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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CAMPUS PROFESSORA CINOBELINA ELVAS


CURSO: ENGENHARIA AGRONÔMICA
PROF: ADRIANA URSULINO ALVES
DISCIPLINA: HORTICULTURA

IRRIGAÇÃO NA PRODUÇÃO VEGETAL

DISCENTES: ABIQUELE RODRIGUES MIRANDA


DARLLY ANTÔNIO BRANDÃO BATISTA

BOM JESUS – PI
2022

Introdução

O que é irrigação?
A irrigação pode ser definida como uma técnica ou prática de produção. Somente a
partir das últimas décadas se começou a tratar a irrigação com um enfoque científico
racional que permita utilizar o recurso água com maior eficiência, minimizando efeitos
adversos como a erosão, a drenagem deficiente e a salinização dos solos. Existem
vários conceitos para o termo irrigação apresentados por diferentes autores, ao longo
da história da ciência agrícola, disponíveis na bibliografia. Para efeitos práticos e de
fácil entendimento, a irrigação pode ser conceituada aqui como a aplicação oportuna,
controlada e uniforme de água em um perfil do solo (ou outro substrato) para repor
neste, em quantidade suficiente e no momento certo, a água consumida pelas
culturas, entre duas aplicações consecutivas, assegurando a produtividade e
sobrevivência das mesmas. A irrigação serve para complementar a precipitação
natural (chuva), ou fazer a aplicação total de água às plantas em áreas com longos
períodos sem chuva, e, em certos casos, enriquece o solo com a deposição de
elementos fertilizantes.

Por que irrigar?


A água é essencial para as plantas. Ela carrega nutrientes importantes do solo e
funciona como um gatilho muito importante para a germinação e o processo da
fotossíntese. Sem água, as plantas simplesmente não cresceriam. A baixa
disponibilidade de água ou a irregularidade de precipitação natural (chuvas) são os
principais fatores que levam o produtor a adotar técnicas de irrigação. A tecnologia de
irrigação ajuda a viabilizar o potencial de outros insumos utilizados na agricultura.
Quando bem planejada e executada, a irrigação apresenta alguns benefícios, tais
como: aumentar a produção agrícola (de 2 a 3 vezes superior à produção da
agricultura de sequeiro); aumentar a oferta e a regularidade de disponibilização de
alimentos e de outros produtos agrícolas; melhorar a qualidade e a padronização dos
produtos agrícolas; possibilitar a exploração agrícola em áreas localizadas de regiões
de clima árido ou semiárido; permitir a abertura de novos mercados, inclusive no
exterior; diminuir os custos de produção e viabilizar maior rentabilidade; aumentar a
oferta de empregos, possibilitando uma maior permanência do homem no campo;
modernizar os sistemas de produção, estimulando a introdução de novas tecnologias,
como melhorar a aplicação de adubos e fertilizantes; e proporcionar o aumento da
diversidade de culturas.
Histórico
irrigação é uma das práticas mais antigas utilizadas pelo homem para produzir seus
alimentos. Descobrimentos arqueológicos indicam que o homem depende da irrigação
desde tempos antigos, podendo-se citar os territórios hoje ocupados por Egito, Iraque,
Irã, China, Turquia, Espanha, Inglaterra, Peru, México e Sul dos Estados Unidos.

