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Material Digital do Professor

Ciências – 9º ano
3º bimestre – Sequência didática 1

Usos das radiações na sociedade


Duração: 4 aulas
Referência do Livro do Estudante: Unidade 2, Capítulo 9

Relevância para a aprendizagem


Para estudar as radiações, é necessário compreender tanto a quantidade de energia envolvida
nos processos radioativos, quanto seus impactos na sociedade e no ambiente. Em razão de grandes
acontecimentos históricos, como a explosão da bomba atômica durante a Segunda Grande Guerra
Mundial, em 1945, e o vazamento de material radioativo na Usina Nuclear de Chernobil, em 1986, as
radiações assumiram um papel negativo para a sociedade. No entanto, elas não são as vilãs do mundo.
Se forem empregadas com consciência e segurança, podem colaborar em vários âmbitos da sociedade.
Apreender sobre seu comportamento trouxe, ao longo do tempo, muitas aplicações na área da saúde,
principalmente na realização de exames cada vez menos invasivos.

Deste modo, torna-se relevante estudar as propriedades e as características das radiações,


uma vez que estas, atualmente, permeiam diversas atividades rotineiras, como a realização de exames
médicos e a utilização de aparelhos de celular para a troca de mensagens pela internet com o uso do
sinal de wi-fi.

Para auxiliar o estudo das radiações, foi organizada esta sequência didática em três aulas. A
primeira é orientada por uma discussão e uma apresentação dos conceitos de radiação ionizante, suas
aplicações na saúde e sua descoberta histórica. A segunda aula, por sua vez, propõe o uso de
simuladores digitais ou a realização de uma atividade prática experimental para consolidar os
conceitos sobre a radioatividade. Por fim, a terceira sugere um roteiro para o desenvolvimento de uma
pesquisa sobre os diversos usos e os impactos da radioatividade no cotidiano e posterior apresentação
dos resultados para a turma, de forma a disseminar o conhecimento científico.

Objetivos de aprendizagem
• Estudar a história e as propriedades gerais da radioatividade.
• Simular o decaimento alfa e beta de elementos radioativos.
• Pesquisar aplicações da radioatividade para o tratamento de doenças e o uso cotidiano.
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Competências gerais e específicas (BNCC)


Competências
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a
criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das diferentes áreas.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das
linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar
Gerais
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria
na vida pessoal e coletiva.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos,
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais,
seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.
1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano e o
conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.
2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da
Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação
científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas,
tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar aprendendo e
colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos
Específicas relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como
também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade
para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas)
com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.
5. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações
confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que promovam a
consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e
valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de
qualquer natureza.
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Objeto de conhecimento e habilidades (BNCC)


Objeto de conhecimento Habilidades
(EF09CI06) Classificar as radiações eletromagnéticas por suas frequências, fontes e
aplicações, discutindo e avaliando as implicações de seu uso em controle remoto,
telefone celular, raio X, forno de micro-ondas, fotocélulas etc.
Radiações e suas aplicações na
saúde (EF09CI07) Discutir o papel do avanço tecnológico na aplicação das radiações na
medicina diagnóstica (raio X, ultrassom, ressonância nuclear magnética) e no
tratamento de doenças (radioterapia, cirurgia ótica a laser, infravermelho,
ultravioleta etc.).

Desenvolvimento
Aula 1 – As radiações e suas aplicações
Duração: cerca de 45 minutos.
Local: sala de aula ou sala multimídia.
Organização dos estudantes: em suas carteiras organizadas em fileiras.
Recursos e/ou material necessário: giz ou caneta, quadro de giz e espectro de energia eletromagnético impresso ou
digital.

Atividade 1 – Radiação eletromagnética (15 minutos)

Inicie a aula fazendo a seguinte pergunta aos estudantes:

• Vocês já ouviram falar sobre as radiações?


Anote no quadro as respostas que forem dadas pelos estudantes de modo a utilizá-las para a
construção dos conceitos posteriores sobre as radiações. Com esta questão inicial, espera-se que eles
recorram a conhecimentos de senso comum, tais como sinal de internet, celular, acidentes em usinas
com material radioativo e fatos ilustrados em filmes e desenhos animados.

