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IGREJA METODISTA EPISCOPAL AFRICANA SIÃO

CONFERÊNCIA ANUAL DO OCIDENTE DE ANGOLA


ESCOLA MÉDIA DE TEOLOGIA DR. ZACARIAS JOÃO CARDOSO
SALA ANEXA DE CAXITO-BENGO

HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ

VIDA E OBRA DE: NERO, DOMICIANO E MACROS


AURÉLIO

O ESTUDANTE: JOSÉ CARLOS FERNANDO NGOLA


2º ANO

O PROFESSOR

REVª. ANA DIOGO

CAXITO, FEVEREIRO DE 2023


ÍNDICE

1- INTRODUÇÃO..........................................................................................................1

2.1- Vida e obra de Nero............................................................................................2

2.2- A ascensão de Nero ao poder............................................................................2

2.3- Os anos do Império de Nero..............................................................................3

2.4- O grande incêndio de Roma...............................................................................3

2.5- O fim do império de Nero e sua morte...............................................................4

3- VIDA E OBRA DE DOMICIANO...............................................................................5

3.1- A vida de Domiciano por Suetônio.....................................................................5

3.2- Domiciano: do período e da documentação.......................................................5

3.4- Obras..................................................................................................................6

4- MARCO AURÉLIO: A VIDA E A OBRA DO IMPERADOR FILÓSOFO...................6

4.1- Infância e Juventude...........................................................................................6

4.2- O imperador marco Aurélio e alguns de seus grandes feitos............................7

4.3- A morte do imperador e seu legado...................................................................8

4.4- A Filosofia do imperador Marco Aurélio.............................................................8

5- CONCLUSÃO.........................................................................................................10

6- BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................11
1- INTRODUÇÃO

Sendo assim, podemos concluir que, entender esses jogos de poder,


perceber o contexto de escrita, os interesses e, também, o lugar de Suetônio ao criar
as biografias dos Imperadores é, portanto, fundamental, para que possamos
construir leituras críticas acerca do passado.
Essa contradição se dá exatamente porque, ao longo dos séculos, algumas
das leituras que foram predominando acabaram reforçadas pela historiografia
moderna, sendo disseminada mais atualmente pela cultura de massa, em especial o
cinema. Nesse sentido, então, o desafio ao qual nos referimos é duplo: pensar o
significado de narrar vidas do passado romano, de selecionar o memorável, e de
rever estereótipos consagrados.

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2- ENQUADRAMENTO TEÓRICO

2.1- Vida e obra de Nero

Nero Cláudio César Augusto Germânico (37-68 d.C.), nascido Lúcio Domício
Enobarbo, foi o quinto imperador de Roma, último da dinastia júlio-claudiana, entre
os anos de 54 e 68 d.C. Foi um jovem e excêntrico imperador, governando o Império
Romano dos 16 aos 30 anos.
Durante esse curto período, dedicou-se à política, mas também foi um
profundo admirador da música, do circo, do teatro e do desporto. Julgava-se um
excelente cantor e poeta, disputou e "venceu", ou melhor, se declarou vencedor das
olimpíadas. Foi acusado da morte de seu irmão, sua mãe, de duas esposas, uma
estando grávida, e de um grande número de opositores.
Ficou conhecido também por ser responsável pelo Grande Incêndio de Roma,
mas ainda hoje discute-se sobre a sua real causa. Uma das maiores personalidades
da história da humanidade, sua figura ainda hoje é tema de debate, fonte de
algumas incertezas e ambiguidades. Isso se dá porque a maioria dos relatos de sua
época foram perdidos e a maior parte da documentação preservada são posteriores
ao seu mandato, contando com uma forte oposição ao seu governo.
Assim, se coloca em questão a veracidade dos eventos relatados e a
narrativa construída, desde então, acerca de Nero. É certo que ele foi severo com
seus opositores, ordenando diversas execuções.
Boa parte do que se sabe ainda hoje sobre o jovem imperador romano,
compreendido como demoníaco, considerado por muitos como o "anticristo", é uma
interpretação com base em historiadores que eram seus opositores. A verdade
sobre Nero permanece como um mistério, muito difícil de ser revelada, repleta de
contradições, mas que movimenta muitas pesquisas atualmente.

