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Direitos Humanos 5
Direitos Humanos 5
DIREITOS HUMANOS
UNIDADE 5
DIREITOS HUMANOS E
DIREITOS SOCIAIS
INTRODUÇÃO
Entre os direitos fundamentais insculpidos na Constituição de 1988, encontramos uma
categoria de direitos fundamentais classificados como sociais, previstos no artigo 6º
como os direitos a educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte,
lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, assistência
aos desamparados. Os direitos ditos sociais têm por escopo estabelecer condições
de igualdade entre os indivíduos, garantindo-lhes o mínimo necessário para viver com
dignidade. Entretanto, o Estado não consegue adimplir as suas obrigações em relação
aos direitos sociais, o que resta por causar muito sofrimento e dissabor por aqueles que
dependem do Estado naquilo que se considera básico e essencial para a sobrevivência.
Fonte: 123RF.
Herófilo, antes de Cristo, afirmava: “quando falta a saúde, a sabedoria não se revela,
a arte não se manifesta, a força não luta, a riqueza é inútil e a inteligência inaplicável”
(HEROPHILUS apud LIMA, 2009, p. 6).
Sob o prisma jurídico, a saúde como direito social (artigo 6º) encontra-se prevista
na Constituição Federal desde a sua origem, em 1988. O artigo 196 da Carta Cons-
titucional assegura:
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Desse ponto de vista, falar de saúde exige olhar para a sociedade: a casa comum onde
vivemos, onde os seres humanos constroem relações e suas vidas, também é o local
em que estes desenvolvem formas de adoecer e bem viver. É preciso que o Estado,
além de assegurar o direito à saúde a todos os cidadãos, assegure o respeito às diver-
sas formas de vida dos diferentes grupos sociais aqui existentes.
Fonte: 123RF.
Segundo Lenza (2020, p. 889), a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 re-
conheceu o direito à alimentação como direito universal do cidadão em 1993 pela quase
unanimidade (salvo EUA) dos 52 países integrantes da Comissão de Direitos Humanos da
ONU (1993), que fizeram incluir o referido direito como integrante do cidadão, passando a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, no seu artigo 25, a estabelecer que:
Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e
à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança
em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos
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Portanto, desde 2006 o Brasil já previa a alimentação entre os direitos do cidadão. Mas, so-
mente em 2010, o referido direito adquiriu força constitucional, tendo encontrado previsão na
Constituição Federal, exigindo-se o seu cumprimento do poder público com maior ênfase.
Além do poder público, têm responsabilidade por garantir uma alimentação adequada à
toda a população os diferentes atores sociais (indivíduos, famílias, comunidades locais,
organizações não governamentais, organizações da sociedade civil, empresas, etc.)
em relação à sua implementação.
Não podemos falar em direito humano à alimentação adequada sem entender o papel
fundamental que cada um de nós possui como indivíduos, agentes do Estado ou repre-
sentantes da sociedade civil no processo de promoção da realização dele como direito
passível de ser exigido em sua realidade local.
Além disso, o cidadão pode se valer de instrumentos judiciais e políticos, tais como
a participação de campanhas de mobilização contra os projetos de leis que violam o
direito humano à alimentação adequada, e estimular a articulação entre organizações
e movimentos sociais que desenvolvem campanhas contra leis e projetos de leis que
violam e/ou ameaçam o direito humano à alimentação, tais como: campanha contra os
transgênicos; campanha contra o uso dos agrotóxicos etc.
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Fonte: 123RF.
A habitação foi reconhecida como direito humano em 1948 na Declaração Universal
dos Direitos Humanos, tornando-se um direito humano universal, nos seguintes termos:
Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a
sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança
em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos
de perda dos meios de subsistência fora de seu controle (UNICEF, 1948, [n.
p.], grifo nosso).
A concentração da terra nas mãos daqueles que detêm o poder econômico é uma ca-
racterística marcante da história do nosso país, e isso influencia diretamente na situação da
moradia inadequada no Brasil.
Muitas pessoas não possuem sequer saneamento básico e água potável, o que gera
doenças e infecções pela contaminação da água. São elevados os índices de déficit
habitacional, que representa a situação de moradia em condições inadequadas.
Embora a nossa Constituição também assegure que União, estados, Distrito Federal
e municípios deverão combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos, o que vemos no Brasil, na
verdade, são pessoas morando em condições desumanas, em favelas ou até mesmo
em situação de rua.
