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Carburador:

O carburador é um componente mecânico responsável pela alimentação de um


motor a explosão. Ele é responsável pela criação da mistura ar/combustível e
sua dosagem em motores de combustão interna, seu funcionamento básico é
totalmente mecânico.

Mistura Ar/Combustível:

Combustível – variável

Ar – Variável

Centelha – Cte ou Fixo, por ser no momento controlado

Relação estequiométrica: “Mistura perfeita” (valor de referência por o motor


não trabalhar sendo controlado e relacionando a o que se deseja melhor
desempenho ou menor consumo.

3 tipos de mistura:

Mistura Rica: Mais combustível

Mistura Pobre: Mais ar

Air/Fuel (Ar/Combustível)

Gasolina Brasileira; 13:1

Álcool (etanol): 9:1

Mistura Ideal = Mistura Estequiométrica

Fator lambda = 1  Mistura Estequiométrica

Fator lambda < 1.00  Mistura Rica (Mais Combustível)

Fator lambda > 1.00  Mistura Pobre (Mais Ar)

Cálculo: Ar/Combustível (Ex: Gasolina)

A / F = 13:1 = Fator Lambda 1.00

A / F = 12:1 = 12/13 = Fator Lambda 0.92308  Mistura Rica


Funcionamento:

O ar aspirado pelo pistão passa em alta velocidade pelo difusor (um


estreitamento de passagem) arrastando uma porção de combustível de um
pequeno compartimento reservatório chamado "Cuba". A borboleta (instalada
na base do carburador) que é ligada diretamente ao pedal do acelerador dosa
de acordo com sua abertura a quantidade de mistura que o motor precisa
aspirar, quando acionada, uma bomba injeta uma quantidade de combustível
da cuba diretamente pelo difusor para a aceleração rápida. Por esta dosagem,
ele determina o número de RPM (rotações por minuto) e a potência que o
motor desenvolverá. Em marcha lenta encontrando-se a borboleta fechada,
uma agulha de mistura controla a entrada de ar e combustível.
Carcaça do Carburador:

Forma o corpo principal do carburador, com alojamentos específicos para o


êmbolo de aceleração, parafuso de ajuste da rotação, boia controladora de
nível, calibradores, borboleta do afogador. Em seu interior, encontram-se duas
cavidades cilíndricas: uma na vertical, outra na horizontal. Na cavidade vertical,
é alojado o êmbolo controlador do fluxo de ar e respectiva agulha de controle
de combustível. Na cavidade horizontal, encontra-se a borboleta do afogador e
um estreitamento central chamado difusor, cuja função é provocar o efeito
Venturi ou aumento da velocidade do ar aspirado pela diferença de pressão. A
figura, a seguir, mostra uma carcaça de um carburador em corte, com destaque
para o difusor (Venturi).
Efeito Venturi: Ocorre no Difusor

O efeito Venturi (também conhecido como tubo de Venturi) ocorre,


quando em um sistema fechado, o fluido em movimento constante dentro de
um duto uniforme comprime-se momentaneamente ao encontrar uma zona de
estreitamento diminuindo sua pressão e consequentemente aumentando sua
velocidade.

O efeito Venturi é explicado pelo Princípio de Bernoulli e o princípio de


continuidade de massa. Se o caudal de um fluido é constante, mas a seção
diminui necessariamente a velocidade aumenta após atravessar esta seção.
Pelo teorema da conservação da energia se a energia cinética aumenta, a
energia determinada pelo valor da pressão diminui obrigatoriamente.

Equação de Bernoulli:

A energia de um fluido em qualquer momento consta de três componentes:

1. Cinética: é a energia devida à velocidade que possua o fluido.

2. Potencial gravitacional: é a energia devida à altitude que um fluido


possua.

3. Energia de fluxo: é a energia que um fluido contém devido à pressão


que possui.

Onde:
 = velocidade do fluido na seção considerada.

 = aceleração gravitacional

 = altura na direção da gravidade desde uma cota de referência.

 = pressão ao longo da linha de corrente.

 = densidade do fluido.

Para aplicar a equação se deve realizar as seguintes suposições:

 Viscosidade (atrito interno) = 0 Ou seja, se considera que a linha de


corrente sobre a qual se aplica se encontra em uma zona 'não viscosa'
do fluido.

