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“Podem ser exemplos questões locais e regionais: no final do século 19 questões como a
vinda de cristãos para fugir do endurecimento de medidas do Império Turco-Otomano (do
qual Líbano e Síria atuais faziam parte) ou dos conflitos religiosos entre drusos e
maronitas; as guerras mundiais como outro motivo, já que as condições de vida precárias e
a presença das potências europeias na região impulsionaram outras levas. A Guerra Civil
do Líbano (1975-1990) também pode ser apontada como um fator local e mais atualmente
a Guerra Civil da Síria em curso desde 2011”, afirma Osman. Nos últimos anos, a
imigração de árabes ao Brasil assume uma outra condição: a de refugiados.
ESTATÍSTICAS
A quantidade de árabes que migram ou migraram para o Brasil é motivo de controvérsia.
Samira Osman cita dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que
mostram que em 1940 aproximadamente 40 mil imigrantes sírios e libaneses chegaram ao
Brasil, um número que não parou de crescer no decorrer dos anos.
“As estatísticas são controversas, sobretudo do ponto de vista de uma avaliação histórica
desse fluxo migratório. O principal problema refere-se à forma como esses imigrantes
foram registrados, sem uma padronização. Nos dados oficiais podem aparecer como
turcos, turcos árabes, turcos não árabes, sírios, libaneses, sírios-libaneses, sírios e
libaneses, árabes. O que podemos ter certeza: entre o final do século 19 e o final da
Primeira Guerra eram registrados como turcos porque era o Império Otomano que expedia
os passaportes. A região de origem (Líbano ou Síria) poderia ser especificada, mas não
necessariamente era registrada pelos órgãos oficiais. Além disso, mesmo que provenientes
desses lugares, também poderiam incorporar outras comunidades como armênios ou
judeus”, afirma Osman.