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FILOSOFIA DA BIOLOGIA 2023

BACHARELADO EM CIENCIAS BIOLÓGICAS 022

RESUMO LIVRO: A LÓGICA DA VIDA DE FRANÇOIS JACOB. PÁGINA 78 A 80

AUTORES: Leonardo Bayer Pereira 813189 e Victor Henrique Cruz RA 814235

François Jacob, no final do primeiro capítulo de “A Lógica da Vida”, apresenta uma


digressão sobre a transição entre o a função de médico e o a função do naturalista no
que tange o estudo sobre a vida, por volta do século XVIII.

Até tal período, houveram avanços nas áreas de taxonomia e fisiologia. Taxonomia,
enquanto área que tenta categorizar/classificar tudo que é vivo, é iniciada por
Aristóteles e se até Buffon. Além da taxonomia, outro avanço foi a área da fisiologia,
no qual eram-se estudadas as estruturas internas dos seres e suas respectivas
funções. Entretanto, uma lacuna a ser preenchida era a da conexão entre a estrutura
externa do organismo vivo e sua estrutura interna. Até o século XVIII não houve uma
construção de conhecimentos robustos a respeito desta “ligação” entre o externo e o
interno. As funções externas não eram relacionadas com as funções internas pois
ainda haviam desconhecimentos a respeito das funções internas e de que maneira
elas alteravam e eram alteradas pelo organismo.

E um ponto importante desta lacuna era: a geração de vida. Tal conceito era
relacionado à uma “criação individual para cada ser que esteja vivendo, tenha vivido
ou que deva viver”. Tal conceito era aceito pela comunidade de pensadores da época.
Ou seja, para todo ser existir ele deve pré-existir através de uma ação divina. No
entanto, durante o século houveram desenvolvimentos significativos nas leis da
natureza dentro da Física, o que proporcionaram a maneira de lidar com o
conhecimento que propõe a “observação e a experiência”. Há uma transição entre a
lógica dos sistemas, que buscavam analisar a natureza e tentar decifra-la, para a
lógica dos fatos, no qual a evidência passa a ter grande importância para a construção
do conhecimento.

Da mesma maneira, o conceito de reprodução toma o foco dos naturalistas a partir do


momento em que Réaumur publica o conceito em 1712 em um trabalho. Tal conceito
estava relacionado à regeneração de partes do corpo que foram destruídas, no caso
do trabalho eram garras de caranguejo, ou seja, reprodução é o crescimento de um
membro amputado. Mas é com Buffon que o conceito se molda de forma mais ousada,
quando em seu trabalho “História Natural dos Animais” ele propõe o termo reprodução
como “capacidade de um vegetal ou animal de produzir um semelhante, e que isso é
o mecanismo de perpetuação da espécie”. Tal definição não era compactuada pela
maioria dos naturalistas do fim do século XVIII e início do século XIX. A maioria ainda
concordava com a ideia de Máquina Orgânica e a reprodução como uma capacidade
de produzir semelhantes e a geração sendo a possibilidade de tal, havia a existência
da pré-formação do ser.

Buffon traz uma nova maneira de pensar a formação de semelhantes, hereditariedade


e regeneração de partes ausentes. Ele e Maupertuis buscam os mecanismos gerais
da natureza que regem a geração da vida, o que para a época ainda é considerada
como oculta (também no sentido de ocultado dentro do ser), e como funciona a
conexão entre o externo e o interno. Questões que ficaram sem resposta por pelo
menos um século e meio.

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