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TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
Sumário
IRPJ – Parte I.......................................................................................................................................................................3
1. Noções Gerais de Imposto de Renda.................................................................................................................3
1.1. Critérios Orientadores. . ..........................................................................................................................................5
2. Fato Gerador, Renda e Proventos. . .....................................................................................................................9
2.1. Disponibilidade Jurídica e Econômica.........................................................................................................12
2.2. Regra Matriz de Incidência. . .............................................................................................................................15
3. Tributação das Pessoas Jurídicas. . ..................................................................................................................18
3.1. Contribuintes............................................................................................................................................................18
3.2. Responsáveis. . ........................................................................................................................................................32
3.3. Domicílio Fiscal.....................................................................................................................................................39
3.4. Fato Gerador do IRPJ.. ..........................................................................................................................................41
3.5. Base de Cálculo.. .....................................................................................................................................................41
3.6. Alíquota......................................................................................................................................................................43
3.7. Período de Apuração. . .........................................................................................................................................45
3.8. Lançamento. . ............................................................................................................................................................45
3.9. Receitas......................................................................................................................................................................46
3.10. Omissão de Receitas........................................................................................................................................52
Resumo................................................................................................................................................................................56
Mapas Mentais. . ...............................................................................................................................................................61
Exercícios............................................................................................................................................................................68
Gabarito...............................................................................................................................................................................75
Gabarito Comentado.................................................................................................................................................... 76
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
IRPJ – PARTE I
1. Noções Gerais de Imposto de Renda
Olá! Finalmente chegamos no IR! Agora o IPI fica para trás!
Antes de entrarmos no RIR de cabeça, precisamos verificar alguns aspectos gerais e os
seus critérios orientadores. Na sequência, chegaremos ao RIR, o “carro-chefe” da Disciplina.
Vejamos algumas características do IR.
O IR, seja pessoa física ou jurídica, é tributo direto, pois o seu ônus não é transferido a terceiros.
Temos um mesmo contribuinte de fato e de direito.
Certo.
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IRPJ – Parte I
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“paga mais”. Vamos retomar a questão da progressividade, logo mais, pois é um dos critérios
orientadores previstos na CF/1988.
O IR tem um caráter predominantemente fiscal, já que tem natureza arrecadatória. Lem-
bram do IPI? No IPI é o inverso, tem natureza extrafiscal predominantemente. Porém, assim
como o IPI, é possível percebermos o ‘outro lado” do IR. Enquanto o IPI é predominantemente
extrafiscal, mas tem um “pouquinho” de fiscal, o IR é predominantemente fiscal, mas tem um
“pouquinho de extrafiscal”.
Consegue perceber?
A natureza arrecadatória é bem evidente, são recursos que sustentam a máquina gover-
namental. Entretanto, não pode passar despercebido a “justiça social”, no sentido em que se
tributa mais fortemente as maiores rendas e acréscimos patrimoniais.
Por fim, o seu fato gerador é periódico ou complexivo, pois abrange todo o período de um
ano. Assim, a soma de “n” fatos leva ao fato gerador ao final deste ciclo, que corresponde ao
ano-calendário. O fato gerador ocorre no último dia do ano-calendário.
Atenção para novidade:
Cabe salientar a indicação de que, conforme a súmula 584, tínhamos:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula – STF – 584
“Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente
no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.”
Essa é, de fato, uma súmula importante, pois aparentemente viola a irretroatividade da lei
e anterioridade, o que pode nos confundir. Aposto que você pensou: Como assim? Se o FG
ocorre em 31/12/x1, como posso aplicar a lei vigente do ano X2?
A doutrina entendia que essa súmula fazia com que a anterioridade e a irretroatividade
simplesmente não existissem.
Essa súmula foi cancelada em junho/2020, graças a Deus! Então, fique atento que pode ser
usada como pegadinha.
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Vamos para uma rápida e fácil definição, antes de explorar o tema mais profundamente:
• Generalidade: todos que pratiquem o FG, submetem-se à incidência.
• Universalidade: toda a renda e proventos estão sujeitos ao IR.
• Progressividade: quem ganha mais, paga mais.
Note que as palavras-chave resumem nosso tema. Certos assuntos, não há motivos para
complicar... O IR alcança todos e tudo (qualquer pessoa e qualquer acréscimo patrimonial)
e paga mais, quem ganha mais. Isso já é suficiente para você reconhecer os três critérios
orientadores do IR. Baseado nessas simples premissas, vamos trazer um pouco mais de peso
ao estudo...
• Generalidade: “todos os contribuintes devem ser tratados de uma só forma, o que ali-
ás já decorre do próprio princípio da igualdade. Com este fundamento pode-se afirmar
que a renda deve ser reconhecida com a observância do critério da generalidade, em
que não se admitem classes de contribuintes. Todos, indistintamente, são contribuintes,
potenciais, ou de fato, do imposto. Por isso, igualmente não se pode admitir classe de
patrimônio, nem espécies de renda: todos os ganhos – todo acréscimo novo decorrente
do ato de produção de renda – deve ser objeto de tributação respeitado o critério da
progressividade” (RENCK, Renato. Imposto de renda da pessoa jurídica – Critérios cons-
titucionais de apuração da base de cálculo. Porto Alegre: Livraria do Advogado,2001.
Citado por Leandro Paulsen.)
EXEMPLO
Seria inconstitucional se lei previsse uma isenção de IRPF para os Auditores da Receita federal
baseando-se no fato de que estes profissionais seria os responsáveis pela fiscalização deste
tributo.
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EXEMPLO
Em exemplo semelhante ao anterior, seria inconstitucional lei que previsse que o salário do
Auditor da Receita Federal, por estar diretamente envolvido com a fiscalização do tributo, seria
isento do IRPF.
Quem ganha mais, paga mais em termos proporcionais. Simples assim! É o caso do IRPF,
que aplica alíquotas de 15% e 27%, além de ter faixa inferior de renda isenta. O IRPJ também
é progressivo, pois além da alíquota ordinária, a alíquota adicional para que ultrapassar certa
faixa de renda.
Letra d.
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004. (ESAF/TRF/2003) Assinale as proposições abaixo com F para falsa ou V para verdadeira
e, a seguir, indique a opção que contém a sequência correta.
( ) O critério da progressividade do imposto de renda está sintonizado com a capacidade eco-
nômica do contribuinte e observa o caráter pessoal previsto na Constituição.
( ) O princípio constitucional da anterioridade significa que a lei tributária não se aplica aos
fatos geradores anteriores à sua publicação.
( ) Em atendimento às normas constitucionais relativas aos impostos de competência da
União, para fins de incidência do imposto de renda, devem ser deduzidos da renda recebida
todos os valores pagos, necessários à sua percepção, atendendo-se, assim, o princípio da não
cumulatividade.
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetivi-
dade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimô-
nio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Abrindo um parêntesis...
Nos tributos reais, como o IPI, a seletividade propicia o alcance do princípio da capacida-
de contributiva na medida em que aplica alíquotas maiores sobre os bens supérfluos como o
carro de luxo ou uísque enquanto o feijão e o arroz têm alíquotas muito baixas ou zero. Como
não temos a seletividade nos tributos de natureza pessoal, como o IR, é importante termos a
noção dessas diferenças (ambos visam alcançar adequadamente a capacidade contributiva).
A progressividade personaliza o imposto, como afirma Hugo Brito Machado, enquanto na sele-
tividade não importa o sujeito, mas o objeto da tributação.
EXEMPLO
A tabela progressiva aplicável às PF’s e o adicional de IR aplicável às PJ’s (“quem ganha mais,
paga mais”)
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A capacidade contributiva dos impostos incidentes sobre produtos e mercadorias (impostos reais)
manifesta-se na variação da alíquota em virtude do grau de essencialidade do produto (seletivida-
de). No imposto sobre a renda, a progressividade exterioriza-se pela aplicação de alíquotas mais
elevadas às maiores rendas tributáveis. Nos impostos sobre o patrimônio, as alíquotas devem ser
mais elevadas quando aplicadas a maiores bases de cálculo, sob pena de ofensa ao princípio da ca-
pacidade contributiva. (Firmino, George, Leone, Arthur. Legislação tributária federal descomplicada.
Editora Ferreira.)
Por fim, cabe salientar que além desses princípios orientadores, ao IR aplicam-se os de-
mais princípios constitucionais como legalidade, não confisco. São os princípios que regem o
nosso sistema tributário e que você estuda em Direito Tributário.
Ao IR não se aplica a anterioridade nonagesimal, mas se aplica a anterioridade (de exercício).
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CTN
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem
como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compre-
endidos no inciso anterior.
§ 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localiza-
ção, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção.
§ 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições
e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste
artigo.
A descrição genérica da hipótese de incidência é única, tanto para o IRPF quanto para o
IRPF. Vou iniciar o assunto de uma forma bem superficial, para que seja possível capturar a
imediatamente a essência. À medida que evoluirmos, vamos deixar mais densa a abordagem,
pois fato gerador sempre foi e sempre será um tema “carro-chefe” de qualquer tributo. O pró-
prio histórico de questões pretéritas deixa claro essa circunstância.
Primeiro ponto para guardar:
O FG é a disponibilidade jurídica ou econômica de renda ou proventos independentemente
da origem (capital ou trabalho).
Nesta simples frase, há assunto “para muito papo”. É claro que se você fixar o art. 43 do
RIR, conseguirá responder facilmente uma pergunta do tipo “Qual é o fato gerador do IR?”, mas
prova de alto nível não ficará só nisso. Você deve ser capaz de perceber a diferença entre renda
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e proventos; entre disponibilidade econômica e jurídica e deve ser capaz de perceber o aspecto
material do tributo (a riqueza nova! O acréscimo patrimonial!). Vamos explorar o assunto:
Não é qualquer disponibilidade de recursos que se constitui num acréscimo patrimonial.
Por exemplo: quando seu salário “cai” na conta, estamos diante de um acréscimo patrimonial,
uma riqueza nova. Mas, se você conseguir manter esse montante intocável em sua conta, no
mês seguinte, a quantia continua lá, fazendo parte do seu patrimônio. Mas é uma riqueza “ve-
lha”. O IR não tributa a riqueza “velha”, apenas o acréscimo patrimonial. O “acréscimo patrimo-
nial” tem sido delineado como o “verdadeiro” fato gerador pela doutrina e jurisprudência, já que,
com base no texto constitucional, nada conseguimos concluir sobre as definições de “renda” e
“proventos”. É o que explica José Gonçalves1:
a restrição a ‘certas’ entradas e ‘certas’ saídas é imperativo do corte necessário à análise, somente,
daqueles eventos que tenham ontologicamente significado relacionado ao conceito do acréscimo
patrimonial que entendemos configurar renda.
Bom, o que o mestre faz é dizer que não é “qualquer entrada”, mas apenas aquelas entra-
das que geram acréscimo patrimonial, que devem ser compreendidas como renda. É nesse
ponto que quero chegar para definir renda e proventos e seu núcleo comum:
Renda é um acréscimo patrimonial que tem origem no trabalho ou no capital, ou em ambos
(capital + trabalho).
Mas nem todo acréscimo patrimonial tem origem em renda! O “resto” chama-se proventos.
Proventos são tidos como algo residual. Todo acréscimo patrimonial que não é renda, é pro-
vento. São os prêmios, doações, aposentadorias etc. É forma específica de rendimento tributá-
vel, tecnicamente compreendida como o que é “fruto não da realização imediata e simultânea
de um patrimônio, mas sim, do acréscimo patrimonial resultante de uma atividade que já ces-
sou, mas ainda produz rendimentos (Modesto Carvalhosa, citado por Mizabel Derzi. Conceitos
de renda e de proventos e de patrimônio. Belo Horizonte: Del Rey)
EXEMPLOS
Pensões, pensão alimentícia e doação
Veja:
Recebeu salário? É renda com origem no trabalho.
Recebeu aluguel? É renda com origem no capital.
