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o íticas tn üísticas: o im acto

• IMES


• ESPAÇO

•·



ecreto • JAN-DEZ/06


• • • 19


rast etros




Ronice Müller de Quadros*
: Uéslei Paterno**
: *Professora e pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina. Pedagoga, mestre e doutora em Letras.
: ronice@ced.ufsc.br

: **Mestrando em Lingüística na linha de pesquisa de políticas lingüísticos.
: uesleipl998@hotmail.com

: Recebido em maio de 2006 e aprovado em iunho de 2006 .






regulates the Brasilian Sign
• Language law of2002 foresees


• Palavras-chave: língua bra- some actions with the objec-

: Os surdos sempre lutaram sileira de sinais; surdos; polí- tive of promoting the· social

· pelo direito do uso da LIBRAS ticas lingüísticas. inclusion as linguistic policies

: como sua língua pra expressar- recognizing the brasilian sign
• language as the language of
. se e para compreender o mundo .

: Estes querem que a LIBRAS the Brazilian deafpeople.
: seja a utilizada no espaço esco- The deafpeople have always Key words: brasilian sing
• language; deaf; linguistic po-
·• lar como meio de instrução. As fought for the right ofusing the
: políticas lingüísticas do Brasil Brazilian Sign Language as litics.
• A existência de conta-
• sempre coibiram as diversas their language to express them

: línguas aqui existentes e pro- and to understand the world. to entre duas línguas cria um
: moveram o Português escrito They want the Brazilian Sign cenário de disputas. No Brasil,

• e oral. Os movimentos surdos Language as the main mean os surdos, enquanto povo, por

: lutaram até o momento em que of instruction in regular scho- muitos anos lutaram pelo di-
• reito de poderem usar a Língua
• estes passaram a ser ouvidos e ols. The linguistic policies of

: puderam participar das nego- Brazil have always restrained Brasileira de Sinais (LIBRAS).
: ciações. O decreto 5.626, de 22 the other existing _languages Esta luta é contra uma visão

: de dezembro de 2005, que re- in the country, and promoted · que a cultura hegemônica ou-
: gulamenta a lei de LIBRAS de the written and verbal Portu- vinte tem do que é a inclusão
• social para o surdo e de como
• 2002, prevê várias ações com guese. The deaf movements

: o objetivo de promover a in- have fought until the moment esta deve ser feita.
: clusão social, enquanto políti- they were heard and have been O que. muitas pessoas des-

: ca lingüística, reconhecendo a able to participate in the nego- conhecem é que a maioria dos
: LIBRAS como língua dos sur- tiations. The decree 5.626 that surdos prefere a língu~ c;le si-
dos brasileiros.
Informativo Técnico-Científico Espaço, INES - Rio de Janeiro, n. 25/26, p.19, janeiro - dezembro/2006
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INES •


ESPAÇO •


JAN-DEZ/06 •


. ,~ --------~ ~

2□ nais como sua língua para en- : · · ,,,.esc:• ·hJi.imtênfadtf ·tenàó entre s,,11s .
.... :,: ., :,,:_ ,.. . . . ' ., ;-, . ;:;:

tender o mundo e para ser en-


tendido (QUADROS, 2005a).
· p~pô~íÍos ·o de • • • • • oi-ganizados,
Um surdo fez um comentário · · . ~sdpliii,id~,,:~,Í~fi,---~-.~ul,servienies. Ela
que é ilustrativo do pensamen- · :êmi,enlíÔil;.sé e. . ~PJia-sé àlÍI hoje em
to que muitos surdos têm sobre ~~ ,nfJr ·cet:,JQS. dó_êeis fl:·ú ~ís ,d~ntro de uma
a LIBRAS. Ele disse:
. _e nfem,,.~feâéla para·• .reltl~ões. As
Eu me sinto melhor usando
a línguá de sinais. Acho que é : ,-~~ri~ _v ão a ,e$.colaP9fV.~e possam ser
<

