM.
1
estimulação e contribuição à aprendizagem por meio das aulas de Educação
Artística nas Escolas do município de São Sebastião da Boa Vista. Pois se tem
observado certo desinteresse por parte, não só dos alunos, mas também, por
professores no que se refere às atividades artísticas de caráter educativo.
Para uma melhor compreensão a respeito desta temática, este estudo
percorrerá por uma abordagem sobre o histórico desta prática folclórica muito
comum no Estado do Pará, evidenciando sua origem e os elementos que
contribuíram para sua formação e efetivação, tanto em nível de estado quanto a
nível local, destacando a contribuição das pessoas que deram origem ou trouxeram
de outras localidades essa prática folclórica ao município. Assim como, procurará
delimitar um conceito para o termo “Pássaro Junino”, destacando os gêneros
freqüentes na região, em decorrência do período da quadra junina, época de maior
exibição deste folguedo popular.
A proposta de inclusão deste folguedo popular como recurso de estimulação
do interesse às aulas de Arte, assim como, de contribuição para o processo de
ensino e aprendizagem, será o cerne deste trabalho, sem desconsiderar a sua
relevância se aplicadas aos conteúdos das demais disciplinas. Este estudo procura
destacar a prática cultural como uma opção de ensino com propósitos
transformadores, realizado, no entanto, de forma lúdica e prazerosa, para que
professores das mais diversas áreas possam refletir sobre suas práticas e aderir à
proposta, contribuindo para que a educação não apresente mais níveis de
qualidades diversificados e inferiorizados como se tem observados nos últimos anos
entre as escolas do município de São Sebastião da Boa Vista.
Assim, este estudo também discorrerá sobre a importância de se incluir nas
atividades artísticas da escola a prática do Pássaro Junino, bem como, quais as
contribuições que essa manifestação popular pode oferecer ao crescimento cognitivo
do aluno. Portanto, tais propostas de trabalho defendidas por este estudo, poderão
ser apreciadas, analisadas e, se caso forem aceitas, devem ser desenvolvidas por
alunos, professores, direção, orientadores pedagógicos, pais e responsáveis, ou
seja, todos os atores envolvidos no processo educativo. Estes precisam estar
cientes de suas responsabilidades para com a educação. Processo esse que busca
desenvolver a criatividade, a sensibilidade, experiências estéticas e por fim, uma
aprendizagem significativa.

2
I – UM BREVE HISTÓRICO DO PÁSSARO JUNINO.

Segundo a revista Ver-o-Pará, por volta dos anos de 1877, começou surgir
em Belém uma curiosa manifestação folclórica que, costumeiramente, era
representada no “Pavilhão da Flora” situado no Largo de Nazaré, atualmente, Praça
Justo Chermont ou, simplesmente, CAN. No palco, interpretados por caboclos da
região, era comum encontrar personagens da nobreza e da aristocracia, assim
como, príncipes e princesas, fazendeiros, Marquez e fidalgos. Foi, provavelmente, o
primeiro Pássaro Junino criado exclusivamente pelos paraenses.
Convém dizer que o Pássaro Junino é uma espécie de teatro popular, uma
verdadeira “ópera cabocla” com direito a canto, marcação e um texto ou argumento
de uma ópera, opereta ou comédia musicada. Uma resposta da gente simples aos
grandes espetáculos que vez por outra vinham da Europa para apresentações em
Belém.
A maioria das brincadeiras, manifestações e crendices da época junina
vieram da Europa, e no Brasil foram “rebatizadas” à nossa maneira, e de acordo com
a gente de cada região. Para se ter uma idéia a respeito dessas influências
européias nas manifestações folclóricas, vale recorrer à contribuição de João de
Jesus Paes Loureiro, que em sua obra Cultura Amazônica: Uma poética do
imaginário, ao levantar uma abordagem histórica sobre o Pássaro Junino, enfatiza a
importância do Teatro da Paz para a efetivação do estilo dramático no folguedo do
pássaro. Loureiro menciona sobre a importância desse Teatro, configurando-se na
época como “um dos mais fabulosos centros artísticos do norte do País, um dos
mais movimentados do continente. Dizia-se que rivalizava com os melhores teatros
europeus.”3. Segundo o autor, o estilo dramático adotado pelo Pássaro Junino,
estabeleceu-se graças a uma relação com os espetáculos exibidos no Teatro da
Paz:
Na relação dos espetáculos exibidos no Teatro da Paz, podem-se extrair
alguns exemplos de modalidades do estilo trágico-operístico que continuou
exercendo uma espécie de pedagogia do gosto que influiu no estilo do
Pássaro Junino – gênero de teatro musicado, espécie de ópera popular
originário da Amazônia. (LOUREIRO.1995 p, 323)

Diante de tais informações, está se percebendo que o processo histórico e de


caracterização e estilização do Pássaro Junino sempre esteve muito ligado a história

