Você está na página 1de 65

LEGISLAÇÃO

TRIBUTÁRIA
IPI – Parte II

Livro Eletrônico
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Sumário
IPI – Parte II.........................................................................................................................................................................3
1. Dos Estabelecimentos Industriais e Equiparados a Industrial. ........................................................3
1.1. Estabelecimento Industrial. . ...............................................................................................................................4
1.2. Equiparado a Industrial.. .......................................................................................................................................5
2. Contribuintes e Responsáveis...........................................................................................................................13
2.1. Contribuintes............................................................................................................................................................15
2.2. Responsáveis...........................................................................................................................................................17
3. Responsável como Contribuinte Substituto (Art. 26).........................................................................21
3.1. Conceito de Contribuinte Substituto..........................................................................................................21
3.2. Conceito de Contribuinte Substituído.......................................................................................................21
4. Responsabilidade Solidária.. .............................................................................................................................. 24
5. Fato Gerador – FG.....................................................................................................................................................25
5.1. Fato Gerador – Exceções (Art. 38)...............................................................................................................30
Resumo................................................................................................................................................................................38
Mapa Mental.....................................................................................................................................................................42
Exercícios............................................................................................................................................................................44
Gabarito...............................................................................................................................................................................49
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................50

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 2 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

IPI – PARTE II

1. Dos Estabelecimentos Industriais e Equiparados a Industrial


Mais uma vez precisamos explorar temas preparatórios Implícitos ao edital. O edital traz
o tema “Contribuintes”, o que nos remete a figura do industrial e do equiparada industrial,
Entretanto, antes de simplesmente definir tais conceitos, é preciso perceber os processos de
equiparação industrial. Por esse motivo, vamos discutir as hipóteses de equiparação, já que
é um conhecimento implícito a noção de contribuinte.
Caminhando em nossa proposta inicial de primeiro definir as fronteiras do IPI, já verificamos
que o IPI alcança os produtos nacionais e estrangeiros em conformidade com a TIPI, desde
que possuam alíquota 0% ou mais. Ficam, portanto, excluídos os produtos NT.
Mas, ainda está faltando um elemento para que o IPI esteja apto para nascer. Precisamos
ter em uma das pontas da cadeia, um estabelecimento industrial ou equiparado a industrial
(obrigatório ou por opção). Tais conceitos estão contidos no RIPI e em outros decretos, como
é o caso dos novos regimes das bebidas frias e quentes criados em 2015. Isto é, vamos en-
contrar os casos em diversas normas, de modo que é preciso que você tenha capacidade de
formar juízos sobre a possibilidade de equiparação a industrial para não ficar dependendo
apenas de decorar cada um dos casos previstos nas normas. Veja a definição e quantidade
de casos e onde encontrar no quadro abaixo.

Equiparado
Industrial Equiparado a industrial
por opção

Novo regime
Novo regime Bebidas
11 2
1 possibilidade Decreto n. de bebidas quentes Lei n.
possibilidades possibilidades
(art. 8º) 8.393/15 frias Lei n. 13.241/15
(art. 9º e 10) (art. 11)
13.097/15
(30/12/15)

Obs.: Há outros casos de equiparação “espalhados por aí”. Pela relevância, vamos tratar
dos casos citados no RIPI e de produtos importantes, como as bebidas.

Nossa missão ao estudar esse tópico é fixar, de plano, a definição de industrial e equi-
parado por opção, pois são meras definições na legislação. O grande “problema” é o caso
dos equiparados, pois estes sofrem grande variação e vez ou outra, novos equiparados são
criados. Vamos lá:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

1.1. Estabelecimento Industrial


Para caracterizar um estabelecimento industrial, basta lembrar da definição de industria-
lização que já abordamos, lembram?
Industrialização é qualquer ação que modifique a natureza, funcionamento, acabamento,
apresentação, finalidade ou aperfeiçoe para consumo.
Deste modo, qualquer estabelecimento que realize essas operações e delas resulte um
produto tributado, será industrial. É isso que explica o art. 8º do RIPI:
Art. 8º Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações referidas no art. 4º,
de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento (Lei n. 4.502, de 1964, art. 3º).
Para facilitar, guarde que nada mais é do que, simplesmente, o fabricante de um produto.
Há apenas uma definição legal de industrial, portanto, essa não é a parte mais difícil do tema.

• É condição que o produto resultante seja tributado, ainda que seja com alíquota 0% ou
isento, para caracterizar o estabelecimento;
• Assim, uma refinaria da Petrobras, por exemplo, que produza apenas gasolina (produto
NT, já que é imune.) não é considerado estabelecimento industrial para o IPI, embora seja
uma legítima planta industrial do ponto de vista da Engenharia de produção, da Economia,
da Contabilidade, da Administração etc.

Então temos o seguinte fluxo para definição do estabelecimento como industrial:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

É conveniente destacarmos e repetir, para afastarmos alguns mitos, que o estabeleci-


mento industrial aqui, não se confunde com indústria, fábricas etc. num sentido puro e geral,
logístico ou sob a ótica da engenharia. Não é necessário que tenha uma “chaminé soltando
fumaça” máquinas pesadas, fornos, caldeiras etc. para que possamos caracterizar como
estabelecimento industrial no IPI.
Para o IPI, basta que realize uma das operações acima no diagrama e dela resulte produto
tributado, apenas.
Nesse sentido pense sobre o seguinte:
Além do caso da refinaria da Petrobras citado acima, uma editora de livros seria estabe-
lecimento industrial?
Poderíamos pensar: a editora utiliza papel, tinta, cola etc. e fabrica um livro. Isso seria uma
legítima “transformação”. Porém, devemos responder negativamente à pergunta. Embora seja
indústria do ponto de vista da engenharia de produção, os produtos resultantes (livros) não
são produtos tributados. Lembre-se que industrial, para o IPI, é aquele que produz produtos
tributados, e livros são produtos imunizados.
Agora vamos afastar mais uma lenda sobre o quem vem a ser estabelecimento industrial:
Um estabelecimento industrial precisa ter máquinas, equipamentos etc.? Isto é: um traba-
lho feito apenas “com as mãos” poderia ser enquadrado como industrialização?
Respondemos as duas perguntas com “Não” e “Sim” respectivamente. O fato de não
possuir máquinas e equipamentos não interfere na sua classificação como estabelecimento
industrial. Há processos industriais total ou parcialmente manuais e isso não é relevante para
caracterizar um estabelecimento como industrial.

Obs.: Para fins de IPI só há uma definição para estabelecimento industrial e está prevista
no art. 8º. Essa é a única definição de estabelecimento industrial que interessa ao IPI.
Esqueçamos a Engenharia, a Administração, a Contabilidade etc.

1.2. Equiparado a Industrial


O equiparado a industrial é uma ficção. É alguém que revende um produto industrializado
que não foi por ele fabricado. O RIPI apresenta 16 possibilidades de equiparação a industrial.
A legislação de bebidas também acrescenta mais possibilidades de equiparação. Há outros
espalhados por aí (fora do RIPI)! Por trás da equiparação está o interesse em preservar a
cadeia do IPI e o valor tributável.
Vamos lembrar das premissas que estudamos logo no início. Pense da mesma forma como
“pensa” o RIPI. A equiparação surgirá, muitas vezes, como um instrumento para preservar
a cadeia do IPI. Um comerciante, como não é contribuinte do IPI, extermina a cadeia do IPI
quando o produto “passa” por ele. A equiparação, por sua vez, transformará esse comerciante
em industrial para fins de IPI. Isso significa que a cadeia do IPI segue adiante gerando créditos
nos insumos e débitos pelas saídas em consonância com a não cumulatividade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

O equiparado a industrial, apesar de muitas vezes “nem de longe” parecer um industrial,


será tratado como se industrial fosse. Ele promove a saída de produtos industrializados que
não foram produzidas por ele.
• Trata-se de uma ficção para preservar a cadeia do IPI;
• Não é necessário que haja similitude de atividades com o industrial para que tenhamos
a equiparação.

É nos casos de equiparação a industrial que serão exigidos mais esforços do candidato
para fixar, pois são muitos. Assim, é preciso ponderar eventuais situações descritas em prova
com as premissas que já estudamos sobre preservar a cadeia do IPI, valor tributável, presença
de estabelecimentos interdependentes etc. Essas condições são as preferidas para alçar um
comerciante à categoria de equiparado a industrial. Ao verificarmos essas condições, muitas
vezes conseguiremos concluir sobre se é um caso de equiparação mesmo sem ter memori-
zado o artigo que descreve cada uma das possibilidades.
Como o IPI tem dois fatos geradores “bem diferentes”, (um é o desembaraço aduaneiro e
o outro a saída dos produtos) sempre teremos duas “orientações” a seguir em cada um dos
institutos do IPI. Teremos uma “regra” para aplicar no mercado interno e uma “regra” para
aplicar na importação. Vejamos o primeiro caso de equiparação e um dos mais importantes,
diria eu que é o caso clássico.

Art. 9º Equiparam-se a estabelecimento industrial:


I – os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que derem saída
a esses produtos.

Há muitos detalhes interessantes aqui: Não é qualquer importador que é equiparado a in-
dustrial. O importador que “apenas” importa é contribuinte do IPI na importação, na qualidade
de importador pura e simplesmente. Entretanto, se promover a saída posterior deste produto
importado, será considerado contribuinte do IPI na qualidade de equiparado a industrial. Ou
seja: “paga” IPI duas vezes!
Percebeu essa circunstância?
Contribuinte “importador” é qualidade distinta da de importador “equiparado a industrial”.
Esteja apto a responder prontamente a seguinte pergunta:
O importador de produtos estrangeiros é equiparado a industrial?
Não. Apenas se promover a saída desses produtos. O IPI pago na importação não o trans-
forma automaticamente em equiparado a industrial, mas cuida-se de imposição àqueles que
importam produtos industrializados. Até mesmo nós, simples pessoas físicas somos contri-
buintes do IPI (contribuinte de fato e de direito) no desembaraço aduaneiro, caso importemos
produtos industrializados nos termos do RIPI. A equiparação, por sua vez, surge no momento
posterior: a saída do produto importado (venda, doação etc.)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Essa equiparação do importador, consequentemente transformando em fato gerador do


IPI a saída do produto importado do seu estabelecimento, é bastante combatida por doutrina-
dores de peso. Não vamos entrar nesta seara porque no estudo de LT valem as regras (deve
ser), e vamos pensar como “pensa” o RIPI, que está em linha com a jurisprudência recente. Ao
se cobrar o IPI nesta saída do importador, apenas estamos “nivelando” esse estabelecimento
importador à indústria nacional, que também paga IPI nas suas saídas.

Vamos analisar:
Observe que o importador enquanto realizar apenas as operações de cor AZUL será mero
contribuinte do IPI devido no desembaraço aduaneiro da importação (não revestindo condi-
ção de industrial ou equiparado a industrial). A partir do momento que resolver promover a
saída destes produtos (operação vermelha) será contribuinte “de novo”, mas na condição de
equiparado a industrial.
Vou explicar novamente, em outros termos:
Se a empresa importar e consumir o produto internamente, não será equiparado a indus-
trial. Se, por sua vez, importar e promover a saída deste produto será equiparado a industrial.
Vamos verificar mais um caso de equiparação que merece ser analisado em conjunto com
o antecedente, assim, não há nenhum esforço de memorização adicional.
As citações que se seguem são sempre do RIPI:
São equiparados...

II – os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para comercialização, diretamente


da repartição que os liberou, produtos importados por outro estabelecimento da mesma firma.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Observem que esse caso é um desdobramento do caso disposto no inciso I. A única


diferença é que o produto importado, por uma questão de atalho logístico/empresarial foi
“desviado” do importador, seguindo diretamente para uma filial do importador, que promoverá
a saída equiparando-se a industrial.

Perceba que, na essência, é a mesma operação. Apenas apareceu um “dublê”. Ao invés


do ator principal ser a empresa “A”, o ator agora será a filial de “A”.
Então devemos captar a essência da operação e não a sua mera forma. Note que, des-
prezados os atalhos logísticos, a operação é idêntica ao artigo antecedente. Deste modo,
continua sendo equiparado a industrial o “outro” estabelecimento do importador. Ao invés da
operação seguir o fluxo “normal” em direção ao importador, sofre um desvio, porém o produ-
to continua ingressando no estabelecimento do importador; embora, agora, sob a forma de
filial. Na essência, a transação é a mesma (produto ingressa no importador), mas com forma
diferente (filial do importador).
Esclarecendo...
Vejamos uma situação real... Seria o caso de um importador situado em São Paulo, mas
que tenha utilizado a alfândega do aeroporto de Salvador para fazer uma importação. Para
economizar, resolveu destinar tal produto para sua Filial na Bahia, ao invés de remeter para São
Paulo. Na essência, o produto continua “entrando no mesmo importador “A” (embora filial)”.
Na sequência, o inciso III desdobra mais um pouco o inciso II.
São equiparados:

III – as filiais e demais estabelecimentos que exercerem o comércio de produtos importados, indus-
trializados ou mandados industrializar por outro estabelecimento da mesma firma, salvo se aqueles
operarem exclusivamente na venda a varejo e não estiverem enquadrados na hipótese do inciso II.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Aqui também devemos captar a essência da transação e não focalizar apenas a sua
forma. Pense o seguinte: se quem fabrica e vende é industrial; e também quem importa e
vende é equiparado a industrial, haveria alguma razão para, quando a atividade de venda for
executada por outra empresa do mesmo grupo (comerciante), ser excluída da cadeia do IPI
pelo fato de ser um comerciante?
Quando tais estabelecimentos transferem esses produtos para suas filiais venderem ao
invés de venderem diretamente, também deve incidir o IPI, já que a essência da operação não
é modificada, apenas sua forma. E o mecanismo para colocar o comerciante (filial) na cadeia
do IPI é a equiparação a industrial.
Vejamos o inciso IV:
IV – os estabelecimentos comerciais de produtos cuja industrialização tenha sido realizada por
outro estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, mediante a remessa, por eles efetuada, de
matérias-primas, produtos intermediários, embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos.

É o caso do estabelecimento que manda industrializar numa filial ou terceiro, e esse pro-
duto após retorno é comercializado pelo estabelecimento encomendante. Note que há uma
“terceirização” da industrialização. É como se a firma “A” decidisse manter suas máquinas e
equipamentos na FILIAL “A” ou então em um terceiro, ao invés de manter em seu próprio esta-
belecimento para assim descaracterizar-se como estabelecimento industrial e escapar do IPI.
De olho nessa situação, o RIPI trata logo de equiparar a firma “A” a industrial, já que na
qualidade de comerciante apenas, não seria preservada a cadeia do IPI. Se fosse possível
fazer esse arranjo tributário escapando do IPI, note que a “filial de A” não iria efetuar nenhuma
venda, mas ia destinar toda sua produção para firma “A”, já que comerciante, e assim (esse
comerciante) promoveria saídas sem o IPI.
Em síntese, o RIPI tratou de equiparar a Firma “A” à industrial. Assim temos contribuintes
do IPI nas duas pontas da cadeia. Não tem como escapar da tributação, nem “terceirizando”
a industrialização.
Acompanhe a sequência 1, 2, 3:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Vou explicar “de novo” com um exemplo para que não fique dúvida!

