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TRIBUTÁRIA
IPI – Parte II
Livro Eletrônico
Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone
Sumário
IPI – Parte II.........................................................................................................................................................................3
1. Dos Estabelecimentos Industriais e Equiparados a Industrial. ........................................................3
1.1. Estabelecimento Industrial. . ...............................................................................................................................4
1.2. Equiparado a Industrial.. .......................................................................................................................................5
2. Contribuintes e Responsáveis...........................................................................................................................13
2.1. Contribuintes............................................................................................................................................................15
2.2. Responsáveis...........................................................................................................................................................17
3. Responsável como Contribuinte Substituto (Art. 26).........................................................................21
3.1. Conceito de Contribuinte Substituto..........................................................................................................21
3.2. Conceito de Contribuinte Substituído.......................................................................................................21
4. Responsabilidade Solidária.. .............................................................................................................................. 24
5. Fato Gerador – FG.....................................................................................................................................................25
5.1. Fato Gerador – Exceções (Art. 38)...............................................................................................................30
Resumo................................................................................................................................................................................38
Mapa Mental.....................................................................................................................................................................42
Exercícios............................................................................................................................................................................44
Gabarito...............................................................................................................................................................................49
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................50
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IPI – Parte II
Arthur Leone
IPI – PARTE II
Equiparado
Industrial Equiparado a industrial
por opção
Novo regime
Novo regime Bebidas
11 2
1 possibilidade Decreto n. de bebidas quentes Lei n.
possibilidades possibilidades
(art. 8º) 8.393/15 frias Lei n. 13.241/15
(art. 9º e 10) (art. 11)
13.097/15
(30/12/15)
Obs.: Há outros casos de equiparação “espalhados por aí”. Pela relevância, vamos tratar
dos casos citados no RIPI e de produtos importantes, como as bebidas.
Nossa missão ao estudar esse tópico é fixar, de plano, a definição de industrial e equi-
parado por opção, pois são meras definições na legislação. O grande “problema” é o caso
dos equiparados, pois estes sofrem grande variação e vez ou outra, novos equiparados são
criados. Vamos lá:
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• É condição que o produto resultante seja tributado, ainda que seja com alíquota 0% ou
isento, para caracterizar o estabelecimento;
• Assim, uma refinaria da Petrobras, por exemplo, que produza apenas gasolina (produto
NT, já que é imune.) não é considerado estabelecimento industrial para o IPI, embora seja
uma legítima planta industrial do ponto de vista da Engenharia de produção, da Economia,
da Contabilidade, da Administração etc.
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Obs.: Para fins de IPI só há uma definição para estabelecimento industrial e está prevista
no art. 8º. Essa é a única definição de estabelecimento industrial que interessa ao IPI.
Esqueçamos a Engenharia, a Administração, a Contabilidade etc.
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É nos casos de equiparação a industrial que serão exigidos mais esforços do candidato
para fixar, pois são muitos. Assim, é preciso ponderar eventuais situações descritas em prova
com as premissas que já estudamos sobre preservar a cadeia do IPI, valor tributável, presença
de estabelecimentos interdependentes etc. Essas condições são as preferidas para alçar um
comerciante à categoria de equiparado a industrial. Ao verificarmos essas condições, muitas
vezes conseguiremos concluir sobre se é um caso de equiparação mesmo sem ter memori-
zado o artigo que descreve cada uma das possibilidades.
Como o IPI tem dois fatos geradores “bem diferentes”, (um é o desembaraço aduaneiro e
o outro a saída dos produtos) sempre teremos duas “orientações” a seguir em cada um dos
institutos do IPI. Teremos uma “regra” para aplicar no mercado interno e uma “regra” para
aplicar na importação. Vejamos o primeiro caso de equiparação e um dos mais importantes,
diria eu que é o caso clássico.
Há muitos detalhes interessantes aqui: Não é qualquer importador que é equiparado a in-
dustrial. O importador que “apenas” importa é contribuinte do IPI na importação, na qualidade
de importador pura e simplesmente. Entretanto, se promover a saída posterior deste produto
importado, será considerado contribuinte do IPI na qualidade de equiparado a industrial. Ou
seja: “paga” IPI duas vezes!
Percebeu essa circunstância?
Contribuinte “importador” é qualidade distinta da de importador “equiparado a industrial”.
Esteja apto a responder prontamente a seguinte pergunta:
O importador de produtos estrangeiros é equiparado a industrial?
Não. Apenas se promover a saída desses produtos. O IPI pago na importação não o trans-
forma automaticamente em equiparado a industrial, mas cuida-se de imposição àqueles que
importam produtos industrializados. Até mesmo nós, simples pessoas físicas somos contri-
buintes do IPI (contribuinte de fato e de direito) no desembaraço aduaneiro, caso importemos
produtos industrializados nos termos do RIPI. A equiparação, por sua vez, surge no momento
posterior: a saída do produto importado (venda, doação etc.)
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Vamos analisar:
Observe que o importador enquanto realizar apenas as operações de cor AZUL será mero
contribuinte do IPI devido no desembaraço aduaneiro da importação (não revestindo condi-
ção de industrial ou equiparado a industrial). A partir do momento que resolver promover a
saída destes produtos (operação vermelha) será contribuinte “de novo”, mas na condição de
equiparado a industrial.
Vou explicar novamente, em outros termos:
Se a empresa importar e consumir o produto internamente, não será equiparado a indus-
trial. Se, por sua vez, importar e promover a saída deste produto será equiparado a industrial.
Vamos verificar mais um caso de equiparação que merece ser analisado em conjunto com
o antecedente, assim, não há nenhum esforço de memorização adicional.
As citações que se seguem são sempre do RIPI:
São equiparados...
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III – as filiais e demais estabelecimentos que exercerem o comércio de produtos importados, indus-
trializados ou mandados industrializar por outro estabelecimento da mesma firma, salvo se aqueles
operarem exclusivamente na venda a varejo e não estiverem enquadrados na hipótese do inciso II.
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Aqui também devemos captar a essência da transação e não focalizar apenas a sua
forma. Pense o seguinte: se quem fabrica e vende é industrial; e também quem importa e
vende é equiparado a industrial, haveria alguma razão para, quando a atividade de venda for
executada por outra empresa do mesmo grupo (comerciante), ser excluída da cadeia do IPI
pelo fato de ser um comerciante?
Quando tais estabelecimentos transferem esses produtos para suas filiais venderem ao
invés de venderem diretamente, também deve incidir o IPI, já que a essência da operação não
é modificada, apenas sua forma. E o mecanismo para colocar o comerciante (filial) na cadeia
do IPI é a equiparação a industrial.
Vejamos o inciso IV:
IV – os estabelecimentos comerciais de produtos cuja industrialização tenha sido realizada por
outro estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, mediante a remessa, por eles efetuada, de
matérias-primas, produtos intermediários, embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos.
É o caso do estabelecimento que manda industrializar numa filial ou terceiro, e esse pro-
duto após retorno é comercializado pelo estabelecimento encomendante. Note que há uma
“terceirização” da industrialização. É como se a firma “A” decidisse manter suas máquinas e
equipamentos na FILIAL “A” ou então em um terceiro, ao invés de manter em seu próprio esta-
belecimento para assim descaracterizar-se como estabelecimento industrial e escapar do IPI.
De olho nessa situação, o RIPI trata logo de equiparar a firma “A” a industrial, já que na
qualidade de comerciante apenas, não seria preservada a cadeia do IPI. Se fosse possível
fazer esse arranjo tributário escapando do IPI, note que a “filial de A” não iria efetuar nenhuma
venda, mas ia destinar toda sua produção para firma “A”, já que comerciante, e assim (esse
comerciante) promoveria saídas sem o IPI.
Em síntese, o RIPI tratou de equiparar a Firma “A” à industrial. Assim temos contribuintes
do IPI nas duas pontas da cadeia. Não tem como escapar da tributação, nem “terceirizando”
a industrialização.
