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Licenciatura em Gestão

1.º Semestre
Ano letivo 2022/2023

Docentes: Anabela Batista


João Miguel Xavier Rita
Paulo Peters
Gestão das Operações
Objetivo Geral

1.Aplicarem os conceitos e ferramentas da Gestão de Operações.

1.Identificarem, equacionarem e resolverem pragmaticamente


problemas reais, na área de Gestão das Operações, recorrendo a
métodos e modelos de cariz quantitativo e qualitativo.

1.Gerir Processos de forma criarem valor para o cliente.

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Gestão das Operações
Desenvolver competências nos alunos para:

1.Capacitar o aluno para intervenções ao nível da Gestão das Operações,


em ambiente industrial e de serviços, visando defenir, alcançar e
reforçar uma vantagem competitiva.

1.Capacitar o aluno para intervir em decisões estratégicas e em decisões


táticas no que respeita à Gestão das Operações, no âmbito da
interligação à cadeia de abastecimento da empresa.

1.Capacitar o aluno para refletir nas consequências para todas as


“partes interessadas” das decisões tomadas a nível da Gestão das
Operações.

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Gestão das Operações
Resultados da Aprendizagem:

1.Compreender a importância da Gestão das Operações na prossecução e


sustentação de uma vantagem competitiva.

1.Compreender as diferentes fases do desenvolvimento de um produto.

1.Compreender a importância da Qualidade e do princípio de melhoria


contínua na ótica do “cliente interno” e do “cliente externo”.

1.Compreender a relevância das decisões sobre capacidade na resposta


eficaz ao cliente e na geração de custos.

1.Saber planificar e controlar a execução de um projeto e saber


operacionalizar metodologias adequadas.

1.Distinguir diferentes tipologias de produção.


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Gestão das Operações
Resultados da Aprendizagem:

7.Compreender diferentes opções a nível tecnológico.

7.Reconhecer diferentes implantações (layouts).

7.Compreender a importância da gestão das compras, da gestão de stocks


e da armazenagem na obtenção de uma disponibilidade desejada com um
custo adequado.

7.Classificar referências em âmbito de classificação “ABC” e resolver


problemas de gestão de stocks em âmbito de procura independente e em
âmbito de procura dependente.

7.Resolver problemas no âmbito de previsão de vendas.

7.Conhecer as implicações do planeamento da produção a diferentes


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horizontes temporais.
Gestão das Operações
Resultados da Aprendizagem:

13.Conhecer as características implícitas à operacionalização JIT.

13.Refletir sobre a gestão das operações em âmbito de constrangimentos e


postos gargalo/estrangulamento.

13.Conhecer os princípios do lean management.

13.Compreender as consequências para a gestão de um serviço do grau de


contacto com o cliente e resolver problemas ao nível das filas de espera.

13.Compreender a importância das decisões de localização. Resolver


problemas no âmbito de métodos de apoio à decisão em problemas de
localização.

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Gestão das Operações
Resultados da Aprendizagem:

18.Reconhecer a importância da cadeia de abastecimento para se servir


adequadamente o cliente.

18.Conhecer diferentes modelos de avaliação de desempenho da função


operações.

18.Conhecer as etapas de um processo de consultoria em gestão das


operações.

18.Estar capacitado para identificar desafios ambientais e sociais no


âmbito da gestão das operações visando um reforço da responsabilidade
social da empresa.

18.Discutir cenários para o futuro da gestão das operações. 7


Gestão das Operações
Programa:
1.Introdução
1.1. A Empresa enquanto Sistema
1.2. Importância da Gestão das Operações
1.3. Interligação entre a função Operações e as restantes áreas
funcionais
1.4. Opções estratégicas da Gestão das Operações

2.Localização
2.1. A importância estratégica da decisão de localização
2.2. “Fatores chave” para a decisão de localização
2.3. Avaliação de alternativas de localização

3.Layout
3.1. Implantação em secções homogéneas – layout por processo
3.2. Implantação em linhas de fabrico – layout por produto
3.3. Implantação em células de fabrico – layout celular
3.4. Implantação por projeto – layout de posição fixa 8

3.5. Layout de armazéns


3.6. Intervenções sobre o layout
Gestão das Operações
Programa:

4.Desenvolvimento de Produtos
4.1. Necessidade, valor, custo, funções
4.2. O Ciclo de Vida dos produtos
4.3. Fases de conceção do produto/serviço
4.4. Modelo de avaliação: IVP – Índice do Valor do Projeto

5.Gestão de Serviços
5.1. Características dos serviços
5.2. Estratégias em gestão de serviços
5.3. A qualidade e a melhoria da prestação do serviço
5.4. Gestão de filas de espera

6.Capacidade
6.1. Capacidade excessiva / reduzida
6.2. Tipologias
6.3. Fatores externos e internos 9
Gestão das Operações
Programa:
7.Planeamento da produção
7.1. Planeamento a longo prazo
7.2. Planeamento agregado da produção
7.3. Planeamento a curto prazo
8.Tipologia de produção
8.1. Em função da repetitividade das séries de fabrico
8.2. Em função do fluxo da produção
8.3. Em função do relacionamento com o cliente
9.Qualidade
9.1. Definições de qualidade
9.2. O ciclo PDCA
9.3. Relação entre qualidade e produtividade
9.4. Custos da qualidade
9.5. O Controlo estatístico da qualidade
9.6. Normas da qualidade e certificação. Normas ISO 9000
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9.7. Qualidade total, Método Taguchi, Six Sigma
9.8. Métricas e sistemas de avaliação: NPS – Net Promoter Score
Gestão das Operações
Programa:
10. Tecnologias
10.1. Tecnologia de produto, tecnologia de processo, tecnologia de
informação
10.2. Automatização
10.3. Sistemas de Informação. Os ERP- Enterprise Resource Planning
10.4. CIM – Computer Integrated Manufacturing

11. Cadeia de Abastecimento


11.1. Colaboração, partilha de informação e tecnologias facilitadoras
11.2. Modelos de colaboração
11.3. As “Cadeias Lean” e as “Cadeias Ágeis”
11.4. O Outsourcing

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Gestão das Operações
Programa:

12. Aprovisionamentos / Stocks


12.1. Gestão Administrativa, Gestão Material e Gestão Económica
12.2. Gestão das compras
12.2.1. A importância da função compras
12.2.2. As atividades da função compras
12.2.3. Compras centralizadas e compras descentralizadas
12.3. Classificação de stocks:
12.3.1 – análise A, B, C
12.3.2 – análise QEE – Quantidade Económica de Encomenda
12.3.3 - análise MRP - Material Requirements Planning

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Gestão das Operações
Programa:

13. Gestão de Projectos


13.1. Planificação, programação e controlo
13.2. Gráfico de Gantt; Critical Path Method

14. Just-in-Time / Kanban / Lean management

14.1. Características da produção Just-in-Time


14.2. O Sistema Kanban
14.3. Lean management

15. Constrangimentos e “Postos Gargalo”

15.1. Noções genéricas


15.2. Fatores originários
15.3. Consequências
10.4. Formas de deteção e minimização 13
Gestão das Operações
Programa:

16. A Avaliação do Desempenho da Função Operações

16. Consultoria em Gestão das Operações

16. A Responsabilidade Social na Gestão das Operações


18.1. O domínio ambiental na Gestão das Operações
18.2. Critérios sociais nas decisões de Gestão das Operações

19. O futuro em Gestão das Operações

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Gestão das Operações
Bibliografia principal:

AQUILANO, Nicholas J.; CHASE, Richard B. (1997) “Gestão da Produção e das


Operações – Perspectiva do Ciclo de Vida”, Monitor, Lisboa.
BARANGER, P.; HUGUEL, G (1994) “Produção”, Edições Sílabo, Lisboa.
CHASE, Richard B.; JACOBS, F. Robert; AQUILANO, Nicholas J. (2006) “Operations
Management for Competitive Advantage, 11/e”, McGrawHill, Boston.
CHASE, Richard B.; JACOBS, F. Robert; AQUILANO, Nicholas J. (2006)
“Administração da Produção e Operações”, McGraw-Hill, São Paulo.
COURTOIS, A.; PILLET, M.; MARTIN-BONNEFOUS, C. (2006) “Gestão da Produção”,
5ª edição, Lidel – Biblioteca Indústria & Serviços, Lisboa.
HEIZER, Jay; RENDER, Barry (2007) “Dirección de la producción y de operaciones -
Decisiones estratégicas " 8ª Edición, Pearson España, Madrid.

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Gestão das Operações
Bibliografia principal (cont.):

HEIZER, Jay; RENDER, Barry (2008) “Dirección de la producción y de operaciones -


Decisiones tácticas”, 8ª edición, Pearson España, Madrid.
JACOBS, F. Robert, CHASE, Richard B. (2009) “Administração da Produção e de
Operações – O Essencial”, bookman, Porto Alegre.
JACOBS, F. Robert, CHASE, Richard B. (2011) “Operations and Supply Chain
Management”, 13/e, McGraw-Hill, New York.
KRAJEWSKI, Lee J.; RITZMAN, Larry P.; MALHOTRA, Manoj K. (2013) “Operations
Management: Processes and Supply Chains”, 10/E, Prentice Hall, New Jersey.
KRAJEWSKI, Lee J.; RITZMAN, Larry P.; MALHOTRA, Manoj K. (2009)
“Administração de produção e operações”, 8ª edição, Pearson Education, São
Paulo.
LISBOA, João Veríssimo; GOMES, Carlos Ferreira (2008) “Gestão de Operações”, 2ª
edição, Vida Económica, Porto. 16
Gestão das Operações
Bibliografia principal (cont.):

PINTO, João Paulo (2010) “Gestão de Operações - Na Indústria e nos Serviços”, 3ª


edição, Lidel – Biblioteca Indústria & Serviços, Lisboa.
REID, R. Dan; SANDERS, Nada R. (2005) “Gestão de Operações”, 1ª edição, LTC, Rio
de Janeiro.
RODRIGUES, Carlos (2008) “Introdução à Gestão das Operações”, Editora Rei dos
Livros, Lisboa.
ROLDÃO, Victor Sequeira; RIBEIRO, Joaquim Silva (2007) “Gestão das Operações –
Uma abordagem Integrada”, Monitor, Lisboa.
STEVENSON, William J. (1999) “Production Operations Management”, International
Edition, McGraw-Hill, Boston.

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Gestão das Operações
Bibliografia complementar:

ANTÓNIO, Nelson Santos; TEIXEIRA, António (2009) “GESTÃO DA QUALIDADE – De


Deming ao modelo de excelência da EFQM “1ª Edição – 2ª Impressão, Edições
Sílabo, Lisboa.
CARVALHO, J.M. Crespo (2004) “A Lógica da Logística”, Edições Sílabo, Lisboa.
CARVALHO, J.M. Crespo; DIAS, Eurico Brilhante (2004) “Estratégias logísticas –
Como servir o cliente a baixo custo”, Edições Sílabo, Lisboa.
CARVALHO, J.M. Crespo (2002) “Logística”, 3ª edição, Edições Sílabo, Lisboa.
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter (2007) “Supply Chain Management”, Pearson
International Edition, New Jersey.
CRUZ, Carlos Pereira (2009) “Gestão Ambiental - Sintonizar Ambiente e Estratégia
para o Negócio”, Grupo Editorial Vida Económica, Porto.
LOPES, Albino; CAPICHO, Lina (2007) “Manual de Gestão da Qualidade, 1ª Edição,
Editora RH, Lisboa.
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Gestão das Operações
Bibliografia complementar (cont.):

MOURA, Benjamim (2006) “Logística, Conceitos e Tendências”, Centro Atlântico,


V.N. Famalicão.
MOYA, Emilio Martínez (2007) “Gestión de Compras – Negociación y estrategias de
aprovisionamiento”, 4ª Edición, FC Editorial, Madrid.
PINTO, João Paulo (2009) “Pensamento Lean – A Filosofia das Organizações
Vencedoras”, Lidel – Biblioteca Indústria & Serviços, Lisboa.
PIRES, António Ramos (2012) “Sistemas de Gestão da Qualidade –Ambiente,
Segurança, Responsabilidade Social, Indústria, Serviços, Administração Pública e
Educação”, 1ª edição, Edições Sílabo, Lisboa.
PIRES, António Ramos (2007) “Qualidade”, 3ª edição, Edições Sílabo, Lisboa.
PIRES, António Ramos (1999) “Inovação e Desenvolvimento de Novos Produtos”, 1ª
edição, Edições Sílabo, Lisboa.
ROLDÃO, Victor Sequeira (2002) “Planeamento e Programação das Operações - Na
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Indústria e nos Serviços”, Monitor, Lisboa.
Gestão das Operações
Revistas Científicas:

• EUROPEAN JOURNAL OF OPERATIONAL RESEARCH


• INTERNATIONAL JOURNAL OF PRODUCTION ECONOMICS
• JOURNAL OF OPERATIONS MANAGEMENT
• LONG RANGE PLANNING
• PRODUCTION AND OPERATIONS MANAGEMENT

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Gestão das Operações
Regime de avaliação:

Avaliação Contínua será composta por:

• 1º Teste, com ponderação na nota final de 30%

• 2º Teste, com ponderação na nota final de 30%

• Participação em aula, com ponderação na nota final de 10%

• Trabalho de Grupo com ponderação na nota final de 30%


• Trabalho escrito (ponderação de 60%)
• Apresentação/Discussão (ponderação de 40%)
• A participação quer na elaboração do trabalho quer na
apresentação/discussão é condição necessária para o aluno obter uma
classificação.
• A classificação do aluno no trabalho de grupo será o resultado do seu 21
próprio desempenho (classificação de carácter individual).
Gestão das Operações
Regime de avaliação:

Cada um dos elementos de avaliação tem como classificação minima de 7,0


valores. Não haverá lugar à aprovação de alunos em Avaliação Contínua, caso seja
obtida classificação inferior em qualquer um dos elementos de avaliação, bem
como não se tenham registado, pelo menos, 70% das presenças individuais nas
sessões de aulas.