EXEMPLO
Suponha que eu tenha uma empresa que fabrique computadores, a INDUSTRIA ALFA. Cada
computador que eu fabricar e vender sofrerá a tributação do IPI uma vez que o estabelecimento
IND. ALFA é industrial. Isso já sabemos!
Aí, eu tive uma ideia de gênio!
Vou constituir duas empresas. Além da INDUSTRIA ALFA (fabricante), vou criar a COMERCIAL
ALFA (comerciante), que atuará na revenda dos meus computadores.
Agora veja como posso manipular o IPI utilizando duas empresas do mesmo grupo, uma Indus-
trial e a outra comerciante:
Eu passaria a vender, através da IND. ALFA para COM. ALFA (pseudo “encomenda”) por um preço
“camarada” e pagaria o IPI “direitinho”. E as vendas para o consumidor, com preço e lucro maio-
res, serão feitas exclusivamente pela COM. ALFA, sem IPI, já que é um comerciante varejista.
Olha que beleza!
O produto sai da minha fábrica e já mato a cadeia do IPI fazendo o produto chegar num comer-
ciante (que por coincidência também me pertence!) com um preço (Base de cálculo do IPI)
bem “camarada”.
Aí aparece o RIPI e diz: Não! Nesse caso temos que preservar a cadeia do IPI, caso contrário
haverá riscos de manipulação do valor tributável da operação.
Conclusão: o remédio proposto pelo RIPI é transformar esse comerciante em equiparado a
industrial e assim eliminamos esse risco. Quando COM. ALFA vender, terá IPI também! Aí, pouco
importa se os preços anteriores praticados foram “camaradas” intragrupos, pois a última inci-
dência do IPI “desconta” tudo.

Já caiu em prova:

São equiparados aos estabelecimentos industriais os estabelecimentos que comercializam pro-


dutos cuja industrialização tenha sido realizada por outro estabelecimento da mesma firma ou
de terceiro, mediante a remessa, por eles efetuada, de matérias-primas, produtos intermediários,
embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos (ESAF/ATRFB, 2012).

Vejamos outros casos de equiparação:


V – os estabelecimentos comerciais de produtos do Capítulo 22 da TIPI (bebidas, grifos
nossos), cuja industrialização tenha sido encomendada a estabelecimento industrial, sob
marca ou nome de fantasia de propriedade do encomendante, de terceiro ou do próprio exe-
cutor da encomenda.
VI – os estabelecimentos comerciais atacadistas dos produtos classificados nas Posições
71.01 a 71.16 da TIPI (algumas joias, pedras preciosas, grifos nossos).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

VII – os estabelecimentos atacadistas e cooperativas de produtores que derem saída


a bebidas alcoólicas e demais produtos, de produção nacional, classificados nas Posições
22.04, 22.05, 22.06 e 22.08 da TIPI e acondicionados em recipientes de capacidade superior
ao limite máximo permitido para venda a varejo, com destino aos seguintes estabelecimentos.
a) industriais que utilizarem os produtos mencionados como matéria-prima ou produto
intermediário na fabricação de bebidas;
b) atacadistas e cooperativas de produtores; ou
c) engarrafadores dos mesmos produtos.
Há ainda outros casos de equiparação, pelo que se recomenda, para aprofundamento, a
leitura dos artigos 9º e 10º do RIPI. Nunca se sabe o que vem da cabeça do examinador, mas
os casos abaixo são “menos cotados”, possuem, portanto, pior relação custo x benefício.
Apresentarei em forma de síntese, na sequência:
• (inciso VIII) Comerciantes atacadistas que adquirirem de importadores os produtos clas-
sificados nas posições de 33.03 a 33.07, isto é: perfumes, colônias, cremes de barbear,
maquiagem etc.
• (inciso IX) Quem importar por conta e ordem ou por encomenda, se utilizando de Cia
importadora.
• (inciso X) Atacadistas de automóveis de passageiros (posição 87.03).

O Decreto n. 10.668/21 revogou os incisos XI a XV deste artigo, e criou o inciso XVI. Neste,
é tratado dos casos de equiparação nas bebidas. Temos tópicos específicos para cuidas das
bebidas em outro momento.

1.2.1. Equiparados a Industrial por Opção

Os casos de equiparação por opção são dois, previstos no art. 11, I, e II/RIPI. São eles:
• os estabelecimentos comerciais que derem saída a bens de produção, para estabeleci-
mentos industriais ou revendedores.
• as cooperativas, que se dedicarem à venda em comum de bens de produção, recebidos
de seus associados para comercialização.

A primeira observação que devemos fazer é que é possível pleitear a equiparação desde
que comercialize BENS DE PRODUÇÃO. Bens de produção são os insumos (MP, PI e ME) e os
bens de capital (máquinas, equipamentos, ferramentas, exceto as manuais).
Além de fixar esses dois casos de equiparação por opção previstos no art. 11, I e II, você
deve estar preparado para compreender a seguinte contradição aparente:
Qual o interesse de um estabelecimento que não é contribuinte do IPI (não é industrial) se
tornar equiparado a industrial por opção, consequentemente tornando-se contribuinte do IPI?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Um comerciante de bens de produção, por não ser industrial, não é contribuinte do IPI. As-
sim, um industrial que desejasse adquirir bens de produção neste estabelecimento comercial,
não poderia aproveitar os créditos de IPI porque, enquanto comerciante, o vendedor dos bens
de produção não destaca o IPI nas suas notas fiscais. Deste modo deixa de ser atrativo para
os industriais adquirir insumos nestes estabelecimentos vendedores de bens de produção se
eles não são equiparados à industrial. Por outro lado, ao se tornarem contribuintes do IPI por
equiparação, passam a apurar os créditos e débitos do IPI, destacando o valor do imposto
em suas notas fiscais permitindo que o adquirente se credite de tal valor destacado. Eviden-
temente essa é uma análise superficial, mas pode ser que haja outras vantagens econômicas
decorrentes do sistema não cumulativo, que pode variar de empresa para empresa.

001. (FUNDEP/IF-SP/PROFESSOR/CONTABILIDADE/2014) Empresas comerciais equipara-


das a indústrias, por opção, quando compram produtos de indústrias para revender à outras
indústrias recupera o valor do IPI de tal compra, de modo que esse imposto não se torna
custo da mercadoria.

Ao se equiparar a industrial, age como tal e passa a controlar os débitos e créditos de IPI na sua
escrituração, compensando se nas saídas futuras, o valor cobrado nas operações anteriores.
Certo.

Como são dois casos apenas citados pelo RIPI, vale a pena fixá-los. Iremos detalhar esse
procedimento ao estudar os créditos do IPI!
Vamos recapitular até aqui:
Verificamos que o IPI alcança produtos nacionais e estrangeiros, em conformidade com
a TIPI. Isso significa que o produto sob o qual incide o IPI deve ter uma alíquota definida na
TIPI, que pode ser de 0% ou mais. Excluímos, portanto, os produtos que constam na TIPI com
a notação NT (não tributado).
Feito isso, observamos que além de um produto com essas características contidas na
TIPI (alíquota maior ou igual a 0%), precisamos ter em algum momento uma operação de
industrialização, que pode assumir a forma de transformação, beneficiamento, montagem,
(re)acondicionamento e renovação/recondicionamento.
Verificamos ainda que há algumas operações que apesar de terem características de
industrialização sob a ótica da engenharia de produção, são expressamente excluídas do
conceito pela legislação do IPI. São elas:
Artesanato, moagem de café em supermercados, mistura de tintas em comerciantes, preparo de
alimentos e refrigerantes em restaurantes, acondicionamento para transporte, encomendas de
trabalho preponderante profissional realizado em oficina ou residência do encomendante como
costureiras e alfaiates e outros.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Existente então uma operação de industrialização de que resulte produto tributado, surge
naturalmente a figura do industrial. Por ficção, aqueles que a legislação achou por bem dar
tratamento semelhante, ainda que não realizem atividade industrial, são os equiparados a
industrial (por lei ou por opção). Os equiparados não fabricam, apenas revendem, mas são
tratados como se industrial fossem.

1.2.2. Fixando Novos Conceitos

Estabelecimento comercial atacadista:


• Aquele que vende bens de produção. No caso de venda a particulares, deve ser em quan-
tidades acima daquela normalmente destinada ao seu uso.
• Aquele que vende bens de consumo em quantidades acima do que normalmente de se
destina a uso próprio do adquirente.
• Aquele que vende a revendedores.

Estabelecimento comercial varejista:


• Aquele que efetua vendas diretas ao consumidor. Se realizar vendas por atacado espo-
radicamente em volume inferior a 20% do total das receitas do mesmo semestre civil.

2. Contribuintes e Responsáveis
Temos duas modalidades de sujeito passivo da obrigação tributária principal: contribuin-
tes e responsáveis. O sujeito passivo do IPI é aquele obrigado ao seu pagamento (imposto
ou penalidade), podendo assumir a forma de contribuinte ou responsável. Para identificá-los
devemos fazer a seguinte pergunta: tem relação pessoal com o FG? Vejamos:

Destaque-se que apesar de o responsável não ter relação pessoal com o FG, ele possui
algum vínculo com a operação, de forma que pode interferir no reconhecimento do contribuinte
ou na relação jurídica tributária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Observe:
Um caminhoneiro está transportando um produto sem nota fiscal.
Ele é contribuinte ou responsável?
Será responsável, uma vez que o fato gerador foi praticado pela indústria ao promover a
saída do produto.
A ligação do transportador é distante (indireta, não pessoal), observe os dois momentos
1 e 2 abaixo:

No momento 1 temos o FG, há a ligação direta da indústria ao fato.


No momento 2 não temos o FG. Surge então a responsabilidade.
Apesar de estar “distante” do FG, o transportador tem algum nível de ligação com o FG
que foi praticado pela indústria “lá atrás”. É conhecedor da transação. Por essa razão, mesmo
não tendo praticado o FG, o transportador será chamado a compor a relação tributária como
devedor do tributo, mesmo sem possuir relação direta com o FG, mas em função de lei.
Sob que qualidade? Na qualidade de responsável, já que não pratica o FG.
A responsabilidade recai sempre naquele que se encontra com o produto, já que é alguém
que, embora não praticando o FG, tem ligação indireta com o FG.
Diante de assertivas de prova que lhe questionem se “fulano” é contribuinte ou responsável,
basta verificar a sua ligação com o FG.
Quem pratica o FG é contribuinte, se está “distante”, depois do FG, será responsável. Note
que o responsável não é um terceiro qualquer, mas alguem que tem ligação indireta com o FG.
Note também que há uma transferência da responsabilidade para um terceiro e só é possível
identificar este terceiro após o FG. De forma diferente, temos a substituição tributária, que ainda
veremos mais adiante, onde conhecemos de forma antecipada o responsável por substituição.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

2.1. Contribuintes
Feita essa breve síntese sobre o sujeito passivo do IPI, vejamos quem são os contribuintes do IPI.
Já estudamos o trio de contribuintes do IPI. São eles: o importador, o industrial, e o equi-
parado a industrial. Este trio é citado tanto no art. 51 do CTN quanto no art. 24 do RIPI. São
os principais contribuintes e se relacionam com os seguintes momentos:
• Importador – contribuinte no desembaraço aduaneiro.
• Industrial – contribuinte na saída de seus produtos.
• Equiparado a industrial – contribuinte na saída de seus produtos/mercadorias.

Além do trio acima, a Lei n. 9532/97 incluiu mais uma espécie de contribuinte: aquele que
destinar ou consumir o papel imune em outros fins.
Então temos 04 contribuintes conforme o RIPI:

Contribuinte
(art. 24)

O equiparado Quem
Importador
Industrial, na industrial na destinar ou
no
saída dos seus saída dos seus consumir o
desembaraço
produtos produtos/merc papel imune
aduaneiro
adorias em outros fins

Fique atento ao estudar pelo CTN, pois consta no art. 51 qualificado como contribuinte,
também, o arrematante. Observe:

Art. 51. Contribuinte do imposto é:


I – o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II – o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III – o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos
no inciso anterior;
IV – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.

Entretanto, não há mais fundamento, em razão de alterações na legislação, para identi-


ficar o arrematante como contribuinte do IPI. A própria RFB já reconheceu essa ausência de
fundamento e não constitui créditos desta natureza.
Corroborando o melhor entendimento, o RIPI não apresenta o arrematante como contribuinte.
Mas se uma questão de prova exigir a resposta nos termos do CTN?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Nesse caso devemos incluir o arrematante como contribuinte do IPI, assim como fez a
questão abaixo:

002. (CESPE/TRF5/JUIZ/2009) Sobre determinado produto industrializado arrematado em


leilão incidirá o IPI se o produto:
a) for de origem nacional.
b) for de origem estrangeira e não tiver sido submetido ao devido desembaraço aduaneiro.
c) for objeto de crime tributário.
d) tiver sido apreendido ou abandonado
e) for de origem estrangeira e tiver sido submetido ao devido desembaraço aduaneiro.

Conforme o CTN, a questão considerou o gabarito “d”. Se fosse fundamentada no RIPI, seria
nula a resposta, já que o RIPI não contempla a arrematação.
Letra d.

003. (AMEOSC/PRINCESA-SC/AGENTE ADMINISTRATIVO/2018) De acordo com o Código


Tributário Nacional, contribuinte do imposto é:
I – O importador ou quem a lei a ele equiparar;
II – O industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III – O arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
Dos itens acima:
a) Apenas os itens I e III estão corretos.
b) Apenas os itens I e II estão corretos.
c) Apenas os itens II e III estão corretos.
d) Todos os itens estão corretos.

O importador é contribuinte no desembaraço aduaneiro; ou industrial ou equiparado a indus-


trial é contribuinte nos produtos que deles saírem; e o arrematante dos produtos abandonados
levados a leilão. Cabe salientar que, nesta última hipótese, a previsão é do CTN. O arrematante
não foi previsto no regulamento do IPI como um contribuinte.
Letra d.

Para fechar o tema, fique atento que no IPI prevalece a autonomia dos estabelecimentos.
Isto é, cada estabelecimento da empresa (cada filial) irá apurar o IPI de forma individualizada.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Matriz

Filial
Filial SP Filial RJ
Bahia

Vamos exemplificar, não pode ficar dúvida sobre isso!


Se a empresa possuir a estrutura acima, teremos 4 apurações de IPI separadas, sem
comunicação uma com as outras. Teremos a escrituração fiscal da Matriz e das 3 filiais em
“quatro livros fiscais” (hoje, na realidade, a escrituração é em ambiente eletrônico – SPED).
Apenas por curiosidade, já que também é assunto da prova... E no IRPJ?
No IRPJ a apuração é consolidada na Matriz. Teremos apenas uma apuração do IRPJ, que
deve incluir todos os valores das filiais consolidados.

