Você está na página 1de 4

SHELF LIFE

lativamente clara. Critérios não


microbiológicos são mais difíceis de
definir, embora critérios bem defi-
nidos de composição química, tais

UMA PEQUENA
como conteúdo de vitaminas, podem
ser úteis​​. A definição das caracterís-
ticas sensoriais desejadas é uma área
especificamente problemática para

INTRODUÇÃO
muitas empresas, mesmo quando se
trata de produtos frescos; a definição
seguida das características sensoriais
de armazenamento é ainda mais
difícil. As características sensoriais
Shelf life, ou vida útil, é o tempo que de muitos alimentos deterioram-
se durante o armazenamento (com
um alimento preparado permanece exceções importantes, como vinho e
queijo) e, mesmo assim, desde que
fresco, saudável, ou seja, é o período permaneçam seguros, uma grande
variação ainda é evidentemente
de tempo que alimentos, bebidas e tolerável para os consumidores.
Características sensoriais aceitáveis​​
outros produtos perecíveis possuem são, consequentemente, muitas vezes,
antes de serem considerados definidas pela política da empresa,
mas mesmo assim é importante en-
inadequados para o consumo. tender como ocorrem as alterações
no armazenamento e utilizar esses
dados para ajudar a definir o shelf life
O que é o shelf life sensoriais para os produtos de média (vida útil, data de perempção, data de
e longa vida de prateleira; mas, os validade, em português).
Os consumidores estão cada vez três tipos de alterações podem ser A dificuldade de se definir o shelf
mais exigentes quanto a elevada importantes para os produtos de life pode ser vista na própria definição
qualidade dos alimentos, e têm a curta e média vida de prateleira. do IFT (Institute of Food Technolo-
expectativa de que tal qualidade será Assim, os fabricantes devem ter gists,1974) que define o prazo de vali-
também mantida em nível elevado os meios dispo- dade como o “período entre a fabrica-
durante o período entre a compra e níveis para pre- ção e compra no varejo de um produto
o consumo. Essas expectativas são ver a data final alimentício, durante o qual o produto
uma consequência não apenas da da vida de ar- é de qualidade satisfatória”. O
exigência de que o alimento deve mazenamento, uso das palavras “qualidade
permanecer seguro, mas também sob determi- satisfatória” é muito vago
da necessidade de minimizar as al- nado conjunto para servir de ajuda prática,
terações indesejadas em suas quali- de condições especialmente nas situa-
dades sensoriais. As necessidades de de armaze- ções em que a seguran-
qualidade se refletem nos requisitos namento. Os ça microbiana não é um
de rotulagem que os fabricantes de critérios com problema.
alimentos devem respeitar; depen- base nos nú- As diretrizes do IFST
dendo dos países e do tipo de produto meros medidos (Institute of Food Scien-
pode-se encontrar dizeres tais como de deterioração ce and Technology) da-
“consumir antes de”, “bom para e microorganis- tam de 1993 e fornecem
consumo até”, e outras variantes, mos patogênicos uma definição mais viá-
sempre seguidas de uma data. e seu padrão de vel de shelf life. O mes-
Em geral, as alterações microbio- crescimento mo é definido como
lógicas são de primordial importância são capazes de o tempo durante o
para os produtos de curta vida de oferecer uma qual o produto ali-
prateleira, e as alterações químicas e definição re- mentício irá:

www.revista-fi.com FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 18 - 2011 67


