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PSICOTERAPEUTA DE 4ª
GERAÇÃO
AULA 1
LINCOLN POUBEL E
PEDRO RODRIGUES
Espinha Dorsal
PP
Psicologia
Traz os procedimentos,
Positiva
intervenções por resultados
> O cliente passa a semana se estressando, tendo conflitos, passando por angústias,
perdas e problemas, porque a realidade dele está aversiva e frustrante;
> Ele chega na sessão e alivia-se ao ter uma catarse emocional com o terapeuta que
se coloca como um receptor, se valendo do argumento de que estão usando uma
escuta acolhedora e empática (o que é necessário, claro);
> Como o cliente sente-se bem, em curto prazo parece que a terapia o está ajudando;
> Mas o fato é que ele não está desenvolvendo habilidades psicológicas para atuar
diferencialmente na vida;
> Em longo prazo, voltando para sua realidade aversiva, os problemas e sintomas
retornam, reiniciando o ciclo de acúmulo de estresses.
Os pressupostos que podem estar por trás
desse efeito são:
P: Eu sou vizinho de uma ex-aluna sua. Eu sabia que ela estudava psicologia
e ela falou que tinha um professor que atendia e era sua referência.
P: Sim, a Laura.
P: Tudo bem.
T: Mas... quero te garantir de antemão que tudo que acontecer aqui dentro
corre em sigilo profissional; de modo que a minha relação com a Laura é
somente profissional, sendo seu professor. Jamais compartilharia com
qualquer pessoa que seja qualquer informação que você me traga,
entendo que é confidencial. Então esse é um espaço para você se revelar
mesmo, colocar todas as suas questões; seguro de que está em uma
relação profissional.
P: Sim.
P: Ok.
P: Sim, ótimo. Eu acho que até agora estou meio perdido, como se
estivesse tudo "embaçado", e não sei como orientar a minha vida. Acho
que isso vai me esclarecer.
P: Pedro _________________.
T: Quanto anos, Pedro?
P: 30 anos.
P: Engenharia da computação.
P: Sim, minha família é de São Paulo. Lá moram meu pais, que são
casados, e minha irmã mais nova. Eu me mudei para cá justamente pela
oportunidade de emprego.
T: Ok. E como é a sua rotina? O que você faz ao longo da semana.
T: Beleza. Então aqui estou conhecendo seu estilo de vida. Nossa rotina
pode revelar o que tem presente na nossa vida, o que nos agrada. Vamos
examinar mais isso em outro momento, porque agora, já conhecendo um
pouco mais você, gostaria de saber o que traz você aqui.
AÇÃO 2 - QUEIXA
(b) situação - onde, quando, com quem, o que estava sendo falado, que
horas, o que tinha naquele contexto;
(c) pensar, sentir e agir - como interpretou, qual significado deu, como se
sentiu, o que fez ou falou;
T: Então agora vamos entrar naquilo que você veio buscar para trabalhar
em terapia. Para isso, vou utilizar um formulário para guiar o exame
dessa queixa, chamado "registro de interações".
Assim vamos identificar do que a experiência que você viveu é formada e
as variáveis que estão te afetando.
O objetivo é você aumentar a sua auto-observação.
Aqui vamos fazer juntos, mas durante a semana você poderá praticar isso
na sua vida quando as dificuldades aparecerem.
Aqui vou fazer junto para mostrar o que precisamos observar.
Esse é um ponto importante, Pedro, porque todos os meus conhecimentos
serão utilizados em cima das suas vivências.
Então se você não alimentar a terapia com as suas experiências pessoais,
eu não terei o que fazer; não oferecerei intervenções sem antes conhecer
o que você vive. Então vamos lá. Por que você está buscando um trabalho
terapêutico?
T: Quem te encarregou?
P: Meu chefe. Eu estava na frente desse projeto. E eu cheguei a um
protótipo, antes de mandar para o setor de teste. Mas no dia que eu tinha
que apresentar, estava tudo pronto, mas cheguei lá na sala, onde estavam
meus colegas. Eu até comecei a apresentar. Mas quando meu chefe
entrou na sala, comecei a me sentir trêmulo, achei que não tinha ficado
bom o suficiente.
P: Eu daria 90.
P: Vão me criticar. Não está bom o suficiente. Devia ter pedido mais
tempo de preparo. Não quero mais estar a frente de um projeto. É muita
responsabilidade.
P: Sim. Achei até que seria demitido. Mas no fundo gostaria de me sentir
bem, ser escutado e saber que gostaram do meu trabalho.
T: Então poderia dizer que suas necessidades nesse contexto são receber
atenção das pessoas, ser elogiado e credibilizado por elas; e, ao mesmo
tempo, evitar críticas?
P: Exatamente isso.
T: Foi comum na sua vida você delegar? Explica para alguém para essa
pessoa explicar para outra. Mas no final das contas era você quem tinha
de abordar de forma direta a explicação com o destinatário.
T: Você fica aliviado em curto prazo. Tem outro efeito? Você evita a
crítica também, por exemplo?
P: Faz.