2.2. Responsáveis
O responsável é o sujeito passivo cuja obrigação decorre de lei e não reveste a condição
de contribuinte.
O efeito prático e que serve de macete para a prova é que a figura do responsável surge
a partir do desrespeito a uma regra, adicionado ao fato de não ter praticado o FG. A respon-
sabilidade surge após o FG e quase sempre irá recair naquele que está com o produto ou é
conhecedor da transação. Será o primeiro adquirente do produto ou os demais com alguma
ligação com o negócio.
Acompanhe:
São obrigados ao pagamento do imposto como Responsáveis as seguintes pessoas:

2.2.1. Transportador de Produtos Desacompanhados de NF/Documentação


Comprobatória

A ausência de comprovação de procedência faz do transportador responsável pelo IPI devido.

Obs.: Não se exclui a responsabilidade por infração do contribuinte quando este for identificado.

Caiu em prova:
Acompanhe uma assertiva falsa sobre o tema:

São responsáveis solidários pelo pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados os


transportadores em relação aos produtos tributados que transportarem, acompanhados ou não
de documentação comprobatória de sua procedência (ESAF/ATRFB, 2012).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

O correto seria:
São responsáveis solidários pelo pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados os trans-
portadores em relação aos produtos tributados que transportarem, acompanhados (desacompa-
nhados) não de documentação comprobatória de sua procedência (ESAF/ATRFB, 2012).

2.2.2. Possuidores de Produtos para Venda/Industrialização sem NF/Documen-


tação Comprobatória

Por razões similares à situação do transportador, teremos a responsabilidade do possuidor


de produtos sem a devida documentação de origem. Seria o caso de um lojista, por exemplo,
que não possui as notas fiscais de aquisição dos seus produtos expostos a venda.
Ele poderia ser contribuinte do IPI?
Em princípio não, pois o FG foi praticado pela indústria no momento em que lhe remetera os
produtos. A forma para trazer esse lojista para a RJT (relação jurídica tributária) é como respon-
sável. Veja que vamos criando uns macetes: o responsável está distante (após) do fato gerador.

Obs.: Não se exclui a responsabilidade por infração do contribuinte quando este for identificado

2.2.3. Adquirentes de Produtos Usados sem Marcação, ou Documentação de


Origem

A comprovação de origem se faz com documentário fiscal. Em outros casos como na


venda de produtos usados por pessoas físicas, por exemplo, o que é comum em lojas que co-
mercializam produtos usados e aceitam outros produtos como parte do pagamento, a origem
dos produtos deve ser comprovada mediante recibo com assinatura e CPF dos vendedores,
RG e descrição minuciosa dos objetos e preços.

2.2.4. Qualquer Detentor de Cigarros (2402.20.00) ou Bebidas (CAP 22) Desti-


nados à Exportação, Encontrados em Situação Diversa

Isso envolve o proprietário, o possuidor, o transportador ou qualquer outro que se encontre


com cigarros ou bebidas que deveriam ser exportados, mas foram indevidamente destinados
ao mercado interno.
Cigarros e bebidas têm alíquotas elevadas de IPI. O cigarro, por exemplo, pode ter alíquo-
tas que atingem 300%. Porém, quando destinado à exportação, não há o IPI, logo o preço de
exportação é muito menor que o preço do mercado nacional. Assim, o cigarro “sem IPI” e a
bebida “sem IPI” destinados à exportação não podem ser vendidos no mercado nacional já
que flagrante o desequilíbrio que causariam ao mercado. Saliente-se que, em verdade, nenhum
produto “sem ipi” em razão de exportação poderia ser vendido no Brasil, mas destacamos os
cigarros e bebidas pela carga tributária envolvida e pelo processo de selagem com caracte-
rísticas específicas quando destinados à exportação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Se você já leu o RIPI pelo menos uma vez na sua íntegra, você já deve percebido que Bebi-
das e Cigarros são os produtos “queridinhos” do IPI. Sobre eles recaem medidas de controle
até mesmo de ordem física como a selagem, controle de produção em tempo real e outros.
Quanto ao cigarro e bebida destinados à exportação consta explicitamente a seguinte
indicação no seu selo de controle: “destinado à exportação.”
Voltando então ao ponto que caracteriza a responsabilidade nesses casos, vimos que
quanto ao produto que deveria ser exportado, mas não foi, há a responsabilidade tributária
porque surge o FG.
Entretanto, há algumas possibilidades de a “não exportação” não resultar em FG e res-
ponsabilidade daquele que se encontra com o produto. São aqueles casos em que o produto
ainda não foi exportado, mas está “caminhando” para ser. São os casos em que os produtos
ainda estão em trânsito para:
1) uso e consumo em bordo de aeronaves, embarcações etc. de tráfego internacional com
pagamento em moeda conversível;
2) destinados a lojas francas, em operação de venda direta;
3) adquiridos por comercial exportadora com fins específicos de exportação remetidos
diretamente pelo industrial para embarque ou recinto alfandegado;
4) recintos alfandegados ou outros locais onde se processe despacho aduaneiro.

2.2.5. Quem Possuir Produto sem Selo, Marcação e Rótulo quando Exigido

O selo, aplicado em bebidas e cigarros principalmente, permite um controle quantitativo e


indica que as operações até então, estão regulares já que o fornecimento de nova remessa de
selos depende da devida utilização da remessa anterior e recolhimento dos tributos devidos. O
rótulo e a marcação permitem a identificação de origem e características do produto. Observe
que são elementos cuja ausência não permite identificar a origem do produto e a sua regularida-
de fiscal. Aqueles que se encontrem com produtos nessas condições tornam-se responsáveis.

2.2.6. Quem Desatender Requisitos para Imunidade, Isenção ou Suspensão

São responsáveis pelo pagamento do IPI aqueles que não observarem os requisitos que
condicionam a imunidade, a isenção ou a suspensão do imposto.

2.2.7. Empresa Comercial Exportadora

A empresa comercial exportadora quanto aos produtos que deveriam ser exportados e
não foram em 180 dias da emissão da NF; foram revendidos no mercado interno ou foram
destruídos ou furtados. Veja: a empresa exportadora após receber os produtos para serem
exportados, tem 180 dias para fazê-lo. Não o fazendo, presumiremos que os produtos dei-
xaram de ser exportados, logo, todo IPI não pago (em razão da imunidade das exportações)
deve ser pago. Observe que mesmo no caso de furto dos produtos, o IPI deve ser pago, já
que não ocorreu a exportação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

2.2.8. Lei n. 7.798/1989

O estabelecimento comercial atacadista de produtos sujeitos ao regime de que trata a


Lei n. 7.798/1989, que possuir ou mantiver produtos desacompanhados da documentação
comprobatória de sua procedência, ou que deles der saída (art. 25, IX RIPI).
A referida lei trata do enquadramento em classes das bebidas. Note que apesar de es-
pecificar o alcance para as bebidas, é um tanto quanto desnecessário esse detalhamento, já
que pelo simples fato de ser detentor de mercadoria desacompanhada de documentação já
tornaria o comerciante responsável. Aproveitemos essas “repetições” de temas do RIPI para
“enxugar” o nosso conteúdo, afinal, conteúdo é o que não falta dentro da legislação tributária
para memorização e fixação.

2.2.9. PF ou PJ que se Encontre com Papel Imune Indevidamente

É responsável pelo pagamento do IPI como Responsável a pessoa física ou jurídica que
não seja empresa jornalística ou editora em cuja posse for encontrado o papel destinado à
impressão de livros, jornais e periódicos.
Esse é um caso bem interessante e consta no art. 25, VIII, do RIPI. Elencados os contribuin-
tes e os responsáveis, precisamos comparar este artigo do RIPI com outro, “aparentemente”
antagônicos para quem fizer uma leitura apressada, observe:
Os artigos são facilmente confundidos porque remetem à questão do papel imune. Preste
muita atenção para identificar quem é contribuinte e quem é responsável.

Os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que


São contribuintes
não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros,
(art. 24, IV)
jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade prevista no inciso I do art. 18
A pessoa física ou jurídica que não seja empresa jornalística ou editora, em cuja posse
São responsáveis
for encontrado o papel, destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, a que se
(art. 25, VIII)
refere o inciso I do art. 18 (Lei n. 9.532, de 1997, art. 40, parágrafo único);

Uma empresa que produz papel para impressão de livros, ao vender para uma empresa gráfica
beneficiária da imunidade, não será considerada contribuinte nesta operação. Entretanto, isso
não significa que não possa vender o papel para outras empresas que não são beneficiárias da
imunidade. E assim fazendo, será contribuinte na operação, devendo destacar o IPI na sua venda.
Já no artigo que prescreve a responsabilidade, nós temos a “regra macete” que estabele-
cemos no início do tema, que é o “desrespeito a uma norma ou regra” para surgir a responsa-
bilidade. O caso é o seguinte: o sujeito não poderia ter em suas mãos papel imune, mas tem.
Será responsabilizado, chamado para compor a relação jurídica tributária. Ele não praticou o
FG, mas tem ligação com o FG anterior, é conhecedor da operação etc.
Para fechar o tema, vamos ao macete!

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Temos um artigo na Lei n. 4502/64 (art. 35, II) que consegue fazer uma boa síntese sobre
quem é responsável. Normalmente será o POSSUIDOR. Ao invés de decorar cada pessoa
(transportador, lojista, o vendedor de móveis usados, o possuidor de papel imune indevida-
mente etc.). Guarde bem esse artigo abaixo:
Será responsável: (...)
b) qualquer possuidor – com relação aos produtos tributados cuja posse mantiver para fins de
venda ou industrialização.

Isso nos dá uma boa síntese.


Agora uma orientação importante. A Lei n. 4502/64 chama esses contribuintes de “contribuin-
tes substitutos”. Esse termo é inapropriado, pois não tem relação com a substituição tributária.
Eles são, na verdade, responsáveis! Vamos dar o devido “desconto” ao legislador, pois é uma
lei muito “velhinha” e desconsiderem qualquer vinculação do termo à substituição tributária.
A substituição tributária “de verdade” é o nosso próximo assunto.

3. Responsável como Contribuinte Substituto (Art. 26)


3.1. Conceito de Contribuinte Substituto
O contribuinte substituto é o responsável, por substituição tributária (ST) pelo IPI. É
considerado substituto, o industrial (ou equiparado), mediante requerimento, em relação às
operações anteriores, concomitantes ou posteriores às saídas que promover, nas hipóteses
e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal.
Perceba um aspecto importante na ST IPI: Veja que se dá mediante requerimento. Isso
significa que é uma faculdade!
Note ainda que, ao contrário da responsabilidade por transferência que estudamos acima,
na substituição tributária já conhecemos o responsável antes mesmo do FG.

3.2. Conceito de Contribuinte Substituído


O contribuinte substituído é aquele que deixa de recolher o IPI, em função da existência
do contribuinte substituto responsável por substituição tributária do IPI.

004. (FGV/SEAD-AP/2010) Denomina-se substituto tributário aquele sujeito em nome de


quem é feito o recolhimento antecipado e que deverá promover a operação futura.

Assertiva descreve o conceito de contribuinte substituído.


Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Esquematização da substituição tributária (ST):

Observe que na esquematização temos três operações de “saída” entre os diversos in-
dustriais (vermelho e azuis). A cada operação, teríamos normalmente uma incidência de IPI.
Com a substituição, o industrial vermelho substituto passou a substituir os industriais azuis
quanto às novas incidências. As “saídas” do industrial azul para o outro industrial azul (IPI
ST) e para o adquirente final tem o IPI cobrado antecipadamente por substituição quando da
primeira saída promovida pelo industrial vermelho.
Isso significa que quando o industrial vermelho lança o IPI, está lançando o seu IPI próprio
+ o IPI das operações seguintes (IPI ST).
Esse é um tipo de ST denominada “para frente” ou progressiva, pois a obrigação é antecipada.
Podemos ter ainda a ST “para trás” (diferimento) ou regressiva. Nesse caso a obrigação é
adiada. O substituto, nesse caso, pagaria o seu IPI próprio e também o relativo às operações
anteriores. Lança-se o IPI, portanto, na última operação do esquema. Há uma postergação!

Exemplo ST para trás: O IPI dos fornecedores de peças e componentes de automóveis,


que são substituídos pelas montadoras de veículos (Lei n. 9626/99).
Temos ainda a ST pura e simples (ou concomitante), que não é típica do IPI, mas sur-
ge quando a responsabilidade pelo tributo se transfere, de forma concomitante, para outro
contribuinte que não aquele que realiza a operação ou pratica o FG. Exemplo: substituição
tributária no serviço de transportes. Quando o transportador autônomo preta um serviço de
transporte, quem deve pagar o ICMS é o contratante do serviço.
Conforme o ponto em que esteja o Substituto dentro dessa cadeia, podemos classificar
a ST como uma das modalidades acima (para frente, para trás e pura e simples).

O contribuinte substituído é solidariamente responsável pelo pagamento do imposto em relação


ao qual estiver sendo substituído, no caso de inadimplência do contribuinte substituto.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Para atender a todos os gostos, vou colocar um exemplo numérico para facilitar a visua-
lização e diferenciação dos tipos de ST numa linguagem mais simples possível:
Uma operação “normal” sem ST seria conforme abaixo, cada industrial “paga o seu IPI”.

Industrial 1 IPI 10 Industrial 2 IPI 15 Industrial 3

• Débito de • Débito de • Débito de


IPI R$ 10 IPI R$ 15 IPI R$ 20

Numa ST para frente seria assim: o substituto “paga” o IPI de “todos” antecipadamente.

Substituto Substituído Substituído

•Débito de IPI •Débito de IPI •Débito de IPI


R$ 0,00 0,00
(10+15+20)
= 45

Numa ST “para trás” seria assim: o “último” “paga” o IPI de “todos” os anteriores.

Substituído Substituído Substituto

•Débito de IPI •Débito de IPI •Débito de IPI


0,00 0,00 R$
(10+15+20)
= 45

• Apesar do RIPI prever a ST em todas as suas modalidades, na prática apenas temos a


ST “para trás” no IPI.
• No IPI, a ST é faculdade (mediante requerimento).

005. (CESPE/PETROBRAS/2007) Pelo instituto da substituição tributária progressiva, o


substituto paga o tributo em razão de fato gerador já ocorrido no passado.

A substituição progressiva também é conhecida como “para a frente”. Na ST “para frente”, o


substituto recolhe o imposto de fatos geradores que estão na continuidade da cadeia, logo são
fatos geradores que ainda vão ocorrer.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

006. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Ocorre a substituição tributária regressi-


va nos casos em que pessoas ocupantes de posições posteriores nas cadeias de produção
são substituídas, quanto à obrigação de pagar o tributo devido, por aqueles que ocupam as
posições anteriores.

Na ST regressiva ou para trás, um indivíduo que está no final da cadeia será responsável pelo
recolhimento dos impostos que “ficaram para trás”. Logo, a obrigação de pagar ficará com o
indivíduo que vem na posição posterior.
Errado.

