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CINÉTICA QUÍMICA

A cinética química estuda a velocidade


com que as reações químicas ocorrem.

Existem 4 fatores que afetam a velocidade das


reações químicas:

 Concentração dos reagentes

 Temperatura

 Área superficial (estado de divisão) dos reagentes

 Presença de catalisadores

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VELOCIDADE DE UMA REAÇÃO

 A velocidade de uma reação é definida como a variação da


concentração de produtos ou de reagentes que ocorre por unidade de
tempo.

 Determina-se medindo a diminuição da concentração dos


reagentes ou o aumento da concentração dos produtos.

Para a reação:
A→B

VELOCIDADE MÉDIA DE UMA REAÇÃO


Consideremos a reação:

Br2(aq) + HCOOH (aq) → 2Br-(aq) + 2H+(aq) + CO2 (g)

A diminuição da concentração de bromo à medida que o tempo passa


manifesta-se por uma perda de cor da solução 4

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VELOCIDADE DE UMA REAÇÃO
A→B

tempo

CÁLCULO DA VELOCIDADE MÉDIA DE


UMA REAÇÃO
Supondo que:

o Para t = 0 (início da reação) há 1,00 mol A (100 esferas pretas) e B


não está presente. Para t = 20 min, existem 0,54 mol A e 0,46 mol B

Para t = 40 min, existem 0,20 mol A e 0,80 mol B

A velocidade média da reação depois de 40 min será

ΔA ΔB
Velocidade média = − =
Δt Δt
(0,20 - 1,00) (-0,80)
Velocidade média = − = = −0,020mol/L.min
40 40

A velocidade média diminui com o tempo

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Velocidade instantânea
C4H9Cl(aq) + H2O(l) ⎯⎯→ C4H9OH(aq) + HCl(aq)

A velocidade da reação
num determinado instante
(velocidade instantânea) é a
tangente à curva do gráfico
concentração vs. tempo
nesse instante.
A velocidade instantânea
é diferente da velocidade
média.

M = mol.L-1

ESTEQUIOMETRIA E VELOCIDADE DE
REAÇÃO
Consideremos a seguinte reação:
2A→B
Consomem-se dois moles de A por cada mole de B que se forma, ou seja, a
velocidade com que A se consome é o dobro da velocidade de formação de
B. Escrevemos a velocidade da reação como:

1 [ A] [ B]
velocidade = − ou velocidade =
2 t t

No caso geral, para a reação:


aA + bB → cC + dD
A velocidade é dada por:

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EQUAÇÃO DE VELOCIDADE OU
LEI CINÉTICA DE UMA REAÇÃO
Consideremos a reação

NH4+ (aq) + NO2- (aq) → N2 (g) + 2 H2O (ℓ)


para a qual

EQUAÇÃO DE VELOCIDADE OU
LEI CINÉTICA DE UMA REAÇÃO
Verifica-se que
- quando a [NH4+] duplica, mantendo a [NO2-] constante, a velocidade
duplica;

- quando a [NO2-] duplica mantendo a [NH4+] constante, a velocidade


também duplica;

Logo, v  [NH4+][NO2-]

Equação de velocidade ou Lei cinética da reação:

v = k[NH+ ][NO - ]
4 2
onde k é a constante de velocidade da reação.

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UTILIDADE DAS EQUAÇÕES CINÉTICAS

1- Calcular a velocidade de uma reação a partir


do conhecimento da constante de velocidade e
das concentrações de reagentes;

2- Calcular a concentração de reagentes em


qualquer instante durante o decorrer de uma
reação.

ORDEM DE REAÇÃO
Consideremos a reação geral:
aA + bB → cC + dD
A equação da velocidade assume a forma:
Velocidade = k [A]x [B]y

x,y,k – determinados experimentalmente


x e y – ordem de uma reação; x é a ordem de A e y é a ordem de B.

A reação tem ordem global x+y

Uma reação pode ser de ordem zero, 1 (1.ª ordem), 2 (2.ª ordem), etc.

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ORDEM DE REAÇÃO e CONCENTRAÇÃO

Uma reação é de:

o ordem zero em relação a um reagente se a alteração da


concentração desse reagente não causa alteração à sua
velocidade.

o primeira ordem em relação a um reagente se, duplicar a


concentração, duplica a velocidade da reação também.

o é de ordem n em relação a um reagente se, duplicar a


concentração aumenta de 2n a velocidade da reação.