Ganhou na loteria? É provento.
Recebeu aposentadoria? É provento.
1
GONÇALVES, José Artur Lima. Imposto sobre a renda: pressupostos constitucionais. São Paulo: Malheiros, 1997, p. 198.
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Note que apesar da diferença quanto à origem, renda e proventos têm um elemento co-
mum: o acréscimo patrimonial. Por isso “se faz necessário distinguir os simples ingressos de
valores do que deve ser considerado como renda ou provento tributável2”. Não é a receita ou o
rendimento que compõe o aspecto material, mas a diferença entre a receita e despesa. Note
que isso ocorre tanto na PF quanto na PJ. No IRPF, devemos deduzir do salário, por exemplo,
aquelas despesas necessárias ao mínimo ético como as despesas com saúde, educação etc.
Do mesmo modo ocorre no IRPJ, em que deduzimos das receitas o custo das vendas e as de-
mais despesas necessárias para manutenção da empresa.
Para avançarmos, certifique-se que internalizou que o IR tributa aquilo que se agrega ao
patrimônio, isto é, a riqueza nova, seja na forma de renda ou provento.
Não tributamos a receita ou faturamento, mas o acréscimo representado pela receita de-
duzidos de certos gastos ou custos incorridos como as deduções de despesas médicas e de
educação na PF e as despesas usuais e necessárias na PJ.
A indenização, como reposição de patrimônio que foi subtraído, também estão fora da tri-
butação pois não representam acréscimo, mas pura reposição.
Detalharemos a indenização ao estudar a tributação na PF, pois este contribuinte tem maior
relação com o tema verbas como auxílio-alimentação e transporte, programas de PDV, ajuda
de custo etc.
2
Queiroz, Mary Elbe. Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. São Paulo: Manole. 2004.
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Com base neste mesmo raciocínio, não se qualificam como acréscimo patrimonial as doa-
ções. A doação recebida não fruto do trabalho ou do capital.
Poderíamos citar ainda a integralização de capital por parte dos sócios.
Dentro deste tema, cabe uma reflexão: e a tributação da atividade ilícita ou criminosa?
O STJ decidira, em 1998, que é perfeitamente legítima a tributação dos resultados financei-
ros de atividades criminosas, nos termos do art. 118 do CTN.
Assim, se um traficante compra um imóvel de R$ 1 milhão, passando o seu patrimônio de
R$ 0,00 para R$ 1 M, ele pode ser tributado pelo acréscimo patrimonial de R$ 1M “a descober-
to”, independente da origem da renda.
A operação Lava jato também evidenciou outro aspecto do recurso ilícito, a propina com
“recibo” e “nota fiscal”. Muitos figurões da lava jato receberam propina oferecendo como con-
trapartida pseudoconsultorias. Emitiam-se notas fiscais de consultorias fictícias para acober-
tar o recebimento do dinheiro ilegal. Apesar dos impostos estarem “pagos”, afinal até nota
fiscal temos, a Receita Federal cobrou a diferença de alíquota (pagamento sem causa – alí-
quota de 35%).
Na lição de José Luiz Bulhões Pedreira, disponibilidade econômica é poder de dispor efetivo e atual, de
quem tem posse direta da renda; o que a caracteriza é a aquisição da posse da moeda ou de direitos
3
Andrade Filho, Edmar Oliveira. Imposto de renda das empresas / 13. ed. – São Paulo: Atlas, 2018.
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dotados de liquidez imediata (quasi-moeda). A disponibilidade jurídica, diz o autor citado, é presumida
por força de lei e abrange a aquisição virtual, e não efetiva, do poder de dispor de renda; a disponibili-
dade é virtual quando já ocorreram todas as condições necessárias para que se torne efetiva.
O acréscimo patrimonial pode ser tributado apenas quando estiver efetivamente disponí-
vel (financeiramente)?
É possível tributar o acréscimo patrimonial produzido, mas ainda não entregue ao titular?
JURISPRUDÊNCIA
Disponibilidade econômica e jurídica da renda. (...)
1. O art. 43 do CTN, sobretudo o seu § 2º, determina que o imposto de renda incidirá sobre
a disponibilidade econômica ou jurídica da renda (...)
4. Não se deve confundir disponibilidade econômica com disponibilidade financeira da
renda ou dos proventos de qualquer natureza. Enquanto esta última se refere à imediata
“utilidade” da renda, a segunda está atrelada ao simples acréscimo patrimonial, indepen-
dentemente da existência de recursos financeiros.
5. Não é necessário que a renda se torne efetivamente disponível (disponibilidade finan-
ceira) para que se considere ocorrido o fato gerador do imposto de renda, limitando-se a
lei a exigir a verificação do acréscimo patrimonial (disponibilidade econômica). (STJ, 2ª
T., REsp 983.134/RS, Rel. Min. Castro Meira, abr/08.)
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Doutrina
STJ
dominante
Disponibilidade financeira
DF =DE Efetivo recebimento
(DF)
Outras correntes:
Doutrina de Ricardo Mariz Oliveira:
Disponibilidade jurídica resulta de ato regulado pelo direito. (ex. renda oriunda de um con-
trato) (Ricardo Mariz Oliveira).
Disponibilidade econômica – renda de ato não regulado pelo direito (ex. renda oriunda do
tráfico de drogas)
CTN, Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem
prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda
ou dos proventos tributáveis.
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condi-
ção de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.
Certo.
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a) Errada. Heranças, em geral, não são tributadas pelo IR, salvo quando houver ganho de capi-
tal na transferência aos herdeiros. No resto, incompleta a assertiva, pois deveria citar a dispo-
nibilidade jurídica ou econômica.
b) Errada. Não precisa estar expressamente previsto. Qualquer acréscimo patrimonial deve
ser tributado
c) Errada. “Expectativa” é algo que não existe. Deve haver disponibilidade jurídica ou econômi-
ca para surgir o FG.
d) Errada. Não é “decreto” (é lei) e não é “exclusivamente”.
e) Certa.
Letra e.
Um dos temas do edital é, inclusive, o lucro gerado no exterior, oportunidade que estu-
daremos o assunto. Por ora, vamos guardar que os rendimentos e os ganhos obtidos no ex-
terior devem ser tributados pelos seus beneficiários na forma da lei. Recentemente, a Lei n.
12.973/2014 veio regular em parte o tema para as PJ’s, embora os passos iniciais remontem
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ao ano de 1996. Para as PF’s, desde a Lei n. 7.713/1988 temos a extraterritorialidade. Vamos
guardar, então, que a tributação no IR é feita em bases universais, isto é, em uma base global,
seja lá onde aconteça o rendimento.
Segundo o princípio da base global do imposto de renda, passa a ser tributado a universalidade dos
lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos (nos mercados doméstico e exterior) por pessoas
jurídicas domiciliadas no país (FRANÇA FILHO, Marcílio T. Princípio da Tributação internacional so-
bre a renda. Revista Dialética de direito tributário. N 30, 1998. Citado por Leandro Paulsen).
Note que o aspecto espacial do tributo não se confunde o território de aplicação das leis.
Assim, quando o Neymar vai jogar na França, ele continua com a obrigação de prestar
contas do seu IR aqui no Brasil, a não ser que ele perca a condição de residente ou domicilia-
do. Como ele entra e sai do Brasil com muita frequência, acaba não perdendo a condição de
residente ou domiciliado. O fato de trabalhar na França, não modifica isso. Ele deve declarar o
IR no Brasil, inclusive informando sobre seus ganhos na França. Evidentemente que, havendo
acordo, o imposto pago por lá, poderá ser compensado por aqui para evitar a bitributação do
seu salário no Paris Saint Germain.
Nesse caso, o Messi deve declarar o imposto de renda no Brasil, porque se torna residente
no Brasil. Veja que não interessa se o trabalhador ou empresa é estrangeiro. Basta ser resi-
dente ou domiciliado. Naturalmente, havendo rendas já tributadas em outros países, havendo
acordo para evitar a bitributação, o imposto já pago poderá ser compensado.
A extraterritorialidade alcança ainda os lucros obtidos no exterior por empresas brasileiras.
Seguindo...
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Art. 158. São contribuintes do imposto sobre a renda e terão seus lucros apurados de acordo com
este Regulamento (Decreto-Lei n. 5.844, de 1943, art. 27):
I – as pessoas jurídicas, (...); e
II – as empresas individuais, (...).
“Pessoas jurídicas” são contribuintes óbvios do IRPJ pela fácil correlação com o nome do
tributo. A pegadinha fica por conta das empresas individuais, que não são consideradas pes-
soas jurídicas, mas são equiparadas a tal pela legislação tributária.
Então temos os seguintes contribuintes, ainda em nossos primeiros passos:
Empresas individuais não são PJ, mas são equiparadas a tal pela legislação tributária para fins
de tributação.
Continuando...
Os conceitos que já dispomos, ainda não são suficientes para esgotar o assunto, pois de-
vemos conhecer quem são pessoas jurídicas para fins de tributação. Vamos para o RIR:
Art. 159. Consideram-se pessoas jurídicas, para fins do disposto no inciso I do caput do art. 158:
I – as pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País, sejam quais forem os seus fins, a
sua nacionalidade ou os participantes em seu capital;
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II – as filiais, as sucursais, as agências ou as representações no País das pessoas jurídicas com
sede no exterior; e
III – os comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações realizadas por
seus mandatários ou seus comissários no País.
Podemos dizer de forma sintética, que o RIR/2018 especifica que as PJ de direito priva-
do domiciliadas no Brasil, independente de nacionalidade, atividade ou regularidade, são as
pessoas jurídicas de interesse do IRPJ. O regulamento procura contemplar o “gênero” pessoa
jurídica, de modo que alcança as unidades de negócio em geral como filiais, sucursais etc.
É importante trazer algumas informações para complementar o texto do RIR. O fato de as
pessoas mencionadas não estarem regulares, não disporem de registro, inscrição no CNPJ ou
outras formalidades, não são fatores limitadores da tributação. Nem mesmo a falta de perso-
nalidade jurídica cria óbices à tributação, tampouco o fato e estarem em processo de liquida-
ção judicial ou falência.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
EXEMPLO
As fábricas da Coca-Cola situadas no Brasil são contribuintes do imposto de renda. Nenhum
óbice à tributação é criado pelo fato de ser a Coca-Cola uma marca americana. Evidentemente,
que estamos tratando das fábricas domiciliadas no Brasil. Aquelas situadas em solo america-
no, não são contribuintes, exceto na hipótese de comitente, se for o caso.
Voltando ao art. 159 acima, já temos massa crítica para identificar as entidades citadas
nos incisos I e II como PJ de interesse do IRPJ, pois são pessoas jurídicas de direito privado
facilmente identificáveis. Carece de informações adicionais o caso do inciso III:
O comitente é aquele que, através de um comissário, efetua operações com fins lucrativos.
O comissário é remunerado por meio de comissão.
EXEMPLO
A empresa americana Alfa/EUA constitui como comissário no Brasil, a empresa Beta/BRA, que
a representa em nossas terras. Alfa/EUA remete mercadorias para Beta, que vende no Brasil
em seu próprio nome e responsabilidade, mas por conta e ordem de Alfa/EUA, isto é, Beta/BR
vende no Brasil em nome de Alfa/EUA. É Beta que assume obrigações junto a terceiros. Há a
venda de mercadorias mais a prestação de serviços.
Os lucros da operação obtidos pelo comitente (Alfa) são tributados no Brasil.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
Percebeu o detalhe?
Não vamos tributar a disponibilidade de renda da fábrica americana, mas apenas as opera-
ções aqui realizadas por intermediação de seus comissários.
Agora reflita:
Acabamos de detalhar a tributação de Alfa que, pelo fato de ser comitente, assume a
condição de contribuinte. Você é capaz de posicionar a situação de Beta? Como fica seu
imposto de renda? Beta é Contribuinte?