Acompanhe a sequência 1, 2, 3:
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Vou explicar “de novo” com um exemplo para que não fique dúvida!
EXEMPLO
Suponha que eu tenha uma empresa que fabrique computadores, a INDUSTRIA ALFA. Cada
computador que eu fabricar e vender sofrerá a tributação do IPI uma vez que o estabelecimento
IND. ALFA é industrial. Isso já sabemos!
Aí, eu tive uma ideia de gênio!
Vou constituir duas empresas. Além da INDUSTRIA ALFA (fabricante), vou criar a COMERCIAL
ALFA (comerciante), que atuará na revenda dos meus computadores.
Agora veja como posso manipular o IPI utilizando duas empresas do mesmo grupo, uma Indus-
trial e a outra comerciante:
Eu passaria a vender, através da IND. ALFA para COM. ALFA (pseudo “encomenda”) por um preço
“camarada” e pagaria o IPI “direitinho”. E as vendas para o consumidor, com preço e lucro maio-
res, serão feitas exclusivamente pela COM. ALFA, sem IPI, já que é um comerciante varejista.
Olha que beleza!
O produto sai da minha fábrica e já mato a cadeia do IPI fazendo o produto chegar num comer-
ciante (que por coincidência também me pertence!) com um preço (Base de cálculo do IPI)
bem “camarada”.
Aí aparece o RIPI e diz: Não! Nesse caso temos que preservar a cadeia do IPI, caso contrário
haverá riscos de manipulação do valor tributável da operação.
Conclusão: o remédio proposto pelo RIPI é transformar esse comerciante em equiparado a
industrial e assim eliminamos esse risco. Quando COM. ALFA vender, terá IPI também! Aí, pouco
importa se os preços anteriores praticados foram “camaradas” intragrupos, pois a última inci-
dência do IPI “desconta” tudo.
Já caiu em prova:
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O Decreto n. 10.668/21 revogou os incisos XI a XV deste artigo, e criou o inciso XVI. Neste,
é tratado dos casos de equiparação nas bebidas. Temos tópicos específicos para cuidas das
bebidas em outro momento.
Os casos de equiparação por opção são dois, previstos no art. 11, I, e II/RIPI. São eles:
• os estabelecimentos comerciais que derem saída a bens de produção, para estabeleci-
mentos industriais ou revendedores.
• as cooperativas, que se dedicarem à venda em comum de bens de produção, recebidos
de seus associados para comercialização.
A primeira observação que devemos fazer é que é possível pleitear a equiparação desde
que comercialize BENS DE PRODUÇÃO. Bens de produção são os insumos (MP, PI e ME) e os
bens de capital (máquinas, equipamentos, ferramentas, exceto as manuais).
Além de fixar esses dois casos de equiparação por opção previstos no art. 11, I e II, você
deve estar preparado para compreender a seguinte contradição aparente:
Qual o interesse de um estabelecimento que não é contribuinte do IPI (não é industrial) se
tornar equiparado a industrial por opção, consequentemente tornando-se contribuinte do IPI?
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Um comerciante de bens de produção, por não ser industrial, não é contribuinte do IPI. As-
sim, um industrial que desejasse adquirir bens de produção neste estabelecimento comercial,
não poderia aproveitar os créditos de IPI porque, enquanto comerciante, o vendedor dos bens
de produção não destaca o IPI nas suas notas fiscais. Deste modo deixa de ser atrativo para
os industriais adquirir insumos nestes estabelecimentos vendedores de bens de produção se
eles não são equiparados à industrial. Por outro lado, ao se tornarem contribuintes do IPI por
equiparação, passam a apurar os créditos e débitos do IPI, destacando o valor do imposto
em suas notas fiscais permitindo que o adquirente se credite de tal valor destacado. Eviden-
temente essa é uma análise superficial, mas pode ser que haja outras vantagens econômicas
decorrentes do sistema não cumulativo, que pode variar de empresa para empresa.
Ao se equiparar a industrial, age como tal e passa a controlar os débitos e créditos de IPI na sua
escrituração, compensando se nas saídas futuras, o valor cobrado nas operações anteriores.
Certo.
Como são dois casos apenas citados pelo RIPI, vale a pena fixá-los. Iremos detalhar esse
procedimento ao estudar os créditos do IPI!
Vamos recapitular até aqui:
Verificamos que o IPI alcança produtos nacionais e estrangeiros, em conformidade com
a TIPI. Isso significa que o produto sob o qual incide o IPI deve ter uma alíquota definida na
TIPI, que pode ser de 0% ou mais. Excluímos, portanto, os produtos que constam na TIPI com
a notação NT (não tributado).
Feito isso, observamos que além de um produto com essas características contidas na
TIPI (alíquota maior ou igual a 0%), precisamos ter em algum momento uma operação de
industrialização, que pode assumir a forma de transformação, beneficiamento, montagem,
(re)acondicionamento e renovação/recondicionamento.
Verificamos ainda que há algumas operações que apesar de terem características de
industrialização sob a ótica da engenharia de produção, são expressamente excluídas do
conceito pela legislação do IPI. São elas:
Artesanato, moagem de café em supermercados, mistura de tintas em comerciantes, preparo de
alimentos e refrigerantes em restaurantes, acondicionamento para transporte, encomendas de
trabalho preponderante profissional realizado em oficina ou residência do encomendante como
costureiras e alfaiates e outros.
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Existente então uma operação de industrialização de que resulte produto tributado, surge
naturalmente a figura do industrial. Por ficção, aqueles que a legislação achou por bem dar
tratamento semelhante, ainda que não realizem atividade industrial, são os equiparados a
industrial (por lei ou por opção). Os equiparados não fabricam, apenas revendem, mas são
tratados como se industrial fossem.
2. Contribuintes e Responsáveis
Temos duas modalidades de sujeito passivo da obrigação tributária principal: contribuin-
tes e responsáveis. O sujeito passivo do IPI é aquele obrigado ao seu pagamento (imposto
ou penalidade), podendo assumir a forma de contribuinte ou responsável. Para identificá-los
devemos fazer a seguinte pergunta: tem relação pessoal com o FG? Vejamos:
Destaque-se que apesar de o responsável não ter relação pessoal com o FG, ele possui
algum vínculo com a operação, de forma que pode interferir no reconhecimento do contribuinte
ou na relação jurídica tributária.
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Observe:
Um caminhoneiro está transportando um produto sem nota fiscal.
Ele é contribuinte ou responsável?
Será responsável, uma vez que o fato gerador foi praticado pela indústria ao promover a
saída do produto.
A ligação do transportador é distante (indireta, não pessoal), observe os dois momentos
1 e 2 abaixo:
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2.1. Contribuintes
Feita essa breve síntese sobre o sujeito passivo do IPI, vejamos quem são os contribuintes do IPI.
Já estudamos o trio de contribuintes do IPI. São eles: o importador, o industrial, e o equi-
parado a industrial. Este trio é citado tanto no art. 51 do CTN quanto no art. 24 do RIPI. São
os principais contribuintes e se relacionam com os seguintes momentos:
• Importador – contribuinte no desembaraço aduaneiro.
• Industrial – contribuinte na saída de seus produtos.
• Equiparado a industrial – contribuinte na saída de seus produtos/mercadorias.
Além do trio acima, a Lei n. 9532/97 incluiu mais uma espécie de contribuinte: aquele que
destinar ou consumir o papel imune em outros fins.
Então temos 04 contribuintes conforme o RIPI:
Contribuinte
(art. 24)
O equiparado Quem
Importador
Industrial, na industrial na destinar ou
no
saída dos seus saída dos seus consumir o
desembaraço
produtos produtos/merc papel imune
aduaneiro
adorias em outros fins
Fique atento ao estudar pelo CTN, pois consta no art. 51 qualificado como contribuinte,
também, o arrematante. Observe:
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Nesse caso devemos incluir o arrematante como contribuinte do IPI, assim como fez a
questão abaixo:
Conforme o CTN, a questão considerou o gabarito “d”. Se fosse fundamentada no RIPI, seria
nula a resposta, já que o RIPI não contempla a arrematação.