 Caudal (ou vazão) constante

 Fluxo incompressível, onde ρ é constante.

 A equação se aplica ao longo de uma linha de corrente ou em um fluxo


irrotacional.

Energia Cinética: mv²/2 ; m = massa (kg) , m = velocidade (m/s)

Energia Gravitacional: mgh ; g = gravidade, h = altura

Aplicação em fluidos reais

Na realidade não existem fluidos ideais, pois qualquer que seja o fluido possui
viscosidade. Assim torna-se necessário acrescentar à equação em questão,
um parâmetro que tenha em consideração este fator e o efeito do atrito entre o
fluido e a conduta. Este parâmetro é geralmente denominado de perda de
energia ou perdas de carga.

Sendo , o ponto inicial (1); e , o ponto final (2) e a


energia que se dissipa entre os dois.

Onde,
 é a altura do ponto em relação ao PHR (Plano Horizontal de
Referência) ;

 é a pressão do fluido no ponto ;

 é o peso específico do fluido ; = ρg

 é a velocidade do fluido no ponto ;

 é a aceleração da gravidade ;

 é a perda de carga entre os pontos 1 e 2 .

Cubo de Nível Constante – É o reservatório de combustível no carburador.


Tem forma de “copo”, e é fixada à carcaça do carburador por meio de
parafusos. Entre a cuba e a carcaça, utiliza-se uma junta de borracha para
evitar vazamentos entre as mesmas. Em sua estrutura, encontra-se o
parafuso de drenagem, destinado ao esvaziamento da cuba para eventuais
reparos.

Boia Controladora de Nível – Sua função é manter um nível adequado de


combustível na cuba, para a alimentação do motor. Está situada no interior
da cuba, e montada em uma válvula de estilete, cujo funcionamento se
assemelha a uma caixad’água, ou seja, à proporção em que for evacuado o
líquido contido no reservatório, a boia vai baixando, permitindo a entrada de
mais líquido através da válvula até que se complete novamente o nível
estipulado. Geralmente, a boia do carburador é de plástico, resistente a
ataques químicos dos combustíveis.

Calibradores – Também conhecidos por gicleur servem para limitar o fluxo


de combustível que passa pelos canais alimentadores do carburador. O
orifício de passagem dos calibradores tem diâmetro pré-estabelecido pelos
fabricantes das motocicletas e não deve ser alterado em hipótese alguma. A
figura seguinte ilustra três dos principais calibradores de um carburador, ou
seja, calibrador do sistema principal, o calibrador do sistema de marcha
lenta, a válvula de estilete da boia e o sistema de boia.
Carburador e sistema de boia

Carburador e sistema de boia


Parafuso de Ajuste de Rotação – Regula a rotação do motor em regime
de marcha lenta. Geralmente, é atarrachado na carcaça do carburador com
uma mola que serve de trava do parafuso na posição desejada.

Parafuso de Drenagem – Serve como bujão da cuba de nível constante e,


quando retirado, permite o escoamento do combustível contido na mesma.

Parafuso de Mistura – Controla a mistura ar/combustível que alimenta o


motor em regime de marcha lenta.

Êmbolo Controlador da Aceleração – É o principal elemento do


carburador, pelo fato deste permitir que o motor diversifique sua rotação,
desde a marcha lenta até o limite máximo de sua capacidade de giro. O
êmbolo está situado na cavidade cilíndrica vertical da carcaça do
carburador e, em sua extremidade superior é encaixado o cabo do
acelerador. Na extremidade inferior, é montada uma agulha que controla o
fluxo de combustível para alimentação do motor, em rotações variadas. Em
um dos lados do êmbolo, existe uma fenda, onde se aloja o parafuso de
ajuste da rotação na marcha lenta.

Suporte do Êmbolo Controlador da Aceleração – É atarrachado na parte


superior da cavidade cilíndrica vertical e, em seus lados, existem estrias
que facilitam sua remoção e instalação. Na parte superior do suporte é
fixado o conduite do cabo do acelerador e, na parte inferior, existe uma
mola que mantém o êmbolo pressionado para baixo.

Funcionamento do carburador

O carburador é um vaporizador aperfeiçoado. Sua principal função é


transformar o combustível de sua forma líquida, numa mistura gasosa em
proporção aproximada, de quinze partes do ar para uma de combustível
(13:1).