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
3.1.1. Equiparação à PJ
Alguns dos contribuintes do IRPJ assumem essa condição por equiparação. Isto é, apesar
de não serem pessoas jurídicas, serão tributados como tal. É o que veremos a seguir.
Empresas individuais
De acordo com o código civil, as empresas individuais não são consideradas pessoas ju-
rídicas, exceto a EIRELI. Entretanto, para fins de tributação nenhuma diferença se faz entre a
empresa individual e uma pessoa jurídica conforme constatamos no RIR/2018:
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
Atenção para pegadinha: já deu para perceber que a empresa individual apura seu IR como
pessoa jurídica e também terá CNPJ. Logo, irá apurar o IR igualzinho às demais PJ’s.
Porém, em relação às empresas individuais imobiliárias, há uma previsão bem interessante no
art. 172 do RIR:
Art. 172. (...) Parágrafo único. Quando já estiver equiparada à empresa individual em decorrência
da exploração de outra atividade, a pessoa física poderá efetuar somente uma escrituração para
ambas as atividades, desde que haja individualização nos registros contábeis, de modo a permitir a
verificação dos resultados em separado (...)
Note que é possível fazer apenas UMA escrituração, desde que os resultados (da PJ e da
PF) sejam segregados e identificáveis. Contudo, isso não se confunde com uma única decla-
ração de imposto de renda. As apurações são distintas: pessoa física e pessoa jurídica. A per-
missão é para fazer uma única escrituração, não apuração.
Detalhando os tipos de equiparação temos:
Firmas individuais
Por firma individual, devemos entender como o “empresário” conforme art. 966 a 971 do
CC. É aquele que exerce atividade de natureza econômica vendendo bens ou serviços; sendo
exigido, a inscrição nas juntas comerciais ou órgão equivalente. Não se incluem neste grupo
aquele que exerce atividade intelectual, científica, literária, artística, mesmo que utilize equipe
de auxiliares.
Vamos ilustrar para facilitar. Imagine a aquela pessoa que criou uma conta no site Merca-
do Livre e, de forma habitual e profissional começa a revender produtos importados da China.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
Essa pessoa física, deve ser tributada como pessoa jurídica por equiparação. Parece coerente,
não é? Afinal, guardada as devidas proporções não há diferenças entre a atividade desta pes-
soa física e as demais lojas de e-commerce como Lojas americanas, Magazine Luiza etc.
RIR/2018
Art. 162. As empresas individuais são equiparadas às pessoas jurídicas.
§ 1º São empresas individuais:
I – os empresários constituídos na forma estabelecida no art. 966 ao art. 969 da Lei n. 10.406, de
2002 – Código Civil;
II – as pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer
atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro, por meio da
venda a terceiros de bens ou; e
III – as pessoas físicas que promovam a incorporação de prédios em condomínio ou loteamento de
terrenos, nos termos estabelecidos na Seção II deste Capítulo.
Comentemos as demais:
a) Errada. Profissão regulamentada é tributado como pessoa física.
b) Errada. Tributado como pessoa física. Supõe-se que o carteiro não é empregado.
c) Errada. Tributado como pessoa física, supondo-se a empreitada apenas da mão de obra.
d) Certa.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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e) Errada. Há dois tipos de operações imobiliárias que levam a equiparação de PF à PJ, para
fins de tributação: a incorporação e o loteamento.
Letra d.
Uma situação bem comum para visualizar essa equiparação é o comércio de veículos usa-
dos. A pessoa que compra carros usados de forma habitual para revender com lucro, também
se enquadra nessa situação.
Agora reflita:
EXEMPLO
Suponha que a pessoa física seja servidor público e recebe salário. Além disso, desenvolve ati-
vidade paralela de compra e venda de carros usados. Como ficaria a equiparação à PJ? Seria
relativa a toda a renda? Ou parte dela?
A equiparação se daria quanto aos rendimentos obtidos na compra e venda de veículos usados.
Em relação ao salário de servidor público, ou empregado privado, a tributação seria como
pessoa física.
Devemos ter atenção quanto a esta equiparação de pessoas físicas, pois ela não contem-
pla algumas profissões e atividades, especialmente aquelas profissões regulamentadas como
médico, contador, advogado etc. Cita-se abaixo as profissões que não exigem equiparação,
conforme art. 162 § 2 do RIR/18:
a) Médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário, professor, economista, contador,
jornalista, pintor, escritor, escultor e de outras que lhes possam ser assemelhadas;
b) Profissões, ocupações e prestação de serviços não comerciais;
c) Agentes, representantes e outras pessoas sem vínculo empregatício que, tomando parte
em atos de comércio, não os pratiquem, todavia, por conta própria;
d) Serventuários da justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e outros;
e) Corretores, leiloeiros e despachantes, seus prepostos e adjuntos;
f) Exploração individual de contratos de empreitada unicamente de lavor, qualquer que seja
a natureza, quer se trate de trabalhos arquitetônicos, topográficos, terraplenagem, construções
de alvenaria e outras congêneres, quer de serviços de utilidade pública, tanto de estudos quan-
to de construções;
g) Exploração de obras artísticas, didáticas, científicas, urbanísticas, projetos técnicos de
construção, instalações ou equipamentos, salvo quando não explorados diretamente pelo au-
tor ou criador do bem ou da obra.
Isso significa que se um médico explora a atividade de medicina individualmente, ainda
que precise contratar uma recepcionista e outros auxiliares, continuará sendo tributado como
pessoa física. Do mesmo modo o contador, o arquiteto etc. Note, porém, que a exceção é para
as profissões citadas e não contempla outras pessoas físicas.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
Por outro lado, se este médico contrata outros médicos, já começamos a perder a carate-
rística de “pessoa física” e nos aproximamos de uma clínica médica, o que levaria o estabele-
cimento à condição de PJ. É fundamental que a exploração seja por uma dessas profissões e
que seja individualmente. Apenas a contratação de auxiliares é permitida.
Boa pegadinha! Em geral, os serviços mencionados são tributados na pessoa física, exceto
quando são constituídas sociedades. É o que afirma a questão ao trazer os termos “sócios” e
“sociedade”. Independentemente de ser uma sociedade formal, é importante lembrar que se
um médico mantém um consultório e contrata uma secretária é tributado na pessoa física.
Mas, se ele contrata outros médicos aí já temos uma “clínica médica”, será tributado como PJ.
Certo.
Há dois tipos de operações imobiliárias que levam a equiparação de PF à PJ, para fins de
tributação: a incorporação e o loteamento.
A incorporação imobiliária consiste em construir uma edificação (casa, apartamento etc.),
para vender total ou parcialmente. Não há diferenças entre aquela pessoa física que compra
terrenos para construir casas e depois vender, de uma construtora tradicional
O loteamento consiste em dividir em lotes uma área sem que seja necessário abrir novas
ruas públicas.
Uma vez ocorrendo a equiparação, ela se dá em relação aos rendimentos oriundos destas
modalidades, sem se comunicar com outros rendimentos da pessoa física, como o trabalho
assalariado.
EXEMPLO
A pessoa física auferiu no exercício R$ 100.000 em salários e R$ 900.000 oriundo de lotea-
mento de sua propriedade. Levará à tributação como pessoa física (IRPF) R$ 100.000 e, como
pessoa jurídica (IRPJ) R$ 900.000.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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A SCP é um ente despersonalizado, não possui nome ou razão social. É composta por
sócios ostensivos, que fazem a gerência, e sócios participantes ocultos. Na SCP, a atividade
constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome indi-
vidual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados
correspondentes. A responsabilidade perante terceiros recai exclusivamente no sócio osten-
sivo e a constituição da sociedade pode provar-se por todos os meios de direito. Não é con-
veniente aprofundarmos as características da sociedade. Para fins tributários, o importante é
saber que a SCP foi equiparada à pessoa jurídica. Aplicam-se as normas aplicáveis às demais
sociedades. Vamos nos concentrar no enfoque tributário:
A previsão também consta no RIR/18, nos arts. 160 e 161. Sempre que possível, alternarei
o texto do RIR/2018 com o da IN 1700, que no momento está bem atualizada. Apesar de pos-
suirmos um RIR/2018, este nasceu contemplando a legislação até 2016, o que gera alguma
frustação. Assim, a IN acaba sendo um “regulamento” extra, e como é de fácil atualização, pois
não depende do presidente da república, mas da própria RFB, acaba sendo um instrumento
muito útil nas atualizações futuras.
Voltando... Nota-se que a SCP não é uma PJ, mas para fins de tributação será tratada como
tal. O sócio ostensivo deve apurar os resultados da SCP, e também é responsável por prestar
as informações e recolher os tributos devidos pela SCP. O Sócio ostensivo deve transmitir a
escrituração contábil digital segregada em livros auxiliares.
A SCP enquadrada nas hipóteses de obrigatoriedade de apresentação da ECD deve apre-
sentá-la como livros próprios ou livros auxiliares do sócio ostensivo.
Para guardar:
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
Conforme a IN 1700/17, art. 4º, § 3º, sujeita-se à tributação aplicável às pessoas jurídicas,
o Fundo de Investimento Imobiliário nas condições previstas no art. 2º da Lei n. 9.779, de 19
de janeiro de 1999.
Consórcios
Agora veremos um caso que pode gerar alguma confusão. Não se trata de equiparação
como os anteriores, mas de peculiaridade importante em provas. As empresas públicas e as
sociedades de economia mista, bem como suas subsidiárias, são contribuintes nas mesmas
condições das demais pessoas jurídicas conforme § 3º do art. 158 do RIR/2018. O RIR segue
a orientação máxima da CF/1988, que estabelece no art. 173 § 2º, que as empresas públicas
e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às
do setor privado. Assim, não há distinção na apuração e demais obrigações relativas aos tri-
butos, entre a Petrobrás e a JBS. Em uma prova de legislação tributária, esse é o entendimento
que se deve seguir, exceto se houver menção ao entendimento dos tribunais superiores. O STF
tem entendido a extensão da imunidade tributária recíproca nos casos em que há um monopó-
lio estatal sem fins de lucro, como no caso dos serviços de água e esgoto:
JURISPRUDÊNCIA
(...). 1. A imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou socie-
dades de economia mista prestadoras de serviço público de cunho essencial e exclusivo.
Precedente: (...). 2. Acerca da natureza do serviço público de saneamento básico, trata-se
de compreensão iterativa do Supremo Tribunal Federal ser interesse comum dos entes
federativos, vocacionado à formação de monopólio natural, com altos custos operacio-
nais. Precedente: (...). 3. A empresa estatal presta serviço público de abastecimento de
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
a) Errada. A CF/1988 indica que ambas as entidades não poderão gozar de privilégios fiscais
não extensivos às do setor privado (art. 173 CF).
b) Errada. De fato, ambas são tributadas pelo IR, logo, estão submetidas as mesmas regras das
demais entidades neste quesito.
c) Certa. As sociedades de economia mista e empresas públicas são contribuintes do IR. Qual-
quer entidade de direito privado é contribuinte. Cabe destacar a jurisprudência do STF que
entende ser caso de imunidade recíproca quando a empresa pública/soc. economia mista
executa monopólio estatal como os serviços de água e esgoto.
d) Errada. Vide letra C.
Letra c.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
para se sujeitar a incidência do IRPJ. Isso ocorre com as cooperativas de consumo, que ne-
gociam com consumidores, não com cooperados. As sociedades cooperativas de consumo
que tenham por objeto a compra e o fornecimento de bens aos consumidores sujeitam-se às
mesmas normas de incidência do IRPJ e da CSLL aplicáveis às demais pessoas jurídicas.
RIR/18
Art. 158 (...)
§ 4º As sociedades cooperativas de consumo que tenham por objeto a compra e o fornecimento de
bens aos consumidores ficam sujeitas às mesmas normas de incidência do imposto sobre a renda
aplicáveis às demais pessoas jurídicas
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
A resposta é que estes são critérios distintivos para a isenção, não interfere na condição de
contribuinte. Não se preocupe que ainda estudaremos a isenção.
