Você está na página 1de 40

evolução da proteção e seletividade 
A evolução da proteção e seletividade
em sistemas elétricos industriais

Cláudio S Mardegan
Cláudio S. Mardegan

EngePower Engenharia Com. Ltda
(011) 3579 8777
(011) 3579‐8777
1 - Objetivo
2 - Breve histórico
3 - O arco elétrico
4 - Evolução da proteção e seletividade em sistemas elétricos industriais
5 - Conclusões e Recomendações
1 - OBJETIVO

O objetivo desta palestra é mostrar um breve resumo


histórico da eletricidade e a evolução da proteção,
seletividade e segurança, com o tempo tempo.. Mostra-
Mostra-se
também a ampliação
p ç do antigo
g foco da engenharia
g de
sistemas:: inicialmente o foco era na somente na
sistemas
proteção, passando posteriormente a se pensar em
seletividade p porém, com foco na p proteção
ç dos
equipamentos, do sistema elétrico e na minimização da
perda de produção
produção.. Atualmente o foco ficou mais
abrangente, além dos citados, foca foca--se também e
principalmente a proteção do ser humano humano.. Assim,
mostra--se a importância da integração dos estudos de
mostra
curto--circuito, seletividade, proteção e arc flash.
curto flash.
1879 – Thomas Alva Edson – aperfeiçoou a lâmpada e inventou
geradores comutadores,
geradores, comutadores soquetes e fusíveis,
fusíveis tudo em Corrente
Contínua..
Contínua
1882 – Energizou a 1ª Usina Geradora em CC em NY
NY..

1886 – George Westinghouse e Nicolau Tesla inventam a corrente alternada


Primórdios Sistemas ACs Î Sistemas monofásicos
Inicialmente Aterramento Sistema Î Não Aterrados
Aumento de p
potência Î Sistemas Trifásicos
Como os sistemas eram não aterrados começaram a surgir as sobretensões
transitórias as quais podem chegar de 5 a 8 x Vn
Vn,, queimando equipamentos.
equipamentos.
Surgiu então uma nova corrente que defendeu a bandeira de que os sistemas
solidamente aterrados eram melhores.
melhores.
Evolução Î para sistemas aterrados
A filosofia de aterrar solidamente o sistema rapidamente se propagou e ficou,
devido ao fato de que quando de uma falta à terra, desligava-
desligava-se o sistema (e não
queimava os equipamentos) e a falta era rapidamente localizada
localizada.. Fato que não
acontecia com os sistemas não aterrados.
aterrados.
Aumento da potência dos transformadores e das tensões secundárias
(120Î
120Î208
208VVÎ220
220ÎÎ380
380VVÎ440
440VVÎ460
460VVÎ480
480V)
V)
A partir de 1943 Dalziel inicia publicação de uma série de artigos referentes ao
cálculo da corrente de choque
choque..
< 1950 Î Foco apenas na proteção
proteção.. Os primeiros sistemas não eram aterrados e
as cargas eram de baixa potência e assim, as tensões de transmissão e
distribuição não eram elevadas.
elevadas.
Com o aumento da potência das cargas foi necessário elevar a tensão para
transmitir a energia elétrica (cada vez para lugares mais distantes) e rebaixar nos
pontos de consumo
consumo.. Os transformadores de distribuição foram aumentando de
tamanho
tamanho.
h .
Somente na década de 50 é que se começou a pensar e executar a seletividade,
o seja,
ou ej quando
q ndo de um m curto
curto-
to-circuito,
i ito procurar
po de lig -se
desligar-
desligar e apenas
pen o dispositivo
di po iti o
de proteção imediatamente à montante da falta.
falta.
Com o aumento contínuo da ppotência dos transformadores e da tensão secundária
dos transformadores, começaram a surgir as faltas por arco em baixa tensão, as
quais mostraram-
mostraram-se altamente destrutivas.
destrutivas.
1960 - Kaufmann,
Kaufmann R. H. and Page,
Page J. C., escrevem o artigo “Arcing
Arcing fault protection
for low
low--voltage power distribution systems
systems— —nature of the problem,” AIEE
Transactions Power Apparatus Systems, vol
vol.. 79,
79, pp.
pp. 169–
169–167,
167, June 1960.
1960.
1961 – 1a Edição
Edi ã da
d norma IEEE Std
S d 80 “IEEE Guide
G id for
f Safety
S f i AC Substations
in S b i
Grounding”.. Este Guia possui contribuições valiosas de Dalziel (corrente de
Grounding”
choque)) e Sverack (Tensões de passo e toque)
choque toque)..
Danos devidos às faltas por arco começam a se tornar mais frequentes
frequentes..
Faltas por arco Î IEEE STD 141 (RED BOOK) cria fatores para determinar o valor
mínimo provável da corrente de falta por arco
arco..
1977 - Stanback
Stanback,, H. I., publica artigo “Predicting damage from 277-277-V single
phase to ground arcing faults,” IEEE Transactions on Industry Applications, vol
vol.. IA-
IA-
13,, no.
13 no. 4, July/Aug
July/Aug.. 1977.
1977.
As companhias de seguro americanas estavam pagando elevados valores para
repor os painéis de baixa tensão
tensão..
Assim, em 1978,
1978, o NEC incluiu a Seção, o 230
230--95,
95, a qual falava de faltas através
de arco em baixa tensão,
tensão inserindo a necessidade de proteções específicas de
terra em todos os sistemas com mais de 1000 A e com tensão fasefase--terra acima de
150V
150 V. Adicionalmente prescreveu o ajuste máximo a ser implementado nesta
proteção..
proteção

