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no Ensino de Química
Atividades Experimentais Investigativas
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Atividades Experimentais Investigativas
Objetivo
• Fundamentar a exploração das atividades experimentais investigativas nas quais há ne-
cessidade de o estudante se encarregar de estruturar toda a prática experimental, refle-
tindo e discutindo o conhecimento científico adquirido.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Atividades Experimentais Investigativas
Contextualização
A abordagem investigativa na realização das atividades experimentais no ensino de
Química se destaca pela participação ativa dos estudantes na construção de seu conhe-
cimento explorando o fenômeno estudado em busca da resolução de um problema acer-
ca desse fenômeno, tendo o professor como orientador nesse processo de investigação.
Esse tipo de abordagem consiste em uma estratégia de ensino que o professor pode
selecionar para diversificar sua prática pedagógica, com foco em desenvolver habilida-
des com características científicas.
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Introdução
Para que uma atividade experimental apresente um caráter investigativo e possa ser
considerada atividade de investigação, a ação do estudante não deve se limitar ao traba-
lho de manipulação ou observação, deve ser planejada com o foco na resolução de um
problema pela experimentação que envolverá reflexões, relatos, discussões, pondera-
ções e explicações características de uma investigação científica.
Figura 2
Fonte: freeimages.com
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Atividades Experimentais Investigativas
Dessa maneira, eles mobilizam seus conhecimentos prévios e buscam novos conhe-
cimentos para argumentar e propor procedimentos, procurando explicações possíveis
para o encaminhamento dado como solução do problema estudado.
Tabela 1
Nível de investigação Procedimentos
Nível 0 A atividade tem um caráter tradicional, todos os procedimentos e conclusões são dados pelo professor.
Nível 1 O problema e os procedimentos são dados e os estudantes têm a liberdade de propor conclusões.
O problema é proposto pelo professor e os estudantes podem elaborar os procedimentos
Nível 2
experimentais e as conclusões.
Nível 3 Os estudantes propõem desde o problema até os procedimentos experimentais e as conclusões.
Fonte: BORGES, 2002
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analisam; elaboram conclusões e comunicam os seus resultados com os
colegas. O professor se torna um questionador, conduzindo perguntas
e propondo desafios aos alunos para que estes possam levantar suas
próprias hipóteses e propor possíveis soluções para o problema.
Figura 3
Fonte: freeimages.com
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Atividades Experimentais Investigativas
Para Valdés Castro e Gil Pérez (1996), é importante que os estudantes já conheçam
todos os conceitos envolvidos, físicos, químicos e matemáticos ao realizarem uma ativi-
dade investigativa.
Tabela 2
Situação Problema Contextualizar o problema com um exemplo prático do dia a dia.
Problema Questão a ser investigada.
Conhecimentos prévios Investigar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o problema a ser investigado.
Informações Apresentar dados sobre a situação problema.
Hipóteses/Sugestões Solicitar aos estudantes sugestões de como resolver o problema por meio de um experimento.
Discussão das sugestões dos estudantes e escolha de uma proposta para desenvolvimento
Pré-laboratório
da elaboração de um roteiro.
Laboratório Fornecimento dos materiais e prática do roteiro elaborado.
Questões para análise de dados Elaboração das questões de análise dos dados colhidos no laboratório.
Conclusão Avaliação e argumentação sobre o experimento e seus resultados.
Verificação da aplicabilidade do conhecimento adquirido com a prática
Aplicação
experimental investigativa.
Questões para Discussão Questões levantadas na conclusão e aplicação que podem dar origem a uma nova investigação.
