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BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 32º ed. São Paulo: Malheiros, 2017.

“A vinculação essencial dos direitos fundamentais à liberdade e à dignidade humana,


enquanto valores históricos e filosóficos, nos conduzirá sem óbices ao significado de
universalidade inerente a esses direitos como ideal da pessoa humana.” (BONAVIDES, 2017, p.
576)” – citação direta

Preciso iniciar o cap diferenciando direitos humanos de direitos fundamentais (posso usar Carl
Schmitt) - ideia

Declaração dos Direitos dos homens de 1789 é uma manifestação da universalidade (primeira)
(BONAVIDES, 2017) – citação indireta

“Os direitos do homem ou da liberdade, se assim podemos exprimi-los, eram ali ‘direitos
naturais, inalienáveis e sagrados’, direitos tidos também por imprescritíveis, abraçando a
liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.” (BONAVIDES, 2017, p. 576)

“Em rigor, o lema revolucionário do século XVIII, esculpido pelo gênio político francês,
exprimiu em três princípios cardeais todo o conteúdo possível dos direitos fundamentais,
profetizando até mesmo a sequência histórica de sua gradativa institucionalização: liberdade,
igualdade e fraternidade.” (BONAVIDES, 2017, p. 577)

“Os direitos da primeira geração são os direitos da liberdade, os primeiros a constarem do


instrumento normativo constitucional, a saber, os direitos civis e políticos, que em grande
parte correspondem, por um prisma histórico, àquela fase inaugural do constitucionalismo do
Ocidente.” (BONAVIDES, 2017, p. 577)

“Os direitos de primeira geração ou direitos de liberdade têm por titular o indivíduo, são
oponíveis ao Estado, traduzem-se como faculdade ou atributos da pessoa e ostentam uma
subjetividade (...)” (BONAVIDES, 2017, p. 578)

“Os direitos de segunda geração (...) São os direitos sociais, culturais e econômicos bem como
os direitos coletivos ou de coletividades, introduzidos no constitucionalismo das distintas
formas de Estado social (...) Nasceram abraçados ao princípio da igualdade, do qual não se
podem separar (...)” (BONAVIDES, 2017, p. 578)

“exigem do Estado determinadas prestações materiais” (BONAVIDES, 2017, p. 578)

A constituição do Brasil formulou “o preceito de aplicabilidade imediata dos direitos


fundamentais.” (BONAVIDES, 2017, p. 579)

“Com o advento dos direitos fundamentais da segunda geração, os publicitas alemães, a partir
de Schmitt, descobriram também o aspecto objetivo, a garantia de valores e princípios com
que escudar e proteger as instituições.” (BONAVIDES, 2017, p. 579)

escudar
verbo
1. 1.
transitivo direto e pronominal
cobrir(-se) ou proteger(-se) com escudo.
"antes de entrar na batalha, escudou o corpo"
2. 2.
transitivo direto e bitransitivo
proteger (alguém, algo) contra alguma ameaça; defender, proteger.
"não podia e. aquelas ideias"

Liberdade “sem dúvida o mais clássico direito dos direitos a que o homem aspira”.
(BONAVIDES, 2017, p. 580)

“Estado um artífice e um agente de suma importância para que se concretizem os direitos


fundamentais de segunda geração.” (BONAVIDES, 2017, p. 581)

Tratados, pactos, convenções e novas constituições compõem a legislação (eixo normativo) de


direitos fundamentais. (BONAVIDES, 2017)

“A importância porém das garantias institucionais é que elas revalorizam sobremodo os


direitos da liberdade, até então concebidos numa oposição irremediável entre o indivíduo e o
Estado, e o fizeram na medida em que se pôde transitar de uma concepção de subjetividade
para uma concepção de objetividade, com respeito aos princípios e valores da ordem jurídica
estabelecida”. (BONAVIDES, 2017, p. 582)

Os princípios da igualdade e da liberdade chegaram ao patamar de “uma dimensão objetiva de


garantia contra atos de arbítrio do Estado.” (BONAVIDES, 2017, p. 583)

“Com efeito, um novo polo jurídico de alforria do homem se acrescenta historicamente aos da
liberdade e da igualdade. Dotados de altíssimo teor de humanismo e universalidade, os
direitos de terceira geração tendem a cristalizar-se no fim do século XX enquanto direitos que
não se destinam especificamente à proteção dos interesses de um indivíduo, de um grupo ou
de um determinado Estado.” (BONAVIDES, 2017, p. 583)

“Emergiram eles da reflexão sobre temas referentes ao desenvolvimento, à paz, ao meio


ambiente, à comunicação e ao patrimônio comum da humanidade.” (BONAVIDES, 2017, p.
584)

