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Resumo dialético da apresentação que ocorrerá dia 24/01/2023.

Este texto não se trata de


uma resenha acadêmica seguindo todos os constructos normativos da ABNT, apenas é um
texto livre com intuito de norteamento para a palestra já informada.

HISTERIA COLETIVA

Para darmos início ao nosso bate-papo se faz necessário compreendermos


brevemente um conceito/ou definição:
Do que se trata a Histeria?
Para a psicanálise e para Freud o corpo se expressa de forma inconsciente
diante de conflitos psíquicos e de intenso sofrimento. Na histeria existe uma
conversão (mecanismo de defesa com intuito de evitar algum sofrimento, que
segundo o artigo fornecido por Zelinha, a psiquiatria usa como termo para a
neurose histérica, preferindo nomear de transtorno dissociativo conversivo).
Retomando ao conceito, conversão se trata da não expressão de
emoções/sentimentos verbalmente, podendo aparecer através de sintomas
como: a falta de ar, paralisia, cegueira, surdez, dores de cabeça, dores
musculares, perda parcial ou total da integração da memória e consciência dos
movimentos corporais, etc.
Não irei me fixar em demasiado nessas descrições freudianas, uma vez que a
temática principal se trata da histeria coletiva em casas espiritualistas.
No entanto, rapidamente esclareço também que a histeria coletiva são reações
em cadeia a determinados gatilhos (já descritos), e que muitas vezes afeta todo
o grupo e que apesar de não ter sido um conceito freudiano, o mesmo já
colocou claro em sua obra Psicologia das massas e análise do eu (FREUD,
1921), que diante de situações adversas, todos podemos carregar a
possibilidade ou desejo de colocar-se na mesma situação ou em situação
semelhante diante de uma identificação pelo sintoma (os conflitos não
resolvidos cravados no nosso inconsciente e somatizados).
Com essas descrições e leituras fiquei elucubrando em situações do nosso dia-
a-dia, como exemplo de histeria coletiva ou surto coletivo, um desses
pensamentos chulos, me levou a situação; se em um ônibus uma pessoa sofre
um assalto e se desespera, a probabilidade é que a maioria tenda a seguir o
mesmo comportamento. Outro exemplo que pensei, entretanto, não vamos
prolongar discussão deste exemplo por motivos que todes já sabem (risos ao
escrever); se um “bolsominion/manifestante degrada o palácio do planalto
revoltado com a decisão democrática da população diante de suas ideologias,
e demais pessoas se tornam “bolsominions” com a mesma intenção, isso
provavelmente se deu com o reflexo ideológico semelhante e tudo vira um
caldeirão disfuncional, a nossa famosa “histeria coletiva”.
Resumo dialético da apresentação que ocorrerá dia 24/01/2023. Este texto não se trata de
uma resenha acadêmica seguindo todos os constructos normativos da ABNT, apenas é um
texto livre com intuito de norteamento para a palestra já informada.

Irei esclarecer tais proposições, a partir de dois textos, um ofertado por Zelinha
e outro, com a permissão da mesma, em que um capítulo traça essa nossa
temática.
A partir do primeiro texto, um artigo. Trago relato do mesmo, em que a partir de
2006 em um internato no México, na cidade de Chalco, a “Villa de las niñas”,
em que até o ano 2007 seiscentas meninas apresentaram comportamentos
semelhantes de atrofia muscular. Os médicos locais chegaram à conclusão de
uma histeria coletiva. Causa principal, se deduz pela rigidez do internato
(instituição guiada por religiosas asiáticas), uma vez que fora dele, as meninas
cessavam o comportamento.
O artigo traz também um adendo, relacionando comportamentos dissociativos
como possíveis resultados de subjugação espiritual, inclusive coletiva em que
um espírito menos esclarecido pode influenciar movimentos corporais
disfuncionais em um ou demais pessoas. Detalhe bastante importante deste
aspecto descrito é que em pessoas bem letradas (com bom repertório de
conhecimento) esses episódios não acontecem com facilidade. Entretanto,
questiono tais afirmações, haja vista, pessoas pouco letradas, muitas vezes
possuem um repertório moral mais desenvolvimento, uma bagagem de
inteligência emocional e estruturação psíquica, portanto, será que apenas o
letramento influencia de modo sistemático, ou um conjunto de fatores?
O artigo é finalizado com a proposição reflexiva de que nós espiritualistas
saberemos diferenciar com maior inteireza o que é orgânico e o que é
espiritual. Temos assim, um grande desafio pela frente... afinal o orgânico
interfere o espiritual (adendo do conceito saúde-doença; processo
biopsicossocial) e o espiritual interfere no orgânico, portanto, uma coisa não
“anda sem a outra”, mesmo que algumas instâncias requeiram mais auxílio do
arsenal espiritual ou do arsenal material.
Partimos brevemente para o segundo texto, este refere-se as vivências que
podem não ter caráter patológico, trata-se de fenômenos psicóticos, que não
necessariamente seriam sintomas psicóticos. A mediunidade, pode-se
equiparar segundo o autor aos fenômenos psicóticos (ou seja, de perto
nenhum médio é “normal”, risos) e já estamos inseridos no DSM-IV, intitulados
aos Problemas Espirituais e Religiosos – “A crise de desenvolvimento” . O que
diferencia um médium de uma pessoa em estado psicótico, é o contexto que
estão inseridos, à cultura (é aceitável tal comportamento?), bem como a
percepção acerca da realidade objetiva sem déficit cognitivo (capacidade de
controle) e alheamento associados, além do sujeito apresentar algum nível de
sofrimento excedente trazendo prejuízos a vida dele.
Resumo dialético da apresentação que ocorrerá dia 24/01/2023. Este texto não se trata de
uma resenha acadêmica seguindo todos os constructos normativos da ABNT, apenas é um
texto livre com intuito de norteamento para a palestra já informada.

Para finalizarmos; seja o primeiro artigo, até o segundo texto (a tese de


Almeida, 2004) – “Não necessariamente preciso mencionar”. Em ambos textos,
é vital um olhar crítico e equilibrado acerca desta temática. Em sumo, acredito
que seja vital nos centros espíritas e umbandistas que todes nós possamos
evitar os extremos, não patologizando o que chamamos de estados místicos
(no sentido de mistérios da alma/vida), tampouco espiritualizarmos estados
psicóticos em nossas casas espiritualistas.

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