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DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS E


PROFUNDAS PARA LINHAS DE TRANSMISSÃO

Autor: Felipe Moura Dornelles (felipe.dornelles@acad.pucrs.br)


Orientador: Profa. Lysiane Menezes Pacheco (lysiane.pacheco@pucrs.br)

Resumo
Este artigo tem como principal objetivo dimensionar as fundações das torres DFL e GL da
linha de transmissão LT 230 kV Restinga – Porto Alegre 13 apresentando os métodos de
verificação da ruptura por esgotamento da capacidade de carga do terreno, ruptura por
deslizamento (fundações superficiais), arrancamento ou insuficiência de resistência por tração
e ruptura do terreno decorrente de carregamentos transversais. Deste modo, no presente
trabalho foram abordados os principais métodos de dimensionamentos, os critérios das
normas para linhas de transmissão assim como as particularidades das mesmas. Nesse
trabalho foram abordadas apenas as fundações em sapatas e tubulões sendo as outras
consideradas especiais, não fazendo parte do escopo deste artigo.

Palavras-chave: sapata, tubulão, fundações, linhas de transmissão.

1 Introdução
No início do século XX houve um avanço da economia do país e com isso o aumento
do consumo de energia elétrica. Para garantir o desenvolvimento sustentável fez-se necessário
encontrar um sistema que não prejudicasse muito o meio ambiente. Como o Brasil possui um
grande potencial hidráulico, ele foi explorado e desenvolvido para fornecer um sistema
elétrico eficiente que atendesse a nova demanda (CHAVES, 2004; AMARAL, 2015). O
sistema elétrico se compõe por:
a) geração: é a produção, a qual é feita em unidades geradoras, podendo ser parques
eólicos, usinas termoelétricas, nucleares e hidroelétricas, sendo essas últimas as
principais unidades no país;
b) transmissão: que é feita por linhas de transmissão (LT’s), as quais são compostas
principalmente por torres treliçadas metálicas em meio rural e postes de concreto
em meio urbano e que fazem a ligação entre as unidades geradoras e as redes de
distribuição;
c) distribuição: que é a parte que chega nas cidades, indústrias, fábricas ou qualquer
unidade consumidora de energia elétrica.
2

Os projetos de linhas de transmissão de energia elétrica vêm em constante


desenvolvimento devido ao crescimento populacional nas cidades e consequentemente ao
aumento da demanda elétrica. A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL (2012)
registra que 11,5 mil quilômetros de novas linhas foram outorgados desde 1999. Destes, 7,4
mil quilômetros estão em atividade desde junho de 2004. A ANEEL (2012) ainda estima que
o Sistema de Transmissão Nacional possui 89,2 mil quilômetros em operação nas tensões de
230, 345, 440, 500 e 750 kV, o que compreende 96,6% de toda capacidade de produção de
energia elétrica do país, sendo o restante considerado perda ou transportado por outros meios.
A localização das unidades geradoras de energia está cada vez mais distante das
unidades consumidoras, com isso as LT’s percorrem longos caminhos, podendo ir de uma
cidade para outra. Por esse motivo, os solos em que as estruturas da mesma LT estão
assentadas podem ser geotécnicamente diversificados. Devido ao longo percurso e à grande
quantidade de estruturas em uma linha de transmissão alguns critérios devem ser levados em
conta na elaboração de projetos de fundações para as torres, visto que, elaborar um projeto
para cada suporte é inviável. Uma das diretrizes a ser considerada é dimensionar a fundação
para o pior carregamento e agrupar para torres do mesmo tipo ou agrupar para solos com
características semelhantes.
As principais fundações para linhas de transmissão, bem conhecidas entre os atuantes
na área da engenharia civil, são sapatas e tubulões (AMARAL, 2015). As sapatas isoladas são
mais economicamente viáveis para torres de suspensão, devido aos pequenos esforços
atuantes na estrutura. Para as torres de ancoragem e terminais deve ser feito um estudo entre
sapatas, blocos e estacas para definir qual a mais viável (ASHCAR1; LAUREANO, 1983
apud JUNG, 2009). Também possuem casos mais específicos que se faz uso de blocos
ancorados em rocha sã, estacas, grelhas ou até mesmo engaste direto na rocha.
Independentemente do tipo de fundação adotado, o critério de dimensionamento de
uma fundação de torre é bastante distinto do adotado para fundações de estruturas correntes
(edifícios), pois os esforços de tração e horizontais são bem elevados, logo deve ser feita
verificação ao arrancamento da estrutura e ao tombamento do solo (CHAVES, 2004;
AMARAL, 2015).
Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é elaborar um projeto geotécnico de fundações
das torres DFL e GL da linha de transmissão 230 kV Restinga – Porto Alegre 13,

1
ASHCAR, R.; LAUREANO, C. A. Estudo e Aplicações Práticas de Fundações para Linhas de
Transmissão. 2 ed. São Paulo: CESP, 1983.
3

apresentando todos os critérios de dimensionamento. Será avaliada apenas a utilização de


tubulões e sapatas, desconsiderando qualquer outro tipo de fundação. O projeto apresentado
será apenas geotécnico, não sendo realizado projeto estrutural. Os cálculos estruturais das
torres e das cargas que chegam ao topo das fundações não farão parte deste trabalho.
As siglas das torres têm significados diferentes. Por exemplo, na torre DFL as letras D
significa circuito duplo, ou seja, cabos nos dois lados da torre, F significa a sequência
alfabética em que ela foi criada e L significa ancoragem terminal ou fim de linha. No caso da
GL como ela não possui a letra D então ela só possui cabo em um lado, o G é porque foi
criada depois da F e L, como já mencionado antes, é ancoragem terminal ou fim de linha. As
silhuetas encontram-se no Apêndice II.

2 Referencial teórico
Nos tópicos a seguir serão apresentados os tipos de torres de linhas de transmissão,
serão abordados os critérios para o cálculo de fundações, os coeficientes de segurança, de
majoração e de minoração das normas bem como os métodos de dimensionamento.

2.1 Tipos de torres


Existem várias maneiras de classificar as torres de LT’s. Gontijo (1994) diz que elas
podem ser subdivididas, com vistas ao projeto da estrutura, da seguinte maneira:
a) quanto à disposição dos cabos condutores;
b) quanto ao número de circuitos elétricos que elas suportam;
c) quanto à forma de resistência das estruturas (autoportantes e estaiadas);
d) quanto à voltagem da linha;
e) quanto ao formato da silhueta da torre.

De maneira mais simplificada, na visão do projeto de fundação elas são divididas em


relação ao sistema estrutural e à função na LT (CHAVES, 2004).
Dentro do sistema estrutural as torres ainda se dividem em dois grupos: autoportantes e
estaiadas. As autoportantes são aquelas que têm o equilíbrio garantido em função de sua
própria estrutura, sem a necessidade de uma subestrutura para contribuir para sua estabilidade.
As torres estaiadas são aquelas que utilizam estais (cabos tracionados) fixados em uma das
extremidades no solo e na outra ao corpo da torre, garantindo sua estabilidade.
4

Em relação à função na LT, as torres são divididas em três grupos (FUCHS2, 1977,
apud AMARAL, 2015):
a) torres de ancoragem;
b) torres de suspensão;
c) torres de ângulo.