“A teoria, com Vasak e outros, já identificou cinco direitos da fraternidade, ou seja, da terceira
geração: o direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito ao meio ambiente, o direito da
propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e o direito de comunicação.”
(BONAVIDES, 2017, p. 584)

Paulo Bonavides ao exemplificar os tipos de direitos fundamentais afirma que “é possível que
haja outros em fase de gestação, podendo o círculo alargar-se à medida que o processo
universalista se for desenvolvendo.” (BONAVIDES, 2017, p. 584)

“Globalizar direitos fundamentais equivale a universalizá-los no campo institucional. Só assim


aufere humanização e legitimidade (...)” (BONAVIDES, 2017, p. 585)

“A globalização política na esfera da normatividade jurídica introduz os direitos da quarta


geração, que, aliás, correspondem à derradeira fase de institucionalização do Estado social.”
(BONAVIDES, 2017, p. 585)

“São direitos da quarta geração o direito à democracia, o direito à informação e o direito ao


pluralismo.” (BONAVIDES, 2017, p. 586)

“A democracia positivada enquanto direito da quarta geração há de ser, de necessidade, uma


democracia direta. Materialmente possível graças aos avanços da tecnologia da comunicação,
e legitimamente sustentável graças à informação correta e às aberturas pluralistas do sistema.
Desse modo, há de ser também uma democracia isenta já das contaminações da mídia
manipulada.” (BONAVIDES, 2017, p. 586)

“eventual equívoco de linguagem: o vocábulo ‘dimensão’ substitui, com vantagem lógica e


qualitativa, o termo ‘geração’, caso esse último venha a induzir apenas sucessão cronológica e,
portanto, suposta caducidade dos direitos das gerações antecedentes, o que não é verdade.
Ao contrário, os direitos da primeira geração, direitos individuais, os da segunda, direitos
sociais, e os da terceira, direitos ao desenvolvimento, ao meio ambiente, à paz e à
fraternidade, permanecem eficazes, são infraestruturais, formam a pirâmide cujo ápice é o
direito à democracia; coroamento daquela globalização política (...)” (BONAVIDES, 2017, p.
586)

“Enfim, os direitos da quarta geração compendiam o futuro da cidadania e o povir da liberdade


de todos os povos. Tão somente com eles será legítima e possível a globalização política.”
(BONAVIDES, 2017, p. 587)

“A nova universalidade dos direitos fundamentais os coloca assim, desde o princípio, num grau
mais alto de juridicidade, concretude, positividade e eficácia”. (BONAVIDES, 2017, p. 587)

A universalidade “não exclui os direitos da liberdade, mas primeiro os fortalece com as


expectativas e os pressupostos de melhor concretizá-los mediante a efetiva adoção dos
direitos da igualdade e da fraternidade.” (BONAVIDES, 2017, p. 587)

“em 10 de dezembro de 1948 a Assembleia Geral das Nações Unidas mediante a Resolução n.
217 (III) aprovou a Declaração Universal dos Direitos do Homem, sem dúvida uma Declaração
programática, mas que não deixou de ser a carta de valores e princípios sobre os quais se hão
assentado os direitos das três gerações (...)” (BONAVIDES, 2017, p. 588)

“(...) documentos relativos a direitos humanos (...) a Declaração dos Direitos do Povo
Trabalhador e Explorado, do Congresso Soviético Panrusso de 1918, convertido em Capítulo I
da Constituição da República Soviética da Rússia, de 5 de julho de 1918; a Carta das Nações
Unidas, de 26 de junho de 1945, as Resoluções da Comissão de Direitos Humanos das Nações
Unidas, os Pactos sobre Direitos Humanos das Nações Unidas, tais como o Pacto Internacional
Sobre Direitos Civis e Políticos e o Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, ambos de
19 de dezembro de 1966; a Convenção Europeia dos Direitos do Homem e das Liberdades
Fundamentais, de 4 de novembro de 1950, a Carta Social Europeia, de 18 de outubro de 1961,
a Convenção Americana dos Direitos do Homem, de 26 de novembro de 1969 e a Carta
Africana de Banjul dos Direitos do Homem e dos Direitos dos Povos, de 27 de junho de 1981.”
(BONAVIDES, 2017, p. 588)

“A nova universalidade procura, enfim, subjetivar de forma concreta e positiva os direitos da


tríplice geração na titularidade de um indivíduo que antes de ser homem deste ou daquele
país, de uma sociedade desenvolvida ou subdesenvolvida, é pela sua condição de pessoa um
ente qualificado por sua pertinência ao gênero humano, objeto daquela universalidade.”
(BONAVIDES, 2017, p. 588)

