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ISO 26000
2011
Portuguesa
Linhas de orientação da responsabilidade social
ICS HOMOLOGAÇÃO
03.020; 03.100.99; 13.020.10 Termo de Homologação n.º 185/2011 de 2011-09-27
DESCRITORES
Responsabilidade social; sistemas de gestão da qualidade;
gestão ambiental; organizações; responsabilidade legal;
economia; política de gestão; planeamento; auditoria da ELABORAÇÃO
qualidade; conformidade; documentos APEE
EDIÇÃO
CORRESPONDÊNCIA Outubro de 2011
Versão portuguesa da ISO 26000:2010
CÓDIGO DE PREÇO
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Sumário Página
Introdução ................................................................................................................................................. 6
Preâmbulo ................................................................................................................................................. 13
1 Objectivo e campo de aplicação ........................................................................................................... 14
2 Termos e definições ............................................................................................................................... 14
3 Compreender a responsabilidade social .............................................................................................. 18
3.1 A responsabilidade social das organizações: contexto histórico .......................................................... 18
3.2 Tendências recentes da responsabilidade social ................................................................................... 18
3.3 Características da responsabilidade social............................................................................................ 19
3.4 O Estado e a responsabilidade social.................................................................................................... 23
4 Princípios da responsabilidade social .................................................................................................. 24
4.1 Generalidades ....................................................................................................................................... 24
4.2 Responsabilização ................................................................................................................................ 24
4.3 Transparência ....................................................................................................................................... 24
4.4 Conduta ética ........................................................................................................................................ 25
4.5 Respeito pelos interesses das partes interessadas ................................................................................. 26
4.6 Respeito pelo estado de direito ............................................................................................................. 26
4.7 Respeito pelas normas internacionais de conduta ................................................................................ 27
4.8 Respeito pelos direitos humanos .......................................................................................................... 27
5 Reconhecimento da responsabilidade social e envolvimento das partes interessadas .................... 28
5.1 Generalidades ....................................................................................................................................... 28
5.2 Reconhecimento da responsabilidade social ........................................................................................ 28
5.3 Identificação e envolvimento das partes interessadas .......................................................................... 31
6 Linhas orientadoras dos temas fundamentais da responsabilidade social ....................................... 34
6.1 Generalidades ....................................................................................................................................... 34
6.2 Governação organizacional .................................................................................................................. 36
6.3 Direitos humanos.................................................................................................................................. 38
6.4 Práticas laborais.................................................................................................................................... 50
6.5 Ambiente .............................................................................................................................................. 58
6.6 Práticas operacionais justas .................................................................................................................. 66
6.7 Questões relativas ao consumidor ........................................................................................................ 70
6.8 Envolvimento e desenvolvimento da comunidade ............................................................................... 79
7 Linhas orientadoras da integração da responsabilidade social na organização .............................. 89
7.1 Generalidades ....................................................................................................................................... 89
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Figuras
Figura 1 – Descrição geral esquemática da ISO 26000 .............................................................................. 10
Figura 2 – Relação entre uma organização, as suas partes interessadas e a sociedade .............................. 29
Figura 3 – Os sete temas fundamentais ...................................................................................................... 35
Figura 4 – Integrar a responsabilidade social na organização .................................................................... 89
Caixas
Caixa 1 – Síntese informativa para auxiliar os utilizadores da presente Norma ........................................ 12
Caixa 2 – Igualdade de género e responsabilidade social .......................................................................... 21
Caixa 3 – NP ISO 26000 e pequenas e médias organizações (PMOs) ....................................................... 21
Caixa 4 – Compreender a cumplicidade..................................................................................................... 27
Caixa 5 – Vantagens da responsabilidade social para uma organização .................................................... 35
Caixa 6 – A Carta Internacional dos Direitos Humanos e os instrumentos fundamentais dos direitos
humanos ..................................................................................................................................................... 38
Caixa 7 – Trabalho infantil......................................................................................................................... 49
Caixa 8 – A Organização Internacional do Trabalho ................................................................................. 50
Caixa 9 – Comissões mistas de trabalho/gestão da saúde e segurança ...................................................... 57
Caixa 10 – Exemplos de acções de adaptação às alterações climáticas ..................................................... 64
Caixa 11 – Directrizes da ONU para protecção dos consumidores............................................................ 70
Caixa 12 – Resolução de conflitos de consumidores ................................................................................. 77
Caixa 13 – Objectivos de Desenvolvimento do Milénio ............................................................................ 81
Caixa 14 – Contribuir para o desenvolvimento da comunidade através das actividades fundamentais
de uma organização .................................................................................................................................... 82
Caixa 15 – Comunicar sobre a responsabilidade social ............................................................................. 98
Caixa 16 – Iniciativas certificáveis e iniciativas relacionadas com interesses económicos e comerciais .. 106
Caixa 17 – Não endosso das iniciativas pela ISO ou pelo IPQ .................................................................. 108
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Introdução
Organizações de todo o mundo, e respectivas partes interessadas, estão cada vez mais conscientes da
necessidade e das vantagens de uma conduta socialmente responsável. O objectivo da responsabilidade
social é contribuir para o desenvolvimento sustentável.
O desempenho de uma organização em relação à sociedade na qual opera e ao seu impacte no ambiente
tornou-se uma parte fundamental da avaliação do seu desempenho global e da sua capacidade para continuar
a operar de forma eficaz. Isto é, em parte, um reflexo do crescente reconhecimento da necessidade de
assegurar ecossistemas saudáveis, igualdade social e boa governação organizacional. A longo prazo, todas as
actividades das organizações irão depender da saúde dos ecossistemas mundiais. As organizações estão
sujeitas a um maior escrutínio por parte das suas várias partes interessadas. A percepção e a realidade do
desempenho da organização sobre a responsabilidade social poderão influenciar, entre outras coisas:
− a sua vantagem competitiva;
− a sua reputação;
− a sua capacidade para atrair e manter trabalhadores ou membros, compradores, clientes ou utilizadores;
− a manutenção do moral, do empenho e da produtividade dos trabalhadores;
− a opinião de investidores, donos, dadores, patrocinadores e da comunidade financeira; e
− a sua relação com empresas, governos, os media, fornecedores, pares, clientes e a comunidade na qual
opera.
A presente Norma disponibiliza linhas de orientação quanto aos princípios fundamentais da responsabilidade
social, ao reconhecimento da responsabilidade social e envolvimento das partes interessadas, aos temas
fundamentais e às questões que dizem respeito à responsabilidade social (ver Quadro 2), bem como quanto
às formas de integrar uma conduta socialmente responsável na organização (ver Figura 1). A presente Norma
dá ênfase à importância dos resultados e das melhorias no desempenho em responsabilidade social.
A presente Norma destina-se a todos os tipos de organizações do sector privado, público e não lucrativo,
quer sejam grandes ou pequenas, e quer estejam a operar em países desenvolvidos ou em desenvolvimento.
Ainda que nem todas as secções da presente Norma tenham aplicação igual em todos os tipos de
organizações, todos os temas fundamentais são relevantes para todas as organizações. Todos os temas
fundamentais abrangem um número de questões, sendo a responsabilidade de cada organização identificar
individualmente que questões são relevantes e significativas para a organização abordar, mediante as suas
próprias considerações e o diálogo com as partes interessadas.
As organizações governamentais, como qualquer outra organização, poderão querer aplicar a presente
Norma. No entanto, esta não se destina a substituir, alterar ou, de alguma forma, modificar as obrigações do
Estado.
Cada organização é encorajada a tornar-se socialmente mais responsável aplicando a presente Norma.
Reconhecendo que as organizações se encontram em diferentes etapas na compreensão e integração da
responsabilidade social, a presente Norma destina-se a ser aplicada por quem começa a abordar a
responsabilidade social, assim como por aqueles que são mais experientes na sua implementação. O
utilizador principiante poderá considerar útil a leitura e a aplicação da presente Norma como um manual de
base da responsabilidade social, enquanto o utilizador mais experiente poderá querer usá-la para melhorar as
práticas existentes e integrar ainda mais a responsabilidade social na organização. Embora a presente Norma
se destine a ser lida e aplicada como um todo, os leitores que procurem informações específicas sobre
responsabilidade social poderão considerar úteis as linhas gerais do Quadro 1. A Caixa 1 apresenta uma
síntese informativa para auxiliar os utilizadores da presente Norma.
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A presente Norma fornece linhas de orientação aos utilizadores e não se destina nem é adequada a fins de
certificação. Qualquer oferta para certificar a NP ISO 26000 ou qualquer reivindicação de ser certificado
pela ISO 26000 será uma interpretação incorrecta da intenção e da finalidade da presente Norma.
A referência a qualquer iniciativa voluntária ou ferramenta no Anexo A da presente Norma não implica que a
ISO ou o IPQ recomendem ou concedam um estatuto especial a essa iniciativa ou ferramenta.
Quadro 1 - Linhas gerais da NP ISO 26000
Número da
Título da secção Descrição do conteúdo da secção
secção
Âmbito secção 1
Define o âmbito da presente Norma e identifica determinadas limitações e exclusões.
Termos e definições secção 2 Identifica e estabelece a definição dos principais termos que são de importância
fundamental para a compreensão da responsabilidade social e para a aplicação da
presente Norma.
Descreve os factores importantes e as condições que influenciaram o desenvolvimento
Compreender a da responsabilidade social e que continuam a afectar a sua natureza e prática. Também
secção 3
responsabilidade social descreve o próprio conceito de responsabilidade social – o que significa e como se
aplica às organizações. A secção inclui linhas de orientação para as pequenas e médias
organizações sobre a aplicação da presente Norma.
Reconhecimento da Aborda duas práticas da responsabilidade social: o reconhecimento por parte de uma
responsabilidade social organização da sua responsabilidade social assim como a identificação e o
secção 5 envolvimento das suas partes interessadas. Fornece linhas de orientação na relação
e envolvimento das
partes interessadas entre a organização, as suas partes interessadas e a sociedade, quanto ao
reconhecimento dos temas fundamentais e questões de responsabilidade social e quanto
à esfera de influência de uma organização.
Linhas orientadoras dos Explica os temas fundamentais e questões associadas relacionados com a
temas fundamentais da secção 6 responsabilidade social (ver Quadro 2). Para cada tema fundamental são
responsabilidade social disponibilizadas informações sobre o seu âmbito, a sua relação com a responsabilidade
social, os princípios e considerações relacionados e as acções e expectativas
relacionadas.
Dá linhas de orientação referentes à implementação da responsabilidade social numa
Linhas orientadoras da organização. Isto inclui linhas de orientação relacionadas com: a compreensão da
integração da responsabilidade social de uma organização, a integração da responsabilidade social
secção 7
responsabilidade social numaa organização, a comunicação relacionada com a responsabilidade social, a
na organização melhoria da credibilidade de uma organização relativamente à responsabilidade social,
a avaliação do progresso e respectiva melhoria do desempenho e a avaliação de
iniciativas voluntárias da responsabilidade social.
Exemplos de iniciativas
Anexo A Apresenta uma lista não exaustiva de iniciativas voluntárias e ferramentas relacionadas
voluntárias e
com a responsabilidade social que abordam aspectos de um ou mais temas
ferramentas para a
fundamentais ou a integração da responsabilidade social na organização.
responsabilidade social
Abreviaturas Anexo B Contém as abreviaturas utilizadas na presente Norma.
Bibliografia Inclui referências a reconhecidos instrumentos internacionais e às Normas ISO que são
referidos no corpo da presente Norma como fonte.
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integrante das suas políticas, da sua cultura organizacional, das suas estratégias e operações; desenvolver
competências internas para a responsabilidade social; empreender comunicação interna e externa sobre a
responsabilidade social; e rever regularmente estas acções e práticas relacionadas com a responsabilidade
social.
− Mais linhas orientadoras quanto aos temas fundamentais e às práticas de integração da responsabilidade
social estão disponíveis a partir de autorizadas fontes (Bibliografia), de várias iniciativas voluntárias e de
ferramentas (alguns exemplos globais das mesmas são apresentados no Anexo A).
Quando se aborda e exerce a responsabilidade social, o objectivo global de uma organização é o de
maximizar a sua contribuição para o desenvolvimento sustentável.
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Caixas de texto
As caixas de texto contêm orientação adicional ou exemplos ilustrativos. O texto das caixas não deverá
ser considerado menos importante do que outro texto.
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Preâmbulo
A ISO (Organização Internacional de Normalização) é uma federação mundial de organismos de
normalização nacionais (organismos membros ISO). O trabalho de preparação de Normas Internacionais é,
geralmente, efectuado através das comissões técnicas ISO. Cada organismo membro interessado num
assunto para o qual foi criada uma comissão técnica tem o direito de estar representado nessa comissão.
Organizações internacionais, governamentais e não-governamentais ligadas à ISO também participam no
trabalho. A ISO colabora estreitamente com a Comissão Electrotécnica Internacional (IEC) em todos os
assuntos relacionados com normas electrotécnicas.
As Normas Internacionais são redigidas de acordo com as regras indicadas pelas Directivas ISO/IEC,
Parte 2.
A principal função da comissão técnica consiste em preparar as Normas Internacionais. O anteprojecto de
Normas Internacionais adoptadas pela comissão técnica circula entre os organismos membros para votação.
A publicação enquanto Norma Internacional exige a aprovação de, pelo menos, 75% dos organismos
membros que votem.
Chama-se a atenção para a possibilidade de alguns dos elementos deste documento poderem estar sujeitos a
direitos de patentes. A ISO não será responsável pela identificação de qualquer um ou de todos esses direitos.
A ISO 26000 foi preparada pelo Grupo de trabalho da ISO/TMB sobre responsabilidade social.
Esta Norma internacional foi desenvolvida recorrendo a uma abordagem multi-parte interessada, envolvendo
peritos de mais de 90 países e 40 organizações internacionais ou regionais envolvidas em diferentes aspectos
da responsabilidade social. Estes peritos pertenciam a seis diferentes grupos de partes interessadas:
consumidores; governo; economia; trabalho; organizações não-governamentais (ONGs); e serviço, suporte,
investigação, académicos e outros. Para além disto, foram tomadas providências específicas no sentido de se
conseguir um equilíbrio entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, assim como um equilíbrio de
género nos grupos do anteprojecto. Embora tivessem sido desenvolvidos todos os esforços para assegurar
uma participação equilibrada de todos os grupos de partes interessadas, o equilíbrio total de parte interessada
foi condicionado por vários factores, incluindo a disponibilidade de recursos e a necessidade de
conhecimentos de língua inglesa.
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2 Termos e definições
Para os fins da presente Norma aplicam-se os seguintes termos e definições.
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2.2 consumidor
Pessoa singular que adquire ou utiliza bens, produtos ou serviços para fins privados.
2.6 ambiente
Envolvente natural no qual uma organização opera, incluindo o ar, a água, o solo, os recursos naturais, a
flora, a fauna, as pessoas, o espaço exterior e as suas inter-relações.
NOTA: Meio envolvente neste contexto estende-se de uma organização para o sistema global.
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2.12 organização
Entidade ou grupo de pessoas e instalações com uma estrutura de responsabilidades, autoridades e relações e
com objectivos identificáveis.
NOTA 1: Para os fins da presente Norma, organização não inclui a actuação do governo no seu papel de soberania ao criar e
aplicar legislação, exercer autoridade judicial, levar a cabo o seu dever de definir políticas no interesse público ou honrar as
obrigações internacionais do Estado.