2.2- A ascensão de Nero ao poder

Nero era sobrinho do Imperador Cláudio e este casou-se com sua mãe,
Agripina e o adotou como filho, transformando-o no sucessor direto ao trono por ser
mais velho que seu meio-irmão, Britânico. Foi educado e recebeu o auxílio de seu
preceptor, o filósofo Sêneca.
Há indícios de que sua mãe tenha planejado o assassinato de Cláudio para
facilitar a chegada ao poder de Nero. Com a morte de Cláudio, Nero, aos 14 anos,
foi declarado o sucessor do trono, mas como era jovem demais, deveria esperar até
estar formado. Aos 16 anos foi nomeado César (em latim cæsar), nome dado ao
imperador romano. Nero foi o quinto césar, o último da dinastia júlio-claudiana.
Em 54 d.C., o imperador Nero, apoiado por sua mãe e Sêneca, conseguiu
estabelecer alguns anos de paz, diminuiu a atividade bélica. Os primeiros anos de

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sua administração foram marcados pela prosperidade dos territórios dominados e
consideráveis avanços administrativos no que diz respeito às decisões políticas.

2.3- Os anos do Império de Nero

Ele pregava uma separação bem definida entre sua vida particular e sua
atuação como político. Essa divisão agradou parte do Senado e possibilitou ao
imperador desenvolver seus interesses pessoais, em extensos banquetes públicos e
em suas atividades como cantor, músico lirista, com sua poesia ou em corridas de
bigas.
Nero proibiu as lutas com morte e em contra-partida, estimulou as atividades
no circo e as competições atléticas. Ele também permitiu que os escravos
denunciassem as injustiças cometidas por seus senhores. Entretanto, seu irmão
Britânico, possuía o apoio de parte do senado e era uma ameaça a seu governo. No
dia antes de Britânico atingir a maioridade, faleceu em decorrência de um ataque
epilético suspeito.
Os historiadores romanos Tácito e Dião Cássio afirmam que Nero e sua mãe
conspiraram e envenenaram seu meio-irmão para garantir seu poder. Esse episódio
marca o fim do período pacífico e início de uma mudança no governo de Nero,
fundamentado na sua desconfiança de tudo e de todos, inclusive de sua mãe, com
quem tinha uma relação conflituosa.
Segundo os relatos da época, Agripina, mãe de Nero era uma mulher
poderosa e controladora. Foi acusado de ter relações incestuosas com sua mãe. Em
59 d.C, o imperador enviou assassinos para executá-la, sob suspeita de que teria
conspirado contra seu governo. A vida afetiva de Nero também foi muito conturbada.
O imperador casou-se quatro vezes. Sua primeira esposa, Cláudia Otávia, era sua
meia-irmã, irmã de Britânico. O casamento não durou muito. Nero engravidou
Popeia Sabina, em uma relação extra conjugal, divorciou-se de Cláudia Otávia e
baniu-a de Roma.
O banimento de sua primeira esposa, querida pelo povo romano, gerou
inúmeros protestos, Nero percebeu que a situação causava instabilidade e ordenou
que a matassem fazendo parecer uma morte natural. Casou-se com Popeia e ela
gerou sua única filha, mas a criança morreu com apenas 4 meses de vida e recebeu
o título de augusta, uma grande honraria do império romano.
Posteriormente, casou-se ainda com Estacília Messalina e também com
Esporo, um escravo liberto que o imperador mandou castrar e o desposou-o.
Historiadores da época relatam a semelhança de Esporo com Popeia Sabina e
dizem que Nero chamava-o pelo nome da esposa morta.