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A origem do termo “favela”, por mais estranhamento que possa causar, decorre de
uma planta que surgia no Morro da Favela, do episódio da Guerra de Canudos. Pos-
teriormente, passou a designar habitações improvisadas, sem infraestrutura, junto aos
morros (WIKIPÉDIA, 2021, [n. p.]).
O acesso à moradia adequada pode ser uma pré-condição para a realização de vários
outros direitos humanos, incluindo o direito a trabalho, saúde, segurança social, voto,
intimidade/privacidade e educação. Sem comprovante de residência, as pessoas sem-
-teto não têm condições de votar, desfrutar de serviços sociais ou de receber cuidados
de saúde. A moradia inadequada pode ter repercussões diretas sobre o direito à saúde,
por exemplo, se as casas e os assentamentos tiverem pouca ou nenhuma água potável
e nenhum saneamento, ou se estiverem em locais expostos a resíduos tóxicos em ra-
zão dos quais os moradores podem contrair graves doenças.
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O direito ao trabalho assumiu destaque entre os direitos sociais, pois, além da sua
previsão clássica no rol dos direitos sociais (artigo 6º, Constituição Federal), também
tem previsão espalhada por diversos dispositivos constitucionais. Surpreendentemente,
logo no artigo 1º, a Constituição Federal prevê que o Brasil é um Estado democrático
de direito e tem como fundamento, dentre outros, os valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa (artigo 1º, IV, Constituição Federal).
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` assegurar, por fim, a proteção dos direitos trabalhistas e promover ambientes de trabalho
seguros e protegidos para todos os trabalhadores, incluindo os trabalhadores migran-
tes, em particular as mulheres migrantes, e pessoas em empregos precários.
Assim, por exemplo, pretendemos reduzir a jornada de trabalho. Hoje temos uma jorna-
da de trabalho semanal de 44 horas, da qual almejamos uma redução para, no máximo,
40 horas. A conquista da redução da jornada de trabalho é um indicador de trabalho
decente. Outros indicadores possíveis seriam, por exemplo, a redução dos acidentes e
doenças do trabalho, a formalização do trabalho, a diminuição da rotatividade do traba-
lho, a ampliação da cobertura da previdência social, a igualdade de remuneração entre
homens e mulheres.
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CONCLUSÃO
Os direitos a moradia, trabalho decente e segurança alimentar são considerados direitos
sociais, fato esse que, incrivelmente, é o que provoca todas as injustiças e desigualdades.
Isso ocorre porque sociais são aqueles direitos para cuja implementação efetiva se exige
uma atuação estatal. Dependem de uma prestação positiva do poder público. Assim, para
haver educação, é preciso que o Estado construa escolas, realize concurso de professo-
res, faça o pagamento das remunerações, entre outros. Para que a segurança pública
seja efetiva, é preciso que o Estado construa presídios, remunere os policiais, adquira
armamentos. Para haver moradia, trabalho digno e segurança alimentar, é preciso que o
Estado assegure condições mínimas necessárias para a fruição desses direitos.
Ocorre que essa atuação estatal ativa depende de recursos financeiros e, consequen-
temente, da previsão orçamentária, já que vai implicar dispêndio financeiro pelo poder
público. Os recursos públicos, por sua vez, são limitados, razão pela qual se torna ne-
cessário fazer escolhas pelos governantes daquilo que realmente importa e deve ser
protegido e daquilo que não será amparado. Entretanto, essa escolha não é aleatória,
devendo ocorrer conforme os comandos constitucionais, garantindo-se o mínimo para
a existência das pessoas, aquilo a que se convencionou chamar de mínimo existencial.
Inobstante isso, na prática, exige-se muito mais do que um direito, é preciso haver ação,
boa vontade e solidariedade com o ser humano, em respeito à sua condição de ser hu-
mano e de igualdade aos demais.
Figura 05. Mapa mental
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O artigo aborda os direitos humanos sob a ótica dos direitos sociais e investiga a capacidade de
efetivação dos direitos humanos, para que assumam seu papel central na ordem contemporânea.
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Filme ou documentários:
Sinopse: O filme narra a formação do crime organizado no bairro da Zona Oeste carioca en-
tre os anos 1960 e 1970. Além da desigualdade social, traz aspectos da violência do Estado
pela polícia e pela omissão do Estado no tocante as políticas públicas.
Casos de Aplicação:
Caso Zara
Zara é responsabilizada por trabalho escravo e pode entrar na “lista suja”. Disponível em:
https://economia.ig.com.br/2017-11-14/zara-trabalho-escravo.html. Acesso em: 16 nov. 2021.
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EDUCANDO PARA A PAZ