• Nos testes:
- não é permitida a utilização de calculadoras gráficas;
- será disponibilizado formulário.

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Capítulo I – Introdução

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Cap. I - Introdução à Empresa

A Empresa como organização social

Organização: composta por duas ou mais pessoas que interagem entre si


através de relações recíprocas para atingirem objetivos comuns.

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Cap. I - Introdução à Empresa

Porque existem organizações?

Razões sociais: natureza do ser humano

Razões materiais: eficiência

Razões de continuidade:
acumulação e transmissão de conhecimentos
Razões do efeito de sinergia

25
Cap. I - Introdução à Empresa
As Empresas enquanto Organizações:

⮚ Orientadas para o lucro (em geral)


⮚ Assumem riscos nas suas atividades
⮚ Geridas segundo uma filosofia de negócio
⮚ Avaliadas sob o ponto de vista contabilistico

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Cap. I - A Empresa enquanto Sistema
Sistema:

Um todo organizado logicamente


Composto por um conjunto de sub-sistemas
Com inter-relação dinâmica entre os sub-sistemas
Desenvolvendo um processo (atividade, função)

Para atingir um ou mais objetivos (propósitos) que constituem a finalidade


do próprio Sistema

Os seres vivos são sistemas abertos:

Dependem do seu meio


Adaptam-se ao seu meio
Trocam energia e matéria com o seu meio 27
Cap. I - A Empresa enquanto Sistema
Natureza Sistémica: caracterizada pelo funcionamento global, total e
integrado, em que o todo é maior do que a soma das partes.

28
Cap. I - A Empresa enquanto Sistema
Sistema Fechado

29
Cap. I - A Empresa enquanto Sistema
Sistema Aberto

30
Cap. I - A Empresa enquanto Sistema
A Empresa – Sistema Aberto

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Cap. I - A Empresa enquanto Sistema
Ambiente da Empresa

Ambiente Geral, conjunto amplo e complexo de condições externas que


envolvem e influenciam difusamente todas as empresas:

⮚ Tecnológicas
⮚ Políticos
⮚ Económicas
⮚ Legais
⮚ Sociais
⮚ Demográficas
⮚ Ecológicas

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Cap. I - A Empresa enquanto Sistema
Ambiente de Tarefa: mais imediato e próximo da empresa

Consumidores/Clientes
Fornecedores
Concorrentes
Grupos regulamentadores

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Cap. I - Introdução à Gestão das Operações

A gestão tem como finalidade assegurar a execução de objetivos da


empresa através da utilização integrada de recursos.

A gestão da produção ou das operações define e aplica os procedimentos


necessários à transformação de materiais, informação e conhecimento
em produtos e serviços, acrescentando-lhes valor, utilizando os recursos
disponíveis num horizonte temporal pré-determinado.

34
Cap. I - Introdução à Gestão das Operações
Representação tradicional de um Sistema de Produção

Recursos físicos, Gestão, operações Produtos e serviços


humanos, de produção, entre
financeiros, entre outros
outros

35
Cap. I - Introdução à Gestão das Operações

Evolução histórica da competitividade industrial

36
Cap. I - Introdução à Gestão das Operações

Evolução das condições do Mercado de trabalho

37
Cap. I - Introdução à Gestão das Operações

Evolução da estrutura organizacional

38
Cap. I - Introdução à Gestão das Operações

O objetivo é criar as condições para, sem perda de eficiência, majorar a


flexibilidade e a capacidade de adaptação a mudanças na envolvente.

A competitividade de
uma empresa está
relacionada com a
rapidez com que
consegue reagir e
adaptar-se à mudança e
mesmo de antecipar
essa mudança adotando
uma atitude proactiva
em oposição à postura
tradicional de
reatividade.
39
Cap. I - Introdução à Gestão das Operações

As atividades produtivas são suportadas por um conjunto de tecnologias e


de recursos humanos e são caracterizadas por um conjunto de atributos
relevantes em qualquer processo de decisão.

Não é possível a otimização simultânea


de todos os atributos, tornando-se
necessário estabelecer equilíbrios, onde
o peso de cada atributo depende das
necessidades do mercado, da
concorrência e, em última análise, da
envolvente socioeconómica.

Fatores de competitividade 40
Cap. I - Introdução à Gestão das Operações

A função Gestão de Operações pode ser considerada como sendo as


atividades de gestão de um Sistema integrado que, a partir de um
conjunto de inputs, os transforma, acrescentando-lhes valor de forma a
que sejam desejáveis para um consumidor.

41
Cap. I - Introdução à Gestão das Operações

●A forma como são geridos os recursos produtivos é determinante para o


crescimento da produtividade e competitividade.

●A GOP trata da gestão dos recursos produtivos criando sistemas


responsáveis pela utilização rentável de MP/RH/Equipamentos e instalações
no desenvolvimento de um produto ou serviço.

●A produção de um produto/serviço está relacionada com a capacidade que


a organização dispõe e nas oportunidades que a mesma pode explorar.
Simultaneamente, é uma resposta às necessidades do mercado tendo
presente o que produzem as empresas concorrentes e os recursos
disponíveis, nomeadamente no que se refere ao conhecimento tecnológico.

→ A GOP trata da “gestão dos recursos diretos necessários para produzir os


bens e serviços fornecidos por uma organização.” (Pinto, 2006) 42
Capítulo II – Localização

43
Cap. II – Localização

44
Cap. II – Localização

45
Cap. II – Localização

• Custos Regionais – estão associados a um determinado local e incluem o terreno,


construção, MO e taxas governamentais e locais.

• Custos de Distribuição – estão diretamente relacionados com a expedição de


fornecimentos e produtos aos clientes e a outros ramos da rede de distribuição.

• Custos de Matérias-primas e fornecimentos – relacionam-se com os custos dos


inputs da produção (incluindo energia e água) bem como os custos inerentes ao
aprovisionamento para obtenção desses inputs.

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Cap. II – Localização
• Decisão de Localização

Multicritério – exercício prático:

Determinada empresa pretende definir a melhor localização para instalar uma nova
fábrica. Estão em causa 3 hipóteses diferentes: cidade A, cidade B e cidade C.
No quadro estão listadas as classificações que a empresa atribuiu a cada uma das hipóteses
de localização, por fator relevante (numa escala de 0-20) bem como as ponderações dos
diferentes fatores analisados.
Fatores Ponderação Cidade A Cidade B Cidade C
Potencial do mercado local 25% 18 14 16
Proximidade a outras infra- 25% 16 12 14
estruturas da empresa
Investimento necessário 30% 10 18 12
Custos de produção 20% 10 18 14
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Pretende-se definir a melhor opção de localização utilizando o método multicritério.


