Você está na página 1de 3

Na língua Portuguesa, classificamos a Cobra como uma Serpente.

E também, classificamos as serpentes de cobra de capelo, muito venenosas.

Evolução: Há duas ideias concorrentes e ferozmente contestadas sobre a transição de lagartos para
cobras. A primeira diz que as cobras evoluíram no oceano, e só mais tarde recolonizaram a terra. Esta
hipótese depende da estreita relação entre cobras e répteis marinhos extintos chamados
mosassauros.
A segunda hipótese diz que as cobras evoluíram de lagartos escavadores, que estendiam seus corpos
e perderam seus membros para melhor escorregar no seu caminho através do solo. Nesta versão,
cobras e mosassauros evoluíram ambos de forma independente a partir de um ancestral arrastador
de terra, provavelmente algo parecido com um lagarto monitor. Descrito em 2015, um pequeno
espécime com um corpo sinuoso longo, da formação brasileira Crato, Tetrapodophis amplectus,
apoia a última ideia[2]. Além disso, as comparações entre tomografias computadorizadas de fosseis e
répteis modernos indicam que as cobras perderam suas pernas quando seus ancestrais evoluíram
para viver e caçar em tocas[3][4].
Embora existam alguns pesquisadores que acreditam que as serpentes estão mais profundamente
relacionadas a lagartos varanoides, não há uma identificação mais clara sobre qual seria o grupo de
varanoide mais relacionado evolutivamente. Eles também acreditam que os grupos de lagartos
varanoides mais provavelmente relacionados com serpentes são os das famílias Lantanotidae e
Mossassauridae.

Esqueleto: O esqueleto da maioria das serpentes consiste apenas do crânio, maxilares, coluna
vertebral e costelas.
A coluna vertebral possui aproximadamente entre 200 e 400 (ou mais) vértebras. Destas, em torno
de 20% (às vezes menos) são da cauda e não possuem costelas. Já as vértebras do corpo possuem,
cada uma, duas costelas articuladas a elas. As vértebras também possuem projeções às quais se
fixam os fortes músculos que as serpentes usam para se locomover.

Pele: Artefato de pele de cobra em expossição no MAV/USP.


A pele das cobras é coberta por escamas. As escamas do corpo podem ser lisas ou granulares. As
suas pálpebras são escamas transparentes que estão sempre fechadas. Elas mudam a sua pele
periodicamente (em um processo conhecido como ecdise ou muda). Pensa-se que a finalidade
primordial desta é remover os parasitas externos. Esta renovação periódica tornou a serpente num
símbolo de saúde, como por exemplo no símbolo da medicina (o bastão de Esculápio). Nos
Caenophidia, as escamas ventrais e as fileiras largas de escamas dorsais correspondem às vértebras,
permitindo que os cientistas contem as vértebras sem ser necessária a dissecação.

Sentidos: A visão das serpentes não é particularmente notória (geralmente sendo melhor na espécie
arborícola e pior na espécie terrestre), o que não impede a detecção do movimento. Para além dos
seus olhos, algumas serpentes (crotalíneos - ou cobras-covinhas - e pítons) têm receptores
infravermelhos sensíveis em sulcos profundos chamados de fossetas que lhes permite sentir o calor
emitido pelos corpos. Isto é extremamente útil em lugares com pouca luminosidade. Como as
serpentes não têm orelhas externas, a audição consegue apenas detectar vibrações, mas este
sentido está extremamente bem desenvolvido. A maioria das serpentes usa a sua língua bifurcada
para captar partículas de odor no ar e enviá-las ao chamado órgão de Jacobson, situado na sua boca,
para examiná-las. A bifurcação na língua dá à serpente algum sentido direccional do cheiro.

Órgãos internos: O pulmão esquerdo é muito pequeno ou mesmo ausente, uma vez que o corpo em
forma tubular requer que todos os órgãos sejam compridos e estreitos. Para que caibam no corpo, só
um pulmão funciona. Além disso muitos dos órgãos que são pares, como os rins ou órgãos
reprodutivos estão distribuídos ao longo do corpo de modo que um esteja à frente do outro, sendo
um exemplo de excepção da simetria bilateral .