NOTA 2: O significado de pequenas e médias organizações (PMOs) é esclarecido no ponto 3.3.
2.14 princípio
Base fundamental da tomada de decisão ou da conduta.
2.15 produto
Artigo ou substância oferecidos para venda ou que fazem parte de um serviço prestado por uma organização
(2.12).
2.16 serviço
Acções de uma organização (2.12) para ir ao encontro de uma exigência ou necessidade.
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− esteja integrada em toda a organização (2.12) e seja praticada nas suas relações.
NOTA 1: As actividades incluem produtos, serviços e processos.
NOTA 2: As relações referem-se às actividades de uma organização na sua esfera de influência (2.19).
2.24 transparência
Abertura em relação a decisões e actividades que afectam a sociedade, a economia e o ambiente (2.6) e
vontade de garantir a sua comunicação de um modo claro, preciso, atempado, honesto e completo.
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2.27 trabalhador
Pessoa singular que executa um trabalho, quer seja um trabalhador subordinado (2.5) ou um trabalhador
por conta própria.
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3.3.1 Geral
A característica essencial da responsabilidade social (2.18) é a disponibilidade da organização para
incorporar considerações sociais e ambientais no seu processo de tomar decisões e ser responsabilizável pelo
impacte das suas decisões e actividades na sociedade e no ambiente. Isto implica uma conduta ética e
transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, que esteja em conformidade com a lei em
vigor e que seja consistente com as normas internacionais de conduta. Também implica que a
responsabilidade social seja integrada em toda a organização, que seja posta em prática nas suas relações e
que tenha em conta os interesses das partes interessadas.
Uma parte interessada tem um ou mais interesses que poderão ser afectados pelas decisões e actividades de
uma organização. Este interesse confere à parte interessada uma “posição” na organização que cria uma
relação com a organização. Esta relação não necessita de ser formal ou até reconhecida pela parte interessada
ou pela organização. As partes interessadas também podem ser referidas como accionistas. Ao determinar
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que interesses das partes interessadas reconhecer, uma organização deverá ter em conta a legitimidade desses
interesses e a sua consistência com as normas internacionais de conduta.
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A integração da responsabilidade social numa PMO poderá ser levada a cabo através de acções práticas,
simples e económicas e não necessita ser complexa ou onerosa. Graças à sua dimensão mais pequena, e ao
seu potencial para serem mais flexíveis e inovadoras, as PMOs poderão até encontrar oportunidades
particularmente boas para a responsabilidade social. São geralmente mais flexíveis em termos de gestão
organizacional, têm frequentemente um contacto estreito com as comunidades locais e os quadros superiores
costumam ter uma influência mais imediata nas actividades da empresa.
A responsabilidade social envolve a adopção de uma abordagem integrada para gerir as actividades e o
impacte da organização. Uma organização deverá abordar e monitorizar o impacte das suas decisões e
actividades na sociedade e no ambiente de uma forma que tenha em conta tanto a dimensão da organização
como o seu impacte. Poderá não ser possível para uma organização remediar de imediato todas as
consequências negativas das suas decisões e actividades. Poderá ser necessário fazer escolhas e definir
prioridades.
As seguintes considerações poderão ser úteis. As PMOs deverão:
− ter em conta que procedimentos de gestão interna, comunicação com partes interessadas e outros
processos, poderão ser mais flexíveis e informais para as PMOs do que para organizações de maior
dimensão, desde que sejam mantidos os níveis adequados de transparência;
− estar cientes de que, quando revirem os sete temas fundamentais e identificarem as questões relevantes, o
contexto, as condições, os recursos e os interesses das partes interessadas da organização deverão ser
tidos em conta, reconhecendo que todos os temas fundamentais, mas não todas as questões, serão
relevantes para cada organização;
− centrar-se, no início, em questões e impactes que tenham maior significado para o desenvolvimento
sustentável. Uma PMO deverá também ter um plano para abordar as restantes questões e impactes de
forma atempada;
− procurar assistência junto de agências governamentais, organizações colectivas (como associações do
sector e organizações de pares) e organismos nacionais de normalização adequados para o
desenvolvimento de guias práticos e programas para a aplicação da presente Norma. Tais guias e
programas deverão ser adequados à natureza e às necessidades específicas das PMOs e das suas partes
interessadas; e
− onde adequado, agir colectivamente com os pares e organizações do sector, em vez de individualmente,
para poupar recursos e melhorar a capacidade de acção. Por exemplo, para organizações que operem no
mesmo contexto e sector a identificação de, e o empenhamento com, partes interessadas poderá, por
vezes, ser mais eficaz se feita colectivamente.
É provável que ser socialmente responsável seja benéfico para as PMOs pelos motivos mencionados na
presente Norma. As PMOs poderão dar-se conta de que outras organizações com as quais se relacionam
consideram que dar apoio aos esforços das PMO faz parte da sua própria responsabilidade social.
As organizações com maior capacidade e experiência em responsabilidade social poderão ponderar dar apoio
às PMOs, incluindo assisti-las na tomada de consciência sobre questões de responsabilidade social e boas
práticas.
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sustentável tem a ver com fazer face às necessidades da sociedade vivendo nos limites ecológicos do planeta
e sem pôr em risco a capacidade de gerações futuras fazerem face às suas necessidades. O desenvolvimento
sustentável tem três dimensões – económica, social e ambiental – que são interdependentes; por exemplo, a
eliminação da pobreza requer a promoção da justiça social e do desenvolvimento económico e a protecção
do ambiente.
A importância destes objectivos tem sido reiterada ao longo dos anos desde 1987 em variados fora
internacionais, como a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, e a
Cimeira Mundial do Desenvolvimento Sustentável, em 2002.
Responsabilidade social tem a organização como enfoque e diz respeito às responsabilidades da
organização para com a sociedade e o ambiente. A responsabilidade social está estreitamente ligada ao
desenvolvimento sustentável. Como o desenvolvimento sustentável tem a ver com objectivos económicos,
sociais e ambientais comuns a todas as pessoas, poderá ser utilizado como forma de resumir as expectativas
mais alargadas da sociedade que têm de ser tidas em conta pelas organizações que procurem agir
responsavelmente. Por conseguinte, um objectivo maior da responsabilidade social de uma organização
deverá ser contribuir para o desenvolvimento sustentável.
Os princípios, as práticas e os temas fundamentais descritos nas seguintes Secções da presente Norma
constituem a base da implementação prática da responsabilidade social de uma organização e o seu
contributo para o desenvolvimento sustentável. As decisões e actividades de uma organização socialmente
responsável poderão dar um contributo significativo para o desenvolvimento sustentável.
O objectivo do desenvolvimento sustentável é alcançar a sustentabilidade para a sociedade como um todo e
para o planeta. Não diz respeito à sustentabilidade ou à viabilidade permanente de qualquer organização
específica. A sustentabilidade da organização individual poderá, ou não, ser compatível com a
sustentabilidade da sociedade como um todo, o que é conseguido através da abordagem de aspectos sociais,
económicos e ambientais de uma forma integrada. O consumo sustentável, a utilização sustentável dos
recursos e os meios de subsistência sustentáveis são relevantes para todas as organizações e estão
relacionados com a sustentabilidade da sociedade como um todo.
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4.1 Generalidades
Esta secção apresenta linhas orientadoras a respeito de sete princípios da responsabilidade social.
Quando se abordar e exercer a responsabilidade social, o objectivo global para uma organização é maximizar
a sua contribuição para o desenvolvimento sustentável. Dentro deste objectivo, embora não haja uma lista
definitiva de princípios de responsabilidade social, as organizações deverão respeitar os sete princípios a
seguir apresentados, bem como os princípios específicos de cada tema fundamental apresentado na secção 6.
As organizações deverão fundar a sua conduta em normas, linhas de orientação ou regras de conduta que
estejam de acordo com os princípios de direito ou boa conduta aceites no contexto de situações específicas,
mesmo quando essas situações forem exigentes.
Na aplicação da presente Norma é aconselhável que uma organização tenha em consideração a diversidade
societal, ambiental, legal, cultural, política e organizacional, assim como as diferenças nas condições
económicas, enquanto se mantém consistente com as normas internacionais de conduta.
4.2 Responsabilização
O princípio é: uma organização é responsabilizável pelo seu impacte na sociedade, na economia e no
ambiente.
Este princípio sugere que uma organização deverá aceitar um escrutínio adequado e também aceitar o dever
de responder a este escrutínio.
A responsabilização obriga a gestão a estar pronta a responder aos representantes dos interesses que
controlam a organização e a organização a responder perante as autoridades legais no que diz respeito a leis e
regulamentos. A responsabilização pelo impacte geral das suas decisões e actividades na sociedade e no
ambiente também implica que a resposta da organização perante aqueles afectados pelas suas decisões e
actividades, bem como perante a sociedade em geral, varie de acordo com a natureza do impacte e as
circunstâncias.
Ser responsabilizável terá um impacte positivo tanto na organização como na sociedade. O grau de
responsabilização poderá variar, mas deverá corresponder sempre à quantidade ou à extensão do poder. As
organizações com poder último são naturalmente as que deverão ter um maior cuidado com a qualidade das
suas decisões e supervisão. A responsabilização também envolve aceitar a responsabilidade por condutas
erradas, tomando as medidas adequadas para as remediar e agindo para evitar a sua repetição.
Uma organização deverá ser responsável por:
− o impacte das suas decisões e actividades na sociedade, no ambiente e na economia, especialmente as
consequências negativas significativas; e
− as acções tomadas para evitar a repetição de impactes negativos não intencionais ou imprevistos.
4.3 Transparência
O princípio é: uma organização deverá ser transparente nas suas decisões e actividades que tenham impacte
na sociedade e no ambiente.
Uma organização deverá revelar de uma forma clara, precisa e completa, e até ao ponto em que for razoável
e suficiente, as políticas, decisões e actividades pelas quais é responsável, incluindo o seu conhecido e
provável impacte na sociedade e no ambiente. Estas informações deverão estar prontamente disponíveis,
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directamente acessíveis e ser compreensíveis para aqueles que têm sido, ou possam vir a ser, afectados de
forma significativa pela organização. Deverão ser atempadas e factuais e apresentadas de uma forma clara e
objectiva para que as partes interessadas possam avaliar com precisão o impacte que as decisões e
actividades da organização têm nos seus respectivos interesses.
O princípio da transparência não exige que as informações protegidas ou críticas para a actividade sejam
públicas, nem envolve a disponibilização de informações que sejam privilegiadas ou que possam infringir
obrigações legais, comerciais, de segurança ou de privacidade pessoal.
Uma organização deverá ser transparente relativamente a:
− finalidade, natureza e localização das suas actividades;
− identidade de qualquer interesse que controle a actividade da organização;
− modo através do qual as suas decisões são tomadas, implementadas e revistas, incluindo a definição dos
papéis, responsabilidades, responsabilizações e poderes nas diferentes funções na organização;
− normas e critérios perante os quais a organização avalia o seu desempenho relativamente à
responsabilidade social;
− desempenho em questões de responsabilidade social relevantes e significativas;
− origens, quantias e aplicação dos seus fundos;
− impactes conhecidos e prováveis das suas decisões e actividades nas suas partes interessadas, sociedade,
economia e ambiente; e
− partes interessadas, critérios e procedimentos utilizados para os identificar, seleccionar e envolver.
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regulamentos aplicáveis, informar aqueles que se encontram na organização da obrigação da sua observância
e implementar as medidas para o efeito.
Uma organização deverá:
− cumprir os requisitos legais em todas as jurisdições nas quais a organização opera, mesmo que essas leis e
regulamentos não sejam adequadamente respeitadas ao nível da sua aplicação;
− assegurar que as suas relações e actividades estão em conformidade com a quadro legal adequado e
aplicável;
− manter-se informada de todas as obrigações legais; e
− verificar periodicamente a sua conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis.
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A organização deverá:
− respeitar e, onde possível, promover os direitos estipulados pela Carta Internacional dos Direitos
Humanos;
− respeitar a universalidade destes direitos, ou seja, que são indivisivelmente aplicáveis em todos os países,
culturas e situações;
− em situações onde os direitos humanos não estejam protegidos, tomar medidas para respeitar os direitos
humanos e evitar tirar partido dessas situações; e
− em situações onde a lei ou a sua implementação não providencie protecção adequada dos direitos
humanos, aderir ao princípio do respeito pelas normas internacionais de conduta (ver 4.7).
5.1 Generalidades
Esta secção aborda duas práticas fundamentais da responsabilidade social: o reconhecimento por parte da
organização da sua responsabilidade social e a identificação por parte da organização de, e empenhamento
com, suas partes interessadas. Tal como com os princípios descritos na secção 4, estas práticas deverão ser
levadas em conta quando se abordarem os temas fundamentais da responsabilidade social descritos na
secção 6.
O reconhecimento da responsabilidade social envolve a identificação de questões levantadas pelos impactes
das decisões e actividades da organização, bem como a forma como essas questões deverão ser abordadas
para que contribuam para o desenvolvimento sustentável.
O reconhecimento da responsabilidade social também envolve o reconhecimento das partes interessadas de
uma organização. Tal como descrito em 4.5, um princípio básico da responsabilidade social, é o dever da
organização de respeitar e considerar os interesses das suas partes interessadas, que possam vir a ser
afectados pelas suas decisões e actividades.
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particulares relativamente à organização que poderão ser distintos das expectativas de conduta
socialmente responsável da sociedade em relação a qualquer questão. Por exemplo, o interesse de um
fornecedor em ser pago e o interesse da sociedade em que os contratos sejam honrados poderão ser
perspectivas diferentes da mesma questão.
NOTA: As partes interessadas poderão ter um interesse que não seja consistente com as expectativas da sociedade.
5.2.2 Reconhecimento dos temas fundamentais e das questões relevantes da responsabilidade social
Uma forma eficaz da organização identificar a sua responsabilidade social é familiarizando-se com as
questões relativas à responsabilidade social nos seguintes sete temas fundamentais: governação
organizacional; direitos humanos; práticas laborais; ambiente; práticas operacionais justas; questões relativas
ao consumidor; e envolvimento e desenvolvimento da comunidade (ver 6.2 a 6.8).
Estes temas fundamentais abrangem os impactes económicos, ambientais e sociais mais prováveis que
deverão ser abordados pelas organizações. Cada um destes temas fundamentais é abordado na secção 6. A
discussão de cada tema fundamental abrange questões específicas que a organização deverá ter em conta
quando identificar a sua responsabilidade social. Cada tema fundamental, mas não necessariamente cada
questão, tem alguma relevância para cada organização.
As linhas orientadoras quanto a cada questão incluem um número de acções que a organização deverá ter e
expectativas sobre a forma como uma organização se deverá comportar. Ao considerar a sua
responsabilidade social, uma organização deverá identificar cada questão relevante para as suas decisões e
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actividades juntamente com as expectativas e acções relacionadas. Linhas de orientação adicionais quanto à
identificação de questões encontram-se em 7.2 e 7.3.
Os impactes das decisões e actividades de uma organização deverão ser ponderados tendo em vista estas
questões. Para além disto, os temas fundamentais e suas questões respectivas poderão ser descritos ou
categorizados de várias formas. Algumas considerações importantes, incluindo a saúde e a segurança, a
economia e a cadeia de valor, são abordadas em mais do que um tema fundamental na secção 6.
