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Uso seguro de medicamentos em pediatria – prevenindo

erros de dosagem
A prestação de cuidados em saúde para pacientes nos extremos etários (crianças e
idosos) exige uma série de cuidados adicionais, uma vez que estes indivíduos são mais
susceptíveis a ocorrência de eventos adversos1. No caso dos pacientes pediátricos, esse
quadro torna-se ainda mais complexo frente à necessidade de um tratamento
medicamentoso, pois somada a escassez de estudos clínicos sobre o uso de
medicamentos, está a ausência de medicamentos em formas farmacêuticas e
concentrações adequadas para a administração nesses pacientes2.
É comum a obtenção de soluções e suspensões orais na dose adequada a partir de
soluções ou suspensões mais concentradas, diluição de outras fórmulas líquidas ou
transformação de formas farmacêuticas sólidas, principalmente no ambiente hospitalar³.
No entanto, a necessidade de manipulação desses medicamentos, bem como do cálculo
de doses individualizadas de acordo com a idade, peso e área de superfície corporal do
paciente, favorecem a ocorrência de erros de medicação2,4.
Entre os erros de medicação mais comuns em pediatria estão a administração do
medicamento errado e da dose errada2.  Os erros de dose podem estar relacionados à
necessidade do cálculo de doses individualizadas para esses pacientes e são um ponto
crítico, uma vez que pequenos erros de cálculo podem resultar em danos significativos6.
Algumas recomendações podem contribuir para tornar essa etapa mais segura7:
PRESCRITORES
Especifiquem claramente, em todas as prescrições, as seguintes informações:
•Idade ou data de nascimento;

•Peso corporal atual;

•Base para o cálculo da dose, como, mg/kg, se apropriado;

•Dose em unidades de massa – ex.: 150 mg por dose – 4 vezes ao dia.

EQUIPE
Ao prescrever, dispensar ou administrar medicamentos às crianças:
•Verifique a adequação da dose prescrita;

•Verifique todos os cálculos da dose e a dose especificada, se possível utilizando


uma calculadora;
•Esclareça aos pais e cuidadores a razão pela qual o medicamento foi prescrito, a
dose e instruções corretas para administração – demonstre como medir e
administrar a dose, se necessário.
É fundamental que os profissionais tenham acesso a fontes de informações qualificadas
para dar suporte na prescrição de medicamentos como, por exemplo, verificar doses
usuais e máximas dos medicamentos e, ajustar doses para pacientes com condições
clínicas especiais (ex.: insuficiência renal ou hepática)7. Além disso, cuidado especial
deve ser tomado com:
•Crianças com obesidade ou excesso de peso – cálculos de doses com base no
peso corporal podem resultar em sobredosagem para alguns medicamentos7;
•Crianças com idade igual ou superior a 12 anos ou com peso superior a 40 kg a
50 kg – certificar-se que a dose não ultrapasse o limite estabelecido para adultos7.
Vale lembrar que os pacientes pediátricos fazem parte do foco de ação de uma das três
categorias de ações prioritárias do 3º Desafio Global de Segurança do Paciente da
Organização Mundial da Saúde . Outras recomendações para a prevenção de erros de
medicação em pediatria podem ser conferidas no Boletim ISMP Brasil sobre “”.
por Raissa Carolina Fonseca Cândido

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