De acordo com Chaves (2004):


As torres de ancoragem se dividem entre torres intermediárias e terminais. As
intermediárias servem como pontos de tensionamento e são localizadas no meio da
linha. Já as torres terminais possuem a estrutura mais robusta para que suportem as
cargas com máxima tração e que são instaladas no início e no fim da LT.
As torres de suspensão suportam carregamentos verticais e horizontais permanentes
e carregamentos devido à ação do vento no sentido longitudinal e transversal da LT.
Torres em ângulo são locadas nos pontos onde há mudança no trajeto. Estas
estruturas são dimensionadas para as solicitações horizontais e transversais à LT,
devido a formação do ângulo.

2.2 Esforços nas fundações


Os esforços nas fundações de torres de LT’s são calculados considerando os seguintes
carregamentos (CHAVES, 2004; JUNG, 2009):
a) pressão de vento nas torres;
b) pressão de vento nos cabos;
c) peso próprio das torres;
d) peso próprio dos cabos;
e) peso próprio das eletroferragens.

Esses critérios geram os esforços verticais (compressão e tração) e horizontais


(longitudinais e transversais). Como já mencionado, o esforço de tração é a principal
solicitação no projeto de fundações e a carga que governa o dimensionamento.
Para que os carregamentos da torre cheguem nas fundações sem que haja
excentricidade no esforço vertical eles são transferidos por uma estrutura chamada “stub” que
é uma cantoneira de aço, podendo ter aletas ou não, que conecta o pé da torre com o fuste da
fundação, pois as estruturas de linhas de transmissão não possuem armadura de arranque
(AMARAL, 2015). A Eletrobras3 (1983 apud DIAS, 1987) propõe que para torres de
transmissão a utilização de sapatas pode ser feita com fuste reto ou inclinado. No caso do
fuste inclinado essa opção diminui os momentos atuantes e as seções retas podem ser de

2
FUCHS, R. D. Transmissão de energia elétrica: Linhas Aéreas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos
Editora S.A., v. I, 1977.
3
ELETROBRAS – Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
5

menor dimensões, contudo essa aplicação torna a execução das formas mais complexa. Em
contrapartida a aplicação de fuste reto necessita de maiores dimensões para que haja espaço
suficiente para a inserção do “stub”.

2.3 Parâmetros das normas


A norma que regula o projeto de linhas de transmissão é a NBR 5422/1985, a de
projeto de fundações é a NBR 6122/2010.
Na NBR 6122 (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2010) consta que o projeto
de fundações pode ser desenvolvido a partir de método de valores de projeto, em que as ações
são majoradas e a resistência minorada, ou a partir de método de valores admissíveis, em que
as ações não são majoradas – portanto se trabalha com ações em valores característicos – e a
carga ou tensão de ruptura é dividida por um fator de segurança global. Os coeficientes de
minoração da resistência e os fatores de segurança para fundações superficiais submetidas à
esforços de compressão são apresentados na tabela 1 e para fundações profundas na tabela 2.
O estado limite último (ELU) representa o mecanismo que conduz ao colapso da
fundação. Conforme a NBR 6122 (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2010), os
seguintes mecanismos podem caracterizar o ELU:

a) perda de estabilidade global;


b) ruptura por esgotamento da capacidade de carga do terreno;
c) ruptura por deslizamento (fundações superficiais);
d) ruptura estrutural em decorrência de movimentos da fundação;
e) arrancamento ou insuficiência de resistência por tração;
f) ruptura do terreno decorrente de carregamentos transversais;
g) ruptura estrutural (estaca ou tubulão) por compressão, flexão, flambagem ou
cisalhamento.

Tabela 1 – Coeficientes de minoração e fatores de segurança global para solicitações de compressão em


fundações superficiais

(fonte: NBR 6122/2010)


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Tabela 2 – Coeficientes de minoração e fatores de segurança global para solicitações de compressão em


fundações profundas
Coeficiente de minoração
Fator de Segurança global
da resistência última

Semi-empírico 1,4 2,0

Com provas de carga executada na


fase de elaboração ou adequação 1,14 1,6
do projeto

(fonte: baseado em NBR 6122/2010)

2.4 Métodos de cálculo


O projeto de fundações abrange duas etapas de dimensionamento e averiguações, a
geotécnica, que faz uma verificação para que não haja ruptura do solo, e a estrutural, para que
não haja ruptura do elemento. As principais verificações geotécnicas para fundações rasas e
tubulões, objeto deste trabalho, e alguns exemplos de metodologias aplicadas são:
a) ruptura por esgotamento da capacidade de carga do terreno (esforço de
compressão) – para fundações superficiais e tubulões Meyerhof e para tubulões
Aoki e Veloso;
b) ruptura por deslizamento (fundações superficiais);
c) arrancamento ou insuficiência de resistência por tração – para fundações
superficiais e tubulões trono de cone;
d) ruptura do terreno decorrente de carregamentos transversais – para tubulões
Hansen;

2.4.1 Método de Meyerhof


A teoria de Meyerhof (1963) é um aperfeiçoamento da teoria de Terzaghi. A superfície
de deslizamento intercepta a superfície do terreno, no caso das fundações superficiais, e estará
totalmente contida no solo, no caso das fundações profundas (VELLOSO E LOPES, 2012). A
equação 1 representa o cálculo da capacidade de carga do solo para fundações superficiais:

. . . . . . . . . ɣ. ɣ. ɣ. ɣ. ɣ (Equação 1)
2
Sendo:
qult = capacidade de carga (tensão última);
c = coesão do solo;
Nc, Nq e Nɣ = fatores de carga, cujas equações estão no Anexo I;
sc, sq e sɣ = fatores de forma, cujas equações estão no Anexo I;
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dc, dq e dɣ = fatores de profundidade, cujas equações estão no Anexo I;


ic, iq e iɣ = fatores de inclinação da carga, cujas equações estão no Anexo I;
q = sobrecarga (q = ɣ.D), em que D é a profundidade da fundação;
B’ = menor lado efetivo da fundação (sendo lado efetivo = B – 2.eB, onde eB é a
excentricidade gerada por um momento);
ɣ = peso específico do solo.

Hansen (1961) contribuiu com a fórmula de Meyerhof para determinação da


capacidade de carga do solo para fundações profundas, a qual é apresentada na equação 2.
. . . . . (Equação 2)
Sendo:
qult = capacidade de carga (tensão última);
c = coesão do solo;
Nc e Nq = fatores de carga, cujas equações estão no Anexo I;
sc = fator de forma, cuja equação está no Anexo I;
dc = fator de profundidade, cuja equação está no Anexo I;
ɣ = peso específico do solo;
D = profundidade da fundação.

A tensão última dividida pelo fator de segurança da tabela 1 resulta na tensão


admissível. É necessário verificar se a tensão aplicada no solo pela base da fundação não
ultrapassa a tensão admissível do terreno. Outra forma de avaliar a capacidade de carga
quando se tem carga excêntrica (momento) é não utilizar área efetiva, conforme propõe
Meyerhof, e empregar a hipótese de Winkler.