A organização deverá rever todos os temas fundamentais para identificar quais são as questões relevantes. À
identificação das questões relevantes deverá seguir-se uma avaliação da significância dos impactes da
organização. A significância de um impacte deverá ser ponderada com referência tanto às partes interessadas
envolvidas como à forma pela qual o impacte afecta o desenvolvimento sustentável.
No processo de reconhecimento dos temas fundamentais e das questões da sua responsabilidade social,
auxiliará uma organização a eventual interacção com outras organizações. Uma organização deverá também
ter em conta o impacte das suas decisões e actividades nas partes interessadas.
A organização que procure reconhecer a sua responsabilidade social deverá ponderar tanto as obrigações
legalmente vinculativas como outras que existam. As obrigações legais incluem as leis e regulamentos
aplicáveis, bem como as obrigações que dizem respeito a questões sociais, económicas ou ambientais que
possam existir em contratos com força jurídica. Uma organização deverá ponderar os compromissos que
assumiu relativamente à responsabilidade social. Tais compromissos poderão encontrar-se em códigos de
conduta ética ou linhas orientadoras ou nas obrigações dos membros de associações às quais pertença.
O reconhecimento da responsabilidade social é um processo contínuo. Os potenciais impactes das decisões e
actividades devem ser determinados e tidos em conta durante a fase de planeamento de novas actividades. As
actividades contínuas deverão ser revistas conforme seja necessário para que a organização possa ter a
certeza de que a sua responsabilidade social continua a ser abordada e possa determinar se é necessário ter
em conta questões adicionais.
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A organização poderá decidir ter uma relação com outra organização e qual a natureza e abrangência dessa
relação. Haverá situações nas quais a organização é responsável por estar atenta aos impactes criados pelas
decisões e actividades de outras organizações e tomar medidas para evitar ou mitigar os impactes negativos
associados à sua relação com essas organizações.
Quando avaliar a sua esfera de influência e determinar as suas responsabilidades, uma organização deverá
exercer diligência devida para evitar contribuir para os impactes negativos nas suas relações. Mais linhas de
orientação encontram-se em 7.3.3.
5.3.1 Generalidades
A identificação e o envolvimento de partes interessadas são fundamentais para abordar a responsabilidade
social de uma organização.
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Grupos que advoguem causas sociais ou ambientais poderão ser partes interessadas da organização cujas
decisões e actividades tenham um impacte relevante e significativo nestas causas.
Uma organização deverá examinar se os grupos que afirmam falar em nome de partes interessadas
específicas ou advogar causas específicas são representativos e credíveis. Em alguns casos, não será possível,
que interesses importantes, sejam directamente representados. Por exemplo, as crianças raramente possuem
ou controlam grupos organizados de pessoas; a vida selvagem não o pode fazer. Nesta situação, uma
organização deverá dar atenção aos pontos de vista de grupos credíveis que procurem proteger esses
interesses.
Para identificar as partes interessadas, uma organização deverá colocar a si própria as seguintes questões:
− Perante quem é que a organização tem obrigações legais?
− Quem poderá ser positiva ou negativamente afectado pelas decisões ou actividades da organização?
− Quem irá, provavelmente, expressar preocupação com as decisões e actividades da organização?
− Quem tem estado envolvido no passado, quando é necessário abordar preocupações semelhantes?
− Quem pode ajudar a organização a abordar impactes específicos?
− Quem pode afectar a capacidade da organização para cumprir as suas responsabilidades?
− Quem estará em desvantagem, se for excluído do envolvimento?
− Quem na cadeia de valor é afectado?
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− abordar a ligação entre os interesses das partes interessadas e as responsabilidades da organização para
com a sociedade;
− contribuir para uma aprendizagem contínua por parte da organização;
− cumprir obrigações legais (por exemplo, com trabalhadores subordinados);
− abordar interesses em conflito, seja entre a organização e a parte interessada ou entre partes interessadas;
− proporcionar à organização os benefícios de obter diferentes perspectivas;
− aumentar a transparência das suas decisões e actividades; e
− formar parcerias para atingir objectivos mutuamente vantajosos.
Na maior parte das situações, a organização já saberá, ou pode saber facilmente, quais são as expectativas da
sociedade relativamente à forma como a organização deverá abordar os seus impactes. Nessas circunstâncias,
não é necessário contar com o envolvimento de partes interessadas específicas para conhecer essas
expectativas, embora o processo de envolvimento das partes interessadas possa trazer outras vantagens. As
expectativas da sociedade também se encontram nas leis e regulamentos, nas expectativas sociais ou
culturais amplamente aceites e nas normas ou melhores práticas estabelecidas relativamente a assuntos
específicos. As expectativas que dizem respeito aos interesses das partes interessadas encontram-se nas
secções “Expectativas e acções relacionadas” a seguir a uma descrição das várias questões na secção 6. As
expectativas estabelecidas através do envolvimento das partes interessadas deverão ser um suplemento e não
substituir expectativas já estabelecidas relativamente à conduta da organização.
Deverá ser desenvolvido um processo justo e adequado com base no envolvimento das partes interessadas
mais relevantes. O interesse (ou interesses) de organizações ou pessoas identificadas como partes
interessadas deverá ser genuíno. O processo de identificação deverá procurar determinar se foram, ou se é
provável que venham a ser alvo do impacte de qualquer decisão e actividade. Onde possível e exequível, o
envolvimento deverá verificar-se com as organizações mais representativas que reflictam esses interesses. O
envolvimento efectivo das partes interessadas baseia-se na boa-fé e vai para além das relações públicas.
Ao envolver as partes interessadas, uma organização não deverá dar preferência a um grupo organizado
apenas porque é mais “cordial” ou porque apoia os objectivos da organização mais do que qualquer outro
grupo. Uma organização não deverá negligenciar o envolvimento das partes interessadas simplesmente por
estarem em silêncio. Uma organização não deverá criar ou apoiar grupos em particular para dar a ideia de ter
um parceiro de diálogo quando o suposto parceiro não é, de facto, independente. O diálogo genuíno com as
partes interessadas envolve partes independentes e a divulgação transparente de qualquer apoio financeiro ou
semelhante.
A organização deverá ter consciência do efeito das suas decisões e actividades nos interesses e nas
necessidades das suas partes interessadas. Deverá ter a devida consideração pelas suas partes interessadas,
bem como pelas suas variadas capacidades e necessidades de contacto e envolvimento com a organização.
É mais provável que o envolvimento das partes interessadas seja mais relevante quando os seguintes
elementos estiverem presentes: o objectivo claro para o envolvimento foi entendido; os interesses da parte
interessada foram identificados; a relação que estes interesses estabelecem entre a organização e a parte
interessada é directa ou importante; os interesses das partes interessadas são relevantes e significativos para o
desenvolvimento sustentável; e as partes interessadas dispõem das informações e dos conhecimentos
necessários para tomarem as suas decisões.
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6.1 Generalidades
Para definir o âmbito da sua responsabilidade social, identificar questões relevantes e definir as suas
prioridades, uma organização deve abordar os seguintes temas fundamentais (ver também Figura 3):
− governação organizacional;
− direitos humanos;
− práticas laborais;
− ambiente;
− práticas operacionais justas;
− questões relativas ao consumidor; e
− envolvimento e desenvolvimento da comunidade.
Os aspectos económicos, assim como os aspectos relacionados com saúde e segurança e a cadeia de valor,
são abordados ao longo dos sete temas fundamentais, onde adequado. As diferentes formas através das quais
homens e mulheres poderão ser afectados por cada um dos sete temas fundamentais são também tidas em
consideração.
Cada tema fundamental inclui um leque de questões ligadas à responsabilidade social. São descritas nesta
secção juntamente com as expectativas e acções relacionadas. Como a responsabilidade social é dinâmica,
reflectindo a evolução de preocupações sociais, ambientais e económicas, outras questões poderão surgir no
futuro.
A acção a tomar relativamente a estes temas fundamentais e questões deverá basear-se nos princípios e
práticas da responsabilidade social (ver secções 4 e 5). Para cada tema fundamental, uma organização deverá
identificar e abordar todas as questões que sejam relevantes ou significativas para as suas decisões e
actividades (ver secção 5).
Quando avaliar a relevância de uma questão, deverão ser tidos em conta os objectivos a curto e a longo
prazo. Contudo, não há uma ordem predeterminada segundo a qual uma organização deverá abordar os temas
fundamentais e questões; isto irá variar de organização para organização e mediante a sua situação ou
contexto em particular.
Embora todos os temas fundamentais estejam interligados e sejam complementares, a natureza da
governação organizacional é, de certa forma, diferente da de outros temas fundamentais (ver 6.2.1.2). A
governação organizacional efectiva permite a uma organização agir sobre os outros temas fundamentais e
questões e implementar os princípios definidos na secção 4.
A organização deverá encarar os temas fundamentais holisticamente, ou seja, deverá considerar todos os
temas fundamentais e questões, e a sua interdependência, em vez de se concentrar numa única questão. As
organizações deverão estar cientes de que os esforços para abordar uma questão poderão envolver uma
solução de compromisso com outras questões. Melhorias particularmente orientadas para uma questão
específica não deverão afectar outras questões adversamente nem criar impactes adversos no ciclo de vida
dos seus produtos ou serviços, nas suas partes interessadas ou na cadeia de valor.
Mais linhas de orientação quanto à integração da responsabilidade social são disponibilizadas na secção 7.
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questões da responsabilidade social quando estabelece e revê o seu sistema de governação. Mais linhas de
orientação quanto à integração da responsabilidade social em toda a organização são disponibilizadas na
secção 7.
A liderança também é fundamental para uma governação organizacional efectiva. Isto verifica-se não só para
o processo de tomada de decisão, mas também para a motivação do trabalhador subordinado para exercer a
responsabilidade social e para integrar a responsabilidade social na cultura organizacional.
A diligência devida poderá ser uma aproximação útil à organização ao abordar as questões da
responsabilidade social. Para mais linhas de orientação, ver 7.3.1.
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Considerados no seu conjunto, estes instrumentos constituem a base das normas Internacionais sobre os
direitos humanos universais. Estes instrumentos são obrigatórios para os Estados que os ratifiquem. Alguns
deles permitem a apresentação de queixas individuais, de acordo com regras de procedimento definidas em
protocolos opcionais.
6.3.2.1 Princípios
Os direitos humanos são inerentes, inalienáveis, universais, indivisíveis e interdependentes:
− são inerentes, porque pertencem a todas as pessoas pelo simples facto de serem humanas;
− são inalienáveis, porque ninguém pode consentir em abdicar deles ou ser deles privado pelos governos ou
por qualquer outra instituição;
− são universais, porque se aplicam a todos independentemente de qualquer estatuto;
− são indivisíveis, porque nenhum dos direitos humanos pode ser selectivamente ignorado; e
− são interdependentes, porque a concretização de um direito contribui para a concretização dos outros.
6.3.2.2 Considerações
Os Estados têm o dever de proteger as pessoas e os grupos da violação de direitos humanos, bem como, no
âmbito da sua jurisdição, respeitá-los e concretizá-los. Os Estados estão cada vez mais a tomar medidas para
encorajar as organizações incluídas na sua jurisdição a respeitarem os direitos humanos, mesmo quando
operam fora dessa jurisdição. É amplamente reconhecido que as organizações e as pessoas poderão afectar e
afectam, directa e indirectamente, os direitos humanos. As organizações têm a responsabilidade de respeitar
todos os direitos humanos, independentemente de o Estado ser incapaz ou não querer assegurar o
cumprimento do seu dever de protecção. Respeitar os direitos humanos significa, em primeiro lugar, não
infringir os direitos dos outros. Esta responsabilidade implica tomar medidas positivas para assegurar que a
organização recusa aceitar passivamente ou participar activamente na violação desses direitos. Desobrigar-se
da responsabilidade de respeitar os direitos humanos implica a diligência devida. Quando o Estado falha no
seu dever de protecção, a organização deverá ser particularmente vigilante para assegurar que cumpre a sua
responsabilidade de respeitar os direitos humanos; a diligência devida nos direitos humanos pode apontar
para a necessidade de acções para além do que é necessário no decorrer normal das operações.
Algumas normas fundamentais da lei criminal impõem aos indivíduos e às organizações, bem como aos
Estados, a responsabilização e a obrigação de indemnizar por violações graves dos direitos humanos
internacionais, nos quais se incluem a proibição da tortura, os crimes contra a humanidade, a escravatura e o
genocídio. Em alguns países, as organizações estão sujeitas ao abrigo da legislação nacional a processos
judiciais com base em crimes reconhecidos internacionalmente. Certos instrumentos de direitos humanos
determinam o âmbito das obrigações legais das organizações relativamente aos direitos humanos e à forma
da sua implementação e aplicação.
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O patamar mínimo de responsabilidade das organizações não estatais é respeitar os direitos humanos.
Todavia, uma organização pode deparar-se com expectativas das partes interessadas no sentido de ir para
além desse respeito, ou pode querer contribuir para a sua concretização. O conceito de esfera de influência
ajuda a organização a compreender a extensão das suas oportunidades para apoiar os direitos humanos entre
os diferentes detentores de direitos. Assim, poderá ser útil para uma organização analisar a sua capacidade
para influenciar ou encorajar outras partes, as áreas dos direitos humanos sobre as quais pode ter maior
impacte e os detentores de direitos que poderão ser envolvidos.
As oportunidades de uma organização para apoiar os direitos humanos serão frequentemente maiores nas
suas próprias operações e nos seus trabalhadores. Para além disto, a organização terá oportunidades de
trabalhar com os seus fornecedores, pares ou outras organizações e a sociedade em geral. Em alguns casos,
as organizações poderão desejar aumentar a sua influência através da colaboração com outras organizações e
pessoas. A avaliação das oportunidades de acção e de maior influência dependerá de circunstâncias
particulares, algumas específicas da organização e algumas específicas do contexto no qual ela opera. No
entanto, as organizações deverão ter sempre em consideração a possibilidade de consequências negativas, ou
não desejadas, quando procurarem influenciar outras organizações.
As organizações deverão considerar facilitar a educação em direitos humanos para promover a
consciencialização dos direitos humanos por parte dos detentores dos direitos e por aqueles com
possibilidade de terem impacte sobre eles.
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ou outros que sejam inconsistentes com, ou desrespeitadores das normas internacionais de conduta que a
organização, através da diligência devida, sabia ou deveria saber que levam a impactes negativos
substanciais na sociedade, na economia ou no ambiente. Uma organização poderá também ser considerada
cúmplice quando fica em silêncio sobre ou beneficia desses actos errados.
Uma vez que as suas fronteiras são imprecisas e evolutivas, poderão ser descritas três formas de
cumplicidade.
− Cumplicidade directa: Ocorre quando a organização conscientemente ajuda na violação de direitos
humanos.
− Cumplicidade em troca de benefícios: Envolve uma organização ou subsidiárias que beneficiam
directamente de violações de direitos humanos cometidas por terceiros. Os exemplos incluem a
organização que tolera actos por parte de forças de segurança para suprimir um protesto pacífico contra as
suas decisões e actividades ou fazer uso de medidas repressivas enquanto vigia as suas instalações, ou a
organização que beneficia economicamente com a violação dos direitos fundamentais no trabalho por
parte de fornecedores.
− Cumplicidade silenciosa: Poderá envolver a falta da organização em levantar junto das autoridades
competentes a questão das violações sistemáticas ou contínuas dos direitos humanos, como é o caso de
não se manifestar contra a discriminação sistemática de leis do trabalho contra grupos específicos.