Letra d.
Para fechar o tema, fique atento que no IPI prevalece a autonomia dos estabelecimentos.
Isto é, cada estabelecimento da empresa (cada filial) irá apurar o IPI de forma individualizada.
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Matriz
Filial
Filial SP Filial RJ
Bahia
2.2. Responsáveis
O responsável é o sujeito passivo cuja obrigação decorre de lei e não reveste a condição
de contribuinte.
O efeito prático e que serve de macete para a prova é que a figura do responsável surge
a partir do desrespeito a uma regra, adicionado ao fato de não ter praticado o FG. A respon-
sabilidade surge após o FG e quase sempre irá recair naquele que está com o produto ou é
conhecedor da transação. Será o primeiro adquirente do produto ou os demais com alguma
ligação com o negócio.
Acompanhe:
São obrigados ao pagamento do imposto como Responsáveis as seguintes pessoas:
Obs.: Não se exclui a responsabilidade por infração do contribuinte quando este for identificado.
Caiu em prova:
Acompanhe uma assertiva falsa sobre o tema:
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O correto seria:
São responsáveis solidários pelo pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados os trans-
portadores em relação aos produtos tributados que transportarem, acompanhados (desacompa-
nhados) não de documentação comprobatória de sua procedência (ESAF/ATRFB, 2012).
Obs.: Não se exclui a responsabilidade por infração do contribuinte quando este for identificado
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Se você já leu o RIPI pelo menos uma vez na sua íntegra, você já deve percebido que Bebi-
das e Cigarros são os produtos “queridinhos” do IPI. Sobre eles recaem medidas de controle
até mesmo de ordem física como a selagem, controle de produção em tempo real e outros.
Quanto ao cigarro e bebida destinados à exportação consta explicitamente a seguinte
indicação no seu selo de controle: “destinado à exportação.”
Voltando então ao ponto que caracteriza a responsabilidade nesses casos, vimos que
quanto ao produto que deveria ser exportado, mas não foi, há a responsabilidade tributária
porque surge o FG.
Entretanto, há algumas possibilidades de a “não exportação” não resultar em FG e res-
ponsabilidade daquele que se encontra com o produto. São aqueles casos em que o produto
ainda não foi exportado, mas está “caminhando” para ser. São os casos em que os produtos
ainda estão em trânsito para:
1) uso e consumo em bordo de aeronaves, embarcações etc. de tráfego internacional com
pagamento em moeda conversível;
2) destinados a lojas francas, em operação de venda direta;
3) adquiridos por comercial exportadora com fins específicos de exportação remetidos
diretamente pelo industrial para embarque ou recinto alfandegado;
4) recintos alfandegados ou outros locais onde se processe despacho aduaneiro.
2.2.5. Quem Possuir Produto sem Selo, Marcação e Rótulo quando Exigido
São responsáveis pelo pagamento do IPI aqueles que não observarem os requisitos que
condicionam a imunidade, a isenção ou a suspensão do imposto.
A empresa comercial exportadora quanto aos produtos que deveriam ser exportados e
não foram em 180 dias da emissão da NF; foram revendidos no mercado interno ou foram
destruídos ou furtados. Veja: a empresa exportadora após receber os produtos para serem
exportados, tem 180 dias para fazê-lo. Não o fazendo, presumiremos que os produtos dei-
xaram de ser exportados, logo, todo IPI não pago (em razão da imunidade das exportações)
deve ser pago. Observe que mesmo no caso de furto dos produtos, o IPI deve ser pago, já
que não ocorreu a exportação.
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É responsável pelo pagamento do IPI como Responsável a pessoa física ou jurídica que
não seja empresa jornalística ou editora em cuja posse for encontrado o papel destinado à
impressão de livros, jornais e periódicos.
Esse é um caso bem interessante e consta no art. 25, VIII, do RIPI. Elencados os contribuin-
tes e os responsáveis, precisamos comparar este artigo do RIPI com outro, “aparentemente”
antagônicos para quem fizer uma leitura apressada, observe:
Os artigos são facilmente confundidos porque remetem à questão do papel imune. Preste
muita atenção para identificar quem é contribuinte e quem é responsável.
Uma empresa que produz papel para impressão de livros, ao vender para uma empresa gráfica
beneficiária da imunidade, não será considerada contribuinte nesta operação. Entretanto, isso
não significa que não possa vender o papel para outras empresas que não são beneficiárias da
imunidade. E assim fazendo, será contribuinte na operação, devendo destacar o IPI na sua venda.
Já no artigo que prescreve a responsabilidade, nós temos a “regra macete” que estabele-
cemos no início do tema, que é o “desrespeito a uma norma ou regra” para surgir a responsa-
bilidade. O caso é o seguinte: o sujeito não poderia ter em suas mãos papel imune, mas tem.
Será responsabilizado, chamado para compor a relação jurídica tributária. Ele não praticou o
FG, mas tem ligação com o FG anterior, é conhecedor da operação etc.
Para fechar o tema, vamos ao macete!
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Temos um artigo na Lei n. 4502/64 (art. 35, II) que consegue fazer uma boa síntese sobre
quem é responsável. Normalmente será o POSSUIDOR. Ao invés de decorar cada pessoa
(transportador, lojista, o vendedor de móveis usados, o possuidor de papel imune indevida-
mente etc.). Guarde bem esse artigo abaixo:
Será responsável: (...)
b) qualquer possuidor – com relação aos produtos tributados cuja posse mantiver para fins de
venda ou industrialização.
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Observe que na esquematização temos três operações de “saída” entre os diversos in-
dustriais (vermelho e azuis). A cada operação, teríamos normalmente uma incidência de IPI.
Com a substituição, o industrial vermelho substituto passou a substituir os industriais azuis
quanto às novas incidências. As “saídas” do industrial azul para o outro industrial azul (IPI
ST) e para o adquirente final tem o IPI cobrado antecipadamente por substituição quando da
primeira saída promovida pelo industrial vermelho.
Isso significa que quando o industrial vermelho lança o IPI, está lançando o seu IPI próprio
+ o IPI das operações seguintes (IPI ST).
Esse é um tipo de ST denominada “para frente” ou progressiva, pois a obrigação é antecipada.
Podemos ter ainda a ST “para trás” (diferimento) ou regressiva. Nesse caso a obrigação é
adiada. O substituto, nesse caso, pagaria o seu IPI próprio e também o relativo às operações
anteriores. Lança-se o IPI, portanto, na última operação do esquema. Há uma postergação!
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Para atender a todos os gostos, vou colocar um exemplo numérico para facilitar a visua-
lização e diferenciação dos tipos de ST numa linguagem mais simples possível:
Uma operação “normal” sem ST seria conforme abaixo, cada industrial “paga o seu IPI”.
Numa ST para frente seria assim: o substituto “paga” o IPI de “todos” antecipadamente.
Numa ST “para trás” seria assim: o “último” “paga” o IPI de “todos” os anteriores.
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IPI – Parte II
Arthur Leone
Na ST regressiva ou para trás, um indivíduo que está no final da cadeia será responsável pelo
recolhimento dos impostos que “ficaram para trás”. Logo, a obrigação de pagar ficará com o
indivíduo que vem na posição posterior.
Errado.
JURISPRUDÊNCIA
(...) O substituto legal tributário é a pessoa, não vinculada ao fato gerador, obrigada ori-
ginariamente a pagar o tributo; o responsável tributário é a pessoa, vinculada ao fato
gerador, obrigada a pagar o tributo se este não for adimplido pelo contribuinte ou pelo
substituto legal tributário, conforme o caso. 2. BASE DE CÁLCULO POR ESTIMATIVA (...)
