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O que são Aditivos Alimentares?

Porque será que na mente de muita gente todos os aditivos alimentares são químicos
nocivos com um número “E”? E porque é que o papel dos aditivos alimentares é tão mal
interpretado?

Apesar das suas associações na actualidade, os aditivos alimentares são usados à décadas. A
preservação dos alimentos é uma necessidade antiga; sendo o sal e o salitre o modo mais usado
para conservar a carne fresca e o vinagre para conservar os vegetais. Os cozinheiros utilizam
regularmente fermento em pó para fazer crescer certos alimentos, espessantes para saladas e
colorantes, como a cochonilha, para transformar as materiais crus de boa qualidade em alimentos,
que são seguros, saudáveis e apetecíveis. No geral, o intuito da cozinha tradicional e dos alimentos
preparados e preservados, usando métodos de fabrico alimentar, são os mesmos, a diferença é que hoje em dia o número de
pessoas que prova os alimentos para uma grande população urbana é mais reduzido.

O catalizador desta visão negativa sobre os aditivos alimentares foi a mudança dos requisitos da rotulagem, que foram
introduzidos nos anos 80, em que cada aditivo deve estar incluído na lista de ingredientes na maioria dos alimentos embalados.
Até esta data, os aditivos apareciam na lista geral agrupados, reflectindo apenas os efeitos que promoviam no alimento em
causa, como por exemplo: conservantes, antioxidantes e colorantes. Esta nova rotulagem dá lugar a listas com muitos nomes
químicos e a um novo sistema de numeração, cm números precedidos da letra E, de modo a facilitar a identificação destes pelos
consumidores e a indicar que estes aditivos passaram por um controlo de segurança da comunidade europeia.

O interesse dos consumidores foi alimentado por diversos artigos sensacionalistas, dados pela imprensa, acerca dos efeitos
“perigosos” de todos os aditivos “químicos”, pelo que se atribuiu um grande número de efeitos nocivos, desde a hiperactividade
às doenças crónicas. Contudo, um resultado muito positivo foi retirado desta “campanha anti­aditivos”, que foi o facto de os
produtores alimentares tomarem mais atenção com os aditivos utilizados, com a ideia de eliminá­los ou reduzi­los ao máximo.
Um desenvolvimento paralelo foi o crescimento da oferta de alimentos congelados e a utilização generalizada de técnicas de
refrigeração e congelação, como métodos alternativos à conservação dos alimentos.

Actualmente, os aditivos alimentares são rigorosamente regulados e sujeitos a revisões periódicas para comprovar a sua
segurança. Os aditivos alimentares permitidos são classificados em várias categorias segundo as suas funções. Cada um tem
um nome específico e um número novo, e a maioria tem um prefixo E – de Europa. Por exemplo, a série E100 são colorantes, a
série E200 são conservantes, a série E300 são antioxidantes e a série de E400 são emulsionantes, espessantes e gelificantes.
Como em muitos assuntos alimentares, é importante manter uma certa objectividade e assegurar­se de que qualquer
informação, que esteja relacionada com aditivos, é exacta e está actualizada.

As principais funções dos aditivos nos alimentos são:

l assegurar a segurança e salubridade


l fazer uma conservação com qualidade
l aumentar a disponibilidade dos alimentos fora da época
l melhorar ou manter o valor nutricional
l potenciar a aceitação do consumidor
l facilitar a preparação dos alimentos.

Os aditivos apresentam um papel importante e necessário na contribuição da nossa oferta alimentar, em questões de
segurança, salubridade, acessibilidade e abundância, em todo o mundo. Nos próximos números da FoodToday, iremos explorar
mais detalhes acerca destes e como eles são aprovados para uso alimentar.

Referências
l Essential Guide to Food Additives (2000). Edited by Mike Saltmarsh, Leatherhead Food RA Publishing, Randalls Road,
Leatherhead, Surrey KT22 7RY, England, pp. 1­322.
l Directive 89/107/EEC on the approximation of the laws of the Member States concerning food additives authorised for use
in foodstuffs intended for human consumption, as amended. The Official Journal of the European Communities (1989) 32
(L40), 27­33.

FOOD TODAY 03/2001

www.eufic.org

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