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O lugar social está ligado a questão dos métodos, interesses e questões. Está
ligado a uma particularidade.
“Desde então veio o tempo da desconfiança. Mostrou-se que toda interpretação
histórica depende de um sistema de referência; que esse sistema permanece uma
‘filosofia’ implícita particular; que, infiltrando-se no trabalho de análise, organizando-
o à sua revelia, remete à ‘subjetividade’ do autor.” (P.48)
“Este lugar deixado em branco ou escondido pela análise que exorbitou a relação
de um sujeito individual com seu objeto, é uma instituição do saber.” (P. 51)
“A instituição nao da apenas uma estebilidade social a uma ‘doutrina’. Ela a torna
possível e, sub-repetidademnte, a determina. Nao que uma seja a causa da outra. Nao
seria suficiente contentar-se com a inversão dos termoa (a infraestrutura tornando-se a
‘causa’ das ideias), supondo entre elas o tipo de relação que estabeleceu o pensamento
liberal quando encarregou as doutrinas de conduzirem a história pela mão. É antes
necessário recusar o isolamento desses termos e, portanto, a possibilidade de
transformar uma correlação numa relação de causa e efeito.” (p.53)
“Em história, é abstrata toda "doutrina" que recalca sua relação com a sociedade.
Ela nega aquilo em função de que se elabora. Sofre, então, os efeitos de distorção
devidos à eliminação daquilo que a situa de fato, sem que ela o diga ou o saiba: o
poder que tem sua lógica; o lugar que sustenta e "mantém" uma disciplina no seu
desdobramento em obras sucessivas, etc. O discurso "científico" que não fala de
sua relação com o corpo social é, precisamente, o objeto da história. Não se
poderia tratar dela sem questionar o próprio discurso historiográfico.” (P. 54)
“Mais genericamente um texto histórico (quer dizer, uma nova interpretação, o
exercício de métodos novos, a elaboração de outras pertinências, um deslocamento da
definição e do uso do documento, um modo de organização característico, etc.)
enuncia uma operação que se situa num conjunto de práticas. Este aspecto é o
primeiro. É o essencial numa pesquisa científica.” (P.57)
Para Pierre Vilar: a história tinha como tarefa analisar as “condições” nas quais
esses modelos são válidos e, por exemplo, tornar precisos os “limites exatos das
possibilidades” de uma “econometria retrospectiva”. (P. 83)