Tipos de dentição:Tipos de dentição em serpentes


Comportamento
Alimentação
Todas as serpentes são carnívoras, comendo pequenos animais (incluindo lagartos e outras cobras),
aves, ovos ou insetos. Algumas cobras têm peçonha para matar as suas presas antes de as comerem.
Outras matam as suas presas por constrição. As cobras não mastigam quando comem, elas possuem
uma mandíbula flexível, cujas duas partes não estão rigidamente ligadas. Isso se dá graças ao osso
quadrado que funciona como uma peça de encaixe, que quando necessário desarticula sua
mandíbula para se adaptar ao tamanho de sua presa (ao contrário da crença popular, elas não
desarticulam as suas mandíbulas), assim como numerosas outras articulações do seu crânio,
permitindo-lhes abrir a boca de forma a engolir toda a sua presa, mesmo que ela tenha um diâmetro
maior que a própria cobra.
Serpente da espécie Pantherophis guttatus a engolir um rato.
As cobras ficam entorpecidas, depois de comerem, enquanto decorre o processo da digestão. A
digestão é uma atividade intensa e, especialmente depois do consumo de grandes presas, a energia
metabólica envolvida é tal que na Crotalus durissus, a cascavel mexicana, a sua temperatura corporal
pode atingir 6 graus acima da temperatura ambiente. Por causa disto, se a cobra for perturbada,
depois de recentemente alimentada, irá provavelmente vomitar a presa para tentar fugir da ameaça.
No entanto, quando não perturbada, o seu processo digestivo é altamente eficiente, dissolvendo e
absorvendo tudo excepto o pelo e as garras, que são expelidos junto com o excesso de ácido úrico.
Normalmente, as serpentes não costumam atacar seres humanos, mas há relatos envolvendo
serpentes grandes, como pythons. Apesar de serem dóceis, existem algumas espécies
particularmente agressivas, mesmo assim, a maioria não ataca seres humanos, a menos que sejam
assustadas ou molestadas, preferindo evitar este contato.

Locomoção

Jararacuçu-do-brejo se locomovendo na areia da estrada (comprimento 2 metros).

Jararacuçu-do-brejo, sequencia da locomoção.


As cobras usam quatro métodos de locomoção que lhes permitem uma mobilidade substancial
mesmo perante a sua condição de "répteis sem pernas".

Todas as serpentes têm a capacidade de ondulação lateral, em que o corpo é ondulado de lado e as
áreas flexionadas propagam-se posteriormente, dando a forma de uma onda de seno propagando-se
posteriormente.
Além disto, as serpentes também são capazes do "movimento de concertina", ou "movimento de
sanfona". Este método de movimentação pode ser usado para trepar em árvores ou atravessar
pequenos túneis. No caso das árvores, o tronco é agarrado pela parte posterior do corpo, ao passo
que a parte anterior é estendida. A porção anterior agarra o tronco em seguida e a porção posterior
é propelida para a frente. Este ciclo pode ocorrer em várias secções da cobra simultaneamente (este
método originou a afirmação errônea de que as cobras "andam nas próprias costelas"; na verdade,
as costelas não movem para frente e para trás em nenhum dos 4 tipos de movimento). No caso de
túneis, em vez de se agarrar, o corpo comprime-se contra as paredes do túnel criando a fricção
necessária para a locomoção, mas o movimento é bastante semelhante ao anterior.

Outro método comum de locomoção é locomoção retilínea, em que uma cobra se mantém recta e se
propele como se de uma mola se tratasse, usando os músculos da sua barriga. Este método é usado
normalmente por cobras muito grandes e pesadas, como pítons e víboras.

No entanto, o mais complexo e interessante método de locomoção é o zigue-zague, uma locomoção


ondulatória usada para atravessar lama ou areia solta.

Nem todas as serpentes são capazes de usar todos os métodos. A velocidade máxima conseguida
pela maioria das cobras é de 13 km/h, mais lento que um ser humano adulto a correr, excepto a
mamba-negra, que pode atingir até 20 km/h.

Nem todas as serpentes vivem em terra; serpentes marítimas vivem em mares tropicais pouco
profundos.

Reprodução
As serpentes usam um vasto número de modos de reprodução. Todas usam fertilização interna,
conseguida por meio de hemipénis bifurcados, que são armazenados invertidamente na cauda do
macho. A maior parte das serpentes põe ovos e a maior parte destas abandona-os pouco depois de
os pôr; no entanto, algumas autores entendem que essas espécies são ovovivíparas e retém os ovos
dentro dos seus corpos até estes se encontrarem prestes a eclodir.

Recentemente, foi confirmado que várias espécies de cobras desenvolvem os seus descendentes
completamente dentro de si, nutrindo-os através de uma placenta e um saco amniótico. A retenção
de ovos e os partos ao vivo são normalmente, mas não exclusivamente, associados a climas frios,
sendo que a retenção dos descendentes dentro da fêmea permite-lhe controlar as suas
temperaturas com maior eficácia do que se estes se encontrassem no exterior.

Você também pode gostar