3 LOUREIRO, João de Jesus Paes. Cultura Amazônica: Uma Poética do Imaginário, p.323.
3
dos teatros de Belém. Loureiro ainda nos informa que na Praça da Republica,
chamada antes de Largo da Pólvora, havia “o pavilhão dos recreios onde os
cançonetista e dançarinos de origem francesa, por exemplo, faziam suas
apresentações.”4. Ainda nas proximidades, segundo o autor, situava-se o Teatro-
circo Cosmopolita, neste eram encenados Vaudevilles e Zarzuelas5.
Ainda baseado nas contribuições de João de Jesus, muito antes da
inauguração do Teatro da Paz que ocorrera em 15 de fevereiro de 1878, foi
inaugurado o Teatro Chalet, no Largo de Nazaré onde eram representadas
pequenas chanchadas. Estas representações deram origem a um tipo de teatro
chamado de teatro nazareno. Pode-se dizer que este tipo de teatro contribuiu
também, enormemente, com a caracterização da mestiçagem presente no Pássaro
Junino, como bem afirma Loureiro:
O teatro nazareno apresentava uma estrutura de teatro de vaudeville ou
teatro revista, além de abrigar apresentações cênicas de origem folclórica.
Estruturava-se em cenas rápidas, muitas músicas e quadros humorísticos.
De certa maneira, a mestiçagem cênica que constitui hoje o Pássaro Junino,
se incluirmos nessa síntese de culturas, a influência das óperas e dos autos
jesuíticos. (LOUREIRO.1995 p, 324.)

Esse folguedo popular que apresenta uma forte ligação com a história dos
teatros de Belém, com influências européias, africanas e principalmente indígenas,
comprova a sua singularidade no cenário da cultura popular brasileira. O Pássaro
Junino é invenção paraense, é uma expressão particular da cultura amazônica e
ilustra em sua história uma riqueza cênica de expressionismo e visualidade delirante.
Seria inevitável, porém, tal criação artística, tendo em vista a realidade cultural e
ambiental da Amazônia, que apresenta uma diversidade incomparável de pássaros,
fontes de inspiração e criação do caboclo amazônico. Como afirma Loureiro:

É compreensível que, numa realidade cultural como a da Amazônia, de


riquíssima variedade de pássaros indissociáveis de sua paisagem, marcada
pela contemplatividade e o devaneio, o pássaro entrasse de forma
preeminente nas simbologias da arte. É região pela qual revoam pássaros
aos milhares e teriam que pousar como signos na criação artística local.
(LOUREIRO. 1995 p. 327)

4LOUREIRO, João de Jesus Paes. Cultura Amazônica: Uma Poética do Imaginário, p.324.
5
Segundo o Dicionário Aurélio: Vaudeville: Comédia leve e muito movimentada, que originariamente comportava cenas
cantadas e passou, em seguida, a caracterizar-se pelos qüiproquós, e por situações imprevistas e intriga complexa; Zarzuela:
Obra dramática e musical de origem espanhola, espécie de ópera-cômica, na qual alternadamente se declama e se canta

4
O Pássaro Junino traduz por meio de sua teatralização a memória e o
imaginário amazônico compreendido como expressão simbólica da cultura regional.
Grupos espalhados pelos subúrbios de Belém ainda sustentam a tradição que vem
de um tempo não marcado pela cronologia, mas que se tem notícia segura a partir
do século XIX. Mas o curioso é que essa manifestação saiu das mediações da
capital do estado e ganhou o interior, chegando ao município de São Sebastião da
Boa Vista por volta dos anos de 1950. Na região essa prática folclórica ficou por
muito tempo longe dos festejos junino e bem próxima da memória de alguns
moradores que presenciaram essa manifestação popular, que teve como principais
precursores Aurino Vulcão e Mestre Sabazinho. No entanto, pouco se fez para
mantê-la sempre viva, ocasionando com isso certo desinteresse e descaso por parte
das novas gerações.
Convém aqui destacar a importância de se preservar a memória cultural de
um povo. Essas ações provem de forma individual ou coletiva. “A memória é sempre
uma construção feita no presente a partir de vivências/experiências ocorridas no
passado”6. A memória tem uma importante função de contribuir com a identidade do
indivíduo, não só no campo histórico, do real, mas, sobretudo no campo simbólico. A
memória se modifica e se rearticula conforme posição que ocupamos e as relações
que estabelecemos, nos diferentes grupos de que participamos. No caso do pássaro
junino de São Sebastião da Boa Vista as informações preservadas por alguns
moradores foram relevantes para se reativar e rearticular essa prática folclórica no
local, e isso só foi possível levantar graças aos diálogos estabelecidos com essas
pessoas.
As primeiras apresentações dos cordões de pássaro no município de São
Sebastião da Boa Vista, segundo os moradores, foram em decorrência da iniciativa
do poder público municipal que acionou o Mestre Sabazinho, recém chegado à
cidade, para tal atividade e que contou com a colaboração de Aurino Vulcão, artista
popular e incentivador do folclore local. Mas foi no ambiente escolar que o folguedo
ganhou mais vida, graças à produção de diversos cordões de pássaro como Guará,
Beija-flor, Borboleta, Tucano e Garça nas dependências da Escola Estadual
Magalhães Barata.

