O documento discute a possibilidade de uma leitura racional da história e o reconhecimento de padrões em seu curso, permitindo uma abordagem mais ampla do que apenas um relato. Também aborda como as condições sob as quais os historiadores trabalham afetam a objetividade, e como a crítica do conceito de fato histórico levou ao reconhecimento de novas abordagens, como a história das representações.
O documento discute a possibilidade de uma leitura racional da história e o reconhecimento de padrões em seu curso, permitindo uma abordagem mais ampla do que apenas um relato. Também aborda como as condições sob as quais os historiadores trabalham afetam a objetividade, e como a crítica do conceito de fato histórico levou ao reconhecimento de novas abordagens, como a história das representações.
O documento discute a possibilidade de uma leitura racional da história e o reconhecimento de padrões em seu curso, permitindo uma abordagem mais ampla do que apenas um relato. Também aborda como as condições sob as quais os historiadores trabalham afetam a objetividade, e como a crítica do conceito de fato histórico levou ao reconhecimento de novas abordagens, como a história das representações.
Em compensação, a possibilidade de unia leitura racional a posteriori da história,
o reconhecimento de certas regularidades no seu decurso (fundamento de um
comparatismo da história das diversas sociedades e das diferentes estruturas), a elaboração [pg. 011] de modelos que excluem a existência de um modelo único (o alargamento da história do mundo no seu conjunto, a influência da etnologia, a sensibilidade para as diferenças e em relação ao outro caminham neste sentido) permitem excluir o retorno da história a um mero relato. As condições nas quais trabalha o historiador explicam ademais por que se tenha colocado e se ponha sempre o problema da objetividade do historiador. A tomada de consciência da construção do fato histórico, da não-inocência do documento, lançou uma luz reveladora sobre os processos de manipulação que se manifestam em todos os níveis da constituição do saber histórico. Mas esta constatação não deve desembocar num ceticismo de fundo a propósito da objetividade histórica e num abandono da noção de verdade em história; pelo contrário, os contínuos êxitos no desmascaramento e na denúncia das mistificações e das falsificações da história permitem um relativo otimismo a esse respeito. Isso não impede que o horizonte da objetividade que deve ser o do historiador não deva ocultar o fato de que a história é também uma prática social (Certeau) e que, se devem ser condenadas as posições que, na linha de um marxismo vulgar ou de um reacionarismo igualmente vulgar, confundem ciência histórica e empenho político, é legítimo observar que a leitura da história do mundo se articula sobre uma vontade de transformá-lo (por exemplo, na tradição revolucionária marxista, mas também em outras perspectivas, como aquelas dos herdeiros de Tocqueville e de Weber, que associam estreitamente análise histórica e liberalismo político). A crítica da noção de fato histórico tem, além disso, provocado o reconhecimento de "realidades" históricas negligenciadas por muito tempo pelos historiadores. Junto à história política, à história econômica e social, à história cultural, nasceu uma história das representações. Esta assumiu formas diversas: história das concepções globais da sociedade ou história das ideologias; história das estruturas mentais comuns a uma categoria social, a uma sociedade, a uma época, ou história das mentalidades; história das produções do espírito ligadas não ao texto, à palavra, ao gesto, mas à imagem, ou história do imaginário, [pg. 012] que permite tratar o documento literário e o artístico como documentos históricos de pleno direito, sob a condição de respeitar sua especificidade; história das condutas, das práticas, dos rituais, que remete a um