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Em 2022, 459 pênis foram amputados no

Brasil por câncer no órgão


No último ano, foram quase 2 mil casos da doença, que geralmente se manifesta
por meio de feridas que não cicatrizam na genitália masculina, mesmo com
tratamento tópico.

Por Redação Galileu

01/02/2023 14h30 Atualizado há 5 dias

Brasil registrou 1.933 casos de câncer de pênis e 459 amputações em 2022 Rahul Shah/Pexels

O câncer de pênis afetou 1.933 homens de janeiro a novembro de 2022, de


acordo com dados inéditos obtidos pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)
junto ao Ministério da Saúde. Durante o período, 459 amputações do órgão foram
realizadas devido à doença. O número de casos desse tipo de câncer foi mais alto
de janeiro a novembro de 2021, totalizando 2.072 ocorrências; já em 2020, foram
2.064 registros. A quantidade de amputações relacionadas também foi mais elevada
em 2021, quando ocorreram 570 procedimentos.
Apesar da aparente melhora, a média anual de amputações, considerando os
últimos 15 anos, é bastante alta: de 2007 a 2022, foram realizadas 7.790 remoções
penianas pela rede pública, correspondendo a 486 cirurgias por ano no Sistema
Único de Saúde (SUS). Os estados com maior registro de amputação de pênis nos
anos avaliados foram: São Paulo (1.321 procedimentos), Minas Gerais (1.161),
Paraná (633) e Ceará (526). No Brasil, esse tipo de tumor é mais frequente no Norte
e Nordeste.
O câncer peniano pode causar uma lesão na região, na maioria das vezes na
glande ou na face interna do prepúcio. “Essa lesão pode ser vegetante, ulcerada,
plana, avermelhada ou um misto desses tipos”, descreve José de Ribamar
Rodrigues Calixto, supervisor da Disciplina de Câncer de Pênis da SBU, em
comunicado. Conforme o especialista, a lesão costuma estar associada a coceira
local, queimação, dor e odor desagradável. É possível que ela não cicatrize em mais
de um mês, mesmo após tratamento com medicações tópicas.
Em casos mais avançados, é necessária a amputação do órgão e
implantação da uretra na região do períneo, o que obriga o paciente a fazer xixi
sentado. ”O acometimento dos linfonodos inguinais determina a necessidade de
retirada dos linfonodos dessa região, causando sequelas como linfedema (inchaço)
dos membros inferiores, de bolsa escrotal e de pênis”, acrescenta o médico.
Entre as principais medidas de prevenção contra o câncer de pênis está
limpar o órgão com água e sabão, puxando o prepúcio para higiene da glande.
Segundo a SBU, a limpeza deve ser feita todos os dias — e inclusive após as
relações sexuais. Outras medidas incluem postectomia (retirada do prepúcio),
quando a pele que encobre a cabeça do pênis não permite a higienização correta;
uso de preservativo para evitar infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como o
HPV; e a própria vacinação contra esse vírus, que pode dar, além do câncer de
pênis, câncer na vulva, colo do útero e ânus.
Durante este mês de fevereiro, médicos esclarecem sobre o câncer peniano
nas redes sociais da SBU (@portaldaurologia no Instagram e Facebook). A entidade
também vai dispor para download, no Portal da Urologia, artes para camiseta, boné,
take one e cartazes de conscientização.
“A importância dessa campanha é suprir a deficiência de informações
adequadas, e falar claramente sobre esse problema tão contundente em nosso
país”, destaca o presidente da SBU, Alfredo Felix Canalini, citando a relevância de
mensagens simples como "lavar corretamente seu pênis" e a conscientização sobre
a necessidade da cirurgia para o tratamento da fimose, que ocorre quando não se
consegue puxar a pele da ponta do pênis para lavar corretamente o prepúcio.

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