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CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO EM ENGENHARIA

CIVIL

REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO: ESTUDO DE AGREGADOS


ENCONTRADOS NA REGIÃO DE FORMOSA-GO

MICHELLY FERREIRA DO PRADO

Formosa – GO

2022
CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

MICHELLY FERREIRA DO PRADO

REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO: ESTUDO DE AGREGADOS


ENCONTRADOS NA REGIÃO DE FORMOSA-GO

Pré-projeto apresentado à coordenação do


curso de Bacharelado em Engenharia Civil
do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Goiás, Campus Formosa
como requisito para matrícula na disciplina
de Trabalho de Conclusão de Curso I.

Orientador: Prof. Me. Divino Gabriel Lima


Pinheiro

Formosa – GO

2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................................... 3
3 OBJETIVOS............................................................................................................................. 3
3.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 3
3.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 3
4 Metodologia ............................................................................................................................ 3
5 Cronograma ............................................................................................................................ 4
6 DESCRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO PROJETO .............................................................. 4
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 5
1 INTRODUÇÃO

O concreto é um dos materiais mais utilizados na construção civil no Brasil e no


mundo. Segundo Nogueira (2010) isso se deve ao fato de que existe abundância
de insumos para a sua preparação, facilidade de manuseio e pelo baixo custo
se comparado a outros materiais de construção. Busca-se então, que o concreto
seja um material resistente, por isso Mehta (2008) afirma que para muitos
projetistas essa é a propriedade mais valorizada no controle de qualidade, porém
muito se preocupa com a relação água/cimento e se esquece que a mineralogia
e dimensão do agregado pode interferir de maneira significativa nessa
resistência.

Ao longo do tempo as estruturas podem sofrer com deteriorações físicas e/ou


químicas, surgindo assim manifestações patológicas que afetam o desempenho,
ou até mesmo comprometem, a edificação. Para Sabbag (2003) os que mais se
destacam são a corrosão das armaduras, a ação gelo-degelo, o ataque por
sulfatos e a reação álcali-agregado (RAA).

Conforme Silveira (2006) o tema reação álcali-agregado (RAA) tem sido


abordado desde a década de 30, quando o fenômeno passou a ser entendido e
estudado. Uma RAA ocorre se dá a partir de uma reação química no concreto
endurecido quando alguns dos constituintes do agregado reagem com os
hidróxidos alcalinos do concreto, formando um gel que se expande pelos poros
do concreto, surgindo fissurações na estrutura. Para que essa reação ocorra é
necessário a combinação de três fatores: álcalis (sódio e potássio), um agregado
reativo e a presença constante de umidade.

No Brasil, a norma que trata do estudo e análise das reações álcali-agregado é


a ABNT NBR 15577 (2018) e está dividida em 7 partes:

• Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 1: Guia para avaliação


da reatividade potencial e medidas preventivas para o uso de agregados
em concreto.

• Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 2: Coleta, preparação e


periodicidade de ensaios de amostras de agregados para concreto.

• Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 3: Análise petrográfica


para verificação da potencialidade reativa de agregados em presença de
álcalis do concreto.

• Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 4: Determinação da


expansão em barras de argamassa pelo método acelerado.

• Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 5: Determinação da


mitigação da expansão em barras de argamassa pelo método acelerado.

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• Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 6: Determinação da
expansão em prismas de concreto.

• Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 7: Determinação da


expansão em prismas de concreto pelo método acelerado.

Em sua parte 1, a ABNT NBR 15577-1 (2018), define os três tipos de reações
álcali-agregados:

• Reação Álcali-Sílica (RAS): tipo de reação álcali-agregado em que


participam a sílica reativa dos agregados e os álcalis, na presença do
hidróxido de cálcio originado pela hidratação do cimento, formando um
gel expansivo. Constituem exemplos de sílica reativa: opala, tridimita,
cristobalita, vidro vulcânico, entre outros. Este é o tipo de reação álcali-
agregado que mais rapidamente se desenvolve.

• Reação Álcali-Silicato (RAS); tipo específico de reação álcali-sílica em


que participam os álcalis e alguns tipos de silicatos presentes em certas
rochas. Os silicatos reativos mais comuns são o quartzo tensionado por
processos tectônicos e os minerais da classe dos filossilicatos presentes
em ardósias, filitos, xistos, gnaisses, granulitos, quartzitos, entre outros.
Geralmente, esta reação é mais lenta que a álcali-sílica.

• Reação Álcali-Carbonato (RAC). tipo de reação álcali-agregado em que


participam os álcalis e agregados rochosos carbonáticos.