Apesar de o regulamento apenas se limitar a prevê a possibilidade da substituição tribu-


tária e sem aprofundá-la, é importante diferenciar os conceitos de substituto e responsável.
vamos nos valer de uma decisão para esclarecer:

JURISPRUDÊNCIA
(...) O substituto legal tributário é a pessoa, não vinculada ao fato gerador, obrigada ori-
ginariamente a pagar o tributo; o responsável tributário é a pessoa, vinculada ao fato
gerador, obrigada a pagar o tributo se este não for adimplido pelo contribuinte ou pelo
substituto legal tributário, conforme o caso. 2. BASE DE CÁLCULO POR ESTIMATIVA (...)
(Primeira Seção STJ, julgamento dos Embargos de Divergência no RE n. 59.513 – SP,
relator o Exmo. Sr. Min. Ari Pargendler, julgado em 12/06/96).

4. Responsabilidade Solidária
A responsabilidade solidária decorre de lei. É um mecanismo de garantia do credor que
resulta na indicação de outras pessoas para responder pelo crédito tributário, ainda que não ten-
ham participado diretamente da situação que fez nascer a obrigação, mas que tenham algum vínculo
jurídico relacionado ao ato ilícito. No IPI temos:
• O adquirente de mercadoria importada beneficiada por isenção ou redução.
• Adquirente de produto importado por sua conta e ordem através de PJ importadora (impor-
tação por conta e ordem). Lembre-se que o adquirente também é responsável pela infração.
• Adquirente de produto Importado por encomenda de PJ importadora (importação por
encomenda). Lembre-se que o adquirente também é responsável pela infração.

Caiu em prova:

São responsáveis solidários pelo pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados os adqui-
rentes de mercadorias de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta
e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora (ESAF/ATRFB, 2012).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

• Industrial de 2402.20.00 (cigarros de tabaco) e a empresa exportadora em relação à


venda destinada à exportação que não se efetivar.
• Na hipótese de industrialização por encomenda, o encomendante responde solidariamente
com o estabelecimento industrial.
• Beneficiário de regime aduaneiro suspensivo, destinado à industrialização para exportação.
• Os acionistas controladores, diretores, gerentes ou representantes (em relação ao período
de sua gestão) quanto aos créditos não recolhidos no prazo legal.
• Curador de deficientes beneficiados com isenção para veículos.

5. Fato Gerador – FG
Preliminarmente, deve-se reconhecer que o fato gerador do IPI é periódico ou complexivo,
isto é, ele é a “soma” de “n” fatos ao longo de um determinado período. Essa periodicidade é,
geralmente mensal, exceto quanto o IPI Importação, que deve ser tratado à parte.
Segundo o RIPI, art. 35, os FGs do IPI são:

1 I – o desembaraço
aduaneiro de
produto de
2 II – a saída de
produto do
estabelecimento
industrial, ou
procedência
equiparado a
estrangeira
industrial.

Na realidade, o RIPI prescreve como FG uma situação que corresponde ao aspecto tem-
poral em que ocorre o fato gerador.
Embora seja essa a prescrição do RIPI, temos situações em que há a saída de produto
do estabelecimento industrial mais não há o FG; também há hipóteses em que há o desem-
baraço aduaneiro e não há o FG do IPI. Então, precisamos tomar conhecimento também dos
aspectos material e espacial para a correta identificação da hipótese de incidência, além das
exceções ao fato gerador.
Fixe o FG indicado pelo RIPI, no art. 35. Pode ser de grande valia em provas. Mas precisa-
mos saber, além do “quando” (aspecto temporal) mencionado no art. 35, também o “O que”
(materialidade) e o “Onde” (aspecto espacial) para concluir sobre o FG do IPI.
Quanto aos produtos importados temos o FG se completos os seguintes elementos:
“O que?” Importar produtos de procedência estrangeira.
“Quando?” No desembaraço aduaneiro.
“Onde?” Na aduana.
Se um desses elementos não restar completo não teremos a incidência do IPI.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Quanto aos produtos industrializados devem restar completos os seguintes elementos:


“O que?” Industrializar produtos e promover a transferência da posse ou propriedade.
“Quando?” Na saída do estabelecimento industrial.
“Onde?” No território nacional, exceto áreas de benefícios fiscais como a ZFM...
Agora vamos introduzir um pouco mais de técnica nas explicações...
O RIPI menciona apenas dois fatos geradores. Embora seja essa a literalidade do regula-
mento, o que o RIPI faz é indicar, na realidade, o momento em que ocorre o fato gerador. Ou
seja, o RIPI nos indica a coordenada no tempo em que se considera ocorrido o fato gerador.
O conhecimento do art. 35, em sua literalidade, pode ser suficiente para responder a um
questionamento simples como “Qual é o fato gerador do IPI?”, mas pode não ser suficiente
para analisar situações mais complexas onde estejam presentes outros elementos, e, final-
mente concluir se a situação em exame está no campo de incidência do IPI. O nosso objetivo
aqui é lhe fazer conhecer esse ferramental mínimo para se sair bem em questões que sejam
mais complexas além do simples questionamento “Qual o fato gerador do IPI?”.
Para que tenhamos a incidência do IPI, não basta a existência de produtos industrializados,
mas uma operação que envolva produtos industrializados. A regra matriz de incidência nos
auxilia a identificar a natureza jurídica de uma operação.
Vamos conhecê-la... é rapidinho.
A hipótese de incidência resulta de 3 (principais) critérios integrativos: material, espacial e
temporal. Para que tenhamos o fato gerador de IPI, os três elementos devem se materializar.
Ainda temos na regra matriz, o critério pessoal e o quantitativo, este último diz respeito à base
de cálculo, que logo começaremos a estudar. Iremos nos ater aos três critérios principais
neste momento, para ser capaz de responder algumas questões de prova.
Para o IPI, nos interessam duas situações que são descritas como fatos geradores do
IPI (art. 35): (1) as operações de “saída” com produtos industrializados e (2) a importação de
produtos industrializados.
Acompanhe abaixo, para as situações 1 e 2 descritas acima, como resultariam os critérios
integrativos.

Regra Matriz

Descrição Hipótese 1 Hipótese 2


Industrializar um produto e transferir
Critério Material Situação abstrata Importar produtos
sua posse ou propriedade
Território nacional, exceto regiões
Critério espacial Local Na alfândega
incentivadas como a ZFM.
Momento do desembaraço
Critério temporal Momento Momento da saída do produto
aduaneiro

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Restando completos os três critérios integrativos, podemos afirmar que é caso de inci-
dência do IPI.
Voltando ao artigo 35 do RIPI/2010 que descreve o fato gerador do IPI como:
I – o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira;
II – a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.
Qual a relação que podemos fazer com a nossa regra matriz?
O RIPI descreve o fato gerador tal como o critério temporal da regra matriz. Na realidade
o RIPI indica o momento em que ocorre o fato gerador. Para provas e concursos, o reducio-
nismo do RIPI nos ajuda a responder, como já dissemos, um questionamento em seu nível
mais simples “qual é o fato gerador do IPI?”, portanto, logicamente é de grande valia essa
compreensão. Entretanto, em situações mais complexas, não poderíamos nos socorrer dele.
Neste momento, que devemos recorrer à regra matriz.
A regra matriz desdobra-se ainda em mais dois elementos:
• Critério pessoal – liga sujeito ativo e sujeito passivo da obrigação tributária.
• Critério quantitativo – estabelece o quantum a pagar, a formação da base de cálculo, que
será o tema que veremos na sequência.

Vejamos alguns exemplos em que podemos utilizar a Regra matriz como recurso para
interpretar e verificar se há incidência de IPI.

EXEMPLO
1) Há IPI na venda de produtos industrializados pela indústria X ao comerciante Y?
Critério material completo? (x) Sim () Não
Critério espacial completo? (x) Sim () Não
Critério temporal completo? (x) Sim () Não
Conclusão: tem IPI. Os três critérios foram respondidos com “sim”.
EXEMPLO
2) Há IPI na venda de insumos industrializados pelo industrial Y, situado na ZFM, para serem
consumidos ou industrializados na cidade de Manaus-AM?
Critério material completo? (x) Sim () Não
Critério espacial completo? () Sim (x) Não
Critério temporal completo? (x) Sim () Não
Conclusão: não há IPI. Um critério foi respondido com “não”.
Não foi completado o critério espacial, uma vez que a ZFM é “local” excluído, apesar de fazer
parte do território nacional. Conforme o art. 81, I do RIPI/10 são isentos do IPI os produtos
industrializados na Zona Franca de Manaus, destinados, ao seu consumo interno, excluídos as
armas e munições, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 27 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Agora vamos analisar uma situação mais complexa para verificar a presença dos critérios
integrativos da regra matriz:
EXEMPLO
3) A indústria BETA 01, estabelecida em São Paulo, produz televisores e possui dois sócios.
Em razão do desentendimento entre os sócios, estes decidem separar as atividades, dividindo
o capital 50/50% para que seja constituída uma nova empresa: a BETA 02. Consequentemente,
cada sócio seguiria no negócio, um como dono da BETA 01 e outro como dono da BETA 02.
A BETA 01 mantém em seu estoque vários produtos acabados (televisores) que serão utilizados
para integralização de capital na BETA 02.
Sabe-se que a BETA 02 irá permanecer no estabelecimento em que originariamente se localiza
a BETA 01. A BETA 01, por sua vez, irá mudar seu domicílio para o Rio de janeiro.
Os produtos acabados (televisores) transferidos de BETA 01 para BETA 02 serão tributados
pelo IPI?
Critério material completo? (x) Sim () Não
Trata-se de produtos industrializados os quais tem sua propriedade transferida.
Critério espacial completo? (x) Sim () Não
Pois ocorre no território nacional em área não contemplada por exceções legais como, por
exemplo, a ZFM.
Critério temporal completo? () Sim (x) Não
Não há a saída do produto. BETA 02 passou a ocupar o prédio onde estava situado BETA 01. Os
produtos permanecem no mesmo estabelecimento, embora o novo dono do local seja BETA 02.
Conclusão: não tem IPI. A transferência jurídica não se confunde com a saída do produto.

Nos exemplos 1 a 3, observamos a aplicação da regra de incidência quanto à hipótese


1 do fato gerador, isto é, a saída de produtos do estabelecimento industrial ou equiparado.
Agora veremos a aplicação de nossa regra matriz na hipótese 2 do fato gerador, isto é,
quanto ao desembaraço aduaneiro decorrente da importação de produtos. Vejamos a pergunta
que pretendemos responder:

EXEMPLO
4) Há fato gerador do IPI em produto importado extraviado antes do desembaraço aduaneiro?
Critério material completo? (x) Sim () Não
Sim, porque houve uma importação de produto industrializado estrangeiro.
Critério espacial completo? (x) Sim () Não
Sim, vai se processar na alfândega, no Brasil.
Critério temporal completo? () Sim (x) Não
Não. Como o extravio foi constatado antes do desembaraço aduaneiro e o desembaraço é o
momento em que se considera ocorrido o FG, não restou perfeito este requisito.
Conclusão: não tem IPI sobre o produto extraviado antes do desembaraço.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 28 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Veja que apesar de perfeitos os requisitos “o que” e “onde” (aspectos material e espacial
respectivamente), não se completou o “quando” (aspecto temporal). Isto é: se a falta fosse
detectada por auditor fiscal no desembaraço aduaneiro teríamos o IPI, mas como foi cons-
tatado em momento distinto, ou seja, antes do desembaraço, não temos IPI incidente nessa
parcela de base de cálculo, já que o fato gerador ocorre no desembraço, e não antes dele.
Para concluir:
E se o extravio fosse constatado no momento do desembaraço aduaneiro?
Nesse caso teríamos este requisito cumprido (aspecto temporal), logo incidiria IPI no
produto extraviado. O aspecto temporal do FG do IPI é “o desembaraço aduaneiro”.

007. (ESAF/PFN/2007) A legislação do IPI esclarece que o fato gerador desse imposto (sobre
produtos industrializados) é o desembaraço aduaneiro, quando de proce­dência estrangeira,
considerando-se ocorrido esse desembaraço relativamente à mercadoria que constar como
tendo sido importada e cujo extravio seja verificado pela autoridade fiscal.

Apesar de o regulamento indicar que o desembaraço aduaneiro é o fato gerador do IPI, na


realidade o desembaraço é apenas o momento em que se considera ocorrido o fato gerador.
Desta maneira, ao ser constatado extravio antes do desembaraço aduaneiro, não teríamos o
fato gerador. Por outro lado, se o extravio é constatado pela autoridade tributária durante o de-
sembaraço aduaneiro, considerar-se-á ocorrido o fato gerador em relação ao produto extraviado.
Certo.

008. (INÉDITA/2022) A entrada de mercadoria ou bem no estabelecimento do adquirente, ou


em outro, por ele indicado, será considerada também como fato gerador do imposto.

A entrada habilita o creditamento do imposto, mas não tem relação com o fato gerador que
ocorrera por conta da saída do industrial ou equiparado.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 29 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

5.1. Fato Gerador – Exceções (Art. 38)


Há algumas situações em que temos saída de produto do estabelecimento industrial ou
equiparado ou há o desembaraço aduaneiro, porém não ocorre o FG de IPI. Lembre os FGs
que o RIPI nos indica:
• Desembaraço aduaneiro do produto de procedência estrangeira.
• A saída do produto do estabelecimento industrial ou equiparado.

Entretanto, para ambos os casos, haverá exceções, acompanhe:

5.1.1. Exceções no Desembaraço Aduaneiro

O art. 38 do RIPI enumera situações que não constituem FG do IPI apesar de ocorrer o
desembaraço aduaneiro. Em resumo, o RIPI apresenta os casos em que há o desembaraço
aduaneiro em função uma devolução de exportação, observe:
• Consignação – devolução por não venda (art. 38, I, a);
• Defeito técnico – devolução para reparo (art. 38, I, b);
• Mudança nas regras de importação no país de destino – devolução (art. 38, I, c);
• Guerra ou calamidade pública (art. 38, I, d);
• Por quaisquer fatores alheios à vontade do exportador (art. 38, I, e).

Percebeu o que essas indicações têm em comum?