Cap. II – Localização
Proposta de resolução:

Cidade A = (0,25*18) + (0,25*16) + (0,30*10) + (0,20*10) = 13,5


Cidade B = (0,25*14) + (0,25*12) + (0,30*18) + (0,20*18) = 15,5
Cidade C = (0,25*16) + (0,25*14) + (0,30*12) + (0,20*14) = 13,9

A melhor opção de localização é na cidade B.

48
Cap. II – Localização

Avaliação de alternativas de localização

Método do centro de gravidade – é uma técnica utilizada para localizar instalações


individuais que considera existentes, as distâncias entre elas e o volume de mercadorias
que necessita de ser transportado.

É uma técnica utilizada frequentemente para localizar armazéns intermédios ou de


distribuição.

O centro de gravidade é encontrado calculando as coordenadas X e Y que resultam na


otimização do transporte.

49
Cap. II – Localização
Método do centro de gravidade – exercício prático

Uma empresa industrial pretende definir a localização para uma nova instalação. Esta,
receberá componentes das fábricas localizadas nas cidades A, B, C, D e E. No período de
um ano serão transportadas para a nova instalação as seguintes unidades de componentes:
A = 35 000 un / B = 25 000 un / C = 15 000 un / D = 45 000 un / e = 5 000 un.

As coordenadas (x,y) de cada uma das cidades são as seguintes:


A = (25,10) / B = (15,15) / C = (15,20) / D = (5,5) / E = (20,25)

1.Pretende-se definir a melhor opção de localização utilizando o método do centro de


gravidade.
2.Apresente graficamente as coordenadas de todas as cidades bem como a representante
da nova localização.

50
Cap. II – Localização
Proposta de resolução:

Coordenada X = [(35 000*25) + (25 000*15) + (15 000*15) + (45 000*5) + (5 000*20)] /
/(35 000 + 25 000 + 15 000 + 45 000 + 5 000) = 14.4

Coordenada Y = [(35 000*10) + (25 000*15) + (15 000*20) + (45 000*5) + (5 000*25)] /
/(35 000 + 25 000 + 15 000 + 45 000 + 5 000) = 11

Coordenadas da nova localização = (14.4;11)

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Capítulo III – Layout

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Cap. III – Layout
Corresponde ao posicionamento no espaço de departamentos
ou postos de trabalho, com o intuito de minimizar custos,
satisfazendo um conjunto de restrições.

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Cap. III – Layout
O layout apresenta alguns objetivos:

⮚ Minimiza custos de manuseamento dos materiais;


⮚ Utilização eficiente do espaço;
⮚ Utilização eficiente da mão-de-obra;
⮚ Elimina o congestionamento;
⮚ Facilita/aumenta a entrada, saída e colocação dos
materiais, produtos ou pessoas;
⮚ Promove a qualidade de serviço e produto;
⮚ Providencia um controlo visual das operações ou atividades;
⮚ Providencia a flexibilidade para a adaptação a mudanças.

54
Cap. III – Layout
Implantação / layout em secções Homogéneas – layout por processo

Consiste em agrupar os equipamentos ou funções semelhantes


Ex: agrupar os tornos mecânicos numa área e as prensas noutra

55
Cap. III – Layout
Implantação em secções Homogéneas – layout por processo

⮚ A peça que está a ser fabricada é movimentada de acordo com a


sequência de operações estabelecida, de área para área, em função
da localização das máquinas específicas para cada operação.

⮚ Este tipo de implantação é característico dos hospitais, onde


existem áreas dedicadas a tipos especiais de cuidados médicos, tais
como alas de maternidade ou unidades de cuidados intensivos.

56
Cap. III – Layout
Implantação em secções Homogéneas – layout por processo

Layout por processo

Vantagens: Desvantagens:

⮚Flexibilidade; ⮚Utilização;
⮚Custo; ⮚Custo;
⮚Motivação; ⮚Confusão.
⮚Protecção do sistema.
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Cap. III – Layout
Implantação/layout em linhas de fabrico – layout por produto

Consiste em agrupar os equipamentos ou os processos de trabalho em


função das fases em que o produto é fabricado

Ex: linhas de produção para automóveis, fábricas químicas e filas de


“cafetaria”

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Cap. III – Layout
Implantação em linhas de fabrico – layout por produto

Sequência de um layout de “pastelaria”

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Cap. III – Layout
Implantação em linhas de fabrico – layout por produto

Layout por produto

Vantagens: Desvantagens:

⮚Produção; ⮚Motivação;
⮚Custos; ⮚Flexibilidade;
⮚Utilização. ⮚Protecção do sistema.

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Cap. III – Layout
Implantação em células de fabrico – layout celular

Consiste no agrupamento de diferentes máquinas de trabalho em centros


de trabalho (ou células) para trabalhar em produtos que tenham
necessidades de forma e processos semelhantes.

61
Cap. III – Layout
Implantação em células de fabrico – layout celular

Linha de montagem em U (Fábrica da Grohe)

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Cap. III – Layout
Implantação em células de fabrico – layout celular

Layout celular

Vantagens: Desvantagens:

⮚Flexibilidade; ⮚Duplicação de
⮚Custo; recursos.
⮚Motivação.

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Cap. III – Layout
Implantação por projeto – layout de posição fixa

Neste tipo de implantação o produto permanece num determinado local,


devido ao seu volume ou peso, é o próprio equipamento de fabrico que é
deslocado para o produto.
Ex: Estaleiros Navais

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Cap. III – Layout
Implantação por projeto – layout de posição fixa

Layout de posição fixa

Desvantagens:
Vantagens:
⮚Gestão da produção exigente;
⮚Produtos de grande ⮚Requer áreas amplas.
dimensão.

65
Cap. III – Layout
Layout de Armazéns

Neste tipo de layout deve atender-se à especificidade de cada artigo (ex:


armazenagem de produtos inflamáveis com consumíveis, humidade,
temperatura); à movimentação das máquinas dentro do armazém
(corredores orientados em função das entradas e saídas) e localização dos
artigos em função da sua rotação.

66
Capítulo IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

67
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

É uma resposta às necessidades do mercado tendo sempre presente o que


produzem as empresas concorrentes e os recursos disponíveis,
nomeadamente o conhecimento tecnológico.

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Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Projeto de desenvolvimento de um produto deve dar resposta a várias


questões, as quais caracterizam as fases de desenvolvimento do produto:

⮚Porquê um produto? ------→ Necessidade


⮚Que produto?
⮚De que deve ser constituído?
⮚Como pode ser realizado?

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Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Necessidade

Exemplo: lâmpada

1.Temos necessidade de uma lâmpada?


2.Temos necessidade de luz?
3.Temos necessidade de nos deslocarmos na escuridão sem riscos?

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Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos
A lâmpada é um meio para satisfazer a formulação da segunda questão
(necessidade de ter luz) e a luz é uma solução para satisfazer a necessidade
de nos deslocarmos na escuridão sem riscos.

