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Introdução
Os períodos de crise justificam o fato de que as Instituições Financeiras (IFs) terem se tornado
restritivas quanto à concessão de crédito. A avaliação dos clientes são mais minuciosas para
garantir que, havendo inadimplento, o credor fará o resarcimento do valor. Em se tratando de
crédito rural como os custos de implantação ou investimentos são elevados, é comum que
quem solicita o crédito sujeite grande parte da sua propriedade ou tota ela para grantir o
financiamento.
Segundo Cavalcanti (2016), os meios de garantia buscam gerar um comprometimento pessoal
e patrimonial por parte de quem solicita o crédito. A hipoteca de imóveis é uma das formas de
garantia e, Costa (2013) afirma que por meio dela “o credor obtêm a preferência de ter a
satisfação do seu crédito resguardada” se houver inadimplência. As benfeitorias também estão
inclusas nela.
Garantias em excesso são exigidas pelos credores, o que prejudica os produtores que, por sua
vez, têm oferecido a totalidade do seu imóvel numa tentativa de crédito, sendo impossível
usá-lo em sucessivas solicitações. Autores defendem a redução da garantia hipotecária para
que havendo dividas, a hipoteca não recaia sobre todo o imóvel.
É necessário que a avaliação de imóveis seja precisa, entretanto muitas delas são realizadas
por profissionais sem atribuição para tal, contribuindo para o aumento no risco de crédito e
dificultando a execução das hipotecas. O avaliador rural necessita de grande conhecimento de
economia, mercado de commodities, conservação de soloe meio ambiente, tendencia de valor
de terras, recursos hidrícos, e aspectos inerentes ao financiamento rural (LIMA, 2005). O
profissional deve ter a capacidade de entender o que influencia no valor do imóvel e
relacionar isso com a propriedade.
A ABNT 14.653-1 de 2001, define o valor de mercado de um imóvel como sendo a “quantia
mais provável pela qual se negocia voluntariamente e conscientementeum bem, numa data de
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Ricardo Rodrigues Silva – ricardors.agr@gmail.com Auditoria, Avaliações e Perícias de Engenharia Instituto
de Pós-Graduação – IPOG Porto Alegre, RS, 15 de outubro de 2016
referência, dentro das condições do mercado vigente”. A oferta e a demanda são vistas como
justificativas dos valores finais de uma avaliação (GRIPP JR, 2006). Os bancos também
determinam a liquidação forçada, que considera fatores como a situação de mercado e
concorrência, podendo ser possivel a recuperaçao do capital se houver inadimplência.
De acordo com o Estatuto da Terra (Lei 4.504/1964) em seu art. 4º, o imóvel rural trata-se do
“prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização que se destina à
exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-industrial, quer através de planos públicos de
valorização, quer através de iniciativa privada”. De acordo com Gripp Jr (2006), os bens
deveriam ser avaliados em R$/m2.
REFERÊNCIAS
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14653-1: Avaliação
de bens – Procedimentos Gerais. Rio de Janeiro, 2001.
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14653-3: Avaliação
de bens - Imóveis Rurais. Rio de Janeiro, 2004.
CAVALCANTI, Cid Roberto Aguiar. Garantias do Sistema Financeiro Nacional.
COSTA, Leandro Marmo Carneiro. A Redução da Hipoteca nas Operações de Crédito Rural.
In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 119, 2013.
DESLANDES, Cristiano Augusto. Avaliação de Imóveis Rurais. Viçosa: Aprenda Fácil,
2002.
GRIPP JR, Joel. CONGRESSO BRASILEIRO DE CADASTRO TÉCNICO
MULTINFINALITÁRIO, UFSC, Florianópolis, Avaliação de Imóveis Rurais, 2006.
LIMA, Marcelo Rossi de Camargo. Avaliação de Propriedades Rurais, IBAPE-SC. Apostila
do curso. Florianópolis, 2014.
LIMA, Marcelo Rossi de Camargo. Avaliação de Propriedades Rurais: Manual básico. São
Paulo: Universitária de Direito, 2005.
SILVA, Ricardo Rodrigues. Avaliação de imóveis rurais e sua importância na
constituição de garantias em operações de crédito bancário. ISSN 2179-5568 - Revista
Especialize On-line IPOG - Goiânia - 13ª Edição nº 013 Vol.01/2017 Julho/2017. 19p.