(Primeira Seção STJ, julgamento dos Embargos de Divergência no RE n. 59.513 – SP,
relator o Exmo. Sr. Min. Ari Pargendler, julgado em 12/06/96).
4. Responsabilidade Solidária
A responsabilidade solidária decorre de lei. É um mecanismo de garantia do credor que
resulta na indicação de outras pessoas para responder pelo crédito tributário, ainda que não ten-
ham participado diretamente da situação que fez nascer a obrigação, mas que tenham algum vínculo
jurídico relacionado ao ato ilícito. No IPI temos:
• O adquirente de mercadoria importada beneficiada por isenção ou redução.
• Adquirente de produto importado por sua conta e ordem através de PJ importadora (impor-
tação por conta e ordem). Lembre-se que o adquirente também é responsável pela infração.
• Adquirente de produto Importado por encomenda de PJ importadora (importação por
encomenda). Lembre-se que o adquirente também é responsável pela infração.
Caiu em prova:
São responsáveis solidários pelo pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados os adqui-
rentes de mercadorias de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta
e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora (ESAF/ATRFB, 2012).
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5. Fato Gerador – FG
Preliminarmente, deve-se reconhecer que o fato gerador do IPI é periódico ou complexivo,
isto é, ele é a “soma” de “n” fatos ao longo de um determinado período. Essa periodicidade é,
geralmente mensal, exceto quanto o IPI Importação, que deve ser tratado à parte.
Segundo o RIPI, art. 35, os FGs do IPI são:
1 I – o desembaraço
aduaneiro de
produto de
2 II – a saída de
produto do
estabelecimento
industrial, ou
procedência
equiparado a
estrangeira
industrial.
Na realidade, o RIPI prescreve como FG uma situação que corresponde ao aspecto tem-
poral em que ocorre o fato gerador.
Embora seja essa a prescrição do RIPI, temos situações em que há a saída de produto
do estabelecimento industrial mais não há o FG; também há hipóteses em que há o desem-
baraço aduaneiro e não há o FG do IPI. Então, precisamos tomar conhecimento também dos
aspectos material e espacial para a correta identificação da hipótese de incidência, além das
exceções ao fato gerador.
Fixe o FG indicado pelo RIPI, no art. 35. Pode ser de grande valia em provas. Mas precisa-
mos saber, além do “quando” (aspecto temporal) mencionado no art. 35, também o “O que”
(materialidade) e o “Onde” (aspecto espacial) para concluir sobre o FG do IPI.
Quanto aos produtos importados temos o FG se completos os seguintes elementos:
“O que?” Importar produtos de procedência estrangeira.
“Quando?” No desembaraço aduaneiro.
“Onde?” Na aduana.
Se um desses elementos não restar completo não teremos a incidência do IPI.
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Regra Matriz
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IPI – Parte II
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Restando completos os três critérios integrativos, podemos afirmar que é caso de inci-
dência do IPI.
Voltando ao artigo 35 do RIPI/2010 que descreve o fato gerador do IPI como:
I – o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira;
II – a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.
Qual a relação que podemos fazer com a nossa regra matriz?
O RIPI descreve o fato gerador tal como o critério temporal da regra matriz. Na realidade
o RIPI indica o momento em que ocorre o fato gerador. Para provas e concursos, o reducio-
nismo do RIPI nos ajuda a responder, como já dissemos, um questionamento em seu nível
mais simples “qual é o fato gerador do IPI?”, portanto, logicamente é de grande valia essa
compreensão. Entretanto, em situações mais complexas, não poderíamos nos socorrer dele.
Neste momento, que devemos recorrer à regra matriz.
A regra matriz desdobra-se ainda em mais dois elementos:
• Critério pessoal – liga sujeito ativo e sujeito passivo da obrigação tributária.
• Critério quantitativo – estabelece o quantum a pagar, a formação da base de cálculo, que
será o tema que veremos na sequência.
Vejamos alguns exemplos em que podemos utilizar a Regra matriz como recurso para
interpretar e verificar se há incidência de IPI.
EXEMPLO
1) Há IPI na venda de produtos industrializados pela indústria X ao comerciante Y?
Critério material completo? (x) Sim () Não
Critério espacial completo? (x) Sim () Não
Critério temporal completo? (x) Sim () Não
Conclusão: tem IPI. Os três critérios foram respondidos com “sim”.
EXEMPLO
2) Há IPI na venda de insumos industrializados pelo industrial Y, situado na ZFM, para serem
consumidos ou industrializados na cidade de Manaus-AM?
Critério material completo? (x) Sim () Não
Critério espacial completo? () Sim (x) Não
Critério temporal completo? (x) Sim () Não
Conclusão: não há IPI. Um critério foi respondido com “não”.
Não foi completado o critério espacial, uma vez que a ZFM é “local” excluído, apesar de fazer
parte do território nacional. Conforme o art. 81, I do RIPI/10 são isentos do IPI os produtos
industrializados na Zona Franca de Manaus, destinados, ao seu consumo interno, excluídos as
armas e munições, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros.
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Agora vamos analisar uma situação mais complexa para verificar a presença dos critérios
integrativos da regra matriz:
EXEMPLO
3) A indústria BETA 01, estabelecida em São Paulo, produz televisores e possui dois sócios.
Em razão do desentendimento entre os sócios, estes decidem separar as atividades, dividindo
o capital 50/50% para que seja constituída uma nova empresa: a BETA 02. Consequentemente,
cada sócio seguiria no negócio, um como dono da BETA 01 e outro como dono da BETA 02.
A BETA 01 mantém em seu estoque vários produtos acabados (televisores) que serão utilizados
para integralização de capital na BETA 02.
Sabe-se que a BETA 02 irá permanecer no estabelecimento em que originariamente se localiza
a BETA 01. A BETA 01, por sua vez, irá mudar seu domicílio para o Rio de janeiro.
Os produtos acabados (televisores) transferidos de BETA 01 para BETA 02 serão tributados
pelo IPI?
Critério material completo? (x) Sim () Não
Trata-se de produtos industrializados os quais tem sua propriedade transferida.
Critério espacial completo? (x) Sim () Não
Pois ocorre no território nacional em área não contemplada por exceções legais como, por
exemplo, a ZFM.
Critério temporal completo? () Sim (x) Não
Não há a saída do produto. BETA 02 passou a ocupar o prédio onde estava situado BETA 01. Os
produtos permanecem no mesmo estabelecimento, embora o novo dono do local seja BETA 02.
Conclusão: não tem IPI. A transferência jurídica não se confunde com a saída do produto.
EXEMPLO
4) Há fato gerador do IPI em produto importado extraviado antes do desembaraço aduaneiro?
Critério material completo? (x) Sim () Não
Sim, porque houve uma importação de produto industrializado estrangeiro.
Critério espacial completo? (x) Sim () Não
Sim, vai se processar na alfândega, no Brasil.
Critério temporal completo? () Sim (x) Não
Não. Como o extravio foi constatado antes do desembaraço aduaneiro e o desembaraço é o
momento em que se considera ocorrido o FG, não restou perfeito este requisito.
Conclusão: não tem IPI sobre o produto extraviado antes do desembaraço.
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Veja que apesar de perfeitos os requisitos “o que” e “onde” (aspectos material e espacial
respectivamente), não se completou o “quando” (aspecto temporal). Isto é: se a falta fosse
detectada por auditor fiscal no desembaraço aduaneiro teríamos o IPI, mas como foi cons-
tatado em momento distinto, ou seja, antes do desembaraço, não temos IPI incidente nessa
parcela de base de cálculo, já que o fato gerador ocorre no desembraço, e não antes dele.
Para concluir:
E se o extravio fosse constatado no momento do desembaraço aduaneiro?
Nesse caso teríamos este requisito cumprido (aspecto temporal), logo incidiria IPI no
produto extraviado. O aspecto temporal do FG do IPI é “o desembaraço aduaneiro”.
