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Teacher Book

iLearn English 1

Apresentação ................................................................................. T2

1. Introdução .................................................................................. T2

a. Concepção da obra ................................................................. T2

b. Ensino-aprendizagem de língua estrangeira.............................. T3

c. Ensino das habilidades ............................................................ T5

d. Tipos de atividades .................................................................. T7

e. Cultura e sociedade ................................................................. T8

f. Papel do professor e do aluno ................................................. T9

g. Avaliação ............................................................................... T10

2. Outros componentes .................................................................. T10

3. Referências bibliográficas ........................................................... T12

Orientações de aula ....................................................................... T13

Testes fotocopiáveis ........................................................................ T64

T1
Apresentação 1. Introdução
Bem vindo ao Teacher Book do iLearn English! Nosso objetivo a. Concepção da obra:
principal é auxiliar o professor de inglês como língua estran- Esta coleção parte do pressuposto de que não só é
geira (LE) dos anos finais do Ensino Fundamental a extrair necessário, mas também desejável, termos um conceito
o máximo do material proposto, levando sempre em consi- de aluno como agente e coautor do conhecimento. Como
deração as potencialidades, os interesses e as necessidades destaca Almeida Filho (2007, p. 15), “está superada a vi-
dos alunos. É um guia prático e objetivo, que busca explicar são do professor como emissor e do aluno como receptor
a organização da coleção, as atividades propostas e sua fun- numa relação opressiva de cima para baixo”. Em outras
damentação teórica, bem como sugerir procedimentos para palavras, o aluno não pode ser visto como um receptácu-
a sala de aula que enfatizem o papel da língua inglesa como lo de informações que passivamente aceita as explicações
meio de expressão, de comunicação e de acesso a informa- fornecidas pelos livros e pelos professores, sem as ques-
ções valiosas para o aluno. Como se verá nas seções a seguir, tionar ou elaborar. Apesar de atualmente esse parecer um
o manual leva em consideração a importância dos temas conceito natural, nem sempre foi assim. O conhecimento,
transversais e da interdisciplinaridade como forma de se atin- incluindo o conhecimento de uma língua estrangeira, era
gir os objetivos propostos e está organizado em duas partes: muitas vezes tratado como estático. Parte dessa mudança
1. Introdução: trata da concepção teórica da coleção e sua que levou à valorização do conhecimento do aluno advém
justificativa no atual contexto de ensino/aprendizagem de do papel da tecnologia, vista aqui como uma ferramenta
inglês como LE, tendo como eixo temático a tecnologia e que possibilita mais acesso a informações e mais oportu-
seus usos que, mesmo que ainda não presentes no dia a nidades de interação com diferentes povos e culturas.
dia do aluno e do professor, são relevantes e normalmen- É com essa noção de conhecimento que se alinha iLearn
te já conhecidos dos alunos dessa faixa etária. A Introdu- English, que possui a tecnologia e seus usos como eixo
ção compreende ainda a explicação do trabalho com as temático para a coleção. São várias as justificativas para
quatro habilidades básicas da língua, tanto as receptivas essa temática. Em primeiro lugar, destacamos a importân-
(ler e ouvir) como as produtivas (escrever e falar) e os cia que a tecnologia foi adquirindo ao longo dos anos como
tipos de atividades para esse fim. Nessa seção tratamos mecanismo facilitador do acesso e do compartilhamento de
também dos papéis do professor e dos alunos como informações. Em segundo lugar, acreditamos que muitos
corresponsáveis pelo aprendizado e das diferenças entre termos ligados à tecnologia são familiares e principalmente
testar e avaliar, com enfoque na importância da avaliação atraentes para o público dessa faixa etária, que não vê com
contínua como forma de acompanhar e valorizar o pro- estranheza ou desconforto palavras oriundas da língua
cesso de desenvolvimento constante do aluno. Por último inglesa, mesmo que essa tecnologia em si não faça parte
a introdução discute o papel da LE tendo como pano de seu dia a dia. Daí a escolha de alguns dos títulos que
de fundo diversos aspectos culturais e sociais, e propõe aparecem na coleção, como iWrite, iSpeak, iListen, iRead,
atividades de reflexão no que diz respeito a costumes, iThink, iCan, e dos termos Loading, Uploading,
hábitos, modos de agir e interagir de diferentes culturas, Downloading, que dão nome às seções das unidades.
sempre levando em consideração a relevância desses Outro aspecto importante dessa escolha temática é a certe-
tópicos para o aluno brasileiro. za de que a tecnologia, seus termos e jargões continuarão
Ainda na introdução, mostramos a organização de cada uma a fazer parte da realidade dos alunos, dentro e fora da es-
das quatro lições das 12 unidades do Student Book, sendo cola. Acreditamos ainda que quando o material didático se
que cada lição tem um objetivo próprio. Incluímos também alinha à realidade presente e às possibilidades futuras dos
as explicações e justificativas para as atividades comple- alunos, este tende a ser mais interessante para eles, que
mentares de cada unidade, tais como o trabalho com temas enxergam no livro um aliado para partir de um universo de
transversais e interdisciplinares, o trabalho com projetos conhecimento já estabelecido, ou seja, da consciência da
individuais e em grupos, a autoavaliação, entre outros. existência e da necessidade das ferramentas tecnológicas,
2. Outros componentes para um universo no qual essas ferramentas são postas em
prática. Outro ponto a se destacar é que, ao se tornar inte-
Nessa seção do Teacher Book explicamos em detalhes
ressante para o aluno, o material didático passa a ampliar
e exemplificamos os outros componentes do livro, tais
a oportunidade e a motivação que o aluno possa vir a ter
como o Workbook, o glossário, e o Reading Hub. Há ainda
de expandir esse conhecimento (HOLDEN, 2009; WILSON,
referências bibliográficas para o professor, que englobam os
20121). Em suma, o conteúdo e o design da série almejam
materiais consultados para a concepção dessa obra.
tanto atingir alunos que se sentem atraídos pela tecnologia
Esperamos que o Teacher Book seja fonte de consulta e e que já possuem algum tipo de conhecimento sobre o
inspiração para o professor de modo que ele possa desen- assunto, como alunos não tão familiarizados com o tema
volver seu trabalho de forma consciente, sempre orientado e que terão a chance de serem apresentados a essa nova
para uma melhor prática de ensino-aprendizagem e tendo linguagem. Enfatizamos, contudo, que o desenvolvimento
o aprimoramento do aluno em primeiro lugar. Boa leitura! das atividades propostas no material não depende de ferra-
1 Palestra proferida por Ken Wilson em 03 de Fev de 2012 para o “Cultura mentas tecnológicas sofisticadas. Todo o material do aluno
Inglesa Teachers’ Seminar” em Brasília, DF. e do professor pode ser utilizado independentemente da