6 KESSEL, Zilda. “Memória e Memória Coletiva”. www.memoriaeducacao.hpg.ig.com.br

5
Atualmente a Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre José de
Anchieta é quem vem desenvolvendo essa prática folclórica no município. Realizou
em 2002 o cordão do Tucano, em 2004 o cordão da Garça que foi reapresentado
novamente em 2009, já em forma de Projeto intitulado como “Pássaro Junino na
Escola”, fato que estimulou a produção do referido estudo e a proposição de um
trabalho pedagógico que procure incentivar a aprendizagem nas aulas de Arte.
Está se percebendo o quanto é importante ter a memória artística e cultural
preservada, valorizada, propagada e, principalmente, transformada em práticas
educativas. Julgamos a memória tanto individual, coletiva ou histórica, fundamentais
para os trabalhos nos quais a memória de alunos, professores e da comunidade
escolar contribuem, consideravelmente, com projetos de características sociais que
evidenciam a memória histórica/cultural local. Um dos elementos mais importantes,
que afirmam o caráter social da memória, é a linguagem. As experiências, vivências
e trocas entre os membros de um grupo, são realizadas por meio de linguagem.
Um aspecto importante acerca da memória é a sua relação com os lugares.
As memórias individuais e coletivas têm nos lugares uma referência importante para
a sua construção, ainda que não seja condição para a sua preservação. As
memórias dos grupos se referenciam, também, nos espaços em que habitam e nas
relações que constroem com estes espaços. Os lugares são importante referência
na memória dos indivíduos, donde se segue que as mudanças empreendidas
nesses lugares acarretam mudanças importantes na vida e na memória dos grupos.
Ao realizar o projeto Pássaro Junino na Escola, os idealizadores, sem duvida,
tiveram que, anteriormente, realizar um levantamento histórico sobre essa prática
folclórica no município de São Sebastião da Boa Vista. Trabalharam então com a
memória individual, buscando tais informações com pessoas que participaram, ou
presenciaram as apresentações, bem como, confrontaram os relatos para que se
pudessem efetivar os elementos característicos e estruturais do folguedo. Desse
modo, trabalhou-se com a memória coletiva, tendo como elemento fundamental no
processo de levantamento dos dados, a linguagem. Ocasionou a estimulação da
memória para se lembrar dos fatos para que estes fossem, por meio da linguagem,
narrados.
Foram os depoimentos de um determinado grupo de moradores que nos
permitiu discutir um assunto que permaneceu por longos anos esquecido da história

6
dita oficial. Com um trabalho dessa natureza, pode-se levar ao conhecimento público
personagens e histórias nunca estudadas e, junto com elas, transformá-las em
conhecimento, evidenciando a memória e a tradição dos moradores mais velhos da
cidade, que têm muito a contribuir, mas cuja voz ainda não se fez ouvir pela própria
história.
Todavia, a memória não é oprimida apenas porque lhe foram roubados
suportes materiais, nem só porque o velho foi reduzido à monotonia da
repetição, mas também porque uma outra ação, mais daninha e sinistra,
sufoca a lembrança: a história oficial celebrativa cujo triunfalismo é a vitoria
do vencedor a pisotear a tradição dos vencidos. (CHAUI, apud, BOSI, 1979,
p. 19.)

Está se percebendo que tempo e memória, portanto, configuram-se como


elementos de um único processo, são pontes de ligação, elos de corrente, que
integram as múltiplas extensões da própria temporalidade em movimento. A
memória assume nesse processo a função de oferecer informações relevantes,
associando às novas, e criando outras reedições. Com o pássaro junino, esse
processo não ficou distante, pois no ato de sua reedição, muitas coisas foram
substituídas, outras ganharam novos elementos, gerando desta forma, uma nova
“fisionomia” para essa prática, mas contribuindo fortemente para a preservação da
identidade cultural local. Sendo assim, três elementos - tempo, memória e identidade
- tornam-se fundamentais para a construção de uma história sobre a cultura de uma
cidade.