Note que apesar ocorrer o desembaraço aduaneiro, o que em princípio seria o FG do IPI,
quando o desembaraço é decorrente de uma devolução por motivos alheios a vontade do
exportador, não teremos o IPI.
Note ainda que apesar do RIPI indicar cinco situações que envolvem o desembaraço
aduaneiro e que se constituem em exceções ao fato gerador, você pode fixar todos os casos
resumindo-os em apenas um.
Como?
Note que há um item “coringa” no inciso I, “e”, que resume todos os demais anteriores.
Basta que você o fixe, “desprezando” os demais.
Assim, os demais itens fazem parte de um rol exemplificativo, e podemos tomar para reduzir
nosso esforço de memorização apenas o seguinte: Não é FG de IPI o desembaraço aduaneiro
em razão de devolução de importação por motivos alheios a vontade do exportador. Veja que,
assim, você não precisa memorizar que esta devolução pode ser em razão de uma operação
anterior de consignação, de venda, impedimentos de entrada do produto no destinatário etc.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 30 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

5.1.2. Exceções na Saída do Produto do Industrial ou Equiparado

Sabemos que a saída de produto é fato gerador do IPI. Mas temos exceções. Não são
considerados FGs do IPI as saídas de produtos subsequentes à primeira:
a) nos casos de locação ou arrendamento, salvo se o produto tiver sido submetido a nova
industrialização; ou
b) quando se tratar de bens do ativo permanente, industrializados ou importados pelo
próprio estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, destinados à execução de ser-
viços pela própria firma remetente.
Note que a exceção se refere às saídas subsequentes. Quanto à primeira saída, temos o IPI.
Vamos tentar entender o porquê?
Observem... No início da aula chamei atenção para que você comece a pensar como pensa
o RIPI. O RIPI tem sempre um remédio quando surge uma situação que põe em risco a cadeia
do IPI ou o valor tributável.
Os itens “a” e “b” acima indicam saídas a título de aluguel e para execução de serviços.
De plano você poderia pensar:
Existe IPI no aluguel de um produto?
Em princípio, aluguel de um bem não está no campo de incidência do IPI, mas em algumas
situações peculiares poderá ser alcançado pelo IPI. Nesse caso, o IPI incidirá não em razão do
aluguel, mas em razão da saída do produto do estabelecimento que o fabricou ou o importou.
A saída é o aspecto material do FG do IPI.

EXEMPLO
Pense na empresa que fabricou uma máquina. Ao vender, teremos o IPI, isso é cristalino.
Para burlar a regra do jogo, ela poderia, ao invés de vender a máquina por R$ 1000, simular um
aluguel pelo preço de R$ 200 anual perfazendo R$ 2000 ao final de 10 anos. Ora, após 10 anos
provavelmente esgotará a vida útil da máquina, o que temos de fato é uma venda “travestida”
de aluguel, já que pouco ou nenhum valor residual restará ao término de 10 anos.
Se o RIPI não previsse que a primeira saída para arrendamento do bem fosse tributada, tería-
mos o IPI apenas se ocorresse uma venda formal. Teríamos uma ampla brecha para o plane-
jamento tributário abusivo, já que haveria a possibilidade de burla quanto à forma da operação
na primeira saída (venda travestida de aluguel). Então temos o remédio para essa situação no
RIPI: teremos também o IPI no primeiro “aluguel”, assim ficam inibidos eventuais brechas para
simulação. Lembrando que, de fato, a tributação é sobre a “saída” e não no aluguel. Embora
possa se confundir com este.
O que faz o RIPI é equiparar o primeiro aluguel do produto a uma venda efetiva, já que nós temos
a saída nos exatos termos da regra matriz. A partir do segundo aluguel, não mais teríamos FG
do IPI. Esse raciocínio vale tanto para os produtos fabricados como para os importados e des-
tinados a posterior arrendamento.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 31 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Caro aluno, note que estamos pensando de uma forma bastante “livre” sem nenhum
apego ao direito. Estamos simplesmente trabalhando o RIPI do modo que ele “pensa” e suas
estratégias para preservar o valor tributável e a cadeia do IPI.
Esse tema dá uma boa pegadinha! Veja:
Há IPI na locação de máquinas fabricadas pelo locador?
Sim, na 1ª locação. Nas locações subsequentes não há, exceto se houver nova industrialização.
Outra forma de você entender o porquê de haver a incidência do IPI no primeiro aluguel é
constatar a ocorrência dos três critérios (material, espacial e temporal).
Vamos testar?
Confirmou-se o aspecto material? Sim, pela fabricação de um produto e sua posterior
saída com transmissão de posse ou propriedade.
Confirmou-se o critério espacial? Sim, já que estamos no território nacional.
Confirmou-se o aspecto temporal? Sim, já que ocorrera a saída do produto do estabele-
cimento industrial
Logo, temos os critérios da regra de incidência perfeitos, em sendo assim, a saída do bem
será considerada FG do IPI.
Raciocínio similar aplicamos quanto ao fato gerador desembaraço aduaneiro, naqueles
casos em que uma empresa importa uma máquina e promove a saída em seguida para aluguel.
Vamos acompanhar a esquematização das exceções ao FG do IPI:

5.1.3. FG – Aspectos Temporais – Situações Especiais (Art. 36)

O RIPI apresenta algumas situações especiais que se constituem em momentos de


ocorrência do fato gerador. São 13 possibilidades indicados no art. 36 que dizem respeito a
situações sui generis.
Aí vem a sua dúvida:

Mas professor, o art. 35 já fixa o FG do IPI estabelecendo que são dois:


1) a saída do produto industrializado do industrial/equiparado;
2) o desembaraço aduaneiro de produto industrializado estrangeiro.
Ainda há mais FG do IPI para conhecer?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 32 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

O artigo 36 do RIPI não vai fixar novos FGs, mas apenas detalhar os FGs já fixados no art.
35, especificando os momentos de sua ocorrência. É que na verdade, a “saída” do produto em
algumas situações não será efetiva, poderá ser fictícia etc.
Há também aquelas situações em que não está claro o momento da “saída” do produto.
Para evitar dúvidas, o RIPI delimita o momento da saída com precisão. Vamos ver as situações
que o RIPI entendeu que devem ser detalhadas.
Art. 36. Considera-se ocorrido o fato gerador:
I – na entrega ao comprador, quanto aos produtos vendidos por intermédio de ambulantes.

Note que é uma situação bem peculiar em que seria difícil estabelecer o momento de
ocorrência do FG. Aqui temos o caso da saída de mercadoria para venda sem destinatário
certo. O ambulante retira o produto na indústria, sai para vender retornando ao fim do dia para
prestar contas, quando serão emitidas as notas fiscais definitivas.
Temos duas “saídas”: a primeira quando o produto sai da fábrica para o vendedor am-
bulante e a segunda quando o vendedor ambulante entrega o produto ao comprador na via
pública ou em outro local (estamos admitindo que o vendedor é empregado ou representante
da empresa). Diante da dúvida que poderia ocorrer em relação a qual “saída” escolher para
ser o momento do fato gerador, o RIPI esclarece que deve ser no momento que o vendedor
entrega o produto ao comprador (2ª saída).

EXEMPLO
Hipoteticamente, vamos imaginar o empregado (vamos admitir que é empregado!) da Sorvete
Kibon acima. O sorvete “sai” da fábrica e é depositado nos carrinhos ambulantes. Posteriormen-
te, “saem” novamente dos carrinhos quando são entregues ao seu adquirente na praia. Então
temos duas “saídas”. Qual delas seria o FG do IPI? De acordo com o RIPI, o FG seria quando o
sorveteiro entrega o sorvete ao adquirente.
II – na saída de armazém-geral ou outro depositário do estabelecimento industrial ou equiparado
a industrial depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outro estabelecimento.

As empresas podem guardar seus produtos em armazém geral ou outros depositários.


Aqui temos um atalho logístico. Ao invés do produto retornar do armazém geral para o pro-
prietário do produto encaminhar ao comprador, e assim caracterizar a “saída” do produto e
FG do IPI, temos, por uma questão logística, a remessa direta do próprio armazém, agindo
por ordem do depositante.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 33 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Como o produto saiu direto do armazém, não ocorrerá a “saída do produto” efetivamente
do real proprietário e vendedor da mercadoria, que é o contribuinte do IPI.
Temos então uma situação em que quem promove a “saída” não é o contribuinte. Poderia
então haver uma dúvida. O RIPI esclarece que o “favor” que o armazém geral faz ao transmitir
o produto diretamente para o adquirente, não o transforma em contribuinte do IPI, já que é
um mero prestador de serviços, agindo em nome do real vendedor. É este vendedor que deve
compor a relação tributária.
O depositante deve reconhecer o fato gerador neste momento de “saída” do armazém
geral (depositário), reconhecendo formalmente a “saída” como se fosse efetivada de um
estabelecimento seu, pois essa é a essência da transação. Isso significa promover, dentre
outras formalidades, a anotação do débito do IPI em sua escrituração.

III – na saída da repartição que promoveu o desembaraço aduaneiro, quanto aos produtos que, por
ordem do importador, forem remetidos diretamente a terceiros.

Aqui também temos um atalho logístico. Não se espera o produto “entrar” no importador
para depois “sair” por venda ao adquirente. Da própria repartição aduaneira já é possível se
encaminhar para o adquirente. Esse encaminhamento direto está substituindo a “saída” do
estabelecimento importador, então se considera ocorrido o FG como de fato ocorreria caso
o importador promovesse a saída posterior do produto. Mas uma vez preserva-se a essência
da transação. Eventuais “atalhos logísticos” não podem descaracterizar a saída efetiva que
teríamos, caso esse “atalho” não existisse.

IV – na saída do estabelecimento industrial diretamente para estabelecimento da mesma firma


ou de terceiro, por ordem do encomendante, quanto aos produtos mandados industrializar por
encomenda.

Do mesmo modo que as anteriores, temos algumas etapas “queimadas” por questões de
atalho logístico. Isso não poderia inibir a ocorrência do FG no proprietário do produto. Esse
é o caso em que “A” solicitou a “B” uma industrialização por encomenda. O caminho natural
seria “B” devolver o produto para “A” quando ele estiver acabado e “A” vender para quem
quiser. Mas, por uma questão logística, “B” pode remeter diretamente, por ordem de “A” ao
adquirente sem remeter fisicamente para “A”. Seria uma economia de tempo e dinheiro que,
se aplicarmos na escala industrial, onde uma empresa está no Norte e a outra no Sul do país,
pode ser relevante. Mas observe: “B” faz uma gentileza a “A” remetendo o produto, embora
formalmente o remetente seja “A”, o contribuinte.

V – na saída de bens de produção dos associados para as suas cooperativas, equiparadas, por
opção, a estabelecimento industrial;
VI – no quarto dia da data da emissão da respectiva nota fiscal, quanto aos produtos que até o dia
anterior não tiverem deixado o estabelecimento do contribuinte.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 34 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

No quarto dia da emissão da NF presume-se que ocorrera a saída do produto.


É preciso um cuidado especial aqui, ao confrontar-se o texto da lei base do IPI (lei 4502/64)
e o RIPI, não se confundindo com os prazos.
Observe:
A Lei n. 4502/64 nos indica que teremos o FG quando o produto “permanecer no estabe-
lecimento decorridos 3 (três) dias da data da emissão da respectiva ‘nota fiscal’”.
Já o RIPI indica que será no quarto dia da emissão da NF.
Há alguma contradição aqui? 3 ou 4 dias?
Não há, mas fique atento a esse joguinho com os números “3” e “4”.
Note que:
“Decorridos 3 dias” equivale dizer que vencidos os 3 dias, chegando no “quarto dia” te-
remos o FG.
Logo, ambos têm o mesmo significado!

VII – no momento em que ficar concluída a operação industrial, quando a industrialização se der
no próprio local de consumo ou de utilização do produto, fora do estabelecimento industrial.

Como exemplo, podemos citar a montagem de um elevador em um prédio.


O elevador será transportado em peças, se tornando um “elevador” de fato quando mon-
tado, o que ocorrerá no estabelecimento do destinatário, fora do industrial produtor. É uma
modalidade de industrialização que se aperfeiçoa fora da fábrica, sendo assim poderia haver
dúvidas quanto ao momento de caracterizar a “saída” e assim definir o momento do FG. O
RIPI esclarece então que o FG ocorre quando o elevador é montado. (Apesar desse exemplo
didático, a rigor, a instalação de elevador no local seria FG do ISS e não IPI, já que se trata de
construção civil e congêneres. Mas é essa a ideia!)
VIII – no início do consumo ou da utilização do papel destinado à impressão de livros,
jornais e periódicos, em finalidade diferente da que lhe é prevista na imunidade de que trata
o inciso I do art. 18, ou na saída do fabricante, do importador ou de seus estabelecimentos
distribuidores, para pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras; (FG se mate-
rializa tanto em quem compra como em quem vende).
Observe que o FG se materializa tanto em quem compra como em quem vende o papel imu-
ne. Quem vende o papel imune, deve se certificar se o comprador faz jus à imunidade e possui
o registro especial concedido pela RFB, caso contrário deverá destacar o IPI nesta operação.
Quem compra o papel imune regularmente, também deve observar a destinação especial
do papel. Caso utilize em outros fins, teremos o nascimento do FG.
Imagine uma gráfica que adquiriu papel imune e resolveu utilizar parte do papel em livros
e parte em agendas para brindes.
Como fica o FG?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 35 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Quanto ao papel utilizado em livros, não teremos o FG na saída destes produtos, pois é
caso de imunidade. Quanto às agendas teríamos o IPI.

IX – na aquisição ou, se a venda tiver sido feita antes de concluída a operação industrial, na conclu-
são desta, quanto aos produtos que, antes de sair do estabelecimento que os tenha industrializado
por encomenda, sejam por este adquiridos.

Também temos um atalho logístico. Algumas etapas são “queimadas”. O executor da


encomenda decide adquirir o produto antes de devolvê-lo ao encomendante.
Em uma situação “normal” o executor da encomenda devolve o produto ao encomendante
que a partir daí promove a venda para qualquer um que desejar comprar, inclusive para aquele
que executou a encomenda.
Ora, mas se o próprio executor da encomenda desejar adquirir o produto! Será que ele
precisa devolver o produto ao encomendante para efetuar a compra e efetuar toda a logística
no sentido inverso?
Claro que não. Fisicamente, não seria necessário o produto ser devolvido para depois
ser comprado. Entretanto, formalmente, vamos considerar que o produto saiu do vendedor
(encomendante) e nasceu o FG.

X – na data da emissão da nota fiscal pelo estabelecimento industrial, quando da ocorrência de


qualquer das hipóteses enumeradas no inciso VII do art. 25.

O mencionado artigo trata dos casos em que a empresa exportadora não promove a ex-
portação de produto recebido para este fim. Se o produto não vai ser exportado, é devido o
IPI desde a origem. A imunidade das exportações é condicionada à própria exportação. Se
esta não ocorre, IPI neles!

XI – no momento da sua venda, quanto aos produtos objeto de operação de venda que forem
consumidos ou utilizados dentro do estabelecimento industrial.

Quando a Cervejaria vende cerveja, tem IPI na saída deste produto.


Agora imagine o seguinte:
Você que é um apreciador de cerveja, descobriu um jeito de pagar menos na cerveja. Você
decidiu que irá tomar a sua cerveja dentro da Fábrica, antes que ela promovesse a “saída” do
produto. Espera assim, pagar um preço menor pela ausência do fato gerador do IPI. Então
o RIPI vem com essa estratégia de transformar essa situação numa saída ficta de produto.
Deste modo, ao consumir a cerveja dentro da fábrica, teremos uma situação que equivalerá
a uma saída. Obviamente, se torna relevante essa descrição quando estivermos diante de
uma situação industrial real.