2.4.2 Hipótese de sapata rígida sobre solo de Winkler


Considerando uma sapata onde atuam uma carga vertical e uma horizontal, esses
esforços precisam ser trazidos para o plano da base da sapata, que inicialmente é transferido
para um ponto da base na vertical em relação aos esforços. Na figura 1 a carga vertical é
usada nos estudos de capacidade de carga e no dimensionamento estrutural e a carga
horizontal é absorvida por atrito na base e eventualmente por empuxo passivo (VELOSO E
LOPES 2012).
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Figura 1 – Sapata rígida em solo de Winkler

(fonte: VELOSO E LOPES, 2012)

No caso de uma carga vertical e um momento, inicialmente calcula-se a excentricidade


e verifica-se se ela é igual, maior ou menor que L/6, sendo L a maior dimensão da sapata.
Posteriormente, calcula-se a tensão máxima aplicada no terreno, a partir das equações
constantes no Anexo II.
No caso de uma carga vertical e dois momentos, calcula-se a excentricidade para as
duas direções e verifica-se na figura 2 em que zona estaria a resultante do carregamento.

Figura 2 – Representação das zonas de uma sapata rígida

(fonte: VELOSO E LOPES, 2012)

A tensão máxima aplicada no terreno, em função da zona onde estará a resultante do


carregamento, é calculada a partir das equações constantes no Anexo II.
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Para a veracidade do método de Winkler a tensão máxima calculada deve ser menor que
a tensão de borda da sapata (1,3 vezes a tensão admissível) e a tensão média calculada deverá
ser menor que a tensão admissível do solo (NBR 6122/2010).

2.4.3 Verificação ao deslizamento


Conforme Consoli (20XX) a verificação ao deslizamento de uma sapata consiste em
calcular, a partir da equação 3, uma força horizontal máxima que poderia ser aplicada e
comparar esse valor com a carga horizontal aplicada sobre a sapata:
. tan ∅ .
á (Equação 3)

Sendo:
Hmáx = força horizontal máxima que pode ser aplicada na fundação;
V = força vertical aplicada na fundação;
øB = ângulo de atrito entre o solo e o concreto (øB = 2/3.ø);
A’ = área nominal (A’ = B’.L’);
cB = adesão entre o solo e o concreto (cB = 2/3.c);
FS = fator de segurança (FS = 1,5).

2.4.4 Método de Aoki - Velloso


O método de Aoki e Velloso (1975) é apresentado como resultado de estudos
comparativos de provas de carga em estacas e CPT. O método pode ser usado quando se
dispõe de dados de ensaio SPT ou CPT. Ele relaciona a capacidade de carga da estaca/tubulão
combinando a resistência de ponta e o atrito lateral (VELOSO E LOPES, 2012). A equação 4
representa o cálculo da carga última aplicado para tubulões:
(Equação 4)
Onde:
Qult = capacidade de carga (carga última);
Rpo = resistência de ponta, cujas equações estão no Anexo III;
Ral = resistência de atrito lateral, cujas equações estão no Anexo III;

Para os tubulões a céu aberto não é calculado a resistência de atrito lateral, sendo
considerada desprezível ou apenas o suficiente para equilibrar o peso do tubulão. Essa parcela
de resistência é nula nos tubulões pneumáticos com camisa de concreto armado, moldada in
loco, em que, pelo processo executivo, o solo lateral fica praticamente descolado do fuste. Os
métodos teóricos para capacidade de carga para tubulões não funcionam satisfatoriamente
10

então, como alternativa, são utilizados os métodos semi-empíricos originalmente


desenvolvidos para estacas. Nesse caso considera-se o tubulão como uma estaca escavada,
desprezando o atrito lateral. O fator de segurança global adotado deve ser 3 (mesmo de
fundações superficiais), justamente por ser apenas considerada a resistência de ponta
(CINTRA et al, 2011).
Já Velloso e Lopes (2012) apresentam que existe duas maneiras de se desconsiderar o
atrito lateral, uma delas é se a execução for com revestimento que desce pelo peso próprio ou
com auxílio de equipamento, onde a exclusão do atrito lateral é em todo o fuste, e a outra é se
a execução da fundação for sem revestimento, onde o atrito lateral é desprezado em apenas
um trecho inferior do fuste, considerado como igual ao diâmetro da base.

2.4.5 Método de Hansen


O método de Hansen é baseado na teoria do empuxo de terra, tendo sua aplicabilidade
aos solos com resistência ao cisalhamento expressa por coesão e ângulo de atrito e aos solos
estratificados. Sua aplicação é limitada a fundações profundas curtas devido ao seu método
por tentativas. Considerando uma fundação profunda de dimensão transversal B e
comprimento enterrado L, submetida a uma força horizontal H aplicada a uma altura “e”
acima da superfície do terreno, o valor de H pode aumentar até o valor Hu (esforço máximo
na fundação) no qual a reação do terreno atinge o seu valor máximo, ou seja, o
correspondente ao empuxo passivo. Conforme Hansen (1961) primeiramente adota-se um
ponto de rotação da estaca, com isso, calcula-se o esforço horizontal na estaca (pzu) a partir
da tensão horizontal, da coesão e dos coeficientes Kq e Kc obtidos a partir do Ábaco do
Anexo IV ( . . ) esse esforço é calculado para cada trecho da estaca. Após
calcula o somatório de momentos em relação ao ponto de aplicação Hu (acima da estaca). O
objetivo é que o somatório dos momentos seja igual a zero, assim como o somatório das
forças horizontais, caso isso não seja atingido, adota-se outros pontos de rotação e por fim
calcula-se novamente o somatório dos momentos em relação ao ponto de rotação,
encontrando-se o valor de Hu sendo ele maior ou igual a carga horizontal aplicada.

2.4.6 Método do Tronco de Cone


Segundo Santos (1985), o método do tronco de cone define a capacidade ao
arrancamento de uma fundação como sendo equivalente a soma de duas parcelas, o peso
próprio da mesma e o peso de um tronco de cone, para seção circular, e de um tronco de
pirâmide para seção quadrada ou retangular, cuja base maior corresponde à interseção da
superfície lateral com o nível do terreno como mostrado na figura 3.
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Figura 3 – Cone de arrancamento

(fonte: JUNG, 2009)

A equação 5 exemplifica o cálculo da reação ao arrancamento:


(Equação 5)
Onde:
Rd = reação ao arrancamento;
Pc = peso devido ao concreto;
Ptc = peso do tronco de cone do solo, cujas equações estão no Anexo V.

2.5 Comparação dos métodos de arrancamento


Alguns trabalhos foram realizados comparando os métodos teóricos de capacidade de
carga ao arrancamento com provas de carga realizadas em campo.
Santos (1985) estudou um único tipo de sapata em um solo residual em gnaisse. Como
resultado, o autor verificou que o método do cilindro de atrito se mostrou o mais próximo do
real, porém esse método por considerar a aderência entre o solo e o concreto, pode subestimar
a capacidade de carga ou superestimar dependendo da profundidade escolhida, pois o atrito
lateral aumenta muito quanto mais profunda for a fundação devido ao fato de que possui
maior área de aderência.
Dias (1987) considerou sapatas com fuste inclinado e vertical, com compactação
superficial e por camadas e também para solo sem nível d’agua (situação favorável) e com
nível d’agua (situação desfavorável) e comparou com diversos métodos. Ele obteve resultados
diferenciados dependendo da situação, conforme apresentado a seguir:
a) fuste inclinado, compactação superficial, com nível d’água – cilindro de atrito;
b) fuste inclinado, compactação por camada, com nível d’água – Meyerhof e
Adams;
c) fuste inclinado, compactação superficial, sem nível d’água – Grenoble;
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d) fuste inclinado, compactação por camada, sem nível d’água – cilindro de atrito;
e) fuste vertical, compactação superficial, com nível d’água – cilindro de atrito;
f) fuste vertical, compactação por camada, com nível d’água – Grenoble;
g) fuste vertical, compactação superficial, sem nível d’água – Grenoble;
h) fuste vertical, compactação por camada, sem nível d’água – cilindro de atrito.