Fonte: Adaptado SOUZA et al., 2013
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Segue o exemplo de uma atividade experimental investigativa proposta, sobre a de-
terminação de etanol presente na gasolina comercial, tema presente nas aulas de Quí-
mica no Ensino Médio:
Tabela 3
Situação-problema: Para melhorar o rendimento da queima da gasolina em um motor automotivo adicionam-se certos
aditivos a ela. O Brasil substituiu os compostos de chumbo, altamente poluentes, que eram acrescentados à gasolina comercial
por etanol. A quantidade máxima de etanol a ser adicionada é determinada por lei, sendo atualmente de 20%. A gasolina
disponível no mercado pode estar adulterada, como já foi muitas vezes noticiado na imprensa. O álcool é substituído por outros
materiais mais baratos, mas que causam problemas como a corrosão do motor e menos eficiência na combustão.
Problema: Como se pode determinar a quantidade de álcool adicionado à gasolina?
Conhecimentos prévios: Questionar os alunos sobre o q ue conhecem sobre a gasolina. Qual é a origem da gasolina? Como
é fabricada? Por que se coloca álcool na gasolina? O álcool que se usa como combustível comercial é igual ao adicionado à
gasolina? A mistura gasolina-etanol é homogênea ou heterogênea? Como separar esta mistura?
Informações: Apresentar alguns dados sobre a produção da gasolina e de etanol no país, dar informações sobre os “diferentes”
tipos de etanol: anidro, hidratado, gel. Sugerir busca de informações sobre propriedades físicas e químicas da gasolina e do
etanol. Mostrar uma amostra de gasolina comercial (que contém álcool), perguntar sobre a aparência (homogênea), se é
possível reconhecer visualmente a presença do álcool.
Hipóteses/Sugestões: Solicitar aos alunos que, baseados em seus conhecimentos apresentem sugestões de como fazer a
determinação do teor de álcool em uma amostra de gasolina comercial. Se necessário, lembrá-los das possíveis diferenças
entre as propriedades desses materiais. (Nossa suposição é a de que sugiram a destilação, a densidade, solubilidade).
Pré-laboratório: Discussão das sugestões dos alunos e de uma proposta de método de separação.
Laboratório: Será fornecido um roteiro para a realização da extração quantitativa do etanol presente na gasolina por água.
Haverá uma tabela para anotação dos dados.
Questões propostas para análise dos dados:
O que você observou quando adicionou água à gasolina? É possível identificar a água e a gasolina? Como?
O volume dos materiais (gasolina e água) se alteraram?
Baseado em dados de solubilidade, a água extraiu o álcool ou gasolina?
Comparando os volumes iniciais e finais, como você pode calcular a quantidade de álcool presente na amostra de gasolina?
Qual é o teor de álcool nesta amostra?
Toda a quantidade de etanol presente foi extraída pela água? Isto traria uma incerteza no valor obtido?
Conclusão: Avaliação do erro causado pela não dissolução total do álcool na água.
Argumentar se esta gasolina comercial está de acordo com a atual legislação.
Aplicação: Busque informações sobre processos industriais que utilizam a extração por solventes (extração da cafeína, de
óleos vegetais).
Questão para discussão: Vale a pena adulterar a gasolina? A presente seus argumentos.
Fonte: SOUZA et al., 2013
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Atividades Experimentais Investigativas
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Experimento sobre a Chuva ácida
Você sabe qual a relação entre a poluição e a chuva ácida?
https://youtu.be/9egpauSj0IA
Experimentos de Química – Teste de chama e a Química dos Fogos de Artifício
Você sabe quais são os elementos responsáveis pelas cores dos fogos de artifício?
https://youtu.be/VK-mzVXPYRE
Leitura
Cromatografia em papel: reflexão sobre uma atividade experimental para discussão do con-
ceito de polaridade
OLIVEIRA, G. A.; SILVA, F. C. Cromatografia em papel: reflexão sobre uma ativida-
de experimental para discussão do conceito de polaridade. Química Nova na Escola,
v. 39, n. 2, p. 162-169, 2017.
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Referências
BACHELARD, G. A. A formação do espírito científico: contribuição para uma psica-
nálise do conhecimento. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contra-
ponto, 1996. 316p.
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