XII – na saída simbólica de álcool das usinas produtoras para as suas cooperativas, equiparadas,
por opção, a estabelecimento industrial.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 36 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

No RIPI, aparecem em alguns casos, a saída e remessa simbólicas. Tais situações ocor-
rem quando um produto precisa transitar por um dos estabelecimentos, mas por questões
racionais não o fazem de fato.
É uma situação que foge um pouquinho da regra de uma operação “normal”, mas que é remedia-
da pela emissão de nota fiscal-NF de remessa simbólica para “simular” a etapa que foi queimada.
Por exemplo: quando eu vendo um produto que está comigo, eu mesmo promovo a saída
efetiva. Emito minha NF de venda com o IPI destacado.
Por outro lado, quando eu vendo meu produto que se encontra em um armazém geral, o
armazém poderá promover a saída efetiva em meu nome. Eu continuo sendo o contribuinte,
embora não promova a saída efetiva. Nesse caso eu emito minha nota fiscal com o IPI, mas
antes o armazém me devolve simbolicamente os produtos através de uma NF de retorno
simbólico (não há a devolução efetiva do produto, apenas é simulado a devolução mediante
NF) para caracterizar a “entrada” deste produto no meu estabelecimento.
Assim fica resolvida a seguinte questão: a saída efetiva é promovida pelo armazém que
está com a mercadoria, mas formalmente é como se fosse eu mesmo quem promove a saída,
já que recebi em devolução (simbólica) os produtos caracterizando a “entrada”.

XIII – na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria no recinto alfandegado,


antes de aplicada a pena de perdimento, quando as mercadorias importadas forem consideradas
abandonadas pelo decurso do referido prazo.

Para fechar, quando vencido o prazo para se promover o desembaraço de mercadorias e


estas sejam consideradas abandonadas.
Imagine o seguinte:
Uma mercadoria abandonada na alfandega nunca será submetida ao desembaraço
aduaneiro. Logo, nunca nasceria o FG do IPI. Assim, o RIPI presume o FG após certo prazo
de tempo. Situação semelhante ao inciso VI acima.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 37 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

RESUMO
Industrial é quem executa uma das modalidades de industrialização e dela resulta um
produto tributado (alíquota maior ou igual a 0%). Lembre-se que produto NT não é tributado!
Equiparados a industrial são aqueles que não industrializam produtos, apenas revendem
produtos, mas são equiparados à condição de industrial. Os principais casos tratam de co-
merciantes pertencentes ao mesmo grupo econômico (filiais, controladas etc.).
No caso da importação, destaca-se a equiparação do importador quando (e apenas quan-
do...) promove a saída do produto por ele importado. Se o importador promove a saída do
produto que importara, será obrigatoriamente equiparado a industrial.
Conceitos relevantes que surgem no contexto:
• Estabelecimento comercial atacadista: vende bens de produção ou em quantidades acima
das normalmente destinadas ao uso, vende a revendedores, vende bens de consumo em
quantidades maiores. que normais.
• Estabelecimento comercial varejista: aquele que efetua vendas diretas ao consumidor.
Se realizar vendas por atacado esporadicamente em volume inferior a 20% do total das
receitas do mesmo semestre civil.
• Contribuintes e responsáveis: o sujeito passivo pode ser contribuinte, quando mantém a
relação pessoal e direta com o fato gerador; ou será a responsável, quando sem revestir
a condição de contribuinte, sua condição decorre de lei.

São contribuintes do IPI o importador (no desembaraço aduaneiro); o industrial (na saída
dos seus produtos); o equiparado industrial (na saída dos seus produtos ou mercadorias) e
quem destinar ou consumir o papel imune em outros fins.
Conforme o CTN, devemos incluir a figura do arrematante como contribuinte, embora ele
não esteja citado no RIPI.
Responsável é o sujeito passivo cuja obrigação decorre de lei e não reveste a condição
de contribuinte. Geralmente é alguém que contribui para uma irregularidade e está de posse
do produto, como um lojista ou um transportador com produtos desacompanhados de do-
cumentação, produtos sem selo sem rótulo, quem se encontra com o papel imune de forma
indevida dentre outras situações que se caracterizam como irregularidades, a saber.
• Transportador de Produtos desacompanhados de NF/documentação comprobatória;
• Possuidores de Produtos para venda/industrialização sem NF/documentação comprobatória;
• Adquirentes de produtos usados sem marcação, ou documentação de origem;
• Qualquer detentor de cigarros (2402.20.00) ou bebidas (CAP 22) destinados à exportação,
encontrados em situação diversa;
• Quem possuir produto sem selo, marcação e rótulo quando exigido;
• Quem desatender requisitos p/imunidade, isenção ou suspensão;
• Empresa Comercial Exportadora;
• PF ou PJ que se encontre com papel imune indevidamente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 38 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Tendo em vista um grande número de casos para a memorização é possível valer-se de


um macete para identificar a figura do responsável, trata-se de trecho da lei do IPI a seguir:

Será responsável: (...)


b) qualquer possuidor – com relação aos produtos tributados cuja posse mantiver para fins de
venda ou industrialização.

Esse caso acaba por sintetizar todos os demais, pois o responsável normalmente será
aquele que está de Posse de um produto com irregularidades.

Diferencie o responsável/contribuinte envolvendo o papel imune:

Os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não


São contribuintes
sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e
(art. 24, IV)
periódicos, quando alcançado pela imunidade prevista no inciso I do art. 18
A pessoa física ou jurídica que não seja empresa jornalística ou editora, em cuja posse for
São responsáveis
encontrado o papel, destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, a que se refere
(art. 25, VIII)
o inciso I do art. 18 (Lei n. 9.532, de 1997, art. 40, parágrafo único)

Contribuinte substituto: é o responsável, por substituição tributária (ST) pelo IPI relativo às
operações anteriores, concomitantes ou posteriores. É facultativo, depende de requerimento.
Contribuinte Substituído: é aquele que deixa de recolher o IPI, em função da existência do
contribuinte substituto responsável por substituição tributária (ST) do IPI. A ST poderá ser para
frente, para trás e concomitante segundo o RIPI. O substituído se torna responsável solidário.
Responsabilidade solidária: decorre de lei. São solidários:
• O adquirente de mercadoria importada beneficiada por isenção ou redução;
• Adquirente de produto importado por sua conta e ordem através de PJ importadora (impor-
tação por conta e ordem). Lembre-se que o adquirente também é responsável pela infração;
• Adquirente de produto Importado por encomenda de PJ importadora (importação por
encomenda). Lembre-se que o adquirente também é responsável pela infração;
• Industrial de 2402.20.00 (cigarros de tabaco) e a empresa exportadora em relação à
venda destinada à exportação que não se efetivar;
• Na hipótese de industrialização por encomenda, o encomendante responde solidariamente
com o estabelecimento industrial;
• Beneficiário de regime aduaneiro suspensivo, destinado à industrialização para exportação;
• Os acionistas controladores, diretores, gerentes ou representantes (em relação ao período
de sua gestão) quanto aos créditos não recolhidos no prazo legal;
• Curador de deficientes beneficiados com isenção para veículos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 39 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Fato gerador-FG: Segundo o RIPI, art. 35, os FGs do IPI são:


I – o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira;
II – a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.
Regra matriz de incidência:

Descrição Hipótese 1 HIPÓTESE 2


Situação Industrializar um produto e transferir
Critério Material Importar produtos
abstrata sua posse ou propriedade
Território nacional, exceto regiões
Critério espacial Local Na alfândega
incentivadas como a ZFM.
Momento do
Critério temporal Momento Momento da saída do produto
desembaraço aduaneiro

Não é fato gerador o desembaraço aduaneiro referente devolução de produto nos casos de:
• Consignação – devolução por não venda (art. 38, I, a);
• Defeito técnico – devolução para reparo (art. 38, I, b);
• Mudança nas regras de importação no país de destino – devolução (art. 38, I, c);
• Guerra ou calamidade pública (art. 38, I, d);
• Por quaisquer fatores alheios à vontade do exportador (art. 38, I, e).

Não é fato gerador a saída de produto industrializado:


• nos casos de locação ou arrendamento, salvo se o produto tiver sido submetido a nova
industrialização; ou
• quando se tratar de bens do ativo permanente, industrializados ou importados pelo próprio
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, destinados à execução de serviços
pela própria firma remetente.

Há situações que são considerados aspectos temporais especiais, momento em que se


considera realizado certos fatos geradores, a seguir:
Art. 36. Considera-se ocorrido o fato gerador:
I – na entrega ao comprador, quanto aos produtos vendidos por intermédio de ambulantes
III – na saída da repartição que promoveu o desembaraço aduaneiro, quanto aos produtos
que, por ordem do importador, forem remetidos diretamente a terceiros;
IV – na saída do estabelecimento industrial diretamente para estabelecimento da mesma
firma ou de terceiro, por ordem do encomendante, quanto aos produtos mandados industria-
lizar por encomenda;
V – na saída de bens de produção dos associados para as suas cooperativas, equiparadas,
por opção, a estabelecimento industrial;
VI – no quarto dia da data da emissão da respectiva nota fiscal, quanto aos produtos que
até o dia anterior não tiverem deixado o estabelecimento do contribuinte;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 40 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

VII – no momento em que ficar concluída a operação industrial, quando a industrialização se


der no próprio local de consumo ou de utilização do produto, fora do estabelecimento industrial.
VIII – no início do consumo ou da utilização do papel destinado à impressão de livros,
jornais e periódicos, em finalidade diferente da que lhe é prevista na imunidade de que trata
o inciso I do art. 18, ou na saída do fabricante, do importador ou de seus estabelecimentos
distribuidores, para pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras; (FG se mate-
rializa tanto em quem compra como em quem vende).
IX – na aquisição ou, se a venda tiver sido feita antes de concluída a operação industrial,
na conclusão desta, quanto aos produtos que, antes de sair do estabelecimento que os tenha
industrializado por encomenda, sejam por este adquiridos;
X – na data da emissão da nota fiscal pelo estabelecimento industrial, quando da ocor-
rência de qualquer das hipóteses enumeradas no inciso VII do art. 25.
XI – no momento da sua venda, quanto aos produtos objeto de operação de venda que
forem consumidos ou utilizados dentro do estabelecimento industrial.
XII – na saída simbólica de álcool das usinas produtoras para as suas cooperativas, equi-
paradas, por opção, a estabelecimento industrial; e
XIII – na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria no recinto alfan-
degado, antes de aplicada a pena de perdimento, quando as mercadorias importadas forem
consideradas abandonadas pelo decurso do referido.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 41 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

MAPA MENTAL

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 42 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 43 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

EXERCÍCIOS
001. (ESAF/ATRFB/2012) São equiparados aos estabelecimentos industriais para fins de
incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados os estabelecimentos atacadistas e
cooperativas de produtores que derem saída a bebidas alcoólicas.

002. (ESAF/ATRF/2000) Não se equiparam a estabelecimento industrial os estabelecimentos


importadores de produtos de procedência estrangeira, que deem saída a esses produtos, se
não realizam qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento,
a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo.

003. (ESAF/ATRFB/2003) Para ser caracterizado como tal, o estabelecimento industrial deve
somente elaborar produtos com alíquota do IPI superior a 0% (zero por cento).

004. (ESAF/ATRFB/2012) São equiparados aos estabelecimentos industriais os estabeleci-


mentos, ainda que varejistas, que receberem, para comercialização, diretamente da repartição
que os liberou, produtos importados por outro estabelecimento da mesma firma.

005. (ESAF/ATRFB/2012) São equiparados aos estabelecimentos industriais para fins de


incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados os estabelecimentos, ainda que varejis-
tas, que receberem, para comercialização, diretamente da repartição que os liberou, produtos
importados por outro estabelecimento da mesma firma.

006. (ESAF/AFRFB/2012) A empresa comercial exportadora, que adquirir produtos industria-


lizados com fim específico de exportação, é obrigada ao pagamento do IPI suspenso na saída
dos produtos do estabelecimento industrial, caso referidos produtos venham a ser destruídos,
furtados ou roubados.

007. (ESAF/ATRFB/2012) São responsáveis solidários pelo pagamento do Imposto sobre


Produtos Industrializados os transportadores em relação aos produtos tributados que trans-
portarem, acompanhados ou não de documentação comprobatória de sua procedência.

008. (MAKIYAMA/PROCURADOR MUNICIPAL/JUNDIAÍ/2013) Para os efeitos deste imposto


(IPI), considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial,
comerciante ou arrematante.

009. (MAKIYAMA/PROCURADOR MUNICIPAL/JUNDIAÍ/2013) O imposto, de competência


da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador, dentre outros, a sua arre-
matação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 44 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

010. (ESAF/ATRFB/2002) A empresa Ypsolon Ltda. importou da Índia 2000 jaquetas de couro de
boi e 5000 varetas de incenso, varetas essas que seriam para brinde aos seus compradores. Diante
destas informações ocorre apenas o fato gerador no desembaraço das jaquetas e das varetas.

011. (OAB-SP/EXAME 111) Se determinada operação, praticada entre contribuintes do IPI e do


ICMS, constitui, simultaneamente, fato gerador de ambos os impostos, somente é cobrado o IPI.

012. (ESAF/ATRFB/SRFB/2002) Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI, entre outras


hipóteses, no retorno de produtos ao estabelecimento industrial remetente, efetivado pelo
comprador ou destinatário.

013. (ESAF/ATRFB/2003) Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI, quando o produto, que
tiver saído do estabelecimento industrial com o fim específico de exportação, for revendido
no mercado interno, no momento da efetivação da venda.

014. (CESPE/OAB/2007) O imposto sobre produto industrializados, de competência da União,


não incide sobre a arrematação de produtos industrializados apreendidos e levados a leilão.

015. (ESAF/ATRFB/2012) Avalie os itens a seguir e assinale a opção correta.


I – O desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira é fato gerador do Imposto
sobre Produtos Industrializados, considerando-se ocorrido o referido desembaraço quando a
mercadoria consta como tendo sido importada e o extravio ou avaria venham a ser apurados
pela autoridade fiscal, inclusive na hipótese de mercadoria sob regime suspensivo de tributação.
II – Considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados na saída
de armazém- geral ou outro depositário do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial
depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outro estabelecimento.
III – Considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados na saída
do estabelecimento industrial diretamente para estabelecimento da mesma firma ou de terceiro,
por ordem do encomendante, quanto aos produtos mandados industrializar por encomenda.
a) Somente o item I está correto.
b) O item I e o item II estão corretos.
c) Os itens I, II e III estão corretos.
d) Os itens II e III estão corretos.
e) Os itens I e III estão corretos.

016. (INÉDITA/2022) Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das modalidades


de industrialização de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento.

017. (INÉDITA/2022) Para que um estabelecimento seja caracterizado como equiparado a


industrial, é fundamental que desenvolva atividade industrial.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 45 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

018. (INÉDITA/2022) Os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estran-


geira, que derem saída a esses produtos são equiparados a industrial.

019. (INÉDITA/2022) Os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para indus-
trialização, diretamente da repartição que os liberou, produtos importados por outro estabe-
lecimento da mesma firma serão equiparados a industrial.