O método do cone (estudado neste trabalho) nos estudos de Santos (1985) e Dias
(1987) para sapatas com fuste inclinado foi o segundo mais próximo do real, porém esse
método subestima a capacidade de carga da fundação ao arrancamento. Como a
concessionária (CEEE-GT) detentora da linha estudada exige, por especificação técnica, que
seja feito pelo método de cone, os outros métodos de arrancamento não são contemplados
neste trabalho, porém foram verificados comprovando que o cone subestima a capacidade da
fundação.

3 Metodologia
A linha de transmissão 230 kV Restinga – Porto Alegre 13, objeto desse estudo, será
construída entre os bairros Restinga e Nonoai em Porto Alegre. Essa linha possui 40 torres
dos tipos DFZ, DFN, DFM, DFL, GZ e GL. Neste trabalho foi realizado o projeto de
fundações apenas para torres DFL e para torre GL, para abranger uma estrutura de ancoragem
de circuito duplo e uma de ancoragem de circuito simples. Foram escolhidas as duas torres
dentre as suas séries que possuem maior carregamento. Para o dimensionamento das
fundações (tubulões e sapatas) das torres DFL e GL da referida linha foram considerados os
métodos apresentados no item 2.4 deste trabalho.
Todas as solicitações que foram usadas no dimensionamento vieram do projetista
estrutural da torre e, segundo a especificação técnica da CEEE-GT e norma NBR 8850/2003
(Execução de Suportes Metálicos Treliçados para Linhas de Transmissão – Procedimento),
elas foram majoradas pelo coeficiente de 1,1 para critério de coordenação de falha fazendo
com que “o risco de falha das fundações seja garantidamente menor do que o das estruturas” e
encontram-se no Anexo VIII. Na mesma especificação também é apresentado que para a
verificação à compressão o peso próprio da fundação deve ser majorado de 1,1 e para as
verificações ao arrancamento e à flexão o peso próprio deve ser minorado de 0,9. Os
afloramentos necessários para nivelar as pernas da torre devido aos desníveis do terreno em
condições normais variam de 50 cm a 140 cm. O item da especificação técnica da CEEE-GT
que fala das majorações e minorações encontra-se no Anexo VI.
13

3.1 Sondagens e parâmetros do solo


Na linha de transmissão em questão foi realizada uma sondagem para cada torre,
porém para algumas torres foram realizados SPT’s e para outras, sondagens a trado. Como o
Nspt e as características do solo foram semelhantes ao longo do perfil longitudinal conforme
pode ser visto no Apêndice I, as fundações foram projetadas por tipo de torre e a sondagem
adotada para o projeto foi a que gerou menor Nspt. Para as torres tipo DFL todos os SPT’s
foram semelhantes, portanto o SPTE01 foi o escolhido e as características deste solo foram
adotadas para todas as torres DFL. Neste caso, a fundação adotada foi o tubulão, pois a torre
DFL possui um carregamento muito elevado necessitando de uma maior profundidade. No
caso da torre GL, a sondagem a trado adotada foi a STE19 e a fundação escolhida foi a sapata,
pois a sondagem mostra solo bom a pouca profundidade e o carregamento da torre não é tão
elevado quanto o da DFL. As silhuetas das torres utilizadas estão no Apêndice II e a figura 4
ilustra o perfil geológico-geotécnico das torres analisadas.
Os parâmetros dos solos considerados foram obtidos pela teoria de Godoy. A coesão e
o ângulo de atrito interno do solo foram determinados em função ao Nspt das sondagens, o
peso específico foi determinado em função do tipo de solo (conforme tabelas VII-A e VII-B
do Anexo VII), já o ângulo do cone foi retirado da tabela da CESP (Companhia Energética de
São Paulo) também constante no Anexo VII. Ao longo da linha de transmissão não houve
presença de nível de água o que favoreceu o dimensionamento.
No final, a favor da segurança, depois de calculados todos os valores dos parâmetros
foram adotados os resultados mais baixos para características dos solos, conforme segue:
a) para a coesão, 1,9 kgf/cm²;
b) para o peso específico, apesar de o valor mínimo calculado ter sido 1900 kgf/m³, a
favor da segurança foi adotado o valor de 1800 kgf/m³;
c) para o ângulo de atrito interno do solo, apesar do valor mínimo calculado ter sido
35°, como o solo encontrado ao longo da LT é constituído predominantemente
por argila, optou-se por adotar o valor de 15°, pois é o mais adequado para solo
com predomínio de argila;
d) no caso específico da torre GL devido ao menor carregamento e a falta de
sondagem SPT, foram adotados os parâmetros do solo a partir da tabela da CESP
(1983) que encontra-se no Anexo VII.
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Figura 4 – Perfil geológico-geotécnico das torres analisadas

(fonte: Elaborado pelo autor, 2017)

3.2 Dimensionamento geotécnico


As dimensões adotadas para a sapata foram:
- dimensões da base da sapata L=B = 250 cm;
- dimensões do fuste da sapata A=A’ = 70 cm;
- profundidade de escavação H = 330 cm;
- altura da base da sapata Hs = 60 cm;
- afloramento do fuste af = 50 a 140 cm;

As dimensões adotadas para o tubulão foram:


- diâmetro do tubulão Db=Df = 150 cm (sem base alargada);
- profundidade de escavação H = 540 cm;
- afloramento do fuste af = 50 a 140 cm;

Para a verificação da sapata, como ela foi considerada pela hipótese de sapata rígida,
primeiramente analisou-se a altura da sapata pela condição de que a altura fosse maior ou
igual do que a diferença entre o lado da base e o lado do fuste dividido por três, conforme
especifica a NBR 6118.
15

A primeira análise feita foi a de capacidade de carga do solo pelo método de


Meyerhof, conforme equações 2 e 3 do item 2.4.2. Para a verificação da capacidade de carga,
essa tensão foi dividida pelo fator de segurança 3 e multiplicada pela área da base. Isso deve
ser suficiente para resistir ao esforço de compressão atuante na fundação mais o peso próprio
da fundação considerando o maior afloramento do fuste que é de 140 cm multiplicado por 1,1
conforme especificação da CEEE-GT para majoração das cargas de compressão. Os cálculos
encontram-se no Apêndice III e os resultados são apresentados na tabela 3:

Tabela 3 – Capacidade de carga do solo pelo método de Meyerhof


Capacidade de Carga do Solo DFL (kgf/cm²) GL (kgf/cm²)

Sapata - 6,48

Tubulão 21,37 -

(fonte: Elaborado pelo autor, 2017)

- verificação da estabilidade Sapata:

carga de compressão + peso da fundação x 1,1 (Sd) = 148.477 kgf

resistência do solo à compressão . = 405.807 kgf

- verificação da estabilidade Tubulão:

carga de compressão + peso da fundação x 1,1 (Sd) = 151.187 kgf

resistência do solo à compressão . = 377.600 kgf

Para a sapata também foi utilizada a hipótese de uma sapata rígida sobre o solo de
Winkler para verificar a capacidade de carga. Foram calculadas as excentricidades e os
momentos atuantes na fundação devido aos esforços horizontais tanto na transversal quanto
na longitudinal. Nesse caso foi considerado o maior afloramento de fuste que é de 140 cm,
pois causa o maior momento solicitante. Os cálculos são apresentados no Apêndice IV.