Shelf life
de condições de armazenamento e, secos e extrínsecos,
inclusive, sob condições flutuantes inibe ou estimula
ou cíclicas que são comumente en- uma série de pro-
contradas na prática da cadeia de cessos que limitam
abastecimento. Da mesma forma o shelf life. Esses
que o comportamento do produto sob processos podem
armazenamento deve ser compreen- ser conveniente-
dido, é igualmente importante para mente classificados
o fabricante ter um conhecimento como microbiológi-
profundo do mecanismo dos proces- cos, químicos, físi-
sos de deterioração, que podem ser cos e relacionados à
complexos em muitos alimentos, es- temperatura.
pecialmente aqueles com estruturas
compostas. Alterações
microbiológicas
Fatores que influenciam O crescimento
o shelf life de um microorga-
Muitos fatores podem influen- nismo específico
ciar o shelf life, sendo classificados, • exposição à luz (UV e IV) durante durante o armazenamento depende
pelo IFST, em fatores intrínsicos e o processamento, armazenamento de vários fatores, sendo os mais
extrínsicos. Os fatores intrínsecos e distribuição; importantes: a carga microbiana
são as propriedades do produto final, • contagem microbiana ambiental inicial no começo do armazenamento;
e incluem: durante o processamento, armaze- as propriedades físico-químicas dos
• atividade da água (aw) (água dis- namento e distribuição; alimentos, como teor de umidade,
ponível); • composição da atmosfera dentro pH e presença de conservantes; o
• valor de pH e acidez total; tipo de das embalagens; método de processamento utilizado
ácido; • tratamento térmico posterior (por na produção dos alimentos; e o am-
• potencial redox ou valor redox (Eh); exemplo, reaquecendo ou cozinhan- biente externo do alimento, como as
• oxigênio disponível; do antes do consumo); composições de gás circundantes e
• nutrientes; • manuseio do consumidor. a temperatura de armazenamento.
• microflora natural e contagens de Alguns fatores intrínsecos e extrín-
microorganismos sobreviventes; Todos esses fatores podem operar secos que afetam o crescimento de
• bioquímica natural da formulação de forma interativa e, muitas vezes, certos patógenos chaves e organis-
1. permanecer seguro; da ao posicionamento do produto no levanta a importante questão das do produto (enzimas, reagentes imprevisível, assim, a possibilidade mos de deterioração são apresenta-
2. ter a certeza que mantém as ca- mercado em termos de qualidade e condições de armazenamento re- químicos); de interação deve ser investigada. dos na Tabela 1.
racterísticas sensoriais, químicas, percepção do cliente com relação a lacionadas ao shelf life do produto. • uso de conservantes na formulação Um tipo particularmente útil de É importante notar que esta tabela
físicas e microbiológicas desejadas; percepção dessa qualidade. Por exem- A medição das características de do produto (por exemplo, sal). interação ocorre quando fatores mostra os limites de crescimento aproxi-
3. cumprir com qualquer declaração plo, um produto econômico que, após armazenamento ocorre sob condi- como a temperatura reduzida, trata- mado, considerando os vários fatores
constante no rótulo quanto aos a sua fabricação, tem um índice me- ções ambientais controladas, que Os fatores intrínsecos são influen- mento térmico brando, ação antioxi- agindo de forma isolada. Interações
seus dados nutricionais, ... quando nor de qualidade do que um produto raramente são cumpridas na prática, ciados por variáveis, ​​como o tipo de dante e atmosfera controlada de entre esses fatores podem alterar,
armazenado nas condições reco- premium, não tem necessariamente especialmente quando o produto matéria-prima e qualidade, e pela empacotamento, operam em conjunto consideravelmente, esses limites.
mendadas. um shelf life mais curto, mesmo se sai do ambiente de varejo. O abuso formulação do produto e estrutura. para restringir o crescimento micro- O crescimento de organismos
a taxa de deterioração for a mesma. térmico na cadeia de distribuição Os fatores extrínsecos são os biano, chamado de “efeito barreira”. de intoxicação alimentar, como as
Esta definição identifica os prin- Os consumidores de um produto pre- é comum, mas torna-se quase uma fatores que o produto final encontra Essa forma de combinação de fatores espécies Salmonella e Listeria mo-
cipais fatores que devem ser con- mium têm uma expectativa maior de rotina em um ambiente doméstico. As a medida que ele se move através da que, individualmente, são incapazes nocytogenes, não é necessariamente
siderados quando se avalia o shelf qualidade durante todo o período de condições de temperatura ambiente cadeia alimentar, incluindo: de impedir o crescimento microbiano, acompanhado por alterações na
life, contudo, mais uma vez, deixa shelf life. Alternativamente, é pos- em cozinhas variam enormemente, • perfil de tempo-temperatura du- mas, em combinação, proporcionam aparência, odor, sabor ou textura que
a interpretação das palavras “ca- sível imaginar uma situação na qual e o controle de temperatura em ge- rante o processamento; variabili- uma série de obstáculos, permite possa ser detectados pelos sentidos
racterísticas desejáveis” altamente um produto premium no final de seu ladeiras e congeladores domésticos dade espacial de pressão; que os fabricantes usem técnicas humanos e, consequentemente, re-
ambígua. Essa ambiguidade reflete shelf life tem uma maior percepção é frequentemente pobre. Por isso, • controle de temperatura durante de processamento mais brandas, presentaum sério problema de saúde.
uma consideração importante. Exce- de qualidade do que um produto é importante para o fabricante de o armazenamento e distribuição; possibilitando assim uma maior con- Em contrapartida, o crescimento de
to em situações em que a segurança econômico no início de sua vida útil alimentos entender perfeitamente • umidade relativa (UR) durante o servação das propriedades sensoriais organismos de deterioração é, mui-
microbiológica está em questão, a de armazenamento. as características de armazenamen- processamento, armazenamento e nutricionais dos produtos. tas vezes, rapidamente identificado
definição de shelf life está relaciona- A definição da IFST também to do produto em uma ampla gama e distribuição; A interação de tais fatores, intrín- por alterações sensoriais, como por