T2 Manual do Professor
acessibilidade ou familiaridade com a tecnologia por parte Uma aula típica desse tipo de metodologia tem, na maio-
dos alunos ou do professor. ria das vezes, o seguinte formato:
b. Ensino-Aprendizagem de Língua Estrangeira: • Warm up: é uma maneira de focalizar o assunto a
Almeida Filho (2007), em uma discussão sobre uma propos- ser estudado e de introduzir o conteúdo da lição. É
ta mais concreta para o ensino de LE, descreve quatro pos- também uma forma de ativar o conhecimento prévio
síveis fases de uma aula convencional, conforme explicamos do aluno, de facilitar a transição entre os tópicos ou
em Hodgson (2010b) e mostramos abaixo: contextualizar a atividade. Em iLearn
• Fase 1: Clima e confiança – é o primeiro contato entre English, esse tipo de atividade recebe
aluno e professor na aula e tem como objetivos prin- o nome de Start-up e está indicada
cipais reduzir o filtro afetivo e estabelecer um clima, no Teacher Book. O momento propício Start-up
como o próprio nome indica, propício à aprendizagem. para a realização da atividade está sina-
• Fase 2: Apresentação (de insumo novo) – é a familia- lizado no Student Book com o ícone.
rização do aluno com estruturas e exemplos na LE e A atividade de Warm-up tem como objetivo, preparar o
tem como objetivo principal contextualizar o uso de aluno para a apresentação de conteúdo novo, o que acon-
determinado item linguístico. tecerá na seção seguinte.
• Fase 3: Ensaio e uso – é a fase da aula dedicada à prá- • Presentation: É o momento de se apresentar as
tica, mais ou menos controlada, do insumo apresenta- estruturas lexicais e/ou gramaticais novas. Em outras
do na fase 2. Espera-se nesta fase que o aluno tenha palavras, é a parte dedicada especificamente à apre-
a oportunidade de por o conteúdo em uso, mesmo no sentação do insumo novo dentro do tema da unidade.
ambiente linguisticamente artificial da sala de aula, Em iLearn English essa parte da aula recebe o nome
com o intuito de automatizá-lo. de Loading.
• Fase 4: Pano – é o momento do fechamento da aula, Note como a apresentação é feita na Lição 1 da Unida-
com o reconhecimento e/ou revisão das estruturas de 6 de iLearn English citada acima, quando introdu-
praticadas. zimos o vocabulário relacionado ao tópico “family”
Estas fases, que o autor acredita serem facilitadoras do tomando por base a imagem da seção:
processo de ensino/aprendizagem, são basicamente as mes-
Unidade 6, iLearn English 1
mas conhecidas como Apresentação – Prática – Produção
(Presentation – Practice – Production), ou PPP, na literatura
sobre ensino de inglês como LE (UR, 1995; THORNBURY,
1999; HEDGE, 2000; GERNGROSS, PUCHTA e THORNBURY,
2006; HARMER, 2007).
Esse é o modelo de ensino-aprendizagem adotado em
iLearn English. É uma metodologia conhecida e ampla-
mente utilizada no ensino de inglês como LE por seguir
uma linha lógica de organização (SCRIVENER, 1994,
2005). Tem foco, como o próprio nome indica, na apre-
sentação, prática e produção de estruturas gramaticais
e lexicais. É uma metodologia que auxilia o aluno na
construção desse conhecimento de forma organizada, de
modo que ele tenha a oportunidade de compreender a
utilização de determinada estrutura dentro de uma situ-
ação contextualizada, de praticar tal estrutura de modo
mais controlado e com auxílio do professor, para então
partir para uma prática mais livre.
A metodologia PPP tem sua principal justificativa na cons-
trução de um conhecimento sólido da língua, que visa A apresentação da estrutura Possessive ‘s na lição também
principalmente à comunicação nas linguagens oral e es- é feita tomando-se o mesmo tópico como base, conforme
crita. Em outras palavras, como explica Scrivener (2005), demonstramos a seguir:
esta metodologia está baseada na ideia de se apresentar
as estruturas novas em partes (Apresentação), praticá-las
em exercícios controlados e com maior interferência do
professor (Prática), para finalmente integrar tais estrutu-
ras novas a outras estruturas conhecidas a fim de se co-
municar (Produção). A metodologia PPP está totalmente
alinhada com a abordagem comunicativa no sentido em
que procura dar maior ênfase ao significado na função
comunicativa da língua do que na forma por si só.