- verificação:

Sméd ≤ qadm = 1,66 kgf/cm² ≤ 6,48 kgf/cm²

Smáx ≤ qlb = 2,36 kgf/cm² ≤ 8,44 kgf/cm²


16

Para tubulão, também foi feita verificação da capacidade de carga pelo método de Aoki e
Velloso, sendo considerada a resistência de ponta mais o atrito lateral, conforme equação 4 do
item 2.4.4. A carga última dividido por um fator de segurança 2 deve ser maior que a
solicitação axial de compressão mais o peso da fundação majorados pelo coeficiente 1,1. Para
o cálculo foi adotado k e α de argila e F1 e F2 característicos de estaca escavada (hélice
contínua). Os cálculos são apresentados no Apêndice V.

- verificação:

Qult/2 > Fvc + Pc x 1,1 = 155.571 kgf > 151.187 kgf

Após foi verificado o deslizamento da sapata pela equação 3 do item 2.4.3. Os cálculos
são apresentados no Apêndice VI.

- verificação ao deslizamento da sapata:

força horizontal solicitante (Fh) = 21.296 kgf

resistência ao deslizamento (Rdes.) = 25.392 kgf

Para a verificação ao arrancamento foi utilizado o método do cone tendo em vista a


orientação da concessionária CEEE-GT. Para a veracidade, a resistência ao arrancamento
deve ser maior que a solicitação da carga à tração considerando o menor afloramento de 50
cm, pois resulta em uma menor contribuição ao peso do concreto que ainda é minorado em
0,9, conforme especificação da concessionária. O ângulo alfa utilizado para o
dimensionamento foi de 20° para ambas as fundações, esse ângulo foi tirado da tabela da
CESP. Os cálculos são apresentados no Apêndice VII.

- verificação ao arrancamento da sapata:

arrancamento atuante (Sd) = 83.534 kgf

reação ao arrancamento (Rd) = 84.349 kgf

- verificação ao arrancamento do tubulão:

arrancamento atuante (Sd) = 103.846 kgf

reação ao arrancamento (Rd) = 106.586 kgf


17

Por último, foi realizada a verificação ao tombamento do tubulão pelo método de Hansen.
As camadas foram divididas de 50 em 50 cm. A tabela que mostra os cálculos realizado por
camadas assim como as forças horizontais e os momentos resistentes de cálculo encontram-se
no Apêndice VIII.

- verificação:

ponto de rotação = 3,42 m

força máxima no ponto de rotação = 137.808 kgf

força horizontal aplicada no topo do tubulão = 28.874 kgf

Portanto as dimensões inicialmente adotadas podem ser utilizadas, pois todas verificações
foram atendidas. Um esquema da sapata e do tubulão são apresentados na figura 5.

Figura 5 – Silhueta das fundações

(fonte: Elaborado pelo autor, 2017)


18

4 Considerações finais
O trabalho apresentado consistiu no dimensionamento de fundações rasas e profundas
aplicadas para linhas de transmissão, descrevendo os principais métodos utilizados para a
análise, os critérios necessários para a realização das verificações assim como a escolha dos
parâmetros do solo, justificando a escolha de uma sapata e um tubulão.
A linha estudada foi a LT 230 kV Restinga - Porto Alegre 13 localizada em Porto Alegre
entre os bairros Restinga e Nonoai. Foram analisadas duas torres dessa LT, a DFL e a GL,
onde a análise geotécnica das fundações garantiu que elas aguentem os esforços gerados pelas
estruturas sem risco de falha. As particularidades das linhas de transmissão mostraram que o
que rege o dimensionamento são as forças de tração, pois o arrancamento nesse tipo de
estrutura é elevado e o cuidado na escolha do método de arrancamento também é importante,
pois alguns métodos superestimam a capacidade de carga da fundação e outros subestimam.
Também foi apresentado que para linhas de transmissão as fundações têm que ser separadas
por zonas em relação ao tipo de solo ou por tipo de estruturas para evitar um custo muito alto
na execução da obra devido ao fato de que as LT’s percorrem longos percursos, portanto
possuem muitas estruturas e diferentes tipos de solos.
Assim sendo, o dimensionamento de fundações para linhas de transmissão consiste em
um processo que requer uma análise do local onde ela será implanta e a extensão dela, além
dos cuidados perante aos métodos de arrancamento. Com essas informações o processo se
torna muito mais eficiente e devido à pouca divulgação faz-se necessário apresentar as
particularidades para um melhor entendimento dos atuantes da área de fundações.
Nesta visão, como sugestão para trabalhos futuros sugere-se a verificação estrutural das
fundações estudadas, levando em consideração os esforços de tração e os horizontais que
geram momentos na fundação.
19

Referências Bibliográficas:
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2012.
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de Fundações. Rio de Janeiro, 2010.
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_____. NBR 8850: Execução de Suportes Metálicos Treliçados para Linhas de Transmissão -
Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.
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transmissão de energia elétrica. 2015. 157 f. Trabalho de Diplomação (Graduação em
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Catarina. Florianópolis.
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Minas Gerais. Belo Horizonte.
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1961.
20

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Sand. Copenhagen, 1961.
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tração: Comparação entre métodos de previsão de capacidade de carga. 2009. 60 f. Trabalho
de Diplomação (Graduação em Engenharia Civil) - Departamento de Engenharia Civil,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.
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Canadian Geotechnical Journal, vol. 1, 1963.
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Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia. Universidade Federal do Rio
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Subsolo, Fundações Superficiais, Fundações Profundas. São Paulo: Oficina de Textos, v.
Completo, 2010.
21

Apêndice I
22
23
24

Apêndice II
Figura II-A – Silhueta DFL Figura II-B – Silhueta GL

(fonte: CEEE-GT, 1981) (fonte: CEEE-GT, 1990)


25

Apêndice III – Capacidade de carga - Meyerhof

Verificação da Sapata

Dimensões Efetivas da Sapata 3) Fatores de Profundidade
B' = 236 cm dq = 1,18 adm
L' = 230 cm dc = 1,36 adm
dɣ  = 1,18 adm
1) Fatores de Carga
Nfi = 1,70 adm 4) Fatores de Inclinação
Nq = 3,94 adm i q = 0,98 adm
Nc = 10,98 adm i c = 0,98 adm
Ng = 2,65 adm i ɣ  = 0,90 adm
Nɣ  = 1,13 adm i g = 1,00 adm

2) Fatores de Forma 5) Tensão de Ruptura do Solo
Sq = 1,17 adm FS = 3 adm
Sc = 1,35 adm Sapata
Sɣ  = 1,41 adm q1 = 15,89 kgf/cm²
q2 = 3,20 kgf/cm²
q3 = 0,36 kgf/cm²
qu = 19,45 kgf/cm²
qadm.  = 6,48 kgf/cm²