TEMPO
PICK UP (MÁX. 1200 A)

NEC
1s

TEMPORIZAÇÃO

1200 A 3000 A CORRENTE

1979 – Primeira edição da norma NFPA


NFPA--70
70EE (National Fire Protection Association
Association))
- “Standard for Electrical Safety Requirements for Employee Workplaces” –
Normas e requisitos de segurança elétrica para os locais de trabalho
trabalho..
1982 – Ralph Lee publica o artigo “The other electrical hazard
hazard:: electrical arc blast
burns ” IEEE Transactions on Industry Applications,
burns, Applications vol 1A-1818.. no
no.. 3, p. 246
246,,
May/June 1982.
1982.

1986 - Dunki
Dunki--Jacobs, J. R., apresenta o artigo “The
The escalating arcing ground
ground--fault
phenomenon,” IEEE Transactions on Industry Applications, vol. vol. IA-
IA-22
22,, no.
no. 6,
Nov../Dec
Nov /Dec.. 1986.
1986.

1987 – Ralph Lee and Dunki


Dunki--Jacobs, J. R., apresentam o artigo “Pressures
developed by arcs,” IEEE Transactions on Industry Applications, vol 1A-23,
23, pp.
pp.
760–
760 –764
764,, 1987
1987..
1991 Î OSHA (Occupational Safety and Health Administration) inclui práticas
seguras em eletricidade e além do choque elétrico,
elétrico, adiciona o risco do arco
elétrico..
elétrico
1995 – Na quinta edição da norma NFPA NFPA--70E
70E é incluída
incluída,, pela primeira vez o
conceito de limites de aproximação e arco
arco..
1982 – Ralph Lee publica o artigo “The other electrical hazard
hazard:: electrical arc blast
burns ” IEEE Transactions on Industry Applications,
burns, Applications vol 1A-1818.. no
no.. 3, p. 246
246,,
May/June 1982.
1982.

1986 - Dunki
Dunki--Jacobs, J. R., apresenta o artigo “The
The escalating arcing ground
ground--fault
phenomenon,” IEEE Transactions on Industry Applications, vol. vol. IA-
IA-22
22,, no.
no. 6,
Nov../Dec
Nov /Dec.. 1986.
1986.