Considerando as inferências dos estudantes, diga que a palavra radiação caracteriza-se como
um conceito genérico, isto é, serve para todo tipo de onda eletromagnética e todo tipo de partícula
que transporta energia. Neste momento, aproveite para esclarecer o conceito de onda e explique que
é uma perturbação (pulsos ritmados) que se propaga transportando energia e não transportando
matéria. Pergunte aos estudantes sobre os tipos de onda que eles conhecem e anote no quadro de
giz. Depois, diga a eles que as ondas podem ser classificadas em mecânicas ou em eletromagnéticas.
Enquanto as ondas mecânicas se propagam em um meio que pode ser sólido (cordas de um
instrumento musical), líquido (água de um rio quando caem gotas de chuva) ou gasoso (ar – ondas
sonoras), as ondas eletromagnéticas são ondas que não precisam de um meio material para se
propagar, isto é, podem se propagar no vácuo, como a luz, as ondas de rádio e as de televisão. A seguir,
aproveite para classificar, com os estudantes, as ondas anotadas no quadro como ondas mecânicas ou
eletromagnéticas. Durante a classificação, dê destaque para as ondas eletromagnéticas, definindo-as
como radiações.
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Esclareça aos estudantes que, quando se quer especificar um tipo de radiação, é necessário
caracterizá-lo de acordo com alguns parâmetros, tais como comprimento de onda, frequência e
energia. Exemplifique apresentando, de forma impressa ou projetada, um espectro eletromagnético
como o disponível em: www.ufpa.br/ensinofts/radiologia.html (acesso em: 30 out. 2018). Neste
momento, diferencie os tipos de radiação tomando como ponto de partida os conceitos de
comprimento de onda, frequência e energia. Para tanto, faça no quadro de giz o desenho de uma onda,
identificando onde estão situados os vales e as cristas. No mesmo desenho, faça uma reta entre duas
cristas consecutivas da onda e explique que a esta distância se dá o nome de comprimento de onda, o
qual é indicado pela letra grega 𝜆 (lâmbda). Ressalte que este comprimento de onda indica seu
tamanho. Posteriormente, cite que a onda se propaga em um tempo determinado e que chamamos
de período o tempo que a onda demora para percorrer um ciclo, ou seja, percorrer o caminho
equivalente a dois vales ou a duas cristas consecutivas. Por fim, para se obter a velocidade de
propagação da onda basta dividir o comprimento de onda pelo período.

Explique, ainda, que, quando uma onda possui um comprimento muito baixo, a quantidade de
cristas que viajam no espaço em determinado tempo é maior e que, nessa situação, podemos dizer
que sua frequência é maior. Para esclarecer esse conceito, diga que a frequência de uma onda é a
razão entre a quantidade de ciclos que ela realiza durante sua propagação e dado intervalo de tempo.
No quadro de giz, faça uma tabela com três colunas, conforme modelo abaixo, com os seguintes dados:
radiação, comprimento de onda e frequência. Peça aos estudantes que, com base nos dados do
espectro, construam essa mesma tabela no caderno e registrem os tipos de radiação de acordo com
esses três fatores.

Espectro de radiação eletromagnética

Radiação Comprimento de onda 𝝀 (nm) Frequência (Hz)

Onda de rádio > 108 < 3 x 109

Micro-onda 108 - 105 3 x 109 - 3 x 1012

Infravermelho 105 - 700 3 x 1012 - 4,3 x 1014

Luz visível 700 - 400 4,3 x 1014 - 7,5 x 1014

Ultravioleta 400 - 1 7,5 x 1014 - 3 x 1017

Raio X 1 - 0,01 3 x 1017 - 3 x 1019

Raio Gama < 0,01 > 3 x 1019

Fonte dos dados: UFRGS/IF. Disponível em:< www.if.ufrgs.br/oei/cgu/espec/intro.htm>. Acesso em: 15 nov. 2018.

Apresente os dados do espectro para que os estudantes registrem na tabela. Neste momento,
informe que o comprimento de onda pode ser dado em uma subunidade chamada nanômetro (nm),
e que esta subunidade significa que o valor numérico apresentado precisa ser multiplicado por uma
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potência de 10−9 para obtermos o valor em metro. Já a frequência é dada em hertz (Hz), que equivale
a um ciclo de onda completado por segundo.

Após o preenchimento da tabela, fale que a forma mais familiar de radiação é a luz solar, que
consiste na radiação de comprimentos de ondas entre o infravermelho (comprimentos de ondas mais
longos) e os raios ultravioleta (comprimentos de ondas mais curtos).