007. (ESAF/PFN/2007) A legislação do IPI esclarece que o fato gerador desse imposto (sobre
produtos industrializados) é o desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira,
considerando-se ocorrido esse desembaraço relativamente à mercadoria que constar como
tendo sido importada e cujo extravio seja verificado pela autoridade fiscal.
A entrada habilita o creditamento do imposto, mas não tem relação com o fato gerador que
ocorrera por conta da saída do industrial ou equiparado.
Errado.
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O art. 38 do RIPI enumera situações que não constituem FG do IPI apesar de ocorrer o
desembaraço aduaneiro. Em resumo, o RIPI apresenta os casos em que há o desembaraço
aduaneiro em função uma devolução de exportação, observe:
• Consignação – devolução por não venda (art. 38, I, a);
• Defeito técnico – devolução para reparo (art. 38, I, b);
• Mudança nas regras de importação no país de destino – devolução (art. 38, I, c);
• Guerra ou calamidade pública (art. 38, I, d);
• Por quaisquer fatores alheios à vontade do exportador (art. 38, I, e).
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Sabemos que a saída de produto é fato gerador do IPI. Mas temos exceções. Não são
considerados FGs do IPI as saídas de produtos subsequentes à primeira:
a) nos casos de locação ou arrendamento, salvo se o produto tiver sido submetido a nova
industrialização; ou
b) quando se tratar de bens do ativo permanente, industrializados ou importados pelo
próprio estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, destinados à execução de ser-
viços pela própria firma remetente.
Note que a exceção se refere às saídas subsequentes. Quanto à primeira saída, temos o IPI.
Vamos tentar entender o porquê?
Observem... No início da aula chamei atenção para que você comece a pensar como pensa
o RIPI. O RIPI tem sempre um remédio quando surge uma situação que põe em risco a cadeia
do IPI ou o valor tributável.
Os itens “a” e “b” acima indicam saídas a título de aluguel e para execução de serviços.
De plano você poderia pensar:
Existe IPI no aluguel de um produto?
Em princípio, aluguel de um bem não está no campo de incidência do IPI, mas em algumas
situações peculiares poderá ser alcançado pelo IPI. Nesse caso, o IPI incidirá não em razão do
aluguel, mas em razão da saída do produto do estabelecimento que o fabricou ou o importou.
A saída é o aspecto material do FG do IPI.
EXEMPLO
Pense na empresa que fabricou uma máquina. Ao vender, teremos o IPI, isso é cristalino.
Para burlar a regra do jogo, ela poderia, ao invés de vender a máquina por R$ 1000, simular um
aluguel pelo preço de R$ 200 anual perfazendo R$ 2000 ao final de 10 anos. Ora, após 10 anos
provavelmente esgotará a vida útil da máquina, o que temos de fato é uma venda “travestida”
de aluguel, já que pouco ou nenhum valor residual restará ao término de 10 anos.
Se o RIPI não previsse que a primeira saída para arrendamento do bem fosse tributada, tería-
mos o IPI apenas se ocorresse uma venda formal. Teríamos uma ampla brecha para o plane-
jamento tributário abusivo, já que haveria a possibilidade de burla quanto à forma da operação
na primeira saída (venda travestida de aluguel). Então temos o remédio para essa situação no
RIPI: teremos também o IPI no primeiro “aluguel”, assim ficam inibidos eventuais brechas para
simulação. Lembrando que, de fato, a tributação é sobre a “saída” e não no aluguel. Embora
possa se confundir com este.
O que faz o RIPI é equiparar o primeiro aluguel do produto a uma venda efetiva, já que nós temos
a saída nos exatos termos da regra matriz. A partir do segundo aluguel, não mais teríamos FG
do IPI. Esse raciocínio vale tanto para os produtos fabricados como para os importados e des-
tinados a posterior arrendamento.
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Caro aluno, note que estamos pensando de uma forma bastante “livre” sem nenhum
apego ao direito. Estamos simplesmente trabalhando o RIPI do modo que ele “pensa” e suas
estratégias para preservar o valor tributável e a cadeia do IPI.
Esse tema dá uma boa pegadinha! Veja:
Há IPI na locação de máquinas fabricadas pelo locador?
Sim, na 1ª locação. Nas locações subsequentes não há, exceto se houver nova industrialização.
Outra forma de você entender o porquê de haver a incidência do IPI no primeiro aluguel é
constatar a ocorrência dos três critérios (material, espacial e temporal).
Vamos testar?
Confirmou-se o aspecto material? Sim, pela fabricação de um produto e sua posterior
saída com transmissão de posse ou propriedade.
Confirmou-se o critério espacial? Sim, já que estamos no território nacional.
Confirmou-se o aspecto temporal? Sim, já que ocorrera a saída do produto do estabele-
cimento industrial
Logo, temos os critérios da regra de incidência perfeitos, em sendo assim, a saída do bem
será considerada FG do IPI.
Raciocínio similar aplicamos quanto ao fato gerador desembaraço aduaneiro, naqueles
casos em que uma empresa importa uma máquina e promove a saída em seguida para aluguel.
Vamos acompanhar a esquematização das exceções ao FG do IPI:
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IPI – Parte II
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O artigo 36 do RIPI não vai fixar novos FGs, mas apenas detalhar os FGs já fixados no art.
35, especificando os momentos de sua ocorrência. É que na verdade, a “saída” do produto em
algumas situações não será efetiva, poderá ser fictícia etc.
Há também aquelas situações em que não está claro o momento da “saída” do produto.
Para evitar dúvidas, o RIPI delimita o momento da saída com precisão. Vamos ver as situações
que o RIPI entendeu que devem ser detalhadas.
Art. 36. Considera-se ocorrido o fato gerador:
I – na entrega ao comprador, quanto aos produtos vendidos por intermédio de ambulantes.
Note que é uma situação bem peculiar em que seria difícil estabelecer o momento de
ocorrência do FG. Aqui temos o caso da saída de mercadoria para venda sem destinatário
certo. O ambulante retira o produto na indústria, sai para vender retornando ao fim do dia para
prestar contas, quando serão emitidas as notas fiscais definitivas.
Temos duas “saídas”: a primeira quando o produto sai da fábrica para o vendedor am-
bulante e a segunda quando o vendedor ambulante entrega o produto ao comprador na via
pública ou em outro local (estamos admitindo que o vendedor é empregado ou representante
da empresa). Diante da dúvida que poderia ocorrer em relação a qual “saída” escolher para
ser o momento do fato gerador, o RIPI esclarece que deve ser no momento que o vendedor
entrega o produto ao comprador (2ª saída).
EXEMPLO
Hipoteticamente, vamos imaginar o empregado (vamos admitir que é empregado!) da Sorvete
Kibon acima. O sorvete “sai” da fábrica e é depositado nos carrinhos ambulantes. Posteriormen-
te, “saem” novamente dos carrinhos quando são entregues ao seu adquirente na praia. Então
temos duas “saídas”. Qual delas seria o FG do IPI? De acordo com o RIPI, o FG seria quando o
sorveteiro entrega o sorvete ao adquirente.
II – na saída de armazém-geral ou outro depositário do estabelecimento industrial ou equiparado
a industrial depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outro estabelecimento.
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IPI – Parte II
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Como o produto saiu direto do armazém, não ocorrerá a “saída do produto” efetivamente
do real proprietário e vendedor da mercadoria, que é o contribuinte do IPI.
Temos então uma situação em que quem promove a “saída” não é o contribuinte. Poderia
então haver uma dúvida. O RIPI esclarece que o “favor” que o armazém geral faz ao transmitir
o produto diretamente para o adquirente, não o transforma em contribuinte do IPI, já que é
um mero prestador de serviços, agindo em nome do real vendedor. É este vendedor que deve
compor a relação tributária.
O depositante deve reconhecer o fato gerador neste momento de “saída” do armazém
geral (depositário), reconhecendo formalmente a “saída” como se fosse efetivada de um
estabelecimento seu, pois essa é a essência da transação. Isso significa promover, dentre
outras formalidades, a anotação do débito do IPI em sua escrituração.