mais fácil, leve e suave. Eu gos- ·•. 01Sf:ipli,_d,qs ·_-, .c:ivJli%arJi,$ . jtOPÊS, 2004 p. 39).
;,.:; ::: :•r~.: /r ~~ '❖
to de conversar na língua de si- f~ .-:, :t ~:· :. _; ~-, . ,: ,-~~ :· -~ _;-:..:~. '.\ : i:;: :~:-:": ;." . ;( _.-:. ·•;;~ .. ".-· .. ;_:! ,~. •


nais, não preciso fazer esforço, •
pois a conversa flui. Os sinais
língua portuguesa em detri- : Desconstruir esse processo
saem sem eu pensar, muito me- mento das tantas outras lín- : não significa simplesmente de-

lhor. Posso falar de tudo na lín- guas existentes ~o nosso país • terminar os espaços que as lín-

gua de sinais. Eu aprendo sobre (QUADROS, 2005). •• guas passam a ocupar nas es-
as coisas da vida, sexo, traba- A escola é um local onde : colas que educam surdos, mas
lho, estudos, tudo na língua de • •

sinais. Eu gosto de encontrar


tradicionalmente ocorre dispu- : sim passar por um processo
com outros surdos só para con- ta das línguas e é neste espa- : muito maior de reflexão, de

versar, pois consigo relaxar. Eu ço institucional que comumen- : (des-) estruturação, formação
prefiro usar sinais, mais fácil, te ·se operam os mecanismos : de profissionais, criação de no-
melhor. [S. 2000] (QUADROS, •
de repressão lingüística, on- • vos espaços de trabalho e, em
2005a). •
de o saber do grupo da cultura : especial, inversão
,
da lógica das
O conflito entre a LIBRAS hegemônica é imposto. Sobre a : reiações. E preciso reconhecer

e o Português na educação dos escola, Lopes comenta: : o que representam as línguas
surdos é reflexo das políticas A escola foi inventada ten- : para os próprios surdos.

lingüísticas do Brasil. Este é do entre seus propósitos formar • Não basta simplesmente de-

um país plurilíngüe onde há sujeitos organizados, discipli- : cidir ~e uma ou outra língua
muitas · línguas indígenas, lín- nados, cristãos e subservientes. : passará a fazer ou não parte
Ela empenhou-se e empenha-se •
guas de imigrantes e duas lín- : do cenário da proposta escolar,
até hoje em formar corpos dó-
guas de sinais registradas1• •
ceis e úteis dentro de uma ordem •

Entretanto, a política lingüís- preestabelecida para as relações. •

tica brasileira . ainda é pauta- As crianças vão à escola pra que •

da na crença de que. o país se- possam ser disciplinadas e civi-
lizadas (LOPES, 2004: 39) . .
ja monolíng1:ie, favorecendo a

2
A UBRAS utilizada nos centros urbanc;,s brasileiros e a Ungua de Sinais Urubu-Kaapor; desenvolvida na comunidade indígen~ Urubu-Kaapor
no Maranhão (veja o site do Summer lnstitute of Unguistics· http://www.sil.org/americas/brasil/PUBLCNS/UNG/UKSgnL.pdf).

Informativo Técnico-Científico Espaço, INES - Rio de Janeiro, n. 25/26, p.20, janeiro - dezembro/2006
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Referindo-se a situação • te, no desenvolvimento de sua ESPAÇO

dos surdos na nossa sociedade • linguagem, sendo então o sur-
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• do silenciado pelo ouvinte, por
Dizeu & Caporali (2006) fazem •
• muitas vezes não ser compreen-

a seguinte consideração: • dido. (DIZEU & CAPORALI, 21

Vivemos em uma socieda- • 2006: 2/3) .