“Os direitos humanos, tomados pelas bases de sua existencialidade primária, são assim os
aferidores da legitimação de todos os poderes sociais, políticos e individuais. Onde quer que
eles padeçam lesão, a Sociedade se acha enferma. Uma crise desses direitos acaba sendo
também uma crise do poder em toda sociedade democraticamente organizada.” (BONAVIDES,
2017, p. 590)
“A concepção da paz no âmbito da normatividade jurídica configura um dos mais notáveis
progressos já alcançados pela teoria dos direitos fundamentais.” (BONAVIDES, 2017, p. 594)

“Karel Vasak, o admirável precursor, ao colocá-lo no rol dos direitos da fraternidade – a saber,
da terceira geração -, o fez, contudo, de modo incompleto, teoricamente lacunoso.
(BONAVIDES, 2017, p. 594)

“O primeiro documento foi a Declaração das Nações Unidas sobre a preparação das
sociedades para viver em paz. “ (BONAVIDES, 2017, p. 595)

“O direito à paz é concebido ao pé da letra qual direito imanente à vida, sendo condição
indispensável ao progresso de todas as nações, grandes e pequenas, em todas as esferas.”
(BONAVIDES, 2017, p. 595)

“A dignidade jurídica da paz deriva do reconhecimento universal que se lhe deve enquanto
pressuposto qualitativo da convivência humana, elemento de conservação da espécie, reino de
segurança dos direitos.” (BONAVIDES, 2017, p. 598)

Bonavides defende que a paz é um direito da quinta geração, enquanto o seu percussor Karel
Vasak, ao vislumbrar na paz um direito fundamental, o alocou na terceira geração.
Independente de considerarmos a paz um direito da terceira ou da quinta geração, é
indiscutível o grau de importância a nível individual e mundial desse direito fundamental.

Bonavides reserva um capítulo inteiro “a quinta geração de direitos fundamentais” a paz,


tamanha a importância desse direito para a convivência em sociedade a nível global.

“(...) a consciência de sua imprescindibilidade, estabelece-lo por normas das normas dentre as
que garantem a conservação do gênero humano sobre a face do Planeta.” (BONAVIDES, 2017,
p. 599)

“Com efeito, em nosso tempo a alforria espiritual, moral e social dos povos, das civilizações e
das culturas se abraça com a ideia de concórdia.” (BONAVIDES, 2017, p. 605)

“Estuário de aspirações coletivas de muitos séculos, a paz é o corolário de todas as


justificações em que a razão humana, sob o pálio da lei e da justiça, fundamenta o ato de reger
a sociedade, de modo a punir o terrorista, julgar o criminoso de guerra, encarcerar o
torturador, manter invioláveis as bases do pacto social, estabelecer e conservar, por
intangíveis, as regras, princípios e cláusulas da comunhão política.” (BONAVIDES, 2017, p. 606)

“O direito à paz é o direito natural dos povos.” (BONAVIDES, 2017, p. 606)

“Direito ora impetrado na qualidade de direito universal do ser humano.” (BONAVIDES, 2017,
p. 606)

Para Bonavides é “indeclinável o dever constitucional de ir ao campo de batalha içar a


bandeira da paz.” (BONAVIDES, 2017, p. 606)

“(...) o novo direito constitucional que ora se desenha: o direito constitucional do gênero
humano.” (BONAVIDES, 2017, p. 607)

“Devemos assinalar, doravante, que a defesa da paz se tornou princípio constitucional,


insculpido no art. 4º, VI, da CF.” (BONAVIDES, 2017, p. 607)

“E, como todo princípio na Constituição, tem ele a mesma força, a mesma virtude, a mesma
expressão normativa dos direitos fundamentais.” (BONAVIDES, 2017, p. 607)
“Elevou-se, assim, a paz ao grau de direito fundamental da quinta geração ou dimensão (as
gerações antecedentes compreendem direitos individuais, direitos socias, direito ao
desenvolvimento, direito à democracia).” (BONAVIDES, 2017, p. 608)

“(...) podemos asseverar que a guerra é um crime e a paz é um direito.” (BONAVIDES, 2017, p.
609)

“(...) o direito à paz como supremo direito da Humanidade.” (BONAVIDES, 2017, p. 609)

“Os direitos fundamentais, em rigor, não se interpretam; concretizam-se.” (BONAVIDES, 2017,


p. 624)

“Entre a interpretação da Constituição e a interpretação dos direitos fundamentais há


apertados vínculos, servindo os princípios que regem aquela ao esclarecimento do significado
das normas pertinentes a esses direitos.” (BONAVIDES, 2017, p. 625)

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