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2.4- O grande incêndio de Roma

Um dos episódios mais marcantes da vida de Nero foi o grande incêndio que
destruiu boa parte de Roma, em 64 d.C. Esse evento, gerou diversas hipóteses e
controvérsias. O incêndio tomou grandes proporções afetando dez das catorze
zonas da Roma antiga.
Sobre esse evento há uma disputa entre diversas hipóteses. Uma das
narrativas disseminadas no período posterior a sua morte afirma que Nero teria
colocado fogo na cidade para servir-lhe de inspiração para sua composição como
artista. Alguns relatos da época dizem que Nero estava o Imperador estava fora de
Roma durante o incêndio. Outra possibilidade aponta para a vontade de Nero de
reconstruir a cidade e propor um projeto urbanístico a seu modo, ou mesmo para a
construção do novo palácio.
De facto, após o incêndio, Nero deu início à construção da Casa Dourada
(Domus Aurea), um palácio em uma área de cerca de 2 000 000 m2, revestido de
ouro, marfim e pedras preciosas. O palácio também contava com lagos artificiais,
jardins e inúmeras salas para festas, atividade favorita de Nero. Na hipótese mais
aceita, os soldados romanos teriam iniciado o incêndio acidentalmente em uma
perseguição aos cristãos. O próprio Imperador culpou os cristãos pelo incêndio, o
que justificou uma maior perseguição.
O Grande Incêndio de Roma dá o início do declínio do governo de Nero. Após
esse evento, a oposição a Nero intensificou-se, culminando em sua queda em 68
d.C.

2.5- O fim do império de Nero e sua morte

O avanço da oposição a Nero se deu por conta do aumento dos impostos no


império e pela intensificação da perseguição aos cristãos. O clima de insegurança se
alastrou pelo império e acabou gerando uma reação, a partir de uma série de
complôs contra o governo. Estudos recentes apontam que Nero foi mantido no poder
por obter um grande apoio das camadas mais populares do povo romano.
Entretanto, sua vaidade o levou a realizar uma longa turnê pela Grécia em
67/68 d.C., para demonstrar seus dotes artísticos. O afastamento da capital do
império contribuiu para a perda de apoio e possibilitou o golpe de estado.
Por fim, em 68 d.C., o Senado declarou Nero como inimigo público e escolheu
Galba como seu sucessor no poder. Nero decidiu fugir de Roma, mas segundo
relatos, ao ser alcançado por um soldado romano, optou por tirar a própria vida.
Após sua morte, seguiu-se um período de instabilidade no poder conhecido como "o
ano dos quatro imperadores"(68-69 d.C.). Nesse período governaram o Império:
Galba, Otão, Vitélio e, por fim, Vespasiano, que ficou no poder até 79 d.C.

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Segundo os historiadores contemporâneos, a morte de Nero dá continuidade
a sua figura dúbia. Ao que parece, a classe dos poderosos e mais algumas parcelas
da população comemoraram a sua morte, enquanto uma parte das camadas mais
populares sofreu por sua perda. Por conta do intenso ataque aos cristãos, Nero ficou
conhecido como o anticristo. Isso contribuiu para sua péssima fama e para a
ampliação da narrativa de seus opositores, após a ascensão cristã na Europa.

3- VIDA E OBRA DE DOMICIANO


A Vida de Domiciano contrasta desde o início com a do irmão, Tito, e com o
pai Vespasiano, Suetônio intitula os dois primeiros Flávios como “divinos”. O livro de
Domiciano começa relatando a sua vida antes de alcançar o poder, segue pela
tomada do poder, descreve as circunstâncias da morte do Prínceps e, por fim, traz
um compêndio sobre os traços pessoais.