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IRPJ – Parte I
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e) Errada. A legislação permite uma única escrituração quando os valores são perfeitamente
segregados e identificáveis. Contudo, não confunda uma “única escrituração” com uma “única
apuração”, pois não é o caso. A PF equiparada à PJ apura IRPJ, enquanto os seus rendimentos
de pessoa física (atividade que não exige equiparação, como salário, por exemplo) continuarão
sendo apurados como IRPF.
Letra b.
3.2. Responsáveis
O sujeito passivo da obrigação tributária pode revestir a condição de contribuinte ou de
responsável. Será contribuinte quando mantiver relação pessoal e direta com o fato gerador e
será responsável quando, não mantendo relação pessoal e direta com o fato gerador, mante-
nha algum vínculo com o fato gerador. Note que o responsável embora seja uma escolha do
legislador, não é algo totalmente aleatório. Será responsável aquele que tem deveres ou co-
nhecimentos acerca das operações. Separando finalmente contribuinte x responsável, temos:
contribuinte do IRPJ é aquele que auferiu a renda ou obteve o acréscimo patrimonial. O contri-
buinte pratica diretamente no mundo factual, uma das situações descritas como hipótese e de
incidência do tributo. Já o responsável, será chamado para compor a relação jurídica tributária
por força de expressa previsão em lei. É assim que determina o CTN: para compor a relação
jurídica tributária por força de lei.
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsa-
bilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação,
excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumpri-
mento total ou parcial da referida obrigação.
O RIR nada inova em relação aos casos de responsabilidade, obviamente, não poderia fa-
zê-lo, simplesmente reproduz o CTN. Veremos a responsabilidade da seguinte forma: dos su-
cessores, essa mais interessante do ponto de vista do IRPJ, por envolver uma série de figuras
contábeis como a restruturação de sociedades por meio de fusão, incorporação etc.; e a res-
ponsabilidade de terceiros, do art. 210 e 211 do RIR.
Nos arts. 197 a 199, o RIR/2018 reproduz o CTN especificando os casos de responsabili-
dade na sucessão empresarial. Teremos a responsabilidade na sucessão, quando há a trans-
ferência de bens e direitos de uma sociedade para outra ou quando a sociedade é extinta. As
dívidas tributárias serão adimplidas por aquele recebe os bens e contemplam todos os fatos
geradores ocorridos até a data da sucessão.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
Art. 196. Respondem pelo imposto sobre a renda devido pelas pessoas jurídicas transformadas,
extintas ou cindidas (...):
I – a pessoa jurídica resultante da transformação de outra;
II – a pessoa jurídica constituída pela fusão de outras ou em decorrência de cisão de sociedade;
III – a pessoa jurídica que incorporar outra ou parcela do patrimônio de sociedade cindida;
IV – a pessoa física sócia da pessoa jurídica extinta por meio de liquidação, ou o seu espólio, que
continuar a exploração da atividade social, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma indivi-
dual; e
V – os sócios, com poderes de administração, da pessoa jurídica que deixar de funcionar sem pro-
ceder à liquidação, ou sem apresentar a declaração de rendimentos no encerramento da liquidação.
Vamos conhecer as restruturações societárias que são citadas nos incisos I, II e III e, no
final deste tópico, abordaremos os incisos IV e V:
Mais uma vez, vamos perceber a lógica envolvida, pois isso reduz nosso esforço de me-
morização de temas isolados. Note que seria muito cômodo para o devedor do Fisco, se não
houvesse hipótese de responsabilização. Uma empresa qualquer poderia operar por muitos
anos e acumular grande dívida fiscal. Após um período, simplesmente resolveria verter seu
patrimônio para outra em Fusão ou poderia fazer uma Cisão da “parte boa” do seu patrimônio
para criar nova empresa, deixando a parte “podre” na antiga. Assim, quando o Fisco apare-
cesse para cobrar, só encontraria dívidas, nenhum bem poderia ser penhorado, por exemplo.
Evidentemente que a legislação tributária está atenta a esse planejamento abusivo, e tratou de
chamar para o polo passivo, aquelas que recebem o patrimônio em processos de reestrutura-
ção societária. Assim consta no parágrafo único do citado artigo:
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
I – as sociedades que receberem parcelas do patrimônio da pessoa jurídica extinta por cisão;
II – a sociedade cindida e a sociedade que absorver parcela do seu patrimônio, na hipótese de cisão
parcial; e
III – os sócios com poderes de administração da pessoa jurídica extinta, na hipótese prevista no
inciso V do caput.
Como indiquei no início, vamos retornar ao art. 196, para tratar dos incisos IV e V. Deixamos
para o final, pois se trata da extinção de sociedades.
Também percebemos o mesmo fundamento nestes comandos, pois havendo a extinção
da sociedade de forma “silenciosa”, sem prestar informações, poderia deixar a dívida fiscal
“sem dono”. Imagine a empresa que carrega enorme dívida fiscal e, durante a madrugada, retira
o estoque remanescente, todas as máquinas e equipamentos, fecha as portas e desaparece.
De quem o Fisco cobraria os tributos devidos até então? Inclusive há súmula nesse sentido:
Agora veremos a hipótese que trata da exploração do fundo de comércio após a extinção,
previsão do art. 197 do RIR/18
Art. 197. A pessoa física ou jurídica que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou
estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a sua exploração, sob a mesma ou
outra razão social, ou sob firma ou nome individual, responde pelo imposto sobre a renda, relativo ao
fundo ou ao estabelecimento adquirido, devido até a data do ato:
I – integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, da indústria ou da atividade; e
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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II – subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis
meses, contados da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio,
indústria ou profissão.
O RIR reproduz o art. 133 do CTN, de modo que esse conhecimento já lhe é familiar pelo es-
tudo do direito tributário. O fundo de comércio compreende uma universalidade de coisas, os
bens e os haveres, a localização do estabelecimento, a clientela, a marca. É o estabelecimento
comercial.
Vamos interpretar o artigo com o auxílio de um exemplo para ilustrar. No Rio De janeiro há
uma confeitaria famosa, a Confeitaria Colombo (desde 1894). É muito mais do que um Ativo
tangível composto de cadeiras, mesas, máquinas etc. Existe uma clientela formada, saudosis-
ta, uma marca tradicional que faz parte da história. Suponha que a Confeitaria Colombo possua
muitas dívidas fiscais e, para dar um calote no governo, vende o estabelecimento para novo
sócio que passa a adotar o nome de “Confeitaria Cristóvão Colombo”. É possível que os clien-
tes nem percebam a mudança sutil, continuem frequentando os mesmos estabelecimentos e
adquirindo os mesmos produtos pois se trata do mesmo fundo de comércio. Evidente que o
Fisco não se conformará com a simples mudança de CNPJ ou aspecto formal do documento
constitutivo para evitar o pagamento dos créditos tributários constituídos ou não. A nova em-
presa adquirente e também o alienante responderão pelos tributos devidos até a data do ato
nas seguintes condições:
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
Figura: Firmino, George. Leone, Arthur. Legislação tributária federal descomplicada. Editora
Ferreira. Pág. 304.
Note que no caso do inciso II, o adquirente responde de forma subsidiária. Assim, comporta o
benefício de ordem. Cobra-se primeiro do alienante e depois, se restar infrutífera ou for insufi-
ciente a execução, cobra-se do adquirente.
Mas quem compraria um bem ou o fundo de comércio desta empresa sabendo que pode
ter dívidas tributárias para “esquentar a cabeça” depois?
Eis que surge a LC n. 118 para facilitar a vida das empresas em recuperação judicial, afas-
tando a responsabilidade dos adquirentes, em certas condições, para que a empresa em recu-
peração possa vender seus ativos. Veja a limitação criada pela LC n. 118/2005:
CTN/Art. 133...................................................
§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:
I – em processo de falência;
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.
§ 2º Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo quando o adquirente for:
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor
falido ou em recuperação judicial;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor
falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de
fraudar a sucessão tributária.
§ 3º Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva
isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um)
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos
extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário.
Obs.: não vou reproduzir o RIR, mas tudo isso foi incluído, igualzinho, nos novos parágrafos
1º, 2º, e 3º do art. 197 novo RIR/18. Todo “texto novo” ganha importância para a prova.
Reflita um pouco mais sobre o assunto, vamos eliminar o decoreba...
Note que o afastamento da responsabilidade não é amplo, pois recai em adquirentes in-
dependentes. Se o adquirente é sócio ou parente da empresa falida, essa limitação não vale.
Parece óbvio, caso contrário seria uma forma de transferir a “parte boa” do patrimônio para o
grupo familiar ou empresarial e deixar a “parte ruim”, as dívidas, sem dono.
O novo RIR/18 trouxe uma novidade importante sobre carteiras de plano de saúde. Vamos
analisar com um exemplo:
EXEMPLO
Imagine que a UNIMED® deseje adquirir a carteira de clientes do BRADESCO SAÚDE®. Essa
transferência de carteiras não é equivalente à cisão ou aquisição de fundo de comércio etc.
Isto é, não gera a responsabilidade tributária da UNIMED em relação a débitos de BRADESCO.
O processo deve ser feito com a supervisão do órgão regulador. A regra é específica para ope-
radores de planos de saúde e não vale para outros segmentos.
Por fim, cabe salientar que, em havendo a responsabilidade, em qualquer um dos casos
estudados nesse tópico, isto é: por sucessão ou por alienação de fundo de comércio, a res-
ponsabilidade compreende créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de
constituição à data dos atos de transformação, alienação, cisão etc., e aos constituídos pos-
teriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a re-
ferida data.
RIR/18
Art. 200. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração a lei, contrato social ou estatu-
tos:
I – os administradores de bens de terceiros, pelo imposto sobre a renda devido por estes;
II – o síndico e o comissário, pelo imposto sobre a renda devido pela massa falida ou pelo concor-
datário;
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IRPJ – Parte I
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III – os tabeliães, os escrivães e os demais serventuários de ofício, pelo imposto sobre a renda devi-
do sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
IV – os sócios, na hipótese de liquidação de sociedade de pessoas;
V – os mandatários, os prepostos e os empregados; e
VI – os diretores, os gerentes ou os representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Parágrafo único. Os comissários, os mandatários, os agentes ou os representantes de pessoas ju-
rídicas domiciliadas no exterior respondem, pessoalmente, pelos créditos correspondentes às obri-
gações tributárias resultantes das operações mencionadas nos art. 411 e art.
Podemos constatar que o art. 200 apresenta um rol de pessoas conhecedoras de operação
sob interesse do IRPJ e que, uma vez agindo com excesso de poderes, violação ao estatuto ou
à lei serão pessoalmente responsáveis pelos atos praticados. Observe que o núcleo da regra
contida no art. 210 é a violação a uma regra, por esse motivo temos a responsabilidade pes-
soal. Trata-se de alguém que não detinha poderes ou excedeu os poderes autorizados por lei
estatuto etc. Os comandos não diferem daqueles previstos no CTN na sua essência.
EXEMPLO
O juiz nomeia síndico para administrar massa falida e promover a liquidação judicial do falido.
O síndico, se agir violando o estatuto ou os limites impostos por lei ou sentença, será respon-
sabilizado pessoalmente.
Ainda na base do “copia e cola”, o RIR informa que no caso de penalidade a responsabili-
dade se aplica naquelas de caráter moratório e, quanto à extinção de firma ou sociedade de
pessoas, uma vez ocorrendo, esta não exime o titular ou os sócios da responsabilidade soli-
dária do débito fiscal. Tudo isso está no RIR, mas a fonte é o CTN, portanto assunto básico de
direito tributário.