O interesse na reação álcali-agregado em estruturas de concreto aumentou


significativamente nas últimas décadas em função do aparecimento, cada vez
mais intenso, de novos casos de manifestação patológica, do risco relacionado
à segurança de barragens e dos elevados custos de reparos e manutenção.
(SILVA, 2007)

Por causa das condições favoráveis, as RAA’s ocorrem com mais frequência em
barragens e pontes, porém também se tem observado essa manifestação
patológica em blocos de fundação. Segundo Silva (2007), várias edificações de
Recife tiveram a constatação de RAA nos blocos de coroamento da fundação de
alguns prédios devido a uma fatalidade que ocorreu em 2004 após o colapso do
Edifício Areia Branca, por isso se faz necessário os estudos de laboratório dos
agregados a fim de não ter um concreto que possa desenvolver tal patologia,
pois as medidas de correção desse tipo de problema são extremamente
complexas e de alto custo.

2
2 JUSTIFICATIVA

Devido aos altos custos e dificuldades de se recuperar uma obra que seja
diagnosticada com RAA, é importante realizar estudos laboratoriais para
determinação mineralógica dos agregados para, de acordo com as
normatizações vigentes, se classificar o grau de reatividade do agregado,
determinando assim as medidas necessárias, seja de troca do agregado ou
introdução de aditivos que possam atenuar a possibilidade de surgimento da
manifestação patológica que pode comprometer o desempenho das estruturas.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Identificar o grau de reatividade de agregados encontrados na região de


Formosa-GO e entorno.

3.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos da pesquisa são:


• Determinar quais são os agregados mais utilizados na região de Formosa-
GO e entorno;
• Identificar se os agregados utilizados com os cimentos encontrados na
região possuem reatividade que podem gerar manifestações patológicas
de RAA;
• Ensaiar em laboratórios os agregados e cimentos mais utilizados.

4 Metodologia

Após revisão bibliográfica sobre RAA e determinação dos agregados e cimentos


utilizados na região de Formosa-GO serão realizados ensaios de laboratório
para a caracterização e análise petrográfica dos mesmos. Os ensaios serão
realizados na CRTI, a saber: difração de raios x (DRX), fluorescência de raios x
(FRX) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). (ensaios de caracterização
e análise petrográfica). Logo após a obtenção desses resultados, será executado
o ensaio acelerado preconizado na parte 4 da ABNT NBR 15577-4 no laboratório
do IFG Formosa, comparando as pastas obtidas com uma amostra de referência.

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5 Cronograma

ANO (2022) ANO (2023)


TEM ATIVIDADE
Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
1 Definição e escolha do x
tema
2 Elaboração do pré- x
projeto
3 Revisão bibliográfica x x x x x x x x x x
4 Análise de agregados e x x x
cimentos da região
5 Ensaios em laboratório x x x
6 Análise dos resultados x x x
7 Elaboração TCC 1 x x x x
8 Apresentação TCC 1 x x
9 Elaboração TCC 2 x x x x x x
10 Apresentação TCC 2 x

6 DESCRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO PROJETO

4
REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR15577: Agregados –


Reatividade álcali-agregado – Parte 1: Guia para avaliação da reatividade
potencial e medidas preventivas para o uso de agregados em concreto. Rio
de Janeiro, 2018.

FRAGA, Y. S. B.; SILVA, C. M. M. A. Efeitos de adições minerais para


mitigação de reações álcali-agregado no concreto: estado da arte.
Engineering Sciences, v.5, n.1, p.1-13, 2017.
DOI:http://doi.org/10.6008/SPC2318-3055.2017.001.0001. Acesso em: 07 set.
2022.

MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: microestrutura, propriedades


e materiais. 3ª ed. São Paulo: IBRACON, 2008

NOGUEIRA, Kelso Antunes. REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO: DIRETRIZES E


REQUISITOS DA ABNT NBR 15577/2008. 2010. 93 f. Monografia
(Especialização) - Curso de Especialização em Construção Civil, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010. Disponível em:
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-
9A5HJ4/1/monografia_kelso.pdf. Acesso em: 07 set. 2022.

SABBAG, Anderson Finamori. Verificação da existência de reação álcali-


agregado no concreto da UHE de Mascarenhas. 2003. 119 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, 2003. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/2144.
Acesso em: 06 set. 2022.

SILVA, Geovani Almeida da. Recuperação de blocos de coroamento


afetados pela reação álcali-agregado. 2007. 130 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Engenharia Civil, Universidade Católica de Pernambuco, Recife, 2007.
Disponível em: http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/22. Acesso em: 07 set.
2022.

SILVA, Patrícia Neves. Reação álcali-agregado nas usinas hidrelétricas do


Complexo Paulo Afonso/CHESF: influência da reação das propriedades do
concreto. 2007. 241 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil,

5
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-26032009-
113640/en.php. Acesso em: 06 set. 2022.

SILVEIRA, Ana Lívia Zeitune de Paula. Estudo da Reação Álcali-Agregado em


Rochas Carbonáticas. 2006. 194 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Geociências, Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Brasília, 2006.
Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/6503. Acesso em: 06 set.
2022.

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