3.1- A vida de Domiciano por Suetônio

No oitavo e último livro da Vida dos Césares Suetônio usa as técnicas


narrativas já mencionadas para acentuar os bons e os maus costumes dos Flávios.
Se em Vespasiano e Tito são escamoteados alguns elementos que poderiam
diminuir a imagem positiva destes imperadores, em Domiciano a tônica nos
aspectos negativos e a organização da biografia contribuem para sublinhar a
imagem de um tirano, cuja crueldade e misantropia vão aumentando com o tempo.
Conforme Suetônio, Domiciano nasceu em 24 de Outubro de 51 d.C., era de
estatura elevada, seu rosto refletia modéstia, tinha os olhos grandes, tinha boas
proporções físicas, “exceto pela única exceção de que tinha os dedos dos pés
curtos, e foi se tornando feio muito cedo por conta da calvície e da grande barriga”.
Retratado como preguiçoso e ocioso “incapaz de suportar a fadiga, quase nunca ia a
pé pela cidade”, raramente 199 usava o cavalo e sempre viajava em liteira, não tinha
inclinação alguma com o manejo de armas e gostava de fazer disparos com arco e
flecha.

3.2- Domiciano: do período e da documentação

Tito Flávio Domiciano, foi o último imperador da dinastia dos Flávios, família
de origem equestre que ascendeu ao poder em 69 d.C. na sequência dos conflitos
militares que, depois da morte de Nero (em Junho de 68 d.C.), fizeram desfilar no
Palatino quatro imperadores: Galba, Otão, Vitélio e, finalmente, Vespasiano. A
Vespasiano (imperador de 69 a 79 d.C.), sucederam os filhos: Tito, que morreu de
doença em 81d.C, e Domiciano, assassinado em 96 d.C., tendo um mandado de 15
anos, o mais longo desde Tibério.
Tradicionalmente, o período imperial de Domiciano é descrito como uma
época de tirania e terror, considerado por um longo tempo como um imperador
paranoico, egoísta e exagerado, sob o qual nenhuma forma artística teve liberdade
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para se desenvolver de forma plena. Por meio desta visão, teria sido causador de
triste decadência dos costumes, da sensibilidade artística da sociedade, da
manipulação do Senado e suas condutas militares e administrativas, o que teria
atraído inúmeras críticas de seus contemporâneos. No entanto tais leituras estão
sendo questionadas atualmente, como veremos mais adiante.
Ao tratar da sua vida antes de obter o poder, segundo o biógrafo, Domiciano
passou sua adolescência e sua primeira juventude cercado de tanta pobreza que
não tinha sequer a “sua disposição uma taça de prata”, quando assumiu o cargo de
pretor urbano exerceu poder absoluto “o que já daria mostras de como seria seu
futuro”. Empreendeu uma expedição contra a Gália e Germânia “apesar de
desnecessária e de que os amigos de seu pai tentassem dissuadi-lo, ele o fez só
para equiparar-se ao seu irmão em poder e em consideração”
Para não referir a cada uma de suas atuações, Suetônio resume a vida
afetiva-sexual de Domiciano, que “depois de ter mantido comércio carnal com as
esposas de muitos personagens, seduziu inclusive Domícia Longina, casada com
Elio Lâmia, e contraiu matrimônio com ela”. Quando seu pai morreu, Domiciano
envolveu-se em uma série de intrigas contra seu irmão, até que este adoeceu e, por
fim, faleceu e “ao defunto não atribuiu nenhuma honra, salvo em sua apoteose, e
aos pouco o difamou em discursos e editos”.

3.4- Obras

Entre as obras contemporâneas a Domiciano estão: Antiguidade Judaicas de


Flávio Josefo; Aquiléida (96 d.C) e Silva (meados de 90d.C) de Estácio; Epigramas
do satírico Marcial (escritos entre 80- 100 d.C); Sátiras de Juvenal (ano 100 d.C);
Agrícola escrito por Tácito (98 d.C.); a obra de Plínio, o 196 jovem, que escreveu
seu Panegírico (no ano 100 d.C) e, posteriormente, Vida dos Césares escrita por
Suetônio (aproximadamente no ano de 120 d.C).