68 FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 18 - 2011 www.revista-fi.com www.revista-fi.com FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 18 - 2011 69
Shelf life
TABELA 1 - CONDIÇÕES MÍNIMAS DE CRESCIMENTO
gem, às vezes, junto com reações a situação com outros alimentos cozidos possa ser TABELA 2 - PRINCIPAIS MUDANÇAS DETERIORANTES NOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
PARA MICROORGANISMOS SELECIONADOS químicas posteriores, também complexa e imprevisível. Produto Mecanismos de deterioração Limites das alterações
Frutas e vegetais
pH mínimo Aw mínimo
Crescimento 0
Temperatura podem limitar o shelf life senso- Quebra enzimática Amolecimento textural
Tipo de microorganismo para para ( C) mínima para rial. Por exemplo, as alterações Tipos de deteriorização Frutas macias Crescimento de fungos Bolor visível
anaeróbico Perda de umidade Aparência seca
crescimento crescimento crescimento
de permeabilidade com o tempo Os fatores descritos anteriormente podem re- Frutas duras
Ação enzimática Amolecimento textural, nódoas negras
Patógenos Perda de umidade Textura seca

Salmonella 4,0 0,94 Sim 7


podem mudar a atmosfera de sultar em uma ampla gama de alterações deterio- Batatas
Ação enzimática Amolecimento, cozimento pobre
Germinação Germinação, produção de toxina
4,0 (4,5 para 0,83 (0,90 equilíbrio na embalagem, dando rativas, as quais dependerão do tipo de alimento. A Pepino Ação enzimática Perda de crocância, colapso na estrutura
Staphylococcus aureus Sim 6 (10 para toxina)
toxina) para toxina) origem a efeitos microbiológicos Tabela 2 mostra exemplos das principais mudanças Salada de repolho
Perda de umidade dos vegetais
Perda de viscosidade molho, alterações na
aparência, crescimento microbiano
Oxidação da gordura
Bacillus cereus (psicrotróficos) 4,4 0,91 Sim <4 e químicos. Tais mudanças tam- deteriorantes em uma variedade de classes de Perda de umidade
Rancidez
Perda de crocância, secagem
Saladas preparadas
Clostridium botulinum bém podem permitir a migração alimentos, e os consequentes fatores que limitam Oxidação Escurecimento
Sinéresis Separação do soro, crescimento de fungos
Proteolítico A, B, F 4,6 0,93 Sim 10 de compostos voláteis externos o shelf life. Conservas de frutas
Oxidação Perda de sabor
Não-proteolítico B, E, F 5,0 0,97 Sim 3,3 para os alimentos, resultando no Em alimentos compostos os fatores limitantes Frutas secas
Ação enzimática
Reações químicas
Escurecimento
Alterações no sabor
Listeria monocytogenes 4,3 0,92 Sim 0 desenvolvimento de manchas. A do shelf life podem ser bastante diferentes daqueles Carnes
Perda da cor vermelha
Escherichia coli 4,4 0,95 Sim 7,0 migração de componentes quí- que limitam o shelf life dos compostos individuais. Carne vermelha fresca
Oxidação
Rancidez
Crescimento microbiano
Sem odor e sabor
Vibrio parachaemolyticus 4,8 0,94 Sim 5 micos do material da embalagem Por exemplo, um importante fator limitante do shelf Oxidação Rancidez
Carne congelada
Yersinia enterocolitica 4,2 0,96 Sim -2 Sublimação do gelo Queima do congelamento
também pode produziu impure- life em cereais matinais contendo uma mistura de Microbiana
E. coli 0157 4,5 0,95 Sim -6,5 Crescimento microbiano
zas, o que pode ser particular- cereais e frutas secas é o endurecimento da fruta a Peixe fresco
Reações químicas
Sem odor
Alterações na aparência
Organismos de deterioração
mente grave em produtos com um partir da migração da umidade para o cereal. Em Aves frescas Crescimento microbiano
Microbiana
Pseudomonas 5,5 0,97 Não <0 Sem odor
shelf life longo. contraste, os fatores limitantes para a fruta e com- Salsichas frescas
Oxidação Microbiana
Enterobacter aerogenes 4,4 0,94 Sim 2 Crescimento microbiano Rancidez