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opinião política ou outra. Os novos fundamentos proibidos incluem também o estado civil ou familiar, as
relações pessoais e o estado de saúde, como o estado de VIH/SIDA. A proibição de discriminação é um dos
princípios mais fundamentais da legislação internacional dos direitos humanos [71][78][133][134][136][137] [138][139]
[141][143][149][150][156]
.
A participação plena e efectiva de todos os grupos e a sua integração na sociedade, incluindo daqueles que
são vulneráveis, propicia e aumenta as oportunidades de todas as organizações, bem como das pessoas
envolvidas. Uma organização tem muito a ganhar ao ter uma abordagem activa, assegurando igualdade de
oportunidades e respeito por todas as pessoas.
Os grupos que sofreram discriminação persistente, levando a desvantagens profundas, estão vulneráveis a
mais discriminação e os seus direitos humanos deverão ser o centro de atenção adicional em termos de
protecção e respeito pelas organizações. Embora os grupos vulneráveis incluam habitualmente os
mencionados em 6.3.7.2, poderão existir outros grupos vulneráveis na comunidade particular onde a
organização opera.
A discriminação também poderá ser indirecta. Isto ocorre quando uma disposição, um critério ou uma prática
aparentemente neutra coloca as pessoas com um atributo particular em desvantagem quando comparadas
com outras pessoas, a não ser que essa disposição, critério ou prática seja objectivamente justificada por um
objectivo legítimo e as formas de atingir esse fim sejam adequadas e necessárias.
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Os seguintes exemplos de grupos vulneráveis são descritos juntamente com expectativas específicas e acções
relacionadas:
− Mulheres e meninas compreendem metade da população mundial, mas é-lhes frequentemente negado o
acesso a recursos e oportunidades em condições de igualdade com homens e rapazes. As mulheres têm o
direito de usufruir de todos os direitos humanos sem discriminação, incluindo na educação, no emprego e
nas actividades económicas e sociais, bem como o direito de decidir sobre assuntos relacionados com o
casamento e a família e o direito de tomar decisões sobre a sua saúde reprodutiva. As políticas e
actividades de uma organização deverão ter o devido respeito pelos direitos das mulheres e promover a
igualdade de tratamento entre mulheres e homens nas esferas económica, social e política [133][149].
− Pessoas com deficiência são frequentemente vulneráveis, em parte, devido a percepções erradas sobre as
suas competências e capacidades. Uma organização deverá contribuir para assegurar que seja reconhecido
aos homens e mulheres com deficiência dignidade, autonomia e plena participação na sociedade. O
princípio da não discriminação deverá ser respeitado e as organizações deverão considerar tomar as
medidas razoáveis para permitir a acessibilidade às instalações.
− Crianças são particularmente vulneráveis, em parte devido ao seu estatuto de dependentes. Ao ter uma
actuação que pode afectar crianças, a consideração fundamental deverá ser a do superior interesse da
criança. Os princípios da Convenção sobre os Direitos da Criança, que incluem a não discriminação, os
direitos da criança à vida, à sobrevivência, ao desenvolvimento e à liberdade de expressão, deverão ser
sempre respeitados e tidos em consideração [81][82][116][117][135][147][148]. As organizações deverão ter políticas
para dissuadir que os seus trabalhadores se envolvam na exploração sexual e em outro tipo de exploração
de crianças.
− Povos indígenas poderão ser considerados um grupo vulnerável porque têm experimentado a
discriminação sistemática que inclui a colonização, a expropriação das suas terras, o estatuto distinto do
dos outros cidadãos e violações nos seus direitos humanos. Os povos indígenas gozam de direitos
colectivos e as pessoas que pertencem aos povos indígenas partilham dos direitos humanos universais, em
particular do direito à igualdade de oportunidades e de tratamento. Os direitos colectivos incluem: a auto-
determinação (que significa o direito de determinar a sua identidade, o seu estatuto político e a forma
como se pretendem desenvolver); o acesso a, e a gestão da terra, da água e dos recursos tradicionais; a
manutenção e o gozo dos seus costumes, cultura, língua e conhecimentos tradicionais, livres de qualquer
discriminação; e a gestão da sua propriedade cultural e intelectual [75][154]. Uma organização deverá
reconhecer e respeitar os direitos dos povos indígenas quando puser em prática as suas decisões e
actividades. Uma organização deverá reconhecer e respeitar o princípio da não discriminação e os direitos
das pessoas que pertençam a povos indígenas quando puser em prática as suas decisões e actividades.
− Migrantes, trabalhadores migrantes e suas famílias poderão também estar em situação vulnerável
devido à sua origem estrangeira ou regional, particularmente se forem migrantes em situação irregular ou
sem documentos. Uma organização deverá respeitar os seus direitos e contribuir para a promoção de um
clima de respeito pelos direitos humanos dos migrantes, dos trabalhadores migrantes e das suas famílias
[78][79][80][142]
.
− Pessoas discriminadas com base na ascendência, incluindo a casta. Centenas de milhões de pessoas
são discriminadas devido ao seu estatuto hereditário ou ascendência. Esta forma de discriminação baseia-
se num historial de violação de direitos justificado pela noção errada de que algumas pessoas são
consideradas impuras ou menos dignas devido ao grupo no qual nasceram. Uma organização deverá
evitar essas práticas e, quando exequível, procurar contribuir para a eliminação desses preconceitos.
− Pessoas discriminadas com base na raça. As pessoas são discriminadas por causa da sua raça,
identidade cultural e origem étnica. Existe um historial de violação de direitos, justificado pela noção
errada de que algumas pessoas são inferiores devido à cor da sua pele ou à sua cultura. O racismo está
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muitas vezes presente em regiões com um historial de escravatura ou de opressão de um grupo racial por
outro [141][150][156].
− Outros grupos vulneráveis incluem, por exemplo, os idosos, os deslocados, os pobres, os analfabetos, as
pessoas portadoras de VIH/SIDA e as minorias e grupos religiosos.
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6.3.10.1 Generalidades
Os princípios e direitos fundamentais no trabalho centram-se nas questões laborais. Foram adoptados pela
comunidade internacional como direitos humanos fundamentais e, como tal, estão abrangidos pela secção
dos direitos humanos.
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A eliminação de forma eficaz do trabalho infantil exige a ampla colaboração da sociedade. Uma organização
deverá cooperar com outras organizações e agências governamentais de modo a libertar as crianças do
trabalho e dar-lhes uma educação livre, a tempo inteiro e de qualidade.
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6.4.2.1 Princípios
Um princípio fundamental da Declaração de Filadélfia da OIT, de 1944 [72] é que o trabalho não é uma
mercadoria. Isto significa que os trabalhadores não deverão ser tratados como um factor de produção nem
deverão estar sujeitos às mesmas forças de mercado que se aplicam às mercadorias. A vulnerabilidade
inerente aos trabalhadores e a necessidade de proteger os seus direitos fundamentais encontram-se reflectidas
na Declaração Universal dos Direitos Humanos e no Pacto Internacional sobre Direitos Económicos, Sociais
e Culturais [144][156]. Os princípios envolvidos incluem o direito de todos ganharem a vida através de um
trabalho escolhido livremente e o direito a condições de trabalho justas e favoráveis.
6.4.2.2 Considerações
Os direitos humanos reconhecidos pela OIT como constituindo os direitos fundamentais no trabalho são
abordados em 6.3.10. Muitas outras convenções e recomendações da OIT complementam e reforçam as
várias disposições da Declaração Universal dos Direitos Humanos e os seus dois pactos mencionados na
Caixa 6 e poderão ser utilizados como fonte de linhas de orientação práticas quanto ao significado dos vários
direitos humanos.
A principal responsabilidade por assegurar um tratamento justo e equitativo dos trabalhadores cabe aos
governos. Isto consegue-se mediante:
− a adopção de legislação consistente com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e as normas do
trabalho aplicáveis da OIT;
− a aplicação dessa legislação, incluindo através do desenvolvimento e do financiamento de sistemas
nacionais de inspecção do trabalho; e
− a garantia que os trabalhadores e as organizações têm o indispensável acesso à justiça.
As leis e as práticas laborais variam de país para país.
Quando os governos falharem em legislar, uma organização deverá reger-se pelos princípios subjacentes a
estes instrumentos internacionais. Quando a legislação for adequada, a organização deverá obedecer à lei,
mesmo se a aplicação por parte do governo for inadequada.
É importante distinguir entre o papel do governo como órgão do Estado e o seu papel como um empregador.
Os organismos governamentais ou as organizações propriedade do Estado têm a mesma responsabilidade
pelas suas práticas laborais que as outras organizações.
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Nem todo o trabalho é efectuado no âmbito de uma relação de trabalho. O trabalho e os serviços são também
efectuados por homens e mulheres que são trabalhadores independentes; nestas situações, as partes são
consideradas independentes umas das outras e têm uma relação mais igualitária e comercial. A distinção
entre relações comerciais e de trabalho nem sempre é clara e é, por vezes, erradamente classificada, com a
consequência de os trabalhadores nem sempre receberem a protecção e os direitos de que são titulares. É
importante tanto para a sociedade como para as pessoas que realizam o trabalho que o quadro legal e
institucional adequado seja reconhecido e aplicado. Quer o trabalho seja realizado mediante contrato de
trabalho ou contrato comercial, todas as partes de um contrato têm o direito de conhecer os seus direitos e
responsabilidades e de dispor dos recursos adequados no caso de as condições do contrato não serem
respeitadas. [56].
Neste contexto, entende-se por trabalho, aquele que é efectuado para obter uma remuneração, pelo que não
inclui as actividades levadas a cabo por verdadeiros voluntários. Todavia, as organizações deverão adoptar
políticas e medidas para lidar com a sua responsabilidade legal e o seu dever de protecção em relação aos
voluntários.
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situação e da influência, esforços razoáveis poderão incluir: estabelecer obrigações contratuais com
fornecedores e subcontratados; fazer visitas inesperadas e inspecções; e exercer a diligência devida na
supervisão de subcontratados e intermediários. Quando é esperado que fornecedores e subcontratados
estejam em conformidade com um código de práticas laborais, o código deverá ser consistente com a
Declaração Universal dos Direitos Humanos e os princípios subjacentes às normas de trabalho aplicáveis
da OIT (ver 5.2.3 para informações adicionais sobre responsabilidades na esfera de influência); e
− quando operar internacionalmente, esforçar-se para aumentar o emprego, o desenvolvimento profissional
(ocupacional), a promoção e o progressão dos cidadãos do país anfitrião. Isto inclui fornecimento e
distribuição através de empresas locais, onde praticável [74].
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especializadas onde a liberdade de associação é restringida ou proibida, mesmo que a legislação nacional
reconheça esse direito, e deverão abster-se de participar em esquemas de incentivos baseados nessas
restrições.
As organizações poderão também desejar considerar a participação, quando adequado, em organizações de
empregadores como meio de criarem oportunidades para o diálogo social e de estenderem a sua expressão da
responsabilidade social através desses canais.
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− respeitar o princípio de que as medidas de saúde e segurança no local de trabalho não deverão envolver
despesas pecuniárias por parte dos trabalhadores; e
− basear os seus sistemas de saúde, segurança e ambiente na participação dos trabalhadores a que dizem
respeito (ver Caixa 9) e reconhecer e respeitar os direitos dos trabalhadores de:
− obter informações atempadas, completas e precisas relativamente aos riscos de saúde e segurança e às
melhores práticas utilizadas para abordar esses riscos;
− informarem-se livremente e serem consultados sobre todos os aspectos da sua saúde e segurança
relacionados com o seu trabalho;
− recusar trabalho que seja razoavelmente considerado como apresentando um perigo iminente ou grave
para a sua vida ou saúde ou para as vidas e saúde de outros;
− procurar aconselhamento externo junto de organizações de trabalhadores e de empregadores e de
outras entidades competentes;
− relatar questões de saúde e segurança às autoridades competentes;
− participar em decisões e actividades em matéria de saúde e segurança, incluindo a investigação de
incidentes e acidentes; e
− estarem isentos de ameaças de represálias por adoptarem qualquer destas acções [18][19][36][38][55][56]
[57][58][68][69][72][73][80]
.
Caixa 9 – Comissões mistas de trabalho/gestão da saúde e segurança
Um programa eficaz de saúde e segurança no trabalho depende do envolvimento dos trabalhadores.
Comissões conjuntas de trabalho /gestão para questões de de saúde e segurança poderão ser a parte mais
importantes no programa de saúde e segurança de uma organização. As comissões conjuntas poderão:
− recolher informações;
− desenvolver e divulgar manuais de segurança e programas de formação;
− relatar, registar e investigar acidentes; e
− inspeccionar e responder a problemas levantados pelos trabalhadores ou pela gestão.
Os representantes dos trabalhadores nestas comissões não deverão ser nomeados pela gestão, mas eleitos
pelos próprios trabalhadores. A participação nestas comissões deverá ser igualmente repartida entre os
representantes da gestão e dos trabalhadores e deverá incluir tanto homens como mulheres, sempre que
possível. As comissões deverão ter a dimensão suficiente para que todos os turnos, secções e locais da
organização estejam representados. Não deverão ser consideradas como substitutas das comissões de
trabalhadores ou das organizações de trabalhadores.
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6.5 Ambiente
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conta quando se avaliar o desempenho ambiental, na quantificação e relato da emissão de gases com efeito
de estufa, e na avaliação do ciclo de vida, concepção ambiental, rotulagem ambiental e comunicação
ambiental.
6.5.2.1 Princípios
A organização deverá respeitar e promover os seguintes princípios ambientais:
− responsabilidade ambiental: Para além de cumprir leis e regulamentos, uma organização deverá assumir
responsabilidade pelo impacte no ambiente provocado pelas suas actividades em áreas rurais e urbanas e
no ambiente em geral. Ao reconhecer os limites ecológicos, deverá agir para melhorar o seu próprio
desempenho, assim como o desempenho de outros na sua esfera de influência;
− princípio da precaução: Este princípio deriva da Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento
[158]
e posteriores declarações e acordos [130][145][172], que apresentam o conceito de, onde existirem ameaças
de danos graves ou irreversíveis para o ambiente ou para a saúde humana, a falta de certeza científica
total não deverá ser utilizada como razão para adiar medidas eficazes para impedir a degradação
ambiental ou danos para a saúde humana. Quando ponderar a relação custo-benefício de uma medida,
uma organização deverá considerar os custos e benefícios a longo prazo dessa medida e não só os custos a
curto prazo para essa organização;
− gestão do risco ambiental: Uma organização deverá implementar programas que utilizem uma
perspectiva baseada no risco e na sustentabilidade para avaliar, evitar, reduzir e mitigar riscos e impactes
ambientais das suas actividades. A organização deverá desenvolver e implementar actividades de
consciencialização e procedimentos de resposta a emergências para reduzir e mitigar impactes ambientais,
de saúde e segurança causados por acidentes e comunicar informação sobre incidentes ambientais às
autoridades competentes e às comunidades locais; e
− poluidor pagador: Uma organização deverá suportar o custo da poluição causada pelas suas actividades
de acordo com a extensão do impacte ambiental na sociedade e a acção de reparação exigida, ou com o
grau em que a poluição ultrapassa um nível aceitável (ver Princípio16 da Declaração do Rio [158]). Uma
organização deverá esforçar-se para internalizar o custo da poluição e quantificar os benefícios
económicos e ambientais da prevenção da poluição, preferencialmente a mitigar os seus impactes com
base no princípio “poluidor pagador”. A organização poderá escolher cooperar com outras para
desenvolver instrumentos económicos, como fundos de contingência para fazer face aos custos dos
grandes incidentes ambientais.