4- MARCO AURÉLIO: A VIDA E A OBRA DO IMPERADOR


FILÓSOFO

4.1- Infância e Juventude

Marco Aurélio, também conhecido como o “imperador filósofo”, é tido como


um dos maiores imperadores que o Império Romano já teve. Nasceu em 26 de abril
de 121, em Roma. Seus pais eram Ânio Vero e Domícia Lucila. O pai não teve muita
influência sobre o filho, ao contrário da mãe que, segundo o próprio Marco Aurélio,
lhe ensinou a importância de se levar uma vida correta e simples. O amor entre mãe
e filho era profundo e a admiração e respeito que ele tinha por ela eram realmente
grandes.
Os pais de Marco Aurélio eram membros de família aristocrata, morreram
quando ele ainda era jovem e, então, ele foi adotado por um tio, chamado Antonino
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Pio, imperador de Roma que sucedeu a Adriano. Vivendo com Antonino, a quem
muito se afeiçoou, foi aos poucos se preparando para ser o próximo na linha de
sucessão. Admirava o pai que o havia adotado, observando nele inúmeras
qualidades que o encantavam, pois Antonino governava com justiça, gentileza,
serenidade, simplicidade e sabedoria.

4.2- O imperador marco Aurélio e alguns de seus grandes feitos

No entanto, Marco Aurélio não governaria sozinho. Ele tinha um irmão


adotivo, chamado Lúcio Vero, que também tinha sido adotado por Antonino na
ocasião em que perdeu o pai, e os dois tornaram-se co-imperadores, ou seja,
exerceriam o poder juntos. A população de Roma mostrou-se contente com os dois
novos imperadores. Marco Aurélio detinha nas mãos maior poder do que o seu
irmão e não se sabe exatamente qual a razão disso. É bem provável que Lúcio não
apresentasse tanta inclinação para exercer o poder como o grande Marco Aurélio.
Marco Aurélio e seu irmão eram muito diferentes. Lúcio era dez anos mais
jovem que o irmão e se sentia atraído por jogos de circo, por teatro, por prazeres.
Em certa época, consta que chegou até mesmo a levar uma vida desregrada.
Porém, sua conduta em relação às tropas por ele guiadas nas diversas ocasiões em
que isso foi necessário não deixou nada a desejar, pois Lúcio se mostrava piedoso e
justo.
Durante o reinado de Marco Aurélio, o Império romano foi alvo de invasões.
Ao Norte, houve inúmeros confrontos com os germanos e na parte oriental do seu
império, aconteceram guerras contra os partas. Não se sabe certamente quais foram
as razões que levaram às invasões dos germanos, mas fontes dizem que o mais
provável é que estivessem em busca de um local com terras mais férteis e com
clima mais ameno. As invasões duraram muitos anos.
Em 166, os romanos conseguiram uma vitória contra os partas. Marco Aurélio
e Lúcio Vero, então, receberam o título de pais da pátria, em meio a diversas
comemorações oficiais. Porém, a calmaria durou pouco, pois não muito tempo após
festejos, mas dois povos, os langobardos e os úbios, passaram a oferecer perigo na
fronteira do Danúbio. Novamente, os romanos saíram vitoriosos.
Ainda assim, Marco Aurélio achou melhor ir pessoalmente até a Germânia.
No entanto, foi preciso que ele adiasse a sua viagem, pois surgiu uma peste em
Roma, que durou muito tempo e fez um grande número de vítimas. Era um momento
realmente muito delicado para Marco Aurélio pensar em se ausentar e havia
pessoas que temiam até que o fim do mundo estivesse próximo, tamanho era o
temor da peste.
Depois desses acontecimentos tão tristes, Marco Aurélio, que agora
governava sozinho, mais uma vez se dirigiu à direção do Danúbio, para uma outra
ofensiva contra os germanos. No entanto, dessa vez não conseguiu deter os