A pesquisa da verdadeira necessidade deve orientar-se para alcançar os


seguintes objetivos:
🡪 Necessidade fundamental - deslocarmos na escuridão sem riscos;
🡪 Situar bem o problema – o fabricante de lâmpadas deve identificar
quem são os utilizadores, porque as utilizam e em que condições;
🡪 Expressar a necessidade – através das relações individuo/objeto e
uso/relação da procura (um impulso, um movimento que nos oriente para o produto).

Conceito de Necessidade – movimento que nos impele para o produto

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Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Conceção do Produto e Fases de Desenvolvimento

1.Geração da ideia – Que nicho é que não está preenchido?

1.Definição do produto – Quais as características tangíveis e não tangíveis


que o definem?

1.Seleção do processo – Como é que vai ser produzido o pacote de


serviços?

1.Trabalhadores necessários - Quais os postos de trabalho e que


qualificações?

1.Necessidades de instalações – quantas são necessárias e onde é que


devem ser situadas?
72
1.Necessidades de recursos
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Valor de um produto ou serviço não é apenas o seu custo ou


o preço que pagamos por ele.

73
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Um produto pode ter:

⮚Valor de uso – conjunto de propriedades que asseguram o desempenho


das funções que lhe são exigidas;

⮚Valor de estima – conjunto de propriedades que asseguram ao utilizador


prestígio, estatuto ou outro significado subjetivo;

⮚Valor de troca – conjunto de características que lhe possam ser


atribuídas num determinado momento

74
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Conceito de custo (geral) – conjunto dos custos de desenvolvimento e dos


custos de produção.

Custos de desenvolvimento:

⮚Investigação;
⮚Estudo e conceção do produto;
⮚Ensaios;
⮚Estudos de produção – lote piloto;
⮚Estudo e fabricação dos meios de produção.

75
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Custos de produção:

⮚Custos de mão-de-obra diretamente aplicada na produção


⮚Materiais
⮚Depreciação de equipamento especifico
⮚Energia
⮚Consumiveis
⮚Manutenção

76
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Custos de produção – Alguns devem ser distribuídos pelo custo unitário do


produto a fabricar.

Por vezes estes custos são realizados apenas uma vez.

Ex. custo de uma ferramenta que deve ser distribuído pelo nº. de peças
que vai fabricar.

77
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Existem outros custos de produção que crescem em função da quantidade a


produzir 🡪 Custos diretos e indiretos

🡪 Custos diretos:

- MO diretamente aplicada na produção;


- Materiais;
- Amortização de equipamento especifico;
- Energia;
- Componentes auxiliaries de produção;
- …..

🡪 Custos indiretos:
- MO indireta;
- Amortização de edificios e meios de produção;
- Custos financeiros;
- Fornecimentos e diversos; 78

- …..
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Custo Global (custo de todo o ciclo de vida do produto):

⮚Custo de aquisição;
⮚Custo de exploração;
⮚Custo de manutenção;
⮚Custo de eliminação;
⮚………

79
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Funções (conceito): serviços e/ou tarefas que o produto presta ao


utilizador

Funções:

⮚Principais – dão origem à concepção e realização.

⮚Secundárias ou complementares – decorrem da utilização do produto ou são


necessárias à satisfação das funções principais.

Nota: as funções secundárias não devem ser negligenciadas, devem ser


satisfeitas como as primárias.

80
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Funções (quanto à importância relativa):

⮚Serviço – realizadas por um produto como resposta à necessidade do utilizador.

⮚Técnicas ou de concepção – ações internas ao produto, com o intuito de


assegurar as funções de serviço.

81
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Ciclo de vida dos produtos/serviços (conceito)

⮚Etapas pelas quais os mesmos passam.

Nota: nem todos os produtos seguem o modelo do ciclo de vida dos


produtos/serviços

82
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos
Ciclo de vida

83
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Existe uma fase importante que não é preconizada por todos os


autores mas que existe em todos os produtos/serviços.

Fase da conceção ou design

Esta função está a cargo de funções como a engenharia


ou o marketing.

Elevado investimento, demorado, em alguns casos


poderá não ocorrer retorno.
84
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

Atualmente assistimos a menores ciclos - o tempo de vida dos produtos tem


diminuído como consequência da crescente oferta de novos produtos/serviços
e do aumento dos níveis de exigência dos clientes.

Ex: automóveis

85
Cap. IV – Desenvolvimento de Novos Produtos

● A redução do ciclo de vida dos produtos/serviços, exige das empresas e


organizações um elevado esforço de investigação e desenvolvimento de novos
produtos e processos, redução de tempos e de custos.

● É importante conhecer o ciclo de vida dos produtos que a empresa disponibiliza no


mercado para que se possa orientar a atuação da mesma e consequentemente
ambicionar melhores resultados.

● A estratégia de operações é afetada pelo ciclo de vida dos produtos/serviços e


pela fase em que os mesmos se encontram.

86
Cap. IV – Fases de conceção produto/serviço

87
Cap. IV – Modelo de Avaliação
Índice do Valor do Projeto (IVP) – Método de seleção de projetos

IVP = (PST*PSC*VA*L*V) / CTP

PST – Probabilidade de sucesso técnico (ex: escala de 0 a 100%)


PSC – Probabilidade de sucesso comercial (ex: escala de 0 a 100%)
VA – Volume anual (vendas anuais do produto em unidades)
L – Vida do produto em anos
V – Valor unitário de venda
CTP – Custo total do projeto (custos de exploração e investimento)
88
Cap. IV – Modelo de Avaliação
🡪 Para que um novo produto/serviço satisfaça o índice o IVP deverá ser superior a 1.

Nota: a decisão só deverá ocorrer após uma análise mais cuidada, nomeadamente
através da aplicação de critérios de avaliação financeira como sejam: VAL,TIR,
Período de Recuperação do Investimento, entre outros.

89
Cap. IV – Modelo de Avaliação
Exercício

A empresa XPTO pretende desenvolver um produto que previsivelmente terá o seguinte


comportamento no mercado:
∙ Presença no mercado ao longo de 5 anos;
∙ Vendas de 200 unidades de produto em cada um dos anos de comercialização do
produto, a um preço de venda de 15 €
∙ Probabilidade de sucesso técnico 80%
∙ Probabilidade de sucesso comercial 60%
∙ Os custos unitários de produção estão orçamentos em 10 €
∙ Com o desenvolvimento de projeto a empresa terá um custo orçamentado de 2000€

Pretende-se o cálculo do Índice de Valor do Projeto e o respetivo comentário. Seja


exaustivo na apresentação dos diferentes elementos.

90
Cap. IV – Modelo de Avaliação
Proposta de Resolução:

200 unid * 15€ * 5anos * 0,8 * 0,6


IVP = = 0,60
(200 unid * 10€ * 5anos) + 2000€

R: Com base no IVP este projeto não se apresenta viável (IVP=0,60< 1). Por cada
euro investido existe uma perda de 0,40€. Para uma análise mais criteriosa
poderiam utilizar-se outros indicadores de avaliação como o VAL , a TIR e o
payback.

