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CURSO DE HISTÓRIA

DISCIPLINA:  TEORIAS DA HISTÓRIA


PROFESSOR: MOAB CÉSAR CARVALHO COSTA
ACADÊMICA: EDIANA DI FRANNCO MATOS DA SILVA SANTOS

DE CERTEAU, Michel. História, discurso e realidade. A História como mito. In._________.


A escrita da história. 3.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.

Em uma linha historiográfica, percebemos uma escolha certeira de conteúdos a serem


trabalhados nesta disciplina Teorias da História, visto que os textos se complementam entre si,
respondendo lacunas deixadas e assim por adiante. Nesse sentido, Michel de Certeau é um
historiador que define a história como discurso que emerge de uma prática e de um lugar
institucional e social em que cada historiador possui “sua verdade” no qual, seu objeto de
estudo passa por um processo de construção em que é necessário o posicionamento do
pesquisador, sendo algumas delas: o conhecer, selecionar, fazer um recorte temático em
tempo e espaço, questionar e procurar respostas para as tantas indagações previstas.
Em primeiro ponto, o texto A história, discurso e realidade será desenvolvido em 4
partes, sendo elas: duas posições do real; o intermédio, situação da história e problema do
real; a relação com o outro e o discurso da história. Dessa forma, iniciamos com duas
posições do real.
Com a situação da historiografia, surge interrogações em torno das duas posições
distintas do procedimento científico. De um lado, o real enquanto é o conhecido, que se refere
aquilo que o historiador estuda, compreende ou retira do esquecimento de uma sociedade
passada. De outro, o real implicado pela operação científica em que a problemática do
historiador, seus procedimentos, modos de compreensão e a prática de sentido são referidos a
sociedade presente. Assim, em contrastes, uma é resultado da análise e outra, é o seu
postulado. Ou seja, essas duas posições não sobrepõem uma à outra, pois as duas juntas são
imprescindíveis na justificativa da existência da ciência histórica.
Em consequência, existem dois tipos de história de acordo com que prevaleça as
posições: a primeira perspectiva torna possível a ideia de que o historiador faz inventário com
a necessidade de elaborar modelos que permitam constituir e compreender inúmeros
documentos em quaisquer modelos, sejam eles culturais, econômicos ou políticos. A segunda
é perceber na história, a possibilidade de fazer reviver um passado, na medida que o
sentimento é o mesmo e essa relação de proximidade do historiador com seu objeto. Dessa
forma, a diversidade e a amplitude da história é sem tamanho, a capacidade de fazer do
passado um presente. Assim, a história não se interrompe, ela é continuamente no gás em
encontrar no presente no seu objeto e o passado nas suas práticas.
Em segundo ponto, é importante destacar a tarefa de fazer história. O incessante
trabalho de diferenciação entre o passado e futuro em que na operação historiográfica, o
passado torna-se presente, ressurgindo o que estava morto e esquecido. Além disso, história é
uma ciência humana que por meio da sua prática, introduz no “sujeito” da ciência aquilo que
se havia diferenciado como seu objeto. E com a movimentação da atividade produtora e o
período conhecido que se alteram reciprocamente, é identificado por um lugar da operação
historiográfica que sofre grandes mudanças, pois elas andam de acordo com os movimentos
das sociedades, dentre diversos ramos, sejam eles nas áreas políticas, econômicas além das
relações complexas que permeiam entre classes e gerações.
O historiador na operação historiográfica tem a tarefa de fazer na história, a
articulação da sociedade com seu passado como também a necessidade de se distinguir dele e
não deixando de lado as linhas que traçam a imagem da atualidade com contínuos retornos ao
passado. Dessa forma, a relação que é organizado a história, é mutável e nenhum dos dois
termos são referentes estáveis.
Em terceiro ponto, vale ressaltar a relação com o outro em que na historiografia é
fundamental, no qual, ela é manifestada de diversas maneiras enquanto a forma e o conteúdo
historiográfico. Nesse sentido, um outro aspecto a ser destacado é o confronto de um método
interpretativo com seu “outro”, em outras palavras, é o ato de evidenciar a relação que liga um
modo de compreender com o incompreensível que ele “faz surgir”. Por exemplo, a história da
Catalunha de Pierre Villar que converte a teoria econômica em análise histórica para
apreender uma “história profunda”, a partir das variações econômicas, nos quais, encontra o
seu outro.
Dessa forma, percebemos nas palavras de Certeau a necessidade de se falar sobre o
limite, que ao meio de vastos períodos de investigação e informações, ele é fundamental para
o posicionamento e cumprir “regras” para o desenvolvimento da pesquisa histórica. E assim,
ser um instrumento e objeto de pesquisa é um conceito operatório da prática historiográfica e
lugar do exame metodológico.
Em último ponto, dentro do discurso historiográfico, para Roland Bathers “os fatos”
de que falam a história funcionam como indícios em que o discurso inteiro é baseado nas
relações estabelecidas entre os fatos, ou da relevância dentre eles, existindo em cada história
um processo de significação que busca “preencher” o sentido da história. Além disso, na
narrativa da ciência histórica que versa sobre a produção do sentido, é indissociável em
história, do seu lugar e de um objeto, nos quais, o lugar é por meio dos procedimentos, o ato
presente da produção e a situação que hoje o torna possível; e o objeto são as condições de
que tal sociedade deu a si mesma um sentido através de um trabalho determinado.
Para concluir, voltamos a discussão do limite citado acima. Em que ele designa o outro
da razão ou do possível. Além disso, as diferenças das ciências “exatas” e das ciências
“humanas” que não consiste na formalização ou de rigor da verificação, mas na divisão de
disciplinas referidos com o lugar que oferecem, umas ao possível e outras ao limite.

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