III – na saída da repartição que promoveu o desembaraço aduaneiro, quanto aos produtos que, por
ordem do importador, forem remetidos diretamente a terceiros.
Aqui também temos um atalho logístico. Não se espera o produto “entrar” no importador
para depois “sair” por venda ao adquirente. Da própria repartição aduaneira já é possível se
encaminhar para o adquirente. Esse encaminhamento direto está substituindo a “saída” do
estabelecimento importador, então se considera ocorrido o FG como de fato ocorreria caso
o importador promovesse a saída posterior do produto. Mas uma vez preserva-se a essência
da transação. Eventuais “atalhos logísticos” não podem descaracterizar a saída efetiva que
teríamos, caso esse “atalho” não existisse.
Do mesmo modo que as anteriores, temos algumas etapas “queimadas” por questões de
atalho logístico. Isso não poderia inibir a ocorrência do FG no proprietário do produto. Esse
é o caso em que “A” solicitou a “B” uma industrialização por encomenda. O caminho natural
seria “B” devolver o produto para “A” quando ele estiver acabado e “A” vender para quem
quiser. Mas, por uma questão logística, “B” pode remeter diretamente, por ordem de “A” ao
adquirente sem remeter fisicamente para “A”. Seria uma economia de tempo e dinheiro que,
se aplicarmos na escala industrial, onde uma empresa está no Norte e a outra no Sul do país,
pode ser relevante. Mas observe: “B” faz uma gentileza a “A” remetendo o produto, embora
formalmente o remetente seja “A”, o contribuinte.
V – na saída de bens de produção dos associados para as suas cooperativas, equiparadas, por
opção, a estabelecimento industrial;
VI – no quarto dia da data da emissão da respectiva nota fiscal, quanto aos produtos que até o dia
anterior não tiverem deixado o estabelecimento do contribuinte.
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VII – no momento em que ficar concluída a operação industrial, quando a industrialização se der
no próprio local de consumo ou de utilização do produto, fora do estabelecimento industrial.
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Quanto ao papel utilizado em livros, não teremos o FG na saída destes produtos, pois é
caso de imunidade. Quanto às agendas teríamos o IPI.
IX – na aquisição ou, se a venda tiver sido feita antes de concluída a operação industrial, na conclu-
são desta, quanto aos produtos que, antes de sair do estabelecimento que os tenha industrializado
por encomenda, sejam por este adquiridos.
O mencionado artigo trata dos casos em que a empresa exportadora não promove a ex-
portação de produto recebido para este fim. Se o produto não vai ser exportado, é devido o
IPI desde a origem. A imunidade das exportações é condicionada à própria exportação. Se
esta não ocorre, IPI neles!
XI – no momento da sua venda, quanto aos produtos objeto de operação de venda que forem
consumidos ou utilizados dentro do estabelecimento industrial.
XII – na saída simbólica de álcool das usinas produtoras para as suas cooperativas, equiparadas,
por opção, a estabelecimento industrial.
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No RIPI, aparecem em alguns casos, a saída e remessa simbólicas. Tais situações ocor-
rem quando um produto precisa transitar por um dos estabelecimentos, mas por questões
racionais não o fazem de fato.
É uma situação que foge um pouquinho da regra de uma operação “normal”, mas que é remedia-
da pela emissão de nota fiscal-NF de remessa simbólica para “simular” a etapa que foi queimada.
Por exemplo: quando eu vendo um produto que está comigo, eu mesmo promovo a saída
efetiva. Emito minha NF de venda com o IPI destacado.
Por outro lado, quando eu vendo meu produto que se encontra em um armazém geral, o
armazém poderá promover a saída efetiva em meu nome. Eu continuo sendo o contribuinte,
embora não promova a saída efetiva. Nesse caso eu emito minha nota fiscal com o IPI, mas
antes o armazém me devolve simbolicamente os produtos através de uma NF de retorno
simbólico (não há a devolução efetiva do produto, apenas é simulado a devolução mediante
NF) para caracterizar a “entrada” deste produto no meu estabelecimento.
Assim fica resolvida a seguinte questão: a saída efetiva é promovida pelo armazém que
está com a mercadoria, mas formalmente é como se fosse eu mesmo quem promove a saída,
já que recebi em devolução (simbólica) os produtos caracterizando a “entrada”.
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RESUMO
Industrial é quem executa uma das modalidades de industrialização e dela resulta um
produto tributado (alíquota maior ou igual a 0%). Lembre-se que produto NT não é tributado!
Equiparados a industrial são aqueles que não industrializam produtos, apenas revendem
produtos, mas são equiparados à condição de industrial. Os principais casos tratam de co-
merciantes pertencentes ao mesmo grupo econômico (filiais, controladas etc.).
No caso da importação, destaca-se a equiparação do importador quando (e apenas quan-
do...) promove a saída do produto por ele importado. Se o importador promove a saída do
produto que importara, será obrigatoriamente equiparado a industrial.
Conceitos relevantes que surgem no contexto:
• Estabelecimento comercial atacadista: vende bens de produção ou em quantidades acima
das normalmente destinadas ao uso, vende a revendedores, vende bens de consumo em
quantidades maiores. que normais.
• Estabelecimento comercial varejista: aquele que efetua vendas diretas ao consumidor.
Se realizar vendas por atacado esporadicamente em volume inferior a 20% do total das
receitas do mesmo semestre civil.
• Contribuintes e responsáveis: o sujeito passivo pode ser contribuinte, quando mantém a
relação pessoal e direta com o fato gerador; ou será a responsável, quando sem revestir
a condição de contribuinte, sua condição decorre de lei.
São contribuintes do IPI o importador (no desembaraço aduaneiro); o industrial (na saída
dos seus produtos); o equiparado industrial (na saída dos seus produtos ou mercadorias) e
quem destinar ou consumir o papel imune em outros fins.
Conforme o CTN, devemos incluir a figura do arrematante como contribuinte, embora ele
não esteja citado no RIPI.
Responsável é o sujeito passivo cuja obrigação decorre de lei e não reveste a condição
de contribuinte. Geralmente é alguém que contribui para uma irregularidade e está de posse
do produto, como um lojista ou um transportador com produtos desacompanhados de do-
cumentação, produtos sem selo sem rótulo, quem se encontra com o papel imune de forma
indevida dentre outras situações que se caracterizam como irregularidades, a saber.
• Transportador de Produtos desacompanhados de NF/documentação comprobatória;
• Possuidores de Produtos para venda/industrialização sem NF/documentação comprobatória;
• Adquirentes de produtos usados sem marcação, ou documentação de origem;
• Qualquer detentor de cigarros (2402.20.00) ou bebidas (CAP 22) destinados à exportação,
encontrados em situação diversa;
• Quem possuir produto sem selo, marcação e rótulo quando exigido;
• Quem desatender requisitos p/imunidade, isenção ou suspensão;
• Empresa Comercial Exportadora;
• PF ou PJ que se encontre com papel imune indevidamente.
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Esse caso acaba por sintetizar todos os demais, pois o responsável normalmente será
aquele que está de Posse de um produto com irregularidades.
Contribuinte substituto: é o responsável, por substituição tributária (ST) pelo IPI relativo às
operações anteriores, concomitantes ou posteriores. É facultativo, depende de requerimento.
Contribuinte Substituído: é aquele que deixa de recolher o IPI, em função da existência do
contribuinte substituto responsável por substituição tributária (ST) do IPI. A ST poderá ser para
frente, para trás e concomitante segundo o RIPI. O substituído se torna responsável solidário.