[...] A memória é base construtora de identidades e solidificadora de


consciências individuais e coletivas. [...] A memória é inseparável da
vivência da temporalidade, do fluir do tempo e do entrecruzamento de
tempos múltiplos. A memória atualiza o tempo passado, tornando-o tempo
vivido e pleno de significados no presente. [...] a memória não se reduz ao
ato de recordar. Revelam os fundamentos da existência, fazendo com que a
experiência existencial, através da narrativa, integre-se ao cotidiano,
fornecendo-lhe significado e evitando, dessa forma, de acordo com Todorov
(1999), que a humanidade perca raízes, lastros e identidades. (DELGADO,
2006, p. 38 e 39).

Lembrar e ao mesmo tempo narrar são ações que se constituem da


linguagem. Como afirma Ecléa Bosi (1979): “... a linguagem é o instrumento
socializador da memória, pois reduz, unifica e aproxima no mesmo espaço histórico
e cultural vivências tão diversas como o sonho as lembranças e as experiências
recentes.”7. Portanto, levantar essas informações históricas sobre a prática do

7 BOSSI, Ecléa. Memória e sociedade. Lembranças de velhos. São Paulo: T. A. Queiroz, 1979.

7
Pássaro Junino e levá-las ao conhecimento de outros, é garantir a preservação de
uma sabedoria popular, tornando-a tradicional. Fazendo valer os traços como: “a
antiguidade, a persistência e a oralidade”, elementos essenciais para se considerar
um fato folclórico, muito defendidos por Cássia Frade (1982)8. Mais tudo isso, é
também garantir a preservação da memória artística, cultural e histórica do
município.
O aspecto de mobilidade da cultura pode ser também percebível nesta
manifestação folclórica. De acordo como a sociedade se transforma a cultura tende,
também a sofrer interferências modificadoras. É isso que torna a cultura popular um
tema bastante discutido e estudado, gerando opiniões controversas. O folguedo do
Pássaro Junino em São Sebastião da Boa Vista fez valer essa peculiaridade da
cultura, por mais que as mudanças tenham ocorrido por vias de interferências de
outros lugares o que se fez foi adequar-se ao tempo e as mudanças sociais.
Augusto Arantes em “O que é Cultura Popular”, deixa claro essa concepção
defendida quanto ao aspecto de mobilidade da cultura no momento em que se
alteram inúmeros elementos: o tempo, o contexto, os comportamentos, os aspectos
sociais e até mesmo o local de sua ocorrência:

A cultura é um processo dinâmico; transformações (positivas) ocorrem,


mesmo quando intencionalmente se visa congelar o tradicional para impedir
a sua ‘deterioração’. É possível preservar os objetos, os gestos, as palavras,
os movimentos, as características plásticas exteriores, mas não se
consegue evitar a mudança de significado que ocorre no momento em que
se altera o contexto em que os eventos culturais são produzidos.

Analisar e interpretar o significado da cultura com suas agregações e


transformações, requer uma reconstituição da maneira como os indivíduos
estabelecem suas relações sociais internas com essas manifestações, mas também
com outros grupos e com a natureza desses fatos folclóricos. A cultura se constitui
por meio de ações sociais, sejam elas de produção artística ou econômica, das
relações conjugais, de religião, de sexo, de usos e costumes, enfim, é produto de
homens reais dentro de uma sociedade que se transforma a cada momento. O
folguedo do Pássaro Junino é um exemplo claro de como o folclore, elemento
cultural, é atingido por essas mudanças. Porém, são transformações que agregam
na sua essência, sabedorias populares tradicionais enriquecedoras da cultura local.

