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Natal/RN
2021
O que é PNAISP?
PNAISP - Política nacional de atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade
no sistema prisional.
• Lei implantada no Brasil desde 1984, o PNAISP tem como objetivo garantir o acesso
das pessoas privadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado integral do SUS.
• Prevê que os serviços de saúde no sistema prisional passem a ser ponto de atenção das
RAS (Redes de atenção à saúde) do SUS.
• Cada unidade prisional do itinerário carcerário deverá contar com uma UBS (unidade
básica de saúde) prisional, que, por sua vez, contará com equipes multiprofissionais que
irão ofertar ações de promoção da saúde e prevenção de agravos.
• Controle e/ou redução dos agravos mais frequentes que acometem a população privada
de liberdade.
Adesão e Habilitação
O processo de implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) prevê a adesão de
estados e municípios como pré-requisito para solicitação de habilitação das equipes de
saúde.
A adesão é o compromisso que o estado ou o município firmam com a União com
o propósito de implantar a política no seu território, por meio da apresentação de um
Plano de Ação Estadual ou Municipal de assistência à saúde para as pessoas privadas de
liberdade daquele território. As adesões, tanto estaduais como municipais, só terão
validade após a publicação no Diário Oficial da União por meio de portaria específica.
Só após a publicação da portaria de adesão, o estado ou município pode solicitar a
habilitação de equipes de saúde para prestar a atenção primária às pessoas privadas de
liberdade.
As propostas serão analisadas pelo Ministério da Saúde e, se aprovadas
tecnicamente, serão publicadas no Diário Oficial da União, mediante dotação
orçamentária. Somente depois da portaria de habilitação ser publicada no Diário Oficial
da União é que o recurso será repassado em forma de custeio mensal pelo Ministério da
Saúde.
Assistência Farmacêutica no Sistema Prisional
O Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Assistência
Farmacêutica Básica do Departamento de Assistência Farmacêutica, realiza anualmente
o repasse financeiro referente ao Componente Básico da Assistência Farmacêutica no
âmbito da PNAISP. A transferência desse recurso foi instituída pela Portaria GM/MS n°
2.765, de 12 de dezembro de 2014.
O CBAF/PNAISP é diferenciado e corresponde a um repasse anual de R$ 17,73
por pessoa privada de liberdade no Sistema Prisional. Para fins de cálculo do recurso, é
utilizado o número de privados de liberdade disponibilizado pelo Departamento
Penitenciário Nacional (Depen) ao Ministério da Saúde.
Os estados recebem anualmente o repasse do CBAF no âmbito da PNAISP, e os
municípios aderidos à PNAISP podem pactuar a descentralização em CIB a fim de
receber diretamente esse recurso. O recurso do CBAF/PNAISP deve ser executado pela
Secretaria de Saúde e ser utilizado para aquisição dos medicamentos e insumos
constantes.
Descentralização do Componente Básico da Assistência Farmacêutica no âmbito da
PNAISP para os municípios.
O Capítulo VI do Título V da Portaria de Consolidação nº 6/2017 dispõe sobre as
normas para financiamento e execução do Componente Básico da Assistência
Farmacêutica no âmbito da PNAISP. Os municípios que tiverem interesse em receber
diretamente esse recurso devem:
• Solicitar a adesão municipal à PNAISP, preenchendo o plano de ação disponibilizado
pelo Ministério da Saúde e anexando o termo de adesão à PNAISP no formulário.
• O Ministério de Saúde analisará a solicitação de adesão à PNAISP e recomendará
adequações caso seja necessário. Em caso de aprovação, o Ministério da Saúde publicará
portaria de adesão no Diário Oficial da União.
• O município deverá pactuar em CIB a descentralização do recurso da CBAF no âmbito
da PNAISP e publicar a descentralização por meio de Resolução CIB.
• A Secretaria Estadual de Saúde deverá enviar a resolução CIB ao Departamento de
Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde.
• Caso o município esteja aderido à PNAISP e tenha descentralização pactuada em CIB,
fará jus ao recebimento de R$ 17,73 por pessoa privada de liberdade no Sistema Prisional
em seu território.
Monitoramento e Avaliação da PNAISP
A Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017, em seu Anexo XVIII,
capítulo I, dispõe sobre o monitoramento e a avaliação dos serviços e das ações de saúde
ofertadas pelas equipes de Saúde Prisional. O monitoramento e a avaliação da Política
Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema
Prisional, dos serviços, das equipes e das ações em saúde prisional são realizados por
meio do cadastro dos profissionais e das equipes no CNES, bem como pela alimentação
do» e-SUS APS.
A correta utilização dos sistemas de informação constitui uma ferramenta
importante na implantação da política, subsidiando decisões dos gestores locais no que
tange ao processo de trabalho das equipes, ao referenciamento para serviços de média e
alta complexidade e às ações estratégicas de prevenção e de conscientização. A ausência
de alimentação de dados nos sistemas de informação definidos pelo Ministério da Saúde,
por 90 dias consecutivos, acarreta diretamente a suspensão dos repasses financeiros.
Assim, tanto levantamentos epidemiológicos quanto dados relativos a procedimentos
realizados pelas equipes são de extrema importância para a otimização das ações de saúde
no âmbito da PNAISP.
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação também deve ser alimentado
pelas equipes da PNAISP para notificação e investigação de casos de doenças e agravos.
Sua utilização efetiva permite a elaboração do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um
evento na população, permitindo a desenvolvimento de análises situacionais para os
agravos, subsidiando a construção e implementação de políticas públicas em saúde, além
de contribuir para o mapeamento epidemiológico de comunidades em determinado tempo
e espaço.
Com objetivo de ampliar a produção de dados epidemiológicos sobre a saúde das
pessoas privadas de liberdade no sistema prisional, bem como as competências
normativas do Ministério da Saúde em relação à PNAISP, a COPRIS elaborou a Nota
Técnica nº 1/2020 com recomendações aos profissionais de saúde.
Além da disponibilidade desses sistemas, a política prevê, em seu delineamento,
a constituição de um grupo condutor formado pelas Secretarias de Saúde, Secretaria de
Justiça ou congênere, pela Administração Prisional ou congênere e pelo Conselho de
Secretários Municipais de Saúde (Cosems) do respectivo estado.
Ministério da Saúde deve monitorar a implementação da PNAISP nos estados e
municípios com o objetivo de prestar assessoria técnica e apoio institucional no processo
de gestão, planejamento, execução, monitoramento e avaliação de programas e ações da
PNAISP na rede de atenção à saúde.
Órgãos responsáveis:
• Ministério da saúde: responsável em elaborar e planejamento estratégico para
implementação da PNAISP, em cooperação técnica com os estados e municípios;
• Ministério da justiça: responsável pela logística e investimentos por meios das
respectivas secretárias de administração penitenciária ou congêneres;
• Secretárias de saúde estaduais e municipais: coordena e implementa a PNAISP no
âmbito do seu território, respeitando suas diretrizes.