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inimigos que acabaram invadindo algumas regiões da Itália. Marco Aurélio ficou
anos longe de Roma, tentando manter a paz na fronteira, mas sabia que, como de
outras vezes, qualquer trégua conseguida seria apenas temporária.
Em 165, mais um golpe atingiu o imperador, que foi a morte de sua esposa
Faustina, companheira de tanto tempo, aos 46 anos de idade. Não se sabe
exatamente a causa de sua morte. No templo de Vênus e de Roma duas estátuas
foram erguidas, sendo uma de Marco Aurélio e outra de sua esposa Faustina. O
imperador sabia que mesmo com a tristeza pela partida de pessoas queridas, era
preciso aceitar os fatos, e por isso seguia tentando governar com a seriedade e a
serenidade de sempre.
Em 177, embora as estradas fossem aterrorizadas por alguns saqueadores,
tudo parecia calmo. Entretanto, no ano seguinte, mais uma ofensiva foi necessária
na região do Danúbio.

4.3- A morte do imperador e seu legado

Marco Aurélio, antes de sua partida para o local, providenciou que seu filho
mais velho, Cômodo, de 17 anos, se casasse. Sua jovem esposa chamava-se Brútia
Crispina. Além disso, nomeou filho com imperador, passando assim a governarem
juntos.
Enfim, Marco Aurélio partiu para guerra, acompanhado de Cômodo. Pensava
a todo custo em fazer acordos com os povos invasores e pensar em estratégias que
pudessem afastá-los. Em meio a tudo isso, ele ficou doente. Percebendo que não
teria sua saúde de volta e vendo que a morte se aproximava, chamou Cômodo e
pediu ao filho que não desistisse da guerra.
Aos 58 anos, ele faleceu. Era 17 de março de 180. Não há consenso a
respeito da doença que matou imperador, mas é provável que tenha contraído a
temida peste, sendo mais uma vítima desse terrível mal.
Foi sucedido por Cômodo, que não foi capaz de dar continuidade a tudo de
bom que seu pai construíra como imperador. O filho governou até 192, ano em que
morreu assassinado. Marco Aurélio governou por 20 anos. Colocava sempre os
desejos e o bem- estar do povo acima de seus interesses. Foi o último dos cinco
bons imperadores do Império Romano. Os considerados bons imperadores que
governaram antes dele foram Nerva, Trajano, Adriano e Antonino
As suas cinzas foram levadas para o mau mausoléu de Adriano, em Roma. O
grande Imperador filósofo Marco Aurélio tornou-se personagem de filmes famosos,
como “A Queda do Império Romano”, de 1964, e “Gladiador”, de 2000.

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4.4- A Filosofia do imperador Marco Aurélio

Marco Aurélio não se destacou apenas como um grandioso imperador


romano, mas também deixou seu nome marcado na história da Filosofia. Ele é
considerado um filósofo estoico, ou seja, pertencente ao Estoicismo, que foi uma
corrente filosófica do período helenístico. De maneira breve e simplificada, podemos
entender que os estoicos buscavam alcançar a “ataraxia”, que era a
imperturbabilidade da alma. Eles propunham uma série de princípios que visava
conduzir a vida a um estado de tranquilidade interior e de aquisição da felicidade.
Mas o Estoicismo, é claro, não se resume apenas a isso e é composto por vários
outros aspectos. Essa corrente filosófica foi fundada pelo grego Zenão de Cítio e
além dele e do próprio imperador romano, existiram outros importantes
representantes, tal como é o caso de Epiteto e de Sêneca.
Marco Aurélio é autor de uma obra chamada “Meditações”, que consiste
numa compilação de seus pensamentos, sendo uma espécie de diário feito por ele
ao longo de um período de tempo. Essa obra atravessou os séculos e até os dias de
hoje é constantemente lida, estudada e possui um conteúdo no qual encontramos
uma grande sabedoria de vida, que é capaz de inspirar muitas pessoas. Em suma,
esse registro filosófico feito pelo imperador romano oferece uma série de preceitos
pelos quais podemos tornar o nosso cotidiano mais agradável, sereno e menos
denso. Vejamos a seguir, ainda que de maneira breve e simplificada, algumas
meditações de Marco Aurélio:
No Livro II, o imperador nos aconselha a respeito de como executar nossas
ações. Segundo ele, tudo que está ao nosso alcance deve ser feito com dignidade.
Nesse sentido, devemos nos entregar a cada ação como se ela fosse a última.
Ademais, precisamos ter a razão como guia, pois ela nos levará aos princípios
corretos e divinos. Em nossas ações devemos também nos desfazer da hipocrisia e
do egoísmo.
O pensador romano, ainda no Livro II, comenta que muitas pessoas se
distraem com coisas que estão fora delas, ocupando-se assim de um número
excessivo de atividades e questões, porém, focando em poucas coisas. Dessa
maneira, a pessoas não mantém a concentração em ideias e metas específicas.
Cabe aqui um diálogo entre essa meditação e um dos ensinamentos presentes no
Manual de Epicteto, no qual o filósofo estoico aconselha que saibamos nos
concentrar nas prioridades e diz que devemos evitar distrações que nos desviem de
tais focos.
No Livro IV, Marco Aurélio nos orienta a carregarmos conosco duas
dispoições: uma consiste em agir conforme a razão e a outra em ter alguém para
nos corrigir, sendo que nesse caso, devemos ter abertura para mudar a forma de
pensar se alguém se propuser a nos corrigir em algum aspecto.