Isto só é possível graças à sucção formada pelo êmbolo do cilindro do


motor, no tempo de admissão, que ao aspirar o ar atmosférico através do
tubo cilíndrico horizontal do carburador, aspira também uma pequena
quantidade de combustível pré-vaporizado.

A figura acima nos dá uma ideia global do funcionamento do carburador, em


função do motor no tempo de admissão.

Para manter um controle variado de aceleração, o carburador é dotado de


sistemas específicos que alimentam o motor com volumes de misturas
adequadas ao regime de trabalho em que se encontra momentaneamente
esse motor, e tais sistemas são:
Carburadores em funcionamento com o motor.
Sistema de Marcha Lenta – Como o próprio nome indica, esse sistema
alimenta o motor quando o mesmo se encontra em baixa rotação, ou seja,
quando o acelerador não é acionado pelo condutor. Nesse momento, a
depressão existente por trás do êmbolo controlador da aceleração é muito
pequena, e o motor aspira a mistura apenas pelo orifício que alimenta a
marcha lenta. A quantidade de gases que passa pelo alimentador da marcha
lenta ainda sofre um controle provocado pelo parafuso regulador da mistura,
fazendo com que seja bem dosado o volume de gás que irá alimentar o motor
nesse regime. A figura da página seguinte representa o sistema de marcha
lenta de um carburador comumente usado em motocicleta.

Sistema de marchas lentas


Sistema Principal – Esse sistema alimenta o motor em qualquer regime de
rotação a partir da marcha lenta. À proporção em que o acelerador é acionado
pelo condutor da moto, vai aumentando o volume de aspiração do ar
atmosférico pelo motor, isto porque o êmbolo controlador da aceleração
começa a subir uma vez que o mesmo é ligado ao acelerador. Um orifício
calibrado e controlado por uma agulha permite que seja sugado, pelo mesmo,
uma quantidade de mistura ar/combustível suficiente para alimentar o motor na
rotação desenvolvida. A figura ao lado exemplifica um motor em sua
aceleração máxima. Note que o êmbolo controlador da aceleração encontra-se
na parte mais alta da cavidade cilíndrica vertical da carcaça do carburador, e a
agulha libera totalmente a passagem da mistura, permitindo um fluxo máximo
da mesma.

Sistema principal
Sistema de Aceleração Rápida – Esse sistema só foi introduzido a partir
da modernização dos carburadores para motocicleta, por se sentir uma
premente necessidade de uma melhor resposta à aceleração brusca no
motor. Trata-se de uma bomba impulsora que injeta uma quantidade
adicional de combustível na cavidade cilíndrica onde a mistura é aspirada,
compensando o empobrecimento da mesma, face ao volume brusco de ar
que o motor aspira pó, ocasião da aceleração rápida. Esse sistema é
comumente conhecido pela denominação “Sistema Ecco”. A figura ao lado
ilustra um corte de um carburador com bomba de aceleração ECCO.

Sistema aceleração rápida (ECCO)


Sistema de Partida a Frio – Objetiva um enriquecimento na mistura
combustível para facilitar o funcionamento inicial do motor, quando este
está totalmente frio. Existem diversas formas de se provocar o
enriquecimento da mistura. Entretanto, a mais usada é o tipo afogador
manual.

Sistema de partida a frio

Consiste de uma tampa, tipo borboleta, instalada na entrada de ar


atmosférico do carburador, e articulada mecanicamente por uma alavanca
que, quando acionada, fará com que a borboleta do afogador obstrua
parcialmente a entrada de ar do motor, fazendo com que este aspire maior
quantidade de combustível dos orifícios alimentadores do carburador. A
figura abaixo ilustra um detalhe da entrada de um carburador com sistema
de partida a frio por afogador manual.

Quando a borboleta do afogador não está acionada, se posiciona


horizontalmente a passagem do ar atmosférico, não promovendo nenhum
tipo de obstrução do mesmo, conforme mostra a figura a seguir.
Afogador em posição de repouso

REFERÊNCIAS:

http://fdr.com.br/formacao/2013/mecanica-de-motos-2/sistema-de-mistura-
arcombustivel/

http://www.resumosetrabalhos.com.br/aplicacoes-do-teorema-de-bernoulli.html

http://www.endurohp.eng.br/mecanica/carburador/carburador.html

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