O documento discute como a posse e a propriedade devem ser exercidas de acordo com os princípios da boa-fé e função social estabelecidos na Constituição brasileira. A posse é um direito autônomo que permite o uso efetivo dos bens de acordo com as demandas sociais, enquanto a propriedade deve atender à função social respeitando os direitos de terceiros. Ambos os direitos devem ser exercidos de boa-fé.
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O princípio da boa fé e a função social da Posse e da Propriedade - Breno Estevão-1.pdf
O documento discute como a posse e a propriedade devem ser exercidas de acordo com os princípios da boa-fé e função social estabelecidos na Constituição brasileira. A posse é um direito autônomo que permite o uso efetivo dos bens de acordo com as demandas sociais, enquanto a propriedade deve atender à função social respeitando os direitos de terceiros. Ambos os direitos devem ser exercidos de boa-fé.
O documento discute como a posse e a propriedade devem ser exercidas de acordo com os princípios da boa-fé e função social estabelecidos na Constituição brasileira. A posse é um direito autônomo que permite o uso efetivo dos bens de acordo com as demandas sociais, enquanto a propriedade deve atender à função social respeitando os direitos de terceiros. Ambos os direitos devem ser exercidos de boa-fé.
O princípio da boa fé e a função social da Posse e da Propriedade
Breno Estevão Freitas Santos
Com a constitucionalização do Direito Civil Brasileiro, os direitos protegidos
pelo codex devem ser adequados às garantias oriundas da nossa Carta Magna. Entre tais direitos, encontram-se a Posse e a Propriedade. Há uma linha tênue entre os institutos da Posse e da Propriedade, a rigor, são separadas pela existência ou não do registro do título, instrumento este inerente à propriedade. Ambas são protegidas juridicamente, diferenciando-se a posse por se tratar de uma situação fática, em que a exteriorização do direito sobre a coisa. A propriedade é garantida como um direito fundamental pela CF/88, pelo qual deverá atender a função social, atendendo às demandas da sociedade, economia e meio ambiente. Ao proprietário, não se faz necessário estar presente para que ele exerça tal título. Pois, ter não é possuir, ele pode ser o dono, porém, pode dispor temporariamente para outro fim, desde que atenda a função social. É uma primazia inegável, que a propriedade em regra é perpétua, contudo, a boa-fé é característica que também está agregada a ela. Devendo o dono exercer o seu domínio, sem prejudicar outrem. No entanto, ao posseiro, é essencial a sua presença, para operar o domínio sobre o corpus. Apesar da constituição haver se calado, entende-se o exercício da posse, seja ele pleno ou não, tem de fato, alguns dos poderes inerentes à propriedade, a saber, o uso, o gozo e esporadicamente a faculdade de reaver (Art. 1.225 CC/02). A posse constitui direito autônomo em relação à propriedade, dando efetivo aproveitamento dos bens. Devido a essa característica autônoma, não necessitando o vínculo a propriedade para desempenhar o seu exercício, a posse mostra-se bem mais efetiva como função social, operando de forma imediata às demandas sociais. É importante salientar que, para que o possuinte, seja amparado pelos direitos descritos no codex, ele deve exercer a sua posse de boa-fé, adquirindo-a de forma não violenta, clandestina ou precária. Conclui-se assim, que seja a propriedade ou posse, ambas são detentoras de direito, os quais poderão ser pleiteados caso sejam ofendidas, porém é mister que sejam exercidos de boa-fé e atendam a demanda social a que foram destinadas.