8
FRADE, Cáscia. O Folclore, São Paulo, Global, 1997.

8
II – CONCEITUANDO O TERMO PÁSSARO JUNINO.

Todos os dias do mês de junho, no Estado do Pará, são dias de festa. É


quando a tradição dos folguedos juninos ganha em teatralidade e vigor. Mistura
heranças européias e outras que representam a vida e a resistência do povo
amazônico. A época junina festeja Santo Antonio, São João, São Pedro e São
Marçal. É quando se acende a fogueira e se dança quadrilha ao redor, toma-se
banho de cheiro e se delicia com as iguarias da época, bem como é quando se
manifestam as representações mais ligadas ao imaginário popular paraense numa
verdadeira multiplicidade de cordões de bichos, bois e pássaros, configurando-se
como bons exemplos destas manifestações típicas do mês de junho. Daí a maneira
de nomear os cordões de pássaro como “Pássaro Junino”.
Mas não é só isso. Unindo música, teatro, e dança, essas manifestações
expressão um imaginário rico presente na vida da gente simples dessa região e de
uma história onde existem poucos heróis saídos dessa mesma gente. Onde o
encanto maior mora na peculiaridade dos elementos que compõem os festejos
juninos: as velhas e por vezes raras canções; o rodado das saias; o bater dos
tambores... Isso tudo anuncia uma forma nossa de falar do mundo daqui dessas
bandas. Momento em que se canta sobre os costumes deixados pela sabedoria
popular.
O Pássaro Junino corresponde a uma forma de teatro popular, incluindo na
sua estrutura de apresentação diversas artes como a música e a dança, bem como,
reunindo uma verdadeira “alegoria de mestiçagem ou síntese cultural”, em que se
percebe os elementos da cultura européia, negra e, inevitavelmente, a indígena,
tornando-se traço importante na identificação de uma cultura essencialmente
amazônica.
A maioria dos “cordões de pássaros”, como assim são chamados,
apresentam uma linha dramática baseada na perseguição de um caçador a um
pássaro que, após ser abatido, é ressuscitado, em geral, por personagens de
poderes mágicos. De acordo com informações levantadas pela revista Ver-o-Pará
(1993)9, a história dramatizada no Pássaro Junino gira em torno do drama vivido por
uma família nobre que tem seu pássaro de estimação morto por um caçador,
causando enorme confusão. Ocorre o envolvimento de personagens mitológicos,
9 Revista VER-O-PARÁ, Ano II, nº 03, publicada em 1993.
9
seres mágicos que só existem no mundo lendário da região amazônica, bem como,
outras entidades mágicas que vêm comprovar a influência européia no folguedo,
como as fadas.
A trama é sustentada pela necessidade que se tem de ressuscitar o pássaro
que fora abatido pelo caçador para que se mantenha a felicidade da família. Regado
a muita música e dança tudo é encaminhado para esse fim.
Outra peculiaridade no enredo do Pássaro Junino, que por sinal pode ser um
aspecto importante para a sua conceituação, é a agregação de personagens ligados
a cultura local onde ele é executado. Dependendo da localidade os enredos podem
conter: porta-pássaro (aquele que faz o papel do pássaro, conduzindo uma miniatura
toda ornamentada em sua cabeça ou vestindo-se apropriadamente); senhor Amo (é
tido como “dono” do pássaro), este, muitas vezes, tem uma filha; Pastores e Guias,
que são espécies de guardiões do ave; um Caçador; um doutor e seus auxiliares
que tentam curar o pássaro; um Pajé, aquele responsável pela ressurreição do
pássaro; inspetores que são espécies de policiais ou capangas contratados pelo
senhor Amo para capturar o caçador; e a tribo de índios, intitulada no cordão como
maloca, esta é quem coloca as mãos no caçador para prendê-lo.
Essa espécie de teatro de cenas breves representa uma perfeita integração
de elementos diversificados, de plasticidade, dramaturgia, dança e música em sua
forma simples, porém, ao mesmo tempo rica, podendo ser comparada a uma ópera.
Contudo, existem pelo menos dois gêneros de cordão de pássaro: o cordão de
“meia lua” que pode sair às ruas sem grandes dificuldades na sua apresentação, e o
pássaro “melodrama-fantasia” que já exige guarda-roupa especial e apresentação
em um local fechado com um palco, cenário e cortina.
Sendo assim, a cada mês de junho, são muitas as pessoas que se
reorganizam para manter os pássaros nos teatros e nas ruas. Uma peculiaridade
deste folguedo é a hereditariedade no ato de sua preservação. Famílias são
envolvidas, ocasionando a transmissão de pai para filhos a tarefa de manter os
cordões sempre ativos. Alguns dos “cordões” mais conhecidos são: “Tem Tem”,
“Beija-flor”, “Sabiá”, “Bem Te Vi”, “Arara”, “Tangará”, “Papagaio Real”, “Papagaio
Moleira”, “Tucano” e “Garça”. Além destes existem vários outros grupos tradicionais,
em Belém e no interior do Estado, sendo que em são Sebastião da Boa Vista, o
gênero mais executado é o cordão da Meia-lua, representando diversos pássaros.

