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As ondas eletromagnéticas são úteis em diversos campos de estudo, tais como teorias da
medicina, geofísica, geologia, física, entre outras. Em decorrência de pesquisas com esse
tipo de onda, surgiram invenções como televisores, rede de internet, fornos micro-ondas,
e outros aparelhos utilizados por muitos no dia a dia. Principalmente no campo da física,
mas também bastante presente na medicina, há uma ampla gama na utilização de ondas
luminosas e ondas de raios-x. Nesse contexto, este trabalho objetiva promover um melhor
entendimento sobre os comportamentos e as particularidades físicas dessas ondas e sua
contribuição para com o avanço científico e tecnológico, através de estudos sobre a
incidência de feixes de luz e raios-x em fendas/obstáculos.
PALAVRA – CHAVE: Eletromagnetismo, gama, ondas, raios-x, fisica
Electromagnetic waves are useful in various fields of study, such as theories of medicine,
geophysics, geology, physics, among others. As a result of research with this type of
wave, inventions such as televisions, internet networks, microwave ovens, and other
devices used by many in their daily lives have emerged. Mainly in the field of physics,
but also quite present in medicine, there is a wide range in the use of light waves and x-
ray waves. In this context, this work aims to promote a better understanding of the
behavior and physical characteristics of these waves and their contribution to scientific
and technological advancement, through studies on the incidence of light beams and x-
rays in cracks/obstacles.
KEYWORD: Electromagnetism, gamma, waves, x-rays, physics
1 INTRODUÇÃO
Como base, a difração descreve uma aparente flexão das ondas, sejam
elas sonoras, ondas na água e ondas onda com o obstáculo gerado [4]
eletromagnéticas, seguindo está linha de Ao passar pelo ponto do espaço,
pensamento, princípio de Huygens relata as ondas difratadas, pelo mesmo ponto
que quando uma fenda é posta entre uma de origem, apresentam a mesma fase e
fonte luminosa e uma tela, há a formação por isso podem interagir uma com a
de interferências criadas pelo meio, outra naquele ponto, o processo de
quando a onda contorna o obstáculo cria recombinação exibe-se devido as
trajetórias diferentes que variam seus propriedades periódicas ao longo do
comprimentos totais e acabam se espaço e do tempo que combinam seus
recombinando ao passar por um dado máximos e mínimos de amplitude com
ponto no espaço, logo a difração dependência da interação do
relaciona a ação entre a interação da comprimento de onda total [4].
λ
sin (𝜃 ) = (1)
𝑎
Fazendo o mesmo processo para
mais ondas, da equação (1), descobre-se
os próximos mínimos em [4]
mλ
sin(𝜃 ) = (2)
𝑎
Sendo que os pontos de intensidade
zero podem assumir os valores de m=
±1, ±2, ±3, …, sendo λ o comprimento
da onda e ‘a’ a largura da fenda [4].
3.1 INTENSIDADE DA LUZ DIFRATADA POR UMA FENDA
o
Figura 2: Difração em uma fenda: posição dos 4 DIFRAÇÃO POR UMA
mínimos. ABERTURA CIRCULAR
6 REDES DE DIFRAÇÃO
(a) Gráfico teórico da difração produzida por
uma única fenda de largura a finita Denomina-se rede de difração um
conjunto que contém um número grande de
fendas paralelas, todas com a mesma largura a
e a mesma distância d entre os centros de duas
fendas consecutivas. A primeira rede de
difração foi construída por Fraunhofer, usando
fios finos. As redes podem ser feitas com uma
ponta de iamante para gerar sulcos igualmente
(b) Gráfico teórico da intensidade em um
espaçados sobre uma superfície de vidro ou de
experimento de interferência com duas fendas
metal, ou então fazendo-se a redução de uma
infinitamente estreitas (a)
fotografia de um conjunto de faixas claras e
escuras impressas sobre uma folha de papel.
Para uma rede de difração, o termo fenda
geralmente pode ser substituído por ranhura ou
linha [7].