Em seguida, mencione que as radiações ainda podem ser classificadas como ionizantes e não
ionizantes. Esclareça que a radiação não ionizante tem menos energia do que a radiação ionizante,
sendo exemplos desta radiação as micro-ondas ou ondas de rádio e televisão, que têm seu efeito
limitado à geração de luz ou calor. Por sua vez, a radiação ionizante consiste em ondas
eletromagnéticas com energia suficiente para fazer com que as partículas de cargas negativas
(elétrons) se desprendam do átomo, alterando assim sua estrutura – em um processo conhecido como
ionização. Informe que o tipo de radiação ionizante mais conhecido é o raio X, usado em equipamentos
de radiografia para fins médicos. Diga que a radiação ionizante penetra nos corpos de acordo com seu
tipo e sua energia, e cada tipo de radiação tem um poder diferente de penetração e causa diferentes
graus de ionização na matéria. Como exemplo, cite os danos causados no DNA quando ele é submetido
às radiações ionizantes e diga que o contato com essas radiações causa mudanças na estrutura do
DNA, provocando as chamadas mutações.

Atividade 2 – Histórico e propriedades gerais da radioatividade (20 minutos)

Na sequência, faça uma contextualização histórica do assunto. Inicie ilustrando que a radiação
X foi descoberta pelo alemão Wihelm Conrad Röntgen em 1895, durante um estudo sobre a
condutividade dos gases, no qual ele provocava descargas elétricas em gases dentro de uma ampola
de vidro (ampola de Crookes). Esclareça que, no decorrer desses testes em uma sala escura, Röntgen
viu uma folha de papel, usada como tela e tratada com uma substância química (platinocianeto de
bário), emitir luz e ficar manchada com a impressão de objetos. Surpreso, fez várias investigações,
virando a folha de papel tratada e colocando-a a certa distância da ampola. Em todos os ensaios, a tela
continuava a brilhar, assim como todos os objetos que eram colocados entre a válvula e a tela pareciam
transparentes; então, ao colocar sua mão entre a válvula e a folha de papel tratada, viu seus ossos.
Assim, com essa descoberta, é possível, pela primeira vez, ver dentro do corpo humano sem precisar
abri-lo. Aos raios que emitem luz ao encontrar um obstáculo, Röntgen denominou de raios X.

Prossiga mencionando que o francês Henri Becquerel, ao ter conhecimento dessa pesquisa,
logo se interessou e deu continuidade ao estudo, pois já havia estudado, com seu pai e seu avô, o
fenômeno da luminescência (emissão de luz por alguns materiais quando estes recebem determinado
tipo de estímulo). Assim, para verificar se corpos luminescentes também podiam emitir raios X,
Becquerel envolveu cristais de urânio em duas folhas fotográficas e colocou a amostra sob a ação do
Sol por várias horas. Desse experimento, Becquerel observou que, quando se revelava a chapa
fotográfica, surgia a silhueta da substância fosforescente (cristais de urânio), que aparecia negra no
negativo; assim concluiu que, se fosse colocada uma moeda ou uma chapa metálica perfurada entre a
substância fosforescente e o papel, a imagem desses objetos poderia ser vista no negativo. Dessa
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forma, Becquerel concluiu que as substâncias fluorescentes analisadas emitiam radiações que
penetravam o papel opaco à luz e reduziam os sais de prata da folha, ou seja, sensibilizavam o papel
fotográfico. Entretanto, ressalte que a hipótese de Becquerel foi corroborada apenas depois que ele
colocou as chapas fotográficas em uma gaveta escura por vários dias, deixando sobre elas o sal de
urânio envolto em papel. Ao revelar as chapas, fotográficas Becquerel esperava não encontrar imagens
impressas, mas o que ocorreu foi o contrário, ele se deparou com imagens com maior nitidez. Essa
descoberta mostrou que, diferentemente dos raios X, as radiações descobertas por Becquerel eram
de origem nuclear, evidenciando que alguns átomos presentes nas substâncias eram instáveis e
emitiam diferentes radiações (ondas e partículas), exigindo, então, novas propostas de modelos para
os átomos, que não mais podiam ser considerados indivisíveis.

Atividade 3 – Refletindo sobre o que foi estudado (10 minutos)

Após esta introdução teórica e o preenchimento da tabela com as principais radiações


ionizantes, encerre a discussão solicitando aos estudantes que reflitam sobre o assunto e respondam
às seguintes questões: “Como você explicaria a relação entre a energia e o comprimento de onda em
uma radiação ionizante?” e “Em dias de verão, somos orientados a usar o filtro solar antes de sair de
casa. Qual seria a função desse filtro solar em nossa pele? E qual é a relação com as radiações
ionizantes?”.