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IRPJ – Parte I
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EXEMPLO
O Banco do Brasil tem unidades em todo o território nacional. Porém, sua unidade centraliza-
dora está localizada em Brasília. É aquele estabelecimento, em Brasília, que faz a ECD e a ECF
e presta as demais informações fiscais ao Fisco, por opção do contribuinte. Em outros termos,
é a unidade central em Brasília que presta contas quanto ao IRPJ. Para efeito de comparação,
há uma diferença entre o IPI e o IRPJ quanto a autonomia dos estabelecimentos. Enquanto no
IPI, cada estabelecimento é um domicílio quanto as suas operações, no IRPJ nós temos a cen-
tralização do domicílio tributário.
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IRPJ – Parte I
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a) Errada. Conforme art. 202 do RIR, quando existir mais de um estabelecimento, à opção da
pessoa jurídica, o lugar onde esteja situado o estabelecimento centralizador das suas opera-
ções ou a sede da empresa no País. Não há previsão para eleição da residência dos sócios.
b) Certa. Previsão do art. 202, I, b) do RIR.
c) Errada. Conforme art. 202, II, § 1º O domicílio fiscal da pessoa jurídica procuradora ou repre-
sentante de residentes ou domiciliados no exterior é o lugar onde se situar o seu estabeleci-
mento ou a sede de sua representação no País. O domiciliado no exterior não é, em princípios,
contribuinte do IR.
d) Errada. Em relação às obrigações em que incorra como fonte pagadora, o lugar do estabe-
lecimento matriz da pessoa jurídica que pagar, creditar, entregar, remeter ou empregar rendi-
mento sujeito ao imposto sobre a renda no regime de tributação na fonte (RIR/18, art. 202, II).
e) Errada. Nessa hipótese, de rejeição por parte do Fisco, será considerado como domicílio
fiscal do contribuinte o lugar onde se situarem os bens ou onde ocorram os atos ou os fatos
que deram origem à obrigação tributária.
Letra b.
O novo RIR, ao tratar do domicílio tributário incluiu mais um artigo interessante, que trata
do domicílio para fins de intimação. Trata-se de uma inclusão necessária para deixar claro, por
exemplo, a questão do domicílio tributário eletrônico (uma espécie de caixa postal), que está
em pleno funcionamento há algum tempo.
Art. 203. Para fins de intimação, considera-se domicílio tributário do sujeito passivo:
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I – o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e
II – o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo
sujeito passivo.
Parágrafo único. O endereço eletrônico somente será implementado com consentimento expresso
do sujeito passivo e a administração tributária lhe informará as normas e as condições de sua utili-
zação e sua manutenção.
O DTE é uma espécie de caixa de correio digital. A receita federal pode se comunicar com
o contribuinte, enviar notificações, despachos decisórios, autos de infração etc. O contribuinte
acessa os dados mediante certificado digital. O DTE é opcional. Uma vez manifestada a opção,
o contribuinte tomará ciência de atos do seu interesse mediante acesso ao seu DTE.
EXEMPLO
O Auditor da Receita Federal, ao lavrar um auto de infração do IRPJ, deve dar ciência ao con-
tribuinte da lavratura do auto de infração. Para tanto, deverá se dirigir ao domicílio fiscal do
contribuinte para colher sua assinatura entregando-lhe cópia do auto de infração. Opcional-
mente, poderá dar ciência por via postal, mediante correspondência enviada para o endereço
do domicílio fiscal. Essas são as formas tradicionais de se dirigir ao domicílio fiscal do contri-
buinte. Porém, caso o contribuinte tenha optado pelo DTE, o auto de infração e a ciência serão
efetuadas por meio digital.
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem
como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compre-
endidos no inciso anterior.
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O parágrafo 1º do art. 210 informa que integram a base de cálculo todos os ganhos e ren-
dimentos de capital, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada, independentemente
da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram
de ato ou negócio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma es-
pecífica de incidência do imposto.
Já o parágrafo 2º destaca que a denominação da receita é irrelevante para definir sobre
sua tributação, bem como se foi auferida aqui ou fora do país, não importando a nacionalidade,
a origem da fonte ou condição jurídica da receita ou a forma de percepção.
Algum conhecimento novo por aqui?
Não, você já sabe tudo isso a partir do seu estudo básico de direito tributário. Temos aqui
a manifestação da universalidade e da generalidade, os critérios orientadores do tributo, isto
é, “todo mundo” tem que pagar IR e sobre “todas” as receitas, não importando se são morais,
imorais, não importando o nome da receita, local da percepção etc.
Fixemos as três bases de cálculo (BC), definidas por um dos três regimes de tributação:
Perfeito. São diversas fontes para fundamentar a assertiva: O art. 44 do CTN ou RIR.
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RIR 2018, Art. 210. A base de cálculo do imposto sobre a renda, determinada segundo a lei vigente à
data de ocorrência do fato gerador, é o lucro real, presumido ou arbitrado, correspondente ao período
de apuração.
Certo.
O imposto de renda é apurado pelos regimes real, presumido e arbitrado. O simples nacional
não é regime de apuração do IR, mas um regime para se apurar a diversos tributos. Não es-
queça desse detalhe! Apesar de ser um regime para apurar tributos (genérico), não é especí-
fico do IR.
Letra d.
3.6. Alíquota
A alíquota do IRPJ está definida no art. 623 RIR/18. Será de 15% sobre uma das bases de
cálculo que vimos acima, ou seja:
15% x BC (Lucro real/presumido/arbitrado). Vamos chamá-lo de “IRPJ normal” para dife-
renciá-lo do IRPJ adicional.
No IRPJ há a figura de uma alíquota “extra”, é o chamado “adicional de IR”. Sempre que a BC
superar um montante definido, sobre o excedente aplicar-se-á essa alíquota adicional.
Em miúdos temos: além de calcular 15% x BC, teremos “outra conta” para fazer, que é calcu-
lar 10% x BC do adicional (valor que ultrapassar o teto). Atualmente, o valor de “teto”, que uma
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vez ultrapassado, cabe a alíquota adicional é de R$ 20.000 multiplicado pelo número de meses
do período de apuração.
Então, para as PJ’s que ultrapassarem o teto temos:
IRPJ devido= (15% x BC) + (10% x BC do adicional)
EXEMPLO
Ilustrando com números fica fácil. Suponha que a BC levantada no primeiro trimestre seja R$
100.000. Como o período hipotético foi um trimestre, estamos diante de três meses, conse-
quentemente o “teto” será 60.000 (3 meses x 20.000). Tudo que ultrapassar esse valor, exige o
adicional do IRPJ.
Vamos calcular:
É devido um IRPJ “normal” de R$ 15.000 (15% x 100.000).
Mas como 100.000 supera o teto (3 x 20.000), teremos novo cálculo sobre o excedente.
Qual é o excedente?
100.000 – 60.000 = 40.000
Assim, o adicional de IRPJ devido é:
10% x 40.000 = 4000.
Agora é só somar o IRPJ “normal” e o IRPJ adicional:
IRPJ devido = 15.000 + 4000
Essa foi a demonstração, mas para quem tem mais facilidade com matemática, segue a fór-
mula para aplicação direta:
IRPJ devido = (BC x 15%) + ((BC – (número meses x 20.000)) x 10%
A alíquota é 15%, mais adicional de 10% para quem ultrapassar o limite de 20.000 x N meses.
Letra d.
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3.8. Lançamento
O lançamento no IRPJ e no IRPF se dá por homologação. O contribuinte tem o dever de
apurar e recolher o tributo independente de qualquer ação do fisco que apenas aparece para
homologar.
Naturalmente, se o contribuinte não realiza o autolançamento, a Administração tributária
deverá promover o lançamento de ofício.
Então, geralmente, o lançamento é por homologação. Na falta de ação do contribuinte ou
quando este pratica alguma irregularidade, caberá o lançamento de ofício. O RIR prevê que
caberá o lançamento de ofício quando o contribuinte:
• não apresentar declaração de rendimentos;
• deixar de atender ao pedido de esclarecimentos que lhe for dirigido, recusar-se a prestá-
-los ou não os prestar satisfatoriamente;
• fizer declaração inexata, considerando-se como tal a que contiver ou omitir, inclusive
em relação a incentivos fiscais, qualquer elemento que implique redução do imposto a
pagar ou restituição indevida;
• não efetuar ou efetuar com inexatidão o pagamento ou recolhimento do imposto devido,
inclusive na fonte;
• estiver sujeito, por ação ou omissão, a aplicação de penalidade pecuniária;
• omitir receitas ou rendimentos;
• tenha apresentado declaração de compensação considerada não declarada e o débito
não tenha sido confessado (novidade);
• quando beneficiado com isenções ou reduções do imposto, deixar de cumprir os requi-
sitos a que se subordinar o favor fiscal.
Note que o esforço para memorizar é mínimo. Cabe o lançamento de ofício quando o con-
tribuinte não faz o autolançamento corretamente, quando pratica irregularidade ou não forne-
ce elementos para que a Administração tributária verifique o lançamento. Observe ainda que
trouxemos uma novidade. A bem da verdade, não é “novidade”, mas foi trazida para o RIR em
2018, por isso vamos nos deter nesse elemento:
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Sem entrar muito em detalhes pois não é esse o escopo, a declaração de compensação
é quando o contribuinte envia uma declaração ao Fisco dizendo que possui um crédito de R$
1000 e está utilizando esse crédito para pagar a dívida de IRPJ do mês Y de mesmo valor.
Quando o fisco analisa, verifica que o crédito não existe, logo, consequentemente, o IRPJ do
mês Y também não fora pago. O contribuinte sofre o lançamento de ofício para constituir o
crédito de IRPJ de R$ 1000 que não foram compensados e confessados.
Tratando-se de imposto de renda, é importante afastar alguns possíveis equívocos de ra-
ciocínio. O fato de elaborarmos declaração de imposto de renda, tanto na PF quanto na PJ, não
se confunde com a modalidade de lançamento por declaração. Não esqueça isso, o lançamen-
to no IRPJ e IRPF é por homologação e de ofício.
3.9. Receitas
Antes de passar para qualquer método de definição de base de cálculo, precisamos domi-
nar o que vem a ser receita, bruta e líquida, para fins de tributação. A Receita Bruta é a base do
IRPJ, especialmente por serem diferentes as normas contábeis e fiscais, quanto ao reconheci-
mento e mensuração. Segundo o RIR:
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Bom, note que a receita bruta, grosso modo, não difere do que você aprende em contabili-
dade. As diferenças entre apuração fiscal e contabilidade se dão basicamente no momento da
mensuração da receita e as métricas de valoração para fins fiscais.
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Arthur Leone
À opção da pessoa jurídica, o IRPJ e a CSLL poderão ser pagos em até 3 (três) quotas mensais,
iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos 3 (três) meses subsequentes ao do encer-
ramento do período de apuração a que corresponderem.
Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) e o imposto ou a contribuição
de valor inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais) será pago em quota única, até o último dia útil do
mês subsequente ao do encerramento do período de apuração.
e) Certa.
Letra e.
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IRPJ – Parte I
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DICA
Guarde isso: não consideramos o AVP na receita bruta! É as-
sunto da “nova contabilidade” incorporada no RIR 2018. Logo,
é “novidade”.
Entenda: Assim, ao efetuar uma venda por R$ 1.000 em ja-
neiro para receber em dezembro, a contabilidade determina
que a receita seja reconhecida a valor presente. Por exemplo:
R$1.000,00 em DEZ, equivale a R$980,00 em JAN (consideran-
do uma taxa qualquer hipotética). A receita seria considerada,
na contabilidade, em razão do ajuste de AVP, por R$980,00.
Na contabilidade:
Receita................... 1000
(-) AVP.....................(20)
Receita ajustada.......980
Para a definição de receita bruta, para fins de IR, a receita
será R$1000. Não tem subjetividade! O IR é sempre objetivo.
É R$1000 e ponto final. Já pensou a confusão que seria cada
empresa calculando o valor presente das suas receitas, umas
utilizando a taxa de 1%, outras de 1,5%, outras de 1,7% e assim
sucessivamente? Teríamos, para uma mesma operação de R$
1.000, valores diversos de receita ajustada: 980, 985, 990 etc.
