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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

RELATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL


ANÁLISE DE UMA EXPERIÊNCIA ATRAVÉS DE GRÁFICOS

EQUIPE
Linda Alice Soares de Paiva
Luciano Victor Dias Moura
Maria Letícia de Freitas Basilio
Ywanne Maria Silva e Lima

NATAL-RN
2019
Atividade 01

Análise de uma experiência através de gráficos

Este relatório tem a finalidade de apresentar a análise investigatória do


experimento do escoamento de água contida em um recipiente através de
gráficos e tabelas.

1. Análise de resultados

h(cm) → 30,0 10,0 4,0 1,0


d(cm) ↓ Tempo de esvaziamento(s)
1,5 74,00 44,5 26,7 14,1
2,0 41,2 23,7 15 7,3
3,0 18,4 10,5 6,8 3,7
5,0 6,8 3,9 2,2 1,5

Tabela 1. Tempo de esvaziamento (em segundos) em função simultânea da altura (h) da


coluna de água e do diâmetro (d) do orifício

Através da tabela 1, é possível observar os números significativos de cada


medida. Sendo a altura definida com 2 e 3 algarismos significativos, o diâmetro
com 2 e o tempo com 2 e 3. Definem-se esses números de uma medida como
todos os algarismos lidos fossem corretos exceto o último, no qual seria o
duvidoso. Tais algarismos, também nos permite identificar o tipo de instrumento
utilizado e a escala da medição. No caso do diâmetro a escala é em
centímetros. Já o escoamento seria o segundo, e o instrumento possível para
realização dessa medida seria o cronômetro.

Além disso, a partir da análise dessa tabela, podemos investigar os erros das
medidas realizadas. No que diz respeito ao erro do instrumento, o erro do
diâmetro e da altura é de ±0,5 cm e o do tempo de escoamento é de ±0,5 s. Já
no que diz respeito ao erro do instrumento em relação a medida, temos:

𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑟𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝜀% = × 100
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎

Altura (cm) Erro relativo Diâmetro (cm) Erro relativo


(%) (%)

30,0 2% 1,5 33%


10,0 5% 2,0 25%

4,0 13% 3,0 17%

1,0 50% 5,0 10%

Tempo (s) Erro relativo Tempo (s) Erro relativo


(%) (%)
74,0 0,7% 10,5 5%

44,5 1% 7,3 7%

41,2 1% 6,8 7%

26,7 2% 6,8 7%

23,7 2% 3,9 13%

18,4 3% 3,7 14%

15,0 3% 2,2 23%

14,1 4% 1,5 33%

Nesse sentido os maiores e menores erros relativos da altura, diâmetro e


tempo, são: 1,0 e 30,0 cm; 1,5 e 5,0 cm; 1,5 e 74,0 s, respectivamente.

2. Como o tempo de escoamento depende do diâmetro do orifício?

Para responder essa pergunta, é preciso primeiramente construir o gráfico do


tempo (𝑡) de escoamento versus o diâmetro (𝑑). Logo em seguida, a tentativa
de fazer uma relação entre 𝑡 e 𝑑 sugerida pelo roteiro, é chamada de
linearização. Que consiste, através do Excel, adicionar a este gráfico linhas de
tendências do tipo potência a fim de obter equações. Tais equações possuem o
formato:

𝑡 = 𝐶1 𝑑 𝛼
Gráfico de t(s) versus d(cm)
80,00
y = 163,73x-1,981
R² = 0,9999
70,00
h = 30
60,00
y = 98,044x-2,014 h = 10
R² = 0,9994 h=4
50,00
h=1
t(s)

40,00 Potência (h = 30)


y = 62,912x-2,067
R² = 0,9991 Potência (h = 10)
30,00
Potência (h = 4)
Potência (h = 1)
20,00
y = 27,921x-1,831
R² = 0,9966
10,00

0,00
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)

Para melhor investigação será necessário fazer arredondamentos dos valores


de 𝐶1 e 𝛼, respeitando a regra dos algarismos significativos.

h(cm) 30,0 10,0 4,0 1,0


α -2,0 -2,0 -2,1 -1,8
C1 164 98,0 62,9 27,9

Consegue-se verificar que a unidade de medida de 𝐶1 é 𝑠. 𝑐𝑚2 , pois 𝛼 sempre


assumirá valores próximos de -2. Isso permite afirmar que 𝑡 varia linearmente
1 1
com . Nesse sentido, é construído um novo gráfico de 𝑡 versus para
𝑑2 𝑑2
adicionar a linha de tendência do tipo linear. As equações obtidas estão no
formato:

𝐶1 (ℎ)
𝑡=
𝑑2

t h(cm)
166/d² - 0,03 30,0
100/d² - 0,58 10,0
60,3/d² - 0,07 4,0
30,9/d² + 0,12 1,0

Tabela 2. Relação algébrica entre t e d para diferentes alturas h.