Na primeira questão, espera-se que os estudantes, após terem preenchido e discutido a tabela
das radiações ionizantes, relacionem o tamanho do comprimento de onda com a quantidade de
energia transportada por esta onda. Isto é, quanto maior o comprimento de onda, menor a quantidade
de energia transportada nela e, consequentemente, menor o poder de atuação dessa radiação. As
ondas com menores comprimentos de onda, por sua vez, possuem frequências maiores, resultando
em maior transporte de energia e em um forte potencial de atuação dessa radiação. A radiação gama,
por exemplo, que possui grande poder de transformação da matéria, tem seu comprimento de onda
muito pequeno quando comparado com outras radiações e, por conseguinte, transporta uma
quantidade de energia muito maior.

Já na segunda pergunta, espera-se que os estudantes façam uma associação com doenças
como o câncer de pele, pois a função do filtro solar é barrar a radiação ultravioleta. Devemos utilizá-
lo como uma proteção. Cabe destacar, também, que o estudante poderá citar que esses raios são
provenientes do Sol e, no verão, sua incidência é maior do que em outros períodos do ano.

Aula 2 – Simulando o comportamento da radiação


Duração: cerca de 45 minutos.
Local: sala de aula, sala multimídia ou laboratório de informática.
Organização dos estudantes: em grupos de três integrantes.
Recursos e/ou material necessário: giz ou caneta, quadro de giz, computadores com acesso à internet, 2 celulares, papel
sulfite, papel-alumínio.
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Atividade 1 – Retomando a discussão sobre as radiações (15 minutos)

Inicie a aula perguntando aos estudantes em que situações eles acreditam que as radiações
ionizantes são utilizadas no cotidiano. Considerando as opiniões deles, informe que as radiações
ionizantes têm um poder diferente de penetração e causam diferentes graus de ionização na matéria.
Neste instante, esclareça que as radiações ionizantes podem ser classificadas em dois tipos: as naturais
e as artificiais. As radiações naturais são aquelas em que os núcleos dos elementos químicos, por serem
instáveis, emitem a radiação de forma espontânea (experimento de Becquerel) e se desintegram, ou
seja, formam outro elemento químico; já as radiações artificiais necessitam de indução para que o
núcleo do elemento químico se transforme e emita radiação, ou de processos de migração de elétrons
na eletrosfera dos átomos, ou ainda de desaceleração de partículas carregadas (elétrons) quando estas
estão em alta velocidade (ensaio de Röntgen).

Posteriormente a essa explicação, comente os três tipos básicos de radiação: as partículas alfa
e beta e os raios gama. Elas são emitidas durante as transformações que ocorrem nos núcleos de
átomos instáveis e liberam energia em forma de radiação até ficarem estáveis. Em seguida, diferencie
esses três tipos de emissão, mencionando que cada uma dessas radiações apresenta diferente grau de
penetração na matéria. Assim, as partículas alfa podem ser bloqueadas por uma folha finíssima de
alumínio, já as partículas beta requerem alguns milímetros de uma barreira como o alumínio para
bloqueá-las, enquanto a radiação gama requer materiais muito mais densos para bloqueá-la, como
chumbo ou concreto.

Após ter explicado os tipos de radiação, diferenciando-as quanto a seu teor energético e poder
de penetração na matéria, cite que todas as radiações que são emitidas a partir do núcleo dos átomos
são chamadas de radiação nuclear. Ressalte a importância dessas radiações para o uso médico, por
exemplo, no tratamento de hipertireoidismo com as partículas beta, no tratamento de câncer com os
raios gama e na realização de exames por meio de tomografia por emissão de pósitrons (partículas
beta).

Atividade 2 – Simulando a ação das radiações (20 minutos)

No momento seguinte, apresente as radiações alfa e beta por meio do uso de ferramentas
digitais, como as disponíveis em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/alpha-decay>
e <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/beta-decay> (acesso em: 30 out. 2018). Para
tanto, discuta com os estudantes sobre o fenômeno do decaimento de partículas. Cite que, quando
um átomo instável sofre decaimento, seu núcleo libera energia em forma de radiação, que pode ser
do tipo alfa, beta e gama, e o átomo que era instável se transforma em outro elemento químico. Tais
simulações podem ser baixadas e utilizadas sem o acesso à internet. Durante as simulações, peça aos
estudantes anotem suas observações no caderno, para posterior discussão.