mas sim tornar possível a exis- de na qual a língua oral é im- •

. .. " .
tência das línguas, reconhe- perat1va, e por consequenc1a : Um dos fatores que contri-
caberá a todos que fazem par- •
cendo-as de fato e constituin- : buem para a formação da si-
te dela se adequarem aos seus
do um espaço de negociação : tu~ção relatada por Dizeu e
meios de comunicação, inde- •
permanente. O espaço de ne- pendentemente de suas possibi- : Caporali (2006) é que as atu-
gociação instaura-se no reco- lidades. Qualquer outra forma : ais políticas lingüísticas ain-

nhecimento do outro. E, mais de comunicação, como ocorre • da acreditam no caráter ins-

importante ainda, os surdos com a língua de sinais, é consi- : trumental da língua de sinais
derada inferior e impossível de
sendo participantes ativos da : brasileira na educação de sur-
ser comparada com as línguas •
significação e atribuição de es- •
orais. : dos. As línguas que fazem parte
paços para as línguas na edu- : da vida dos surdos na socieda-
Muitos profissionais que •
cação dos próprios surdos. • de apresentam papéis e repre-
trabalham com surdos têm uma •
Os surdos, ao participarem : sentações diferenciadas carac-
visão sobre a língua de sinais
nas discussões e decisões so- : terizando uma forma bilíngüe
como uma forma de comunica- •
bre as suas necessidades, têm ção, não atribuindo a ela o sta- : de ser (QUADROS, 2005). O
a possibilidade de debaterem a tus de língua e considerando-a : fato dos surdos adquirirem a
apenas uma alternativa para os •
sua inclusão social e a política • língua de sinais como uma
surdos que não conseguiram •
lingüística que atenderá a sua : língua nativa, fora do berço fa-
desenvolver a ~íngua oral. Se-
demanda. : miliar, com o povo surdo, de-
gundo Skliar (1997), o oralismo •
Quadros (2005a) mostra é considerado pelos estudiosos : manda à escola um papel que
que os surdos têm preferência uma imposição social de uma : outrora fora desconhecido. Já
maioria lingüística sobre uma •
pela língua de sinais em rela- • se reconhece que a língua de
minoria lingüística. •
ção ao Português escrito e oral. : sinais é a primeira língua, que
Estes consideram a LIBRAS Como conseqüência do pre- : a língua portuguesa é uma se-

como sua língua de expres- domínio dessa visão oralista : gunda língua, já se sabe da ri-
são e o português como sendo sobre a língua de sinais e so- : queza cultural que o povo sur-
bre a surdez, o surdo acaba não •
uma língua difícil, inacessível • do traz com suas experiências
participando do processo de in- •
ou até perigosa. A imposição : sociais, culturais e científicas.
tegração social. Embora a pre-
do Português e a proibição da missa mais forte que sustenta : Neste momento pós-colonia-

LIBRAS, ou o descaso a essa o oralismo seja a integração do : lista, a situação bilíngüe dos
no espaço escolar, fez com que surdo na comunidade ouvinte, •

ela não consegue ser alcança- •
muitos surdos tivessem uma •
da na prática, pelo menos pela •
atitude negativa em relação ao •

grande maioria de surdos. Isso •
Português. acaba refletindo, principalmen- •






Informativo Técnico-Científic.o Espaço, INES - Rio de Janeiro, n. 25/26, p.21, janeiro - dezembro/2006
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ESPAÇO surdos está posta. No entanto, ••
JAN-DEZ/06 os espaços de negociação ain- ••

da precisam ser instaurados. •

22 As políticas lingüísticas ainda ••

mantêm uma hierarquia verti- •

cal entre o Português e as de- • primeira língua, a qual utili-

mais línguas no Brasil, ape- •• zam para significar o mundo.

sar de algumas iniciativas no • No Brasil, as atuais lutas e embates sobre as políticas lin-

sentido de reconhecimento das •• dis·c ussões que os surdos ~êm güísticas. ''Negociações'' so-
''diversidades'' lingüísticas do •• feito tomaram corpo com a fun- mente são possíveis quando
, •
pais. • · dação da FENEIS (Federação o outro deixa de ser c.onvida-