91
Capítulo V – Gestão de Serviços

92
Cap. V – Gestão de Serviços
O que é?

Temos uma carência de detalhes quando tratamos da definição da Gestão


de Serviços, principalmente por se tratar de algo tão intangível, por isso,
vamos entender como conquistar nosso cliente diante desta situação.

Serviço é qualquer atividade ou benefício que uma parte possa oferecer a


uma outra, que seja essencialmente intangível e que não resulte
propriedade de alguma coisa. A sua produção pode ou não estar ligada a
um produto físico.

Kotler, 1988.

93
Cap. V – Gestão de Serviços
Vamos, então, entender 4 partes fundamentais: Perfil, Processos,
Procedimentos e Pessoas. Que formam os 4 P's da Gestão de Serviços.

⮚Entendendo nosso perfil


O local onde o nosso serviço será prestado é de grande valia, pois já que
estamos tratando de algo intangível, algum dos elementos do serviço deve
“encantar” o nosso cliente, e por que não no primeiro contato? A pergunta
certa a se fazer é: Qual o perfil do público que queremos conquistar?

⮚Entendendo os processos
Todos os passos que envolvem, desde o cliente conhecer seu serviço até
efetivamente o uso dele, são procedimentos internos a serem seguidos.
Os processos internos de uma gestão de serviços devem ser mapeados e
planeados para que o serviço chegue de forma clara e estruturada até ao
cliente.
94
Cap. V – Gestão de Serviços
⮚ Entendendo os procedimentos
Os procedimentos fazem parte do tratamento em que os clientes recebem de
seus funcionários. Lembrando sempre que estamos falando de algo intangível o
atendimento é algo que deve ser tratado como um procedimento essencial, por
isso deve-se formar os funcionários periodicamente. O atendimento não pode
parar logo após a venda.

⮚ Pessoas
As pessoas são a imagem mais concreta que seu consumidor tem da sua
empresa e dos seus serviços. Para que qualquer serviço possa chegar ao cliente
são necessárias pessoas para operarem os processos e procedimentos. Foco na
formação dos funcionários e procura de uma gestão voltada para pessoas.

95
Cap. V – Gestão de Serviços
Características da Gestão de Serviços:

⮚Intangibilidade (dificulta a quantificação e caracterização do output);

⮚Simultaneidade (criação e consumo ocorrem em simultâneo, impossibilidade


de armazenamento);

⮚Participação do cliente no processo (para além de input o cliente faz parte do


serviço);

⮚Contacto entre o cliente e o executante e possibilidade de o cliente ser um


elemento participativo no processo de entrega do serviço;

⮚Heterogeneidade;

⮚Dificuldade de especificação e medição.


96
Cap. V – Gestão de Serviços
Estratégias em Gestão de Serviço

Liderança no custo (eficiente utilização das instalações, controlo rigoroso


de custos e massificação de serviços), requer:

⮚Aposta em clientes de baixo custo (serviços menos exigentes e de menor


investimento);

⮚Uniformização de serviços (menos variedade e processos standard);

⮚Redução da componente humana na prestação do serviço;

⮚Redução de custos através de economias de escala.

97
Cap. V – Gestão de Serviços
Diferenciação (criação de um serviço que seja percebido pelo cliente
como único), requer:

⮚Opções por imagens de marca ou nomes sonantes;

⮚Aplicação de soluções tecnológicas e inovadoras;

⮚Tornar tangível o intangível;

⮚Personalizar produtos/serviços standard;

⮚Qualidade.

Focalização (setores de mercado específicos com necessidades bem


definidas).
98
Cap. V – Gestão de Serviços
Tipos de Processo em Operações de Fabricação – Foco na Organização do
Fluxo de Produção

99
Cap. V – Gestão de Serviços
Tipos de Processo em Operações de Serviço – Foco no Relacionamento
com o Cliente

100
Cap. V – Gestão de Serviços
Contacto com o Cliente

Tipo de Decisões a Contacto Elevado Contacto Baixo


Tomar
Local da Instalação Próxima do Cliente. Próxima dos Recursos.
Layout da Instalação Satisfazer necessidades Focar-se na eficiência
do Cliente. da Produção.
Processo Envolvem o Cliente. O Cliente não é
envolvido.
Competências dos RH’s Ao nível do contacto Competências Técnicas.
com o cliente.
Controle de Qualidade Dependentes do Possibilidade da sua
avaliador. mediação.
Programação O Cliente é integrado na A data da conclusão é
programação. questão fundamental
para o cliente. 101
Cap. V – Gestão de Serviços
Contacto com o Cliente
Tipo de Decisões a Contacto Elevado Contacto Baixo
Tomar
Planeamento da Não há possibilidade É possível planear
Produção de proceder a alterações sem perda de
armazenamento. vendas.
Alteração de ritmo
pode conduzir a perda
de vendas.
Padrão de Tempo Depende das Previamente
necessidades do estabelecidos.
Cliente.
Planeamento da Para evitar perdas de A possibilidade de gerir
Capacidade vendas a definição de stocks permite
capacidade deverá estabelecer a
considerar os capacidade perante
momentos de picos de valores médios de 102

procura. procura.
Cap. V – Gestão de Serviços
As Operações são ferramenta para o aumento dos lucros, aumento de
quota de mercado e desenvolvimento de novos mercados. Se geridas e
coordenadas da melhor forma ganham-se vantagens em:

⮚Sinergia (planos operacionais ligados ao Marketing e ao Desenvolvimento


de Sistemas de Informação).

⮚Flexibilidade (rapidez face à procura).

⮚Implementar a Produtividade (base para competir em mercados


mundiais).

⮚Produtos de elevada qualidade (manter posição s/custos).

⮚Computadores geram oportunidades (integração com a operação).

103
Cap. V – Gestão de Serviços
A qualidade e a melhoria da prestação do Serviço

⮚A qualidade em gestão de serviços é medida pela coerência entre as


expectativas e necessidades do cliente definidas à priori e a perceção
obtida após a experiência do serviço.

⮚A qualidade nos serviços está relacionada com a satisfação dos clientes.

104
Cap. V – Gestão de Serviços
A qualidade e a melhoria da prestação do Serviço

Atualmente as empresas têm ao seu dispor um conjunto de instrumentos


para avaliar a qualidade dos seus serviços:

⮚Inquéritos;

⮚Questionários;

⮚Auditorias;

⮚Visitas da gestão às instalações prestadoras de serviços;

⮚Conceito de “Cliente Mistério”.

105
Cap. V – Gestão de Serviços
Gestão de Filas de Espera – problema típico

Determinar a capacidade ótima para uma determinada fase do


processo produtivo (da prestação do serviço, do processamento, de
transferência), através da determinação do número de servidores ou
do output médio para o qual a combinação do custo de espera do
serviço e o custo do serviço prestado é mínimo.