Atividade 3 – Refletindo sobre o que foi estudado (10 minutos)

Para promover a reflexão dos estudantes acerca do que foi discutido, faça a eles os seguintes
questionamentos:
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• Como a doença de câncer pode ser tratada utilizando as radiações?


• Por que, em uma sala de exames com raios X, deve-se colocar chumbo em todas as
paredes?
Com a primeira questão, espera-se que os estudantes façam uma relação do tratamento do câncer
com o que foi discutido sobre o potencial energético das radiações e suas influências quando em contato
com a matéria. Quando a radiação entra em contato com a célula cancerígena, ela tem a função de destruir
seu DNA, fazendo com que não haja mais a reprodução da célula doente. Assim, a radioterapia destrói as
células doentes do corpo, eliminando, em certa medida, o câncer da região tratada.

Já na segunda questão, objetiva-se trabalhar a compreensão sobre a capacidade de bloqueio das


radiações. Como discutido, as radiações alfa, beta e gama possuem diferentes graus de penetração da
matéria, e a radiação gama só pode ser barrada por materiais muito densos. O mesmo ocorre com os
raios X, que só podem ser barrados por materiais bem densos, como o chumbo. Por isso, as paredes de
uma sala de exames que utilizam raios X são compostas por placas de chumbo, para que essa radiação
não consiga atravessar a parede e atingir as pessoas que estão ao redor da sala. Uma longa exposição
dessa radiação pode provocar alterações no tecido vivo e ocasionar danos à saúde de um indivíduo.

Aula 3 – Pesquisa sobre a radiação e seus usos na sociedade (parte 1)


Duração: cerca de 45 minutos.
Local: sala de aula, sala multimídia ou laboratório de informática.
Organização dos estudantes: em grupos de quatro integrantes.
Recursos e/ou material necessário: giz ou caneta, quadro de giz. Se possível; computadores com acesso à internet, caso
contrário, pesquisas dos diversos usos da radioatividade, previamente preparadas, para consulta na forma impressa.

Atividade 1 – Radioatividade e saúde (15 minutos)

Inicialmente, organize os estudantes em grupos de quatro indivíduos. Em seguida, retome


alguns conceitos sobre as radiações estudadas, citando que elas são emitidas por elementos químicos
de modo natural ou artificial e que, além disso, tais emissões são classificadas em alfa, beta e raios
gama.

Posteriormente, faça a seguinte pergunta aos estudantes: “Como as radiações podem curar
doenças?”. Para responder a essa questão, oriente-os a promover um debate retomando conceitos
estudados na aula anterior, tais como o potencial de penetração de determinadas radiações nos
tecidos vivos e a modificação provocada nas moléculas de DNA. Anote, no quadro de giz, as respostas
dadas por eles e promova um debate tomando-as como pontos norteadores.

Em seguida, faça um segundo questionamento: “O que aconteceria se um corpo humano


ficasse exposto a uma radiação ionizante por muito tempo?”. Nessa segunda questão, os estudantes
serão instigados a pensar em mutações e transformações do corpo, uma vez que a interação entre
radiação ionizante e matéria, por um tempo longo, pode provocar alterações drásticas nas células.
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Atividade 2 – Pesquisando os diversos usos da radioatividade (30 minutos)

Em um segundo momento, oriente os estudantes a desenvolver uma pesquisa sobre o uso das
radiações na sociedade, tais como na Medicina (raio X para exames, ultrassom, ressonância magnética,
radioterapia, cirurgia óptica a laser, etc.), na agricultura (controle de pragas e preservação de vegetais),
na indústria (conserva de alimentos, desinfecção da água), entre outros. Peça aos grupos que
pesquisem, em endereços eletrônicos confiáveis, como os de revistas cientificas e os acadêmicos. Caso
não haja acesso à internet, distribua entre os grupos os materiais que foram previamente selecionados
e organizados para que façam a pesquisa. Oriente-os a seguir um roteiro para buscar as informações,
tais como o sugerido:

• Qual o tipo de radiação ionizante utilizado na área de pesquisa escolhida?


• Em que aspecto a radiação atua?
• Como é o funcionamento do aparelho que emite a radiação?
• Faça um esquema do funcionamento do aparelho representando as radiações e sua
atuação.
• Qual a vantagem e a desvantagem do uso da radiação nessa área de aplicação?
Posteriormente, circule pela sala de modo a orientar os estudantes durante o
desenvolvimento da atividade e auxiliá-los em eventuais dúvidas que possam surgir.