EXEMPLO
Imagine que você foi até uma loja da CVC turismo e comprou um pacote de viagem para Sal-
vador-BA, voando TAM e incluindo o hotel, pagando R$10.000.
Você efetua o pagamento na CVC, no valor R$ 10.000.
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IRPJ – Parte I
Arthur Leone
Claro que não! A CVC faz jus a uma comissão sobre a operação, digamos 10%. O restante da
verba é objeto de repasse aos demais fornecedores...
A receita bruta da CVC é R$ 1.000, não R$10.000. A receita auferida por meio de intermediação,
prestados por conta e em nome de terceiros, será correspondente à comissão ou outro valor
recebido pela intermediação de serviços turísticos. O produto ou serviço é entregue pelos for-
necedores TAM e Hotel.
A legislação procura, também, detalhar a receita líquida, excluindo aqueles valores que
não devem compô-la como os descontos incondicionais e as devoluções e cancelamento
de vendas.
A receita bruta não inclui os tributos cobrados de forma destacada em que o vendedor é
mero depositário como IPI, e quanto ao ICMS, PIS e COFINS, quando houver a substituição tri-
butária (ST). Para não ficar dúvida: o IPI não entra na RB pois é cobrado “por fora”. O ICMS e os
outros “entram”, exceto se for na modalidade ST. Por exemplo: ICMS entra, ICMS ST não entra;
PIS entra, PIS ST não entra; ISS entra, ISS ST não entra e por aí vai. A “lógica” seria semelhante
ao IPI, é um valor “por fora”.
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Eu sempre imagino que tipo de pegadinha um examinador mais atento poderia criar a par-
tir da identificação das receitas. Eis que uma possibilidade interessante é a compra e venda
de veículos usados. Nesses casos, a operação é tratada como venda em consignação, isto
é, como conta alheia. A receita é a diferença entre o preço de venda e o preço de compra por
previsão da legislação.
EXEMPLO
Uma loja de veículos usados comprou um carro por 10.000 e revendeu por 15.000. A receita
bruta será 5000. É raciocínio similar ao exemplo do pacote turístico comprado na CVC.
A questão trata da definição de receita bruta, mas em seu núcleo traz dois conceitos: conta
própria e conta alheia. Esse era o conhecimento fundamental. Baseado nisso, se tornou bem
fácil responder pois se refere as possibilidades de venda de produtos e serviços. “Conta pró-
pria” é quando eu vendo o “meu produto” “por mim mesmo”. Conta “alheia” é quando eu inter-
medeio a venda do “seu produto”. Isto é, vendo “por você”.
Observe: ao comprar uma passagem aérea da GOL numa agência de turismo, o valor que você
pagou a agência será repassado para a GOL. A Agência faz jus a uma comissão apenas. Então
esse valor da passagem; digamos, de R$ 1000, não é receita da agência, mas da GOL. A receita
da agência em conta alheia é uma comissão, digamos de 5% (R$ 50,00). Percebeu? Você en-
trega R$ 1000 a agência, mas a agência considera como receita apenas R$ 50,00.
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IRPJ – Parte I
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Ocorrendo uma dessas situações, previstas no art. 293 a 295 do RIR/18, a administração
tributária está desobrigada a comprovar a omissão de rendimentos. Basta que prove o fato
indiciário, qual seja, uma das circunstâncias elencadas no diagrama, que restará presumida a
omissão de receitas. A não emissão de nota fiscal é um fato concreto de omissão e não mera
presunção. Merecem comentários o saldo credor de caixa e o passivo fictício, pelas reper-
cussões contábeis. Os demais são constatações claras e teóricas. Vejamos o primeiro caso,
que trata do suprimento de fundos indevido ou não comprovado; ou, simplesmente, saldo cre-
dor de caixa.
Art. 294. Provada a omissão de receita, por indícios na escrituração do contribuinte ou por outro
elemento de prova, a autoridade tributária poderá arbitrá-la com base no valor dos recursos de caixa
fornecidos à empresa por administradores, sócios da sociedade não anônima, titular da empresa
individual, ou por acionista controlador da companhia, se a efetividade da entrega e a origem dos
recursos não forem comprovadamente demonstradas.
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IRPJ – Parte I
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D- Caixa
C- receita
Consequentemente, a conta Caixa ao deixar de receber débitos, ou em outros termos, deixa
de “aumentar”. Assim, ao se registrarem pagamentos, em um dado momento o valor de crédito
supera o valor de débitos, indicando que a empresa faturou “por fora” e fez os pagamentos “por
dentro” da contabilidade. O valor do caixa estourado é considerado omissão de receitas.
Para tentar disfarçar o saldo credor na contabilidade, a empresa poderá simular a entrega
de recurso pelo sócio com, por exemplo, um contrato de empréstimo. Ocorre que a legislação
não “se conforma” com o mero documento. É preciso comprovar a efetividade, pois, “se a
efetividade da entrega e a origem dos recursos não forem comprovadamente demonstradas”,
conforme reza o art., a presunção não será afastada. Em miúdos, o que a lei afirma é que, para
afastar a presunção, não basta ter um documento formal. É preciso comprovar a entrega do
recurso como um cheque, uma transferência bancária e outros meios capazes de se atestar
que, de fato, o recurso “entra” na entidade.
O saldo credor tem relação com a ausência de lançamentos a débito. Logo, omissão de recei-
tas, cujo lançamento esperado é:
Crédito em receitas
Débito em Caixa
Letra e.
O art. 293, III do RIR/18 se refere ao passivo fictício como “manutenção no passivo de
obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja comprovada”. A sistemática é muito similar
ao saldo credor de Caixa. Trata-se de um passivo que consta na contabilidade, mas não existe
de fato, uma vez que já fora quitado ou fora forjado. Geralmente a presença de passivo fictício
está associada ao “caixa 2” ou o que se chama de “estouro” da conta caixa. O pagamento do
passivo é feito “por fora”, pois, se fizer “por dentro”, o Caixa não tem recursos “oficialmente”.
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IRPJ – Parte I
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EXEMPLO
A empresa omite as vendas, consequentemente não registra os recebimentos na contabili-
dade, mantendo o numerário a margem de qualquer registro oficial (caixa 2). Ao chegar o
momento de quitar os passivos, a entidade não pode fazê-lo “oficialmente”, pois o seu caixa
(oficial) não suportaria um lançamento a crédito. Como os recursos recebidos não transitam
pelo caixa oficial, não há saldo suficiente contabilizado no caixa, e o lançamento contábil resul-
taria no “estouro” da conta caixa. Assim, a empresa quita o passivo com os recursos sonega-
dos da contabilidade (caixa 2) e não faz a baixa para evitar o estouro do caixa na contabilida-
de. Em “miúdos”, significa que não há como se fazer o lançamento contábil: Debitar o Passivo
e Creditar o Caixa. Assim, em sendo encontrado obrigações quitadas e ainda não baixadas é
possível presumir a omissão de receitas.
Situação clara de omissão de rendimentos. Diríamos até que está mais para uma “fratura
exposta” do que a simples presunção. Equivale a não emissão, a sua emissão parcial.
a) Trata-se de ato concreto, e não uma mera conjectura apoiada em presunção legal.
As demais são presunções legais. O ônus da prova cabe ao contribuinte.
Letra a.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
Art. 299. Caracterizam-se também como omissão de receita os valores creditados em conta de
depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular,
pessoa jurídica, regularmente intimado, não comprove, por meio de documentação hábil e idônea, a
origem dos recursos utilizados nessas operações.
§ 1º O valor omitido das receitas será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado
pela instituição financeira.
§ 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base
de cálculo do imposto sobre a renda a que estiverem sujeitos, serão submetidos às normas de tribu-
tação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos.
§ 3º Para fins de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados de forma individua-
lizada, hipótese em que não serão considerados os créditos decorrentes de transferência de outras
contas da própria pessoa jurídica.
§ 4º Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem
a terceiro, evidenciando a interposição de pessoa, a determinação das receitas será efetuada em
relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento.
EXEMPLO
Vamos entender por meio de um exemplo e simplificar o art. 299. Imagine que há um depósito
de 100.000 na conta-corrente da empresa. Esse crédito, deverá estar escriturado ou compro-
vado, caso contrário ensejará a presunção que se trata de uma receita ou rendimento. Se não
houver nenhum registro contábil da operação ou uma demonstração cabal de que não se trata
de uma “riqueza nova”, será considerado renda (riqueza nova).
Assim, se o contribuinte comprovar que essa riqueza é “velha”, isto é, fora uma transferên-
cia de um banco para o outro, ou fora resultado de uma venda de um veículo de sua proprie-
dade, por exemplo, está, em tese, afastada a presunção. Mas, se não conseguir demonstrar a
operação será considerado uma receita omitida.
Acrescente-se que esta presunção também alcança as pessoas físicas em relação a sua
movimentação bancária.
A omissão de receita poderá, também, ser determinada a partir de levantamento por espé-
cie de quantidade de matérias-primas e produtos intermediários utilizados no processo produ-
tivo da pessoa jurídica.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
RESUMO
Características gerais do IR: imposto de renda é um tributo pessoal, direto, progressivo,
predominantemente de natureza fiscal, embora reconheça-se algum interesse extrafiscal. O
seu fato gerador é periódico.
É orientado pelos critérios da generalidade (alcança todos), universalidade (alcança todas
as rendas) e progressividade (quem aufere mais renda, paga mais IR)
Tem como fato gerador a disponibilidade jurídica ou econômica de renda proventos. A
renda tem origem no capital ou no trabalho ou na combinação de ambos, enquanto proventos
possui definição residual (tudo o que não é renda é provento). Uma aposentadoria, por exem-
plo, é considerada provento pois se trata o rendimento de uma atividade que já cessou. Um
prêmio de loteria também é considerado um provento, enquanto o salário do trabalhador é
considerado renda.
Disponibilidade econômica: é quando o dinheiro já está “na mão”, como uma venda à vista.
É o fruto já colhido. É a realização da renda.
Disponibilidade jurídica: é quando o dinheiro ainda chegará “na mão”, como uma venda
realizada por meio de nota promissória em posse do titular do direito. É o fruto pendente, ainda
por ser colhido.
O STJ fala em Disponibilidade financeira como um grau “maior” de liquidez, acima da
econômica:
Doutrina
STJ
dominante
Disponibilidade financeira
DF =DE Efetivo recebimento
(DF)
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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Responsáveis
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsa-
bilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação,
excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumpri-
mento total ou parcial da referida obrigação
Art. 196. Respondem pelo imposto sobre a renda devido pelas PJ transformadas, extintas ou cin-
didas (...):
I – a PJ resultante da transformação de outra;
II – a PJ constituída pela fusão de outras ou em decorrência de cisão de sociedade;
III – a PJ que incorporar outra ou parcela do patrimônio de sociedade cindida;
IV – a PF sócia da PJ extinta por meio de liquidação, ou o seu espólio, que continuar a exploração da
atividade social, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual; e
V – os sócios, com poderes de administração, da PJ que deixar de funcionar sem proceder à liquida-
ção ou encerramento adequados.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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Domicílio tributário:
• Existe um único estabelecimento o lugar onde deste.
• Existem vários estabelecimentos opcional: lugar do centralizador ou sede.
• Quando for fonte pagadora (responsável) o lugar do estabelecimento matriz da PJ que
pagar rendimento sujeito IRRF.
• No caso de PJ representante de residentes ou domiciliados no exterior lugar do esta-
belecimento ou sede no Brasil.
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IRPJ – Parte I
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Fato Gerador:
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem
como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compre-
endidos no inciso anterior.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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Omissão de receitas:
• Saldo credor de caixa (suprimento indevido).
• Não escrituração de pagamentos.
• Passivo Fictício.
• Falta de nota fiscal ou emissão a menor.
• depósitos em conta-corrente sem comprovação de origem.