REAÇÕES DE ORDEM ZERO


❖ Reações de ordem zero são raras. As reações de
primeira e de segunda ordem são os tipos mais comuns.
❖ A equação cinética é: velocidade = k[A]0=k
A equação de concentração vs. tempo é:

d A
− =k [A] = [A]0 – k t
dt
❖ A velocidade de uma reação de ordem zero é
constante e independente das concentrações de
reagentes.
❖ Reações de decomposição sob efeito de temperatura
são frequentemente de ordem zero.

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REAÇÕES DE ORDEM ZERO
Gráfico da concentração
[A] em função do tempo
para uma reação de ordem
zero

Tempo de de meia-vida
(t1/2): é o tempo necessário
para que a concentração de
uma reagente diminua para
metade do seu valor inicial.

[A]0
t½ =
2k

REAÇÕES DE 1ª ORDEM
Uma reação de primeira ordem é uma reação
cuja velocidade depende da concentração de
reagente elevada à potência unitária.

A → produto

O decaimento radioativo é um exemplo de


reação que segue uma cinética de primeira ordem.

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COMPORTAMENTOS CARACTERÍSTICOS DE
UMA REAÇÃO DE PRIMEIRA ORDEM

a) Diminuição da concentração do b) Utilização da representação gráfica da


reagente com o tempo. relação linear de ln[A] em função do tempo
para calcular a constante de velocidade.
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REAÇÕES DE 1ª ORDEM
A → produto

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TEMPO DE MEIA-VIDA
Definição:
quando t=t1/2,
[A] = [A]0/2

Variação da concentração de um
reagente com o número de tempos de
semi-transformação para uma reação de
primeira ordem

REAÇÕES DE 2ª ORDEM
É a reação cuja velocidade depende da
concentração de reagente elevada ao quadrado ou
de concentrações de dois reagentes diferentes,
cada um deles elevada à unidade.

1º Caso: A → produto

2º Caso: A + B → produto

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REAÇÕES DE 2ª ORDEM
1º Caso: A → produto

d[ A]
velocidade = -
dt
velocidade = k[ A]
2

d[ A]
- = k[ A]
2

dt M = mol L-1
d[ A] 1 æ 1 ö
k=- 2 ´ ç ÷
[ A] dt è Msø
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REAÇÕES DE 2ª ORDEM

d[ A] d[ B]
velocidade = - =-
dt dt
velocidade = k[ A][ B]
d[ A] d[ B]
- =- = k[ A][ B]
dt dt
1 1
= + kt
[ A] [ A0 ]

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TEMPO DE MEIA-VIDA (t1/2) NA REAÇÃO
DE 2ª ORDEM

Para
[A] = [A]0/2 na equação:

1 1
= + kt
[ A] [ A]0
Obtém-se

RESUMO DA CINÉTICA DE REAÇÕES DE


ORDEM ZERO,
1ª ORDEM E 2ª ORDEM

Equação Tempo de
Ordem Equação cinética concentração-tempo meia-vida

[A]0
0 Velocidade =k [A] = [A]0 - kt t½ =
2k

ln2
1 Velocidade = k [A] ln[A] = ln[A]0 - kt t½ =
k
1 1 1
2 Velocidade = k [A]2 = + kt t½ =
[A] [A]0 k[A]0

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1) Considere a reação: 2 NO(g) + O2(g) → 2 NO2(g)
Quando a concentração de NO é dobrada, a velocidade
da reação aumenta por um fator de 4. Quando ambos o O2
e NO são dobrados, a velocidade aumenta por um fator de
8. Qual a ordem de reação para cada reagente? Qual a
ordem global de reação? Qual a unidade de k (mol, L, s)?

2) Considere a reação:
C4H9Br(aq) + OH- → C4H9OH(aq) + Br-(aq)
Quando a concentração de C4H9Br é dobrada, a
velocidade da reação aumenta por um fator de 2. Quando
ambos o C4H9Br e OH- são dobrados, a velocidade
aumenta por um fator de 2. Qual a ordem de reação para
cada reagente? Qual a ordem global de reação? Qual a
unidade de k (mol, L, s)?