Custo de espera da
entidade que procura o
serviço decresce à Custo da prestação do
medida que aumenta o serviço cresce à medida
nº. de servidores. que aumenta o nº. de
servidores.
106
Cap. V – Gestão de Serviços
Gestão de Filas de Espera
As filas de espera ocorrem na maioria dos serviços/produção/…, por
muito eficaz que seja a gestão da sua capacidade.

Ex. de filas de espera:


- pacientes à espera num serviço médico / clientes num balcão de um
entidade bancária ou seguradora / máquinas avariadas à espera do
técnico de manutenção / automóveis na portagem à espera para pagar
/ documentos numa impressora para serem impressos / …….

107
Cap. V – Gestão de Serviços
Gestão de Filas de Espera

Fonte ou população (dimensão):

● Finita – o nº.de clientes é determinado e a probabilidade de ocorrer uma nova


chegada depende do número de clientes que se encontram no sistema ( ex. se
numa fábrica algumas máquinas estão a ser reparadas, o número de máquinas
em funcionamento é menor, alterando-se as probabilidades de novas avarias).

● Infinita – a probabilidade de ocorrer uma nova chegada não é influenciada


pelo número de clientes que já se encontram no sistema (ex. agência bancária).

108
Cap. V – Gestão de Serviços
Gestão de Filas de Espera

Chegadas:

● Taxa de chegada – indica o número de chegadas.

● Dimensão da chegada – em regra verifica-se a unidade (os clientes chegam,


um de cada vez, ao sistema), mas pode ocorrer em grupo (ex. excursão que
chega a um centro turístico).

● Controlo das chegadas – controláveis (ex. marcação de consultas numa


clínica); incontroláveis (ex. chegada a uma portagem).

● Distribuição das chegadas – constantes (intervalo de tempo entre as chegadas


é fixo – ex. linha de montagem), aleatórias (não se consegue prever os intervalos
de tempo entre cada chegada – ex. loja). 109
Cap. V – Gestão de Serviços
Filas de Espera

Legenda:
λ – Taxa (média) de chegada numa fila de espera (p/unidade de tempo)
μ – Taxa (média) de serviço numa fila de espera (p/unidade de tempo)
ρ – Taxa de utilização da entidade servidora
nt – Número médio de “clientes” em espera na fila
ns – Número médio de “clientes” no sistema (espera + serviço)
tt – Tempo médio de espera do “cliente” na fila
ts – Tempo médio de espera do “cliente” no sistema (espera + serviço)
Pn – Probabilidade de estarem “n” “clientes” no sistema 110

*(P0-probabilidade de o sistema estar vazio)


Cap. V – Gestão de Serviços
Exercício de Filas de Espera

Determinado serviço recebe em média 10 clientes por hora. Cada atendimento em média
demora 5 minutos. Pressupondo distribuições Poisson para as chegadas e Exponencial
para o serviço, determine:
a)Índice de serviço.
b)Número médio de clientes no sistema.
c)Tempo médio de permanência do cliente na fila.
d)A probabilidade de estarem mais de 3 clientes no sistema.

111
Cap. V – Gestão de Serviços
Proposta de Resolução:
a) 1 clientes ----------------- 5 min
x ------------------60 min
μ = 12 clientes/hora
R: O índice de serviço é de 12 clientes/hora.
_
b) ns = 10 / (12-10) = 5 clientes/hora
R: Em média estão 5 clientes no sistema/hora.
_
b) tt = 10 / 12 (12-10) = 0,416667*60min=25 min

R: O tempo médio de permanência do cliente na fila é de 25 min.

d) P (n>3) = 1 – (P0+P1+P2+P3)
= 1 – (0,167+0,139+0,116+0,097)
=0,481
112
R: Existe uma probabilidade de aproximadamente 48,1% de se encontrarem
mais de 2 clientes no sistema.
Capítulo VI – Capacidade

113
Cap. VI – Capacidade

⮚ Capacidade de produção deve ser adequada à procura


esperada, evitando-se excessos ou subcapacidade.

⮚ Decisão de capacidade de um sistema de produção, tem


influência não apenas na função de produção, mas ao
nível global de uma organização, afetando desta forma
a sua competitividade.

⮚ Decisão tomada pela gestão de topo.

114
Cap. VI – Capacidade

Capacidade excessiva

Recursos não aproveitados

Custos elevados

Solução: Fortes acções promocionais ou redução de preços

115
Cap. VI – Capacidade

Capacidade reduzida

Perdas de vendas de clientes

Crescimento da concorrência

116
Cap. VI – Capacidade

Decisão sobre a capacidade a adotar tem impacto:

⮚Velocidade de resposta de uma organização ao mercado;


⮚Estrutura de custos;
⮚Composição da força de trabalho;
⮚Nível tecnológico;
⮚Necessidades de apoio de gestão e de staff;
⮚Política de stocks.

117
Cap. VI – Capacidade
Aspetos a ter em conta na determinação de capacidade:

⮚Necessidades do mercado;
⮚Tipos de inputs requeridos (matérias-primas, mão-de-obra, energia e
informação,…);
⮚Tecnologias disponíveis no mercado;
⮚Eficiência do processo;
⮚Fluxo do processo e velocidade de sequenciamento;
⮚Flexibilidade do processo.

118
Cap. VI – Capacidade

⮚ Capacidade (conceito) – quantidade de output que um sistema pode


realizar por unidade de tempo (ex: unidades/tempo; toneladas/mês;
unid./hora/….)

⮚ Capacidade Nominal (ou de projeto) – Capacidade de produção


para a qual um sistema foi concebido.

⮚ Capacidade Ótima – Corresponde à obtenção dos custos mínimos


unitários de produção (capacidade que uma empresa desejaria produzir
e que lhe trará benefícios).

119
Cap. VI – Capacidade

⮚ Capacidade Máxima – output máximo que pode ser obtido num


sistema quando os recursos são utilizados no máximo.

⮚ Capacidade de Segurança – diferencial de capacidade em excesso


relativamente à procura prevista.

⮚ Capacidade Efetiva– capacidade real em função de vários factores


como: matérias primas utilizadas, mix de produtos a fabricar e
quantidade e natureza da mão-de-obra.

120
Cap. VI – Capacidade
A Capacidade pode ser afetada por fatores:

Externos Internos

⮚ Concepção do produto;
⮚ Regulamentações governamentais;
⮚ Gama de produtos;
⮚ Acordos sindicais;
⮚ Pessoal;
⮚ Capacidade dos fornecedores.
⮚ Implantação e fluxo produtivo;
⮚ Capacidade do equipamento produtivo;
⮚ Gestão de materiais.

121
Cap. VI – Capacidade

Planeamento da capacidade – é de extrema importância


pois permite especificar o nível de capacidade que irá
satisfazer a procura do mercado de uma forma eficiente em
termos de custo.