10
III – A IMPORTÂNCIA DO PÁSSARO JUNINO NAS AULAS DE ARTE.

Pode-se observar um enorme descompasso no ensino de Arte no Brasil, entre


as práticas e produção teórica na área, incluindo a apropriação dos conhecimentos
por uma parcela significativa dos professores. Esse descompasso é resultado das
dificuldades de acesso a essa produção, tanto pela pequena quantidade de livros
editados e divulgados sobre o assunto como pela carência de cursos de formação
continua na área. Nota-se ainda a manutenção de clichês ou práticas ultrapassadas
em relação aos conhecimentos já desenvolvidos na área.
O ensino de Arte ainda apresenta níveis de qualidade muito diversificados
que em muitas escolas ainda se utilizam, por exemplos, modelos estereotipados são
repetidos e apreciados, ocasionando com isso certo empobrecimento do universo
cultural do aluno. Como conseqüência, a falta de interesse às aulas pode ser o
problema mais percebível nas escolas do município de São Sebastião da Boa Vista.
Na tentativa de se criar uma nova forma de trabalhar os assuntos pertinentes
à disciplina de Educação Artística e estimular os alunos não só à participação, mais
aprenderem a socializar e a contextualizar as informações recebidas e transformá-
las em puro conhecimento, torna-se de fundamental importância a inclusão de temas
ligados à realidade social, ambiental e cultural dos alunos. Por isso julgamos
relevante a incorporação do Folguedo do Pássaro Junino nas atividades da área de
Arte nas séries de 5ª a 8ª do Ensino Fundamental, por entender que essa prática
folclórica muito tem a contribuir para a aprendizagem, pois envolve diversas
linguagens artísticas na sua execução.
Incluir os folguedos populares como recurso de estimulação e contribuição
para o processo de ensino e aprendizagem, pode ser um grande passo. Além disso,
tratar de temas ligados ao meio ambiente de forma lúdica e prazerosa é
característica também da escola. Tal característica confere a esta proposta de
trabalho uma enorme importância na formação e escolarização do aluno, pois
através desta prática folclórica, as crianças e adolescentes tomarão contato – de
forma espontânea ou orientada – com temas que apontam para novas relações
entre humanidade/natureza na conquista de novas habilidades, novas atitudes,
novos comportamentos e, acima de tudo uma aprendizagem significativa.
É importante também que o ser humano aprenda a se relacionar com a vida,
prática essa adquirida por meio de uma experiência estética, haja vista que ela
11
funciona como um despertador dos sentidos, capaz de recuperar a aproximação
entre seres humanos e as coisa do mundo, pode ativar a atenção para a esfera do
sensível, que leva ao desenvolvimento da criatividade. No entanto, tal experiência
não pode ser algo exclusivo das aulas de arte, mas fundamento essencial de toda a
educação. Assim, a educação como mediadora do conhecimento tem esse poder,
pois quando se tem uma educação firmada em fundamentos estéticos, na qual o
educando sinta-se sujeito da história e ao mesmo tempo integrado com o redor, são
essas as ações fundamentais para que seus sentidos entrem em alerta.
As práticas folclóricas no ambiente escolar, mais precisamente nas aulas de
arte, apresentam uma educação fundamentada em experiências estéticas, em
atividades que têm a finalidade de despertar os sentidos, promover a sensibilidade e
a integração entre pensamento, sentimento e percepção, para que os alunos
tenham, prioritariamente, uma aprendizagem significativa em todas as disciplinas.
Essa aprendizagem significativa pode ser mais bem compreendida se nos
basearmos na definição de João Francisco Duarte Júnior:

A aprendizagem significativa envolve a articulação do novo com o já


existente; envolve a criação de um sentido para o aprendido, em função do
já conhecido. Enquanto que na simples “memorização”, isto é, no ato de
“decorar”, o novo conceito não se articula aos anteriores, não se integra à
“visão de mundo” do sujeito; e, assim, por não perceber uma significação e
uma valorização, é rapidamente esquecido. Para que a aprendizagem e o
conhecimento se dêem é necessário, portanto, este pequeno ato criativo: a
constituição de um sentido e de um lugar para o novo conceito, a partir dos
conhecimentos anteriores. (DUARTE. 2002, p. 100)

Com Duarte está se percebendo que, para que a aprendizagem possa ser
verdadeiramente efetivada, é necessária a boa articulação entre as coisas que serão
ensinadas com as que os alunos já conhecem. O pássaro junino, por exemplo, já é
de conhecimento da comunidade em estudo, a sua importância como recurso de
ensino e aprendizagem, dar-se-á mediante as boas estratégias de aplicação,
fundamentada nestas contribuições de Duarte. É importante ter a educação como
uma concepção preocupada em colocar o individuo em contato com os sentidos que
circulam em sua cultura, para que, assimilando-os possa nela construir novos
conhecimentos e possa nela viver, cabendo ao professor proporcionar ao educando
o contato com essas novas significações.
Educar significa permitir que os atores envolvidos neste processo, conheça as
múltiplas significações e as compreenda a partir de suas vivências. Assim, a

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experiência estética, mencionada anteriormente, com seu caráter subjetivo, mostra-
se como capaz de tornar a aprendizagem significativa, como aponta novamente o
comentário de João Francisco Duarte Junior, ao observar que:

Quando a educação se fundamenta na realidade existencial dos educandos,


a aprendizagem significativa tem maior possibilidade de ocorrência. Pelo
fato já discutido de que nossa compreensão está radicada na vivencia que
temos do mundo. Assim na multiplicidade de sentidos de nossa cultura, o
educando somente pode apreender e aprender aqueles que auxiliem-no a
compreender-se. Em contato com os sentidos em circulação, a capacidade
criadora critica para compreendê-los e selecioná-los é o fator central para
que a aprendizagem ocorra. E nisso reside a capacidade criadora: construir,
a partir do existente, um sentido que norteie nossa ação enquanto
indivíduos. Ou seja: reside na busca na busca de nossos valores, dentre os
inúmeros provenientes da estrutura cultural, educação que pura e
simplesmente valores asfixia a valoração como ato. O ato de valoração e
significação somente se origina na vida concretamente vivida; valores e
significados impostos tornam-se, portanto, insignificantes. A educação é,
fundamentalmente, um ato carregado de características lúdicas e estéticas.
(DUARTE. 2002, p. 61)