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MAPAS MENTAIS
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IRPJ – Parte I
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EXERCÍCIOS
001. (CESGRANRIO/CONTADOR JR/2011) O Decreto n. 3.000/99 (atual 5980/2018), conhe-
cido na prática por RIR/99 (atual RIR 2018), estabelece, em seu art. 1º, que: “O Imposto sobre
a Renda e Proventos de Qualquer Natureza será cobrado e fiscalizado de conformidade com o
disposto neste Decreto.” Ao contemplar a cobrança do Imposto Renda sobre toda e qualquer
forma de renda e provento, nos limites da Lei, o artigo está contemplando o critério da
a) anterioridade.
b) capacidade contributiva.
c) generalidade.
d) legalidade.
e) universalidade.
002. (ESAF/TRF/2003) Assinale as proposições abaixo com F para falsa ou V para verdadeira
e, a seguir, indique a opção que contém a sequência correta.
( ) O critério da progressividade do imposto de renda está sintonizado com a capacidade eco-
nômica do contribuinte e observa o caráter pessoal previsto na Constituição.
( ) O princípio constitucional da anterioridade significa que a lei tributária não se aplica aos
fatos geradores anteriores à sua publicação.
( ) Em atendimento às normas constitucionais relativas aos impostos de competência da
União, para fins de incidência do imposto de renda, devem ser deduzidos da renda recebida
todos os valores pagos, necessários à sua percepção, atendendo-se, assim, o princípio da não
cumulatividade.
003. (CETRO/TJ-RJ/2012) É correto afirmar que o imposto de renda possui função predomi-
nantemente extrafiscal.
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010. (CETRO/TJ-RJ/2012) É correto afirmar que o imposto de renda tem como fato gera-
dor a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica sobre a renda e proventos de qual-
quer natureza.
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IRPJ – Parte I
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011. (CETRO/TJ-RJ/2012) É correto afirmar que o imposto de renda incide sobre verbas de
natureza indenizatória.
014. (ESAF/TRF/2003) O fato gerador do imposto sobre a renda é a aquisição, de fonte si-
tuada no Brasil, da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qual-
quer natureza.
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IRPJ – Parte I
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b) disponibilidade jurídica de renda, ainda que se trate de pessoa física de nacionalidade es-
trangeira, menor de idade.
c) proventos de qualquer natureza, exceto quando se tratar de pessoa física não naturalizada
e originária de país em que tais rendimentos não são tributados.
d) disponibilidade jurídica de renda, exceto no caso de se tratar de rendimentos e ganhos de
capital de que sejam titulares menores de idade.
e) disponibilidade jurídica de renda, exceto se perceberem rendimentos de bens de que tenham
a posse como se lhes pertencessem.
020. (ESAF/PGFN/2012) Embora haja diversas teorias que se destinem a delinear o conceito
de renda, em todas prevalece a ideia de que haja a necessidade de seu confronto com o con-
junto de desembolsos efetivados relativamente ao conjunto das receitas.
021. (ESAF/TCE/AUDITOR/2003) A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos pro-
ventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento
lhe caibam.
023. (ESAF/TRF2003) São contribuintes do imposto de renda todas as pessoas jurídicas do-
miciliadas no País, sejam quais forem seus fins, nacionalidade ou participantes no capital.
025. (ESAF/AFRFB/2012) O espólio não se sujeita à incidência do Imposto de Renda das Pes-
soas Jurídicas (IRPJ).
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IRPJ – Parte I
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027. (ESAF/TRF/2012) Respondem pelo Imposto de Renda devido pelas pessoas jurídi-
cas, exceto
a) a pessoa física sócia da pessoa jurídica extinta mediante liquidação que continuar a explo-
ração da atividade social.
b) as sociedades que receberem parcelas do patrimônio da pessoa jurídica extinta por cisão.
c) a pessoa jurídica que incorporar outra.
d) a pessoa jurídica resultante da transformação de outra.
e) a pessoa jurídica que adquirir unidade produtiva isolada.
028. (ESAF/TRF/2002) O imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive das equiparadas,
das sociedades civis em geral e das sociedades cooperativas em relação aos resultados obti-
dos nas operações ou atividades estranhas à sua finalidade, será devido:
a) por ocasião da entrega da declaração de rendimentos do ano-base correspondente ao perí-
odo gerador da renda.
b) no período trimestral imediatamente subsequente à obtenção do rendimento.
c) à medida que os rendimentos, ganhos e lucros forem sendo auferidos.
d) até a primeira quinzena do mês subsequente à obtenção do rendimento.
e) à medida que os rendimentos, ganhos e lucros forem sendo declarados.
031. (ESAF/TRF/2002.2) Entre as formas de tributação pelo Imposto de Renda Pessoa Jurídi-
ca previstas na legislação, não se inclui:
a) a tributação pelo lucro presumido.
b) a tributação pelo lucro arbitrado.
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IRPJ – Parte I
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032. (ESAF/TRF/2003) De acordo com a legislação em vigor, são formas de tributação pelo
imposto de renda das pessoas jurídicas, a tributação pelo lucro real, a tributação pelo lucro
presumido e a tributação pelo lucro arbitrado, podendo o contribuinte livremente optar por uma
das duas primeiras, sendo a tributação pelo lucro arbitrado privativa do fisco.
033. (ESAF/TRF/2000) (I) Quando o contribuinte não mantiver escrituração na forma das leis
comerciais e fiscais, a que estiver obrigado, e deixar de elaborar as demonstrações financeiras
exigidas pela legislação fiscal, será ele tributado obrigatoriamente pelo lucro _______________.
(II) Quando conhecida a receita bruta e desde que ocorridas as hipóteses previstas para o cál-
culo do tributo pela modalidade prevista em lei para as hipóteses do enunciado (I), somente
______________ poderá calcular o imposto com base naquela modalidade. As lacunas acima
são corretamente preenchidas, respectivamente, com as seguintes expressões:
a) real – o fisco
b) arbitrado – o fisco ou o próprio contribuinte
c) presumido – o próprio contribuinte
d) apurado – o fisco
e) real – o próprio contribuinte
034. (ESAF/TRF/2002) Não integram a base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica
os rendimentos, lucros e ganhos auferidos no exterior.
035. (ESAF/TRF/2003) De acordo com a legislação em vigor, são formas de tributação pelo
imposto de renda das pessoas jurídicas, a tributação pelo lucro real, a tributação pelo lucro
presumido e a tributação pelo lucro arbitrado, podendo o contribuinte livremente optar por uma
das duas primeiras, sendo a tributação pelo lucro arbitrado privativa do fisco.
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IRPJ – Parte I
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038. (INÉDITA/2022) A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado, que exceder o valor re-
sultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respecti-
vo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de
dez por cento.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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GABARITO
1. e 37. E
2. d 38. C
3. E 39. E
4. E 40. E
5. e
6. C
7. E
8. d
9. c
10. C
11. E
12. E
13. E
14. E
15. C
16. c
17. a
18. b
19. C
20. C
21. C
22. d
23. E
24. C
25. C
26. C
27. e
28. c
29. C
30. d
31. c
32. E
33. b
34. E
35. E
36. C
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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GABARITO COMENTADO
001. (CESGRANRIO/CONTADOR JR/2011) O Decreto n. 3.000/99 (atual 5980/2018), conhe-
cido na prática por RIR/99 (atual RIR 2018), estabelece, em seu art. 1º, que: “O Imposto sobre
a Renda e Proventos de Qualquer Natureza será cobrado e fiscalizado de conformidade com o
disposto neste Decreto.” Ao contemplar a cobrança do Imposto Renda sobre toda e qualquer
forma de renda e provento, nos limites da Lei, o artigo está contemplando o critério da
a) anterioridade.
b) capacidade contributiva.
c) generalidade.
d) legalidade.
e) universalidade.
A resposta correta foi considerada a letra C. É comum a confusão entre os significados de uni-
versalidade e generalidade. O “tradicional e dominante” seria:
Universalidade: “todas as rendas e proventos”.
Generalidade: “de todos”.
Entretanto, há na doutrina pensamento divergente (invertido) indicando que seria:
Universalidade: “de todos”.
Generalidade: “todas as rendas e proventos”.
O problema é que a CF/1988 ao especificar que os critérios orientadores do IR informa se-
rem eles a progressividade, a universalidade e a generalidade, contudo, não os explica, tarefa
que cabe a doutrina. E aí vem essa confusão. O entendimento “mais moderno”, trazendo essa
informação para uma base “2019” seria considerar universalidade como “todas as rendas e
proventos”, pois ouviremos muito falar da “tributação em bases universais” que é justamente
isso, alcançar todas as rendas, mesmo aquelas fora do país. Já a generalidade seria o alcance
de todas as pessoas que experimentem acréscimos patrimoniais. Quanto a progressividade,
essa é moleza: quem ganha mais, paga mais.
Resposta: C ou E (recomendo a “E”, pois é “mais correta”).
Letra e.
002. (ESAF/TRF/2003) Assinale as proposições abaixo com F para falsa ou V para verdadeira
e, a seguir, indique a opção que contém a sequência correta.
( ) O critério da progressividade do imposto de renda está sintonizado com a capacidade eco-
nômica do contribuinte e observa o caráter pessoal previsto na Constituição.
( ) O princípio constitucional da anterioridade significa que a lei tributária não se aplica aos
fatos geradores anteriores à sua publicação.
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IRPJ – Parte I
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003. (CETRO/TJ-RJ/2012) É correto afirmar que o imposto de renda possui função predomi-
nantemente extrafiscal.
A função predominante é Fiscal. Cabe destacar, que existe um leve viés extrafiscal, na medida
em que se promove algum nível de justiça fiscal, tributando-se mais aqueles de maior capaci-
dade contributiva, o que leva a uma melhor, em tese, distribuição de renda.
Errado.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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Devem guardar estrita relação, sob pena de violar a regra de incidência por ferir de morte a no-
ção de acréscimo patrimonial. O acréscimo patrimonial pressupõe excluir algumas despesas,
afinal, o acréscimo é o que “sobra”, e não o ingresso no seu valor cheio.
Conforme Rolin:
quaisquer limitações temporais ou quantitativas com relação às despesas e provisões devem guar-
dar estrita compatibilidade com a teoria do acréscimo patrimonial e com a atividade do
contribuinte, sob pena de serem inconstitucionais, por violarem o conceito jurídico de renda, por
implicarem tributação direta ou indireta do capital e não do seu efetivo acréscimo e por afrontarem
a capacidade contributiva do sujeito passivo da obrigação tributária, além de mitigarem ou anularem
a rígida discriminação da competência tributária entre União, Estados e Municípios.
Errado.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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Ao se vender um imóvel com lucro, este “ganho” denomina-se ganho de capital. O recebimento
de aluguel é uma renda com origem no capital (não é no trabalho). Para fins didáticos e de
conhecimento, lembremos da “outra” origem possível de renda, que seria o trabalho ou a com-
binação trabalho + capital. Por fim, a sinecura... Esse aí é complicado, não é usual.
Sinecura é uma renda que não tem origem nem no capital nem no trabalho, algo fácil, cujas fun-
ções não se exercem, função rendosa e de pouco trabalho. Por exclusão, poderíamos acertar.
Não acredito na repetição do termo, melhor usar “proventos”, para definir aquilo que não é nem
capital nem trabalho.
Letra d.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
Entende-se por disponibilidade econômica a possibilidade de dispor, possibilidade de fato, material,
direta, da riqueza. Possibilidade de direito e de fato, que se caracteriza pela posse livre e desembara-
çada da riqueza. Configura-se pelo efetivo recebimento da renda ou dos proventos. Como assevera
Gomes de Sousa, na linguagem de todos os autores que tratam do assunto, “disponibilidade econô-
mica corresponde a rendimento (ou provento) realizado, isto é, dinheiro em caixa”
configura-se, em princípio, pelo crédito da renda ou dos proventos. Enquanto a disponibilidade eco-
nômica corresponde ao rendimento realizado, a disponibilidade jurídica corresponde ao rendimento
(ou provento) adquirido, isto é, ao qual o beneficiário tem título jurídico que lhe permite obter a res-
pectiva realização em dinheiro (p. ex., o juro ou dividendo creditados).