Linearização
80,0
y = 166,18x - 0,0288
R² = 0,9999
70,0
h = 30
60,0
h = 10

50,0 h=4
y = 100,43x - 0,5803 h=1
R² = 0,9989
t(s)

40,0 Linear (h = 30)


y = 60,301x - 0,072
Linear (h = 10)
30,0 R² = 0,9999
Linear (h = 4)

20,0 Linear (h = 1)

10,0
y = 30,869x + 0,1246
R² = 0,9956
0,0
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50
1/d²(cm²)

Comparando estas novas relações algébricas da tabela 2 com as anteriores, foi


visualizado que as constantes de uma em relação à outra são bem próximas. O
que infere um modelo matemático bem próximo dos resultados reais.

2.1. A análise do 𝑅 2

Define-se o 𝑅 2 como um índice de correlação entre a equação dada pelo


programa e os dados reais do experimento, ou seja, quanto mais próximo de 1
o 𝑅 2 estiver, melhor a correlação. Em seguida os gráficos a seguir indicarão o
comportamento do grau de ajuste (𝑅 2 ) para cada tipo de função exemplificada
(linear, polinomial, exponencial e logarítmica), de acordo com a alteração das
medidas de t, na altura de 30,0cm e diâmetro de 3,0cm, para os valores de
18,4s, 10,0s e 8,0s, respectivamente.

2.1.1 Comportamento inicial de 𝑅 2 :


GRÁFICO A
80,0

70,0

60,0

50,0
t(s)

40,0
y = -16,842x + 83,52 Série1
R² = 0,7751 Linear (Série1)
30,0

20,0

10,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)

GRÁFICO B
80,0

70,0

60,0

50,0
t(s)

40,0
y = 9,3548x2 - 78,868x + 167,71 Série1

R² = 0,9769 Polinomial (Série1)


30,0

20,0

10,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)

GRÁFICO C
80,0

70,0

60,0

50,0
t(s)

40,0 Série1
y = 165,11e-0,659x
Exponencial
R² = 0,9696 (Série1)
30,0

20,0

10,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)
GRÁFICO D
80,0

70,0

60,0

50,0
t(s)

40,0 Série1
y = -53,57ln(x) + 86,077
R² = 0,8939 Logarítmica
30,0 (Série1)

20,0

10,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)

A partir da definição do 𝑅 2 os gráficos com linha de tendência polinomial e


exponencial tiveram mais correlação com os dados reais do experimento.
Agora verifica-se o efeito de uma medida mal feita:

2.1.2 Comportamento de 𝑅 2 em t=10s:

GRÁFICO A
80,0

70,0

60,0

50,0
t(s)

40,0
y = -16,842x + 83,52 Série1
R² = 0,7751 Linear (Série1)
30,0

20,0

10,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)
GRÁFICO B
80,0

70,0

60,0

50,0
y = 9,3548x2 - 78,868x + 167,71
R² = 0,9769
t(s)

40,0
Série1
Polinomial (Série1)
30,0

20,0

10,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)

GRÁFICO C
80,0

70,0

60,0

50,0
t(s)

40,0 Série1
y = 165,11e-0,659x
Exponencial
R² = 0,9696 (Série1)
30,0

20,0

10,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)

GRÁFICO D
80,0

70,0

60,0

50,0
t(s)

40,0 Série1
y = -53,57ln(x) + 86,077
R² = 0,8939 Logarítmica
30,0 (Série1)

20,0

10,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)

2.1.3 Comportamento de 𝑅 2 em 8,0s:


GRÁFICO A
80,0

70,0

60,0

50,0

t(s) 40,0
y = -16,842x + 83,52 Série1
R² = 0,7751 Linear (Série1)
30,0

20,0

10,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)

GRÁFICO B
80,0

70,0

60,0

50,0
y = 9,3548x2 - 78,868x + 167,71
R² = 0,9769
t(s)

40,0
Série1
Polinomial (Série1)
30,0

20,0

10,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)

GRÁFICO C
80,0

70,0

60,0

50,0
t(s)

40,0 Série1
y = 165,11e-0,659x
Exponencial
R² = 0,9696 (Série1)
30,0

20,0

10,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)
GRÁFICO D
80,0

70,0

60,0

50,0

t(s) 40,0 Série1


y = -53,57ln(x) + 86,077
R² = 0,8939 Logarítmica
30,0 (Série1)

20,0

10,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
d(cm)

Diante dessas novas análises gráficas, o valor de 𝑅 2 não se altera. Gerando


um efeito de distanciamento entre os modelos do programa e resultados reais,
tendo em vista a mudança proposital das medidas não terem gerado efeitos
significativos.