É muito importante que os alunos tenham acesso ao universo cultural próximo


da sua realidade, sem esquecer as de outros tempos e lugares. E mais, que essas
informações sejam contextualizadas no ambiente escolar. Um trabalho desta
natureza irá valorizar os objetos, as músicas, as danças, a oralidade e as tradições
que fazem parte do dia-a-dia da comunidade e ao mesmo tempo enriquecê-las
agregando-as aos conteúdos escolares de forma interdisciplinar, porque acreditamos
que são iniciativas que muito podem contribuir para o bom desempenho escolar dos
nossos alunos, tendo em vista o que nos foi possível não somente perceber, mas
constatar o envolvimento e o interesse às aulas de Arte, quando o projeto “Pássaro
Junino na Escola”, foi desenvolvido pela escola Padre José de Anchieta.
Diante disso, é pertinente a necessidade de socializar as histórias do
imaginário popular, os personagens, os enredos acerca do tema em estudo,
fortalecendo sua identidade cultural, porque:

A vida, as experiências, as lutas, as visões de mundo, o trabalho adquirem


um novo estatuto ao serem socializados. Transformam-se em documentos
apresentando um retrato da realidade, que passa a disputar a hegemonia
do imaginário social com outras versões/representações construídas de
outros lugares e por outros interlocutores. (MONTENEGRO, 1994, p. 27)

Assim, é relevante ainda salientar que, o folclore, por ser um fenômeno social,
necessita ser entendido e estudado pelo fato da cultura ser um processo dinâmico,

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estando em permanente transformação dadas as mudanças ocorridas na sociedade
a qual esta representa, e tornar os alunos agentes desse processo, fazendo-os
perceber a sua responsabilidade com a preservação dos bens culturais e
ambientais, pode ser também, garantir a transformação de uma informação em
conhecimento.

IV – CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA DO PÁSSARO JUNINO PARA O


DESENVOLVIMENTO DO ALUNO NAS AULAS DE ARTE.

A relevância de incluir os folguedos populares como recurso de estimulação e


contribuição para o processo de ensino e aprendizagem nas aulas de arte, pode ser
comprovada quando se percebeu que durante a execução de atividades ligadas a
cultura popular (boi-bumbá, danças folclóricas, brincadeiras e folguedos),
desenvolvida por estes pesquisadores, houve um envolvimento maior das classes e
os resultados, tanto no que se refere à participação e interação, quanto à
aprendizagem, foram satisfatórios.
As contribuições que se podem adquirir por meio da prática do Pássaro
Junino nas aulas de Arte são inúmeras se realmente forem trabalhadas com
responsabilidade, compromisso, engajamento e ciência de que o desenvolvimento
ocorrerá, tendo, simultaneamente e posteriormente uma boa avaliação para
diagnosticar tal resultado.
Na tentativa de contribuir com tal desenvolvimento, inicialmente uma boa
pesquisa com o intuito de estudar e documentar informações sobre esta
manifestação folclórica, já pode ser um grande passo, pois ao registrar essas
informações, o aluno pode estar contribuindo não só com sua aprendizagem, mas
para com o enriquecimento da história cultural do município.
Uma vez o aluno entrando em contato com as informações do Pássaro
Junino, ele poderá, se caso for submetido a isso, desenvolver um processo de
socialização e contextualização dos assuntos presentes na poética deste folguedo
dentro do ambiente escolar. Como contribuição, o registro das informações
históricas sendo explorada pela disciplina de História, a verbalização por escrito
dessas informações sob a responsabilidade de Língua Portuguesa, as questões de
preservação ambiental com as Ciências Biológicas, bem como o estudo dos
ambientes e da localidade em Geografia, são exemplos de inúmeras possibilidades

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para se desenvolver a aprendizagem a partir desse único tema.
Cada linguagem artística possui no cerne de sua execução inúmeras
contribuições para o desenvolvimento físico, psíquico e cognitivo do aluno, bem
como, estimula a criatividade, o respeito mutuo, a experiência estética e a
sensibilidade. Esses benefícios poderão ser adquiridos a partir do envolvimento nas
práticas de arte cênica ou nas que estimulam a produção e execução de música e
dança, nas quais a expressão corporal pode ser, não somente uma manifestação de
sentimentos e ideias, mas um recurso de autoconhecimento e transformação
pessoal.
Pode-se dizer que as manifestações folclóricas, uma vez incluídas como
recurso pedagógico, tende a contribuir fortemente no processo de adaptação,
interação e convivência das crianças e adolescentes. É na escola que esses valores
encontram um ambiente propício e favorável. A esse respeito da escola ser esse
local de excelente interação, Olga Reverbel argumenta dizendo:

É principalmente na escola que a criança aprende a conviver com os outros,


delineando-se nesse momento sua primeira imagem da sociedade. É na
sala de aula que podem acontecer as primeiras descobertas de si mesmo,
do outro e do mundo, pois aí o aluno incorpora-se ao grupo social, ao
mesmo tempo que se diferencia dele. (REVEBEL 2002, p. 19)

Daí a preocupação em disseminar a cultura popular e folclórica nas práticas


escolares. Por sua vez, o folclore enquanto produto cultural do homem apresenta-se
dotado de atributos educacionais capazes de atender as necessidades da escola,
por meio da interação dos seus elementos assim como das áreas de conhecimento
num processo interdisciplinar.
A prática do Pássaro Junino também carrega em sua temática uma
característica muito ligada à preservação do meio ambiente. Explorar esse assunto,
atualmente, tem sido um grande recurso para o desenvolvimento de várias
potencialidades do aluno. Saber respeitar o meio ambiente e ao mesmo tempo fazê-
lo sentir agente responsável pela preservação, são contribuições que poderão ser
adquiridas por meio da prática do “Pássaro Junino” nas aulas de Arte e, no geral,
nas atividades pedagógicas da escola. O desenvolvimento do aluno, portanto, não
depende exclusivamente de uma única disciplina ou de alguns professores e alunos,
é responsabilidade de todos.

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CONSINDERAÇÕES FINAIS

Diante disso, consideramos que, historicamente, a prática do Pássaro Junino


já induzia uma criação artística e estimulava uma aprendizagem a quem produzia e
assistia. Isso se dava diante as informações que os caboclos recebiam por meio dos
espetáculos que eram apresentados nos teatro locais com características européias.
Informações estas que foram assimiladas e readaptadas a realidade cultural
paraense. Desta forma, essa prática folclórica começou a ganhar espaço e se
efetivar num determinado período do ano, a época junina, tornando-se apresentação
obrigatória nos palcos e nas ruas recebendo então o nome de Pássaro Junino.
Julgamos importante a inclusão dessa manifestação folclórica para o
desenvolvimento psíquico, motor, cognitivo e intelectual dos alunos, visto que a
realização do folguedo na escola Anchieta, citada a cima, comprovou tal relevância,
pois durante a execução do projeto, mediante as exigências e critérios avaliativos
das disciplinas envolvidas que credenciavam a participação dos alunos no folguedo,
observou-se que desde os primeiros momentos os alunos tornaram-se assíduos e
participativos nas aulas de Arte, aumentando, consideravelmente, seu rendimento.
Contudo, o sucesso pode ser maior se todos os atores envolvidos no
processo educativo do aluno, realmente estejam comprometidos com tal
responsabilidade, já que essa prática é capaz de permitir inúmeras possibilidades de
aprendizagem nas mais diversas áreas de conhecimento. Estudar, registrar e
socializar esse tema é, portanto, garantir a valorização e a preservação de valores
culturais e ambientais, fundamentados em aprendizagens significativas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANTES, Antonio Augusto. O que é Cultura Popular 14ª ed. São Paulo:
Brasiliense,1990.

DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. História oral: memória, tempo, identidades.


Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

DUARTE JÚNIOR, João Francisco. Fundamentos estéticos da educação.


Campinas: Papirus, 2002.
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BOSSI, Ecléa. Memória e sociedade. Lembranças de velhos. São Paulo: T. A.
Queiroz, 1979.

FRADE, Cáscia. O Folclore, São Paulo, Global, 1997.

FERRAZ, Maria Heloisa C. de T. Metodologia do Ensino da Arte. São Paulo:


Cortez, 1993.

FUX, Maria. Dança, Experiência de vida. São Paulo: Summus, 1983.

KESSEL, Zilda. “Memória e Memória Coletiva”.


www.memoriaeducacao.hpg.ig.com.br.

LOUREIRO, João de Jesus Paes, Cultura Amazônica: uma poética do


imaginário. Belém, Cejup, 1995;
_________________ Pássaro da terra. Escrituras Editoras. São Paulo, 1999;

MONTENEGRO, Antônio Torres. História oral e memória: a cultura popular


revisitada. São Paulo: Contexto, 1994.

Novo Dicionário Aurélio versão eletrônica. Positivo Informática.

REVERBEL, Olga. Um caminho do teatro na escola. Editora Scipione. São Paulo,


2002.

Revista Nosso Pará. A riqueza cultural. Editora VER, nº 4, setembro de 1997.

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