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Sua contribuição filosófica foi realmente grande e até hoje, quando se fala em
Estoicismo, fala-se também no imperador romano Marco Aurélio, que através das
Meditações se tornou um notável expoente dessa corrente de pensamento.

5- CONCLUSÃO

O presente estudo é fruto de uma pesquisa resumida que permitiu o


desenrolar do tema vida e obras de Nero, Domiciano e Macros Aurélio, onde qual foi
possível perceber o marco histórico e o papel destes três autores.
Portanto, Nero (37 – 68) foi imperador romano entre os anos de 54 e 68 da
era cristã. Foi o quinto representante da dinastia Júlio Claudiana formada pelos
imperadores, Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero. Tornou-se um dos mais
cruéis imperadores da história de Roma.
Tito Flávio Domiciano (em latim: Titus Flavius Domitianus; 24 de outubro de
51 – 18 de setembro de 96) foi imperador romano de 14 de setembro de 81 até a
sua morte a 18 de setembro de 96. Tito Flávio Domiciano era filho de Tito Flávio
Sabino Vespasiano com sua mulher Domitila e irmão de Tito, a quem ele sucedeu. A
sua juventude e os começos da sua carreira transcorreram à sombra do seu irmão
Tito, que alcançou considerável renome militar durante as campanhas na Germânia
e Judeia dos anos 60.
Enfim, Marco Aurélio ficou noivo da filha de Antonino com sua esposa, Ânia
Galéria Faustina. A noiva tinha o mesmo nome da mãe e era aproximadamente dez
anos mais nova que Marco Aurélio. O casamento aconteceu em 145. Ao logo dos
anos, Faustina lhe daria treze filhos, no entanto nem todos chegariam à idade
adulta. Antonino morreu aos 76 anos, no dia 7 de março de 161. Com esse
acontecimento, Marco Aurélio se tornaria o novo imperador de Roma.

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6- BIBLIOGRAFIA

 CASTILO, A. D. (2012). "La Dinastía Flavia." In: ROLDÁN, J. M., BLÁSQUEZ,


J. & CASTILLO, A. Historia de Roma- Tomo II El Imperio Romano (Siglos I-
III). Madrid: Catedra.
 FREIJEIRO, A. B. (1955). Un Retrato de Domiciano. Archivo Español de
Arqueologia 28, 280-286.
 Joly, Fábio Duarte. "Suetônio e a tradição historiográfica senatorial: uma
leitura da Vida de Nero." História (São Paulo) 24.2 (2005): 111-127.
 Varner, Eric R. Monumenta Graeca et Romana: Mutilation and transformation:
damnatio memoriae and Roman imperial portraiture. Vol. 10. Brill, 2004.

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