Determinando ordem de reação e equação de velocidade a


partir de dados experimentais

BrO3−(aq) + 5 Br−(aq) + 6 H3O+(aq) → 3 Br2(aq) + 9 H2O(l)

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Determinando ordem de reação e equação de velocidade a
partir de dados experimentais

S2O8−(aq) + 3 I−(aq) → 2 SO42−(aq) + I3−(aq)

EFEITO DA TEMPERATURA NA
VELOCIDADE DE REAÇÃO

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TEORIA DAS COLISÕES DE ARRHENIUS
- Modelo que explica o aumento da velocidade das
reações com o aumento da temperatura, considerando que
as moléculas, para reagirem, têm que colidir umas com as
outras.
- Contudo, nem todas as colisões resultam na formação de
produtos; só uma pequena parte delas vai resultar na
ocorrência de reação, dependendo de dois fatores:
1. Fator de orientação
2. Energia cinética

FATOR DE ORIENTAÇÃO
Para que uma reação aconteça, é necessário que as moléculas dos
reagentes colidam com a orientação correta.

Colisão Eficaz
Colisão eficaz

Colisão Ineficaz

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ENERGIA DE ATIVAÇÃO
Energia de ativação:

Tal como uma bola não consegue alcançar o topo de uma colina se
não rolar com energia suficiente até à colina, uma reação não ocorre se
as moléculas não possuírem energia suficiente para ultrapassar a
barreira de energia de ativação.

ENERGIA DE ATIVAÇÃO
Segundo a teoria das colisões postula-se que, para que
possam reagir, as moléculas que colidem têm de possuir uma
energia cinética total maior ou igual à energia de ativação (Ea).
Ea é a energia necessária para que se inicie uma dada reação.

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Complexo ativado
 Complexo ativado: é a espécie formada transitoriamente pelas
moléculas de reagentes, como resultado da colisão, antes da
formação do(s) produto(s)
A+ B → C + D
Complexo
ativado

Complexo
ativado

FRAÇÃO DE MOLÉCULAS COM


Ea
A fração de moléculas, f, com energia igual ou superior Ea é:

-Ea
f =e RT

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EQUAÇÃO DE ARRHENIUS
 A maior parte dos dados da velocidade das reações obedece à
seguinte relação

-Ea
k = Ae RT

Em que:
k- constante de velocidade
A – fator de frequência (medida da probabilidade de uma colisão eficaz)
Ea – energia de ativação (kJ/ mol)
R – constante dos gases ideais ( em unidades S.I. 8,314 J/K . mol)
T – temperatura absoluta

Quanto menor Ea e maior T , maior k.

DETERMINAÇÃO DA ENERGIA DE
ATIVAÇÃO
Rearranjando a Equação de Arrhenius, obtém-se:

 E  1 
k = Ae − Ea / RT  ln k =  − a   + ln A
 R  T 
E a (kJ/mol )
R = 8,314 J/K.mol

Para duas temperaturas, a relação entre as constantes de velocidade é:

Ea  1 1 
ln k1 − ln k 2 =  − 
R  T2 T1 

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CATÁLISE
Um catalisador é uma substância que aumenta a velocidade de uma
reação química, sem ser consumida durante essa reação.

Um catalisador aumenta a velocidade de uma reação por diminuir a sua


energia de ativação em virtude de possibilitar um mecanismo alternativo para
a reação.
k = A . exp( -Ea/RT ) Ea k

Não catalisada Catalisada

Velocidadereação catalisada > Velocidadereação não catalisada

CATÁLISE
 Existem dois tipos de catalisadores: Homogêneos e heterogêneos.

Catálise homogênea: o catalisador encontra-se na mesma fase dos


reagentes e produtos

•Catálise ácida

•Catálise básica

Catálise heterogênea: o catalisador encontra-se numa fase diferente dos


reagentes e produtos

•A síntese de Haber do amoníaco

•A síntese do ácido nítrico

•Conversores catalíticos

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CATÁLISE HETEROGÊNEA
Processo Haber (produz NH3)
A síntese de Haber do
amoníaco

Fe/Al2O3/K2O
N2 (g) + 3H2 (g) 2NH3 (g)
catalisador

Conversores Catalíticos

Recolhimento de
gases de escape

Tubo de escape
Extremidade do
tubo de escape

Compressor de ar: fonte


de ar secundário
Conversores
Catalíticos

CO + Hidrocarbonetos que não sofreram combustão + O2 Conversor CO2 + H2O


catalítico

2NO + 2NO2
Conversor
2N2 + 3O2
catalítico

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