6.5.2.2 Considerações
Nas suas actividades de gestão ambiental, uma organização deverá avaliar a relevância das seguintes
abordagens e estratégias, e empregá-las conforme adequado:
− abordagem do ciclo de vida: Os principais objectivos da abordagem do ciclo de vida são reduzir os
impactes ambientais dos produtos e serviços, assim como melhorar o seu desempenho socioeconómico ao
longo do seu ciclo de vida, ou seja, da extracção de matérias-primas e produção de energia, passando pela
produção e a utilização, até à deposição final (ou eliminação) em fim de vida ou à recuperação. Uma
organização deverá centrar-se nas inovações, não apenas na conformidade, e deverá empenhar-se em
melhorias contínuas no seu desempenho ambiental;
− avaliação do impacte ambiental: Antes de dar início a uma nova actividade ou projecto, uma
organização deverá avaliar o impacte ambiental e utilizar os resultados da avaliação como parte do
processo de tomada de decisão;
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− produção mais limpa e ecoeficiência: Estas são estratégias para satisfazer as necessidades humanas
utilizando recursos de forma mais eficiente e gerando menos poluição e resíduos. Um enfoque importante
consiste em fazer melhorias na origem e não no final de um processo ou actividade. Abordagens de
produção mais limpa e mais segura e de ecoeficiência incluem: aperfeiçoar práticas de manutenção;
actualizar ou introduzir novas tecnologias ou novos processos; reduzir a utilização de materiais e energia;
utilizar energia renovável; racionalizar a utilização de água; eliminar ou gerir de forma segura materiais e
resíduos tóxicos e perigosos; e melhorar a concepção do produto e do serviço;
− uma abordagem de sistema produto-serviço: Isto pode ser utilizado para mudar o enfoque das
interacções do mercado, da venda ou fornecimento de produtos (ou seja, transferência de propriedade
através de venda única ou aluguer) para a venda ou prestação de um sistema de produtos e serviços que
conjuntamente satisfaçam as necessidades do cliente (através de variados mecanismos de serviço e
entrega). Os sistemas produto-serviço incluem aluguer do produto, partilha do produto, utilização em
comum do produto e pagar pelo serviço. Tais sistemas poderão reduzir a utilização de materiais,
dissociam receitas dos fluxos de materiais e envolvem as partes interessadas na promoção da
responsabilidade alargada do produtor ao longo do ciclo de vida de um produto e serviço associado;
− utilização de tecnologias e práticas seguras para o ambiente: Uma organização deverá procurar
adoptar e, quando apropriado, promover o desenvolvimento e a difusão de tecnologias e serviços
comprovados para o ambiente (ver Princípio 9 da Declaração do Rio [158]);
− compras sustentáveis Nas suas decisões de compra, uma organização deverá ter em conta o
desempenho ambiental, social e ético dos produtos ou serviços que são adquiridos, ao longo da totalidade
dos seus ciclos de vida. Quando possível, deverá dar preferência a produtos ou serviços com impactes
minimizados, fazendo uso de esquemas de rotulagem fiáveis e eficazes, verificados de forma
independente, ou outros esquemas de verificação, como rotulagem ambiental ou actividades de auditoria;
e
− aprendizagem e aumento de consciencialização: Uma organização deverá fomentar a
consciencialização e promover a aprendizagem adequada para sustentar os esforços ambientais dentro da
organização e na sua esfera de influência.
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− medir, registar e comunicar o seu uso significativo de energia, água e outros recursos;
− implementar medidas de eficiência de recursos para reduzir a sua utilização de energia, água e outros
recursos, considerando os indicadores de melhores práticas e outras referências de melhores práticas e
outros benchmarks;
− complementar ou substituir recursos não-renováveis quando possível por fontes alternativas sustentáveis,
renováveis e de impacte reduzido;
− utilizar materiais reciclados e reutilizar água tanto quanto possível;
− gerir os recursos hídricos para assegurar o acesso justo por todos os utilizadores de uma determinada
bacia hidrográfica;
− promover as compras públicas sustentáveis;
− considerar a adopção da responsabilidade alargada do produtor; e
− promover o consumo sustentável.
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de vida para assegurar a redução líquida de emissões de GEE, mesmo quando são consideradas
tecnologias de baixas emissões e energias renováveis;
− evitar ou reduzir a libertação de emissões de GEE (particularmente aquelas que também causam a
destruição do ozono) devida ao uso dos solos e à alteração do uso dos solos, aos processos ou
equipamento, incluindo, mas não se limitando a, unidades de aquecimento, ventilação e ar condicionado;
− fazer poupanças de energia, sempre que possível, na organização, incluindo a aquisição de bens
energeticamente eficientes e o desenvolvimento de produtos e serviços energeticamente eficientes; e
− considerar atingir a neutralidade de carbono, implementando medidas para compensar as restantes
emissões de GEE, por exemplo, através do apoio a programas fiáveis de redução das emissões que
operem de forma transparente, a captação e armazenamento do carbono e o sequestro do carbono.
6.5.5.2.2 Adaptação às alterações climáticas
Para reduzir a vulnerabilidade às alterações climáticas a organização deverá:
− considerar futuras projecções climáticas globais e locais para identificar riscos e integrar a adaptação às
alterações climáticas no seu processo de tomada de decisão;
− identificar oportunidades para evitar ou minimizar danos associados às alterações climáticas e, quando
possível, tirar partido das oportunidades, para se adaptar às condições alteradas (ver Caixa 10); e
− implementar medidas para reagir a impactes existentes ou antecipados e dentro da sua esfera de influência
contribuir para a capacitação das partes interessadas para a adaptação.
Caixa 10 – Exemplos de acções de adaptação às alterações climáticas
Exemplos de acções de adaptação às alterações climáticas incluem:
− planear o uso dos solos, o loteamento e a concepção e manutenção de infra-estruturas, tendo em conta as
implicações de um clima em mudança e de uma maior incerteza climática e a possibilidade de condições
meteorológicas cada vez mais graves, incluindo inundações, ventos fortes, seca e escassez de água ou
calor intenso;
− desenvolver tecnologias e técnicas agrícolas, industriais, médicas e outras e torná-las acessíveis aos mais
carenciados, assegurando a segurança da água potável, saneamento, alimentos e outros recursos
fundamentais para a saúde humana;
− apoiar medidas regionais para reduzir a vulnerabilidade a inundações. Isto inclui a recuperação de zonas
húmidas que possam ajudar a gerir as inundações e a redução da utilização de superfícies
impermeabilizadas em áreas urbanas; e
− fomentar vastas oportunidades para o aumento da consciencialização da importância de medidas de
adaptação e prevenção para a resiliência da sociedade através da educação e outros meios.
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A organização pode tornar-se mais socialmente responsável agindo de forma a proteger o ambiente e a
recuperar os habitats naturais e os vários serviços e funções que os ecossistemas fornecem (tais como
alimentos e água, regulação climática, formação do solo e oportunidades recreativas) [119]. Os principais
aspectos desta questão incluem:
− valorizar e proteger a biodiversidade: A biodiversidade é a variedade de vida em todas as suas formas,
níveis e combinações; inclui diversidade dos ecossistemas, diversidade das espécies e diversidade
genética [167]. Proteger a biodiversidade visa assegurar a sobrevivência das espécies terrestres e aquáticas,
a diversidade genética e os ecossistemas naturais [168][169];
− valorizar, proteger e recuperar os serviços de ecossistemas: Os ecossistemas contribuem para o bem-
estar da sociedade, disponibilizando serviços como alimentos, água, combustíveis, controlo de
inundações, solo, polinizadores, fibras naturais, recreação e a absorção de poluição e resíduos. À medida
que os ecossistemas são degradados ou destruídos, perdem a capacidade de fornecer estes serviços;
− utilizar o território e os recursos naturais de forma sustentável : Os projectos de ordenamento
territorial de uma organização poderão proteger ou degradar os habitats, a água, os solos e os
ecossistemas [170][171]; e
− avançar com o desenvolvimento rural e urbano ambientalmente adequado: As decisões e actividades
das organizações poderão ter um impacte significativo no ambiente rural e urbano e nos respectivos
ecossistemas. Este impacte pode estar associado a, por exemplo, planeamento urbano, edificação e
construção, sistemas de transportes, gestão de resíduos e esgotos e técnicas agrícolas.
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certificação [37][175];
− progressivamente utilizar uma maior proporção de produtos de fornecedores que utilizem tecnologias e
processos mais sustentáveis;
− considerar que os animais selvagens e os seus habitats fazem parte dos nossos ecossistemas naturais e
que, por conseguinte, deverão ser valorizados e protegidos e o seu bem-estar deverá ser tido em conta; e
− evitar abordagens que ameacem a sobrevivência ou que conduzam à extinção global, regional ou local de
espécies, ou que permitam a distribuição ou proliferação de espécies invasivas.
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− proibir actividades que envolvam informações erradas, representação errada, ameaça ou compulsão.
6.6.6 Práticas operacionais justas, questão 4: promoção da responsabilidade social na cadeia de valor
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6.7.2.2 Considerações
Apesar de o Estado ser o principal responsável por assegurar que o direito de satisfação das necessidades
básicas é respeitado, uma organização pode contribuir para a concretização deste direito. Particularmente em
áreas onde o Estado não satisfaça de forma adequada as necessidades básicas das pessoas, uma organização
deverá ser sensível ao impacte das suas actividades na capacidade das pessoas para satisfazerem essas
necessidades. Deverá ainda evitar acções que coloquem em risco esta capacidade.
Os grupos vulneráveis têm capacidades diferentes e, no seu papel enquanto consumidores, os grupos
vulneráveis (ver 6.3.7.2) têm necessidades específicas que têm de ser satisfeitas e poderão, em alguns casos,
requerer produtos e serviços especificamente adaptados. Eles têm necessidades específicas porque poderão
não ter conhecimento dos seus direitos e responsabilidades ou poderão não ser capazes de agir a partir desse
conhecimento. Poderão também não estar cientes de ou serem incapazes de avaliar os potenciais riscos
associados a produtos ou serviços e assim fazerem juízos equilibrados.
6.7.3 Consumidor, questão 1: marketing justo, informação factual e imparcial e práticas contratuais
justas
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− consentir partilhar informação relevante de uma forma transparente que permita o acesso fácil e
comparações como base para uma escolha informada por parte do consumidor;
− identificar claramente publicidade e marketing;
− revelar abertamente preços totais e taxas, termos e condições dos produtos e serviços (assim como
qualquer acessório imprescindível para a utilização) e custos de entrega. Quando oferecer crédito ao
consumidor, disponibilizar informações sobre a taxa de juro anual real e a taxa anual efectiva (TAE)
cobrada, que inclui todos os custos envolvidos, quantias a pagar, número de pagamentos e datas devidas
das prestações;
− fundamentar pretensões ou afirmações disponibilizando factos e informação subjacentes a pedido;
− não utilizar texto, som ou imagens que perpetuem estereótipos relativamente, por exemplo a género,
religião, raça, deficiência ou relações pessoais;
− em publicidade e marketing, colocar em primeiro lugar os melhores interesses dos grupos vulneráveis,
incluindo crianças, e não se envolver em actividades que sejam prejudiciais para os seus interesses;
− disponibilizar informação completa, precisa e compreensível que possa ser comparada em idiomas
oficiais ou habitualmente utilizados no ponto de venda e de acordo com todos os regulamentos aplicáveis
em:
− todos os aspectos importantes de produtos e serviços, incluindo produtos financeiros e de
investimento, tendo em conta, idealmente, o ciclo de vida completo;
− aspectos críticos da qualidade de produtos e serviços determinados a partir da aplicação de
procedimentos de teste padronizados, e comparados, sempre que possível, com o desempenho médio
ou as melhores práticas. A disponibilização dessas informações deverá ser limitada às circunstâncias
onde for adequado e prático e auxiliam os consumidores;
− aspectos de saúde e segurança dos produtos e serviços, como a utilização potencialmente perigosa,
materiais perigosos e químicos perigosos que os produtos contenham ou libertem durante todo o seu
ciclo de vida;
− informações relativas à acessibilidade de produtos e serviços; e
− localização da organização, código postal, número de telefone e endereço de e-mail, quando utilizar
vendas à distância no país ou além-fronteiras, incluindo através da Internet, comércio electrónico ou
encomenda pelo correio;
− utilizar contratos que:
− estejam escritos em linguagem clara, legível e compreensível;
− não incluam termos contratuais desleais, como a desleal exclusão de obrigações, o direito de alterar
unilateralmente preços e condições, a transferência do risco de insolvência para consumidores ou
períodos de contrato indevidamente longos, e evitar práticas de crédito predatórios, incluindo taxas de
crédito não razoáveis;
− disponibilizem informação clara e suficiente sobre preços, características, termos, condições, custos,
duração do contrato e períodos de cancelamento.
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− concebendo produtos e embalagens para que possam ser facilmente utilizados, reutilizados, reparados ou
reciclados e, se possível, oferecendo ou sugerindo serviços de reciclagem e deposição final (eliminação);
− preferindo artigos que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável;
− oferecendo produtos de elevada qualidade com vida de produto mais longa a preços acessíveis;
− disponibilizando aos consumidores informação cientificamente fiável, consistente, verídica, precisa,
comparável e verificável sobre os factores ambientais e sociais relacionados com a produção e a entrega
dos seus produtos ou serviços, incluindo, onde adequado, informação sobre a eficiência dos recursos,
tendo em conta a cadeia de valor [12][13][14][15];
− disponibilizando aos consumidores informação sobre produtos e serviços, incluindo sobre: desempenho,
impactes na saúde, país de origem, eficiência energética (onde aplicável), conteúdos ou ingredientes
(incluindo, onde adequado, a utilização de organismos geneticamente modificados e nano partículas),
aspectos relacionados com o bem-estar animal (incluindo, onde adequado, a utilização de testes em
animais) e utilização, manutenção, armazenamento e deposição final (ou eliminação) em segurança dos
produtos e sua embalagem;
− fazendo uso de esquemas fiáveis e eficazes, verificados independentemente, de rotulagem ou outros
esquemas de verificação, como a rotulagem ecológica ou actividades de auditoria, para comunicar
aspectos ambientais positivos, eficiência energética e outras características dos produtos e serviços social
e ambientalmente benéficas [13][14][15].
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− abster-se de fazer uso de serviços ou declarar ofertas especiais subordinadas ao acordo por parte do
consumidor para a utilização indesejada dos seus dados para fins de marketing;
− obter dados apenas por meios legais e justos;
− especificar a finalidade para a qual cada dado pessoal é recolhido, seja antes ou na data da recolha;
− não revelar, disponibilizar ou de outra forma utilizar dados pessoais para fins que não sejam os
especificados, incluindo marketing, excepto com o consentimento informado e voluntário do consumidor
ou quando exigido por lei;
− proporcionar aos consumidores o direito de verificarem se a organização possui dados relacionados com
eles e contestar esses dados, conforme definido por lei. Se a contestação for bem-sucedida, os dados
deverão ser eliminados, rectificados, completados ou alterados, conforme adequado;
− proteger os dados pessoais através das salvaguardas de segurança adequadas;
− mostrar abertura sobre desenvolvimentos, práticas e políticas relativamente a dados pessoais e
proporcionar formas prontamente disponíveis de estabelecer a existência, a natureza e as principais
utilizações dos dados pessoais;
− revelar a identidade e a localização habitual da pessoa responsável pela protecção dos dados na
organização (por vezes designada de controlador de dados) e responsabilizar esta pessoa pelo cumprimento
das medidas anteriormente referidas e da lei aplicável.