1987 – Ralph Lee and Dunki


Dunki--Jacobs, J. R., apresentam o artigo “Pressures
developed by arcs,” IEEE Transactions on Industry Applications, vol 1A-23,
23, pp.
pp.
760–
760 –764
764,, 1987
1987..
1991 Î OSHA (Occupational Safety and Health Administration) inclui práticas
seguras em eletricidade e além do choque elétrico,
elétrico, adiciona o risco do arco
elétrico..
elétrico
1995 – Na quinta edição da norma NFPA NFPA--70E
70E é incluída
incluída,, pela primeira vez o
conceito de limites de aproximação e arco
arco..
2000 – Na sexta edição da norma NFPA NFPA--70
70EE inclui
inclui--se o conceito de zona limite
para proteção de arco e os EPI
EPI´´s (roupas e luvas
luvas)).

2002 – Publicação
ç da norma IEEE Std 1584 - IEEE Guide for Performing
g
Arc--Flash Hazard Calculations
Arc

2004 – Na sétima edição da norma NFPA


NFPA--70E
70E inclui-
inclui-se o método de cálculo do
IEEE Std 1584.
1584.
3 - O ARCO ELÉTRICO

Definição
O arco elétrico é uma descarga que pode surgir sempre que houver o rompimento
(falha
f lh ) do
falha) d dielétrico
di lét i (isolação
i l ã ) de
isolação) d um pontot em relação
l ã à um terra
t (ou massa
massa)) ou
entre dois pontos de potenciais diferentes.
diferentes. A interrupção de correntes também
provoca arcos.
arcos.
3 - O ARCO ELÉTRICO

Para entender o arco, considere a figura seguinte, onde os terminais do gap


representam os condutores e o ar é o dielétrico:
dielétrico:

R L

U,I)
TUDE (U
GAP
U
AMPLIT

TEMPO
- Curva Vermelha : Tensão
- Curva Azul : Corrente
3 - O ARCO ELÉTRICO
Principais características das faltas por arco são
são::

DE (U,I)
9 Correntes intermitentes e descontínuas
descontínuas;;
9 As ondas de corrente são não senoidais;
senoidais;

AMPLITUD
9 A teoria fasorial não aplicável;
aplicável;
9 A cada semi-
semi-ciclo apaga e tem uma ignição;
ignição;
9 T
Tem características
t í ti resistivas;
resistivas
i ti ;
9 O valor da corrente de arco é menor que a do
curto--circuito franco (bolted
curto bolted)); TEMPO
- Curva Vermelha : Tensão
- Curva Azul : Corrente

9 No início e no fim do arco a temperatura


chega a 4500oC
4500oC
9 Elevadas temperaturas (10000 a 20000
20000oC
oC–

4x a temperatura superf
superf.. sol)
3 - O ARCO ELÉTRICO
9 Pode atingir o estado de plasma (4o estágio da
matéria);
matéria)
té i );
9 Abaixo de 150
150V
V praticamente se auto
auto--extingue
9 Em média tensão a tensão de arco atinge g de 500
a 1000 V
9 Em painéis a potência máxima instantânea pode
chegar
h a 40
40MW
MW nos arcos

9 Caminham para a fonte


9 Procuram as pontas (retiram material
das pontas , as mesmas ficam
arredondadas)
9 A luminosidade do arco pode chegar a
2000 vezes a luminosidade de um
escritório
9 Gera elevada pressão internamente aos
painéis..
painéis
3 - O ARCO ELÉTRICO

9 Podem derreter os componentes


p
internos da gaveta / cubículo
cubículo;;

9 Costumam danificar as gavetas acima


da g
gaveta em falta e toda coluna onde
ocorreu a falta, principalmente a gaveta
mais alta;
alta;
9 Podem
P d d ifi
danificar várias
á i colunas
colunas;
l ;