020. (INÉDITA/2022) São equiparados a industrial os estabelecimentos comerciais de produtos


cuja industrialização tenha sido realizada por outro estabelecimento da mesma firma ou de
terceiro, mediante a remessa, por eles efetuada, de matérias-primas, produtos intermediários,
embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos.

021. (INÉDITA/2022) São contribuintes do IPI o Importador, o Industrial, o Equiparado a in-


dustrial e aquele que destinar ou consumir o papel imune em outros fins.

022. (INÉDITA/2022) De acordo com o RIPI, o arrematante é um dos contribuintes do IPI.

023. (INÉDITA/2022) A responsabilidade surge após o fato gerador.

024. (INÉDITA/2022) Quem possuir ou expor a venda produto sem selo adquirido de terceiro
será responsável.

025. (INÉDITA/2022) Será responsável, a empresa comercial exportadora quanto aos produtos
que deveriam ser exportados e não foram em 90 dias da emissão da Nota fiscal.

026. (INÉDITA/2022) O contribuinte substituto é o responsável, por substituição tributária


(ST) pelo IPI. É considerado substituto, o industrial (ou equiparado) em relação às saídas que
promover, nas hipóteses previstas pela legislação e esta se opera de forma obrigatória.

027. (INÉDITA/2022) O adquirente de mercadoria importada beneficiada por isenção ou


redução é responsável solidário.

028. (INÉDITA/2022) A importação de produtos industrializados é fato gerador do IPI.

029. (INÉDITA/2022) A saída de produto do estabelecimento industrial é fato gerador do IPI.

030. (INÉDITA/2022) O aspecto material do FG do IPI é a saída do produto do estabeleci-


mento industrial.

031. (INÉDITA/2022) O retorno de produto exportado por motivos alheios à vontade do ex-
portador, tem o seu desembaraço aduaneiro excluído do fato gerador.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 46 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

032. (INÉDITA/2022) O produto que acabou de ser fabricado e “saiu” mediante arrendamento
mercantil sofre incidência do IPI.

033. (INÉDITA/2022) O FG considera-se ocorrido na entrega ao comprador, quanto aos pro-


dutos vendidos por intermédio de ambulantes.

034. (INÉDITA/2022) O FG considera-se ocorrido na saída do estabelecimento industrial dire-


tamente para estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, por ordem do encomendante,
quanto aos produtos mandados industrializar por encomenda.

035. (INÉDITA/2022) O FG considera-se ocorrido no quarto dia da data da emissão da res-


pectiva nota fiscal, quanto aos produtos que até o dia anterior não tiverem deixado o estabe-
lecimento do contribuinte

036. (FADESP/CÂMARA DE MARABÁ-PA/ADVOGADO/2021) Segundo o Código Tributário


Nacional, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respec-
tiva obrigação. No caso, o Imposto sobre Produtos Industrializados tem como fato gerador,
entre outras possibilidades,
a) a sua entrada no estabelecimento consumidor ou a quem a lei a ele equiparar.
b) a sua entrada no estabelecimento industrial ou a quem a lei a ele equiparar.
c) a compensação do produto abandonado, quando levado a leilão.
d) a saída dos produtos nacionais do território nacional.
e) o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira.

037. (MS CONCURSOS/PC-PA/DELEGADO DE POLÍCIA/2012) De acordo com o Código


Tributário Nacional, não é contribuinte do imposto:
a) O importador ou quem a lei a ele equiparar.
b) O industrial ou quem a lei a ele equiparar.
c) O comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos
no inciso II do art. 51 do CTN.
d) O arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
e) O fazendeiro-parceiro na produção pecuária.

038. (INÉDITA/2022) Estabelecimento comercial varejista é aquele que que vende bens
de produção.

039. (INÉDITA/2022) Podemos considerar como comerciante atacadista aquele que vende
bens de consumo em quantidades acima do que normalmente de se destina a uso próprio
do adquirente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 47 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

040. (INÉDITA/2022) A substituição tributária no IPI se dá de forma obrigatória para deter-


minados grupos de contribuintes.

041. (INÉDITA/2022) Embora o IPI admita a substituição tributária para a frente e para trás,
na prática observa-se apenas a substituição tributária para frente.

042. (CESPE/SERPRO/ANALISTA/2010) O substituto tributário é a pessoa que não dá causa


direta ao fato gerador do tributo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 48 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

GABARITO

1. E 36. e
2. E 37. e
3. E 38. E
4. C 39. C
5. C 40. E
6. C 41. E
7. E 42. E
8. C
9. C
10. E
11. E
12. E
13. E
14. C
15. c
16. C
17. E
18. C
19. E
20. E
21. C
22. E
23. C
24. C
25. E
26. C
27. C
28. E
29. C
30. E
31. C
32. C
33. C
34. C
35. C

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 49 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

GABARITO COMENTADO

001. (ESAF/ATRFB/2012) São equiparados aos estabelecimentos industriais para fins de


incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados os estabelecimentos atacadistas e
cooperativas de produtores que derem saída a bebidas alcoólicas.

A equiparação não é genérica, depende de alguns requisitos fixados no art. 9, VII, “a”, “b” e “c”
do RIPI e também de leis mais recentes, ainda não contempladas no atual regulamento.

RIPI, Art. 9º Equiparam-se a estabelecimento industrial:


(...)
VII – os estabelecimentos atacadistas e cooperativas de produtores que derem saída a bebidas
alcoólicas e demais produtos, de produção nacional, classificados nas Posições 22.04, 22.05, 22.06
e 22.08 da TIPI e acondicionados em recipientes de capacidade superior ao limite máximo permitido
para venda a varejo, com destino aos seguintes estabelecimentos (Lei n. 9.493, de 1997, art. 3º):
a) industriais que utilizarem os produtos mencionados como matéria-prima ou produto interme-
diário na fabricação de bebidas;
b) atacadistas e cooperativas de produtores; ou
c) engarrafadores dos mesmos produtos.

Errado.

002. (ESAF/ATRF/2000) Não se equiparam a estabelecimento industrial os estabelecimentos


importadores de produtos de procedência estrangeira, que deem saída a esses produtos, se
não realizam qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento,
a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo.

Um dos casos de equiparação a industrial é o do importador que, após promover a importação


e desembaraço aduaneiro de produto importado sujeito a o IPI, promove a saída deste.
Essa informação é suficiente para considerar errada a assertiva, pois é o que se extrai do RIPI:

Art. 9º Equiparam-se a estabelecimento industrial:


I – os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que derem saída a
esses produtos (Lei n. 4.502, de 1964, art. 4º, inciso I).

Note que ao importar o produto, o estabelecimento é contribuinte do IPI na qualidade de im-


portador. Ao promover a saída deste produto, será novamente contribuinte na qualidade de
equiparado a industrial.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 50 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Observe ainda que a saída a que se refere o art. 9º do RIPI não é, necessariamente uma venda.
Poderá ser uma dação e pagamento, um aluguel etc. A saída é uma operação jurídica com
transmissão de posse ou propriedade.
Errado.

003. (ESAF/ATRFB/2003) Para ser caracterizado como tal, o estabelecimento industrial deve
somente elaborar produtos com alíquota do IPI superior a 0% (zero por cento).

Se executar industrialização de produtos tributados, ainda que sujeito a alíquota zero, será
industrial para efeito de IPI.
Errado.

004. (ESAF/ATRFB/2012) São equiparados aos estabelecimentos industriais os estabeleci-


mentos, ainda que varejistas, que receberem, para comercialização, diretamente da repartição
que os liberou, produtos importados por outro estabelecimento da mesma firma.

Art. 9º Equiparam-se a estabelecimento industrial:


(...)
II – os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para comercialização, diretamente
da repartição que os liberou, produtos importados por outro estabelecimento da mesma firma.

Certo.

005. (ESAF/ATRFB/2012) São equiparados aos estabelecimentos industriais para fins de


incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados os estabelecimentos, ainda que varejis-
tas, que receberem, para comercialização, diretamente da repartição que os liberou, produtos
importados por outro estabelecimento da mesma firma.

Segundo o RIPI, art. 9º:

Art. 9º Equiparam-se a estabelecimento industrial:


(...)
II – os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para comercialização, diretamente
da repartição que os liberou, produtos importados por outro estabelecimento da mesma firma.

Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 51 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

006. (ESAF/AFRFB/2012) A empresa comercial exportadora, que adquirir produtos industria-


lizados com fim específico de exportação, é obrigada ao pagamento do IPI suspenso na saída
dos produtos do estabelecimento industrial, caso referidos produtos venham a ser destruídos,
furtados ou roubados.

Nesse caso, a empresa exportadora deverá pagar o IPI por se qualificar como responsável.
Segundo art. 25 do RIPI:

Art. 25. São obrigados ao pagamento do imposto como responsáveis:


(...)
VII – a empresa comercial exportadora, em relação ao imposto que deixou de ser pago, na saída
do estabelecimento industrial, referente aos produtos por ela adquiridos com o fim específico de
exportação, nas hipóteses em que (Lei n. 9.532, de 1997, art. 39, § 3º):
a) tenha transcorrido cento e oitenta dias da data da emissão da nota fiscal de venda pelo estabeleci-
mento industrial, não houver sido efetivada a exportação (Lei n. 9.532, de 1997, art. 39, § 3º, alínea “a”);
b) os produtos forem revendidos no mercado interno (Lei n. 9.532, de 1997, art. 39, § 3º, alínea “b”); ou
c) ocorrer a destruição, o furto ou roubo dos produtos (Lei n. 9.532, de 1997, art. 39, § 3º, alínea “c”).

Certo.

007. (ESAF/ATRFB/2012) São responsáveis solidários pelo pagamento do Imposto sobre


Produtos Industrializados os transportadores em relação aos produtos tributados que trans-
portarem, acompanhados ou não de documentação comprobatória de sua procedência.

RIPI, Art. 25. São obrigados ao pagamento do imposto como responsáveis:


I – o transportador, em relação aos produtos tributados que transportar, desacompanhados da
documentação comprobatória de sua procedência (Lei n. 4.502, de 1964, art. 35, inciso II, alínea “a”)

Errado.

008. (MAKIYAMA/PROCURADOR MUNICIPAL/JUNDIAÍ/2013) Para os efeitos deste imposto


(IPI), considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial,
comerciante ou arrematante.

A expressão “estabelecimento”, em sua delimitação, diz respeito ao prédio em que são exercidas
atividades geradoras de obrigações, nele compreendidos, unicamente, as dependências inter-
nas, galpões e áreas contínuas muradas, cercadas ou por outra forma isoladas, em que sejam,
normalmente, executadas operações industriais, comerciais ou de outra natureza.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 52 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

No IPI prevalece o princípio da autonomia dos estabelecimentos, sendo considerados autô-


nomos, para efeito de cumprimento da obrigação tributária, os estabelecimentos, ainda que
pertencentes a uma mesma pessoa física ou jurídica.
Deste modo, o IPI não é apurado de forma centralizada na matriz, mas cada filial deve fazer sua
própria apuração e recolhimento do IPI.

EXEMPLO
Uma entidade que fabrica televisores em São Paulo (Matriz) e no Rio de Janeiro (Filial), deverá
apurar individualmente o IPI para cada estabelecimento separadamente. Manterá, portanto,
duas escriturações do IPI “independentes” podendo ocorrer eventualmente saldo credor em uma
delas e saldo devedor em outra. Isso não ocorre com o IRPJ, por exemplo, já que os resultados
são consolidados na Matriz.

Certo.

009. (MAKIYAMA/PROCURADOR MUNICIPAL/JUNDIAÍ/2013) O imposto, de competência


da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador, dentre outros, a sua arre-
matação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.

Segundo o CTN, são fatos geradores do IPI:


1) a saída do produto;
2) o desembaraço aduaneiro; e
3) arrematação:

CTN, Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato
gerador:
I – o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II – a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;
III – a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.

Cabe-nos alertar, entretanto, que segundo o regulamento do IPI apenas são fatos gerado-
res do IPI a:
1) saída do produto; e
2) desembaraço aduaneiro.

RIPI, Art. 35. Fato gerador do imposto é:


I – o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; ou
II – a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.

A própria Receita Federal já reconheceu ser inaplicável a equiparação a industrial do arrematante


de produto industrializado em leilão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 53 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

JURISPRUDÊNCIA
ADN CST 10/81 – ADN – Ato Declaratório Normativo Coordenador do Sistema de Tribu-
tação – CST n. 10 de 23/09/1981.
D.O.U.: 23/09/1981
(Declara, em caráter normativo, em Complementação ao entendimento Veiculado por
intermédio do Parecer Normativo CST n. 63, de 24 de outubro de 1979, que não é equi-
parado a industrial, o estabelecimento que dê saída a produtos estrangeiros que haja
adquirido em concorrência pública promovida pela União para venda de mercadorias
apreendidas ou abandonadas).

Por essa razão fique atento ao comando da questão. Se a resposta exigida for nos termos do
CTN, a arrematação é fato gerador. Se o parâmetro de resposta for o RIPI, a arrematação não
é fato gerador do IPI. Neste caso, por se tratar de prova da disciplina Direito Tributário (e não
legislação tributária federal), a resposta foi considerada verdadeira nos termos do CTN.
Certo.

010. (ESAF/ATRFB/2002) A empresa Ypsolon Ltda. importou da Índia 2000 jaquetas de couro de
boi e 5000 varetas de incenso, varetas essas que seriam para brinde aos seus compradores. Diante
destas informações ocorre apenas o fato gerador no desembaraço das jaquetas e das varetas.

É irrelevante o fato de as varetas serem brindes.


A empresa é contribuinte no desembaraço aduaneiro na qualidade de importador (art. 35/RIPI).
Posteriormente, ao promover a saída desses produtos, equipara-se a industrial (art. 9º, I), e
incorre no fato gerador previsto no art. 35, II.

RIPI, Art. 35. Fato gerador do imposto é:


I – o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; ou
II – a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.
RIPI, Art. 9º Equiparam-se a estabelecimento industrial:
I – os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que derem saída
a esses produtos.
Errado.

011. (OAB-SP/EXAME 111) Se determinada operação, praticada entre contribuintes do IPI e do


ICMS, constitui, simultaneamente, fato gerador de ambos os impostos, somente é cobrado o IPI.

Os fatos geradores são distintos, haverá a incidência dos dois tributos.


Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 54 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

012. (ESAF/ATRFB/SRFB/2002) Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI, entre outras


hipóteses, no retorno de produtos ao estabelecimento industrial remetente, efetivado pelo
comprador ou destinatário.

O retorno do produto da causa ao estorno dos créditos e débitos de IPI eventualmente gerados.

EXEMPLO
1ª operação – venda do industrial para o comerciante.
Haverá o débito de IPI na saída do industrial.
2ª operação – devolução pelo comerciante.
Ao receber o produto e reintegrá-lo em seu estoque, o industrial deve estornar o débito do IPI
gerado na 1ª operação.

RIPI, Dos Créditos por Devolução ou Retorno de Produtos.