A partir das análises da ocorrência de
difração em fendas, chega-se em um conjunto
(c) Gráfico teórico da intensidade em um
contendo um expansivo número de fendas,
experimento com duas fendas de largura a
todas com a mesma largura a e mesma distância
finita. A curva de (b) se comporta como uma d,originando uma rede de difração. A primeira
envoltória, modulando a intensidade das rede de difração foi construída por Fraunhofer,
franjas de (b). usando fios finos. As redes podem ser feitas
com uma ponta de diamante para gerar sulcos
igualmente espaçados sobre uma superfície de
vidro ou de metal, ou então fazendo-se a redução
de uma fotografia de um conjunto de faixas
claras e escuras impressas sobre uma folha de Figura 5: (a) A curva de intensidade
produzida por uma rede de difração com
papel [7]. muitas ranhuras é constituída por picos
A Figura 5 representa a seção reta de uma estreitos, que aqui aparecem rotulados pelos
números de ordem, m.
rede de transmissão, as fendas são
(b) As franjas claras correspondentes, vistas
perpendiculares ao plano da página e a figura de em uma tela, são chamadas de linhas e
interferência é formada pela luz transmitida também foram rotuladas pelo número de
ordem m.
através das fendas. A figura retrata um
diagrama com seis fendas; entretanto, uma rede
real pode conter milhares de ranhuras. A
distância d entre os centros de duas fendas
consecutivas denomina-se espaçamento da
rede. Um feixe plano de luz monocromática
incide perpendicularmente da esquerda para a
direita sobre a rede, considerando a condição de Fonte: HALLIDAY, D. et al, 2016
Fraunhofer, isto é, a tela está situada a uma Figura 6: Os raios que vão das ranhuras de
uma rede de difração até um ponto distante
distância suficientemente grande para que os P são aproximadamente paralelos. A
diferença de percurso entre raios vizinhos é d
raiosque emergem da rede e atingem um ponto
sen θ, em que θ é o ângulo indicado na
da tela, possam ser considerados paralelos [7]. figura.
𝑑 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = 𝑚𝜆
Fonte: HALLIDAY, D. et al, 2016 Para determinar as posições das linhas
na tela de observação, supomos que a tela está
suficientemente afastada da rede para que os
raios que chegam a um ponto P da tela sejam
aproximadamente paralelos ao deixarem a rede
de difração (Fig. 36-20). Em seguida, aplicamos medidos e a Equação 36.13 serve para
a cada par de ranhuras vizinhas o mesmo calcular os comprimentos de onda. Usando
raciocínio que usamos no caso da interferência uma rede com muitas fendas, são obtidos
causada por duas fendas. A distância d entre máximos muito agudos, e os desvios
ranhuras vizinhas é chamada de espaçamento angulares (e, portanto, os comprimentos de
da rede. (Se N ranhuras ocupam uma largura onda) podem ser determinados com
total w, então d = w/N.) A diferença entre as precisão [7]
distâncias percorridas por raios vizinhos é d sen Os comprimentos de onda podem ser
θ (Fig. 36-20), em que θ é o ângulo entre o eixo determinados com precisão. Uma
central da rede e a reta que liga a rede ao ponto importante aplicação dessa técnica é usada
P. Haverá uma linha em P se a diferença entre na astronomia. À medida que a luz gerada
as distâncias percorridas por raios vizinhos for dentro do Sol passa por sua atmosfera,
igual a um número inteiro de comprimentos de certos comprimentos de onda são
onda, ou seja, se em que λ é o comprimento de absorvidos seletivamente. O resultado é
onda da luz. A cada número inteiro m, exceto m que o espectro de luz solar produzido por
= 0, correspondem duas linhas diferentes, uma rede de difração apresenta linhas de
simetricamente dispostas em relação à linha absorção escuras (Figura 36.18).
central; assim, as linhas podem ser rotuladas de Experiências de laboratório mostram que
acordo com o valor de m, como na Fig. 36-19. diferentes tipos de átomos e íons absorvem
Esse valor é chamado de número de ordem, e as luz de diferentes comprimentos de onda.