Responsabilidade solidária: decorre de lei. São solidários:
• O adquirente de mercadoria importada beneficiada por isenção ou redução;
• Adquirente de produto importado por sua conta e ordem através de PJ importadora (impor-
tação por conta e ordem). Lembre-se que o adquirente também é responsável pela infração;
• Adquirente de produto Importado por encomenda de PJ importadora (importação por
encomenda). Lembre-se que o adquirente também é responsável pela infração;
• Industrial de 2402.20.00 (cigarros de tabaco) e a empresa exportadora em relação à
venda destinada à exportação que não se efetivar;
• Na hipótese de industrialização por encomenda, o encomendante responde solidariamente
com o estabelecimento industrial;
• Beneficiário de regime aduaneiro suspensivo, destinado à industrialização para exportação;
• Os acionistas controladores, diretores, gerentes ou representantes (em relação ao período
de sua gestão) quanto aos créditos não recolhidos no prazo legal;
• Curador de deficientes beneficiados com isenção para veículos.
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Legislação tributária
IPI – Parte II
Arthur Leone
Não é fato gerador o desembaraço aduaneiro referente devolução de produto nos casos de:
• Consignação – devolução por não venda (art. 38, I, a);
• Defeito técnico – devolução para reparo (art. 38, I, b);
• Mudança nas regras de importação no país de destino – devolução (art. 38, I, c);
• Guerra ou calamidade pública (art. 38, I, d);
• Por quaisquer fatores alheios à vontade do exportador (art. 38, I, e).
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IPI – Parte II
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IPI – Parte II
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MAPA MENTAL
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IPI – Parte II
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EXERCÍCIOS
001. (ESAF/ATRFB/2012) São equiparados aos estabelecimentos industriais para fins de
incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados os estabelecimentos atacadistas e
cooperativas de produtores que derem saída a bebidas alcoólicas.
003. (ESAF/ATRFB/2003) Para ser caracterizado como tal, o estabelecimento industrial deve
somente elaborar produtos com alíquota do IPI superior a 0% (zero por cento).
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IPI – Parte II
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010. (ESAF/ATRFB/2002) A empresa Ypsolon Ltda. importou da Índia 2000 jaquetas de couro de
boi e 5000 varetas de incenso, varetas essas que seriam para brinde aos seus compradores. Diante
destas informações ocorre apenas o fato gerador no desembaraço das jaquetas e das varetas.
013. (ESAF/ATRFB/2003) Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI, quando o produto, que
tiver saído do estabelecimento industrial com o fim específico de exportação, for revendido
no mercado interno, no momento da efetivação da venda.
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IPI – Parte II
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019. (INÉDITA/2022) Os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para indus-
trialização, diretamente da repartição que os liberou, produtos importados por outro estabe-
lecimento da mesma firma serão equiparados a industrial.
024. (INÉDITA/2022) Quem possuir ou expor a venda produto sem selo adquirido de terceiro
será responsável.
025. (INÉDITA/2022) Será responsável, a empresa comercial exportadora quanto aos produtos
que deveriam ser exportados e não foram em 90 dias da emissão da Nota fiscal.
031. (INÉDITA/2022) O retorno de produto exportado por motivos alheios à vontade do ex-
portador, tem o seu desembaraço aduaneiro excluído do fato gerador.
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IPI – Parte II
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032. (INÉDITA/2022) O produto que acabou de ser fabricado e “saiu” mediante arrendamento
mercantil sofre incidência do IPI.
038. (INÉDITA/2022) Estabelecimento comercial varejista é aquele que que vende bens
de produção.
039. (INÉDITA/2022) Podemos considerar como comerciante atacadista aquele que vende
bens de consumo em quantidades acima do que normalmente de se destina a uso próprio
do adquirente.
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041. (INÉDITA/2022) Embora o IPI admita a substituição tributária para a frente e para trás,
na prática observa-se apenas a substituição tributária para frente.
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IPI – Parte II
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GABARITO
1. E 36. e
2. E 37. e
3. E 38. E
4. C 39. C
5. C 40. E
6. C 41. E
7. E 42. E
8. C
9. C
10. E
11. E
12. E
13. E
14. C
15. c
16. C
17. E
18. C
19. E
20. E
21. C
22. E
23. C
24. C
25. E
26. C
27. C
28. E
29. C
30. E
31. C
32. C
33. C
34. C
35. C
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IPI – Parte II
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GABARITO COMENTADO
A equiparação não é genérica, depende de alguns requisitos fixados no art. 9, VII, “a”, “b” e “c”
do RIPI e também de leis mais recentes, ainda não contempladas no atual regulamento.
Errado.
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IPI – Parte II
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Observe ainda que a saída a que se refere o art. 9º do RIPI não é, necessariamente uma venda.
Poderá ser uma dação e pagamento, um aluguel etc. A saída é uma operação jurídica com
transmissão de posse ou propriedade.
Errado.
003. (ESAF/ATRFB/2003) Para ser caracterizado como tal, o estabelecimento industrial deve
somente elaborar produtos com alíquota do IPI superior a 0% (zero por cento).
Se executar industrialização de produtos tributados, ainda que sujeito a alíquota zero, será
industrial para efeito de IPI.
Errado.
Certo.
Certo.
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IPI – Parte II
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Nesse caso, a empresa exportadora deverá pagar o IPI por se qualificar como responsável.
Segundo art. 25 do RIPI:
Certo.
Errado.
A expressão “estabelecimento”, em sua delimitação, diz respeito ao prédio em que são exercidas
atividades geradoras de obrigações, nele compreendidos, unicamente, as dependências inter-
nas, galpões e áreas contínuas muradas, cercadas ou por outra forma isoladas, em que sejam,
normalmente, executadas operações industriais, comerciais ou de outra natureza.
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EXEMPLO
Uma entidade que fabrica televisores em São Paulo (Matriz) e no Rio de Janeiro (Filial), deverá
apurar individualmente o IPI para cada estabelecimento separadamente. Manterá, portanto,
duas escriturações do IPI “independentes” podendo ocorrer eventualmente saldo credor em uma
delas e saldo devedor em outra. Isso não ocorre com o IRPJ, por exemplo, já que os resultados
são consolidados na Matriz.
Certo.
CTN, Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato
gerador:
I – o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II – a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;
III – a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Cabe-nos alertar, entretanto, que segundo o regulamento do IPI apenas são fatos gerado-
res do IPI a:
1) saída do produto; e
2) desembaraço aduaneiro.
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JURISPRUDÊNCIA
ADN CST 10/81 – ADN – Ato Declaratório Normativo Coordenador do Sistema de Tribu-
tação – CST n. 10 de 23/09/1981.
D.O.U.: 23/09/1981
(Declara, em caráter normativo, em Complementação ao entendimento Veiculado por
intermédio do Parecer Normativo CST n. 63, de 24 de outubro de 1979, que não é equi-
parado a industrial, o estabelecimento que dê saída a produtos estrangeiros que haja
adquirido em concorrência pública promovida pela União para venda de mercadorias
apreendidas ou abandonadas).
Por essa razão fique atento ao comando da questão. Se a resposta exigida for nos termos do
CTN, a arrematação é fato gerador. Se o parâmetro de resposta for o RIPI, a arrematação não
é fato gerador do IPI. Neste caso, por se tratar de prova da disciplina Direito Tributário (e não
legislação tributária federal), a resposta foi considerada verdadeira nos termos do CTN.
Certo.
010. (ESAF/ATRFB/2002) A empresa Ypsolon Ltda. importou da Índia 2000 jaquetas de couro de
boi e 5000 varetas de incenso, varetas essas que seriam para brinde aos seus compradores. Diante
destas informações ocorre apenas o fato gerador no desembaraço das jaquetas e das varetas.
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O retorno do produto da causa ao estorno dos créditos e débitos de IPI eventualmente gerados.
EXEMPLO
1ª operação – venda do industrial para o comerciante.
Haverá o débito de IPI na saída do industrial.
2ª operação – devolução pelo comerciante.
Ao receber o produto e reintegrá-lo em seu estoque, o industrial deve estornar o débito do IPI
gerado na 1ª operação.
013. (ESAF/ATRFB/2003) Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI, quando o produto, que
tiver saído do estabelecimento industrial com o fim específico de exportação, for revendido
no mercado interno, no momento da efetivação da venda.