Manual do Professor T3
Aqui fazemos a ligação entre o Possessive ’s e os pronomes Unidade 8, iLearn English 1
possessivos his e her, estudados anteriormente. Esse é tam-
bém o momento no qual o professor pode dar explicações
adicionais e verificar se os alunos compreenderam os itens
novos. Há referência a explicações e atividades adicionais,
presentes na seção Language Reload, no final do Student
Book.
É fundamental ressaltar que, em diversos momentos, o
insumo novo é apresentado em uma situação comunicati-
va, evidenciando que a interação é ponto fundamental no
ensino-aprendizagem de uma língua. A seguir, mostramos
uma atividade de prática da estrutura e do vocabulário apre- Nesse exemplo, os alunos devem escolher quais itens de
sentados (Practice), em iLearn English. vestuário eles gostariam de comprar e fazer uma encenação
• Practice: É o momento de se promover a prática mais com um colega de tal situação. Esse tipo de atividade é
controlada de determinada estrutura, com o objetivo chamado de role-play, justamente porque permite ao aluno
principal de se obter o uso correto em termos de forma assumir um papel dentro de uma situação interativa.
e/ou pronúncia. Nesta fase, há mais interferência do Lembramos que essa é uma fase importante do aprendizado,
professor no sentido de corrigir e/ou intervir quando pois é por meio dessa produção que o aluno vai se tornando
julgar necessário, de modo a garantir que a prática mais independente do professor e pode fazer experimenta-
esteja de acordo com a regra, ou regras, apresentadas ções que o irão tornar mais autônomo no uso da língua.
na fase anterior. Em iLearn English, a fase da prática é O tipo de organização de plano de aula que segue a meto-
denominada Uploading. Mostramos a seguir um exemplo dologia PPP é muito tradicional no ensino de inglês como
de atividade de prática extraída da mesma Lição 1 da LE, conforme ressaltamos no início desta introdução. Um
unidade 6 citada anteriormente: dos principais motivos para que isso ocorra é o fato de a
metodologia PPP ter uma lógica e uma organização bastante
atraentes tanto para alunos como para professores, e de
incluir fases importantes para o aprendizado (THORNBURY,
1999). Apesar de sofrer algumas críticas, esse é um modelo
que permite ao professor ter maior controle do conteúdo e
do ritmo da aula.
Outra característica importante do modelo PPP é o fato de ele
permitir que o professor adapte seu plano de aula à realidade
e aos interesses dos alunos. Ao mesmo tempo, por ter certa
É importante observar que, apesar de controlados e mais previsibilidade, é um modelo que dá confiança aos professo-
restritos, os exercícios para a prática das estruturas reque- res, conforme explicamos anteriormente, e também aos alu-
rem que o aluno reflita para chegar à resposta. Em outras nos. Estes podem se beneficiar da segurança que um modelo
palavras, não são exercícios mecânicos, de mera repetição, de aula desse tipo pode apresentar, pois, de acordo com Moita
sem sentido, mas exercícios que exigem raciocínio para que Lopes (2008) “Quanto maior o controle da criança sobre o que
os alunos cheguem às suas próprias conclusões. faz, mais facilidade ela terá para assimilar os conteúdos”.
Em resumo, na seção Uploading o aluno tem a oportuni- Em suma, as lições 1 e 2 de todas as unidades, que são as
dade de adquirir mais confiança na utilização de estruturas lições dedicadas à apresentação, prática e produção
novas, por meio de exercícios controlados com interferên- de insumo novo, iniciam com atividades de contextualização
cia do professor, para que possa automatizar a língua. Essa (Start-up), seguidas de atividades de apresentação
seção leva à última parte das lições 1 e 2 de cada unidade, (Loading), de prática (Uploading) e de produção
dedicada à produção mais espontânea dos conteúdos (Downloading) de tal insumo.
trabalhados (Production). A essa parte damos o título de Ao final do Student Book, há uma seção com explicações
Downloading. detalhadas e atividades extras relacionadas aos principais
• Production: A fase da produção é aquela em que o aluno itens de linguagem apresentados e praticados, denominada
tem a oportunidade de por em uso, de forma menos con- Language Reload. O objetivo dessa seção é consolidar e
trolada, a estrutura apresentada e praticada nas fases an- sistematizar o conhecimento já adquirido pelo aluno com
teriores em um dado contexto. Nesta fase, a interferência relação ao conhecimento novo. Essa seção, que possui
do professor é menor, e erros são vistos como parte do tanto atividades gramaticais, como de vocabulário e de
processo de aprendizagem. Portanto, o objetivo maior é linguagem procura desenvolver no aluno estratégias de
facilitar a experimentação com as estruturas apresentadas organização e expansão de seu conhecimento.
e praticadas. Em iLearn English, esse momento da aula Essas atividades buscam ser variadas e significativas, auxilian-
é denominado Downloading. Um exemplo de atividade do o aluno a desenvolver suas estratégias de aprendizado.
destinada à produção, extraída da lição 1 da unidade 8 é Com as explicações e exemplos anteriores, procuramos mos-
mostrado a seguir. trar que o modelo de ensino adotado na coleção se adapta