Bactérias do ácido láctico 3,8 0,94 Sim 4


ponentes individuais de cereais incluem alterações Toucinho defumado fresco
Oxidação Microbiana
Crescimento microbiano Rancidez, alterações na cor
Microcossi 5,6 0,9 Não 4
Alterações deteriorantes de sabor decorrentes das reações químicas e da Reações químicas Perda de sabor
Presunto enlatado
Leveduras 1a5 0,8 Sim -5 relacionadas com temperatura absorção de umidade e amolecimento do cereal! Deterioração da lata Geração de gás
Cereais e outros produtos secos
Mofos < 2,0 0,6 Não <0 A deterioração pode ocorrer Retrogradação do amido Textura e sabor rançoso

em temperaturas elevadas e Estendendo o shelf life Pão


Migração de umidade Textura seca, crescimento de fungos
Absorção de umidade Perda de crocância
Snacks
exemplo, o crescimento de fungos muitos alimentos a partir das reações baixas. As temperaturas mínimas Existe uma série de pontos na cadeia alimentícia, Oxidação
Perda de umidade
Rancidez
Secagem e endurecimento
visíveis, geração de odores e sabores de Maillard. As alterações também de crescimento para uma série de onde os fabricantes podem influenciar o mix de Bolos Alterações do amido
Crescimento microbiano
Sabor e textura rançosos
Formação de mofo
indesejáveis e mudanças na textura, podem ocorrer por exposição à luz, agentes patogênicos e organismos de fatores intrínsecos e extrínsecos que afetam o shelf Massas secas
Alterações do amido Alterações na textura, ruptura
Alterações da proteína Envelhecimento
muitas vezes provenientes da ação incluindo a perda de cor em corantes deterioração descritos anteriormente life, incluindo: Migração de umidade Amolecimento (cereais), endurecimento (frutas)
Cereais matinais Retrogradação do amido Sabor e textura rançosos
das enzimas produzidas pelos micro- alimentícios naturais, e desenvolvi- ilustra a importância do controle • seleção e qualidade das matérias-primas; Oxidação Rancidez

organismos. mento de ranço e off flavour no leite eficaz da temperatura na prevenção • formulação do produto e elaboração; Misturas secas Absorção de umidade
Aglutinação
Escurecimento não-enzimático
e em snacks. da contaminação microbiana e de or- • ambiente de processamento; Temperos
Crescimento microbiano
Perda de voláteis
Mofo e crescimento bacteriano
Alterações no sabor
Alterações químicas ganismos de deterioração. O aumento • técnicas de processamento e preservação; Reações químicas Perda de cor
Cristalização da gordura
deteriorantes Alterações físicas da temperatura geralmente aumenta • embalagem; Confeitos de chocolate
Migração de gordura
Oxidação
Alterações na textura
Envelhecimento, rancidez
Muitas alterações deteriorantes deteriorantes a velocidade das reações químicas • armazenamento e distribuição; Confeitos de açúcar
Absorção de umidade Alterações na textura
Oxidação Rancidez
importantes podem ocorrer decor- A migração de umidade é uma que podem resultar em deterioração. • manuseio do consumidor. Bebidas
rentes de reações dentro do alimento das principais causas de alterações Em alimentos que contêm gorduras, Bebidas carbonatadas
Evolução de gás
Perda de carbonatação
Perda de sabor
Hidrólise/oxidação
ou a partir de reações dos compo- físicas deteriorantes em alimentos. a gordura mais sólida se torna líqui- Apesar de todos esses pontos serem importan- Rancidez
Oxidação Sem sabor
nentes dos alimentos com fatores Isso é facilmente visto em produtos da e age como um solvente para as tes, duas das áreas mais dinâmicas de pesquisa estão Cerveja
Crescimento microbiano Turvação
Perda de voláteis Alterações no sabor
externos, por exemplo, o oxigênio. frescos, através da perda de umidade, reações em fase de óleo; além disso, concentradas nos novos métodos de processamento Café
Oxidação Rancidez
O desenvolvimento de rancidez é e em produtos secos, como cereais podem ocorrer mudanças na crista- e nas técnicas de embalagem. Suco de frutas
Oxidação
Reações enzimáticas
Perda de sabor e nutrientes
Turbidez
um fator importante em alimentos matinais e biscoitos, que podem linidade da gordura. O aumento da Chás
Perda de voláteis Perda de sabor
Absorção de voláteis Sem sabor
que contêm gordura, e pode ocorrer perder a sua crocância pela absorção temperatura também pode alterar Influência do processamento Vinhos Oxidação
Sem sabor
Alterações na cor
através de diferentes mecanismos de umidade. As saladas também as características de cristalização A qualidade inicial de um produto alimentício é Bebidas de baixa caloria Hidrólise Perda da doçura
como, por exemplo, reações lipolíti- podem deteriorar pela migração de dos alimentos que contêm xarope determinada pela qualidade das matérias-primas e Produtos lácteos
Migração de umidade Formação de cristais de gelo
cas/hidrolíticas, reações oxidativas, água dos componentes das hortaliças de açúcar. A desestabilização de dos métodos de processamento utilizados durante a Sorvete
Oxidação Rancidez

e reações de reversão sabor. Os para os molhos. Outros fenômenos sistemas de emulsão também pode fabricação do produto. Uma ampla gama de técnicas Leite fluido
Oxidação
Reações hidrolíticas Rancidez e outros sabores
Crescimento microbiano
processos enzimáticos limitam o de migração podem limitar o shelf ocorrer sob condições de temperatura de processamento é usada na indústria de alimentos Absorção de umidade Aglutinação
Leite em pó
shelf life de frutas e vegetais, e as life, particularmente em alimentos flutuante ou agitação mecânica. As para atingir o nível necessário de qualidade sensorial Oxidação Alterações no sabor, rancidez
Manteiga Oxidação Rancidez
reações de oxidação limitam o shelf compostos mais complexos, como a temperaturas flutuantes podem cau- e microbiológica. No caso de um produto perecível, Oxidação Rancidez
Queijos Cristalização da lactose Textura arenosa
lifede produtos cárneos. A hidrólise migração de gordura de um compo- sar a formação de cristais de gelo em é a capacidade de manter o crescimento microbiano Crescimento microbiano Produção de mofo

química pode ocorrer em produtos nente para outro, e o sangramento de alimentos congelados, como sorvetes. sob controle após o processamento e embalagem que Spreads com baixo teor
de gordura
Crescimento microbiano
Oxidação
Mofo
Rancidez
contendo edulcorantes intensos, re- cores em produtos compostos, como Em contraste, o aumento da tempera- determina o shelf life final. Em alguns produtos com Iogurtes
Sinéresis
Oxidação
Separação do soro
Rancidez
duzindo a doçura, e o escurecimento sobremesas refrigeradas. Alterações tura pode reduzir o desenvolvimento atividade de água (aw) relativamente baixa o shelf life Sinéresis Separação do soro
Iogurte de frutas Oxidação Rancidez
não-enzimático pode ocorrer em físicas nos materiais das embala- de envelhecimento no pão, embora é determinado pelas alterações nas características Crescimento microbiano Mofo

70 FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 18 - 2011 www.revista-fi.com www.revista-fi.com FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 18 - 2011 71
Shelf life
físicas e sensoriais do produto. O shelf (por exemplo, perda de suculência maior será o nível de inativação dos impacto sobre o shelf life em castanha de caju, amendoim, batata
life dos produtos pode ser prorrogado em carnes e perda de crocância em microorganismos. Altas pressões po- produtos refrigerados. A frita; vegetais minimamente
pelo uso de tratamentos que matam os vegetais). Os produtos pasteurizados dem levar a interessantes alterações atmosfera modificada é processados, etc.
microorganismos (por exemplo, calor são rapidamente resfriados e armaze- na textura, assim como podem ser um sistema de acondi- O consumidor tam-
e radiação) ou através do controle do nados em condições refrigeradas. O usadas para preservar a cor e o sa- cionamento no qual se bém tem se beneficia-
crescimento microbiano pelo controle shelf life alcançado por esse processo bor associados aos produtos frescos. modifica a atmosfera do dos avanços alcan-
da temperatura (refrigeração e con- é o mais longo, para qualquer produto No entanto, ainda existe muito a ser ao redor do produto, çados na melhoria
gelamento), reduzindo a atividade de refrigerado. No entanto, esse proces- compreendido sobre os efeitos em e esta nova atmosfera da conveniência
água, e pela adição de conservantes. so tem levantado muitas questões microorganismos específicos e como se modifica durante e dos aspectos de
A durabilidade e estabilidade do relativas à segurança alimentar. superar o problema da inativação das a vida útil do mesmo, segurança dos pro-
shelf life à temperatura ambiente enzimas presentes nos produtos. A devido à permeabili- dutos alimentícios.
geralmente requer o uso de trata- combinação deste processo com tra- dade da embalagem Embalagens que per-
mentos agressivos (por exemplo, tamento de calor moderado, possivel- e a respiração do pro- mitem aquecimento no
enlatamento), os quais, muitas mente, possa ser mais bem sucedida duto. Os gases nor- microondas ou no forno
vezes, comprometem a qualidade do que o uso de apenas alta pressão. malmente utilizados têm desempenhado um papel
sensorial geral dos produtos ali- na composição da nova vital no crescimento do setor de
mentícios. Portanto, uma combi- Irradiação. O tratamento por atmosfera são: nitrogênio (N2); refeições prontas. Evidências de
nação de diferentes métodos de irradiação envolve a exposição oxigênio (O2) e dióxido de carbono adulteração são vistas como fatores
processamento pode ser útil na dos alimentos embalados a raios (CO2). A composição das misturas frescos, onde um delicado equilíbrio importantes na melhoria do desem-
manutenção da qualidade sen- gama, feixes de elétrons ou gasosas, bem como a concentração entre dióxido de carbono e oxigênio penho das embalagens. A abordagem
sorial, obtendo o mesmo nível raios-X.Uma vez que este é um dos gases utilizados é feita de acordo é necessário para permitir que a res- do uso de catadores de oxigênio den-
de estabilidade microbiana. processo a frio, os alimentos não com o produto que será embalado. piração aeróbica se mantenha a uma tro das embalagens para reduzir os
Esse é o princípio da técnica se tornam cozidos. A radiação O dióxido de carbono é utilizado taxa muito baixa e, assim, prolongue níveis de oxigênio no espaço superior
de barreira para o controle do ideal varia de acordo com o tipo para suprimir o crescimento mi- o shelf life. para níveis marginais tem permitido
crescimento microbiano. de produto e aplicação. Tipica- crobiano, mas sua eficácia depende A atmosfera modificada, ou MAP, a melhoria do shelf life de produtos
Os consumidores, muitas mente, a faixa média de 1 a 10 muito da sensibilidade das diferentes já é largamente utilizada em diversos muito sensíveis ao oxigênio.
vezes, associam a durabilidade kGy é adequada para aumentar o classes de microorganismos a este produtos, como carnes vermelhas, Um dos requisitos para em-
do shelf life com má qualidade Processamento em microondas. shelf life de alimentos cozidos e crus. gás. O nitrogênio é usado como um mantendo a sua cor e frescor; frango, balagens de alimentos é que ela
dos produtos. Portanto, mais recen- O processamento por microondas Existem restrições legislativas ​​à uti- enchimento inerte, onde o oxigênio produtos de panificação: bolos, pães; desempenhe um papel passivo,
temente, tem havido um movimento também envolve a pasteurização lização deste processo em diferentes deve ser excluído para prevenir a laticínios: queijo fatiado e ralado, mantendo-se inerte, e não interaja
para aumento do uso de métodos de in-pack, e é usado na Europa para países. Como o processo de irradiação deterioração aeróbia. Um caso espe- mussarela; frios fatiados: salame, com o alimento nela contido. No
processamento mínimo, que resultam processar o pão fatiado. Neste caso, pode alterar as características de cer- cial, porém, é o de frutas e legumes presunto, lombo defumado; snacks: entanto, o desenvolvimento de em-
em maior qualidade, mas com uma o objetivo do processo é o de eliminar tos filmes para embalagens, o FDA balagens ativas tornou acei-
necessidade de armazenamento refri- o crescimento de fungos e prolongar elaborou uma lista de materiais para tável, agora, que estas desem
gerado. As muitas opções disponíveis o shelf life, sem a necessidade de con- embalagem aprovados que podem ser penhem um papel mais interati-
incluem tratamentos usando calor, servantes tradicionais. O procedimen- usados nos processos de irradiação. vo na extensão do shelf life dos
microondas e radiação, bem como tec- to envolve o aquecimento do produto alimentos. Absorvedores de
nologias relativamente novas, como em aproximadamente 750C a 900C, Embalagens oxigênio e de etileno, emissores
o processamento sob alta pressão, usando microondas. O processo é Existem muitos fatores a serem de dióxido de carbono, e agen-
tratamento com campos elétricos frequentemente combinado com aque- considerados na escolha da forma tes antimicrobianos podem ser
pulsados e luz de alta intensidade. O cimento convencional, tornando-o e material ideal da embalagem incorporados em embalagem
shelf life de um produto transformado mais econômico. A vantagem do para qualquer produto, incluindo as para melhorar ativamente o
só pode ser preservado evitando a processo está no aquecimento muito características do produto, as consi- shelf life.
contaminação pós-processo. As técni- rápido, o que preserva a qualidade derações quanto ao processamento, O fabricante de alimentos
cas de processamento de embalagem dos produtos. shelf life necessário e os custos em possui uma gama cada vez maior
descritas a seguir oferecem uma geral. Em muitos casos, a embalagem de opções disponíveis em termos
maneira de alcançar esse objetivo. Processamento de alta pressão. é parte integrante da fase de proces- de processamento de embala-
O processamento por alta pressão samento. Os avanços nos materiais gem para melhorar a qualidade
Processo a vácuo. O processamen- envolve a aplicação de pressão de até e técnicas das embalagens aumen- e o shelf life dos produtos. É im-
to térmico de produtos embalados a 6.000 atmosferas para pasteurização taram as opções disponíveis para portante que os fabricantes con-
vácuo, em baixas temperaturas, já e de 10.000 a 12.000 ATM (com 600C a manter a qualidade e para melhorar siderem as questões relativas à
não é novo. O princípio desse proces- 800C) para obter a esterilização. Por- o shelf life dos alimentos. segurança alimentar e aceitação
so é evitar o uso de altas temperatu- tanto, assim como no processamento As embalagens com atmosfera do consumidor na escolha feita
ras, que leva a danos irreversíveis por calor, quanto maior a pressão, modificada (MAP) provocam grande dos seus produtos.

72 FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 18 - 2011 www.revista-fi.com www.revista-fi.com FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 18 - 2011 73

Você também pode gostar