Art. 229. É permitido ao estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, creditar-se do
imposto relativo a produtos tributados recebidos em devolução ou retorno, total ou parcial (Lei n.
4.502, de 1964, art. 30).
Art. 230. No caso de locação ou arrendamento, a reentrada do produto no estabelecimento re-
metente não dará direito ao crédito do imposto, salvo se o produto tiver sido submetido a nova
industrialização e ocorrer nova saída tributada.
Errado.

013. (ESAF/ATRFB/2003) Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI, quando o produto, que
tiver saído do estabelecimento industrial com o fim específico de exportação, for revendido
no mercado interno, no momento da efetivação da venda.

O FG será considerado ocorrido na origem, na saída do industrial, e não na venda seguinte.

RIPI, Art. 37. Na hipótese de venda, exposição à venda, ou consumo no território nacional, de produ-
tos destinados ao exterior, ou na hipótese de descumprimento das condições estabelecidas para a
isenção ou a suspensão do imposto, considerar-se-á ocorrido o fato gerador na data da saída dos
produtos do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.

Errado.

014. (CESPE/OAB/2007) O imposto sobre produto industrializados, de competência da União,


não incide sobre a arrematação de produtos industrializados apreendidos e levados a leilão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 55 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Devemos ficar atentos a esse questionamento para identificar se o fundamento da resposta será
o CTN ou o RIPI. Isso porque o CTN prevê a arrematação como fato gerador do IPI, enquanto
o RIPI e as normas posteriores não prevejam essa possibilidade. Até mesmo a Receita Federal
já reconheceu essa impropriedade desde 1981 em pareceres normativos. Veja na sequência,
após comparar os textos vigentes do CTN e RIPI.

CTN RIPI
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos
industrializados tem como fato gerador: Art. 35. Fato gerador do imposto é (Lei n. 4.502,
I – o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência de 1964, art. 2º):
estrangeira; I – o desembaraço aduaneiro de produto de
II – a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo procedência estrangeira; ou
único do artigo 51; II – a saída de produto do estabelecimento
III – a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado industrial, ou equiparado a industrial.
e levado a leilão.

O gabarito oficial é ERRADO, já que buscou-se fundamentar no CTN. Para uma prova de legislação
tributária da Receita Federal, o fundamento provável seria o RIPI, o que tornaria o gabarito CERTO.
Agora veja que a própria Receita Federal já não cobra o IPI nas operações de arrematações em
hasta pública:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 56 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

Fique atento:
A previsão do art. 46, III, do CTN, não é concretizada pela legislação ordinária nem pelo RIPI
consequentemente. Consta ainda de Ato declaratório da Receita Federal a indicação da não
incidência no caso.
• Para questões em que se abstrai que a fundamentação é a lei (CTN), devemos considerar
a hipótese como um dos fatos geradores, conforme art. 46 do CTN.
• Para questões específicas de legislação tributária, com fundamento no RIPI, devemos
considerar como hipótese não recepcionada pela legislação, portanto não seria fato ge-
rador do IPI conforme art. 35 do RIPI.
Certo, conforme CTN, e Errado, conforme RIPI.
Certo.

015. (ESAF/ATRFB/2012) Avalie os itens a seguir e assinale a opção correta.


I – O desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira é fato gerador do Imposto
sobre Produtos Industrializados, considerando-se ocorrido o referido desembaraço quando a
mercadoria consta como tendo sido importada e o extravio ou avaria venham a ser apurados
pela autoridade fiscal, inclusive na hipótese de mercadoria sob regime suspensivo de tributação.
II – Considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados na saída
de armazém- geral ou outro depositário do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial
depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outro estabelecimento.
III – Considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados na saída
do estabelecimento industrial diretamente para estabelecimento da mesma firma ou de terceiro,
por ordem do encomendante, quanto aos produtos mandados industrializar por encomenda.
a) Somente o item I está correto.
b) O item I e o item II estão corretos.
c) Os itens I, II e III estão corretos.
d) Os itens II e III estão corretos.
e) Os itens I e III estão corretos.

I – Certa. Destaque-se que se o extravio fosse identificado ANTES do desembaraço, não seria
considerado fato gerador.
II – Certa. O armazém ou depósito fechado agem por ordem do proprietário das mercadorias.
Se o produto está no armazém, jamais ocorrerá a “saída” do produto do proprietário. Assim, ao
ocorrer a saída do armazém tem-se como “equivalente” a saída do produto do seu proprietário,
já que o armazém é mero prestador de serviços. Considerar-se-á ocorrido o FG. Neste caso, o
contribuinte é o proprietário, não o armazém.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 57 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

III – Certa. Qualquer saída é FG do IPI, mesmo que para destinar a outro estabelecimento da
mesma firma. Isso não impede, contudo, a aplicação das figuras desonerativas como a SUS-
PENSÃO do IPI, mas ainda sim é um fato gerador, mesmo que desonerado.
Letra c.

016. (INÉDITA/2022) Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das modalidades


de industrialização de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento.

Importante destacar que obrigatoriamente deve resultar em produto tributado, caso contrário
não é industrial. Vide art. 4º do RIPI.
Certo.

017. (INÉDITA/2022) Para que um estabelecimento seja caracterizado como equiparado a


industrial, é fundamental que desenvolva atividade industrial.

Se desenvolve atividade industrial, não é necessário equiparar, pois já é, naturalmente um in-


dustrial. O Equiparado é um comerciante que foi alçado à condição de industrial para fins de
tributação.
Errado.

018. (INÉDITA/2022) Os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estran-


geira, que derem saída a esses produtos são equiparados a industrial.

O importador, se der saída a produto importado industrializado, é equiparado obrigatório. Apenas


se promover saídas! Caso não promova essas saídas, será contribuinte apenas na condição de
importador, por ocasião do desembaraço aduaneiro.
Certo.

019. (INÉDITA/2022) Os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para indus-
trialização, diretamente da repartição que os liberou, produtos importados por outro estabe-
lecimento da mesma firma serão equiparados a industrial.

Atenção para a sutileza do detalhe: se vai receber para industrialização, não é necessário equi-
parar, pois quem industrializa será, naturalmente, um industrial. Entretanto, se substituíssemos
“industrialização” por “comercialização” estaria correta em conformidade com o art. 9º, II, do RIPI.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 58 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

020. (INÉDITA/2022) São equiparados a industrial os estabelecimentos comerciais de produtos


cuja industrialização tenha sido realizada por outro estabelecimento da mesma firma ou de
terceiro, mediante a remessa, por eles efetuada, de matérias-primas, produtos intermediários,
embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos.

Atenção para a sutileza do detalhe: se vai receber para industrialização, não é necessário equi-
parar, pois quem industrializa será, naturalmente, um industrial. Entretanto, se substituíssemos
“industrialização” por “comercialização” estaria correta em conformidade com o RIPI.
Errado.

021. (INÉDITA/2022) São contribuintes do IPI o Importador, o Industrial, o Equiparado a in-


dustrial e aquele que destinar ou consumir o papel imune em outros fins.

Perfeito. Lembrando que quanto ao último item, trata-se de prescrição da Lei n. 9532/97.
Certo.

022. (INÉDITA/2022) De acordo com o RIPI, o arrematante é um dos contribuintes do IPI.

Apenas no CTN aparece o arrematante como contribuinte. Em provas de legislação, a provável


fundamentação será o regulamento do IPI; assim, o arrematante não seria um contribuinte. De
acordo com o RIPI, o arrematante não é contribuinte.
Errado.

023. (INÉDITA/2022) A responsabilidade surge após o fato gerador.

Sim. Caso contrário teríamos a figura do contribuinte e não do responsável.


Certo.

024. (INÉDITA/2022) Quem possuir ou expor a venda produto sem selo adquirido de terceiro
será responsável.

Como não estamos diante do fato gerador, o que levaria a surgir a figura do contribuinte, a única
forma de trazer a pessoa descrita no enunciado para o polo passivo é como responsável.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 59 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

025. (INÉDITA/2022) Será responsável, a empresa comercial exportadora quanto aos produtos
que deveriam ser exportados e não foram em 90 dias da emissão da Nota fiscal.

Será responsável, mas o prazo é de 180 dias para que o produto deixe o Brasil.
Errado.

026. (INÉDITA/2022) O contribuinte substituto é o responsável, por substituição tributária


(ST) pelo IPI. É considerado substituto, o industrial (ou equiparado) em relação às saídas que
promover, nas hipóteses previstas pela legislação e esta se opera de forma obrigatória.

Tudo certo, exceto pelo “obrigatório”. No IPI, a ST se dá de forma facultativa mediante requerimento.
Certo.

027. (INÉDITA/2022) O adquirente de mercadoria importada beneficiada por isenção ou


redução é responsável solidário.
COMENTÁRIO Correto. Decorre de lei. É um mecanismo de garantia do credor que resulta na
indicação de outras pessoas para responder pelo crédito tributário, ainda que não tenham par-
ticipado diretamente da situação que fez nascer a obrigação, mas que tenham algum vínculo
jurídico relacionado ao ato ilícito.
Certo.

028. (INÉDITA/2022) A importação de produtos industrializados é fato gerador do IPI.

A importação não, mas o seu desembaraço aduaneiro sim!


Errado.

029. (INÉDITA/2022) A saída de produto do estabelecimento industrial é fato gerador do IPI.

São dois os FG do IPI. O descrito acima e o desembaraço aduaneiro de produto industrializado


importado.
Certo.

030. (INÉDITA/2022) O aspecto material do FG do IPI é a saída do produto do estabeleci-


mento industrial.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 60 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

O aspecto material é industrializar um produto e promover sua transferência de posse ou pro-


priedade. A saída é, na realidade, o momento (aspecto temporal), não o aspecto material.
Errado.

031. (INÉDITA/2022) O retorno de produto exportado por motivos alheios à vontade do ex-
portador, tem o seu desembaraço aduaneiro excluído do fato gerador.

O retorno em razão de devolução de uma consignação, de um defeito técnico, de guerra no


destino e outros motivos alheios à vontade do exportador ensejam a exclusão do fato gerador
“desembaraço aduaneiro”.
Certo.

032. (INÉDITA/2022) O produto que acabou de ser fabricado e “saiu” mediante arrendamento
mercantil sofre incidência do IPI.

Sofre sim, na primeira saída, pois estamos diante do aspecto material do IPI, qual seja: indus-
trializar um produto e promover sua saída. Nas saídas subsequentes não teremos mais o IPI,
exceto se houver outra industrialização.
Certo.

033. (INÉDITA/2022) O FG considera-se ocorrido na entrega ao comprador, quanto aos pro-


dutos vendidos por intermédio de ambulantes.

Trata-se de da definição do momento em que se considera ocorrido o FG quando há a venda


sem destinatário certo. Previsão do art. 36, I, do RIPI.
Certo.

034. (INÉDITA/2022) O FG considera-se ocorrido na saída do estabelecimento industrial dire-


tamente para estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, por ordem do encomendante,
quanto aos produtos mandados industrializar por encomenda.

Previsão do art. 36, IV.


Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 61 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

035. (INÉDITA/2022) O FG considera-se ocorrido no quarto dia da data da emissão da res-


pectiva nota fiscal, quanto aos produtos que até o dia anterior não tiverem deixado o estabe-
lecimento do contribuinte

No quarto dia ou então “decorridos três dias” são duas respostas possíveis. É com essas reda-
ções que diferentes normas se manifestam, ambas com mesmo sentido.
Certo.

036. (FADESP/CÂMARA DE MARABÁ-PA/ADVOGADO/2021) Segundo o Código Tributário


Nacional, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respec-
tiva obrigação. No caso, o Imposto sobre Produtos Industrializados tem como fato gerador,
entre outras possibilidades,
a) a sua entrada no estabelecimento consumidor ou a quem a lei a ele equiparar.
b) a sua entrada no estabelecimento industrial ou a quem a lei a ele equiparar.
c) a compensação do produto abandonado, quando levado a leilão.
d) a saída dos produtos nacionais do território nacional.
e) o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira.

Desembaraço aduaneiro de produtos estrangeiros é fato gerador do IPI e tem como contribuin-
te a figura do importador. o outro fato gerador do IPI é a saída do produto industrializado do
estabelecimento industrial ou equiparado. nesse caso os contribuintes são o industrial ou o
equiparado a industrial.
Letra e.

037. (MS CONCURSOS/PC-PA/DELEGADO DE POLÍCIA/2012) De acordo com o Código


Tributário Nacional, não é contribuinte do imposto:
a) O importador ou quem a lei a ele equiparar.
b) O industrial ou quem a lei a ele equiparar.
c) O comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos
no inciso II do art. 51 do CTN.
d) O arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
e) O fazendeiro-parceiro na produção pecuária.

Questão baseada no CTN. O industrial e o importador são os contribuintes clássicos do IPI (le-
tras “a” e “b”). o comerciante que vende bens de produção para industriais pode ser equiparado
à industrial, e se tornará um contribuinte do IPI (letra “c”). o arrematante é para a visão do CTN,
apesar de não constar no regulamento do IPI.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 62 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone
Art. 51. Contribuinte do imposto é:
I – o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II – o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III – o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos
no inciso anterior;
IV – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer
estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.

Letra e.

038. (INÉDITA/2022) Estabelecimento comercial varejista é aquele que que vende bens
de produção.

É o comercial atacadista que vende bens de produção.


Errado.

039. (INÉDITA/2022) Podemos considerar como comerciante atacadista aquele que vende
bens de consumo em quantidades acima do que normalmente de se destina a uso próprio
do adquirente.

Embora o atacadista seja aquele que vende geralmente bens de produção, a venda de bens
de consumo não descaracteriza essa condição, desde que seja em quantidade acima da que
normalmente se destina ao próprio adquirente;
Certo.

040. (INÉDITA/2022) A substituição tributária no IPI se dá de forma obrigatória para deter-


minados grupos de contribuintes.

A ST no IPI é facultativa, se dá mediante requerimento.


Errado.

041. (INÉDITA/2022) Embora o IPI admita a substituição tributária para a frente e para trás,
na prática observa-se apenas a substituição tributária para frente.

Na prática, apenas temos a ST para trás, quando o contribuinte substituto está no final da cadeia.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 63 de 65
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone

042. (CESPE/SERPRO/ANALISTA/2010) O substituto tributário é a pessoa que não dá causa


direta ao fato gerador do tributo.

O substituto legal tributário é a pessoa, não vinculada ao fato gerador, obrigada originariamente
a pagar o tributo.
Errado.

Arthur Leone
Graduado em Ciências Contábeis. Auditor-fiscal da Receita Federal, com atuação nos tributos internos
(IRPJ, IRPF e IPI). Professor de Auditoria e Legislação Tributária Federal. Autor dos livros “Auditoria para
Concursos” e “Legislação Tributária Federal Descomplicada”, este em coautoria com o professor George
Firmino, ambos publicados pela editora Ferreira. Além de exercer a função de auditor-fiscal da RFB, foi
aprovado nos concursos de analista tributário da RFB e auditor do ICMS-RO.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 64 de 65
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO CESAR PERIN - 04087965961, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar