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Surto de infecção alimentar pela

E. coli faz um morto nos EUA


JOANA AMARAL CARDOSO 
16/09/2006 - 12:25

As lojas avisam os clientes de que os espinafres foram


retirados em consonância com as ordens da FDA JEFF CHIU/AP

TÓPICOS
1. EUA

Um surto de infecções pela bactéria E. coli já fez um


morto nos Estados Unidos. A origem da
contaminação, que obrigou à hospitalização de 94
pessoas, já foi identificada. Trata-se de um lote de
espinafres embalados, produto que as autoridades
pedem agora aos norte-americanos que deitem fora
para evitar novas contaminações.

"Vinte estados foram afectados", contabiliza Julie


Zawisza, porta-voz da agência federal norte-
americana para a segurança alimentar e
farmacológica (FDA). "Posso confirmar que 94
pessoas estão doentes e que uma morreu",
precisou. 

O estado norte-americano mais afectado foi o


Wisconsin, no norte do país, onde se verificou o
caso fatal e onde há 17 pessoas internadas,
conforme indicou à AFP Paul Biedrzycki,
responsável pelas autoridades sanitárias do estado. 

A FDS pediu já aos consumidores que deitem fora


as embalagens de espinafres que tenham em casa e
frisa que lavá-los para os comer não basta para
eliminar a ameaça.

A CNN noticia que a cadeia de transmissão e


infecção alimentar já terá sido identificada. Na
origem estará uma cooperativa de produtos
biológicos da Califórnia, mas a FDA não confirma
ainda a informação. Os supermercados estão a
retirar o legume das prateleiras e muitos produtores
têm os armazéns sob quarentena.

Infecções alimentares e E. coli

As doenças de origem alimentar são doenças


provocadas por agentes infecciosos ou tóxicos que
entram no corpo através da ingestão de comida. É o
caso da E. coli.

Nos países industrializados, a percentagem de


pessoas que sofrem deste tipo de enfermidade por
ano chega aos 30 por cento. A Organização Mundial
de Saúde (OMS) chama a atenção para o facto de a
maior parte destas doenças serem esporádicas, mas
também muitas vezes não registadas oficialmente.
A “intoxicação alimentar” tornou-se comum pelo
menos por uma vez na vida de um ser humano e
muitas vezes é tratada em casa, se os sintomas não
forem muito graves. Há, contudo, surtos de doenças
de origem alimentar de grandes proporções. Em
1994, um surto de salmonela com origem em gelado
contaminado afectou 224 mil pessoas nos EUA. 

A Escherichia coli é uma bactéria muito comum e


que existe em quase todo o mundo. Contudo, há
uma estirpe muito perigosa (designada 0157:H7 nos
EUA e O157 no Reino Unido), que pode ser fatal. O
seu meio ambiente preferido são os intestinos, quer
dos humanos quer do gado e a forma como é
transmitido é através de comida ou bebida
infectada.

A estirpe mais perigosa da E. coli é fonte de grande


preocupação nos EUA e no Reino Unido. Segundo
os dados fornecidos pelos CDC (Centers for Disease
Control), há registo de 73 mil infecções anuais de
norte-americanos por E. coli, 61 dos quais morrem
na sequência do contágio. No Reino Unido, o
número de casos triplicou na década de 1990 e, em
1997, ocorreram mais de mil infecções. Em 1996 e
1997 um surto ocorrido na Escócia matou 20
pessoas.

O motivo pelo qual esta estirpe da E. coli é perigosa


é o facto de libertar uma toxina muito poderosa que
pode provocar graves sintomas. 

Esses sintomas vão da diarreia e das dores


abdominais, até ao aparecimento de sangue nas
fezes e à falha renal, o que nas pessoas mais
vulneráveis pode levar à morte. 

Os antibióticos são a arma mais eficaz contra esta


bactéria, cuja principal fonte de contaminação é a
carne mal cozinhada. Outros alimentos susceptíveis
de a transmitir são o leite e os sumos não
pasteurizados, legumes e a água não tratada - visto
que pode conter resíduos fecais, que são outra
forma de contaminação comum. 

A melhor forma de protecção contra infecções por


E. coli fora dos locais de produção destes produtos é
a higiene: lavar as mãos, separar alimentos crús e
cozinhados e cozinhar eficazmente a carne.

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