linhas correspondentes são chamadas de linha Comparando esses resultados de
de ordem zero (a linha central, para a qual m = laboratório com os comprimentos de onda
0), linhas de primeira ordem, linhas de segunda de linhas de absorção no espectro da luz
ordem, e assim por diante[4]. solar, os astrônomos podem deduzir a
6.1 ESPECTROSCÓPIO DE REDE composição química da atmosfera do Sol.
A mesma técnica é usada para fazer
As redes de difração são análises químicas de galáxias que estão a
amplamente empregadas para medir o milhões de anos-luz de distância [7].
espectro da luz emitida por uma fonte, uma A Figura 7 mostra o projeto de um
técnica chamada de espectroscopia ou espectrômetro de rede usado na
espectrometria. A luz incidente sobre uma astronomia. Nessa figura, é usada uma rede
rede de difração com espaçamento de transmissão; porém, em outros
conhecido sofre dispersão e forma um dispositivos, costuma-se usar redes de
espectro. Os ângulos dos desvios são então reflexão. Nos projetos mais antigos, usava-
se um prisma em vez de uma rede, e Figura 8: Diagrama de um espectrômetro
baseado em rede de difração para uso em
formava-se um espectro por dispersão
astronomia
(veja a Seção 33.4) em vez de por difração.
No entanto, não existe nenhuma relação
simples entre comprimento de onda e
ângulo de desvio em um prisma. Os
prismas absorvem parte da luz que passa
por eles e são menos eficazes para lidar
com muitos comprimentos de onda não
visíveis que são importantes na
astronomia. Por essas e outras razões, as
redes são preferidas em aplicações que Fonte: YOUNG, D. FREEDMAN, A. 2016.
começou no final do século XIX, a partir de estudar intensamente essa radiação e descobriu
vácuo, onde era aplicada uma diferença de de impressionar chapas fotográficas [8]. Essas
potencial entre dois terminais opostos, gerando descobertas fizeram com que Röntgen ganhasse
uma corrente elétrica dentro do tubo. Nesta o primeiro prêmio Nobel de Física, em 1901,
pelo descobrimento dos Raios-X [9].
Já a difração de raios-X (DRX) foi elétron de uma camada mais externa passa à
historicamente descoberta em 1912, por Max camada K (III), liberando energia na forma de
Von Laue e seus alunos Walter Friedrich e Paul um fóton de Raio-X (IV). A energia do fóton de
Knipping, ao obterem o padrão de difração de raio-X é equivalente a diferença de energia
um cristal de sulfato de cobre [10]. Percebeu-se entre as duas camadas do átomo [8].
então que, quando as ondas atravessam fendas Figura 10: Produção de Raios-X a nível
ou contornam pequenos obstáculos que atômico
possuem dimensões correspondentes ao seu
comprimento de onda, ocorre a difração.
8.2 PRODUÇÃO DE RAIOS X
Os raios-X são gerados ao desacelerar Fonte: Bleicher e Sasaki, 2000.
rapidamente uma partícula que se encontrava
com alta energia de movimento, sendo que a A intensidade e a faixa de
forma mais comum de se fazer isso é colidir um comprimentos de onda produzidos pelo tubo
elétron de alta energia (gerado em um tubo podem ser aumentadas ao elevar a diferença de
catódico) com um alvo metálico que potencial entre os terminais, como mostra a
desempenhará papel do ânodo, como mostrado Figura 11. Cada uma das curvas da figura
observar com a luz visível em um simples reflexão, nos diversos planos atômicos
experimento. Ao posicionar uma bola de tênis paralelos no interior do cristal. Dessa forma,
na frente da parede, incidindo uma luz visível cada plano refletia uma pequena parte da
diretamente a ela, será possível visualizar um radiação e os feixes difratados eram produzidos
círculo na parede. Esse círculo diminui ao por essas reflexões. E então, denominou-se a
aproximar a bola da parede e aumenta ao afastá- difração de raios-X como sendo um fenômeno
apenas o tamanho da bola, o círculo formado na os elétrons dos átomos que compõem um
parede vai diminuído até que chegará um material, ocorrendo um espalhamento do feixe
momento em que será possível observar uma de forma que a onda espalhada possui direção
figura semelhante à Figura 12. Esse fenômeno definida, mesma fase e mesma energia da onda