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A comunidade nesta secção refere-se a populações residenciais ou outras formas de instalação social
localizadas numa área geográfica que se encontre na proximidade física do local de uma organização ou nas
áreas de impacte de uma organização. A área e os membros da comunidade afectados pelo impacte de uma
organização dependerão do contexto e, especialmente, da dimensão e da natureza desse impacte. De um
modo geral, todavia, o termo comunidade também pode ser entendido como referindo-se a um grupo de
pessoas que tenham características particulares em comum, por exemplo uma comunidade “virtual”
relativamente a uma questão em particular.
O envolvimento da comunidade e o desenvolvimento da comunidade são ambos parte integrante do
desenvolvimento sustentável.
O envolvimento da comunidade vai além da identificação e do envolvimento das partes interessadas
relativamente ao impacte das actividades de uma organização; também envolve o apoio para o
estabelecimento de uma relação com a comunidade. Acima de tudo, implicam o reconhecimento do valor da
comunidade. O envolvimento da comunidade por parte de uma organização deverá advir do reconhecimento
de que a organização é uma parte interessada na comunidade, partilhando interesses comuns com a mesma.
A contribuição da organização para o desenvolvimento da comunidade pode ajudar a promover níveis mais
elevados de bem-estar na comunidade. Tal desenvolvimento, entendido de um modo geral, consiste na
melhoria da qualidade de vida da população. O desenvolvimento da comunidade não é um processo linear;
para além disto, é um processo a longo prazo no qual estarão presentes interesses diferentes e em conflito. As
características históricas e culturais tornam cada comunidade única e influenciam as possibilidades do seu
futuro. O desenvolvimento da comunidade é, por conseguinte, o resultado dos aspectos sociais, políticas,
económicas e culturais e dependem das características das forças sociais envolvidas. As partes interessadas
na comunidade poderão ter diferentes interesses – até mesmo conflituantes. A responsabilidade partilhada é
necessária para promover o bem-estar da comunidade como um objectivo comum.
As questões do desenvolvimento da comunidade para a qual a organização pode contribuir incluem a criação
de emprego através da expansão e da diversificação das actividades económicas e do desenvolvimento
tecnológico. Também pode contribuir através de investimentos sociais para a riqueza e criação de
rendimento através de iniciativas de desenvolvimento económico locais; expandindo programas de educação
e desenvolvimento de competências; promovendo e preservando cultura e artes; e disponibilizando e/ou
promovendo serviços de saúde na comunidade. O desenvolvimento da comunidade pode incluir o
fortalecimento institucional da comunidade, dos seus grupos e fóruns colectivos, de programas culturais,
sociais e ambientais e de redes locais envolvendo várias instituições.
O desenvolvimento da comunidade é geralmente avançado quando as forças sociais numa comunidade se
esforçam por promover a participação pública e lutam por direitos iguais e padrões de vida dignos para todos
os cidadãos, sem discriminação. É um processo interno da comunidade que tem em conta as relações
existentes e ultrapassa barreiras para o usufruto de direitos. O desenvolvimento da comunidade é reforçado
por uma conduta socialmente responsável.
Os investimentos sociais que contribuem para o desenvolvimento da comunidade, conseguem sustentar e
melhorar as relações de uma organização com as suas comunidades, e poderão ou não, estar associados às
actividades operacionais fundamentais de uma organização (ver 6.8.9).
Ainda que alguns aspectos das acções discutidas nesta secção possam ser entendidos como filantrópicos, as
actividades filantrópicas por si só, não atingem o objectivo de integrar a responsabilidade social na
organização (tal como discutido em 3.3.4).
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6.8.2.1 Princípios
Para além dos princípios de responsabilidade social delineados na secção 4, os seguintes princípios
específicos são aplicáveis ao envolvimento e desenvolvimento da comunidade. Uma organização deverá:
− considerar-se parte, e não alheia, da comunidade na abordagem de envolvimento e desenvolvimento da
comunidade;
− reconhecer e ter o devido respeito pelos direitos dos membros da comunidade de tomarem decisões em
relação à sua comunidade e, por conseguinte, procurarem, da maneira que eles escolherem, formas de
maximizar os seus recursos e oportunidades;
− reconhecer e ter o devido respeito pelas características, por exemplo, culturas, religiões, tradições e
história, da comunidade enquanto interage com ela; e
− reconhecer o valor do trabalho em parceria, apoiando a troca de experiências, recursos e esforços.
6.8.2.2 Considerações
A Declaração de Copenhaga [157] reconhece a “necessidade urgente de abordar desafios sociais profundos,
especialmente a pobreza, o desemprego e a exclusão social”. A Declaração de Copenhaga e o Programa de
Acção comprometeram a comunidade internacional a tornar a conquista da pobreza, o objectivo da total
produtividade, o emprego adequadamente remunerado e livremente escolhido e o encorajamento da
integração social objectivos de desenvolvimento superiores.
A Declaração do Milénio da ONU define objectivos que, se cumpridos, ajudarão a resolver os principais
desafios de desenvolvimento mundiais (ver Caixa 13). A Declaração do Milénio da ONU [153] dá ênfase ao
facto de, apesar de o desenvolvimento dever ser orientado e conduzido principalmente para as políticas
públicas, o processo de desenvolvimento depende das contribuições de todas as organizações. O
envolvimento da comunidade ajuda a contribuir, a nível local, para o cumprimento destes objectivos.
A Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento [158] introduziu a Agenda 21, que é um processo de
desenvolvimento de um plano de acção abrangente que pode ser implementado localmente por organizações
em todas as áreas nas quais as actividades humanas tenham impacte na sociedade e no ambiente.
Caixa 13 – Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) [153] são oito objectivos que deverão ser atingidos no
ano 2015 e que respondem aos principais desafios do desenvolvimento mundial. Os ODM são concebidos a
partir de acções e metas incluídas na Declaração do Milénio.
Os oito ODM são:
1. Erradicar a pobreza extrema e a fome
2. Alcançar o ensino primário universal
3. Promover a igualdade de género e empoderar as mulheres
4. Reduzir a mortalidade infantil
5. Melhorar a saúde materna
6. Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças
7. Garantir a sustentabilidade ambiental
8. Fortalecer uma parceria global para o desenvolvimento
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A organização pode ser confrontada com crises humanitárias ou outras circunstâncias que ameacem
perturbar a vida da comunidade, agravar os problemas sociais e económicos da comunidade e poderão
também aumentar os riscos de abusos dos direitos humanos (ver 6.3.4). Exemplos dessas situações incluem
emergências de segurança alimentar, desastres naturais como inundações, secas, tsunamis e terramotos,
deslocação de populações e conflitos armados.
As organizações com actividades, parceiros ou outras partes interessadas numa área afectada deverão
considerar contribuir para a atenuação destas situações ou poderão desejar fazê-lo por razões simplesmente
humanitárias. As organizações poderão contribuir de muitas formas, desde o socorro no desastre até ao
esforço de reconstrução. Em todos os casos, o sofrimento humano deverá ser abordado, dando particular
atenção aos mais vulneráveis na situação em causa e na população em geral, tais como mulheres e crianças.
A dignidade e os direitos de todas as vítimas deverão ser respeitados e apoiados.
Em situações de crise é importante dar uma resposta coordenada; por conseguinte, é importante trabalhar
com as autoridades públicas e, onde aplicável, com as organizações humanitárias internacionais e outras
entidades adequadas.
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− participar em associações locais conforme possível e adequado, com o objectivo de contribuir para o bem
público e para os objectivos do desenvolvimento das comunidades;
− manter relações transparentes com os agentes de governos e representantes políticos locais, sem subornos
ou influências impróprias;
− encorajar e apoiar pessoas a serem voluntárias no serviço comunitário; e
− contribuir para a formulação de políticas e para o estabelecimento, implementação, monitorização e
avaliação de programas de desenvolvimento. Quando o fizer, a organização deverá respeitar os direitos e
atender aos pontos de vista dos outros para expressarem e defenderem os seus próprios interesses.
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as organizações poderão considerar contribuir para a saúde nas comunidades. Uma comunidade saudável
reduz o peso no sector público e contribui para um bom ambiente socioeconómico em todas as organizações.
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− considerar fazer parcerias com outras organizações, incluindo o governo, empresas ou ONGs para
maximizar sinergias e aproveitar os recursos, conhecimento e competências complementares; e
− considerar contribuir para programas que proporcionem o acesso a alimentos e outros produtos essenciais
por parte de grupos vulneráveis ou discriminados e pessoas com baixos rendimentos, tendo em conta a
importância da contribuição para que tenham cada vez mais capacidades, recursos e oportunidades.
7.1 Generalidades
As secções anteriores da presente Norma identificaram os princípios, os temas fundamentais e as questões da
responsabilidade social. Esta secção apresenta linhas orientadoras referentes à implementação da
responsabilidade social numa organização. Na maior parte dos casos, ao colocar em prática a
responsabilidade social, as organizações poderão ter como base sistemas, políticas, estruturas e redes já
existentes na organização, embora algumas actividades, provavelmente, sejam efectuadas de forma diferente
ou tendo em conta um conjunto de factores mais alargado.
Algumas organizações poderão já ter estabelecido técnicas para a introdução de novas abordagens no seu
processo de tomada de decisão e nas suas actividades, assim como sistemas eficazes para comunicação e
revisão interna. Outras poderão dispor de sistemas menos bem desenvolvidos para governação
organizacional ou outros aspectos da responsabilidade social. As seguintes linhas de orientação destinam-se
a ajudar todas as organizações, seja qual for o seu ponto de partida, a integrar a responsabilidade social na
forma como operam (ver Figura 4).
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o potencial para consequências negativas resultantes das acções de outras entidades ou pessoas cujas
actividades estejam significativamente ligadas às da organização.
Num processo de diligência devida deverão constar, de forma adequada à dimensão e às circunstâncias da
organização, os seguintes componentes:
− políticas organizacionais relacionadas com o tema fundamental relevante que contribuem com linhas
orientadoras significativas para a organização e para quem está estreitamente ligado à organização;
− formas de avaliar como as actividades existentes e propostas poderão afectar os objectivos dessas
políticas;
− formas de integrar os temas fundamentais da responsabilidade social em toda a organização;
− formas de controlar o desempenho ao longo do tempo, para conseguir efectuar os ajustes necessários nas
prioridades e na abordagem; e
− acções apropriadas para abordar os impactes negativos das suas decisões e actividades.
Ao identificar potenciais áreas de acção, uma organização deverá esforçar-se no sentido de compreender
melhor os desafios e os dilemas da perspectiva dos indivíduos e dos grupos potencialmente prejudicados.
Para além desta auto-avaliação, uma organização poderá considerar que, em alguns casos, é tanto possível
como adequado procurar influenciar a conduta de outras entidades para melhorar o seu desempenho na
responsabilidade social, particularmente aquelas com as quais tem laços estreitos ou onde a organização
considere existirem questões particularmente imperativas ou relevantes para a sua situação. À medida que
uma organização ganha experiência na área da melhoria do desempenho na responsabilidade social, pode
aumentar a sua capacidade e disponibilidade para intervir com outras entidades para defender este objectivo.
7.3.2 Determinar a relevância e a significância dos temas fundamentais e das questões para a
organização
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Embora a própria organização possa julgar que compreende a sua responsabilidade social (ver 5.2.3), deverá
mesmo assim considerar o envolvimento das partes interessadas no processo de identificação para alargar a
perspectiva sobre os temas fundamentais e questões. Porém, é importante reconhecer que as questões
poderão ser relevantes, mesmo que as partes interessadas não as identifiquem.
Em algumas situações, a organização pode assumir que, como opera numa área com leis que abordam os
temas fundamentais da responsabilidade social, a conformidade com a lei será suficiente para assegurar que
todas as questões relevantes desses temas fundamentais são abordadas. Todavia, uma revisão cuidadosa dos
temas fundamentais e das questões da secção 6, poderá revelar que algumas das questões relevantes não são
reguladas, ou são abrangidas por regulamentos que não são adequadamente aplicados, ou não são explícitos
ou suficientemente detalhados.
Até para os temas fundamentais ou questões abrangidas pela lei, responder ao espírito da lei pode, em alguns
casos, envolver acção que vai além da simples conformidade. Como exemplo, apesar de algumas leis e
regulamentos ambientais limitarem as emissões de poluentes para o ar ou água a quantias ou níveis
específicos, uma organização deverá usar as melhores práticas para reduzir ainda mais as emissões desses
poluentes ou alterar os processos que utiliza como forma de eliminar por completo essas emissões. Outros
exemplos são uma escola que voluntariamente decide reutilizar a água da chuva para fins sanitários e um
hospital que pode decidir não só cumprir as leis relativamente às práticas laborais, mas também lançar um
programa especial de apoio à conciliação trabalho-família e vida pessoal dos seus trabalhadores.
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− opinião pública: inclui a capacidade da organização para influenciar a opinião pública e o impacte da
opinião pública naqueles que está a tentar influenciar.
A influência de uma organização pode depender de vários factores, incluindo a proximidade física, o âmbito,
a duração e a intensidade da relação.
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As organizações deverão considerar o seguinte para determinar se uma acção que visa abordar uma questão é
de elevada prioridade ou não:
− o actual desempenho da organização relativamente à conformidade legal, às normas internacionais, às
normas internacionais de conduta, ao estado da arte e às melhores práticas;
− se a questão pode afectar significativamente a capacidade da organização para cumprir objectivos
importantes;
− o potencial efeito dessa acção, comparado com os recursos exigidos para a implementação;
− o período de tempo necessário para atingir os resultados desejados;
− se poderão existir implicações com custos significativas, caso não seja abordada rapidamente; e
− a facilidade e a rapidez de implementação, que poderá ter influência no crescimento da consciencialização
e da motivação para a acção de responsabilidade social no interior da organização.
A ordem das prioridades irá variar de organização para organização.
Para além de definir prioridades para acção imediata, a organização poderá estabelecer prioridades para a
consideração de questões que sejam relevantes para as decisões e actividades que uma organização espera
levar a cabo no futuro, tais como a construção de edifícios, a contratação de novos trabalhadores, a
contratação de adjudicatários ou o desenvolvimento de actividades para angariar fundos. As considerações
prioritárias irão desta forma fazer parte do planeamento destas actividades futuras.
As prioridades deverão ser revistas e actualizadas a intervalos adequados para a organização.
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formação de gestores e trabalhadores na cadeia de fornecimento. A formação específica pode ser útil para
algumas questões.
Para integrar a responsabilidade social de forma eficaz, a organização poderá identificar a necessidade de
alterações nos processos de tomada de decisão e governação que venham a promover maior liberdade,
autoridade e motivação para sugerir novas abordagens e ideias. A organização poderá também perceber que
necessita de melhorar as suas ferramentas de monitorização e avaliação de alguns aspectos do seu
desempenho.