Estamos diante de um pro- : Nacional ·de Educação e do e passa a ser integrante da
cesso simbólico de negociação : Integração do Surdo), em rodada. Enquanto convidado,

política: a língua de sinais bra- : 1987. No ato da criação dessa a sua posição sempre é subal-
sileira e a língua portuguesa
. .
na : instituição, a então eleita pre- terna à de quem o convidou.

sociedade, incluindo o espaço • sidente, Ana Regina e Souza Assim, os espaços de negocia-
• ~ , .
educacional em que o surdo : Campeio comentou: çao tornam-se possive1s quan-
está inserido. Os espaços polí- : Consideramos da maior im- do o outro passa a ser um eu

ticos que cada língua represen- : portância as colaborações que no espaço compartilhado, sen-
ta para uns e para outros não : recebemos e queremos conti- do, ao mesmo tempo, o ou-
• nuar recebendo das pessoas que
são os mesmos·. Os surdos que- • tro diante do outro eu tradu-
• ouvem. Mas consideramos tam-
rem ter a LIBRAS como a sua •• zindo-se nas alteridades que

bém que devemos assumir a li- •
língua de instrução, sua língua . : derança de nossos problemas de convivem umas com as ou-
• •
para se comunicar com o mun- •• forma direta e decisiva, a des- tras. Assim, segundo Bhabha
do, compreender e interagir. •• peito das dificuldades que pos- (2003), a negociação toma for-
• sam existir relacionadas à co-
Querem aprender o português, • ma no lugar da negação. Com a
• municação (RAMOS, 2006: 6) .
para que possam ter acesso aos : criação da FENEIS, os surdos
documentos oficiais que são : Os vieses são ambivalen- tinham uma entidade que os

feitos nesta língua (leis, reci- • tes, constituindo o que Bhabha representava e podiam agora

bos, documentos) e exercer : (2003) refere como os entre-lu- lutar por um espaço onde dei-

sua cidadania; para ter aces- • gares por meio de relações in- xaram de ser apenas convida-

so a informações, à literatura : tersticiais. Não estamos mais dos para serem parte integran-
e aos conhecimentos científi- : diante de argumentações opo- te da negociação. Os surdos

cos. Alguns, inclusive, querem • sicionais, mas de entre-meios, não precisam mais negar a lín-

aprender outras línguas. Tudo : de fissuras, de objeções, de re- ·gua portuguesa, assim como
isto sem deixar de lado a sua : presentações simbólicas que os ouvintes não precisam mais



formam uma trama que vi- negar a língua de sinais brasi-

• ra um drama para a vida dos leira. Instaura-se a negociação,

• surdos brasileiros. Daí podem um campo que vai além, abrin-

• partir para as negociações nos do espaços, lugares e objetivos
híbridos. Não significa dizer
que a educação de surdos terá

Informativo Técnico-Científico Espaço, INES - Rio de Janeiro, n. 25/26, p.22, janeiro - dezembro/2006
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as duas línguas, mas que as du- : JAN-DEZ/06

as línguas estarão em espaços :