Letra c.
010. (CETRO/TJ-RJ/2012) É correto afirmar que o imposto de renda tem como fato gera-
dor a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica sobre a renda e proventos de qual-
quer natureza.
Definição perfeita. A renda e o provento geram o acréscimo patrimonial que deve ser tributado,
esteja disponível economicamente ou juridicamente. Isto é: tanto pode ser o “dinheiro na mão”
ou um cheque ainda por sacar.
Certo.
011. (CETRO/TJ-RJ/2012) É correto afirmar que o imposto de renda incide sobre verbas de
natureza indenizatória.
Indenizações não geram acréscimo patrimonial, apenas repõem o patrimônio. Não há mais valia.
Errado.
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IRPJ – Parte I
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§ 2 Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições
º
e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste
artigo.
Errado.
014. (ESAF/TRF/2003) O fato gerador do imposto sobre a renda é a aquisição, de fonte si-
tuada no Brasil, da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qual-
quer natureza.
Fontes no exterior também não impedem a ocorrência do fato gerador do IR. Pelo princípio da
universalidade, tributamos os lucros no Brasil e os rendimentos e ganhos de capital auferidos
no exterior. Fica claro conforme o art. 43 do CTN, que fixa o FG do IR destacando a questão da
extraterritorialidade:
CTN
Art. 43. (...)tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I – de renda, (...)
II – de proventos (...)
§ 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localiza-
ção, (...)
§ 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições
e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste
artigo.”
Errado.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
A apuração é, via de regra, trimestral. É facultado a apuração anual do lucro real com recolhi-
mentos mensais por estimativa.
Letra c.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
Arthur Leone
O núcleo é o acréscimo patrimonial (diferença positiva entre dois períodos de tempo) ou mais-
-valia. Não é qualquer ingresso, mas apenas aquele que acresce ao patrimônio (aumenta a
riqueza) após a dedução de certas despesas.
Certo.
020. (ESAF/PGFN/2012) Embora haja diversas teorias que se destinem a delinear o conceito
de renda, em todas prevalece a ideia de que haja a necessidade de seu confronto com o con-
junto de desembolsos efetivados relativamente ao conjunto das receitas.
Renda pressupõe acréscimo patrimonial. Para identificar o acréscimo, teremos que deduzir
dos ingressos de recursos (receitas, ganhos, etc.) as despesas necessárias a manutenção da
fonte produtora (no caso da PJ) e as despesas necessárias ao mínimo ético (no caso da PF).
Se não confrontarmos com as despesas do período, a tributação recairia sobre o faturamento
ou rendimento bruto e não sobre o acréscimo patrimonial.
Certo.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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021. (ESAF/TCE/AUDITOR/2003) A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos pro-
ventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento
lhe caibam.
CTN, Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem
prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda
ou dos proventos tributáveis.
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a con-
dição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.
Certo.
023. (ESAF/TRF2003) São contribuintes do imposto de renda todas as pessoas jurídicas do-
miciliadas no País, sejam quais forem seus fins, nacionalidade ou participantes no capital.
Para ficar correto, bastava acrescentar após “todas as pessoas jurídicas” o complemento “de
direito privado”. As pessoas jurídicas de direito público não se enquadram.
Errado.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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I – as pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País, sejam quais forem os seus fins, a
sua nacionalidade ou os participantes em seu;
II – as filiais, as sucursais, as agências ou as representações no País das pessoas jurídicas com
sede no exterior; e
III – os comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações realizadas por
seus mandatários ou seus comissários no País.
Certo.
025. (ESAF/AFRFB/2012) O espólio não se sujeita à incidência do Imposto de Renda das Pes-
soas Jurídicas (IRPJ).
O espólio é tributado no IRPF. São os bens deixados pelo falecido (de cujus).
Certo.
Questão difícil! As empresas no exterior não são contribuintes. Entretanto, os resultados serão
aqui tributados seja no momento de consolidação ou na condição de comitente.
Certo.
027. (ESAF/TRF/2012) Respondem pelo Imposto de Renda devido pelas pessoas jurídi-
cas, exceto
a) a pessoa física sócia da pessoa jurídica extinta mediante liquidação que continuar a explo-
ração da atividade social.
b) as sociedades que receberem parcelas do patrimônio da pessoa jurídica extinta por cisão.
c) a pessoa jurídica que incorporar outra.
d) a pessoa jurídica resultante da transformação de outra.
e) a pessoa jurídica que adquirir unidade produtiva isolada.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
IRPJ – Parte I
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Art. 196. Respondem pelo imposto sobre a renda devido pelas pessoas jurídicas transformadas,
extintas ou cindidas (...):
I – a pessoa jurídica resultante da transformação de outra;
II – a pessoa jurídica constituída pela fusão de outras ou em decorrência de cisão de sociedade;
III – a pessoa jurídica que incorporar outra ou parcela do patrimônio de sociedade cindida;
IV – a pessoa física sócia da pessoa jurídica extinta por meio de liquidação, ou o seu espólio, que
continuar a exploração da atividade social, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma indivi-
dual; e
V – os sócios, com poderes de administração, da pessoa jurídica que deixar de funcionar sem pro-
ceder à liquidação, ou sem apresentar a declaração de rendimentos no encerramento da liquidação.
A letra E não está prevista. Seria o caso de se adquirir o “imóvel” onde está localizada uma
planta industrial e não o fundo de comércio.
Letra e.
028. (ESAF/TRF/2002) O imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive das equiparadas,
das sociedades civis em geral e das sociedades cooperativas em relação aos resultados obti-
dos nas operações ou atividades estranhas à sua finalidade, será devido:
a) por ocasião da entrega da declaração de rendimentos do ano-base correspondente ao perí-
odo gerador da renda.
b) no período trimestral imediatamente subsequente à obtenção do rendimento.
c) à medida que os rendimentos, ganhos e lucros forem sendo auferidos.
d) até a primeira quinzena do mês subsequente à obtenção do rendimento.
e) à medida que os rendimentos, ganhos e lucros forem sendo declarados.
A questão trata do art. 2º do RIR/18, dentro do capítulo destinado aos contribuintes e respon-
sáveis, embora seja um tema relacionado à identificação da receita.
Art. 2º O imposto sobre a renda será devido à medida que os rendimentos e os ganhos de capital
forem percebidos, observado o disposto no art. 78 (Lei n. 8.134, de 27 de dezembro de 1990, art. 2º).
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IRPJ – Parte I
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031. (ESAF/TRF/2002.2) Entre as formas de tributação pelo Imposto de Renda Pessoa Jurídi-
ca previstas na legislação, não se inclui:
a) a tributação pelo lucro presumido.
b) a tributação pelo lucro arbitrado.
c) a tributação pelo lucro bruto.
d) a tributação pelo lucro real.
e) o pagamento mensal unificado de impostos e contribuições federais (SIMPLES).
As formas de tributação são: presumido, real e arbitrado. O Simples nacional não é uma forma
de tributação propriamente dita, mas um regime diferenciado de tributação favorecida. “Lucro
bruto” não é uma forma de tributação, mas um dos níveis de segregação dos resultados apu-
rados na contabilidade (na DRE).
Letra c.
032. (ESAF/TRF/2003) De acordo com a legislação em vigor, são formas de tributação pelo
imposto de renda das pessoas jurídicas, a tributação pelo lucro real, a tributação pelo lucro
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IRPJ – Parte I
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presumido e a tributação pelo lucro arbitrado, podendo o contribuinte livremente optar por uma
das duas primeiras, sendo a tributação pelo lucro arbitrado privativa do fisco.
É livre a opção pelo lucro real, entretanto há algumas entidades que são obrigadas ao seu regi-
me. O lucro presumido é, também, de livre escolha, desde que a entidade não se enquadre nas
condições que obrigam ao lucro real. O lucro arbitrado pode ser adotado pelo contribuinte, na
hipótese de ser conhecida a receita bruta.
Assim temos: todos podem o lucro real. Alguns podem o lucro presumido.
Errado.
033. (ESAF/TRF/2000) (I) Quando o contribuinte não mantiver escrituração na forma das leis
comerciais e fiscais, a que estiver obrigado, e deixar de elaborar as demonstrações financeiras
exigidas pela legislação fiscal, será ele tributado obrigatoriamente pelo lucro _______________.
(II) Quando conhecida a receita bruta e desde que ocorridas as hipóteses previstas para o cál-
culo do tributo pela modalidade prevista em lei para as hipóteses do enunciado (I), somente
______________ poderá calcular o imposto com base naquela modalidade. As lacunas acima
são corretamente preenchidas, respectivamente, com as seguintes expressões:
a) real – o fisco
b) arbitrado – o fisco ou o próprio contribuinte
c) presumido – o próprio contribuinte
d) apurado – o fisco
e) real – o próprio contribuinte
Ausentes a escrituração comercial e fiscal, teremos margem para o arbitramento do lucro (I).
Por ser medida mais gravosa, normalmente é o Fisco que lança mão do recurso. Entretanto,
se conhecida a receita bruta, o contribuinte poderá calcular o IR por meio do lucro arbitrado.
(afinal, por ser mais gravoso, o Fisco não vai reclamar!).
Letra b.
034. (ESAF/TRF/2002) Não integram a base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica
os rendimentos, lucros e ganhos auferidos no exterior.
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Art. 446. Os lucros, os rendimentos e os ganhos de capital auferidos no exterior serão computados
para fins de determinação do lucro real das pessoas jurídicas correspondentes ao balanço levanta-
do em 31 de dezembro de cada ano (Lei n. 9.249, de 1995, art. 25, caput).
Errado.
035. (ESAF/TRF/2003) De acordo com a legislação em vigor, são formas de tributação pelo
imposto de renda das pessoas jurídicas, a tributação pelo lucro real, a tributação pelo lucro
presumido e a tributação pelo lucro arbitrado, podendo o contribuinte livremente optar por uma
das duas primeiras, sendo a tributação pelo lucro arbitrado privativa do fisco.
O contribuinte poderá optar pelo LP ou pelo LR apenas se não estiver obrigado ao lucro real.
O lucro arbitrado poderá ser utilizado pelo Fisco e pelo contribuinte (caso seja conhecida a
receita bruta)
Errado.
RIR/18
Art. 208. A receita bruta compreende
I – o produto da venda de bens nas operações de conta própria;
II – o preço da prestação de serviços em geral;
III – o resultado auferido nas operações de conta alheia; e
IV – as receitas da atividade ou do objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas no inciso
I ao inciso III do caput.
Certo.
RIR/18
Art. 209. O imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, inclusive das equiparadas e das sociedades
cooperativas em relação aos resultados obtidos nas operações ou nas atividades estranhas à sua
finalidade, será devido à medida que os rendimentos, os ganhos e os lucros forem sendo auferidos
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IRPJ – Parte I
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038. (INÉDITA/2022) A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado, que exceder o valor re-
sultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respecti-
vo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de
dez por cento.
Se no trimestre o lucro real, presumido ou arbitrado foi de 100.000, importará além do imposto
“normal” (15% x 100.000), uma parcela adicional calculada sobre o excedente a 60.000 (3 x
20.000) da seguinte forma:
Adicional do IR
100.000 -60.000 = 40.000
Adicional de IR = 40.000 x 10%
Certo.
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Arthur Leone
Graduado em Ciências Contábeis. Auditor-fiscal da Receita Federal, com atuação nos tributos internos
(IRPJ, IRPF e IPI). Professor de Auditoria e Legislação Tributária Federal. Autor dos livros “Auditoria para
Concursos” e “Legislação Tributária Federal Descomplicada”, este em coautoria com o professor George
Firmino, ambos publicados pela editora Ferreira. Além de exercer a função de auditor-fiscal da RFB, foi
aprovado nos concursos de analista tributário da RFB e auditor do ICMS-RO.
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