Quando se começou a utilizar a irrigação no Brasil


As primeiras experiências de irrigação no Brasil ocorreram no estado do Rio Grande
do Sul, para o cultivo do arroz (o primeiro registro data de 1881) e com a construção
da barragem de Cedro no estado do Ceará (teve seu início em 1903). Entretanto, a
prática só veio a se ampliar nos últimos trinta anos do século XX.
O avanço da irrigação no Brasil se deu principalmente em meados do século passado,
após a Segunda Guerra Mundial, com a construção de obras para irrigação e
instalação de seus primeiros perímetros irrigados, em que se tinha pouco mais de 64
mil hectares irrigados, número que chegou ao final do século a mais de 3 milhões de
hectares irrigados.
A irrigação privada predomina nas regiões povoadas do Sul, do Sudeste e do Centro-
Oeste, onde ocorre a maior parte do desenvolvimento industrial e agrícola do país. Na
região Nordeste, os investimentos feitos pelo setor público os quais buscam estimular
o desenvolvimento regional em uma área propensa a secas e com graves problemas
sociais, foi incentivada por órgãos oficiais, como DNOCS (Departamento Nacional de
Obras Contra as Secas) e CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do
São Francisco e do Parnaíba), a partir da década de 1950. Essas diferentes
abordagens têm resultado em consequências diversas.
Diversos fatores contribuem para a necessidade de irrigação. Em regiões afetadas
pela escassez contínua de água, como no Semiárido Brasileiro, a irrigação é
fundamental, ou seja, uma parte importante da agricultura só se viabiliza mediante a
aplicação artificial de água. A irrigação é imprescindível em regiões áridas e
semiáridas, a exemplo do Semiárido Brasileiro, onde a segurança produtiva é bastante
afetada pela escassez contínua de água, minimizada apenas no período mais úmido,
onde algumas culturas de sequeiro ainda podem se desenvolver (ANA, 2017).
A irrigação pode beneficiar potencialmente qualquer cultura de interesse comercial.
(Borghetti et al., 2017)
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO), o Brasil está entre os países com a maior área equipada para irrigação do
mundo, que são liderados por China e Índia, com cerca de 70 milhões de hectares
cada, seguidos por Estados Unidos, com cerca de 27 milhões de hectares, Paquistão,
com cerca de 20 milhões de hectares, e Irã, com cerca de 9 milhões de hectares.

ÁREA TERRITORIAL BRASILEIRA QUE UTILIZA IRRIGAÇÃO


O Brasil tem uma área territorial de 8515759,090 km2, incluindo 55455 km² de água.
Com base nos dados definitivos do Censo Agropecuário de 2017 (IBGE, 2019; IBGE,
2021; SIDRA, 2021) a área irrigada no Brasil é de 6694245 ha distribuídos em 502379
estabelecimentos agropecuários.

Objetivos de Irrigar
IRRIGAÇÃO IMPORTÂNCIA NO SISTEMA ECONÔMICO
O objetivo da irrigação é proporcionar umidade adequada para o desenvolvimento das
hortaliças para aumentar a produtividade e superar o efeito dos períodos secos.
Quando adotada de forma correta proporciona maior competitividade e maior
lucratividade ao produtor, pois auxilia numa produção mais sustentável e ainda com
impacto direto na redução do desperdício de água e de energia.

Principais Métodos Utilizados na Horticultura:


IRRIGAÇÃO SUPERFICIAL: A água é conduzida até um ponto de infiltração,
diretamente na superfície do solo. A inundação e as irrigações feitas por sulcos são
exemplos desse tipo.

Sulco  Como o próprio nome sugere, a irrigação por sulcos faz uso de canais,
sulcos ou corrugações para que a água possa ser aplicada nesses locais. Após a
aplicação, a água se infiltra e vai, vertical e lateralmente, molhando o perfil do solo. A
distribuição de água pode ser feita por sifão, bacias auxiliares e tubos janelados.
Esse sistema é muito indicado para plantações feitas em linha, como é o caso do
milho, da soja, do feijão e de frutíferas. As dimensões dos sulcos variam de acordo
com as plantas a serem irrigadas e outros fatores, como o tipo de solo, a vazão e a
declividade do terreno. Porém, seu comprimento deve ter tamanho que promova a
eficiência da irrigação.
Inundação  Utilizado para aplicação de água em bacias ou tabuleiros
intermitentes, ou quando a água é mantida no solo durante a maior parte do ciclo de
algumas culturas. É bastante utilizado no cultivo de arroz, por exemplo.
IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO: Nesse tipo, a água é aspergida sobre a plantação,
formando uma espécie de chuva artificial. O sistema convencional, o pivô-central e o
auto-propelido são exemplos desse tipo.