Verificação do Tubulão

1) Fatores de Carga 4) Fatores de Inclinação
Nfi = 1,70 adm i q = 0,80 adm
Nq = 3,94 adm i c = 0,80 adm
Nc = 10,98 adm i ɣ  = 0,13 adm
Ng = 2,65 adm i g = 1,00 adm
Nɣ  = 1,13 adm
5) Tensão de Ruptura do Solo
2) Fatores de Forma FS = 3 adm
Sq = 1,17 adm Tubulão
Sc = 1,34 adm qu = 64,10 kgf/cm²
Sɣ  = 1,40 adm qadm.  = 21,37 kgf/cm²

3) Fatores de Profundidade
dq = 1,47 adm
dc = 1,94 adm
dɣ  = 1,47 adm
26

1) Verificação da Estabilidade da Fundação ao Esforço de Compressão Sapata
Verificação da Tensão Média na Base
Carga de Compressão + Peso do Concreto (Sd) 147.313 kgf
Resistência do Solo à Compressão (Rd=Ab*σsd) 352.258 kgf
Tensão Média Atuante no Solo (Sd/Ab) 2,36 kgf/cm²
Tensão Admissível (σsd) 6,48 kgf/cm²

2) Verificação da Estabilidade da Fundação ao Esforço de Compressão Tubulão
Verificação da Tensão Média na Base
Carga de Compressão + Peso do Concreto (Sd) 146.988 kgf
Resistência do Solo à Compressão (Rd=Ab*σsd) 377.600 kgf
Tensão Média Atuante no Solo (Sd/Ab) 8,32 kgf/cm²
Tensão Admissível (σsd) 21,37 kgf/cm²
27

Apêndice IV – Capacidade de carga sapata

1) Tombamento Transversal 2) Tombamento Longitudinal
1.1) Momento Transversal na Base 2.1) Momento Longitudinal na Base
MTb = ‐1.306.365 kgf.cm MLb = ‐889.740 kgf.cm
1.2) Momento Estabilizante Limite de Projeto 1.2) Momento Estabilizante Limite de Projeto
Mezt. = 9.898.497 kgf.cm Mezt. = 9.898.497 kgf.cm
1.3) Tensões Horizontais no Solo 1.3) Tensões Horizontais no Solo
p1 = 2,086 kgf/cm² p1 = 2,086 kgf/cm²
p2 = 2,897 kgf/cm² p2 = 2,897 kgf/cm²
p3 = 3,096 kgf/cm² p3 = 3,096 kgf/cm²

3) Excentricidade da Carga Vertical de Compressão na Base da Sapata
Na Direção Transversal eT = 10,04 cm
Na Direção Longitudinal eL = 6,84 cm

4) Cálculo das Zonas 
Solicitação Vertical Resultante Fvd = 102.645 kgf
Tensão Média Sob a Sapata Sméd = 1,64 kgf/cm²
4.1) Zona 1
Tensões nas Bordas da Base da Sapata Smáx = 2,31 kgf/cm²
Tensões nas Bordas da Base da Sapata Smín = 0,98 kgf/cm²
4.2) Zona 2
Inadmissível
4.3) Zona 3
S = 1.519,96 cm
tan α = 0,23 adm.
Tensões nas Bordas da Base da Sapata Smáx = 2,58 kgf/cm²
Tensões nas Bordas da Base da Sapata Smín = 0,70 kgf/cm²
4.4) Zona 4
t = 1.032,51 cm
tan β = 0,34 adm.
Tensões nas Bordas da Base da Sapata Smáx = 2,61 kgf/cm²
Tensões nas Bordas da Base da Sapata Smín = 0,68 kgf/cm²
4.5) Zona 5
α = 0,07 cm
Tensões nas Bordas da Base da Sapata Smáx = 1,81 kgf/cm²
Tensões nas Bordas da Base da Sapata Smín = 1,47 kgf/cm²
28

5) Verificação da Posição da Carga em Relação às Zonas
5.1) Zona 1
eL/eT = 0,68 pto interseção Resultado
(‐)Ls/Cs = ‐1,00 x = 24,79 Dentro da Zona 1
Ls/6 = 41,67 y = 16,88 1
5.2) Zona 2
Inadmissível
5.3) Zona 3
eL/eT = 0,68 pto interseção Resultado
(‐)Ls/(3.Cs) = ‐0,33 x = 82,15 Fora da Zona 3
Ls/3 = 83,33 y = 55,95 0
5.4) Zona 4
eL/eT = 0,68 pto interseção Resultado
(‐)3.Ls/Cs = ‐3,00 x = 67,91 Fora da Zona 4
Ls = 250,00 y = 46,26 0
5.5) Zona 5
Reta 1:
eL/eT = 0,68 pto interseção Qual Interseção?
Ls/(3.Cs) = 0,33 x = 119,82 Reta 2
Ls/6 = 41,67 y = 81,61
Reta 2:
eL/eT = 0,68 pto interseção Resultado
3.Ls/Cs = 3,00 x = 53,90 Fora da Zona 5
(‐)Ls/2 = ‐125,00 y = 36,71 0

6) Verificação ao Tombamento
Zona de Aplicação da Carga Zona 1 ‐
Smáx = 2,31 kgf/cm²
Smín = 0,98 kgf/cm²
Sméd = 1,64 kgf/cm²
qlb = 8,43 kgf/cm²
qadm. = 6,48 kgf/cm²
Smáx <= qlb OK 0,27
Sméd <= qadm. OK 0,25
29

Apêndice V – Capacidade de carga tubulão – Aoki e Veloso

1) Resistência de Ponta
Coeficiente de conversão do Nspt k = 2,5 kgf/cm²
Nspt Médio Nm = 13 adm.
Fator de Correção da Resistência de Ponta F1 = 3,0 adm.
Capacidade de Carga à Compressão Qp = 10,83 kgf/cm²
Área da Base do Tubulão Ab = 17.671 cm²
Resistência de Ponta Rpo = 191.441 kgf

2) Resistência do Atrito Lateral
Parâmetros Calculados para o Arrancamento
Reação de Atrito Lateral do Fuste Raf = 119.701 kgf
Reação de Atrito Lateral da Base Rab = 0,00 kgf

3) Verificação à Compressão
Rpo + (Raf + Rab) Coeficiente de Segurança à Compressão 
>
(FvdC + Pc) NBR 6122/2010

Verif. à Comp.  311.141,68
= 2,12 > 2,00 OK
146.988
30

Apêndice VI – Deslizamento sapata

Dimensões Efetivas da Sapata
B' = 236 cm
L' = 230 cm

Verificação ao deslizamento
Força de Compressão Fmd = 92.307 kgf
Tg ângulo de Atrito s‐c tgфB = 0,18 adm.
Adesão solo‐concreto cB = 0,4 kgf/cm²
Área Nominal  A' = 54.336 cm²
Fator de Segurança FS = 1,5 adm.
Resistência ao Deslizamento Rd = 25.482 kgf
Força Horizontal Fh = 21.296 kgf
Rd ≥ Fh OK 0,84
31