Aula 4 – Pesquisa sobre a radiação e seus usos na sociedade (parte 2)


Duração: cerca de 45 minutos.
Local: Sala de aula, sala multimídia ou laboratório de informática.
Organização dos estudantes: em grupos de quatro integrantes.
Recursos e/ou material necessário: giz ou caneta, quadro de giz, cartolina ou papel kraft, tesoura, cola, revistas para
recorte, lápis e canetas coloridas.

Atividade 1 – Organizando saberes (15 minutos)

Inicie a aula reorganizando os estudantes nos mesmos grupos da aula anterior. Peça a eles que
finalizem as pesquisas iniciadas na aula anterior e, logo a seguir, elaborem um material de divulgação,
em cartolinas ou folhas de papel kraft, sobre o que encontraram acerca dos usos das radiações na
sociedade, pesquisados na aula anterior. Solicite que coloquem as informações necessárias e
representem, por meio de esquemas sucintos, as aplicações das radiações.

Atividade 2 – Compartilhando saberes radioativos (30 minutos)

Posteriormente, peça a cada grupo que compartilhe seu trabalho com os colegas,
primeiramente no ambiente da sala de aula, para que todos os grupos tenham o máximo de
informação sobre os diversos usos da radioatividade e, posteriormente, em painéis, em um espaço
adequado da escola, de modo a promover a disseminação do conhecimento científico.
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Aferição dos objetivos de aprendizagem


A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades
propostas nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual de cada um dos
estudantes. Deste modo, a avaliação pode contribuir para a formação do estudante em todas as suas
dimensões, considerando os aspectos procedimentais, atitudinais e conceituais.

Em um primeiro momento, espera-se que os estudantes sejam capazes de compreender a


radiação eletromagnética, bem como a história e as propriedades gerais da radioatividade. Esse
aprendizado pode ser verificado com as discussões proporcionadas pelos questionários sugeridos no
final da aula. Posteriormente, espera-se que, com o uso de ferramentas de modelagem digital, eles
possam sistematizar os conhecimentos adquiridos sobre a radioatividade. Para aferir a aprendizagem,
pode-se verificar as hipóteses levantadas pelos estudantes para explicar os fenômenos analisados.

Por fim, para expandir os conhecimentos deles sobre a radioatividade, de forma que percebam
as vantagens e as desvantagens dos diversos usos da radioatividade no cotidiano, espera-se que os
grupos consigam realizar uma pesquisa, organizar os dados obtidos e compartilhar os saberes
adquiridos. Destacam-se como elementos avaliativos o trabalho em equipe e o desenvolvimento das
habilidades sociais e comunicativas dos estudantes, por meio do trabalho em equipe e da participação
nas rodas de discussão.

Questões para autoavaliação

• Quais os elementos deste tema que achei mais interessantes?


• Quais foram minhas maiores dificuldades ao longo das atividades?

Questões para auxiliar na aferição

1. Pedro está respondendo a uma questão de Ciências e leu as seguintes afirmações:


I. A radiação gama é uma radiação ionizante.
II. Quando um elemento químico emite radiação de modo espontâneo, dizemos que é um
elemento radioativo natural.
III. A luz visível é uma radiação ionizante.

O que Pedro responderia como verdadeira e falsa? Justifique.

2. Indique um possível dano que as radiações ionizantes podem causar aos organismos e explique
sua causa.
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Gabarito das questões

1.
I. Verdadeira. A radiação gama é uma radiação ionizante.
II. Verdadeira. Todo elemento químico radioativo que não precisa ser induzido para emitir
radiação é classificado como radioativo natural.
III. Falsa. A luz visível não é uma radiação ionizante.

2. Espera-se que o estudante cite algum dano gerado pelas radiações ionizantes em contato com o
corpo como alterações moleculares nas células (incluindo a quebra da fita de DNA) ou a radiólise
da água. No caso das alterações que afetam diretamente as células, o estudante deve explicar que
a causa do dano está relacionada com a penetração da radiação na matéria, seguida da ionização
de átomos e do rompimento de ligações químicas presentes nas estruturas que constituem as
células (incluindo o DNA). No caso das alterações que afetam primeiramente as moléculas de água,
o estudante deve explicar que a causa do dano envolve a penetração da radiação na pele, seguida
da alteração da molécula de água, produção de radicais livres e formação de produtos tóxicos para
as células.

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