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1.

Educação

 ASSUNÇÃO FLORES – QUAL O IMPACTO DA LIDERANÇA ESCOLAR NO

RESULTADO DOS ALUNOS?


Este estudo procurou identificar que tipo de influência as lideranças escolares exercem na
melhoria dos resultados dos alunos.
Assunção Flores, professora no Instituto de Educação da Universidade do Minho (UM) e
investigadora no Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC), está a estudar os efeitos
das lideranças escolares no desempenho dos alunos.
Neste projeto foram realizados inquéritos a 379 directores de escola, e a 875 membros de
equipas de liderança. Foram ainda realizados estudos de caso em 20 escolas e agrupamentos de
Portugal continental.
Os principais resultados apontam para uma visão positiva e para uma convergência das respostas
quer do ponto de vista dos diretores, quer dos membros da direção, quer dos professores.
Os dados apontam para uma certa idealização daquilo que é a figura do diretor e do seu papel na
melhoria da escola e na melhoria também do trabalho dos professores e dos resultados dos
alunos.
No entanto, segundo Assunção Flores, foi também possível identificar algumas incongruências e
alguns dados ambivalentes que se prendem por um lado com a relevância que é atribuída à
liderança pedagógica, isto é, existe uma ênfase nos aspectos pedagógicos e nas ações que estão
diretamente relacionadas com a melhoria da qualidade do ensino.
Mas, por outro lado, há aspectos contraditórios na medida em que a supervisão pedagógica e a
observação de aulas são temas menos referenciados. E, para Assunção Flores, estes dois
elementos são absolutamente fundamentais para a melhoria da qualidade do ensino.
O projeto Investigando os efeitos das lideranças escolares nos resultados dos alunos é
financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

2. Enfermagem

PEDRO MELO – PROJETO QUER EMPODERAR AS COMUNIDADES DA FRENTE

ATLÂNTICA DO PORTO CONTRA AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS


A ideia é que estas comunidades criem ferramentas que lhes permitam estar melhor preparadas
para os efeitos provocados por estas alterações.
Pedro Melo, professor e investigador no Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS)
da Universidade Católica Portuguesa (UCP), está a implementar um modelo que pretende ajudar
as comunidades da frente atlântica do Porto a mitigar o impacto das alterações climáticas na sua
região.
Este projeto tem como objetivo avaliar a utilização do Modelo de Avaliação, Intervenção, e
Empoderamento Comunitário (MAIEC) nas comunidades intermunicipais da frente atlântica do
Porto.
Uma das áreas que está a ser trabalhada neste projeto são as alterações climáticas. A equipa de
Pedro Melo pretende que este modelo ajude estas comunidades a garantir a sua autonomia, a sua
liderança, e a sua participação, na sua adaptação às mudanças climáticas, e na mitigação dos
seus impactos.
“Vamos começar por avaliar o nível de empoderamento destas comunidades para conseguirem
mitigar e adaptar-se às alterações climáticas juntando autarquias, associações relacionadas com
o ambiente, movimento de cidadãos, e também empresas, no sentido de entender como é que em
coesão podem ser criadas parcerias para resolver estas questões”, explica.
Depois de medido o nível de empoderamento de cada uma destas comunidades a equipa de
Pedro Melo vai diagnosticar como a liderança associada a conhecimentos, crenças, e volição
destas pessoas, e como as parcerias e as estruturas que existem nestas comunidades, vão permitir
potenciar a adaptação e a mitigação das alterações climáticas.
Terminada a fase de diagnóstico será realizada uma intervenção para instruir e ensinar as
pessoas sobre estas questões.
Poderão também ser criadas estruturas organizativas para promover parcerias e melhorar a
comunicação entre as diferentes partes interessadas.

3. Medicina
CRISTINA CUNHA – INVESTIGAÇÃO QUER IDENTIFICAR MARCADORES QUE

MELHOREM O PROGNÓSTICO DA ASPERGILOSE(曲霉病) PULMONAR INVASIVA


Cristina Cunha, investigadora no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde
(ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho (UM), está a estudar os fatores que
determinam a suscetibilidade (易感体) de pacientes à aspergilose pulmonar invasiva, uma
doença infecciosa causada por um fungo que afeta sobretudo doentes imunocomprometidos.
Esta equipa de investigação está à procura de biomarcadores que permitam facilitar o processo
de diagnóstico desta doença.
Até ao momento foi possível identificar que os doentes mais suscetíveis a esta infecção fúngica
apresentam um microbioma pulmonar desregulado, caracterizado por uma menor diversidade de
microorganismos, quando comparados com doentes saudáveis.
Além disso, foi também possível determinar que a variabilidade do microbioma pulmonar no
momento do diagnóstico é um fator essencial para a sobrevida destes doentes. Ou seja, a
diversidade do microbioma pode ser usada como método de prognóstico para esta doença.
“Conseguimos determinar se, consequente o grau de diversidade deste microbioma ao
diagnóstico, os doentes vão conseguir sobreviver melhor ou mais tempo do que os doentes que
apresentam uma menor diversidade”, revela.
Neste momento estão a ser realizados estudos longitudinais com o intuito de perceber quais são
as causas e as consequências da quebra de diversidade do microbioma pulmonar.
“Precisamos de ir para trás e tentar encontrar onde é que as diferenças realmente acontecem, e o
que causa esta consequência. Ou seja, se é uma alteração do microbioma que depois desregula o
nosso perfil imunológico e que nos torna mais susceptíveis à infeção, ou ao contrário, se é o
nosso perfil imunológico que está desregulado por outra comorbidade, seja por uma infeção, por
COVID-19, ou pelo processo de imunossupressão associado a um transplante, que depois
desregula o nosso microbioma e aumenta a suscetibilidade à infecção por Aspergillus
fumigatus”, explica.
A equipa de Cristina Cunha está a colecionar amostras longitudinais de pré-diagnóstico dos
pacientes para tentar identificar marcadores que possam ser usados ao diagnóstico e assim dar
horas aos doentes que lhes permitam melhorar o seu prognóstico e a sua qualidade de vida.
4. NANOTECNOLOGIA
RICARDO HENRIQUES – INVESTIGAÇÃO DESENVOLVE MICROSCÓPIO QUE USA

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA OBSERVAR O COMPORTAMENTO DE CÉLULAS


Estes microscópios vão conseguir observar em tempo-real fenómenos celulares que não são possíveis de observar
usando métodos convencionais.
Ricardo Henriques, investigador no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e professor na
University College London (UCL) no Reino Unido, está a usar inteligência artificial para
desenvolver microscópios capazes de agir de forma autónoma e adquirir imagens de células com
o mínimo de luz possível.
“Uma das coisas que é bastante interessante naquilo que nós fazemos no nosso laboratório é que
utilizamos inteligência artificial para tentar resolver problemas em termos de microscopia que
eram impossíveis de resolver antes. Por exemplo, uma das coisas que estamos interessados em
perceber é de que maneira é que alguns vírus entram dentro de células e como conseguem se
reproduzir dentro dessas células”, conta.
Infelizmente, o ambiente em que um microscópio convencional faz a aquisição de imagens de
células é tóxico, pois as células não são normalmente expostas à luz e, por causa disso, não
sabem como reagir à quantidade de luz utilizada por um microscópio.
Para resolver este problema, o laboratório de Ricardo Henriques utiliza inteligência artificial
para tomar decisões sobre quando é que é mesmo necessário adquirir uma imagem e assim
reduzir a quantidade de luz a que essas células são expostas.
“É algo parecido como por exemplo quando olhamos para um jogo futebol. Num jogo de futebol
as pessoas que estão atrás da câmara têm que tomar algumas decisões, se fazem zoom in onde
está a bola, se observam aquela bola com muito detalhe, ou se efectivamente olham para o
campo inteiro e tentam perceber qual é a situação do jogo. De algum modo, é algo parecido
aquilo que nós fazemos com a inteligência artificial que neste caso é capaz de perceber aquilo
que está a acontecer nas amostras de células e, ao determinar que algo interessante vai
acontecer, consegue aumentar o detalhe e a resolução espacial e temporal para observar aquele
evento”, explica.
Assim o microscópio apenas é ativado quando um evento de interesse ocorre. Este método tem
ainda a vantagem de poder ser utilizado durante um tempo indefinido e de analisar ao mesmo
tempo um volume elevado de células, permitindo assim observar eventos que, de outra forma,
um ser humano não conseguiria ver.

5.Aplicativo gratuito desenvolvido na USP ajuda na implantação de painéis de energia solar

Ferramenta foi desenvolvida na Escola de Engenharia de São Carlos da USP e pode ser

utilizada por qualquer pessoa com conhecimentos básicos de eletricidade


O dimensionamento fotovoltaico é uma análise do local em que vai ser implementado um
sistema para produção de energia solar. Ele ajuda a entender a demanda necessária, com o
melhor aproveitamento do espaço disponível, para implantação de painéis solares. Para ajudar
nesse processo, pesquisadores do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL)
da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP criaram um aplicativo de
dimensionamento de sistemas fotovoltaicos, chamado Curso Solar USP, disponível na Google
Play Store (Android) e na Microsoft Store (Windows).
O aplicativo pode ser utilizado por qualquer pessoa com conhecimentos básicos de eletricidade:
há um tutorial disponível no Canal Curso Solar USP no YouTube neste link. O usuário deve
indicar o nome da cidade onde será colocada a instalação, a energia média mensal dos últimos
12 meses e o custo da energia obtido de uma conta de energia.
“A partir dessas informações, o app determina a potência fotovoltaica, o número de módulos e
sugestão de inversor fotovoltaico. Também é fornecida a energia mensal gerada mês a mês, as
toneladas de CO2 anual evitadas pelo uso do sistema e o número de árvores equivalente”,
explica o professor Elmer Pablo Tito Cari, da EESC, um dos criadores do app ao lado de Nílson
Takayuki, engenheiro eletricista formado na USP em São Carlos.
Curso Solar USP
O Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação vai realizar mais uma edição do Curso
Solar Fotovoltaico, iniciativa que ensina profissionais a desenvolverem projetos de painéis
solares no computador e a instalar esses sistemas em diferentes ambientes. Qualquer pessoa
interessada no tema pode se inscrever no curso, que tem inscrições no valor de R$ 600 à vista,
com opções para parcelamento. As instruções estão disponíveis no site do curso, clicando aqui.
Os interessados podem se inscrever até o dia 17 de março por meio do sistema Apolo, neste link.
As aulas serão on-line, nos dias 31 de março e 1º de abril, e vão abordar o dimensionamento
básico do sistema fotovoltaico; a leitura de mapas solarimétricos, que mostram a incidência de
radiação em diferentes países; os procedimentos de instalação dos painéis fotovoltaicos; a
ligação do sistema no quadro de força; os passos para a configuração na central de
monitoramento e até mesmo as etapas para solicitar conexão à concessionária responsável pela
distribuição de energia elétrica.

5.O objetivo deste projeto é promover a revitalização de áreas semiáridas como o montado
alentejano e reforçar a biodiversidade destes habitats.

Isabel Ferraz de Oliveira, professora no Departamento de Zootecnia da Escola de Ciências e


Tecnologia da Universidade de Évora (UÉ) e investigadora no MED – Instituto Mediterrâneo
para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, participa no projeto LIFE Scrubsnet como o
objetivo de promover a gestão sustentável das áreas de matos no montado alentejano.
Em Portugal este projeto é coordenado por Isabel Ferraz de Oliveira e Helena Guimarães e tem
como principal objetivo revitalizar os habitats agrícolas de zonas semiáridas como o montado
alentejano.
Tipicamente, os produtores não querem ter zonas de mato no seu montado, pois o mato é visto
como um risco de incêndio e reduz a área de zonas elegíveis para produção agrícola. No entanto,
os matos têm uma importância fulcral na sustentabilidade do montado, pois promovem a
biodiversidade.
No primeiro ano do projeto foi feito um diagnóstico da situação de base com vista a quantificar
a presença de matos e a sua diversidade. Neste momento estão a ser implementadas ações de
proteção e de regeneração dos matos e, em alguns casos, estão a ser criadas novas manchas de
mato e de renovo arbóreo em zonas mais degradadas.
Estão também a ser realizadas ações que visam promover a biodiversidade das espécies
associadas às zonas de mato. Estas ações incluem a instalação de caixas ninho, de hotéis de
insetos, e de caixas para morcegos.
O projeto LIFE Scrubsnet é financiado pela União Europeia através do programa LIFE e para
além da Universidade de Évora, conta também com a participação da Universidade de Córdoba,
da Universidade da Extremadura, e das empresas SEO Bird Life, ExVer, Eco Habitat, e
Innogestiona Ambiental.

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