Capacidade (3 dimensões temporais)

Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo

122
Capítulo VII – Planeamento da Produção

123
Capítulo VII – Planeamento da Produção
Previsão da Procura
▪ Faz parte da atividade diária dos processos de decisão dos gestores.
▪ É um fator determinante no processo de decisão, nomeadamente no
planeamento operacional e estratégico.
▪ Podem ser utilizadas várias técnicas para efetuar a previsão da procura.
▪ Iremos utilizar a regressão linear:
Determinar o parâmetro b:

Determinar o parâmetro a:

Aplicar a Equação da regressão linear, determiner y quando x é (valor):


124
Capítulo VII – Planeamento da Produção
Exercício de Previsão da Procura

Um fabricante de artigos de papelaria tem acompanhado a relação entre as


vendas e o investimento monetário em publicidade durante os últimos 8 anos.
Os resultados são:
Vendas (u.m.) Investimento (u.m.)
15000 485 Vendas é a variável
17500 500 dependente (Y)
19750 555
20450 598 Investimento é a variável
20960 615 independente (X)
21200 625
21750 600
23000 600

Utilize a regressão linear para estimar as vendas se a empresa investir 650


u.m. em publicidade no próximo ano.
125
Capítulo VII – Planeamento da Produção
Proposta de Resolução:

92.205.750 – 8*572,25*19.951,25
b= = 0,047
20.958.084 – 8*327.470,06

a = 19.951,25 - 0,047*572,25 = 19.924,35

Y = 19.924,35 + 650*0,047 = 19.954,90

R: Para um investimento de 650 u.m. esperam-se vendas de aproximadamente 19.954,90


u.m.
126
Capítulo VII – Planeamento da Produção
Planeamento Agregado
▪ É de extrema importância no processo de tomada de decisão porque permite
estimar as quantidades de produção necessárias num período que pode mediar
entre 3 e 18 meses.
▪ O planeamento agregado da produção procura encontrar o equilíbrio entre os
recursos da empresa, no que respeita essencialmente à sua capacidade .
▪ Políticas a adotar:
▪ Plano de produção exata com mão de obra variável;
▪ Plano de Produção com mão de obra variável, com stock ou falta de
stock;
▪ Plano de Produção com mão de obra reduzida, com recurso à
subcontratação.
127
Capítulo VII – Planeamento da Produção
Exercício de Planeamento Agregado
Determinada empresa pretende estabelecer um plano de produção para os
próximos 3 meses, sendo conhecidos os seguintes dados de informação:
Custo de posse por mês) (u.m.) 4
Custo da falta de stock p/unidade (u.m.) 5 Dias úteis por mês
Custo de excesso de stock 3 Janeiro 22
Custos unitários de produção 100 Fevereiro 19
Custo de subcontratação p/trab. (u.m.) 120 Março 21
Custo de contratação e formação p/trab. (u.m.) 180
Custo da hora extra 6
Previsão da procura unidades
Custo de demissão p/trabalhador (u.m.) 195 Janeiro 12 000
Horas de mão-de-obra necessárias (por unidade) 5 Fevereiro 11 550
Custo p/ hora normal de trabalho (u.m.) 5 Março 16 725
Stock inicial (unidades) 1 025
Horas de trabalho por dia 8 128

Stock de segurança (sobre a procura) 25%


Pretende-se que elabore os seguintes mapas:
Capítulo VII – Planeamento da Produção
Exercício de Planeamento Agregado (cont.)

a) Planeamento agregado para os próximos 3 meses

Janeiro Fevereiro Março


Stock inicial (1) 1 025 3 000 2 888
Previsão da procura (2) 12 000 11 550 16 725
stock de segurança (3) 3 000 2 888 4 181
Necessidade de produção (4) 13 975 11 438 18 018
(4)= (2)+ (3) – (1)
Stock final (5) 3 000 2 888 4 181

129
Capítulo VII – Planeamento da Produção
Exercício de Planeamento Agregado (cont.)
b) Plano de Produção exacta – M.O. variável
Janeiro Fevereiro Março TOTAL

Necessidade de produção (6) = (4) 13 975 11 438 18 018 -


Horas de produção necessárias (7) = 69 875 57 190 90 091 -
(6)*horas M.O.necess
Dias úteis por mês (8) 22 19 21 -
Horas de trabalho por mês p/trabalh.(9) =dias 176 152 168 -
úteis*horas trab/dia
Trabalhadores necessários (10) = (7)/(9) 398 377 537 -
Trabalhadores contratados (11) - - 160 -
Custo com contratação (12) - - 28.800€ 28.800€
Trabalhadores demitidos (13) - 21 - -
custos com demissão (14) - 4 095€ - 4.095€
Custo do tempo de trabalho (15)= 349.375€ 285.950€ 450.456€ 1.085.781€
(7)*custo hora norm trab
CUSTO TOTAL 1.118.676€
130
Capítulo VII – Planeamento da Produção
Exercício de Planeamento Agregado (cont.)
c) Plano de Produção – M.O. Constante – stock e falta de stock
Janeiro Fevereiro Março TOTAL
Stock inicial (16) 1 025 4 443 6 208 -
Horas disponíveis de produção (17) =(8)*h 77 088 66 576 73 584 -
trab dia*(hor prod nec/ho dis)
Produção real (18) = (17)/horas M.O. Nec 15 418 13 315 14 717 -
Previsão da procura (19) =(2) 12 000 11 550 16 725 -
Stock final (20) = (16)+(18)-(19) 4 443 6 208 4 200 -
Custos de produtos em falta (21) - - - -
Stock de segurança (22) 3 000 2 888 4 181 -
Produtos em falta (a subcontratar) - - - -
stock em excesso (23) = (20)-(22) 1 443 3 320 18 -
custo de stock em excesso (24) 4.327,80€ 9.959,40€ 55,05€ 14.342,25€
custo de h normal (25) = (17)*cust h norm 385.440€ 332.880€ 367.920€ 1.086.240€
131
CUSTO TOTAL 1.100.582,25€
Capítulo VII – Planeamento da Produção
Exercício de Planeamento Agregado (cont.)
d) Plano de Produção – M.O. Reduzida – Subcontratação
Janeiro Fevereiro Março TOTAL
Necessidades de produção (26)=(4) 13 975 11 438 18 019 -
Dias úteis por mês (27)=(8) 22 19 21 -
horas disponíveis de produção(28)= 66 352 57 304 63 336 -
(27)*8h*nº.trab. Fev.( H.necess
Fev/H.dispo. Fev.)
Produção real (29) = (28) / horas MO 13 270 11 460 12 667 -
necess.p/unidade
Unidades subcontratadas (30)=(26)-(29) 705 - 5 351 -

Custo da subcontratação (31)= 14.092€ - 107.021€ 121.113€


(30)*(custo de subcontratação - custo
unit.produção)
Custo de hora normal de trabalho(32)= 331.760€ 286.520€ 316.680€ 934.960€
(28)*custo H normal de trabalho 132

CUSTO TOTAL 1.056.073€

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