9 Podem queimar cabos


em leitos sobre o painel
painel..
3 - O ARCO ELÉTRICO

9 Arcos numa mesma fase (terminais mal


encaixados de disjuntores e gavetas extraíveis)
não são identificados como falta para os relés de
sobrecorrente.. Para a proteção é necessário
sobrecorrente
utilizar relé foto sensível
sensível;;
9 Painéis que não são à prova de arco o mesmo se
expande para forafora..
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
EVOLUÇÃO DO CURTO
CURTO--CIRCUITO

Estudos de Estudos de Estudos de


Curto-Circuito p/ Curto-Circuito p/ Curto-Circuito p/
Dimensionamento Cálculos de corrente Cálculos de corrente por arco e
de Equipamentos por arco Energia Incidente
(ctes multiplicativas) (estudos estatísticos do IEEE)

LINHA DO TEMPO
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
A determinação do valor da corrente de curto
curto--circuito é importante para
para::
a Verificação da capacidade térmica e dinâmica de equipamentos (chaves
seccionadoras barramentos,
seccionadoras, barramentos relés,
relés cabos,
cabos motores,
motores transformadores e
transformadores de corrente)
aEsforços interrupção (breaking
breaking)) e fechamento (making
making)) em disjuntores
disjuntores;;
aVerificação da saturação de transformadores de corrente
corrente;;
aDeterminação de ajustes dos dispositivos de proteção
proteção;;
aCálculo das correntes por arco

D
Dependendo
d d ded sua aplicação
li ã deve
d
deve-
-se seguir
i certos
t procedimentos
di t e/ou
/ normas
para a sua determinação (o seu valor pode ser simétrico, assimétrico, rms
rms,, de
pico, no primeiro ½ ciclo ou num instante de interesse, pode ter ou não
contribuição de motores,
motores pode ter diferentes correntes de contribuição de
geradores dependendo do período subtransitório ou transitório,).
transitório,).
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS

Esforços de Interrupção
Tipo do equipamento Definição do tipo de curto simulado
Norma ANSI
Disjuntores
Norma IEC
Verificação
ç da capacidade
p térmica,, dinâmica de equipamentos
q p e saturação
ç de TCs
Chaves Seccionadoras (*)
Barramentos (*)
Transformadores de Corrente (*) Curto--Circuito convencional
Curto

Saturação de TCs

(*) Caso a norma esteja definida na placa do equipamento simula-


simula-se o curto
ANSI ou IEC.
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
Determinação de ajustes dos dispositivos de proteção e Arc Flash
Utiliza--se o Curto-
Utiliza Curto-Circuito Convencional
Convencional..
aTrifásico (Arc Flash)
aFase
Fase--Terra (IEEE Std 1584 não inclui este tipo de falta)
Além disso, dependendo da temporização a ser dada aos dispositivos de proteção,
deve--se atentar para
deve para::
aPeríodo Subtransitório
Assimétrico RMS – Relés com temporização inferior a 150 ms
aPeríodo Transitório
Simétrico RMS – Relés com temporização superior a 150 ms
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
C
Como mostrado
t d anteriormente
t i t a corrente
t de d arco não
ã possuii característica
t í ti nãoã
senoidal e a teoria fasorial não se aplica
aplica.. Assim, o IEEE Std 1584 definiu uma
metodologia para o seu cálculo
cálculo..
Cálculo da Corrente de Arco
Para tensões até 1 kV:
kV:
( K + 0 , 662. log( I bf ) + 0 , 0966.V + 0.000526.G + 0 , 5588.V . log( I bf ) − 0 , 00304G . log( I bf )
I a = 10
Cálculo da Corrente de Arco
Para tensões acima de 1 kV:
kV:
( 0 , 00402+ 0 , 983. log( I bff ))
I a = 10
Ibf Æ Corrente de curto – circuito franca [kA]
V Æ Tensão [kV]
G Æ Distância entre condutores[mm]
Ia Æ Corrente de arco [kA]
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
NFPA 70E
70E - Anexo
A C IEEE 1584 2002
(National Fire Protection (Institute of Electrical and
Association))
Association Electronics Enginneers
Enginneers)
g ) –
Método Teórico Método Empírico