3. Como o tempo de escoamento depende da altura do recipiente?


𝐶1 (ℎ)
Anteriormente foi observada a relação: 𝑡 = , onde a constante varia em
𝑑2
relação a altura. Logo é imprescindível analisar o comportamento dessa
constante, através da linearização do gráfico 𝑡 versus 𝑑, como também os
gráficos gerados entre 𝐶1 versus ℎ com as respectivas linhas de tendência
(polinomial, potência, logarítmica e linear), a fim de descobrir qual modelo
matemático é o mais próximo do experimento real.

C1 h(cm)
166 30,0
100 10,0
60,3 4,0
30,9 1,0

Tabela 3. Relação algébrica entre 𝐶1 e altura h


180
160
140
120
Série1
100
80 Polinomial
y = -0,1514x2 + 9,2996x + 23,163 (Série1)
60 R² = 0,9992
40
20
0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0

180
160
140
y = 30,825x0,4984
120 R² = 0,9991
100 Série1
80 Potência (Série1)

60
40
20
0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0

180
y = 39,41ln(x) + 19,446
160 R² = 0,9433
140
120
Série1
100
Logarítmica
80
(Série1)
60
40
20
0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
180
y = 4,3732x + 40,102
160
R² = 0,9531
140
120
100 Série1
80 Linear (Série1)

60
40
20
0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0

Por conseguinte, é notório que o 𝑅 2 mais próximo de 1 é gráfico tipo


potência. Portanto, para realizar a relação matemática 𝐶1 em função de ℎ,
1
foi realizada a linearização do gráfico, com 𝐶1 versus ℎ2 :

180
160
y = 30,326x + 1,0561
140
R² = 0,9987
120
100 Série1
80 Linear (Série1)
60
40
20
0
0,0 2,0 4,0 6,0

Obteve-se, assim, 𝐶1 (ℎ), de acordo com o gráfico e com as correções de A.S.


necessárias:

𝐶1 (ℎ) = 30,3√ℎ + 1,06

Logo, foi possível obter a função geral de 𝑡(ℎ, 𝑑):

30,3√ℎ + 1,06
𝑡=
𝑑²
Assim o valor de 𝐶2 é 30,3.

Com a obtenção da função geral, esta é capaz de retornar os valores de t em


função 𝑑 e ℎ diretamente. A tabela a seguir mostra os valores obtidos
automaticamente com uso da função na planilha eletrônica, provando que é
realmente válida.

h(cm) → 30,0 10,0 4,0 1,0


d(cm) ↓ Tempo de esvaziamento(s)
1,5 74,2 43,1 27,4 13,9
2,0 41,8 24,2 15,4 7,8
3,0 18,6 10,8 6,9 3,5
5,0 6,7 3,9 2,5 1,3

Tabela 4. Valores do tempo de esvaziamento 𝑡 calculados pela fórmula geral.

Também é possível fazer previsões do tempo de esvaziamento 𝑡 com valores


arbitrários de ℎ e 𝑑:
h(cm) d(cm) t(s)
6,0 1,0 75,3
50,0 6,0 6,0
60,0 4,0 14,7

Tabela 5. Previsões para alguns valores de ℎ e de 𝑑 .

Por fim, podemos destacar algumas conclusões: a fórmula geral encontrada


não pode ser usada para qualquer tamanho de recipiente ou para líquidos
diferentes da água, visto que, embora suas variáveis não dependam dessas
informações, a função foi moldada dentro de uma situação na qual os principais
parâmetros são o recipiente utilizado, o qual não variou, e a vazão da água,
sendo esses, assim, as limitações de aplicação da função geral. Nesse caso,
ao observar que dimensão isolada do diâmetro no denominador, infere que
para valores de diâmetro próximos a zero o tempo de escoamento tende ao
infinito.

Outra conclusão destacada é que a constante 𝐶2 é determinada pela grandeza


física do tempo e do tamanho do diâmetro. Além disso, o tempo de
escoamento depende da raiz quadrada da altura do recipiente e do diâmetro ao
quadrado.

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