Apêndice VII - Arrancamento

Verificação Sapata
1) Verificação ao Arrancamento
1.1) Dados e Parâmetros
Solicitação de Arrancamento Td = 83,534 kgf
Profundidade da Escavação He = 330 cm
Inclinação Máxima do Terreno i = 0%
Profundidade Efetiva Considerada Hef = 325 cm
Altura da Base da Sapata Hs = 60 cm
Ângulo do Cone α = 20 °
Peso Específico do Terreno Natural ɣs = 1800 kgf/m³
Peso Específico do Reaterro ɣa = 1800 kgf/m³
Peso Específico do Concreto δc = 2,400 kgf/m³
Coesão do Solo c = 0.80 kgf/cm²
Ângulo de Atrito do Solo ф = 15 °
Tensão limite de Reaterro qlr = 3.24 kgf/cm²
Tensão de Atrito Solo/Base qlat = 0.381 kgf/cm²
1.2) Volumes
Base Menor Bm = 6.25 m²
Base Maior BM  = 23.68 m²
Volume do Cone a Partir da Base Vcb = 44.30 m³
Volume do Cone sobre a Sapata Vcss = 31.92 m³
Volume Fatia de Solo V1 V1 = 8.62 m³
Volume Fatia de Solo V2 V2 = 15.36 m³
Volume  de Solo V3 V3 = 15.26 m³
Volume da Base da Sapata Vbs = 3.75 m³
Volume da Sobre‐Sapata Vss = 0.00 m³
Volume do Fuste Abaixo do Solo Vf = 1.30 m³
Volume do Fuste Acima do Solo Vafl. = 0.21 m³
1.3) Pesos
Peso de Solo Ps = 72,989 kgf
Peso de Solo Corresp. a V1 P1 = 15,521 kgf
Peso de Solo Corresp. a V2 P2 = 27,651 kgf
Peso do Solo de Reaterro P3 = 27,475 kgf
(Peso do Concreto x 0.9) para Htmin Pcmin = 11,360 kgf
32

2) Reação de Atrito Lateral
Área Lateral da Base da Sapata Ab = 60.000 cm²
Tensão de Atrito Lateral qlat = 0,381 kgf/cm²
Resistência Devido ao Atrito  Rlat = 22.862 kgf

3) Reação Limitada pela Compressão do reaterro sobre a Sapata
Área de Contato do Reaterro Ar = 57.600 cm²
Tensão Limite de Compressão  qlr = 3,24 kgf/cm²
Resistência devido ao Reaterro Ra = 186.710 kgf

4) Hipóteses de Ruptura do Solo
Hipótese 1 ‐ Cone a partir da Base
Resistência ao Arrancamento R1 = 84.349 kgf
Hipótese 2 ‐ Cone a partir da Face Superior da Base + Atrito Lateral
Resistência ao Arrancamento R1 = 89.347 kgf
Hipótese 3 ‐ Atrito Lateral + Compressão no Reaterro
Resistência ao Arrancamento R1 = 220.931 kgf
Verificação
Resistência Corresp. a Hip. Crítica Rd = 84.349 kgf
Máxima Solici. de Arrancamento Sd = 83.534 kgf
Sd/Rd <1 OK 0,99
Verificação Tubulão
1) Verificação ao Arrancamento
Peso do Tronco de Cone do Solo
Ângulo do Cone α = 20 Graus
Altura de Correção hc =  0 cm
Diâmetro Inferior do Cone Dic = 150 cm
Diâmetro Superior do Cone Dsc = 543.09 cm
Volume do Tronco de Cone V tc = 56.39 m³
Volume de Concreto a ser Descontado V cd = 9.54 m³
Peso do Tronco de Cone do Solo Ptc = 84,333 kgf
Contribuição do Peso de Concreto da Fundação
Volume Concreto (Mínimo) V cmin.  = 10.30 m³
Peso Devido ao Concreto x 0.90 Pc = 22,253 kgf
Verificação
Carga de Arrancamento Atuante Sd = 103,846 kgf
Reação ao Arrancamento Rd = 106,586 kgf
Condição Necessária Rd > Sd Ok 0.97
33

Apêndice VIII – Tombamento - Hansen


Divisão das Camadas e Parâmetros do Solo
Profundidade Z  Espess. Camada  Parâmetros do Solo Pressão Vert. (po)  Diâmetro do 
Camadas
(m) (m) c (kgf/m²) ϕ (graus) ɣ (kgf/m³) (kgf/m²) Tubulão d (m)
1 0.50 0.50 19,000 15 1,800 900 1.50
2 1.00 0.50 19,000 15 1,800 1,800 1.50
3 1.50 0.50 19,000 15 1,800 2,700 1.50
4 2.00 0.50 19,000 15 1,800 3,600 1.50
5 2.50 0.50 19,000 15 1,800 4,500 1.50
6 3.00 0.50 19,000 15 1,800 5,400 1.50
7 3.42 0.42 19,000 15 1,800 6,148 1.50
8 4.00 0.58 19,000 15 1,800 7,200 1.50
9 4.50 0.50 19,000 15 1,800 8,100 1.50
10 5.00 0.50 19,000 15 1,800 9,000 1.50
11 5.40 0.40 19,000 15 1,800 9,720 1.50

Cálculo das Pressões Horizontais


z/d  Pressão Horizontal à Profundidade Z
z/d Kq Kc
(corrig) p2=p0.Kq (kgf/m²) p1=c.Kc (kgf/m²) p1+p2 (kgf/m²) pz (méd) (kgf/m²)
0.33 0.3 1.7 4.0 1,530 76,000 77,530 38,765
0.67 0.7 1.8 6.0 3,240 114,000 117,240 97,385
1.00 1.0 1.9 7.0 5,130 133,000 138,130 127,685
1.33 1.3 1.9 9.0 6,840 171,000 177,840 157,985
1.67 1.7 2.0 10.0 9,000 190,000 199,000 188,420
2.00 2.0 2.1 11.0 11,340 209,000 220,340 209,670
2.28 2.3 2.1 11.0 12,910 209,000 221,910 221,125
2.67 2.7 2.2 12.0 15,840 228,000 243,840 232,875
3.00 3.0 2.3 12.0 18,630 228,000 246,630 245,235
3.33 3.3 2.3 12.0 20,700 228,000 248,700 247,665
3.60 3.6 2.4 12.0 23,328 228,000 251,328 250,014

Cálculo das Forças Horizontais e Momentos Resistentes


Forças Horizontais Zi médio  distância  momento Fi.(Xo‐Zi) 
Fi (kgf) ΣFi‐Fh (kgf) (m) Xo‐Zi (m) (kgf.m)
29,074 199 0.25 3.17 92,032
73,039 73,238 0.75 2.67 194,683
95,764 169,002 1.25 2.17 207,374
118,489 287,491 1.75 1.67 197,340
141,315 428,806 2.25 1.17 164,699
157,253 586,058 2.75 0.67 104,647
137,808 723,866 3.21 0.21 28,628
‐204,182 519,683 3.71 ‐0.29 59,675
‐183,926 335,757 4.25 ‐0.83 153,491
‐185,749 150,008 4.75 ‐1.33 247,886
‐150,008 0 5.20 ‐1.78 267,694
ΣFH = 0 ΣM = 1,718,150
34

Resultados
Momento no Topo do Tubulão Mt = 40,424 kgf.m
Força Horizontal no Topo do Tubulão Fhd = 28,874 kgf
Momento Solicitante em Xof MXof = 139,044 kgf.m
Momento ao Nível da Base Mb = 196,347 kgf.m
Momento Resistente Calculado Mr = 1,718,150 kgf.m
Majoração de 30 % (NBR 6122/2010) Mrd = 2,233,595 kgf.m
Fator de Segurança FS = 16.06 adm.
Momento Lateral Admissível ML = 106,957 kgf.m
Momento a ser Absorvido pela Base Mabs = ‐2,037,248 kgf.m
Cortante Máximo no Fuste Q = 723,866 kgf
Cortante Admissível Q/FS = 45,062 kgf
Força no Ponto de Rotação FhXof = 137,808 kgf
35

Anexo I (MEYERHOF, 1963)


Fatores de carga:
. 1

.
. 45°

1 . tan 1,4.