Métodos preferidos pela Indústria


O modelo IEEE 1584 foi incorporado pela norma NFPA 70E
70E
Portanto,, atualmente a norma NFPA 70E
Portanto 70E possui duas metodologias de cálculo
cálculo..
No Método Teórico estima
estima--se a energia incidente baseando-
baseando-se em um valor
teórico máximo,
máximo, conforme descrito no trabalho de Ralph Lee.
Lee.
N Método
No Mét d Empírico
E íi (IEEE 1584
1584)) estima-
estima
ti -se a energia
i incidente
i id t a partir ti de
d
equações desenvolvidas através de análises estatísticas retiradas de inúmeros
testes de laboratório
laboratório..
Com este método chega
chega--se à EPI´
EPI´s de classes menores
menores,, com proteção e melhor
conforto e desta forma evita excessos na determinação dos EPI´
EPI´s, o que também
provoca condições inseguras (desconforto
desconforto,, diminuição da mobilidade,
mobilidade, visibilidade)
visibilidade).
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS

Ralph Lee
O modelo de Ralph Lee baseia
baseia--se na máxima energia de arco incidente , conforme
equações abaixo
abaixo..
Unidades Inglesas Unidades Métricas

793 ⋅ I bf ⋅V ⋅ t 2,142 ⋅106 ⋅ I bf ⋅V ⋅ t


Ei = 2
Ei = 2
D D
Ei ÆEnergia máxima incidente [cal/
[cal/cm²
cm²]] ou [J/cm²
[J/cm²]]
D Æ Distância de trabalho do ponto do arco elétrico[in] ou [mm]
V Æ Tensão entre fases do sistema em kV
t Æ Tempo de duração [s]
Ibf Æ Corrente de curto – circuito [kA] franco (Bolted
(Bolted))
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
IEEE 1584 – Energia
g Incidente Normalizada
Antes de apresentar as equações do método, é importante citar que, no caso da
metodologia do IEEE, o processo de obtenção dos níveis de energia incidente são
obtidos através de ensaios com diversos tipos de equipamentos
equipamentos..
Como a variedade e os tipos de equipamentos são muitos, foram escolhidos dois
valores padrão para os ensaios
ensaios::
a Tempo de atuação – 0,2 segundos

aDistância do operador em relação ao arco elétrico – 610 mm (24”)


24”)
Com esses dois valores calcula
calcula--se a chamada “energia incidente normalizada”,
baseada em ensaios e efetuando
efetuando--se a obtenção da curva de tendência
tendência.. Como na
prática raramente a condição
p ç ensaiada corresponde
p à real,, deve
deve--se referir os
cálculos à esta nova condição.
condição.
Cálculo da Energia Incidente Normalizada

E N = 10 [ K1 + K 2 +1, 081. log( I a ) + 0, 0011.G ]


4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
Cálculo
á da Energia Incidente Real
x D Æ Distância do arco elétrico[mm]
⎛ t ⎞ ⎛ 610 ⎞ t Æ Tempo de duração [s]
E = 4,184.C f .E N ⎜ ⎟.⎜ ⎟ E ÆEnergia
E i incidente
i id [J/cm
[J/cm2]
[J/ 2]
⎝ 0,2 ⎠ ⎝ D ⎠ Cf Æ1 (>1 kV) e 1.5 (< 1 kV)
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
U
Uma vez calculada
l l d a energia i incidente,
i id t d t
determina-
determina
i -se as categorias
t i d
das
vestimentas, baseando
baseando--se na tabela abaixo:
abaixo:
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
Após a definição de todos os parâmetros definidos anteriormente, podem ser
elaboradas placas de advertência para serem fixadas nos painéis:
painéis:
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
EVOLUÇÃO DOS RELÉS