Convencional  O método de irrigação por aspersão convencional é um dos mais


utilizados no mundo em função de sua versatilidade, já que seu uso é possibilitado
nas mais variadas culturas. É formado por um conjunto de bombeamento, tubulação,
aspersores e acessórios, como conectores, válvulas, registros e outras peças.
Na linha onde estão instalados os aspersores, a vazão é multiplicada pelo número
de aspersores na linha. Uma das vantagens é que esse sistema é de fácil adaptação
aos mais diferentes terrenos e com grande alcance. Porém, a desvantagem é que é
um sistema de investimento inicial elevado.
Ainda, a irrigação por aspersão pode ser instalada em um sistema convencional
portátil ou permanente:

Pivô-central  Através de uma torre, com uma estrutura suspensa que gira de
forma circular, a irrigação por pivô-central é feita. A área é projetada para receber
essa estrutura suspensa que, no centro, dispõe de uma tubulação que asperge a
água por cima da plantação, girando em toda área circular.
Essa “estrutura central”, o pivô, está ligado a uma tubulação, movido por dispositivos
elétricos ou hidráulicos. Esses pivôs são projetados para irrigar grandes áreas e
também podem, além de água, lançar fertilizantes, inseticidas e fungicidas sobre as
plantas de forma eficiente.

Auto-propelido  É um sistema móvel e “autossustentável”, pois se movimenta a


partir da energia gerada a partir da água utilizada nele: por meio da energia
hidráulica da água, há o acionamento da turbina, que movimenta o próprio
equipamento.
É indicado para diversas culturas, sejam elas de pequeno ou de médio porte. O
terreno, porém, deve ser plano ou levemente inclinado. Pastagens, cana-de-açúcar,
pomares e cafezais podem ser irrigados pelo sistema de autopropelido.

IRRIGAÇÃO LOCALIZADA: Diferente da irrigação superficial, a localizada forma um


círculo molhado ou faixa úmida na área ocupada pelas raízes das plantas. É muito
utilizada nas plantações de frutíferas e tem como exemplos a irrigação por
microaspersão e gotejamento.
Microaspersão  Esse sistema também é muito procurado por adaptar-se a vários
tipos de terrenos, além de proporcionar melhor distribuição da água, sendo indicado
para solos que possuem baixa capacidade para reter água.
Pode ser utilizado tanto em pomares quando em estufas. Sua aspersão é localizada,
isto é, seus microaspersores depositam água em locais específicos, diferentemente
do convencional, que distribui água por grandes áreas dos terrenos.

Gotejamento  A irrigação por gotejamento desponta como uma das formas mais
eficientes de irrigação. Isso porque ela entrega a água necessária a cada fase das
plantas de forma eficiente, no momento certo e diretamente na raiz.
Além de ser ecológica, evitando o desperdício de água que os outros sistemas
podem provocas, a irrigação por gotejamento também produz economias financeiras
aos agricultores e rendimento máximo, o que significa mais dinheiro. É adaptável a
todos os cultivos e portes.

Sistema De Irrigação Em Olerícolas


Alface (campo x hidroponia)
Cenoura
A cenoura (Daucus carota L.) é a quinta olerícola cultivada no Brasil em ordem de
importância econômica. A área média anual colhida é de 27 mil hectares e a produção
de 760 mil toneladas, correspondendo a um valor bruto no atacado de 690 milhões de
reais. Seu cultivo é de alta relevância socioeconômica, principalmente nas Regiões do
Alto Paranaíba e Irecê, localizadas respectivamente nos Estados de Minas Gerais e
Bahia. Outras unidades da Federação com produção significativa são: São Paulo,
Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal. A irrigação é uma
prática essencial para o êxito da cultura, seja pelo incremento de produtividade, seja
pela melhor qualidade de raízes, incluindo aumento no teor de caroteno, fibras
digestivas e sabor. Com exceção da Região Sul do Brasil, o cultivo é quase que
totalmente irrigado, em especial, por aspersão. Não obstante, a área irrigada na
Região Sul vem aumentando nos últimos anos, pelo fato de a irrigação eliminar os
riscos da produção sob condições climáticas sujeitas a veranico. Nas Regiões
Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, a irrigação é frequentemente usada de forma
suplementar, mesmo durante a estação chuvosa, haja vista que a ocorrência de
veranicos superiores a quatro dias pode comprometer a produção da cenoura. A
importância da irrigação bem realizada para o sucess (peq. Prod. X comercial)
A cebola no Brasil, com exceção da Região Sul, é praticamente todo realizado com
irrigação. Mesmo na Região Sul, a área irrigada vem aumentando, pois garante a
produção e possibilita maior rendimento durante períodos de estiagem. A cultura
apresenta baixa tolerância ao déficit hídrico, requerendo um bom suprimento de água
durante todo o ciclo de cultivo. A fase de crescimento de bulbo é a mais sensível ao
déficit hídrico, principalmente durante o rápido espessamento das bainhas.

Os sistemas de irrigação por aspersão são os mais utilizados para a produção de


cebola no Brasil. Na Região Nordeste, a aspersão vem substituindo os sistemas por
sulcos e bacias de inundação, tradicionalmente utilizados na região. Dentre os
sistemas por aspersão, o convencionalé o mais utilizado. Em médias e grandes áreas
de produção, sobretudo nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, o pivô central vem
sendo adotado com sucesso. Devido seu alto custo, a irrigação por gotejamento é
muito pouco utilizada.

Batata inglesa

A planta de batata é muito sensível ao déficit de água. Mesmo pequenos períodos de


estiagem comprometem o sucesso da lavoura, sendo a irrigação recomendada em
regiões e/ou estações com distribuição irregular de chuvas. A produção também é
afetada pelo excesso de água, por reduzir a aeração do solo, favorecer maior
incidência de doenças e lixiviar nutrientes móveis.

Irrigações em excesso favorecem várias doenças de solo, como murcha-bacteriana,


sarna-prateada, sarna-pulverulenta, canela-preta e podridão-mole. A irrigação por
aspersão, notadamente quando em regime de alta frequência, favorece condições de
alta umidade no dossel vegetal, aumentando a incidência de doenças foliares. Por
outro lado, a falta de água, especialmente no início da tuberização, favorece a
ocorrência da sarna-comum.

A demanda de água pelas plantas é dependente das condições climáticas, da cultivar


e do sistema de cultivo, principalmente. A necessidade total da cultura, incluindo a
evaporação do solo, varia de 250 mm a 550 mm, podendo superar 600 mm para
cultivares de ciclo longo e em regiões quentes e secas.

Couve-flor

Sistema De Irrigação Na Fruticultura


Citros (por o tipo de irrigação e a cor do texto na cor do fruto)
Banana
A bananeira requer razoável quantidade de água, pela estrutura da planta, com grande
área foliar e peso da água correspondente a 87,5% do peso total da planta. A
quantidade necessária de água é dependente da idade da planta e das condições
meteorológicas no bananal.

Dos sistemas de irrigação por superfície, o de sulcos (canaletas) tem sido o mais
utilizado em bananeira. O número de sulcos a ser construído por fileira de plantas vai
depender do movimento lateral da água no solo (capacidade de infiltração da água)
onde a cultura estiver instalada. Para solos argilosos (maior movimento lateral), pode-
se utilizar apenas um sulco por fileira de plantas, enquanto que para solos areno-
argilosos (menor movimento lateral) são recomendados dois sulcos por fileira de
plantas.

Uva
A irrigação na cultura da videira pode ser feita através de sistemas de irrigação
pressurizados (aspersão convencional, microaspersão, gotejamento) e de irrigação por
superfície (sulcos). No Submédio do Vale do São Francisco, os sistemas de irrigação
localizada (microaspersão e gotejamento) são os mais utilizados.

A irrigação localizada tem como vantagens a alta eficiência de aplicação, redução de


escoamento superficial e percolação profunda, economia de água, energia e mão de
obra, além de permitir automatização, fertirrigação e de não interferir nos tratos
fitossanitários. As principais desvantagens do método são a sensibilidade ao
entupimento, o alto custo de implantação, o fato de não permitir o controle eficaz do
microclima e o fato de poder condicionar limitações ao sistema radicular. Em regiões
com problema de salinidade, ocorre o acúmulo gradual de sais na extremidade do
bulbo molhado, podendo ser necessária a lavagem periódica do solo.

No gotejamento, a água é aplicada sobre a zona radicular da planta. Há necessidade


de um ajuste sobre a vazão e quantidade de gotejadores por planta, para se obter o
bulbo molhado ideal para o sistema radicular da cultura. Na microaspersão, a água é
aspergida pelos emissores, em círculos, e a distribuição lateral de água no solo é
maior quando comparada ao gotejamento. A aplicação de água no gotejamento pode
ser realizada em um intervalo menor entre as irrigações, quando comparada à
microaspersão, em função da vazão, evapotranspiração, armazenamento de água no
solo, sistema radicular e presença ou não de lençol freático.

Maçã
Manga
Mamão
Maracujá
Caju
Goiaba
Tomate
Pimentão
Melão
Melancia
Sistema De Irrigação Em Plantas Ornamentais
Floricultura
Jardins

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