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Direito Constitucional – SOPL IPLeiria

1º Ano do Curso de Solicitadoria – 2009-2010

1 – A Assembleia da República por 132 votos a favor, 60 contra e 12 abstenções,


elaborou uma lei em que são estabelecidos os parâmetros que passarão a reger as
associações políticas. Definindo, entre outras linhas gerais, que apenas serão
consentidas aquelas associações que encarem a reflexão política como uma actividade
não elitista.

Quid Juris?

Resolução:

Tendo em conta o art. 167º nº 1, a iniciativa da lei compete aos Deputados, aos grupos
parlamentares e ao Governo, e ainda, nos termos e condições estabelecidos na lei, a
grupos de cidadãos eleitores.

Quando a uma possível competência da AR, nos termos da al. h) do art. 164º, é da
exclusiva competência da AR legislar sobre a matéria de associações políticas,
enquadrando-se a mesma no âmbito da sua reserva absoluta.

Trata-se por sua vez, de uma matéria que é objecto de lei orgânica, conforme estipulado
no nº 2 do art. 166º, pois revestem a forma de lei orgânica os actos previstos na al. h) do
art. 164º, que é o nosso caso.

Sendo assim, terá a respectiva lei da AR de ser aprovada por maioria absoluta dos
Deputados em efectividade de funções, isto é 116 Deputados (os Deputados da
Assembleia são 230, conforme respectiva lei eleitoral), de acordo com o consagrado no
art. 168º nº 5 1ª parte, que dispõe que é essa a maioria exigível para a aprovação das leis
orgânicas, excepção à regra geral constante do nº 3 do art. 116º, que é a maioria relativa.

No caso em análise, o quórum estava preenchido (estavam presentes mais de 116º


Deputados, como é previsto no nº 2 do art. 116º), e estava também reunida a maioria
necessária para a respectiva aprovação, uma vez que a lei foi aprovada por 132 votos a
favor (132 é superior que 116 e é superior aos 60 votos contra).

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