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Departamento de Apoio, Produção e Saúde Animal-Curso de Medicina Veterinária de Araçatuba/Unesp– SP –
Brasil
2.
Graduando do Curso de Zootecnia da Unesp de Ilha Solteira-SP-Brasil
Introdução
Ultimamente tem sido dada muita atenção para o balanço ácido-básico em dietas para vacas
de leite, com o objetivo de prevenir possíveis distúrbios metabólicos como: febre do leite, metrite,
retenção de placenta e cetose. A época de maior incidência dessas alterações é de alguns dias antes
do parto até o pico de lactação. A maioria dos produtores não percebe o impacto negativo causado
por esses distúrbios, até que se tornem um problema evidente com redução na produção de leite e
conseqüente perda econômica. Nos EUA a hipocalcemia, ou febre do leite, ocorre aproximadamente
em 5% do rebanho, culminando na morte de 8% dos casos e no descarte involuntário de 12%. Além
da perda média de 500 kg de leite na lactação, o que resulta em grandes perdas econômicas.
Os principais íons usados no balanço ácido-básico são os cátions sódio e potássio, e os ânions
cloro e enxofre. Para que o balanço entre esses íons seja considerado aniônico, a ração deve
apresentar entre -100 e -200 mEq/kg/MS. Nestas condições, provavelmente, haverá acidose
sanguínea e redução na incidência de distúrbios metabólicos, pelo favorecimento da ação dos
hormônios PTH e 1,25(OH)D3, causando desmineralização dos ossos, aumento da absorção
intestinal e redução da excreção urinária de cálcio (GOFF e HORST, 1998; GONZALES e SILVA,
1999).
Poucas pesquisas avaliam a importância do balanço ácido-básico em dietas, e também há falta
de programas de formulação que realizem esse tipo de cálculo. Assim, o objetivo deste trabalho foi
apresentar um programa de formulação de ração, capaz de formular dietas aniônicas para vacas no
pré-parto de forma prática e eficaz.
Material e Métodos
Resultados
A formulação das dietas, com aplicação do conceito aniônico para vacas no pré-parto, foi
realizada pela planilha PPFR/Gado de leite, sendo avaliada, primeiramente, uma ração totalmente
livre deste conceito, obtendo-se um valor catiônico de +97,69 mEq/kg/MS. A partir dessa condição
foram realizadas simulações sucessivas, com decréscimo em 50 unidades para o balanço aniônico.
(Figura 2).
Figura 2. Valores observados para o custo da ração segundo o teor aniônico da dieta.
Araçatuba (SP), 2009.
mEq/kg/MS
Ingrediente CMN/kg 97,69 50 0 -50 -100 -150
Cana picada 25 25 25 25 25 25
Nutriente
Os resultados obtidos mostram que o custo da ração é onerado a medida que a dieta tem seu
nível aniônico aumentado. Assim, ao atender as exigências mínimas previstas para uma ração
aniônica, o custo da dieta foi elevado em R$0,21 dia-1 e R$0,31 dia-1 para as dietas com -100 e -150
mEq/kg/MS, respectivamente.
Portanto, considerando um período de 21 dias de arraçoamento, o custo para aplicar esse
conceito estaria entre R$ 4,41 e R$ 6,51/animal/período, sendo plenamente justificado para evitar os
prejuízos dos possíveis transtornos metabólicos.
A planilha PPFR Gado de leite permite o cálculo do balanço eletrolítico da ração de forma
prática e eficaz, visando evitar possíveis perdas econômicas atribuídas a distúrbios metabólicos no
período pós-parto.
Referências
GOFF, J.P. e HORST, R.L. Use of hydrochloric acid as a source of anions for prevention of milk fever.
J. Dairy Sci. 1998, 81: 2874-2880.
LANA, R. P. Sistema Viçosa de formulação de rações. 4a Ed. . Viçosa-MG: Editora UFV, v.1. 2007.
91 p.