T: Ok. Esse exame que fizemos juntos, você poderá fazer em qualquer
lugar. Vou deixar esse formulário em branco com você para te guiar. Isso
é uma habilidade que você vai dominando quanto mais pratica. Mas vamos
pausar aqui para pensar no seu passado.
ALERTA: MUITOS PROFISSIONAIS FALHAM OU DEIXAM A DESEJAR NESSA
CONDUÇÃO PORQUE CONHECEM OS PRINCÍPIOS DA ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO, MAS NÃO CONHECEM OS PARÂMETROS PARA AVALIAR
A EXPERIÊNCIA HUMANA.
Focalize aquela cena da forma mais realista que você puder. Uma imagem
clara daquele episódio.
E você com uma necessidade de ser elogiado e não ser criticado, mas com
medo de que isso aconteça. Concentre-se então nessa ansiedade, o que
você sentiu.
Aumente o volume desse sentimento. Deixe-o tomar conta do seu interior.
Concentrado nesse sentimento, deixe que a sua mente flutue pelo túnel
da sua história até encontrar uma lembrança, uma cena que esteja
relacionada ao que você viveu como ansiedade.
Alguma cena que tenha algum grau de semelhança com o sentimento que
você teve. O que esse sentimento comunica da sua história? Quando você
chegar lá, confirme com um movimento de cabeça. Isso. Então me conte
que cena é essa, o que está acontecendo, o que você está fazendo, como
estão lidando...
Ouvi então alguns risos. Alguém gritou que a melhor mágica seria eu
sumir dali, porque eu era péssimo. Aí olhei para minha professora e ela
também estava rindo de mim.
Eu tinha muita expectativa para essa apresentação. Achava que iria ser
impressionante o truque.
O que você podia fazer nesse cenário, aos 7 anos, para lidar melhor essa
dificuldade? Pense em qual era a capacidade daquele menino de 7 anos?
Era um menino que não tinha a obrigação de ter uma experiência vasta
com públicos e saber lidar com todo tipo de imprevisto em
apresentações. Para alguém com 7 anos, ficar nervoso com a própria
falha é razoável?
Pois bem, quero que você considere isso. Mas agora voando pelo túnel do
tempo volte para o presente, deixando esse menino lá no passado, que é o
lugar dele. Volte para o eu adulto no momento presente, aqui no nosso
consultório. Quando você estive pronto, pode abrir os olhos.
P: [abre os olhos].
T: Perfeito. Quero compartilhar uma metáfora para ordenar esses
processos psicológicos que vivenciamos nesse exercício.
Então vamos fazer uma "desfusão" entre o Pedro adulto e o Pedro menino.
Por isso trouxe uma metáfora. Imagine que dentro de você exista um
ônibus. Nele estão todas as suas versões do passado. Tem um Pedro
criança de 3 anos, de 4, 5, 8, 10, 15; até chegar ao Pedro atual de 30.
As versões do passado estão sentadas nas poltronas dos passageiros. A
versão atual, o Pedro de 30 anos, por sua vez, é o motorista do ônibus,
porque é ela que deve dirigir a vida atual, ela que existe hoje na sua
melhor forma.
Mas às vezes alguma versão anterior se levanta, pega o volante e dirige
ao seu modo. Isso é o problema. Uma criança dirigindo a vida de um
adulto.
Nessa hora a gente acaba agindo de forma infantil, porque essa criança
interior tomou o volante e fez do jeito dela.
P: Muito bom. Por isso que me sinto tão infantil. Parece que eu não sou
um adulto profissional.
T: Isso acontece mesmo com o ser humano. Por isso vamos fazer a
desfusão. Deixando as nossas versões no passado e fortalecendo o seu
eu adulto. Para você se sentir mais enfrentador, firme, convicto,
autoconfiante, assertivo, tolerante. Tudo isso vou te mostrando o
caminho de desenvolvimento, a partir das informações que você relata.
Por isso você precisa alimentar a sessão com esse compartilhamento,
como você fez hoje. Faz sentido?
P: Ótimo. Beleza.
T: Certo. Acho que vamos caminhar bem e ter uma boa parceria nesse
trabalho.
Psicoterapeuta
de 4ª
Geração
Avançado
Psicoterapeuta
de 4ª 6º degrau
Geração
Psicoterapeuta
cognitivo
comportamental 5º degrau
tradicional
Terapeuta de 4º degrau
1 coisa só
3º degrau
Acumulador
terapeuta 2º degrau
Eclético
1º degrau
1º degrau: o terapeuta eclético
Esse identificou uma corrente específica que entendeu ser boa, porém não
se dedica suficientemente. Fica acumulando materiais, mas não lê. Pensa
que estuda só porque segue canais ou assiste alguém falando sobre essa
corrente teórica.
3º degrau: o terapeuta de 1 coisa só
Essa pessoa até pode buscar capacitações ou cursos sobre uma linha
terapêutica, mas ela acaba desenvolvendo uma competência em um
método específico, como a terapia do esquema, a logoterapia ou o
mindfulness. Desenvolve-se em uma terapêutica ou algumas; e tenta tratar
todos os quadros com esses métodos. Pode tratar bem tudo que demanda
essas intervenções, mas sua atuação não é capaz de contemplar uma série
de outras queixas.