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Introdução à Arqueologia
Nº de Página
INTRODUÇÃO 2
DESENVOLVIMENTO 3
Os Métodos de Datação 3
DATAÇÃO POR TRABALHOS DE 3
LABORATÓRIO: Datação pelo
carbono 14 ou radiocarbono
Resultados de Datação por 8
Radiocarbono
CONCLUSÃO 9
BIBLIOGRAFIA 10
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Introdução
Como é que sabemos a idade de qualquer coisa? Para as pessoas, pedimos para ver o bilhete de
identidade. Para as árvores, contamos os anéis. Mas como sabemos a idade de um fóssil? Os fósseis têm um
relógio interno. Os cientistas podem lê-lo, olhando para o rácio de dois tipos diferentes de átomos de
carbono.
Sabemos que todos os seres vivos são feitos de carbono. As plantas recolhem o dióxido de carbono
da atmosfera e usam-no para formar moléculas orgânicas complexas. Os animais obtêm o carbono
comendo essas plantas. Mas há mais do que uma forma de carbono. A maior parte dos átomos de carbono
tem seis protões e seis neutrões. Chamamos-lhe Carbono 12. Lá em cima na atmosfera, por vezes, os raios
cósmicos atingem átomos de azoto. Isso cria carbono com seis protões e oito neutrões. Chamamos-lhe
Carbono 14. O Carbono 12 e o Carbono 14 comportam-se do mesmo modo. Mas o Carbono 14 tem um
atributo único e importante: é instável.
Quando um animal morre, o Carbono 14 do seu corpo começa a desaparecer. Ao fim de cada 5 730
anos, em média, cerca de metade dos átomos de Carbono 14 transforma-se em azoto. Chama-se a isso a
"meia vida". Ao fim de meia-vida, o animal terá metade da quantidade de Carbono 14 com que começou.
Depois de outra meia-vida, terá cerca de um quarto. E depois de mais outra meia-vida, terá apenas um
oitavo. Pelo contrário, a quantidade de Carbono 12 que ele tem no corpo permanecerá a mesma. Medindo
o rácio do Carbono 14 em relação ao Carbono 12, podemos medir quantos milhares de anos se passaram
desde que o animal morreu. A datação por carbono funciona para fósseis até aos 60 000 anos. Para fósseis
mais antigos, os cientistas usam elementos instáveis que têm meias-vidas muito maiores. Neste trabalho
falarei em primeiro lugar sobre o vestuário e a alimentação. Depois, irei expor as doenças deste período e
as suas causas e consequências, apresentando logo de seguida um estudo realizado nos Estados Unidos nos
anos 70 que serviu para comparar a dieta dos caçadores recoletores à dieta dos agricultores.
Neste trabalho apresentarei inicialmente as generalidades dos métodos de datação, entrando logo
de seguida numa análise mais detalhada acerca da datação pelo carbono 14 ou radiocarbono, a implicação
do que é representado pela atividade de carbono 14 de uma amostra e a necessidade de interação entre o
arqueólogo e o laboratórios de radiocarbono antes da escavação, deixando para último alguns pontos sobre
resultados e interpretação dos mesmos.
Ilustração 1: "...há mais do que uma forma de carbono. A maior parte dos
átomos de carbono tem seis protões e seis neutrões. Chamamos-lhe
Carbono 12. Lá em cima na atmosfera, por vezes, os raios cósmicos
atingem átomos de azoto. Isso cria carbono com seis protões e oito
neutrões. Chamamos-lhe Carbono 14."
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vivos são formados por carbono, tirado mais ou menos diretamente das plantas (herbívoros, carnívoros que
se alimentam de herbívoros, etc.) e contém, por isso, também, carbono 14 radioativo e,
consequentemente, sujeito a uma desintegração. Durante a sua vida, os seres ou as plantas absorvem C 14
com o CO2 atmosférico. À sua morte cessa esta absorção e a quantidade de C 14 contida nos tecidos
começa a diminuir (a desintegrar-se) enquanto que a de carbono 12 permanece constante. A desintegração
do carbono 14 segue a de todos os corpos radioativos e é calculada em “meia-vida”, o que quer dizer que
perde metade do peso atómico no espaço de cerca de 5 730 anos. A metade restante leva ainda 5 730 anos
para se desintegrar, e assim sucessivamente, até ao desaparecimento quase total. Ficam sempre traços
infinitesimais, não detetáveis. Temos assim a seguinte progressão:
• 50% após 5 730 anos:
• 25% depois de 11 400 anos;
• 12.5% após 17 100 anos:
• 6,25% depois de 22 800 anos, mais ou menos.
Mas a quantidade de C 14 contida nos tecidos é extremamente fraca: cerca de um milionésimo da
quantidade de C 12, e muito mais fraca ainda depois de uma desintegração parcial, pelo que se torna difícil
de detetar. É, por isso, compreensível que uma quantidade radioativa inferior a 10%, correspondente,
consequentemente, à idade de pelo menos 20 000 anos, dificilmente possa ser descoberta com os nossos
atuais meios de investigação. Quanto mais fraca for a quantidade restante de C 14, maiores são as margens
de erro. Uma das maiores dificuldades deste processo de reside no fato de ainda não ser absolutamente
conhecida a “meia-vida” do C 14. Os vários autores propõem durações que diferem ligeiramente: em 1962,
o Congresso de Viena fixou esta duração em 5 730 anos ± 40 anos. O dr. Libby, inventor deste método,
preconizou sucessivamente 5 720 ± 37 anos (1949), 5 568 ± 30 anos (1958), etc. atualmente aceita-se o
valor de 5 730 anos com uma margem de erro de mais ou menos 50 anos, mas este número não representa,
mais que uma média: o verdadeiro valor da meia-vida do C 14 está ainda por determinar de modo
definitivo. Alguns autores fixam-no à volta dos 5 568. Para determinar a idade de um tecido, basta
encontrar a relação existente entre a quantidade de C 12 e a de C 14 que ele contém e comparar esta
relação com a que existe num exemplo atual, sendo a atividade especifica do C 14 de uma amostra
proporcional à sua idade. Por exemplo, a atividade especifica (número de desintegrações por minuto e por
grama de C 14) para uma árvore com 600 amos é de 11, para outra de 1 000 anos é de 8,75, para urna
madeira egípcia com 2 600 — 2 700 anos é de 7, enquanto que a do carbono natural é de 15. O tempo será
dado pela fórmula de W. F. Libby:
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• A atividade especifica do C 14 na plantas contemporâneas depende também da concentração atual
em C 14 da atmosfera, a qual variou muito nos últimos 100 anos (combustão do carvão e do
petróleo, fumos, libertação de grandes quantidades de CO2). Os resíduos das explosões atómicas e
a queda das suas poeiras radioativas perturbam a quantidade de C 14 absorvida pelas plantas e a
relação C 12 — C 14 encontra-se falseada. Por isso, é necessário testar as amostras atuais para se
ter a certeza de que não estão contaminadas. A fim de se poder utilizar na prática este método de
datação, tiveram que ser determinados “padrões” — medidas ou pontos de referência arbitrários
que obedecem a uma lei de médias aceitáveis. Ainda que não seja a nossa intenção dar aqui o
pormenor dos métodos de cálculo utilizados para a deteção e datação do C 14, no entanto, será
interessante conhecer os rudimentos dos processos empregados pelos laboratórios. Examinaremos
as recolhas de amostras que vão ser submetidas a análise:
◦ Devem ser em quantidades relativamente grandes: é preciso pelo menos um quilo de ossadas
antigas (que depois serão destruídas), para que se possa fazer uma análise séria. Por vezes, é
impossível obter tal quantidade de material. O carvão, por exemplo, requer bastante menos
peso…
◦ A amostra pode ser bastante mais antiga do que os objetos associados na mesma camada
arqueológica (reemprego);
◦ Qualquer amostra pode ter sido contaminada por um contacto com raízes ou ácido húmico;
◦ Durante as operações de análise e de contagem, as amostras podem ser contaminadas pela
atividade cósmica atual, já que qualquer objeto não protegido sofre a ação de
bombardeamentos cósmicos ininterruptos.
As melhores amostras serão as que tiverem sido preservadas num solo seco, ao abrigo das
variações atmosféricas. Os espécimes que dão as melhores informações são, por ordem decrescente: o
carvão vegetal, a madeira, a turfa, pelos, a pele, o couro, os têxteis, conchas marinhas, chifre, ossos, etc.
Procede-se assim:
Dada a fraquíssima intensidade dos raios emitidos pela desintegração do C 14, não se pode
atualmente esperar medir a atividade de um espécime com um contador de radiações do tipo Geiger.
Elaboraram-se assim dois métodos:
• Combustão do exemplo para o transformar em C 12, o qual é seguidamente introduzido num
contador de radiações especialmente construído;
• Redução do exemplo de C 12 obtido por combustão ao estado de gás CO e sua introdução,
misturando com CO2, extremamente purificado (metano, acetileno ou etileno), num contador de
gás proporcional. O uso de um solvente, tal como o benzeno, permite utilizar um contador de
cintilações. Neste último caso, tem sido possível obter medidas muito exatas para datar exemplos
com cerca de 70 000 anos. Mas este método está ainda em estudo. De momento, contentamo-nos
com medidas que vão até 30 000 anos, com uma margem de erro de cerca de 10%. No entanto, as
medidas sobre que nos podemos basear com alguma certeza não vão além dos 15 000 anos, com
uma margem de erro que varia de 3 a 10%.
Este método de datação absoluta é atualmente o mais prático porque pode ser aplicado a
espécimes provenientes de qualquer parte do globo terrestre e não tem nenhuma ligação com fenómenos
geológicos necessariamente localizados.
No universo encontram-se numerosos corpos radioativos em estado natural, que permitem
datações, mas, ou têm uma duração de meia-vida demasiado curta (rádio = 1 590 anos, silício 32 = 710
anos, trítio H3 = 12 1/2 anos) ou demasiado longa (berílio 10 = 2 500 000 anos, urânio 238 = 4 560 000 000
anos, rubído 87 = 60 000 000 000 anos) para poderem ser utilizados nos limites da arqueologia clássica ou
pré-histórica. Estes corpos radiativos são empregues essencialmente nas datações geológicas.
O potássio 40 (K 40) desintegra-se durante um período de 1 400 000 anos, durante o qual liberta o
árgon (método de datação potássio-árgon). A sua utilização permitiu datar de 1 750 000 anos os restos do
australopiteco das camadas mais profundas de Olduvai (no entanto, outros laboratórios acharam 1500 000
anos e 2 300 000 anos, o que mostra bem a falta de certeza deste método de datação).
As tabelas de datação pelo carbono 14 são periodicamente publicadas (publicação principal:
«Radiocarbon», Yale University, New Haven; London office: 20 Bloomsbury Square, London WCA 2NP).
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Entretanto, depois dos trabalhos de De Vries e Willis, entre outros (1958-1960), reconheceu-se que
a concentração do radiocarbono na atmosfera variou com o tempo e as datas obtidas por este método
tiveram que ser revistas. Suess forneceu curvas de recalibragem em 1967 e 1970, depois Renfrew em 1973
e R. M. Clark em 1975. As curvas fornecidas por numerosos outros autores têm sido sucessivamente
reapreciadas. Mas ainda não se estabeleceu de forma completa um acordo acerca desta recalibragem, que
é fundada numa cronologia comparada das datas fornecidas pelo radiocarbono, a dendrocronologia e
pontos históricos. A própria duração da meia-vida do carbono 14 está sujeita a controvérsia, o que faz com
que, segundo Renfrew e Clark, a precisão das datas fornecidas pela análise do radiocarbono esteja sujeita à
da determinação da data (não corrigida), dada pelo método convencional, à margem de erro possível e
enfim, à forma da curva utilizada para a recalibragem desta data. Como vemos, o problema não é tão
simples como parece ao princípio, e a exatidão do método está sujeita a caução. Nestes últimos anos
apareceram numerosos artigos tendentes a clarificar o assunto e a determinar novas avaliações (ver a este
respeito o artigo de R. M. Clark, A Calibration Curve for Radiocarbon Dates. «Antiquity», XLIX 1975); é
provável que, com a evolução das técnicas, veja a sua precisão aumentar nos anos futuros.
Os resultados da datação por radiocarbono são divulgados em anos AP (Antes do Presente) não
calibrados, onde AP é definido como 1950 DC. A calibração é então feita para converter os anos AP em anos
civis. Tendo por base o ano de 1950, se um determinado facto ocorreu em 10.000 a.C., pode também ser
notado como 11.950 ap.
Antes de decidir sobre o uso da datação por carbono como um método analítico, um arqueólogo
deve primeiro certificar-se de que os resultados da datação por radiocarbono após a calibração podem
fornecer as respostas necessárias às questões arqueológicas que foram levantadas. A implicação do que é
representado pela atividade de carbono 14 de uma amostra deve ser considerada.
A relação da amostra com o seu contexto nem sempre é simples. A idade de uma amostra pré-data
o contexto no qual foi encontrada. Algumas amostras, tal como a madeira, param de interagir com a
biosfera e tem uma idade aparente no momento da sua morte. Relacionar a idade dos depósitos ao redor
da amostra não seria algo totalmente preciso. Há também casos em que a associação entre a amostra e o
depósito não é aparente ou de fácil compreensão. Deve ser tomado muito cuidado quando relacionamos
um evento com o contexto e o contexto com a amostra a ser analisada pela datação por radiocarbono.
Um arqueólogo também se deve certificar de que somente as séries úteis de amostras sejam
coletadas e analisadas pela datação por radiocarbono e não todo o material orgânico encontrado no local
de escavação. É importante que os cientistas de radiocarbono e os arqueólogos concordem com a estratégia
de amostragem antes de começarem a escavação para que tempo, esforço e recursos não sejam
desperdiçados e resultados significativos sejam alcançados após o processo de datação por carbono.
Deve ser enfatizado que os arqueólogos precisam interagir com os laboratórios de radiocarbono
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antes da escavação devido a diversos fatores:
• Tipo, tamanho e embalagem da amostra - Os laboratórios têm limitações em termos das
amostras que podem ser analisadas pela datação por radiocarbono. Alguns laboratórios, por
exemplo, não datam carbonatos. Os laboratórios também devem ser consultados quanto à
quantidade ideal necessária de amostra, bem como sobre a sua preferência em relação a certas
amostras submetidas à datação por carbono. Alguns laboratórios aceitam madeira encharcada,
enquanto que outros preferem receber a madeira seca.
• Coleta de amostras - Contaminantes não devem ser introduzidos nas amostras durante a coleta e
armazenagem. Hidrocarbonetos, cola, biocidas, glicol polietileno ou polivinilacetato não devem
entrar em contacto com amostras que serão submetidas à datação por radiocarbono. Outros
contaminantes potenciais incluem o papel, papelão, algodão, barbante e cinzas de cigarro.
• Armazenagem de amostras - As amostras devem ser envolvidas em materiais de embalagem que
as protejam durante o transporte e armazenagens prolongadas. Os rótulos colocados nos
materiais de embalagem não devem desbotar ou cair facilmente. Recipientes de vidro podem
ser usados para armazenar amostras que serão submetidas à datação por radiocarbono, mas os
mesmos podem quebrar e não serem práticos ao lidar com amostras grandes. Os recipientes de
alumínio com tampa de rosca são seguros, mas mesmo assim é melhor consultar o laboratório
de radiocarbono sobre os melhores recipientes de amostras a serem utilizados.
• Erros e calibração - Recomenda-se que os arqueólogos, ou qualquer outro cliente, perguntem ao
laboratório se os resultados têm erros sistemáticos ou aleatórios. Eles também devem pedir
detalhes sobre a calibração utilizada para a conversão dos anos AP a anos civis.
• Custo - Esclareça os custos relacionados à datação de amostras por radiocarbono. Alguns
laboratórios cobram mais pela análise de amostras que eles não processam regularmente.
• Período de tempo - A datação por radiocarbono leva tempo e os laboratórios muitas vezes têm
listas de espera. Por esse motivo, esse fator deve ser considerado.
• Identificação das amostras - O processo de datação por carbono é destrutivo e os laboratórios
geralmente orientam os seus clientes em relação à identificação e rotulagem da amostra. No
entanto, o cliente fica responsável por certificar-se de que todas as amostras submetidas à
datação por radiocarbono tenham sido rotuladas de forma adequada e correta, antes que a
análise seja iniciada.
• Tipos de contaminantes - A comunicação com os clientes também ajudam os laboratórios na
identificação de possíveis contaminantes no local da escavação. Quando os cientistas identificam
o tipo de contaminante, eles têm uma ideia dos métodos de pré-tratamento que precisam ser
seguidos antes de começarem a datação por carbono.
• Idade esperada da amostra - Os laboratórios perguntam aos clientes sobre a idade esperada das
amostras submetidas à datação por radiocarbono para certificarem-se de que a contaminação
cruzada seja evitada durante o processamento das mesmas e que nenhuma amostra de idade
substancial (mais de 10.000 anos) seja analisada depois de uma amostra recente. Os laboratórios
também procuram evitar o processamento de amostras que produzem faixas amplas de
calendário em análises por radiocarbono. Os resultados de datação por radiocarbono têm valor
insignificante nos casos em que a curva de calibração é efetivamente plana e todos os eventos do
calendário no período em questão produzem mais ou menos a mesma idade de radiocarbono.
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Conclusão
Partindo dos progressos de diferentes áreas de conhecimento (Física, química, botânica, etc.), é nos
permitido situar os acontecimentos passados numa escala numérica mais precisa. Entre os vários métodos
de datação absoluta, com diferentes objetivos e abrangência temporal, o método de datação por
radiocarbono (C14) é de todos o mais utilizado. O seu princípio base é a avaliação quantitativa da taxa do
isótopo radioativo de carbono C14 presente na matéria orgânica. Formado nas camadas superiores da
atmosfera terrestre pela ação da radiação cósmica, o radiocarbono é objeto de um rápido processo de
reação, transformando-se em dióxido de carbono radioativo, que se dispersa pela atmosfera terrestre,
assimilado por todos os seres vivos, incluindo os humanos através da respiração e alimentação. A taxa de
representação de C14 no ser vivo mantém-se em equilíbrio até à sua morte e a partir deste acontecimento
verifica-se um progressivo decaimento. Assim, a medição da quantidade de C14 residual e a sua
proporcionalidade em relação à presença de C12 (dióxido de carbono estável) são suficientes para obter a
datação de uma amostra de matéria orgânica como carvão vegetal ou ossos identificados durante uma
escavação arqueológica.
A premissa de Libby de que a taxa de dióxido de carbono atmosférico teria permanecido estável ao
longo do tempo seria reajustada com o contributo da Botânica através da Dendrocronologia. Os trabalhos
desenvolvidos por esta disciplina, vieram demonstrar diferenças observadas ao nível dos vários ritmos de
crescimento dos anéis das árvores, com variações ao longo do tempo e entre diferentes áreas geográficas
durante o mesmo período. As diferenças notadas, apresentam uma tendência cíclica e resultam da
instabilidade do campo magnético da Terra, consequentemente na maior ou menor capacidade de
formação de dióxido de carbono. Esta questão foi resolvida através da comparação dos resultados obtidos
sobre a mesma amostra, entre as sequências dendrocronológicas existentes e a análise através do C14. Do
resultado desta operação resultaram as curvas de calibração que servem, precisamente, para calibrar os
resultados da análise de C14.
Embora a datação por C14 ainda apresente uma abrangência temporal limitada a 30.000 anos
(aproximadamente), já é atualmente possível proceder à contagem direta do número de átomos de C14
presente no material submetido a datação através do método por espectrometria de massa por acelerador
AMS (Accelerator Mass Spectrometry). O desenvolvimento deste método resultou na diminuição
substancial do tamanho das amostras que queremos analisar (antes expressas em gramas, hoje em
miligramas); na redução do tempo necessário à obtenção dos resultados e na maior abrangência temporal
que o método permite.
Pode-se usar a técnica do C14 desde que a amostra contenha carbono: objetos de madeira, carvão,
ossos, tintas que derivam de plantas etc. Essa técnica é capaz de datar objetos com até 50 mil anos. A partir
disso, a radiação remanescente do C14 torna-se muito baixa para poder ser detetada com precisão
suficiente. Abaixo de 300 anos, por outro lado, a diminuição do C14 pelo decaimento é muito pequena, e
também não é possível determinar a variação na sua concentração.
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