T4 Manual do Professor
ao contexto brasileiro por ser eficiente dentro das peculiari- Em um curso voltado para o ensino-aprendizagem de inglês
dades dos anos finais do Ensino Fundamental. de uma forma geral, todas as habilidades têm um papel im-
c. Ensino das habilidades: portante. No entanto, ressaltamos que algumas das habilida-
des podem ser mais relevantes do que outras para os alunos
Não se pode falar em ensino de línguas em um contexto
em determinado momento da vida escolar ou profissional. Ou
comunicativo sem levar em consideração o papel das habili-
seja, é possível que para os alunos as habilidades conhecidas
dades linguísticas, que são aquelas diretamente relacionadas
como receptivas (leitura e compreensão oral) sejam mais
à aprendizagem de um idioma. As quatro habilidades linguís-
importantes que as habilidades conhecidas como produtivas
ticas propriamente ditas são:
(escrita e fala). No entanto, como bem lembra Holden (2009),
• leitura • compreensão oral “na vida real é comum usarmos as várias habilidades ao mes-
• escrita • fala mo tempo (por exemplo, escutamos, falamos e tomamos nota
De forma resumida, podemos destacar alguns pontos perti- enquanto estamos no telefone).”
nentes a cada habilidade, que exemplificamos mais adiante É levando todos esses aspectos em consideração que a cole-
nesta seção: ção promove, desde o início do curso, a oportunidade de os
• Leitura: tem papel importante no ensino de LE e, particu- alunos desenvolverem tais habilidades, que são trabalhadas
larmente no contexto brasileiro, é tida como a habilidade em cada unidade na lição denominada iSkills. Essa lição está
mais viável de ser desenvolvida em sala de aula, juntamen- subdividida, por sua vez, em quatro seções: iListen, iSpeak,
te com a escrita (CELANI, 2009). A leitura pode ser usada iRead e iWrite, dedicadas à compreensão oral, à fala, à leitura
para introduzir e ilustrar exemplos de itens de vocabulário e à escrita, respectivamente, conforme exemplificamos a se-
e de estruturas gramaticais, assim como estar centrada na guir com parte das atividades extraídas de algumas unidades:
transmissão de informações e ideias. É fundamental que o • iListen: Essa seção contempla uma diversidade de gêneros
professor trabalhe em sala diversos tipos de gêneros textu- textuais orais, com funções variadas. Contém amostras
ais de forma que os alunos se habituem a eles. É também de variedades linguísticas, sociais e regionais, refletindo
importante que o professor ensine estratégias de leitura, a utilização da língua inglesa como uma língua global, e
dentre as quais destacamos ler para se ter uma ideia geral não propriedade de uma determinada cultura, conforme
do texto (skimming), para obter uma informação específica discutiremos mais adiante. Em consonância com os PCNs
(scanning) e para inferir dados e/ou vocabulário (inferring). de língua estrangeira, as atividades de compreensão oral
Acima de tudo, é importante que a leitura tenha um objeti- levam em consideração a natureza imediata desse tipo de
vo, que pode ser responder a um exercício, por exemplo; interação, suas características (como a troca de turno, a
• Escrita: da mesma forma que a leitura (e para todas repetição e o parafraseamento, por exemplo) e a necessida-
as habilidades), é necessário que haja uma razão para de de conhecimento fonético-fonológico.
escrever, e o professor deve estimular isso. A escrita pode As atividades propostas envolvem compreensão intensiva
assustar os alunos, que nem sempre estão acostumados a (entendimento de sons, palavras e sentenças), extensiva
escrever mesmo em língua materna, e o apoio do professor (compreensão global, ou skimming) e seletiva (identificação
e do material é essencial. É por isso que se faz necessário de informação específica, ou scanning). Além do objetivo
encorajar o processo da escrita, o passo a passo, para que de se obter informações, as atividades buscam levar o alu-
gradativamente os alunos adquiram a segurança necessá- no a observar a forma como os textos orais refletem as in-
ria. Ao se sentirem mais seguros, é muito provável que se tenções, os objetivos comunicativos, os estados de ânimo e
sentirão também mais motivados a escrever; as atitudes dos interlocutores, bem como as consequências
• Compreensão oral: possivelmente a habilidade que mais de variações dessa natureza para a comunicação. A fim de
assusta os alunos, ao lado da fala. Atualmente, os alunos ilustrar a proposta explicada anteriormente, tomemos um
estão mais expostos a situações em que se ouve inglês exemplo extraído da Unidade 2 de iLearn English 2:
por causa da Internet e da televisão a cabo, por exemplo. Os alunos devem ouvir uma passagem na qual outros alunos
Isso facilita o trabalho do professor, pois o aluno deixa de falam sobre um festival na escola. É preciso marcar em um
depender unicamente de atividades propostas em sala de quadro quais atividades, tais como cantar e tocar violão,
aula para esse fim. Ressaltamos, todavia, que assim como esses alunos sabem e não sabem fazer. Note que nesse exer-
na leitura, é importante ensinar algumas estratégias, tais cício em especial estamos praticando a sub-habilidade de
como compreensão geral (skimming) e compreensão de ouvir detalhes, conhecida como scanning.
itens específicos (scanning), para que os alunos se sintam
Unidade 2, iLearn English 2
mais seguros e motivados a desenvolver atividades com
esse fim;
• Fala: no contexto brasileiro, é possível que essa seja a habi-
lidade mais difícil de ser trabalhada. Contudo, é importante
trabalhar essa habilidade, pois falar uma língua estrangeira,
mesmo que de forma limitada em sala de aula, pode ser
um fator de grande motivação. O trabalho em duplas e
pequenos grupos, assim como o suporte dado por meio de
exemplos facilitam o desenvolvimento dessa habilidade em
iLearn English.