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mas em entre-lugares, em ter- : ~ :,~ a,smen1ltodas ,f l~•~ -cf•réfD,:~ o:, irnpoctQ',- '
ritórios de ambos, a coexistên- : lir,Jto no;p(WO Sun:lo ê ,;~·SU(í -OfãO, poiS': I
eia. As relações, portanto, são : '.-" ·:.~sj;t, _· .n r_._ ó~~ f t~· ····onais .
_ :ililtí_ -c, "IQ,iino~:d_
e r_a .
de ordem muito mais comple- r1'9'f• .. "'· .r :
xa e, por isso, a negociação po- .
: ., : .
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·. i;.iolj&.~,. j"'•~u'O;Õt(l"~O·~ • ·• ;surdOS;
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·. · .. ,,, ' . . .· . ,.. ] , . .. ' . ... ·. -
lítica torna-se invariavelmente : .•. , &em - ca,nO;à
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~•~110~-o~~o~ fe!•\6Rdos·· surá~s.,: -
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Para esse fim deveríamos :
lembrar que é o ''inter'' - o fio : Atualmente há algumas ini- a capacitação de profissionais.
cortante da tradução e da ne- : ciativas de políticas lingüís- Esse decreto possibilita a cria-
gociação, o entre-lugar - que : ticas que contemplam as rei- ção de cursos Letras-LIBRAS
carrega o fardo do significado :
vindicações do povo surdo ou Letras-LIBRAS/Português
da cultura. Ele permite que se :
comecem a vislumbrar as his- : brasileiro, tendo como meta a em nível de graduação, para
tórias nacionais, antinaciona-· : inclusão social. Estas iniciati- formar professores que atuarão

listas, do ''povo''. E, ao explo- · : vas foram conquistadas pelos no ensino dessa língua. Ess_es
rar esse Terceiro Espaço, temos : surdos por meio de muitos mo- professores atuarão desde a 5ª
a possibilidade de evitar a po- : vimentos e discussões. série do nível fundamental até
lítica da polaridade e emergir :
como os outros de nós mesmos : No dia 22 de dezembro de a educação superior. O decre-
(BHABHA, 2003:69). : 2005, foi homolog3do o decre- to também prevê a criação de
: to 5.626, que regulamenta a cursos em nível de graduação

·• Lei de LIBRAS de 24 de abril e pós-graduação para a forma-
: de 2002. Este decreto prev~ ção de tradutores intérpretes

• várias ações que viabilizam a de LIBRAS/Português. Para a

: inclusão social do surdo, par- educação infantil e séries ini-
: tindo de uma política lingüís- ciais do ensino fundamental,

•• tica que reconhece a LIBRAS o decreto prevê a criação de
: como a língua dos surdos bra- cursos de pedagogia bilíngüe

• sileiros. LIBRAS/Português.

: Assim, a política lingüística Além disso, o decreto 5.626
: instaurada contempla a especi- determina a inclusão de uma

· ficidade dos surdos. O decreto disciplina de LIBRAS em to-

: 5.626 traz várias ações a serem das as licenciaturas. Os profes-
: implementadas gradualmen- sores, tendo informação sobre

: te nos próximos dez anos, pe- a LIBRAS e os surdos, pas-
: ríodo necessário para realizar sarão a planejar as suas aulas

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• Uma outra frente de ação aflições que a família passa ao

• do decreto é a possibilidade se defrontar com um filho sur-


• que fonoaudiólogos terão de do (REIS, 1997, in DIZEU &



ter uma formação que contem- CAPORALI, 2006:6).
• ple a LIBRAS. Os fonoaudió-
• As políticas lingüísticas,

• logos são os profissionais que que podem ser desmembradas

com melhor qualidade e te- : trabalham com as questões re- desse decreto, terão impacto
rão mais elementos para dis- : lacionadas com a linguagem. direto no povo surdo e na sua

cutir com toda a escola sobre • Ao terem a LIBRAS na sua educação, pois possibilitarão a

a inclusão dos alunos. surdos. ·• formação, poderão estar tra- formação de profissionais qua-
Também, minimizará a ansieP" : balhando com questões rela- lificados para a atuação com

dade do primeiro contato com : cionadas à linguagem da pes- os surdos, bem como a forma-
alunos surdos em sala de aula, : soa surda na língua de sinais, ção dos próprios surdos.
. ~ . •
s1tuaçao esta muito estressante • pois alguns surdos apresen-

para os professores atuais que : tam desvios de linguagem co-
nunca receberam informações : mo afasias e aquisição tardia