RELÉ ELETROMECÂNICO RELÉ ESTÁTICO RELÉ NUMÉRICO DIGITAL IED

LINHA DO TEMPO
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
EVOLUÇÃO DA SELETIVIDADE

Proteção Proteção Proteção Proteção


Só Equipament Equipament Equipament Equipament
Proteção + + + +
Equipam Seletividade Seletividade Seletividade Seletividade
Amperimétr. Amperimétr. Amperimétr. Amperimétr.
+ + +
Seletividade Seletividade Seletividade
Cronológica Cronológica Cronológica
+ +
Seletividade Seletividade
Lógica Lógica
+
Proteção
Pessoas

LINHA DO TEMPO
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
SELETIVIDADE CRONOLÓGICA

A Seletividade Cronológica é aquela realizada aplicando intervalos de tempo (ou de


coordenação) entre os dispositivos de proteção a jusante e a montante, que
garantam que os mesmos irão operar de forma seletiva e coordenada
coordenada..

t [s]
90 A
I´cc=1156 A 2

I> = 90 A

T1 2
1500 kVA
Z% = 5 1
13.8-0.48 kV 0.55 s

t = 0.25s
1
0.3 s
0 30 s
0,30

I´cc=33242 A I [A]
90 A 1156 A
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
SELETIVIDADE AMPERIMÉTRICA
A Seletividade Amperimétrica é aquela que é utilizada quando existe uma impedância
muito grande entre os pontos em que se está fazendo a seletividade (Icc- Icc-Ponto B
>>> Icc
Icc--Ponto A),
A) de forma que cada dispositivo enxerga valores de corrente de falta
bem distintos onde estão instalados
instalados.. Se enquadram neste caso os relés instantâneos
instalados no primário de transformadores
transformadores..
A FOLHA DE SELETIVIDADE É FEITA EM 13.8 kV
t [s]
A seletividade Amperimétrica baixou o
I´cc-A=1156 A 90 A
tempo de eliminação do curto-circuito de
I”cc-A=1571 A
0.55s para 0.04 s, no primário.

I´cc-B=14643 A 2
I”cc-B=22282 A
I> = 90 A 2
PONTO B
T1 1
1500 kVA 0.55 s
Z% = 5
13.8-0.48 kV t = 0.25s
0.3 s
1

0 30 s
0,30 0.04 s
PONTO A
I [A]
90 A 1156 A 1571 A 14643 A 22282 A
I´cc=33242 A
I”cc=45175 A Icc no Icc no
PONTO A PONTO B
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
SELETIVIDADE LÓGICA – ATUAÇÃO DO RELÉ DE PRIMEIRO NÍVEL

BLOQUEIO DO RELÉ A
MONTANTE

I>> t>> CBF 3

52

BLOQUEIO DO RELÉ A
MONTANTE

I>> t>> CBF 2

52

BLOQUEIO DO RELÉ A
MONTANTE

I>> t>> CBF 1

52

PONTO A
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
EVOLUÇÃO DOS REDUTORES DE MEDIDA

Medição Direta TCs Bobinas de


RELÉS DIRETOS (Transformadores Rogowski
de Corrente)

LINHA DO TEMPO
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
TC versus Bobinas
TCs B bi d Rogowski
de R ki
A bobina de Rogowski é um equipamento utilizado como
Corrente
redutor de medida que não possui núcleo de material
ferromagnético, e transduz a corrente primária numa
tensão secundária que é proporcional à taxa de variação
dessa corrente no tempo e, desta forma, normalmente
apresenta menor custo e maior precisão devido à não
saturação. Assim, para se transformar em corrente
secundária, esta tensão secundária necessita ser Tensão

i t
integrada.
d
Assim, para se transformar em corrente secundária,
esta tensão secundária necessita ser integrada.
Para integrar o valor da tensão secundária emprega-
emprega
se um capacitor no secundário. Com esta
simplicidade o seu uso tem sido muito difundido nos
últimos anos,
anos principalmente na Europa.
Europa
Por não possuir núcleo magnético sua resposta em
freqüência é muito melhor que a dos transformadores.
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
PRINCIPIO DE OPERAÇÃO
Ã