A educação e a aprendizagem ao longo da vida são fundamentais para a sensibilização e o desenvolvimento
de competências para a responsabilidade social. A este respeito, a educação para o desenvolvimento
sustentável está a definir uma nova direcção para permitir às pessoas abordar questões da responsabilidade
social, encorajando-as a ter o devido respeito por valores que promovam uma acção proactiva e vigorosa [162].
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Quando tomar decisões, incluindo as relativas a novas actividades, a organização deverá considerar os
impactes prováveis dessas decisões sobre as partes interessadas. Ao fazê-lo, a organização deverá considerar
as melhores formas de minimizar os impactes prejudiciais das suas actividades e de aumentar os impactes
benéficos da sua conduta na sociedade e no meio ambiente. Os recursos e a planificação exigidos para este
fim deverão ser tidos em conta quando as decisões forem tomadas.
Uma organização deverá confirmar que os princípios da responsabilidade social (ver secção 4) são aplicados
na sua governação e reflectidos na sua estrutura e cultura. Deverá rever os procedimentos e os processos a
intervalos adequados para assegurar que estes levam em conta a responsabilidade social da organização.
Alguns procedimentos úteis poderão incluir:
− assegurar que as práticas de gestão estabelecidas reflectem e abordam a responsabilidade social da
organização;
− identificar as formas pelas quais os princípios da responsabilidade social e os temas fundamentais e
questões se aplicam às várias partes da organização;
− se adequado à dimensão e à natureza da organização, definir departamentos ou grupos no seio da
organização para avaliar e rever procedimentos operacionais para que sejam consistentes com os
princípios e temas fundamentais da responsabilidade social;
− ter em conta a responsabilidade social quando se efectuarem operações pela organização;
− incorporar a responsabilidade social nas práticas de compras e investimento, na gestão de recursos
humanos e noutras funções organizacionais.
Os valores e a cultura existentes na organização poderão ter um efeito significativo na facilidade e no ritmo
pelo qual a responsabilidade social poderá ser totalmente integrada em toda a organização. Para algumas
organizações, onde os valores e a cultura estejam já estreitamente alinhados aos da responsabilidade social, o
processo de integração poderá ser directo. Noutras, algumas partes da organização poderão não reconhecer
os benefícios da responsabilidade social e poderão resistir à mudança. Esforços sistemáticos durante um
longo período de tempo poderão implicar a integração de uma abordagem socialmente responsável nestas
áreas.
Também é importante reconhecer que o processo de integração da responsabilidade social na organização
não ocorre de uma só vez ou ao mesmo ritmo para todos os temas fundamentais e questões. Poderá ser útil
desenvolver um plano para abordar algumas questões da responsabilidade social a curto prazo e outras ao
longo de um maior período de tempo. Tal plano deverá ser realista e ter em conta as capacidades da
organização, os recursos disponíveis e a prioridade das questões e acções relacionadas (ver 7.3.4).
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− mostrar como a organização cumpre os seus compromissos para com a responsabilidade social e
responder aos interesses das partes interessadas e às expectativas da sociedade em geral;
− disponibilizar informações sobre os impactes das actividades, dos produtos e dos serviços da organização,
incluindo detalhes sobre como os impactes evoluem ao longo do tempo;
− ajudar a envolver e a motivar trabalhadores subordinados e outros para apoiarem as actividades da
organização no que diz respeito à responsabilidade social;
− facilitar a comparação com organizações pares, que possam estimular melhorias de desempenho na
responsabilidade social;
− reforçar a reputação de uma organização para acção socialmente responsável, abertura, integridade e
responsabilização, de modo a fortalecer a confiança das partes interessadas na organização.
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A publicação de um relatório sobre responsabilidade social poderá ser um aspecto valioso das actividades de
a organização em responsabilidade social. Ao preparar um relatório sobre responsabilidade social, a
organização deverá ter em conta as seguintes considerações:
− o âmbito e a escala do relatório de a organização deverão ser adequados à dimensão e à natureza da
organização;
− o grau de detalhe poderá reflectir a extensão da experiência da organização com esse relatório. Em alguns
casos, as organizações dão início aos seus esforços com relatórios limitados que abrangem apenas alguns
aspectos e nos anos seguintes alargam a cobertura à medida que adquirem experiência e têm dados
suficientes nos quais basear um relatório mais abrangente;
− o relatório deverá descrever como a organização toma decisões relacionadas com as questões a abranger e
a forma como essas questões serão abordadas;
− o relatório deverá apresentar as metas, o desempenho operacional, os produtos e os serviços da
organização no contexto do desenvolvimento sustentável; e
− um relatório pode ser produzido de variadas formas, dependendo da natureza da organização e das
necessidades das suas partes interessadas. Estas poderão incluir a publicação electrónica de um relatório,
versões interactivas baseadas na Web ou cópias em papel. Poderá também ser um documento isolado ou
fazer parte do relatório anual de a organização.
Informações adicionais sobre o relato da responsabilidade social poderão ser obtidas através de iniciativas e
ferramentas sobre relatórios – ao nível global, nacional ou sectorial – encontradas no Anexo A (ver também
7.8 para linhas de orientação quanto à avaliação de iniciativas respeitantes à responsabilidade social).
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A credibilidade relativamente a determinadas questões pode, por vezes, aumentar através da participação em
esquemas de certificação específicos. Têm sido desenvolvidas iniciativas para certificar a segurança do
produto ou certificar processos ou produtos relativamente ao seu impacte ambiental, às práticas laborais e a
outros aspectos da responsabilidade social. Tais esquemas deverão ser, eles próprios, independentes e
credíveis. Em algumas situações, as organizações envolvem partes independentes nas suas actividades para
obterem credibilidade. Um exemplo disto é a criação de comités consultivos ou comités de avaliação
constituídos por pessoas que são seleccionadas pela sua credibilidade.
As organizações, por vezes, aderem a associações onde estão os seus pares de modo a estabelecer ou
promover uma conduta socialmente responsável na sua área de actividade ou nas suas respectivas
comunidades.
As organizações poderão aumentar a sua credibilidade assumindo compromissos relevantes relativamente
aos seus impactes, realizando as acções apropriadas, avaliando o seu desempenho e relatando sobre
evoluções e insuficiências.
7.6.2 Reforçar a credibilidade dos relatórios e das declarações sobre responsabilidade social
Existem muitas formas de reforçar a credibilidade de relatórios e declarações sobre responsabilidade social.
Estas incluem:
− elaborar relatórios sobre o desempenho na responsabilidade social, comparáveis tanto ao longo do tempo,
como com relatórios produzidos por organizações pares, reconhecendo que a natureza do relatório
dependerá do tipo, da dimensão e da capacidade da organização;
− disponibilizar uma breve explicação do motivo para os tópicos omitidos dos relatórios não estarem
abrangidos, para mostrar que a organização se esforçou para abranger todos os assuntos significativos;
− utilizar um processo de verificação rigoroso e responsável, no qual dados e informações remontam a
fontes fiáveis para verificar a precisão desses dados e informações;
− recorrer à ajuda de uma pessoa ou pessoas independentes do processo de preparação do relatório, quer no
seio da organização quer exterior à mesma, para levar a cabo o processo de verificação;
− publicar como parte do relatório, uma declaração que ateste a sua verificação;
− recorrer a grupos de partes interessadas para determinar que o relatório reflecte questões relevantes e
significativas para a organização, que responde às necessidades das partes interessadas e que apresenta
uma abordagem completa das questões abordadas;
− tomar medidas adicionais para ser transparente ao disponibilizar informações de um certo tipo e num
formato que possa ser facilmente verificado por outros. Por exemplo, em vez de comunicar estatísticas
relativamente ao desempenho, a organização pode também apresentar dados sobre as fontes de
informação e os processos utilizados para desenvolver as estatísticas disponíveis. Em alguns casos, uma
organização poderá aumentar a credibilidade das pretensões que faz sobre a cadeia de fornecimento
listando os locais onde as actividades têm lugar;
− comunicar a conformidade com as linhas de orientação sobre relatórios de uma organização externa.
7.6.3 Resolver conflitos ou desacordos entre uma organização e as suas partes interessadas
No decorrer das suas actividades relacionadas com a responsabilidade social, uma organização poderá
deparar-se com conflitos ou desacordos com partes interessadas individuais ou com grupos de partes
interessadas. Exemplos específicos dos tipos de conflitos e mecanismos para os abordar, são abrangidos no
contexto dos direitos humanos (ver 6.3.6) e nas questões relativas ao consumidor (ver 6.7.6). Métodos
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formais para resolução de conflitos ou desacordos também costumam fazer, frequentemente, parte dos
contratos de trabalho.
A organização deverá desenvolver mecanismos para a resolução de conflitos ou desacordos com as partes
interessadas, que sejam adequados ao tipo de conflito ou desacordo e úteis para as partes interessadas
afectadas. Esses mecanismos poderão incluir:
− discussões directas com as partes interessadas afectadas;
− disponibilização de informações por escrito que abordem más interpretações;
− fora nos quais as partes interessadas e a organização poderão apresentar os seus pontos de vista e procurar
soluções;
− procedimentos para o tratamento de queixas formais;
− procedimentos de mediação ou arbitragem;
− sistemas que permitam comunicar acções erradas sem medo de represálias; e
− outros tipos de procedimentos para resolução de queixas.
Uma organização deverá apresentar de forma acessível às suas partes interessadas informação detalhada dos
procedimentos disponíveis para a resolução de conflitos e desacordos. Estes procedimentos deverão ser
equitativos e transparentes. Informações mais específicas sobre os procedimentos relacionados com os
direitos humanos e as questões relativas ao consumidor são descritos nos temas fundamentais na secção 6.
7.7 Rever e melhorar acções e práticas de uma organização relacionadas com a responsabilidade social
7.7.1 Generalidades
O desempenho eficiente sobre a responsabilidade social depende, em parte, do empenho, da supervisão
cuidadosa, da avaliação e da revisão das actividades levadas a cabo, dos progressos conseguidos, do alcance
de objectivos identificados, dos recursos utilizados e de outros aspectos dos esforços da organização.
A monitorização ou a observação constantes das actividades relacionadas com a responsabilidade social têm
como objectivo principal assegurar que as actividades se processam tal como previstas, identificando
qualquer crise ou ocorrência fora do normal e fazendo modificações ao modo como as coisas são feitas.
As revisões do desempenho, a intervalos adequados, poderão ser utilizadas para determinar a progressão na
responsabilidade social, ajudando a manter os programas bem orientados, a identificar áreas que necessitam
de mudança e a contribuir para a melhoria do desempenho. As partes interessadas poderão desempenhar um
papel importante na revisão do desempenho de a organização em questões da responsabilidade social.
Para além da revisão das actividades existentes, a organização deverá também manter-se informada das
condições ou expectativas de alteração, dos desenvolvimentos legais ou reguladores que afectem a
responsabilidade social e das novas oportunidades para melhorar os seus esforços relativamente à
responsabilidade social. Esta secção identifica algumas técnicas que as organizações poderão utilizar para
monitorizar, rever e aperfeiçoar o seu desempenho no que respeita à responsabilidade social.
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Quando decidir quais as actividades a monitorizar, a organização deverá centrar-se naquelas que sejam
significativas e procurar tornar os resultados da monitorização fáceis de entender, fiáveis, atempados e que
dêem resposta às preocupações das partes interessadas.
Há muitos métodos diferentes que poderão ser utilizados para monitorizar o desempenho na responsabilidade
social, incluindo revisões a intervalos adequados, benchmarking e obtenção de retroinformação das partes
interessadas. As organizações poderão obter regularmente informações sobre os seus programas comparando
as suas características e o seu desempenho com as actividades de outras organizações. Tais comparações
poderão centrar-se em acções relacionadas com temas fundamentais específicos ou em abordagens mais
vastas para integrar a responsabilidade social em toda a organização.
Um dos métodos mais comuns é a medição a partir de indicadores. Um indicador é informação qualitativa ou
quantitativa sobre os resultados associados à organização que sejam comparáveis e demonstrem as alterações
ao longo do tempo. Os indicadores poderão, por exemplo, ser utilizados para monitorizar ou avaliar a
concretização dos objectivos do projecto ao longo do tempo. Deverão ser claros, informativos, práticos,
comparáveis, precisos, credíveis e fiáveis. Informações adicionais mais extensas sobre a selecção e a
utilização de indicadores estão disponíveis em muitas referências sobre a responsabilidade social e a
sustentabilidade.
Embora os indicadores que fornecem resultados quantitativos sejam de utilização imediata, poderão não ser
suficientes para todos os aspectos da responsabilidade social. Na área dos direitos humanos, por exemplo, os
pontos de vista de mulheres e homens sobre o facto de estarem ou não a ser tratados de forma justa poderão
ser mais significativos do que alguns indicadores quantitativos sobre a discriminação. Os indicadores
quantitativos relacionados com os resultados de inquéritos ou discussões de grupos-alvo poderão ser
combinados a indicadores qualitativos que descrevam pontos de vista, tendências, condições ou estados.
Também é importante reconhecer que a responsabilidade social é mais do que conquistas específicas em
actividades mensuráveis, como a redução da poluição e a resposta às queixas. Como a responsabilidade
social se baseia em valores, aplicação dos princípios da responsabilidade social e atitudes, a monitorização
poderá envolver abordagens mais subjectivas como a entrevista, a observação e outras técnicas para avaliar
comportamento e compromissos.
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7.8.1 Generalidades
Muitas organizações desenvolveram iniciativas voluntárias destinadas a ajudar outras organizações a
tornarem-se mais socialmente responsáveis. Em alguns casos, uma iniciativa de responsabilidade social é, na
verdade, a organização criada para abordar expressamente vários aspectos da responsabilidade social. O
resultado é uma grande variedade de iniciativas à disposição das organizações interessadas na
responsabilidade social. Algumas envolvem a adesão ou o apoio a outras organizações.
Algumas destas iniciativas da responsabilidade social abordam aspectos de um ou mais temas fundamentais
ou questões; outras abordam várias formas de a responsabilidade social poder ser integrada nas decisões e
actividades da organização. Algumas iniciativas da responsabilidade social criam ou promovem ferramentas
específicas ou guias práticos que poderão ser utilizados para integrar a responsabilidade social em toda a
organização. Algumas iniciativas desenvolvem ou promovem expectativas mínimas relativamente à
responsabilidade social. Essas expectativas poderão assumir várias formas, incluindo códigos de conduta,
recomendações, linhas de orientação, declarações de princípios e valores. Algumas iniciativas têm sido
desenvolvidas por diferentes sectores num esforço para abordar alguns dos desafios específicos de um sector.
A existência de uma iniciativa de responsabilidade social num sector em particular não significa que o sector
seja necessariamente mais responsável ou potencialmente mais perigoso.
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específicas ou sobre questões específicas. A orientação prática disponibilizada por estas iniciativas de
responsabilidade social poderá variar desde as ferramentas de auto-avaliação até à verificação por terceiros.
7.8.3 Considerações
Ao determinar quando participar ou utilizar uma iniciativa da responsabilidade social, a organização deverá
considerar os seguintes factores:
− se a iniciativa é consistente com os princípios descritos na secção 4;
− se a iniciativa disponibiliza orientação prática e valiosa de modo a ajudar a organização na abordagem de
um tema fundamental ou de uma questão em particular e/ou a integrar a responsabilidade social em todas
as suas actividades;
− se a iniciativa é concebida para esse tipo de organização em particular ou para as suas áreas de interesse;
− se a iniciativa é aplicável local ou regionalmente, se tem um âmbito global ou se é aplicável a todos os
tipos de organizações;
− se a iniciativa auxiliará a organização a alcançar grupos de partes interessadas específicos;
− o tipo de organização ou organizações que desenvolvem e dirigem a iniciativa, tais como, o governo,
ONGs, sindicatos, sector privado ou académico;
− a reputação da organização ou organizações que desenvolvem e dirigem a iniciativa, considerando a sua
credibilidade e integridade;
− a natureza do processo de desenvolvimento e governação da iniciativa, por exemplo, se a iniciativa tem
sido desenvolvida através de ou governada por um processo multi-parte interessada transparente, aberto e
acessível, com participantes de países desenvolvidos e em desenvolvimento; e
− a acessibilidade da iniciativa, por exemplo, se a organização tem de assinar um contrato para participar ou
se há custos para aderir à iniciativa.
Ao considerar estes e outros factores, a organização deverá ter cuidado com a forma como interpreta os
resultados. Por exemplo, a ampla aceitação da iniciativa pode ser um indicador de viabilidade, valor,
reputação ou relevância, embora possa também ser um indicador de que a iniciativa tenha requisitos menos
rígidos. Em contrapartida, uma iniciativa nova e menos generalizada com o valor e a praticabilidade ainda
por provar pode ser mais inovadora ou desafiante. Para além disto, uma iniciativa disponível gratuitamente
pode parecer atractiva; todavia, uma iniciativa que esteja disponível mediante pagamento pode ter mais
hipóteses de ser actualizada e, assim, torna-se mais valiosa a longo prazo. O facto de uma iniciativa ou
ferramenta estar disponível gratuitamente, ou mediante pagamento, não deverá ser encarado como um
indicador de mérito dessa iniciativa ou ferramenta em particular.
É importante rever periodicamente o valor, a relevância e/ou a aplicabilidade de qualquer iniciativa
seleccionada.
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a sua eficácia, credibilidade, legitimidade e natureza representativa – não são aqui consideradas. Essas
características deverão ser avaliadas directamente por aqueles que ponderem a utilização da iniciativa ou
ferramenta. Linhas de orientação quanto a outros aspectos importantes a ter em conta na avaliação de
iniciativas são disponibilizadas na Caixa 16.
Caixa 16 – Iniciativas certificáveis e iniciativas relacionadas com interesses económicos e comerciais
Algumas (mas não todas) das iniciativas de responsabilidade social listadas no Anexo A incluem a
possibilidade de certificação relacionada com a iniciativa por terceiros independentes. Em alguns casos, a
certificação é um requisito para utilizar a iniciativa. O facto de uma iniciativa incluir a possibilidade de, ou o
requisito de, certificação não deverá ser visto como indicador do valor dessa iniciativa. A implementação de
qualquer ferramenta ou iniciativa listada no Anexo A – incluindo as que envolvem certificação – não pode
ser utilizada para afirmar conformidade com a NP ISO 26000 ou para mostrar a sua adopção ou
implementação.
Independentemente de terem sido desenvolvidas por organizações “com fins lucrativos” ou “sem fins
lucrativos”, algumas iniciativas ou ferramentas estão ligadas a interesses comerciais ou económicos que
envolvem pagamento por utilização, uma quota de membro ou o pagamento por serviços de verificação ou
certificação. Utilizar uma iniciativa ou ferramenta para promover um produto ou organização é outro
exemplo dessa ligação comercial. A existência desses interesses não é por si só um aspecto negativo de uma
iniciativa de responsabilidade social; eles poderão, por exemplo, ser necessários para a organização
administrar a iniciativa ou ferramenta, para cobrir os seus custos e actividades ou poderão ser uma forma
legítima de informar as partes interessadas das características relevantes de um produto ou organização.
Todavia, quando avaliar uma iniciativa ou ferramenta relacionada com esses interesses, o utilizador da
presente Norma deverá considerar os interesses comerciais associados e o potencial conflito de interesses.
Por exemplo, uma organização que administre uma iniciativa da responsabilidade social pode dar uma
prioridade indevida à obtenção de receitas a partir da disponibilização de certificações em detrimento da
precisão da verificação dos requisitos para essa certificação. Avaliar a credibilidade das organizações que
administram iniciativas ou ferramentas é, assim, particularmente importante quando estas estão ligadas a
interesses económicos ou comerciais.
NP
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Anexo A
(informativo)
Ao utilizar este Anexo, é importante lembrar que a NP ISO 26000 não é uma norma de sistemas de gestão.
Esta não se destina nem é adequada a fins de certificação nem a utilização reguladora ou contratual.
Qualquer oferta para certificar, ou reivindicação de ser certificado pela NP ISO 26000, será uma
interpretação incorrecta da intenção e da finalidade da presente Norma. As informações disponibilizadas
neste Anexo destinam-se puramente a disponibilizar alguns exemplos de linhas orientadoras voluntárias
adicionais quanto à responsabilidade social. Ainda que estas iniciativas possam disponibilizar linhas
orientadoras úteis quanto à responsabilidade social, não é uma pré-condição que a organização deva
participar em algumas destas iniciativas, ou utilizar qualquer uma destas ferramentas, para ser socialmente
responsável.
Este Anexo apresenta uma lista não-exaustiva de iniciativas voluntárias e ferramentas de responsabilidade
social. O objectivo deste Anexo é disponibilizar exemplos de iniciativas e ferramentas existentes que possam
oferecer linhas orientadoras adicionais quanto aos temas fundamentais e às práticas de integração da
responsabilidade social.
Para melhor compreender e implementar a responsabilidade social, os utilizadores são também encorajados a
consultar a Bibliografia, que faz parte integrante da NP ISO 26000. A Bibliografia disponibiliza referências a
instrumentos internacionais que são considerados fontes credíveis para as recomendações na presente
Norma.
Para os fins da presente Norma, uma iniciativa de responsabilidade social refere-se a um “programa ou
actividade expressamente dedicado a cumprir um objectivo particular relacionado com a responsabilidade
social” (2.10). Uma ferramenta da responsabilidade social refere-se a um sistema, metodologia ou meios
similares que se relaciona com uma iniciativa específica da responsabilidade social e é concebida para ajudar
as organizações a cumprir objectivos particulares relacionados com a responsabilidade social.
Este Anexo está dividido em dois Quadros, distinguindo as iniciativas e ferramentas que se aplicam a mais
do que um sector (Quadro A.1: “inter-sectorial”) e aquelas que se aplicam apenas a sectores públicos ou
privados específicos (Quadro A.2: “sectorial”).
As iniciativas inter-sectoriais para a responsabilidade social listadas no Quadro A.1 incluem três tipos de
iniciativas: “iniciativas intergovernamentais” (desenvolvidas e administradas por organizações
intergovernamentais); “iniciativas multi-partes interessadas” (desenvolvidas ou administradas através de
processos multi-partes interessadas); e “iniciativas de parte interessada única” (desenvolvidas ou
administradas através de processos de parte interessada única).
As iniciativas sectoriais para a responsabilidade social listadas no Quadro A.2 referem-se a iniciativas que
foram desenvolvidas por sectores específicos (como a agricultura, as tecnologias da informação, os serviços
públicos, o turismo, etc.) num esforço para abordar alguns dos desafios específicos desse sector. Nem todos
os sectores que têm desenvolvido iniciativas estão listados neste Anexo e nem todas as iniciativas em
qualquer um dos sectores listados estão necessariamente incluídas neste Quadro. A existência de uma
iniciativa num sector em particular não significa que o sector seja mais responsável ou mais nocivo.
Para cada iniciativa ou ferramenta listada, a organização ou organizações que lançaram a iniciativa ou
ferramenta são identificadas e são disponibilizadas informações sobre os temas fundamentais da
NP
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NP ISO 26000 ou as práticas para integração da responsabilidade social com a qual se relacionam. É
disponibilizado um endereço de Internet, com uma breve descrição dos fins e dos potenciais utilizadores da
iniciativa ou ferramenta, e detalhes sobre se é necessário ser membro para utilizar a iniciativa ou ferramenta.
Informações relativamente ao envolvimento intergovernamental e das partes interessadas, no
desenvolvimento ou na gestão da iniciativa ou ferramenta, são também disponibilizadas, assim como
informação sobre se a iniciativa ou ferramenta se destina a certificação.
As informações neste Anexo foram disponibilizadas por peritos que participaram na elaboração da presente
Norma. Estas informações reflectem a situação no momento da conclusão da presente Norma e serão revistas
pela ISO se, e quando a Norma Internacional for revista. Reconhecendo que as informações neste Anexo não
são exaustivas e que a responsabilidade social é uma área em desenvolvimento contínuo, as organizações que
considerem a possível utilização de iniciativas ou ferramentas, são aconselhadas a procurar também
informações actualizadas de outras fontes sobre iniciativas aplicáveis no seu país, região ou sector.
Foi incluído neste Anexo apenas a iniciativa voluntária ou ferramenta de responsabilidade social se esta
cumprir todos os seguintes critérios:
− se abordar aspectos de um ou mais temas fundamentais ou integrar aspectos da responsabilidade social
(conforme descrito nas secções 5, 6 e 7 da presente Norma);
− se não tiver sido concebida especificamente para ser utilizada num país ou por organizações de um país,
mesmo que opere no estrangeiro;
− se estiver actualmente a ser utilizada em mais do que um país;
− se não tiver sido concebida para utilização por uma única organização ou grupo de organizações
(significando que as organizações estão ligadas através de donos ou parceiros comuns);
− se estiver publicamente disponível sem qualquer custo, como ferramenta ou linhas de orientação
(NOTA: O facto de a organização responsável pela iniciativa ou ferramenta poder ter outras actividades que envolvam um custo
para os utilizadores, como taxas de adesão ou taxas por serviços, não exclui essa iniciativa ou ferramenta de ser aqui listada,
independentemente de o custo poder estar de alguma forma ligado à iniciativa ou ferramenta);
− se não for gerida por a organização privada “com fins lucrativos” com o intuito e ganhos financeiros; e
− se estiver disponível em pelo menos uma das línguas oficiais ISO.
Caixa 17 – Não endosso das iniciativas pela ISO ou pelo IPQ
Os critérios apresentados acima não constituem uma opinião por parte da ISO ou pelo IPQ sobre o valor ou a
eficácia de qualquer uma das iniciativas ou ferramentas da responsabilidade social listadas neste Anexo. Os
critérios destinam-se simplesmente a disponibilizar um objectivo base para identificar um conjunto de
iniciativas e ferramentas que se possam aplicar a muitas organizações.
Ao determinar a utilização de qualquer uma destas iniciativas ou ferramentas, uma organização deverá ter
em conta as considerações apresentadas em 7.8. Embora este Anexo liste algumas iniciativas de
responsabilidade social que envolvam a certificação, não é necessário estar certificado em relação a qualquer
uma destas iniciativas para se considerar o alinhamento com as linhas de orientação da presente Norma (ver
Caixa 16).
O facto de uma iniciativa ou ferramenta ser mencionada neste Anexo não implica qualquer forma de endosso
pela ISO ou IPQ dessa iniciativa ou ferramenta. Para além disto, características importantes relacionadas
com a iniciativa que não poderão ser objectivamente medidas no âmbito da presente Norma – como a sua
eficácia, credibilidade, legitimidade e natureza representativa – não são aqui consideradas. Tais
características deverão ser avaliadas directamente por quem pondere a utilização dessa iniciativa ou
ferramenta.
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(continua)
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*NP ISO 26000 índice das Secções: 6.2 Governação organizacional; 6.3 Direitos humanos; 6.4 Práticas laborais; 6.5 Ambiente; 6.6 Práticas operacionais justas; 6.7
Questões relativas ao consumidor; 6.8 Envolvimento e desenvolvimento da comunidade; 5.2 Reconhecimento da responsabilidade social; 5.3 Identificação e
envolvimento das partes interessadas; 7.2 A relação das características de uma organização com a responsabilidade social; 7.3 Compreender a responsabilidade social
de uma organização; 7.4 Práticas de integração da responsabilidade social de uma organização; 7.5 Comunicação sobre a responsabilidade social; 7.6 Reforçar a
credibilidade relativamente à responsabilidade social; 7.7 Rever e melhorar as acções e práticas de uma organização relacionadas com a responsabilidade social
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Sector: AGRICULTURA
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(continua)
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(continua)
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p. 120 de 128
Anexo B
(informativo)
Abreviaturas
p. 121 de 128
Bibliografia
1)
Under preparation.
NP
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2011
p. 122 de 128
p. 123 de 128
p. 124 de 128
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Organise Convention (No. 87). 1948
[63] International Labour Organization (ILO): Holidays with Pay Convention (Revised) (No. 132).
1970
[64] International Labour Organization (ILO): Holidays with Pay Recommendation (No. 98). 1954
[65] International Labour Organization (ILO): Hours of Work (Industry) Convention (No. 1). 1919
[66] International Labour Organization (ILO): Hours of Work (Commerce and Offices) Convention
(No. 30).1930
[67] International Labour Organization (ILO): Social Justice Declaration. 2008
[68] International Labour Organization (ILO): Home Work Convention (No. 177). 1996
[69] International Labour Organization (ILO): Human Resources Development Convention (No. 142).
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[70] International Labour Organization (ILO): Human Resources Development Recommendation (No.
195).2004
[71] International Labour Organization (ILO): ILO Code of Practice on HIV/AIDS and the world of
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[72] International Labour Organization (ILO): ILO Constitution (including Declaration of
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[74] International Labour Organization (ILO): ILO Tripartite Declaration of Principles Concerning
Multinational Enterprises and Social Policy. Third Edition. 2006
[75] International Labour Organization (ILO): Indigenous and Tribal Peoples Convention (No. 169).
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[76] International Labour Organization (ILO): Maternity Protection Convention (No. 183). 2000
[77] International Labour Organization (ILO): Maternity Protection Recommendation (No. 191). 2000
[78] International Labour Organization (ILO): Migrant Workers (Supplementary Provisions)
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[79] International Labour Organization (ILO): Migrant Workers Recommendation (No. 151). 1975
[80] International Labour Organization (ILO): Migration for Employment Convention (Revised) (No.
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[81] International Labour Organization (ILO): Minimum Age Convention (No. 138). 1973
[82] International Labour Organization (ILO): Minimum Age Recommendation (No. 146). 1973
[83] International Labour Organization (ILO): Minimum Wage Fixing Convention (No. 131). 1970
[84] International Labour Organization (ILO): Minimum Wage Fixing Recommendation (No. 135).
1970
[85] International Labour Organization (ILO): Night Work Convention (No. 171). 1990
[86] International Labour Organization (ILO): Night Work Recommendation (No. 178). 1990
[87] International Labour Organization (ILO): Occupational Health Services Convention (No. 161).
1985
[88] International Labour Organization (ILO): Occupational Health Services Recommendation (No.
171). 1985
NP
ISO 26000
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[90] International Labour Organization (ILO): Occupational Safety and Health Recommendation (No.
164). 1981
[91] International Labour Organization (ILO): Older Workers Recommendation (No. 162). 1980
[92] International Labour Organization (ILO): Paid Educational Leave Convention (No. 140). 1974
[93] International Labour Organization (ILO): Part-Time Work Convention (No. 175). 1994
[94] International Labour Organization (ILO): Part-Time Work Recommendation (No. 182). 1994
[95] International Labour Organization (ILO): Private Employment Agencies Convention (No. 181).
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[96] International Labour Organization (ILO): Private Employment Agencies Recommendation (No.
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