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AULA 01- NOTAS DE AULA

BLOCO DE COROAMENTO/BLOCOS SOBRE ESTACAS

Complementos de cálculo em Concreto Armado


DEFINIÇÃO:

NBR 6118/2014 - 22.7.1 - Blocos são estruturas de volume usadas para transmitir às estacas e
aos tubulões as cargas de fundação, podendo ser considerados rígidos ou flexíveis por critério
análogo ao definido para sapatas.

Os blocos podem ser apoiados sobre um número qualquer de estacas,


sendo mais comuns os blocos sobre uma, duas ou três estacas.../
TUBULÃO. Isso depende principalmente das características do solo, da
capacidade da estaca e da carga do pilar.

MODELOS DE CÁLCULO:

A NBR 6118 descreve (item 22.7.3) que para cálculo e dimensionamento dos blocos, são
aceitos modelos tridimensionais lineares ou não lineares e modelos biela-tirante tridimensionais.

Esses modelos devem contemplar adequadamente os


aspectos descritos em 22.7.2.(rigidez)
Na região de contato entre o pilar e o bloco, os efeitos de
fendilhamento devem ser considerados, conforme requerido
em 21.2, permitindo-se a adoção de um modelo de bielas e
tirantes para a determinação das armaduras.

COMPORTAMENTO ESTRUTURAL:

Segundo a NBR 6118, em seu item 22.7.2.1 temos estes elementos, em função da sua
geometria, são classificados em 2 tipos: rígidos e flexíveis. Cada uma das classificações
acima tem um comportamento estrutural distinto.
Os blocos rígidos trabalham como elementos de rigidez infinita, ou seja, que não se
deformam com a atuação da carga vertical dos pilares, transferindo a mesma de forma igual
entre as estacas, desde que estas sejam equidistantes do pilar.

Ainda segundo a NBR 6118, em seu item 22.6.1


temos que, quando se verifica a expressão a seguir,
nas duas direções, a sapata é considerada rígida.
Caso contrário, a sapata é considerada flexível:
Onde temos que:
h = Altura da sapata;
a = Dimensão da sapata em uma determinada direção;
ap = Dimensão do pilar na mesma direção.

A formulação apresentada é para o caso da sapata, sendo esta semelhante a formulação para o
bloco, conforme figura ao lado.

Já os blocos flexíveis trabalham como elementos com menor rigidez, ou seja, que se deformam
com a atuação da carga vertical dos pilares, transferindo-as de forma desigual para as estacas.
Essa distribuição de cargas varia em função da distância do ponto de aplicação da carga
concentrada do pilar. As estacas mais próximas aos pilares apresentam reações maiores do que
as estacas que estão mais afastadas dos pilares.

DISTÂNCIA ENTRE EIXOS DAS ESTACAS:

O distanciamento mínimo entre os eixos das estacas é necessário por


conta do efeito de grupo de estacas, isto é um inchamento no solo por
conta de estacas pouco espaçadas, melhorando assim o desempenho
das estacas frente aos esforços solicitantes e à interação desta com o
solo que a circunda.

A NBR 6118:2003 recomendava que este espaçamento estivesse


compreendido entre:
2,5 vezes o diâmetro no caso de estacas pré-moldadas e 3,0 vezes
para estacas moldadas “in loco”. Tal recomendação não se encontra
explicita na NBR 6118:2014, no entanto, segundo Oliveira (2009,
p.105), vários autores continuam fazendo essa recomendação,
respeitando um espaçamento mínimo de 60 cm para qualquer tipo de estaca.

ALTURA DOS BLOCOS:


A altura total (h) dos blocos é determinada pelo somatório da
altura útil com a distância entre a face inferior do bloco e o
centro de gravidade das armaduras principais. Geralmente
este valor é adotado, considerado de 10 cm a 15 cm.
(embutimento da estaca de 5 a 10 cm + recobrimento.

Para a determinação da altura útil dos blocos é importante


considerar o modelo das bielas e tirantes além das armaduras
que serão colocadas neste elemento. Segundo Blévolt &
Frémy (1967), realizando análises em seus experimentos
físicos, conseguiram determinar uma faixa de valores onde o
ângulo de inclinação da escora de concreto deveria estar
inserido, para evitar o risco de ruptura por punção, esta faixa
ocorre entre os ângulos de 40(45) e 55 graus.

Munhoz (2004, p. 38)

A NBR 6118:2014 no item 22.3.1 estabelece que a inclinação para tais bielas deve ter tangente
compreendida entre 0,57 e 2, segundo eixo longitudinal da armadura e do elemento estrutural.

O item 22.7.4.1.4 da NBR 6118:2014 determina que os blocos tenham altura suficiente para
permitir a ancoragem das armaduras dos pilares, desta forma, a altura útil (d) deve ser maior
ou igual ao comprimento de ancoragem das armaduras do pilar.

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