sobre a educação de surdos e a · da LIBRAS. Portanto, os fono-

LIBRAS. Para esses professo- ': · audiólogos poderão contribuir

res, os surdos são estranhos. O • para a intervenção nesses des-

contato dos professores na gra- : vios na LIBRAS.
<luação com a língua de sinais : Estas ações são importan-

e com surdos possibilita que · tes, pois muitos pais ouvintes,

esse estranhamento já acon- : ao se depararem com um fi-

teça nesse período de forma- . lho surdo, geralmente não têm

ção. Os professores que tive- : informações sobre os surdos.
rem tido a disciplina de língua : Freqüentemente, recorrem a

de sinais na graduação possi- • profissionais como médicos,

velmente não serão fluentes ·• fonoaudiólogos e professo-
na LIBRAS para ministrar au- : res para obterem informações .

las diretamente nessa língua, : Com a formação prevista no
mas já terão desconstruído al- : decreto, estes profissionais te-

guns dos mitos sobre os surdos • rão mais subsídios para infor-

e sua língua. Isto terá impacto : mar os pais sobre a comunida-
na sala de aula quando estiver : de surda e a língua de sinais .

diante do aluno surdo. ·• Esta orientação minimizará as

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2S
. ..

BHABHA, H. K"., (2003). O local da cultura. Editor:a UFMG:


- Belo Horizonte. "
:,• _-;:;·

DIZEU, L. C. T. de _B. & CAPORÁLI, S. A., A Língua de Sinais


constituindo _o surdo como suj~ito. . ln http://hendrix.
sj:cefetsc.edu.br/--nepes/Acessada em.04- de abril de 2006. . •· ~

LOPES, Maura Cercini, (2064). A natureza. .educável do surdo:


a. normalização suraa no espaço . qa escol;J. de surdos. ln
THOMA, Ádriana •·- da . Silva , ~ -, LOPES, e"Maura Corcini
· (<.Jrg.). A invenção da surdez: ·cultura; alteridade, identidade
e. diferença ,. 1!º campo da educação. 8-an~a Cruz ·do Sul:
•- .EDUNISC, p.33-55 .
.

QUADROS, R. M~,"(200?)- O bido -b jlingüifmo na educação de


- -' SUJdos. Em ~urdez
.
é ~bilinguismo. Eulalia 'Eernandes (org.).
~;• . . .;.

, Editora Med.iação: .f orto Alegre: ,


..,: ~:• '
- - - · PQliticas _Jingüístieas,: as,representações das línguas para
•· os.surdos e a·educação de surdosn.o Brasil. Em Li-v:ro Pós-II ":
Congl"esso
"''
de
Educação Especial, novembro de 2005a (rio
,prelo).
. . .

_ RAMOS, C. R, f[istórico~da.FÉNEÍS .até o ano de 1988. Rio de ,


": •, . . ; ·:•· ... -~ ··: .

. _Janeiro, Editora Arara Azul. httn://www.editora-arara-azul. -


- com.br/pdf/àitigo6.pdí Acessada. em 01 de fevereiro de ❖
2006. , , - :
REIS, v~P.f,:, Â . ling~agein e ~eus eleitos . no desenvolvimento f

; :.cognlt~~o.e emocional dá 'criança ~urda. :Espaço ' Informativo


, .· Técnico Científico do INES, Rio de Janeiro, v. 6, p. 23-38, 1997.
- · _~Apud"DIZÊU, L. C. T. de B. ,. & CAPORALI,. S. A. A Língua
·- • - _ _ lie Sinais constituindo o suido como' sujeito. http://hendrix.
· •· sj.ce.fetsc.edu:br/~nepes/. , Acess·a.da . em .04 de abriI de 2006. ·

Informativo Técnico-Científico Espaço, INES - Rio de Janeiro, n. 25/26, p.25, janeiro - dezembro/2006
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