Fatores de forma:

1 0,2. 45° .

1 0,1. 45° .

1 0,4.

Fatores de inclinação da carga:

1
90°

1
90°

Fatores de profundidade:

1 0,2. 45°

1 0,1. 45°
2 ′

1 0,1. 45°
2 ′

Onde:
ø = ângulo de atrito interno do solo;
B’ = menor lado efetivo da fundação;
L’ = maior lado efetivo da fundação;

α = ângulo de incidência da carga;

D = profundidade da fundação.
36

Anexo II (VELLOSO E LOPES, 2012)


Calcula-se a excentricidade como descrito abaixo:
e

a) Fundação retangular submetida a uma carga vertical e a um momento:


i. Se e ≤ L/6:
6.
. 1
ii. Se e > L/6:
4
á .
3 . 2.

b) Fundação retangular submetida a uma carga vertical e a dois momentos:


i. Zona 1 (Núcleo Central):
6. 6.
. 1
ii. Zona 2 (Zona Externa):
Essa situação é inadmissível, e a fundação deverá ser redimensionada.
iii. Zona 3 (ver fig. II-1a):

. 12
12
3 2.
tan .
2
12. 2.
á .
. tan 12.
iv. Zona 4 (ver fig. II-1b):

. 12
12
3 2.
tan .
2
12. 2.
á .
. tan 12.
v. Zona 5 (ver fig. II-1c):

á . . 12 3,9. 6. 1 . 1 2. . 2,3 2.
.
37

Figura II-1 – Zonas comprimidas de uma sapata retangular

(fonte: VELOSO E LOPES, 2012)


Onde:
ex = excentricidade da carga no eixo x;
ey = excentricidade da carga no eixo y;
Mx = momento atuante na direção x;
My = momento atuante na direção y;
V = carga vertical atuante na fundação;
q = tensão na borda da fundação;
A = área da fundação;
L = maior lado da fundação;
B = menor lado da fundação;
s = distância da aplicação da carga em relação ao menor lado da fundação;
α = ângulo de incidência da carga atuante sobre o maior lado da fundação;
t = distância da aplicação da carga em relação ao maior lado da fundação;
β = ângulo de incidência da carga atuante sobre o menor lado da fundação.
38

Anexo III (CINTRA, et. al., 2011)


A resistência do atrito lateral é obtida da seguinte forma:
. .
. .

Onde:
Ral = resistência de atrito lateral;
k = coeficiente de conversão do Nspt, conforme tabela III-1;
α = relação entre resistência de ponta e atrito lateral do cone, conforme tabela III-1;
Nm = Nspt médio ao longo do fuste;
F2 = fator de correção da resistência lateral, conforme tabela III-2;
P = perímetro da fundação;
H = altura da fundação.

Por fim, a resistência de ponta:

. .

Onde:
Rpo = resistência de ponta;
k = coeficiente de conversão do Nspt, conforme tabela III-1;
Nm = Nspt médio - Para efeito de cálculo da resistência de ponta, a média de três
valores de N (SPT ou CPT) é adotada: no nível de cálculo, 1 m acima e 1 m abaixo sendo o
limite para essa verificação de N = 50;
Ab = área da base;
F1 = fator de correção da resistência de ponta, conforme tabela III-2.
39

Tabela III-1 – Valores de k e α (Monteiro, 1997)


Tipo de Solo k (kgf/cm²) α (%)
Areia 7,3 2,1
Areia Siltosa 6,8 2,3
Areia Siltoargilosa 6,3 2,4
Areia Argilossiltosa 5,7 2,9
Areia Argilosa 5,4 2,8
Silte Arenoso 5,0 3,0
Silte Arenoargiloso 4,5 3,2
Silte 4,8 3,2
Silte Argiloarenoso 4,0 3,3
Silte Argiloso 3,2 3,6
Argila Arenosa 4,4 3,2
Argila Arenossiltosa 3,0 3,8
Argila Siltoarenosa 3,3 4,1
Argila Siltosa 2,6 4,5
Argila 2,5 5,5
(fonte: VELOSO E LOPES, 2012)

Tabela III-2 – Valores de F1 e F2 (Monteiro, 1997)


Tipo de Estaca F1 F2
Franki de Fuste Apiloado 2,3 3,0
Franki de Fuste Vibrado 2,3 3,2
Metálica 1,75 3,5
Pré-Moldada de Concreto Cravada a Percussão 2,5 3,5
Pré-Moldada de Concreto Cravada por Prensagem 1,2 2,3
Escavada com Lama Bentonítica 3,5 4,5
Raiz 2,2 2,4
Strauss 4,2 3,9
Hélice Contínua 3,0 3,8
(fonte: VELOSO E LOPES, 2012)
40

Anexo IV (HANSEN, 1961)


Figura IV-1 – Tabela do cálculo do pzu de Hansen

(fonte: VELOSO E LOPES, 2012)

Figura IV-2 – Coeficientes Kq e Kc de Hansen

(fonte: Hansen, 1961)


41

Anexo V
.
Onde:
Ptc = peso do tronco de cone do solo;
Vtc = volume do tronco de cone;
Vcd = volume de concreto;
ɣ = peso específico do solo.

Sendo que o volume do tronco de cone é obtido como segue:


.
. .
3
Onde:
Vtc = volume do tronco de cone;
D = profundidade da fundação;
Dsc = diâmetro superior do cone;
Dic = diâmetro inferior do cone (Dic = diâmetro da base).

Sendo que o diâmetro superior do cone é encontrado a partir de:


2. . tan
Onde:
Dsc = diâmetro superior do cone;
Db = diâmetro da base;
D = profundidade da fundação;
ø = ângulo de atrito interno do solo.
42

Anexo VI

(Fonte: Especificação Técnica CEEE-GT, 2003)


43

Anexo VII
A coesão é calculada pela relação com o Nspt conforme fórmula abaixo:
c = 10.Nspt
O ângulo de atrito que também é calculado com relação ao Nspt tem a seguinte fórmula:
ø = 28° + 0,4.Nspt
Tabela VII-A – Peso específico de solos argiloso

(fonte: GODOY, 1972)

Tabela VII-B – Peso específico de solos arenosos

(fonte: GODOY, 1972)

Tabela VII-C – Parâmetros dos Solos

(fonte: CESP, 1983)


44

Anexo VIII

Tabela VIII – Cargas nas fundações geradas pelas torres DFL e GL

Esforços Torre DFL (kgf) Torre GL (kgf)


Longitudinal (FX) 20.694 Longitudinal (FX) 14.493
Compressão Transversal (FY) 20.137 Transversal (FY) 15.604
Vertical (FZ) 119.790 Vertical (FZ) 90.023
Longitudinal (FX) 16.428 Longitudinal (FX) 13.402
Tração Transversal (FY) 19.340 Transversal (FY) 14.510
Vertical (FZ) 103.846 Vertical (FZ) 83.534
(fonte: CEEE-GT, 1981 e 1990)

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