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Ao longo da história da filosofia ocidental, o ser humano atuou sobre os objetos que
o cercavam, organizando-os e sistematizando suas relações por meio do pensamento
racional.
Essa razão, por meio da qual os elementos da natureza são considerados simples
instrumentos que podem ser manipulados para atingir um objetivo, é denominada razão
instrumental. Ela se caracteriza pela atribuição de uma necessidade dogmática aos
conceitos com os quais se trabalha, impedindo o questionamento de sua lógica interna.
Ainda de acordo com essa visão, outra consequência política do uso instrumental
da razão diz respeito ao meio ambiente. A operação de abstração que a razão
instrumental promove tem como consequência a redução de seus objetos de
conhecimento, pois torna a experiência homogênea, excluindo as especificidades de
cada objeto.
Para o filósofo esloveno contemporâneo Slavoj Zizek, nascido em 1949, uma das
estratégias de dominação da subjetividade para sustentar as relações sociais e o uso
predatório da natureza é a ecologia do medo. Segundo ele, a propagação do medo
gera na população um estado de insegurança que é usado para favorecer a instauração
de autoridades inquestionáveis, as quais são toleradas pelas pessoas por representarem
proteção. Por isso, é importante compreender a extensão real dos problemas ambientais
e a verdadeira capacidade de resolução dessas questões pelas instâncias ou indivíduos
que se oferecem como salvadores, evitando que a preocupação ecológica se transforme
em um discurso que pretende impedir qualquer mudança.
3. Ética ambiental
As questões relacionadas à preservação da natureza e da vida na Terra ganharam mais
importância no debate filosófico das últimas décadas por precisarem de respostas
urgentes, indispensáveis para a continuação da existência humana. Todos os outros
temas filosóficos tornam-se secundários quando se entende que a vida no planeta está
ameaçada.
Por meio da ética ambiental, propõe-se uma atualização dos preceitos morais
tradicionais para que estes envolvam a responsabilidade pela demanda ambiental.
O filósofo alemão Hans Jonas (1903-1993), consciente dos impactos causados pela
sociedade da técnica ao planeta, mudou as premissas morais que demarcavam a ética
tradicional para tratar das questões relativas ao meio ambiente. Em seu livro O princípio
da responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica, publicado em
1979, ele demonstrou que a ética precisava ultrapassar o dever de cada ser humano para
com o outro, defendendo a responsabilidade das pessoas pelo futuro do planeta Terra.
Assim, propôs: “Age de tal maneira que os efeitos de tua ação sejam compatíveis
com a permanência de uma vida humana autêntica”.
Cada um desses grupos vê o mundo de uma forma, de acordo com seu ponto de vista.
Porém, veem as coisas da mesma maneira que os humanos, segundo as mesmas
categorias.
Esse espírito pode tomar diversas formas, transformando-se em ser humano, em outro
animal ou em qualquer outra forma que lhe sirva, como uma roupagem variável.