RIPI, Art. 37. Na hipótese de venda, exposição à venda, ou consumo no território nacional, de produ-
tos destinados ao exterior, ou na hipótese de descumprimento das condições estabelecidas para a
isenção ou a suspensão do imposto, considerar-se-á ocorrido o fato gerador na data da saída dos
produtos do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.
Errado.
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Devemos ficar atentos a esse questionamento para identificar se o fundamento da resposta será
o CTN ou o RIPI. Isso porque o CTN prevê a arrematação como fato gerador do IPI, enquanto
o RIPI e as normas posteriores não prevejam essa possibilidade. Até mesmo a Receita Federal
já reconheceu essa impropriedade desde 1981 em pareceres normativos. Veja na sequência,
após comparar os textos vigentes do CTN e RIPI.
CTN RIPI
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos
industrializados tem como fato gerador: Art. 35. Fato gerador do imposto é (Lei n. 4.502,
I – o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência de 1964, art. 2º):
estrangeira; I – o desembaraço aduaneiro de produto de
II – a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo procedência estrangeira; ou
único do artigo 51; II – a saída de produto do estabelecimento
III – a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado industrial, ou equiparado a industrial.
e levado a leilão.
O gabarito oficial é ERRADO, já que buscou-se fundamentar no CTN. Para uma prova de legislação
tributária da Receita Federal, o fundamento provável seria o RIPI, o que tornaria o gabarito CERTO.
Agora veja que a própria Receita Federal já não cobra o IPI nas operações de arrematações em
hasta pública:
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Fique atento:
A previsão do art. 46, III, do CTN, não é concretizada pela legislação ordinária nem pelo RIPI
consequentemente. Consta ainda de Ato declaratório da Receita Federal a indicação da não
incidência no caso.
• Para questões em que se abstrai que a fundamentação é a lei (CTN), devemos considerar
a hipótese como um dos fatos geradores, conforme art. 46 do CTN.
• Para questões específicas de legislação tributária, com fundamento no RIPI, devemos
considerar como hipótese não recepcionada pela legislação, portanto não seria fato ge-
rador do IPI conforme art. 35 do RIPI.
Certo, conforme CTN, e Errado, conforme RIPI.
Certo.
I – Certa. Destaque-se que se o extravio fosse identificado ANTES do desembaraço, não seria
considerado fato gerador.
II – Certa. O armazém ou depósito fechado agem por ordem do proprietário das mercadorias.
Se o produto está no armazém, jamais ocorrerá a “saída” do produto do proprietário. Assim, ao
ocorrer a saída do armazém tem-se como “equivalente” a saída do produto do seu proprietário,
já que o armazém é mero prestador de serviços. Considerar-se-á ocorrido o FG. Neste caso, o
contribuinte é o proprietário, não o armazém.
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IPI – Parte II
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III – Certa. Qualquer saída é FG do IPI, mesmo que para destinar a outro estabelecimento da
mesma firma. Isso não impede, contudo, a aplicação das figuras desonerativas como a SUS-
PENSÃO do IPI, mas ainda sim é um fato gerador, mesmo que desonerado.
Letra c.
Importante destacar que obrigatoriamente deve resultar em produto tributado, caso contrário
não é industrial. Vide art. 4º do RIPI.
Certo.
019. (INÉDITA/2022) Os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para indus-
trialização, diretamente da repartição que os liberou, produtos importados por outro estabe-
lecimento da mesma firma serão equiparados a industrial.
Atenção para a sutileza do detalhe: se vai receber para industrialização, não é necessário equi-
parar, pois quem industrializa será, naturalmente, um industrial. Entretanto, se substituíssemos
“industrialização” por “comercialização” estaria correta em conformidade com o art. 9º, II, do RIPI.
Errado.
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IPI – Parte II
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Atenção para a sutileza do detalhe: se vai receber para industrialização, não é necessário equi-
parar, pois quem industrializa será, naturalmente, um industrial. Entretanto, se substituíssemos
“industrialização” por “comercialização” estaria correta em conformidade com o RIPI.
Errado.
Perfeito. Lembrando que quanto ao último item, trata-se de prescrição da Lei n. 9532/97.
Certo.
024. (INÉDITA/2022) Quem possuir ou expor a venda produto sem selo adquirido de terceiro
será responsável.
Como não estamos diante do fato gerador, o que levaria a surgir a figura do contribuinte, a única
forma de trazer a pessoa descrita no enunciado para o polo passivo é como responsável.
Certo.
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025. (INÉDITA/2022) Será responsável, a empresa comercial exportadora quanto aos produtos
que deveriam ser exportados e não foram em 90 dias da emissão da Nota fiscal.
Será responsável, mas o prazo é de 180 dias para que o produto deixe o Brasil.
Errado.
Tudo certo, exceto pelo “obrigatório”. No IPI, a ST se dá de forma facultativa mediante requerimento.
Certo.
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031. (INÉDITA/2022) O retorno de produto exportado por motivos alheios à vontade do ex-
portador, tem o seu desembaraço aduaneiro excluído do fato gerador.
032. (INÉDITA/2022) O produto que acabou de ser fabricado e “saiu” mediante arrendamento
mercantil sofre incidência do IPI.
Sofre sim, na primeira saída, pois estamos diante do aspecto material do IPI, qual seja: indus-
trializar um produto e promover sua saída. Nas saídas subsequentes não teremos mais o IPI,
exceto se houver outra industrialização.
Certo.
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IPI – Parte II
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No quarto dia ou então “decorridos três dias” são duas respostas possíveis. É com essas reda-
ções que diferentes normas se manifestam, ambas com mesmo sentido.
Certo.
Desembaraço aduaneiro de produtos estrangeiros é fato gerador do IPI e tem como contribuin-
te a figura do importador. o outro fato gerador do IPI é a saída do produto industrializado do
estabelecimento industrial ou equiparado. nesse caso os contribuintes são o industrial ou o
equiparado a industrial.
Letra e.
Questão baseada no CTN. O industrial e o importador são os contribuintes clássicos do IPI (le-
tras “a” e “b”). o comerciante que vende bens de produção para industriais pode ser equiparado
à industrial, e se tornará um contribuinte do IPI (letra “c”). o arrematante é para a visão do CTN,
apesar de não constar no regulamento do IPI.
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Art. 51. Contribuinte do imposto é:
I – o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II – o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III – o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos
no inciso anterior;
IV – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer
estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.
Letra e.
038. (INÉDITA/2022) Estabelecimento comercial varejista é aquele que que vende bens
de produção.
039. (INÉDITA/2022) Podemos considerar como comerciante atacadista aquele que vende
bens de consumo em quantidades acima do que normalmente de se destina a uso próprio
do adquirente.
Embora o atacadista seja aquele que vende geralmente bens de produção, a venda de bens
de consumo não descaracteriza essa condição, desde que seja em quantidade acima da que
normalmente se destina ao próprio adquirente;
Certo.
041. (INÉDITA/2022) Embora o IPI admita a substituição tributária para a frente e para trás,
na prática observa-se apenas a substituição tributária para frente.
Na prática, apenas temos a ST para trás, quando o contribuinte substituto está no final da cadeia.
Errado.
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O substituto legal tributário é a pessoa, não vinculada ao fato gerador, obrigada originariamente
a pagar o tributo.
Errado.
Arthur Leone
Graduado em Ciências Contábeis. Auditor-fiscal da Receita Federal, com atuação nos tributos internos
(IRPJ, IRPF e IPI). Professor de Auditoria e Legislação Tributária Federal. Autor dos livros “Auditoria para
Concursos” e “Legislação Tributária Federal Descomplicada”, este em coautoria com o professor George
Firmino, ambos publicados pela editora Ferreira. Além de exercer a função de auditor-fiscal da RFB, foi
aprovado nos concursos de analista tributário da RFB e auditor do ICMS-RO.
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