Manual do Professor T5
• iSpeak: Essa é uma seção dedicada a muito mais que forma sistemática ao longo das unidades, maximizando
praticar oralmente as estruturas apresentadas na uni- o processo de leitura.
dade. Aqui, temos também o objetivo de levar o aluno Lembramos ainda que as atividades contêm etapas de pré-
a utilizar diversas funções da linguagem e a promover -leitura (pre-reading) que, similarmente às atividades de warm
a negociação de sentido. Em outras palavras, a intera- up, têm como objetivo ativar o conhecimento prévio do aluno.
ção é o objetivo principal desse tipo de atividade. Além Destacamos que, durante o trabalho de leitura, há ênfase
disso, as atividades buscam oferecer a oportunidade de especial nas estratégias, tais como a organização textual, a
aperfeiçoamento progressivo dos padrões de entonação inferência e a antecipação de informações.
e de prosódia adequados, de pronúncia compreensível e As estratégias são sinalizadas no Student Readin g
de postura, e gestualidade compatíveis com as situações Book com o ícone Reading Strategy e Strategy
de fala e com as culturas estrangeiras. Para ilustrar o ex- desenvolvidas no Teacher Book.
posto anteriormente, analisemos uma atividade da seção
iSpeak extraída da Unidade 1 de iLearn English 4. Por último ressaltamos que as atividades preveem a plura-
lidade de interpretações, sempre que possível, e que resga-
Unidade 1, iLearn English 4 tam o contexto de produção dos textos.
Nos níveis 1 e 2, a seção iRead tem o mesmo peso das de-
mais seções do iSkills, porém nos níveis 3 e 4 os textos co-
meçam a aumentar de tamanho gradativamente, aumentando
também o nível linguístico, conforme sugerem os PCNs de LE.
Mostramos a seguir um exemplo de atividade de leitura extraí-
do da Unidade 2 de iLearn English 2.
Aqui os alunos devem imaginar que estão em um dos países Unidade 2, iLearn English 2
citados na atividade de leitura da unidade, que descreve
o que as pessoas da Inglaterra, dos Estados Unidos, da
Espanha, da Itália e do Japão costumam comer no café da
manhã. Em seguida, pede-se que os alunos encenem um
pequeno diálogo em que devem aceitar ou recusar bebidas
e comidas. Esse tipo de atividade é chamado de role-play e,
como mencionado anteriormente, é uma oportunidade de
os alunos se comunicarem em uma situação interativa. Além
disso, fica evidente aqui a ligação entre a atividade de leitura
e a de produção oral, mantendo a coesão do trabalho desen-
volvido, o que é uma constante em iLearn English. Notemos
ainda que esse tipo de exercício procura mostrar hábitos de
pessoas de outros lugares do mundo, reforçando a impor-
tância de se conhecer e respeitar os hábitos e as culturas de
outros povos, o que é uma característica importante para o
ensino-aprendizagem de LE.
• iRead: Como enfatiza Celani (2009), a prática de
leitura, assim como a de escrita, são atualmente uma
necessidade social, e é importante que, para relacionar
o conteúdo trabalhado com a realidade e o interesse
dos alunos, o professor utilize vários tipos de texto. É
partindo desse pressuposto que iLearn English apresen- Nessa seção, os alunos devem ler um texto sobre animais
ta diversos tipos de gêneros textuais e temas, dentre os e descobrir o que eles conseguem fazer em termos de ha-
quais há inclusive textos multimodais, textos não verbais bilidades, tais como correr e usar ferramentas. É essencial
e textos que integram a modalidade verbal e a não ver- observar que antes da leitura propriamente dita, há um exer-
bal. Há textos autênticos, assim como textos adaptados cício de pré-leitura, que objetiva ativar o conhecimento pré-
e/ou baseados em materiais autênticos e textos criados vio do aluno sobre o tema, nesse caso, animais. Essa, como
especialmente para esta coleção. Todas as atividades dissemos, é uma estratégia importante, pois auxilia o aluno
são contextualizadas, assim como as atividades voltadas
na compreensão e dá mais segurança para lidar com o voca-
para as outras habilidades linguísticas, e as capacidades
bulário novo e também auxilia na inferência de informações.
de leitura exploradas são variadas. Ou seja, procura-se
promover a ativação de conhecimento prévio, o levan- Por fim, destacamos o glossário específico do texto, na
tamento de hipóteses, a compreensão global do texto caixa Word pop-up, que auxilia na leitura ao dar defini-
(ou skimming, assim como para a compreensão oral), ções das palavras, no contexto específico do texto, pala-
localização de informação (ou scanning), compreensão vras estas possivelmente menos conhecidas.
do significado de palavra e identificação do gênero e • iWrite: Nessa seção, os alunos têm a oportunidade de
tipo textual em análise. Essas atividades aparecem de praticar a habilidade da escrita em atividades que variam

T6 Manual do Professor
no seu grau de dificuldade. Parte-se de atividades mais exemplo retirado da Lição 1 da Unidade 4 de iLearn
simples, como escrever frases curtas, para outras de English 3:
maior complexidade, como um e-mail. Dá-se aqui papel
Unidade 4, iLearn English 3
de destaque ao processo de produção escrita e à função
interativa (escritor-leitor) desse tipo de habilidade. Como
exemplo, tomemos o exercício a seguir, extraído da Uni-
dade 1 do iLearn English 4:
Unidade 1, iLearn English 4

Esse é um exercício controlado, com foco na forma, uma vez


que se espera que os alunos completem as frases com os
superlativos escritos corretamente. As respostas são restri-
tas, ou seja, não há a opção de se escolher o adjetivo, já que
este é dado entre parênteses. O que se espera aqui é saber
se o aluno compreendeu a forma e o significado do item
linguístico em questão.
Observemos agora outro exercício dedicado à prática, extraí-
Lembremos que a expectativa de produção mais complexa do da Lição 2 da mesma unidade de iLearn English 3:
se dá de forma gradativa, mas sistemática, ao longo de toda
a coleção. Unidade 4, iLearn English 3
É imprescindível reforçar que, na presente coleção, todas
as habilidades estão integradas ao longo das lições por
meio de um mesmo tema desenvolvido na unidade. Essa
coerência na exploração de um mesmo tema facilita não
só a exposição, mas também a prática de estruturas
gramaticais e lexicais, ampliando a possibilidade de o
aluno internalizar tais estruturas. Além disso, há, em
cada unidade, o destaque do trabalho com estratégias
de aprendizagem, Learning Strategy,
que auxiliam o aluno tanto em sala de Learning Esse exercício é também mais controlado, e as respostas
aula, quanto nos estudos individuais. A Strategy são restritas, assim como no exercício anterior. A diferença
estratégia é indicada no Student Book é que nesse caso, os alunos devem também dar sua própria
com o ícone e desenvolvida no Teacher opinião, ao concordar ou descordar das sentenças. Este é
Book. um exemplo de exercício mecânico, mas, ao mesmo tempo,
d. Tipos de atividades: Praticar determinada estrutura é significativo.
uma fase importante no aprendizado de uma língua, con- Agora mostramos um exercício dedicado à produção, dividi-
forme expusemos anteriormente (THORNBURY, 1999). do em duas partes. Este exemplo foi extraído da Lição 2 da
No entanto, é importante que essa prática seja norteada Unidade 4 de iLearn English 3:
pela função comunicativa dessa(s) estrutura(s). Daí a
Unidade 4, iLearn English 3
necessidade de se implementar atividades de prática
que, além do foco na forma, tenham também foco na
função comunicativa. Tendo isso em mente, iLearn
English busca oferecer diferentes tipos de exercícios
voltados para a prática, que não focalizam somente
as regras (ou o conhecimento sobre a língua), mas
também o uso das estruturas e do vocabulário.
Normalmente, os exercícios e as atividades voltados
para a prática partem de um uso mais controlado para
um uso mais livre do idioma (HOLDEN, 2009). Duran-
te a prática mais controlada, os alunos podem fazer
exercícios de repetição e também de substituição,
conhecidos como drills, assim como outras atividades
escritas, como preencher lacunas em frases. Esses
exercícios podem ser feitos individualmente, em Esse exercício busca fazer com que os alunos comparem
pares, em grupos, ou com toda a sala. Vejamos um alguns itens, tais como animais e países. O objetivo linguís-

Manual do Professor T7
tico é o uso da forma superlativa, mas também o questio- e. Cultura e Sociedade: Não podemos falar de aprendiza-
namento da informação correta. Ou seja, além do objetivo gem de língua estrangeira sem falar de cultura e socie-
linguístico, temos o que se convencionalizou chamar de dade, uma vez que a dimensão cultural de uma língua
atividades com lacunas de opinião e lacunas de informação sempre esteve presente, mesmo que não explicitamente,
(HOLDEN, 2009). Esse tipo de atividade é muito útil para no ensino de LE (BAKER, 2012). Atualmente, muito se
o trabalho em duplas e/ou pequenos grupos, propiciando fala em globalização e em inglês como língua franca, uma
maior possibilidade de se usar a língua para um fim real, vez que o número de falantes não nativos de inglês hoje
que, nesse caso específico, é o de se obter uma informa- em dia é maior que o número de falantes nativos (McKAY,
ção ou opinião. Além disso, um equilíbrio entre atividades 2002; GRADDOL, 2006; CRYSTAL, 2008; CELANI, 2009;
individuais, em pares e em grupos é altamente recomenda- BAKER, 2012).
do por maximizar a participação dos alunos e também por Esse é um fato importante com grande repercussão
possibilitar uma maior variedade de experiências (HARMER, no ensino, pois os alunos compreendem que a língua
2007; BROWN, 2007; SCRIVENER, 2005). inglesa não é apenas uma matéria escolar, mas uma
É importante notar que os exemplos citados demonstram forma de comunicação, e, consequentemente, o inte-
que atividades comunicativas podem ter diferentes formas e resse deles não fica restrito a viajar para países onde
funções. Elas podem ser bastante controladas, como as ati- o inglês é a primeira língua, mas em conhecer esse
vidades utilizadas na seção Uploading, promovendo a prática idioma usado de forma global para transmitir informa-
dentro de uma variação linguística mais limitada; ou mais ções e trocar experiências em áreas como tecnologia,
livres, permitindo aos alunos serem mais criativos e flexíveis, ciências, artes e no mercado trabalho (HOLDEN,
como é o caso das atividades na seção Downloading. No 2009).
primeiro caso, o objetivo principal é a precisão, ao passo Consoante com esse pensamento, Celani (2009) destaca
que no segundo o objetivo principal é a fluência. Da mesma que com um melhor conhecimento de uma segunda lín-
forma que o equilíbrio entre trabalhos individuais, em pares gua, os alunos passam a ter uma melhor compreensão
e em grupos é importante, o equilíbrio entre atividades com de outras culturas, o que os leva a entender melhor as
objetivos diferentes também é. diferenças, a respeitá-las e a conviver com elas. Ainda
Por fim, citamos a seção denominada rePlay, que oferece segundo a pesquisadora, não se pode desconsiderar o
a oportunidade ao aluno de revisitar o conteúdo da unidade papel social de uma LE, especificamente inglês, como
com atividades lúdicas, divertidas e desafiadoras, fundamen- uma ferramenta para a inclusão e a participação do
tais para a motivação em se aprender uma língua estran- sujeito em um mundo globalizado.
geira. Mostramos a seguir um exemplo de atividades dessa Levando esses aspectos em consideração, iLearn English
seção, extraído da Unidade 10 de iLearn English 1: apresenta oportunidades de reflexão sobre costumes e
maneiras de agir e interagir em diferentes situações e
Unidade 10, iLearn English 1
culturas, em confronto com as formas próprias do uni-
verso cultural dos alunos, promovendo uma visão global
e heterogênea do mundo.
São três as seções da coleção voltadas a proporcionar
aos alunos momentos de reflexão e aprendizagem tendo
por base o impacto da língua inglesa, diferenças cultu-
rais e questões relacionadas ao universo adolescente:
English for..., Project e iThink.
A seção English for... utiliza a linguagem e o tema
alvos da unidade para apresentar vocabulário e ampliar
o conhecimento do aluno sobre os temas transversais
e temas interdisciplinares. Tomemos por exemplo a
Unidade 5 de iLearn English 2, que trata as diferenças
entre as rotinas de dois adolescentes, no Japão e em
Cuba.

T8 Manual do Professor
Unidade 5, iLearn English 2 mesmo tempo em que não há nenhum juízo de valor. Eviden-
ciamos ainda que são propostas atividades que tenham re-
levância para a realidade social, política e cultural brasileira,
de forma que o aluno perceba que ele está também inserido
nos aspectos culturais e sociais abordados.
f. Papel do professor e do aluno:
É inegável que o professor é corresponsável pelo
aprendizado do aluno, dado que esse aprendizado se dá
também em ambiente escolar. São vários os papéis do
professor: provedor, facilitador, gerente, líder, mediador,
participante, tutor, entre outros (HOLDEN, 2009; HAR-
MER, 2009; CELANI, 2009; BROWN, 1994). Abaixo expli-
camos resumidamente algumas características dos papéis
citados acima, conforme propostos por Brown (2007):
• provedor: para Brown (Ibid), o professor vai muitas
vezes assumir o papel de provedor das informações,
mas é de suma importância que, acima de tudo, o
professor encoraje o aluno a ser mais independente e
ir gradativamente aprendendo a buscar a informação
por si só. Ou, seja, deixar o papel de total dependência
do professor, do livro e das atividades em sala, e partir
para um papel de total autonomia;
• facilitador: o papel de facilitador é aquele que enco-
raja o aluno a descobrir a língua e seus usos, em vez
de ficar falando sobre a língua. Em outras palavras,
é facilitar o processo de aprender, mostrando como
obter sucesso em seu aprendizado e fazendo uso da
Podemos observar que além dos objetivos linguísticos, motivação dos alunos para esse fim;
temos aqui o contraste entre culturas. É, portanto, um • gerente: é aquele que planeja as aulas, o curso das
primeiro passo em direção ao trabalho com a pluralidade atividades, mas que ao mesmo tempo, assim como
cultural. em uma instituição corporativa, vai dar liberdade a
Em cada unidade, há sugestão de um cada indivíduo para agir e para ser criativo dentro dos
projeto, indicado pelo ícone Project. Project parâmetros propostos;
Note que aqui o uso de inglês pode • diretor: Brown explica que parte do tempo de aula
ser total ou parcial, uma vez que será estruturado como uma orquestra, ou como uma
intencionamos que a participação dos alunos nesse tipo peça de teatro. Isso significa que, enquanto os alunos
de projeto não seja limitada pela língua. Esses projetos estiverem engajados em determinada atividade, seja
podem estar relacionados à linguagem somente, ou se- ela controlada ou mais livre, é papel do professor fazer
rem interdisciplinares. que essas atividades sejam conduzidas com eficiência
Ainda relacionado ao contexto de cultura e para que o aproveitamento seja o melhor possível;
sociedade, temos o ícone iThink que apresenta • controlador: a principal atitude para se aprender uma
no Teacher Book uma reflexão sobre algum LE é fazer com que a interação e a comunicação
tema ligado à unidade, fazendo com que o aconteçam, e para tal é fundamental que o professor
aluno estabeleça a conexão entre o que foi es- iThink
crie oportunidades de uso mais livre e mais criativo da
tudado e seu dia a dia, explorando seu conhe- língua. No entanto, haverá muitos momentos em que
cimento de mundo e desenvolvendo aspectos atitudinais. As o professor deverá exercer controle sobre a turma e
discussões podem ser feitas em inglês ou português, depen- sobre as atividades, mesmo as mais interativas. Isso
dendo do nível de aprofundamento e do vocabulário neces- se dá, por exemplo, quando o professor apresenta
sário para que ela seja realizada. Assim como para a seção um conteúdo, conduz uma atividade de repetição, dá
Project, o objetivo aqui é levar os alunos a refletir sobre um instruções e controla o tempo de cada exercício. Essa
tema relacionado ao que foi estudado na unidade. função de controlador é importante para a organização
O objetivo das atividades sugeridas é propiciar o acesso a da aula e do curso.
produções culturais e à interação com falantes de regiões, Da mesma forma que o professor, o aluno é parte integrante do
países, culturas, etnias, idades e níveis sócio-econômicos processo de aprendizagem e coconstrutor do conhecimento.
diferentes. As temáticas e situações representam os legados Consequentemente, isso o imbui de algumas responsabilidades
sócio-culturais (folclore, canções, produções artísticas e e papéis, mesmo que ele não esteja totalmente ciente disso e
artesanais diversas, culinária etc.), sem que em nenhum mo- muitas vezes tenda a responsabilizar exclusivamente o professor
mento haja a valorização de uma cultura sobre a outra, ao por seu sucesso ou fracasso. Como dissemos anteriormente,

Manual do Professor T9
a visão de aluno passivo, que espera que todo o conhecimen- final, sendo, portanto, instrumentos do que se denomina
to advenha da escola, está ultrapassada. É importante que o avaliação somativa, pois não permite ajustes e é normal-
professor reconheça isso e utilize as características e o conhe- mente expressa por notas e/ou conceitos, sendo, por
cimento prévio que diferentes alunos irão ter a seu favor. Em conseguinte, de caráter quantitativo relacionados à medi-
outras palavras, “ao descentralizarmos o ensino e focarmos na ção do que o aluno aprendeu. Por outro lado, a avaliação
aprendizagem, ao dar papel e voz ao aluno e ao incumbi-lo de formativa tem caráter qualitativo, uma vez que além de
responsabilidade sobre seu aprendizado dentro e fora de sala ser mais abrangente, é contínua e sistemática.
de aula, poderemos estimulá-lo a fazer bom uso do tempo dedi- iLearn English, consoante com o que pregam os PCNs de
cado ao inglês em classe, mesmo que esse seja pouco” (HODG- LE, preza pela avaliação contínua e oferece mecanismos
SON, 2010a, p. 50). para tal. Os exercícios propostos como revisão e sistemati-
Dutra (2008), por exemplo, explica que os alunos têm interesse zação da linguagem têm a finalidade de auxiliar o aluno em
em aprender outro idioma porque gostam de música e querem sua autoavaliação e reflexão sobre o processo de ensino-
aprender as letras das canções e também querem se comunicar -aprendizagem. A seção denominada Language Reload, em
pela Internet. Para que, no entanto, os alunos se tornem mais que as estruturas e o vocabulário são detalhados em expli-
participativos em sala e façam bom uso do tempo dedicado ao cações e consolidados por meio de exercícios e iCan, parte
ensino de inglês na escola, é preciso dar um passo em relação do Workbook, voltada para a autoavaliação, são exemplos
ao que se espera desses alunos e auxiliá-los a compreender que de instrumentos utilizados na avaliação formativa. Outro
aprender é muitas vezes uma questão de atitude, e que tais ati- instrumento para esse tipo de avaliação é a lição Rewind,
tudes irão moldar os resultados obtidos. Atividades desafiadoras presente a cada três unidades, que propõe uma revisão
e que tenham um objetivo que não seja pura e simplesmente dos conteúdos trabalhados. A coleção conta ainda com
a memorização de formas gramaticais, o que vai ao encontro sugestões de testes, cada um contemplando três unidades,
da proposta da coleção, podem auxiliar nesse processo. Para totalizando quatro testes sugeridos por volume.
atingir tal objetivo é, portanto, preciso que o professor assuma
diversos papéis, tais como o de gerenciador e líder, explicados Unidade 6, 7o ano
anteriormente, e que proponha atividades descentralizadoras Como mencionado anteriormente, no Workbook há uma
que tenham foco no aluno (HODGSON, 2010a). seção denominada iCan, que, como sugere o nome, é dedi-
Por fim, lembramos que como qualquer outro profissional, é cada à autoavaliação, cujo exemplo extraído da Unidade 6
preciso que o professor procure sempre se atualizar e que saiba de iLearn English 2 mostramos a seguir:
que o processo de aprendizagem nunca está totalmente termi- Unidade 6, iLearn English 2
nado. Mais adiante, na seção Outros componentes, apresenta-
mos algumas sugestões que podem facilitar esse processo.
g. Avaliação: Possivelmente, testar e avaliar estão entre as
questões mais complexas e relevantes no ensino, e a ava-
liação em língua estrangeira não foge a esse parâmetro.
Apesar de diferentes, avaliar e testar estão conectados
entre si. Testar é mais objetivo e procura mostrar o que os
alunos podem fazer em relação a um conteúdo específico É de fundamental relevância que o professor estimule os
e em um tempo específico, enquanto avaliar é mais amplo alunos a completar essa seção de forma sincera, uma vez
e complexo, e, por isso, menos objetivo. Todavia, avaliar que, em consonância com os PCNs, defendemos que a
leva em consideração todo um processo de aprendizagem habilidade de se autoavaliar é parte integrante da avalia-
em que pesam o progresso individual, a participação e o
ção formativa. Na mesma direção, Holden (2009, p.136)
interesse dos alunos, por exemplo, sendo, portanto, mais
explica que a autoavaliação “estimula os alunos a pensar
abrangente. Testar pode ter tanto um efeito positivo, quan-
objetivamente sobre o próprio aprendizado em vez de se
do o objetivo é diagnosticar problemas e áreas vulneráveis,
apoiarem em outras pessoas para avaliá-los”.
como negativo, quando os alunos sentem que o teste foi
utilizado para penalizá-los ou quando não estão relaciona- Nessa pequena introdução, buscamos explicar, ainda que de
dos com o que foi ensinado. forma resumida, os parâmetros de ensino/aprendizagem de
LE que norteiam a coleção. A seguir, apresentamos os outros
Outra característica importante, levantada por Harmer
componentes da coleção que tem como objetivo consolidar
(2009), é que avaliações podem partir dos professores
os conhecimentos dos alunos e oferecer suporte adicional ao
e dos próprios alunos. Testes, no entanto, normalmente
aperfeiçoamento, inclusive para os educadores.
parte dos professores e das instituições. Testar e avaliar
fazem parte do processo de ensino-aprendizagem, mas,
por sua abrangência, avaliar nos fornece uma melhor
percepção do que o aluno aprendeu e é capaz de fazer. 2. Outros componentes
Os PCNs de Língua Estrangeira são bastante explicativos
no que diz respeito à importância da avaliação proces- iLearn English oferece alguns componentes adicionais que ob-
sual. Lembra que os testes representam uma parte da jetivam aprofundar e expandir o conhecimento dos alunos por
avaliação, uma vez que seu objetivo é verificar o produto meio de atividades complementares, voltadas para a leitura, a

T10 Manual do Professor


escrita, aprimoramento e consolidação de vocabulário e estru- • GLOSSARY – Apresenta uma lista das palavras mais
turas. Apresentamos também aqui referências bibliográficas frequentes e também as que geralmente causam mais
dessa introdução ao Teacher Book. dúvidas. O formato é inglês – português.
• READING HUB – Ao final de cada volume há uma seção • DIGITAL COMPONENTS – A coleção é composta de
voltada à faixa etária dos alunos dos anos finais do Ensino recursos digitais, que têm por objetivo auxiliar o aprendi-
Fundamental. Cada uma abrange a linguagem das unida- zado dentro e fora da sala de aula. A seguir apresentamos
des apresentadas no livro. Elas trazem uma variedade de os componentes, todos eles disponíveis para todos os
assuntos e de gêneros textuais, como textos multimodais, volumes da coleção:
incluindo textos autênticos e literários, assim como textos
produzidos especificamente para esta seção do material. Para o Aluno:
A seguir, apresentamos um trecho de um texto extraído • Multi-ROM
de iLearn English 1:
Contem atividades interativas e games, atividades de prá-
Unidades 9-10, iLearn English 1 tica de compreensão auditiva, atividades de vídeo, reader
da coleção em formato digital, com áudio e animações,
questões de múltipla escolha para o reader, o áudio com-
pleto do Student Book e o glossário.
• App
Jogo para tablet, para reforço de vocabulário.
• e-Book iPlay
Student Book em formato digital, com áudio, para ser
usado em tablets.
• MyEnglishLab
Atividades interativas e com áudio, em plataforma online,
para prática de conteúdo do Student Book.

Para o Professor:
* Todos os componentes que são destinados aos alunos
poderão ser acessados também pelo professor.
• Active Teach
Software em CD com diversos conteúdos:
• Student Book em formato digital, com links para áudio,
e respostas do Workbook.
• Teacher Book em formato .pdf.
• Atividades para prática de pronúncia com áudio, no
formato de apresentação de slides.
• Testes editáveis.
• Sugestões para uso dos readers em sala de aula,
worksheets e testes para os readers.
• Sugestões de leituras, músicas e filmes.
O material apresentado nesta seção busca levar o aluno
a ler por prazer, ao mesmo tempo que relaciona seu • Writing Workshop – atividades extras de produção
conhecimento prévio linguístico e de vida ao conheci- escrita, em formato.pdf para os níveis 3 e 4.
mento novo.
• LANGUAGE RELOAD – Esta seção apresenta explicações
e atividades adicionais. Há referência no decorrer das
unidades ao uso desta seção. As explicações são apresen-
tadas em português.
• WORKBOOK – Este componente contém exercícios com-
plementares de consolidação e de revisão da linguagem-
-alvo da unidade, com ênfase na leitura, escrita e voca-
bulário. Tais atividades podem ser usadas como tarefa de
casa ou também serem usadas em sala de aula.
• Ao final de cada unidade do Workbook, a seção iCan
promove a autoavaliação.

Manual do Professor T11


3. Referências bibliográficas:

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T12 Manual do Professor

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