O princípio de funcionamento da bobina de Rogowski pode ser explicado


t
tomando-se
d como referência
f ê i a fifigura 4
4.3.3.
33 A Ao circular
i l uma corrente
t i(t) no núcleo
ú l
da bobina, gera-se uma tensão u(t), a qual é expressa pelas equações:

di (t ) di (t ) M
u (t ) = − μ 0 × n × S × u (t ) = − M × u (t ) = − × i (t )
dt dt RC
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
PRINCIPAIS VANTAGENS EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
As principais
A i i i vantagens
t d
das b
bobinas
bi d
de R
Rogowski ki são:
ã
a Linearidade (entre 1 e 100000 A) – Vide figura 4.3.4
a Resposta em frequência (entre aproximadamente 40Hz e 100 kHz). Figura 4.3.5.
a Precisão da medição alcança 0 0.1%
1%
a Ampla faixa de medição
a Suportabilidade térmica ao curto-circuito ilimitada para a construção do tipo
janela.
janela
a Promover a isolação galvânica entre os condutores primários e secundários
a Pode ser encapsulada em colocada próxima a buchas e cabos evitando a
necessidade de isolações elevadas
a O tamanho pode ser customizado para as aplicações
a Para instalação em sistemas existentes pode ser construída com núcleo bipartido.
a Permite a abertura do circuito secundário sem riscos
a Reduz risco às pessoas e à instalação
a Livre de ferroressonância
a Sem risco de explosão
a Não necessita de fusíveis
a Menor tempo de montagem e facilidade de instalação. Vide figura 4.36 [80].
a Flexibilidade de ajuste em IEDs com o Fator de Calibração [80]. Ver item (e).
4 – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

1 – Para ser um especialista é importante manter


manter--se atualizado
atualizado..
2 – Existem muitas empresas que realizam estudos de proteção e seletividade
seletividade,,
entretanto apenas algumas estão realmente preparadas para levar em conta
todas as informações aqui delineadas e lembrem
lembrem--se
se:: “O
O TEMPO É FUNDAMENTAL
para a PROTEÇÃO do sistema elétrico e PRINCIPALMENTE das PESSOAS
PESSOAS..
3 – Existem técnicas para otimizar os tempos de proteção.
proteção. Na apresentação feita
no mini
mini--curso do Seminário do IEEE ESW Brasil realizado em Santa Catarina em
setembro de 2009 foram apresentadas algumas dessas técnicas
técnicas.. Baixem esta
apresentação do site www
www..engepower. com..
engepower.com
4 – Infelizmente,
Infelizmente, a maioria das vezes
vezes,, você somente vai saber que contratou um
estudo errado depois que o sinistro já ocorreu e promoveu todas as ordens de
danos possíveis ao sistema e às pessoas.
pessoas. PENSE ANTES DE CONTRATAR, a
proteção está intimamente ligada à confiabilidade de seu sistema e MTTR
depende e muito dos tempos envolvidos na seletividade.
seletividade.
5 – Atualmente já existem relés de arco foto
foto--sensíveis que podem atuar em
tempos da ordem 2.5 ms para saídas digitais e 15 ms para saídas a relés.
relés. Esses
relés evitam que uma falta por arco progrida e não se transforme em faltas
bifásicas,, trifásicas e múltiplas
bifásicas múltiplas..
Obrigado!

Cláudio S. Mardegan

claudio.mardegan@engepower.com

www.engepower.com

Você também pode gostar